segunda-feira, 31 de agosto de 2020

The Quarry & Shooting Heroin

 


The Quarry (The Quarry, EUA, 2020) – Nota 6
Direção – Scott Teems
Elenco – Shea Whigham, Michael Shannon, Catalino Sandino Moreno, Bobby Soto, Alvaro Martinez, Bruno Bichir.

Um homem (Shea Whigham) é resgatado após ser encontrado caído na beira de uma estrada. Um determinado fato faz com que este homem tome a identidade do sujeito que o resgatou (Bruno Bichir) e siga para uma pequena cidade do Texas se apresentando como o novo padre. Seu comportamento incomum chama a atenção de uma jovem moradora (Catalino Sandino Moreno) e do chefe de polícia (Michael Shannon). 

Com trabalhos em documentários e apenas o bom e pouco visto longa “O Sol da Noite” no currículo, o diretor e roteirista Scott Teems começa este “The Quarry” de uma forma bastante interessante. O personagem enigmático de Shea Whigham é o catalisador de algumas mudanças na pequena cidade, que na verdade quase um povoado. 

Mesmo com uma narrativa lenta, a medida em que a trama avança a tensão aumenta, porém até certo ponto apenas, chegando a um final que deixa bastante a desejar. 

O ponto positivo é a relação entre culpa e religião, mostrando que muitas pessoas sofrem por ser impossível voltar atrás para mudar o passado. Vale destacar as boas atuações de Shea Whigham e Michael Shannon. 

Como informação, o “The Quarry” do título significa “A Pedreira”. 

O resultado é curioso e apenas razoável. 

Shooting Heroin (Shooting Heroin, EUA, 2020) – Nota 6
Direção – Spencer T. Folmar
Elenco – Alan Powell, Sherilyn Fenn, Garry Pastore, Cathy Moriarty, Nicholas Turturro, Rachel Hendrix, Lawrence Hilton Jacobs, Brian O’Halloran.

Várias pessoas de uma pequena cidade da Pennsylvânia sofrem com mortes de parentes e amigos causadas pelo uso de drogas, inclusive por medicamentos prescritos por médicos. 

Um ex-militar (Alan Powell) que perdeu a irmã, uma mãe (Sherilyn Fenn) que viu dois filhos adolescentes morrerem de overdose e um sujeito indignado com a situação (Lawrence Hilton Jacobs) se unem para a princípio auxiliar o xerife (Garry Pastore), mas aos poucos percebem que a luta contra as drogas é quase impossível. 

O filme que se diz inspirado em uma história real, apresenta uma narrativa bastante interessante por pelo menos dois terços da trama. O clima de decadência da cidade ajuda a aumentar a tensão conforme a paciência dos personagens vai se esgotando. 

O problema é que o esperado clímax jamais acontece. O roteiro escrito pelo diretor Spencer T. Folmar entrega um final morno, que pode ter sido o que ocorreu na vida real, mas que quebra o ritmo e se mostra decepcionante.

domingo, 30 de agosto de 2020

Em Defesa de Jacob

 



Em Defesa de Jacob (Defending Jacob, EUA, 2020) – Nota 8,5
Direção – Morten Tyldum
Elenco – Chris Evans, Michelle Dockery, Jaeden Martell, Cherry Jones, Pablo Schreiber, Betty Gabriel, J.K. Simmons, Sakina Jaffrey, Daniel Henshall, Patrick Fishler, Poorna Jagannatan, Jordan Alexa Davis.

No subúrbio de Massachusetts, um adolescente é encontrado morto a facadas em um parque. O promotor Andy Barber (Chris Evans) é o responsável pelo caso junto com a polícia local. 

Para sua surpresa e de sua esposa Laurie (Michelle Dockery), as pistas levam até seu filho Jacob (Jaeden Martell), que é colega de escola da vítima. É o início do inferno na vida da família Barber. 

Baseado em um best seller, esta minissérie em oito episódios dirigida pelo norueguês Morten Tyldum, responsável pelos ótimos longas “Headhunters” e “O Jogo da Imitação”, explora o estilo clássico das obras que misturam drama jurídico com investigação policial. 

A vida da família é devastada, os amigos se afastam e a mídia transforma o garoto em culpado rapidamente. É interessante citar que o roteiro mantém por todos os episódios a dúvida se Jacob cometeu o assassinato ou se ele é apenas uma vítima das circunstâncias e de suas atitudes. 

O astro Chris Evans está correto como o protagonista, enquanto Michelle Dockery interpreta uma mãe que sofre com uma montanha-russa de emoções. O garoto Jaeden Martell está perfeito como o adolescente suspeito que parece esconder segredos. 

Vale citar ainda J.K.Simmons como um personagem forte que surge no meio da trama e o estranho Daniel Henshall como um pedófilo também suspeito do crime. 

A produção bem cuidada fecha os pontos positivos desta ótima minissérie dramática.

sábado, 29 de agosto de 2020

O Universo no Olhar

 


O Universo no Olhar (I Origins, EUA, 2014) – Nota 7,5
Direção – Mike Cahill
Elenco – Michael Pitt, Brit Marling, Steven Yeun, Astrid Berges Frisbey.

Ian (Michael Pitt) é um cientista que desenvolve uma pesquisa sobre os “olhos”. Extremamente cético e acreditando somente em dados concretos, Ian se apaixona pela jovem Sofi (Astrid Berges Frisbey), que é uma pessoa que acredita em espiritualidade. 

Conforme sua pesquisa avança em parceria com Karen (Brit Marling) e o auxílio do amigo Kenny (Steve Yeun), Ian tenta conciliar a paixão por Sofi com suas diferenças de pensamento, que em determinado momento serão colocadas à prova. 

Escrito e dirigido por Mike Cahill, do cult “A Outra Terra”, este longa surpreende na medida em que a trama avança tomando rumos inesperados. Além de ser uma história de amor, outro ponto importante e o “confronto filosófico” entre fé e ciência. 

Se a ciência consegue reproduzir situações e criar soluções que podem se confundir com homens brincando de Deus, por outro lado o roteiro faz o espectador e o protagonista terem que assimilar algo que não tem uma explicação lógica ou científica. 

Este é um tipo de filme diferente, daqueles que deixam o espectador pensando após a sessão. Vale citar que a atriz Brit Marling é conhecida por trabalhar em poucos projetos, sempre em filmes e séries com temáticas que fogem do lugar comum.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

ZeroZeroZero

 


ZeroZeroZero (ZeroZeroZero, Itália, 2019) – Nota 9
Direção – Stefano Sollima, Janus Metz e Pablo Trapero
Elenco – Andrea Riseborough, Dane DeHaan, Giuseppe De Domenico, Harold Torres, Adriano Chiaramida, Gabriel Byrne, Diego Cataño, Claudia Pineda, Francisco Colella.

Baseado em história de Roberto Saviano, criador das tramas de “Gomorra” e “Piranhas”, esta série em oito episódios detalha como funciona a negociação e o transporte de um carregamento de drogas que é levado do México até a Itália. 

Com episódios dirigidos pelo italiano Stefano Sollima, o dinamarquês Janus Metz e o argentino Pablo Trapero, a série intercala três narrativas que convergem em determinados momentos. 

Em Monterrey no México, um cartel que vendeu uma enorme quantidade de drogas não percebe o crescimento e a ambição do militar Miguel (Harold Torres), que inicia sua escalada ao poder. 

Na região da Calábria no interior da Itália, o veterano chefão Don Minu (Adriano Chiaramida) espera a chegada do carregamento para suprir as necessidades dos parceiros, enquanto precisa lidar com a provável traição do neto Stefano (Giuseppe De Domenico). 

Em Nova Orleans estão os intermediários da negociação e responsáveis por fazer o carregamento chegar ao destino. Edward Lynwood (Gabriel Byrne) e seus filhos Emma (Andrea Riseborogouh) e Chris (Dane DeHaan) precisam lidar com assassinos e corruptos para cumprir o prometido. 

Esta ótima série é repleta de pontos positivos. O principal é o roteiro que consegue detalhar sem ser didático como funciona o mundo das drogas em locais e culturas extremamente distintas. 

A violência extrema dos cartéis mexicanos e a traições entre assassinos na máfia italiana são formas de dominação diferentes porém com o mesmo objetivo. 

Os episódios na África mostram uma terceira via de violência e da corrupção, neste caso inserindo ainda a questão religiosa. 

A série entrega ainda boas sequências de ação e suspense, subtramas interessantes e ótimas locações em várias partes do mundo. Para quem gosta do gênero, a série é uma ótima opção.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A Maldição da Casa Winchester

 


A Maldição da Casa Winchester (Winchester, Austrália / EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Michael & Peter Spierig
Elenco – Helen Mirren, Jason Clarke, Sarah Snook, Finn Scicluna O’Prey, Emm Wiseman, Angus Sampson, Bruce Spence.

San José, Califórnia, 1906. Acionistas da indústria de armamentos Winchester contratam o psiquiatra Eric Price (Jason Clarke) para comprovar que a viúva Sarah Winchester (Helen Mirren) não tem mais condição mental de administrar a empresa. 

Sarah vive em uma enorme mansão com a nora (Sarah Snook), o neto (Finn Scicluna O’Prey) e vários empregados, além de manter uma equipe que trabalha incessantemente na construção de novos quartos. 

Enquanto Eric tenda entender o que se passa com Sarah e a casa, ele também precisa enfrentar seus próprios demônios. 

Inspirado em uma história real, este longa tem como foco principal a excentricidade da protagonista, que carrega a culpa por ser a esposa do inventor do famoso rifle Winchester, arma que dizimou milhares de vidas na guerra civil americana. 

Por mais que seja interessante a premissa, o desenvolvimento da trama segue o estilo comum dos filmes de terror e suspense através de sustos, gritos e estranhas aparições, mas passando longe de meter medo no espectador. 

Os irmãos alemães Michael e Peter Spierig entregaram trabalhos melhores como “O Predestinado” e “2019: O Ano da Extinção”, os dois protagonizados por Ethan Hawke.



quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Horror em Amityville

 


Horror em Amityville (The Amityville Horror, EUA, 2005) – Nota 7
Direção – Andrew Douglas
Elenco – Ryan Reynolds, Melissa George, Jesse James, Jimmy Bennett, Chloe Grace Moritz, Rachel Nichols, Philip Baker Hall, Isabel Conner.

Em 1974, o jovem Ronald Defeo assassinou sua família dentro de casa no subúrbio de Long Island. Um ano depois, George (Ryan Reynolds) e sua esposa Kathy (Melissa George) compram a casa e se mudam para o local com os três filhos do primeiro casamento dela. 

Logo nos primeiros dias coisas estranhas começam a acontecer, principalmente com a filha mais nova Chelsea (Chloe Grace Moritz), que entra em contato com o fantasma de uma garota. Com o passar dos dias, a vida da família se transforma em um inferno. 

Se o original que é baseado em uma história real explorava mais o terror psicológico através de um clima de medo e com sustos em momentos específicos, este remake se volta totalmente para o estilo jump scare, explorando sustos e violência em meio a loucura que domina a casa. 

O filme é competente em sua proposta para se diferenciar do original.

Terror em Amityville (The Amityville Horror, EUA, 1979) – Nota 7
Direção – Stuart Rosenberg
Elenco – James Brolin, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud, Murray Hamilton, Michael Sacks, Helen Shaver, John Larch.

A história é a mesma que citei no texto do remake, inclusive com o roteiro escrito por Sandor Stern para este original tendo sido utilizado como base para o longa de 2005. 

Durante vinte e oito dias, o casal Lutz (James Brolin e Margot Kidder) e seus três filhos sofrem com fenômenos paranormais inexplicáveis, semelhantes aos citados por Ronald Defeo como “culpados” por ter assassino sua família em 1974. 

O diretor Stuart Rosenberg consegue dosar na medida certa drama, clima de medo e cenas de sustos em meio ao inferno que se torna a vida da família. 

Rosenberg dirigiu outros bons filmes como “Brubaker” e “Nos Calcanhares da Máfia”, além do clássico “Rebeldia Indomável”. 

Amityville 2: A Possessão (Amityville II: The Possession, EUA, 1982) – Nota 6
Direção – Damiano Damiani
Elenco – Burt Young, Rutanya Alda, James Olson, Jack Magner, Moses Gunn, Diane Franklin, Andrew Prine.

Long Island, início dos anos setenta. A família Montelli muda para uma enorme casa em um local isolado. O que seria uma nova vida para a família, se torna um inferno quando fatos estranhos começam a ocorrer e o filho mais velho (Jack Magner) demonstra um comportamento violento. O pais (Burt Young e Rutanya Alda) são obrigados a recorrer da ajuda de um padre (James Olson), que fica estarrecido com a situação. 

Esta sequência do filme de 1979 na verdade é um prequel inspirado na história real dos assassinatos cometidos pelo jovem Ronald Defeo em 1974. Diferente do original que explorava também o medo psicológico, este longa segue mais para o lado do terror explícito, com sequências violentas e sangrentas que lembram um pouco o clássico “O Exorcista”. 

O filme vai bem durante os dois primeiros terços, até chegar a um final que deixa bastante a desejar.

Amityville 3: O Demônio (Amityville 3-D, EUA, 1983) – Nota 4
Direção – Richard Fleischer
Elenco – Tony Roberts, Tess Harper, Candy Clark, Robert Joy, Meg Ryan, Lori Loughlin.

John Baxter (Tony Roberts) é um jornalista especializado em desmascarar pessoas que alegam terem presenciado algum evento sobrenatural. Para provar ainda mais sua teoria, ele compra a casa onde ocorreram os assassinatos de Amityvile. Não demora para John descobrir que a casa esconde algo maligno que fará novas vítimas. 

Este longa que fecha trilogia tem uma premissa interessante e um péssimo desenvolvimento da história. As mortes são ridículas, os efeitos especiais ruins a as atuações totalmente exageradas. 

O diretor Richard Fleischer que fez bons filmes como “20 Mil Léguas Submarinas” e “Conan, o Destruidor” entregou aqui seu pior trabalho. 

O 3-D do título original se refere a tecnologia que na época era novidade e que alguns filmes utilizaram em determinadas cenas para tentar assustar a plateia. O problema é que geralmente eram filmes ruins como este e também “Tubarão III”. Demorou um bom tempo para o 3-D se tornar popular. 

A série Amityville continuou com vários outros filmes ruins, em sua maioria lançados direto em vídeo.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Dezessete

 


Dezessete (Diecisiete, Espanha, 2017) – Nota 7,5
Direção – Daniel Sanchez Arevalo
Elenco – Biel Montoro, Nacho Sanchez, Lola Cordon, Itsaso Arana, Chani Martin.

Por ser reincidente em pequenos crimes, o adolescente Hector (Biel Montoro) é denunciado pelo irmão Ismael (Nacho Sanchez) e termina preso em uma reformatório. 

Dois anos depois, prestes a completar dezoito anos e também a ser libertado, Hector participa de uma espécie de terapia com cães dentro do reformatório. Um determinado fato leva o jovem a fugir e praticamente obrigar o irmão a ajudá-lo em duas tarefas incomuns. 

Este sensível drama espanhol explora temas que normalmente mexem com os fãs do gênero. Temos a família desestruturada, o amor pelos cães, a rebeldia adolescente e um problema de saúde. Tudo isso é mostrado de uma forma sóbria, com alguns momentos engraçados e situações curiosas. 

Muito da simpatia do filme vem dos ótimos diálogos e das atuações dos protagonistas. Biel Montoro está perfeito com o jovem antissocial e extremamente inteligente, criando uma ótima química com o irmão que não consegue controlar a situação vivido por Nacho Sanchez. 

Vale destacar também as belas paisagens do interior da Espanha.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Retreat

 


Retreat (Retreat, Inglaterra, 2011) – Nota 6
Direção – Carl Tibbetts
Elenco – Cillian Murphy, Thandie Newton, Jamie Bell, Jimmy Yuill, Marilyn Mantle.

Para tentar recuperar o casamento em crise, Martin (Cillian Murphy) e Kate (Thandie Newton) decidem passar alguns dias em uma ilha isolada. 

Quando surge um estranho ferido (Jamie Bell), contando a história de que um vírus letal esta dizimando a população, Martin e Kate ficam perdidos, sem saber no que acreditar. 

Este suspense ao mesmo tempo em que apresenta uma história previsível até próximo ao final, entrega uma pequena surpresa no clímax. Quase todo o filme se passa dentro de uma velha casa, que é bem explorada pelo diretor nas cenas de tensão. 

As atuações do trio principal seguem os clichês do gênero, assim como alguns exageros em momento cruciais. O resultado é um suspense genérico e facilmente esquecível.

    

domingo, 23 de agosto de 2020

Conexão de Elite

 


Conexão de Elite (The Preppie Connection, Porto Rico / EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Joseph Castelo
Elenco – Thomas Mann, Lucy Fry, Logan Huffman, Guillermo Arribas, Amy Hargreaves, Bill Sage, Dylan Blue, Robert Gorrie, Jessica Rothe, Sam Page, Hemky Madera.

Subúrbio de Nova York, 1984. Tobias Hammel (Thomas Mann) é um jovem de família simples que ganha uma bolsa de estudos para uma escola preparatória repleta de alunos ricos. 

O sentimento de não pertencer a aquele mundo muda quando surge a chance de conseguir drogas e repassar para os alunos. A ânsia de se tornar popular e de conquistar uma garota (Lucy Fry) faz Tobias entrar de cabeça no negócio das drogas. 

Este longa baseado em uma história real tem alguns pontos interessantes. Um deles é a questão da juventude sem rumo. Independente de classe social, a falta de estrutura familiar ou o desinteresse dos pais em entender os filhos levam muitos jovens para drogas e outros caminhos com consequências as vezes trágicas. 

Outro ponto importante é o problemas do mercado das drogas em si. Nos anos oitenta o tráfico internacional de drogas cresceu de forma exponencial, abrindo caminho para muitos se aventurarem neste mercado pensando em enriquecer rapidamente. 

Durante os créditos finais surge a entrevista da época com o personagem real tentando explicar suas atitudes.

sábado, 22 de agosto de 2020

Os Piratas do Rock


Os Piratas do Rock (The Boat That Rocked, Inglaterra / França / Alemanha, 2009) – Nota 7,5
Direção – Richard Curtis
Elenco – Philip Seymour Hoffman, Bill Nighy, Rhys Ifans, Nick Frost, Tom Sturridge, Kenneth Branagh, Chris O’Dowd, Tom Widsom, Katherine Parkinson, Gemma Arterton, Jack Davenport, Ralph Brown, Talulah Riley, January Jones, Emma Thompson.

Inglaterra, 1967. As rádios piratas que tocam rock durante as vinte e quatro horas do dia são grande sucesso no país. Para fugir das autoridades, a rádio mais famosa faz suas transmissões de dentro de um navio no Mar do Norte. 

A Rádio Rock é um projeto de Quentin (Bill Nighy), que lidera um grupo locutores malucos. Em paralelo, um burocrata do governo (Kenneth Branagh) tenta descobrir uma forma de fechar a rádio. 

O roteiro escrito pelo diretor Richard Curtis parte da premissa real das rádios piratas inglesas dos anos sessenta para criar uma trama de ficção que brinca com personagens excêntricos que querem se divertir e ouvir rock. 

O roteiro ainda explora temas polêmicos da época como virgindade, sexo e drogas de uma forma leve. Mesmo com os personagens sendo interessantes, o grande destaque acaba sendo a ótima trilha sonora recheada de rock e pop dos anos sessenta. 

A sequência final é uma pequena e curiosa surpresa, que é praticamente uma homenagem a um clássico do cinema.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O Gênio do Crime & Entre Dois Fogos

 


O Gênio do Crime (The Amazing Dr. Clitterhouse, EUA, 1938) – Nota 7,5
Direção – Anatole Litvak
Elenco – Edward G. Robinson, Claire Trevor, Humphrey Bogart, Allen Jenkins, Donald Crisp, Gale Page.

Em Nova York, o renomado Dr. Clitterhouse (Edward G. Robinson) é um estudioso em criminologia que decide cometer roubos elaborados para comprovar sua pesquisa. Após alguns roubos aparentemente perfeitos, ele se aproxima de uma quadrilha de ladrões para colocar em prática um golpe maior e assim conseguir dados para finalizar seu estudo. 

A grande surpresa deste longa dirigido pelo russo Anatole Litvak (“A Noite dos Generais” e “Uma Vida Por Um Fio”) é a utilização da psicologia para analisar criminosos em uma época que este tipo de estudo praticamente não existia. 

A forma como o protagonista coleta dados e analisa as reações dos integrantes da quadrilha é bastante curiosa, inclusive dando um nó na cabeça de outros personagens. 

Além do ótimo Edwarg G. Robinson, vale destacar Humphrey Bogart com o bandido que não confia no protagonista.

Entre Dois Fogos (Raw Deal, EUA, 1948) – Nota 7
Direção – Anthony Mann
Elenco – Dennis O’Keefe, Claire Trevor, Marsha Hunt, John Ireland, Raymond Burr.

Com a ajuda da namorada Pat (Claire Trevor), o condenado Joe Sullivan (Dennis O’Keefe) consegue fugir da cadeia. Surge um obstáculo no plano para chegar até San Francisco que faz o casal sequestrar a jovem advogada Ann (Marsha Hunt), que defendeu Joe em seu julgamento. O trio segue pela estrada tentando escapar da perseguição policial. 

Este longa policial B segue a cartilha dos filmes do gênero dá época, colocando um protagonista ligado ao submundo tentando recomeçar a vida. O diferencial está no triângulo amoroso entre o fugitivo e as duas mulheres, sendo a namorada mais madura e a jovem sequestrada um pouco ingênua. 

O filme tem boas cenas de ação levando em conta a época em que foi produzido, inclusive com uma perseguição de automóvel. As várias cenas noturnas também são destaque, outro ponto comum aos filmes do gênero.


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A Sun

 


A Sun (Yang Guang Pu Zhao, Taiwan, 2019) – Nota 8
Direção – Mong Hong Chung
Elenco – Chien Ho Wo, Yi Wen Chen, Samantha Shu Chin Ko, Greg Han Hsu, Kuan Ting Liu, Apple Wu, Ivy Yin.

O jovem A-Ho (Chien Ho Wo) se envolve em um violento ataque junto com um amigo (Kuan Ting Liu) e termina preso sendo enviado para um reformatório. 

O crime de A-Ho resulta em consequências emocionais na vida de sua família, incluindo a jovem namorada (Appel Wu) que está grávida. Seu pai (Yi Wen Chen) o ignora, enquanto a mãe (Samantha Shu Chin Ko) e o irmão (Greg Han Hsu) tentam seguir a vida, até que uma nova e desagradável surpresa os atinge. 

Este longa produzido em Taiwan ao mesmo tempo em que insere algumas sequências violentas, também entrega uma sensível narrativa sobre sofrimento familiar e principalmente a dificuldade em expressar os sentimentos. 

As mais de duas horas e meia de duração passam sem perceber para o espectador que gosta de dramas familiares. 

O roteiro entrega ainda pelo menos duas surpresas bastante inesperadas, relativas as atitudes que fogem da aparente natureza dos personagens envolvidos. 

É um ótimo filme que merece ser visto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

A Guerra do Chocolate

 


A Guerra do Chocolate (The Chocolate War, EUA, 1988) – Nota 6,5
Direção – Keith Gordon
Elenco – Ilan Mitchell Smith, John Glover, Wallace Langham, Doug Hutchinson, Adam Baldwin, Corey Gunnestad, Jenny Wright, Bud Cort.

Em uma escola católica, o professor e também diretor interino irmão Leon (John Glover) abusa de seu poder forçando os alunos a vender caixas de chocolate para arrecadar fundos para a escola. 

Leon é manipulador e utiliza um grupo de alunos veteranos conhecidos como “Os Vigilantes” para pressionar os demais garotos de acordo com seus interesses.

Quando o adolescente Jerry (Ilan Mitchell Smith) se nega a vender os chocolates, ele passa a ser visto como uma ameaça ao sistema. 

Na época do lançamento este filme recebeu críticas positivas, muitas voltadas para o então diretor estreante Keith Gordon, que tinha apenas vinte e sete anos e uma carreira como ator em filmes como “Vestida Para Matar” e “Christine – O Carro Assassino”. 

Gordon acabou entregando seu melhor trabalho no filme seguinte chamado “Noites Calmas”, para depois seguir carreira como diretor de séries. 

Visto hoje, este “A Guerra do Chocolate” tem boas ideias, como a questão da obediência cega, do abuso de poder e da crueldade adolescente, porém a forma bizarra como parte destes temas foram abordados deixaram o filme no mínimo incomum. 

A atuação apática de Ilan Mitchell Smith também não ajuda. O então jovem ator era considerado promissor após papéis em comédias como “Mulher Nota Mil”, porém pouco tempo depois deste trabalho ele abandonou a carreira.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

O Som do Silêncio

 


O Som do Silêncio (The Sound of Silence, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Michael Tyburski
Elenco – Peter Sarsgaard, Rashida Jones, Tony Revolori, Austin Pendleton, Bruce Altman, Tina Benko.

Em Nova York, Peter Lucian (Peter Sarsgaad) tem um estranho trabalho. Ele analisa os barulhos das casas de clientes para tentar descobrir quais sons estão influenciando na vida da pessoa. Ele acredita que os sons possam atrapalhar o sono, levar a pessoa a ansiedade ou depressão e que isso pode ser minimizado ou harmonizado de acordo com seu estudo. 

A premissa de que os sons interferem em nossos vidas é bastante interessante e também incomum pensando em cinema. O ouvido apurado do protagonista o leva a detectar sons e ruídos que as pessoas normalmente ignoram. 

O desenvolvimento do personagem mostra um sujeito meticuloso e obcecado em provar sua pesquisa, fato que rende uma pequena crítica ao funcionamento da comunidade científica. 

O ritmo lento e algumas sequências quase contemplativas podem não agradar ao público acostumado com uma narrativa ágil. 

É um filme que vale como curiosidade para o cinéfilo que gosta de obras diferentes.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O Alvo & Sobrevivendo ao Jogo

 


O Alvo (Hard Target, EUA, 1993) – Nota 7
Direção – John Woo
Elenco – Jean Claude Van Damme, Lance Henriksen, Yancy Butler, Arnold Vosloo, Wilford Brimley, Kasi Lemmons.

Ao descobrir que seu pai desapareceu, a advogada Natasha (Yancy Butler) busca informações no cais de New Orleans onde ele trabalhava. Com muito custo, ela convence o estivador Chance (Jean Claude Van Damme) a ajudá-la na busca. As pistas levam a dupla até um empresário (Lance Henriksen) que organiza caçadas para milionários tendo como alvos moradores de ruas e veteranos do Vietnã. 

Este competente filme de ação marcou a estreia do diretor John Woo no mercado americano. Woo vinha de uma sequência de filmes de ação sensacionais rodados em Hong Kong e protagonizados por Chow Yun Fat. 

Este “O Alvo” não chega a ser espetacular como suas obras anteriores, mas mesmo assim Woo entrega ótimas sequências de ação, várias delas com sua habitual câmera lenta. 

Destaque para Van Damme então no auge do carreira.

Sobrevivendo ao Jogo (Surviving the Game, EUA, 1994) – Nota 6,5
Direção – Ernest Dickerson
Elenco – Ice T, Rutger Hauer, Charles S. Dutton, Gary Busey, John C. McGinley, F. Murray Abraham, William McNamara, Jeff Corey.

Jack Mason (Ice T) é um morador de rua que pensa em acabar com a própria vida após a morte de seu melhor amigo e também de seu cão. Antes de cometer a loucura, ele é interpelado por um sujeito (Charles S. Dutton) que diz trabalhar para uma espécie de ONG que auxilia moradores de rua. 

O homem oferece para Jack um emprego como auxiliar no seu trabalho de guiar caçadores pelas Montanhas Rochosas. Jack aceita o emprego sem saber que ele mesmo será o alvo da caça. 

Este longa explora uma premissa semelhante a “O Alvo” com Jean Claude Van Damme, ao colocar empresários caçando uma pessoa que é considerada descartável pela sociedade. A história é somente isso, sem grande surpresas. 

O ponto principal são as boas cenas de ação que exploram a região isolada e o elenco recheado de canastrões conhecidos.

domingo, 16 de agosto de 2020

Resgate

 


Resgate (Extraction, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Sam Hargrave
Elenco – Chris Hemsworth, Rudhraksh Jaiswal, Randeep Hooda, Golshifteh Farahani, David Harbour, Sam Hargrave.

Em Mumbai na Índia, o adolescente Ovi (Rudhraksh Jaiswal) que é filho de um grande traficante que está preso, é sequestrado por um grupo rival e levado para Bangladesh. 

Para resgatar o filho, o braço-direito do bandido preso (Randeep Hooda) contrata uma equipe de mercenários. Algo dá errado durante a ação e o mercenário Tyler Rake (Chris Hemsworth) se torna a única salvação para o garoto. 

Dirigido pelo dublê Sam Hargrave, este competente longa de ação mistura os estilos da porradaria dos anos oitenta com os atuais filmes asiáticos do gênero. A proposta funciona, principalmente por causa das boas sequências de ação, algumas filmadas com bastante criatividade. 

A sequência de perseguição de automóveis pelas ruas de Bangladesh com a câmera no banco traseiro tem um efeito de praticamente colocar o espectador dentro do carro. A correria pelo prédio decadente é outra ótima sequência. 

O filme perde alguns pontos pela trama repleta de clichês e o final quase piegas que deixa uma pequena porta aberta para uma continuação. 

O resultado com certeza vai agradar quem curte ao gênero.

sábado, 15 de agosto de 2020

O Anjo do Mossad

 


O Anjo do Mossad (The Angel, Israel / EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Ariel Vromen
Elenco – Marwan Kenzari, Toby Kebbell, Hannah Ware, Sasson Gabai, Waleed Zuaiter, Tsahi Halevi, Maisa Abd Elhadi, Ori Pfeffer, Miki Leon.

Final dos anos sessenta. Ashraf Marwan (Marwan Kenzari) é genro do presidente do Egito Gamal Abdel Nasser (Waleed Zuaiter). Tratado com desprezo pelo sogro, ele decide passar informações secretas para Israel, porém é ignorado. 

Quando o presidente morre subitamente, sendo sucedido por Anwar Sadat (Sasson Gabai), Ashraf consegue se tornar Ministro. O fato faz com que o serviço secreto de Israel, o Mossad, pressione Ashraf a entregar os segredos prometidos. 

Baseado em uma complexa história real, este longa explora a disputa entre Egito e Israel por territórios ocupados pelo segundo após este vencer a Guerra dos Seis Dias em 1967, além da própria disputa por poder no Egito após a morte do presidente Nasser. 

A narrativa é agradável, intercalando sequências de suspense com outras de maquinações políticas. O filme peca um pouco no desenvolvimento do protagonista, que em alguns momentos parece inseguro e em outros toma atitudes arriscadas demais. A pequena surpresa no final deixa claro a importância que o personagem teve no conflito. 

É um bom filme, indicado para quem gosta de obras sobre espionagem.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A Vida de Diane

 


A Vida de Diane (Diane, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Kent Jones
Elenco – Mary Kay Place, Jake Lacy, Estelle Parsons, Andrea Martin, Deirdre O’Connell, Glynnis O’Connor, Joyce Van Patten, Phyllis Somerville, Ray Iannicelli.

Diane (Mary Kay Place) é uma viúva extremamente ativa que lida com várias situações ao mesmo tempo. Ela visita diariamente sua sobrinha (Deirdre O’Connell) que está internada com câncer, participa de reuniões com amigos, trabalha como voluntária em um restaurante para pobres e ainda luta para tentar livrar o filho (Jake Lacy) das drogas. 

O roteiro escrito pelo diretor estreante Kent Jones vai além de mostrar a vida atual da protagonista. A cada diálogo com algum coadjuvante vem à torna pequenos fatos do passado que juntos explicam o porquê das atitudes da protagonista e também o problema com do filho com as drogas. 

É interessante o paralelo entre as locações e a vida da protagonista. O filme foi rodado durante o inverno em uma região onde o sol não aparece uma vez sequer, deixando um nublado constante semelhante a vida sem cores da protagonista. Ela vai de um lugar ao outro dirigindo seu automóvel para auxiliar as pessoas e dividir problemas, até voltar para sua solidão em casa. 

Destaque para a atuação de Mary Kay Place e para o elenco de atrizes veteranas, entre elas Estelle Parsons que estava com noventa e um anos e que tem como grande papel na carreira seu trabalho como a esposa de Gene Hackman no clássico “Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas”.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Defendor

 


Defendor (Defendor, Canadá / EUA / Inglaterra, 2009) – Nota 7
Direção – Peter Stebbings
Elenco – Woody Harrelson, Kat Dennings, Elias Koteas, Michael Kelly, Sandra Oh, Clark Johnson, Lisa Ray, A.C. Peterson.

Arthur Poppington (Woody Harrelson) é um sujeito com dificuldade de entender a realidade e que durante a noite sai pelas ruas para enfrentar bandidos vestido como um super herói que ele batizou como Defendor.

Em uma da suas aventuras, ele tenta “salvar” uma jovem prostituta (Kat Dennings) que está no carro de um policial corrupto (Elias Koteas). Arthur se torna amigo da garota, ao mesmo tempo em que descobre uma rede de prostituição a qual o policial faz parte. 

É curioso notar que este filme pouco conhecido apresenta uma premissa parecida com o ótimo “Kick-Ass” que foi lançado no ano seguinte e fez grande sucesso. A diferença principal é que “Kick-Ass” colocava adolescentes nos papéis principais fazendo com o que filme chamasse a atenção do público jovem. Este “Defendor” mesmo com pitadas de comédia tem um foco muito mais para o drama. 

O protagonista vivido por Woody Harrelson é patético, ingênuo e totalmente sincero em suas atitudes. Conforme o roteiro detalha a vida do personagem, fica claro o porquê de sua luta fora do comum. 

O filme tem também algumas boas cenas de ação e sequências de violência. Como é habitual em seus trabalhos, a atuação de Woody Harrelson também é destaque.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

The Child in Time & Nas Profundezas do Mar Sem Fim

 


The Child in Time (The Child in Time, Inglaterra, 2017) – Nota 6,5
Direção – Julian Farino
Elenco – Benedict Cumberbatch, Kelly Macdonald, Stephen Campbell Moore, Saskia Reeves, Anna Madeley.

Em um segundo de distração, o escritor Stephen Lewis (Benedict Cumberbatch) se desespera ao perceber que sua filha de quatro anos desapareceu dentro do supermercado. O fato acaba com seu casamento com Julie (Kelly Macdonald). Quatro anos depois, Stephen não conseguiu voltar a escrever e ainda acredita que pode encontrar a filha. 

Este telefilme com menos de uma hora e meia de duração explora até com certa qualidade o sofrimento e a luta dos pais para tentar superar o desaparecimento da filha. Não espere investigação policial ou algo do gênero, o foco aqui é o drama puro. 

O roteiro ainda explora uma subtrama em que um amigo do protagonista que é editor e também político (Stephen Campbell Moore), toma uma decisão radical que é explicada apenas perto do final. Mesmo tendo uma certa ligação com o tema da infância, esta subtrama é estranha e sua motivação não convence por completo. 

É um filme triste e mediano, que vale pelas atuações sinceras do casal principal.

Nas Profundezas do Mar sem Fim (The Deep End of the Ocean, EUA, 1999) – Nota 6,5
Direção – Ulu Grosbard
Elenco – Michelle Pfeiffer, Treat Williams, Jonathan Jackson, Ryan Merriman, Whoopi Goldberg, John Kapelos, Tony Musante, Lucinda Jenney.

Beth (Michelle Pfeiffer) e Pat (Treat Williams) formam um casal feliz com filhos pequenos. Durante um evento em um hotel, Beth se descuida por segundos e um dos filhos desaparece sem deixar vestígios. A vida da família vira de ponta cabeça. Nove anos depois, um garoto (Ryan Merriman) chega na casa da família por um acaso e rapidamente Beth passa a acreditar ser seu filho desaparecido. 

Baseado em um best seller, este longa tem uma primeira parte mais interessante e também bem mais tensa e dramática. O sofrimento da personagem de Michelle Pfeiffer e as consequências na família são dolorosas. 

Quando surge o enigmático garoto que pode ser o filho, a trama se volta para uma questão familiar mais cansativa do que dramática. O roteiro deixa algumas situações pendentes e segue um caminho sem grandes surpresas no final. 

O resultado é bom, mas longe de ser um grande filme.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Low Tide

 


Low Tide (Low Tide, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Kevin McMullin
Elenco – Jaeden Martell, Keean Johnson, Alex Neustaedter, Daniel Zolghadri, Shea Whigham, Kristine Froseth, Mike Hodge.

Anos oitenta. Na região turística da Costa de Nova Jersey, Red (Alex Neustaedter), Alan (Keean Johnson) e Smithy (Daniel Zolghadri) costumar roubar casas de veraneio que estão vazias. 

Quando um sujeito solitário que mora em uma ilha falece, eles invadem a casa para descobrir se ele deixou algo de valor. 

Peter (Jaeden Martell), que é o irmão mais novo de Alan, desta vez se une ao grupo e encontra um saco cheio de moedas de ouro, fato que dá início a uma sucessão de mentiras e traições. 

O roteiro escrito pelo diretor estreante Kevin McMullin explora um espécie de subgênero que voltou a moda nos últimos anos colocando adolescentes como protagonistas de uma trama policial, suspense ou terror. 

McMullin também utiliza como ponto principal a questão da ganância, fator comum em muitos filmes policiais envolvendo roubos. 

A história não tem grande surpresas, mesmo as traições são esperadas, mas ainda assim é um filme que agrada como passatempo sem compromisso.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Piquenique na Montanha Misteriosa

 


Piquenique na Montanha Misteriosa (Picnic at Hanging Rock, Austrália, 1975) – Nota 7,5
Direção – Peter Weir
Elenco – Rachel Roberts, Helen Morse, Margareth Nelson, Dominic Guar, John Jarratt, Jacki Weaver, Anthony Llewellyn Jones, Anne Louise Lambert.

Victoria, Austrália, Dia dos Namorados em 1900. A diretora de um colégio de moças (Rachel Roberts) autoriza um passeio de um grupo de garotas e duas professoras em uma montanha próxima chamada Hanging Rock. O que seria um dia agradável, se torna desesperador quando três alunas e uma professora desaparecem sem deixar vestígios. 

Este longa que é a baseado em um livro de Joan Lindsey utiliza letreiros no início para induzir o espectador a acreditar que seja uma história real. Muitos citam isso em resenhas, porém existem relatos de que a história seria fruto da criatividade da autora, que teria utilizado experiências pessoais como inspiração. 

O diretor Peter Weir, que faria ótima carreira nos EUA com filmes como “A Testemunha”, "Caminho da Liberdade" e “O Show de Truman”, cria uma narrativa repleta de simbolismos, com momentos em que sonhos e realidade se confundem, deixando o espectador sem respostas concretas. 

O ponto principal é a questão da sexualidade reprimida, representada em várias sequências. Seja no desaparecimento das garotas, na forma opressora com que a diretora trata as alunas e as colegas, além da professora francesa (Helen Morse) e da aluna rebelde (Margareth Nelson) que deixam claras suas insatisfações e nas entrelinhas seus desejos. 

Em 2018 a história foi refilmada como uma minissérie de seis episódios.

domingo, 9 de agosto de 2020

I Am Mother

I Am Mother (I Am Mother, Austrália, 2019) – Nota 6,5
Direção – Grant Sputore
Elenco – Clara Rugaard, Hilary Swank, Rose Byrne, Luke Hawker.

No futuro, após uma espécie de apocalipse, um robô chamado de Mãe (voz de Rose Byrne e atuação de Luke Hawker) é o guardião de um laboratório onde estão preservados centenas de fetos humanos. Um feto é escolhido e nasce a garota batizada de Filha. 

Ao chegar na adolescência, Filha (Clara Rugaard) segue as orientações da Mãe entre um misto de medo e resignação. Acreditando que não existem mais humanos vivos, Filha é surpreendida quando uma mulher ferida (Hilary Swank) pede ajuda para entrar no local. 

Esta interessante ficção produzida na Austrália é uma parábola futurista sobre os conflitos comuns entre mães e filhas adolescentes. Os questionamentos da idade, a percepção de que a mãe não é a dona da verdade e a vontade de ser livre são exploradas mesmo tendo como personagens uma humana e um robô. 

O filme perde alguns pontos com o razoável final e principalmente pelos efeitos especiais ruins que são utilizados neste mesmo período. O resultado é um filme mediano e curioso.

sábado, 8 de agosto de 2020

Waves

 

Waves (Waves, EUA / Canadá, 2019) – Nota 8
Direção – Trey Edward Shults
Elenco – Kelvin Harrison Jr., Lucas Hedges, Sterling K. Brown, Taylor Russell, Renée Elise Goldsberry, Alexa Demie, Clifton Collins Jr., Vivi Pineda. 

Tyler (Kelvin Harrison Jr.) é um jovem de classe média que pretende ir para a universidade através de uma bolsa de luta greco-romana. Criado por uma madrasta liberal (Renée Elise Goldsberry) e um pai exigente (Sterling K. Brown), Tyler tem tudo para seguir em uma vida próspera, até que alguns obstáculos complicados surgem em seu caminho. Suas decisões afetarão seu futuro, a vida de seus pais e de sua irmã adolescente (Taylor Russell). 

O diretor e roteirista Trey Edward Shults foi muito elogiado pelo suspense “Ao Cair da Noite”, longa que eu considero superestimado e bastante inferior a este ótimo drama “Waves”. 

A saga da família é detalhada com uma sensibilidade comovente, em uma narrativa que divide a história em praticamente dois filmes, explorando a visão de mundo e os erros acertos dos irmãos vividos por Kelvin Harrison Jr. e Taylor Russell. 

A utilização das cores azul e vermelha nas imagens e os enquadramentos inusitados demonstram uma enorme criatividade por parte do diretor, que tem tudo para seguir uma bela carreira.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Os 13 Pecados & Nerve: Um Jogo sem Regras

 

Os 13 Pecados (13 Sins, EUA, 2014) – Nota 6,5

Direção – Daniel Stamm

Elenco – Mark Webber, Devon Graye, Ron Perlman, Tom Bower, Rutina Wesley, Pruitt Taylor Vince.

Após perder o emprego, Elliott (Mark Webber) não sabe o que fazer para cuidar da esposa grávida (Rutina Wesley) e do irmão que tem uma deficiência mental (Devon Graye). Ao receber um estranho telefonema em que uma voz diz que ele foi escolhido para participar de um jogo milionário, Elliott a princípio não acredita. 

Mesmo assim, após cumprir uma simples tarefa e comprovar que um valor foi depositado em sua conta, ele decide entrar no jogo que consiste em cumprir treze desafios. O que Elliott não imagina é que a cada etapa cumprida a voz cria uma desafio ainda mais bizarro. 

O roteiro deste filme B se aproveita de ideias de outros longas como “Jogos Mortais” e “Por Um Fio” para criar uma verdadeira saga de loucuras em que protagonista aceita participar em busca de uma fortuna. 

Os desafios são criativos, malucos e alguns sangrentos, com direito a habitual surpresa do gênero na parte final. Os vários furos na história são encobertos um pouco por esta criatividade nas sequências mais violentas. 

É um filme com falhas, mas que cumpre o que promete em relação a ação e o suspense.

Nerve: Um Jogo Sem Regras (Nerve, EUA, 2016) – Nota 6

Direção – Henry Joost & Ariel Schulman

Elenco – Emma Roberts, Dave Franco, Emily Meade, Miles Heizer, Juliette Lewis, Colson Baker, Kimiko Glenn, Marc John Jefferies.

A tímida adolescente Vee (Emma Roberts) decide participar de um jogo denominado “Nerve” após brigar com sua amiga Sydney (Emily Meade), que a considera acomodada. O problema é que o jogo obriga os participantes a cumprirem tarefas ousadas, sempre aumentando o perigo a cada novo desafio. 

Vee termina por cruzar o caminho de Ian (Dave Franco), que também participa do jogo. Os dois se unem, porém a garota não imagina que o jogo vai muito além dos desafios. 

Responsáveis pelos fracos “Atividade Paranormal 3 e 4”, a dupla de diretores Henry Joost e Ariel Schulman entrega aqui um filme melhor, claramente visando os jovens que vivem conectados em rede sociais e curtem jogos online. 

A ideia de transferir o jogo para a vida real é bastante interessante, criando suspense e ação em várias sequência. Por outro lado, o roteiro cria alguns exageros, entre elas a sequência do clímax. 

Por baixo desta capa do mundo digital, o filme esconde uma história clichê de adolescentes inseguras querendo mostrar algo diferente do que realmente são. 

A crítica ao lado negativo da tecnologia e o ódio nas redes sociais não tem grande aprofundamento, o foco principal é a correria e o suspense. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Um Crime para Dois

Um Crime para Dois (The Lovebirds, EUA, 2020) – Nota 5,5

Direção – Michael Showalter

Elenco – Kumail Nanjiani, Issa Rae, Paul Sparks, Anna Camp.

Após quatro anos morando juntos, Jibran (Kumail Nanjiani) e Leilani (Issa Rae) estão em crise, prestes a se separar. Um acidente com um sujeito de bicicleta e na sequência uma perseguição que termina em um assassinato cometido por um policial (Paul Sparks) transforma o casal em suspeitos do crime. Em apenas uma noite eles precisam provar que são inocentes. 

O diretor Michael Showalter e o ator Kumail Nanjiani repetem a parceria do superior “Doentes de Amor” neste longa que bebe na fonte das comédias policiais dos anos oitenta e noventa. 

O estilo falastrão de Kumail Nanjiani desta vez funciona apenas em parte, assim como o talento cômico de Issa Rae, muito por causa dos diálogos fracos e das situações que são mais agitadas do que engraçadas. 

O resultado é um filme facilmente esquecível.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Sr. Kaplan

Sr. Kaplan (Mr. Kaplan, Espanha / Uruguai / Alemanha, 2014) – Nota 7

Direção – Álvaro Brechner

Elenco – Hector Noguera, Nestor Guzzini, Rolf Becker, Nidia Telles, Nuria Fló. 

Jacobo Kaplan (Hector Noguera) é um senhor de setenta e seis anos que vive no Uruguai, mas que nasceu na Polônia e fugiu do país durante a Segunda Guerra Mundial. 

Por sofrer com alguns problemas da idade, seus filhos e sua esposa (Nidia Telles) contratam o ex-policial Wilson (Nestor Guzzini) para ser uma espécie de motorista particular. 

Quando Lottie (Nuria Fló), que é neta de Jacobo, conta para o avô que em uma praia próxima vive um alemão solitário, ele decide investigar o sujeito acreditando ser um criminoso nazista. 

Este simpático drama com pitadas de comédia explora temas como terceira idade, solidão e corrupção, além é claro das consequências de quem viveu a Segunda Guerra. 

As várias sequências na praia quase deserta são um destaque, assim como a ótima atuação de Hector Noguera. Com respostas afiadas para qualquer assunto, seu personagem é o típico idoso impossível de ser controlado pela família. 

É um filme agradável e ao mesmo tempo melancólico.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Big Time Adolescence

Amizade Adolescente (Big Time Adolescence, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Jason Orley
Elenco – Griffin Gluck, Pete Davidson, Emily Arlook, Jon Cryer, Julia Murney, Colson Baker, Sydney Sweeney, Oona Laurence, Thomas Barbusca.

Após ser dispensado pelo namorada Kate (Emily Arlook), o jovem Zeke (Pete Davidson) de dezessete anos continua amigo do irmão dela, o garoto Monroe de apenas nove.

Seis anos depois, Monroe (Griffin Gluck) é um adolescente que tem Zeke como seu melhor amigo. Engraçado, falador e vivendo como um adolescente ao vinte e três anos, Zeke é um espécie de tutor informal de Monroe, o que irrita o pai do garoto (Jon Cryer), com medo do filho seguir o mesmo caminho irresponsável.

Esta surpreendente comédia adolescente vai além das habituais festinhas e desencontros comuns ao gênero. O filme tem cenas engraçadas, outras bobas e uma trama que segue até para um linha mais séria em alguns momentos.

O roteiro explora o desenvolvimento adolescente através dos exemplos das pessoas com quem ele convive, a questão da aceitação por um grupo e a difícil transição para vida adulta. Destaque para a atuação de Pete Davidson, que protagoniza também o recente "O Rei de Staten Island".

A melancólica sequência final deixa claro que para alguns é quase impossível abandonar a adolescência. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

The Kid

The Kid (The Kid, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Vincent D’Onofrio
Elenco – Ethan Hawke, Dane DeHaan, Jake Schur, Leila George, Chris Pratt, Vincent D’Onofro, Adam Baldwin.

Novo México, 1880. O garoto Rio (Jake Schur) mata seu violento pai após este assassinar sua mãe e ameaçar sua irmã Sara (Leila George). 

Os irmãos fogem com medo da vingança do tio (Chris Pratt) e terminam por cruzar o caminho da quadrilha de Billy The Kid (Dane DeHaan), que também está sendo perseguido pelo xerife Pat Garrett (Ethan Hawke). 

O ator e aqui também diretor Vincent D”Onofrio utilizou personagens clássicos e reais do western americano como Billy The Kid e Pat Garrett para escrever uma história de ficção sobre um casal de irmãos que luta para sobreviver em um ambiente totalmente hostil. 

Ao mesmo tempo em que a ideia de colocar um garoto como personagem tão importante em meio aos dois ícones citados acima é interessante, por outro lado a atuação de Jake Schur deixa bastante a desejar. 

O “The Kid” do título serve tanto para o bandido Billy como para o garoto Rio.

domingo, 2 de agosto de 2020

Frankie

Frankie (Frankie, França / Portugal, 2019) – Nota 6
Direção – Ira Sachs
Elenco – Isabelle Hupert, Brendan Gleeson, Marisa Tomei, Greg Kinnear, Jeremie Renier, Pascal Greggory, Sennia Nanua, Ariyon Bakare, Vinette Robinson.

A famosa atriz Frankie (Isabelle Hupert) reúne sua família para passar as férias na histórica cidade de Sintra em Portugal. 

Aos poucos e de forma lenta, conhecemos cada personagem, seus problemas pessoais, parte de sua história de vida e o motivo da viagem. 

O roteiro escrito pelo diretor Ira Sachs explora uma coletânea de diálogos dos personagens em meio as paisagens turísticas da cidade. Não existe uma história, parece mais uma sequência de sessões de terapia ao ar livre. 

O final aberto e simbólico tenta mostrar que cada pessoa escolhe seu caminho, as vezes de uma forma bem diferente de quem está a seu lado.

sábado, 1 de agosto de 2020

A Missão & Hábito Negro


A Missão (The Mission, Inglaterra / França, 1986) – Nota 8
Direção – Roland Joffé
Elenco – Robert De Niro, Jeremy Irons, Ray McNally, Aidan Quinn, Liam Neeson, Cherie Lung, Ronald Pickup, Chuck Low.

No final do século XVIII, a América do Sul era disputada por colonizadores espanhóis e portugueses. Em uma missão jesuíta, o padre espanhol Gabriel (Jeremy Irons) luta para catequizar os índios, enfrentando ainda a pressão dos portugueses.

Neste contexto, um determinado episódio faz o mercador de escravos Mendoza (Robert De Niro) se converter a religião e se tornar defensor dos índios que ele caçava anteriormente. A história é narrada por Altamirano (Ray McNally), que foi enviado pelo coroa portuguesa para analisar e julgar se os jesuítas deveriam voltar para a Espanha ou ficar entre os índios.

Baseado em uma história real, este longa que venceu a Palma de Ouro em Cannes é um relato cru da relação entre jesuítas e índios durante a colonização da América do Sul. Mesmo com os personagens indígenas sendo mero coadjuvantes, isso não diminui a força da história que mostra os jesuítas como homens divididos entre a fé e a obrigação de catequizar os índios perante aos ordens de seu rei.

Além das ótimas atuações de Robert De Niro e Jeremy Irons, são destaques a marcante trilha sonora de Ennio Morricone e a belíssima fotografia de Chris Menges.

Mesmo ainda estando na ativa, os melhores trabalhos do diretor Roland Joffé foram em sequência nos anos oitenta, começando com “Os Gritos do Silêncio” que focava na ditadura do Pol Pot no Camboja, passando por este “A Missão” e chegando ao “Início do Fim” sobre o projeto da bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.

Hábito Negro (Black Robe, Canadá / Austrália / EUA, 1991) – Nota 7
Direção – Bruce Beresford
Elenco – Lothaire Bluteau, Aden Young, Sandrine Holt, August Schellenberg, Tantoo Cardinal.

Quebec 1634. Em uma pequena vila à beira mar, uma missão jesuíta francesa tenta catequizar uma tribo de índios. Pensando em expandir a “Palavra de Deus”, o jovem padre Laforgue (Lothaire Bluteau) é escoltado por um grupo de índios e também pelo francês Daniel (Aden Young) para atravessar um região selvagem e chegar até o local isolado onde vive uma outra tribo. Pelo caminho eles enfrentarão inimigos e passarão a acreditar que Laforgue é um demônio. 

Apesar de ser baseado um livro de ficção, a trama tem como premissa a história real da colonização francesa no Canadá, que na época recebeu pelos colonizadores o nome de Nova França. 

O roteiro explora a questão das enormes diferenças culturais, principalmente em relação a religião. A arrogância de alguns jesuítas querendo impor seu Deus aos índios que tinham suas próprias crenças geraram desavenças e violência. 

Os conflitos entre as tribos também é outro tema do longa, resultando em sequências violentas, inclusive de rituais. As locações nas geladas florestas canadenses é outro ponto positivo. 

É um bom filme indicado para quem gosta de histórias sobre colonização e religião.