quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Crimes de Paixão

Crimes de Paixão (Crimes of Passion, EUA, 1984) – Nota 7
Direção – Ken Russell
Elenco – Kathleen Turner, Anthony Perkins, John Laughlin, Annie Potts, Bruce Davison.

Nesta semana o cinema perdeu o veterano diretor inglês Ken Russell, responsável por filmes como "Viagens Alucinantes" e a ópera-rock "Tommy".

Como homenagem, comento um de seus filmes mais polêmicos, o drama "Crimes de Paixão".

Joanna Crane (Kathleen Turner) é uma estilista renomada durante o dia, porém a noite se transforma na prostituta China Blue. Usando um peruca loira, roupas sensuais e uma atitude provocante, China realiza seus desejos neste papel. Sua vida oculta se complica quando um cliente (John Laughlin), que está insatisfeito no casamento, se apaixona por China e descobre seu segredo. Além disso, ela é perseguida por um religioso completamente maluco (Anthony Perkins). 

Sem dúvida, o destaque do filme são as ousadas cenas de sexo simulado que a atriz Kathleen Turner protagoniza sem inibição, situação que muitas estrelas não aceitariam, principalmente se estivessem no auge da fama e da beleza como era o caso dela. 

O roteiro mistura temas polêmicos como sexo, religião, fanatismo e culpa, principalmente nos diálogos entre a prostituta e o personagem de Anthony Perkins, que ficou marcado pelo papel em “Psicose” e passou boa parte da carreira interpretando sujeitos desajustados. O ponto fraco é o canastrão John Laughlin como o sujeito dividido entre a esposa frígida e a prostituta fogosa.

Como curiosidade, a outrora bela Kathleen Turner, hoje está irreconhecível.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Chamado 1 & 2

O Chamado (The Ring, EUA, 2002) – Nota 7
Direção – Gore Verbinski
Elenco – Naomi Watts, Martin Henderson, David Dorfman, Brian Cox, Jane Alexander, Lindsay Frost, Sara Rue, Shannon Cochran, Amber Tamblyn, Daveigh Chase, Adam Brody.

A jornalista Rachel (Naomi Watts) decide investigar a morte da sobrinha e acaba chegando a uma misteriosa fita de vídeo, a qual quem a assiste acaba morrendo sete dias depois. O suspense começa seu filho (David Dorfman) assiste ao vídeo e deixa Rachel desesperada, precisando descobrir como se livrar da maldição.

Competente suspense dirigido por Gore Verbinski, porém inferior ao original japonês filmado em 1998. Os destaques assim como na versão original, são o clima assustador, o espírito de Samara a ‘garota do poço”, além das sinistras imagens da fita de vídeo.


O Chamado 2 (The Ring Two, EUA, 2005) – Nota 4
Direção – Hideo Nakata
Elenco – Naomi Watts, Simon Baker, David Dorfman, Elizabeth Perkins, Gary Cole, Sissy Spacek, Ryan Merriman, Emily VanCamp, Kelly Overton, Daveigh Chase

Esta desnecessária continuação começa até bem, com um jovem casal (Ryan Merriman e Emily VanCamp) prontos para assistir a fita com a maldição de Samara, mas depois deste prólogo o filme vai por água abaixo. 

Logo em seguida mãe e filho (Naomi Watts, e David Dorfman) que sobreviveram ao primeiro filme (refilmagem americana), descobrem que o fantasma de Samara os encontrou e que deseja possuir o corpo do garoto, ou seja, a base da trama original que é sobre a maldição da fita se transforma numa versão vagabunda de “O Exorcista”, com um roteiro cheio de furos e o desperdício de bons atores como Gary Cole, Elizabeth Perkins e até a ótima Sissy Spacek em papéis secundários sem qualquer sentido. 

Se o primeiro já era inferior ao original japonês, este fica a quilômetros de distância, mesmo tendo na direção o mesmo Hideo Nakata que comandou o filme original.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Caça às Bruxas

Caça às Bruxas (Season of the Witch, EUA, 2011) – Nota 6
Direção – Dominic Sena
Elenco – Nicolas Cage, Ron Perlman, Stephen Campbell Moore, Stephen Graham, Ulrich Thomsen, Claire Foy, Robert Sheehan, Christopher Lee, Brian F. O’Byrne.

Durante as Cruzadas, dois soldados do Vaticano, Behmen (Nicolas Cage) e Felson (Ron Perlman) abandonam a luta após um massacre contra mulheres e crianças. Após vagarem pela Europa, acabam sendo presos em uma cidade assolado pela peste negra. Antes de serem executados, recebem uma proposta do Cardeal (Christopher Lee) que está a beira da morte. Os dois devem levar uma jovem acusada de bruxaria (Clair Foy) para uma local nas montanhas onde monges deverão julgá-la. Os religiosos acreditam que ela trouxe a peste para a cidade. A dupla inicia a perigosa viagem junto com um padre (Stephen Campbell Moore), um soldado (Ulrich Thomsen) e um guia (Stephen Graham).

Apesar de ser outro filme estrelado por Nicolas Cage massacrado pela crítica, nem tudo se perde neste longa que mistura aventura e terror. Os pontos altos são o clima de suspense bem colocado em algumas sequências, principalmente nas cenas da floresta, o ótimo prólogo que deixava a impressão de ser um bom filme e a premissa interessante. 

O problema é que algumas coisas deixam a desejar, como a direção de Dominic Sena, que assim como em “60 Segundos’ e “A Senha: Swordfish”, acerta na parte técnica, mas comanda um desenrolar frouxo da história, utilizando um roteiro que não soube a explorar a boa premissa e personagens interessantes como o guia picareta de Stephen Graham, além de colocar na boca de Ron Perlman algumas falas engraçadinhas que destoam do conteúdo e da época em que a história se passa. 

O resultado é um filme que pode divertir numa sessão despretensiosa sem grandes exigências.

domingo, 27 de novembro de 2011

Red State

Red State (Red State, EUA, 2010) – Nota 7,5
Direção – Kevin Smith
Elenco – Michael Parks, John Goodman, Michael Angarano, Melissa Leo, Stephen Root, Kerry Bishé, Kyle Gallner, Nicholas Braun, Jennifer Schwalbach Smith, Kevin Pollak, Matt Jones.

Numa pequena cidade do meio-oeste americano, três jovens colegiais (Michael Angarano, Kyle Gallner e Nicholas Braun) marcam encontro pela internet com uma mulher que diz querer fazer sexo com três garotos ao mesmo tempo. Os jovens seguem para o afastado Condado de Coopers Dell e pelo caminho batem em um carro estacionado na estrada, antes de encontrar a mulher (Melissa Leo) os esperando na porta de um trailer. O que seria uma diversão, se torna pesadelo quando os jovens são drogados e transformados em prisioneiros na Igreja das Cinco Pontas, liderada pelo pastor Abin Cooper (Michael Parks). 

Esta incursão de Kevin Smith num gênero completamente diferente das comédias que está habituado a dirigir, é uma interessante surpresa. Mesmo que não seja um grande filme, o roteiro de Kevin Smith mexe com temas espinhosos mostrando absurdos de todos os lados, começando com a igreja fundamentalista que prega o extermínio dos homossexuais e outros que sejam considerados pervertidos, passando pela ineficência do xerife local, que por sinal guarda um segredo e chegando aos exageros perpretados pelo FBI para cumprir ordens de algum burocrata do governo que resolve transformar um inimigo religioso em terrorista. 

Mesmo optando pela ação brutal na segunda parte do filme, esta escolha critica atitudes similares do governo americano em situações reais, como o caso da Igreja do Ramo Davidiano em Waco, Texas, quando os agentes do governo massacraram os seguidores do maluco David Koresh, com o detalhe desta atitude ter acontecido antes de 11 de Setembro e da criação do chamado “Ato Patriótico”, que oficializou a desculpa para o governo americano transformar seus inimigos em terroristas. 

Outro destaque do filme é o elenco, principalmente as grandes interpretações de Michael Parks como o pastor hábil nas palavras e no carisma e Melissa Leo como a seguidora fiel, que aceita todas as palavras do pastor como se viessem de Deus. Uma das melhores sequências é o sermão catártico do personagem de Parks, que cita o tsunami na Tailândia e o furacão Katrina em New Orleans como castigos de Deus as cidades do pecado. 

Como curiosidade, Michael Parks era um ator basicamente de tv, que estava esquecido quando foi redescoberto por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez e teve a chance de trabalhar em “Um Drink no Inferno” e “Kill Bill”. 

sábado, 26 de novembro de 2011

Os Novos Centuriões & Os Rapazes do Coro


Os Novos Centuriões (The New Centurions, EUA, 1972) – Nota 7
Direção – Richard Fleischer
Elenco – George C. Scott, Stacy Keach, Jane Alexander, Scott Wilson, Erik Estrada, Rosalind Cash, Clifton James, James B. Sikking.

O policial Roy (Stacy Keach) é um novato idealista que estuda Direito pensando se tornar advogado ou até promotor. Seu parceiro é o veterano Kilvinski (George C. Scott), sujeito que já vivenciou muitas situações dentro da policia e não acredita em ideais. Aos poucos Roy percebe que não tem como dividir seu trabalho com a vida de pessoal, tendo de escolher um caminho. 

Este interessante drama policial é baseado num livro de Joseph Wambaugh, que no ano seguinte levaria suas histórias para tv na série “Police Story”que teve cinco temporadas. Alguns pontos de destaque do filme são o relacionamento inter-racial entre os personagens de Stacy Keach e de Rosalind Cash, além da participação de Erik Estrada antes do sucesso no seriado “ChiPs”  

Os Rapazes do Coro (The Choirboys, EUA, 1977) – Nota 5
Direção – Robert Aldrich
Elenco – Charles Durning, James Woods, Don Stroud, Louis Gossett Jr, Stephen Macht, Tim McIntire, Perry King, Randy Quaid, Clyde Kusatsu, Burt Young, Charles Haid, Robert Webber.

Considerado o pior filme da carreira do grande Robert Aldrich (“Os Doze Condenados”, “Assim Nascem os Heróis”) este longa baseado num livro de Joseph Waumbaugh, mistura comédia e policial,  recheado de sequências bizarras. 

A história segue o dia a dia de vários policiais de um delegacia de Los Angeles, que se metem em situações constrangedoras e participam de reuniões regadas a bebidas, mulheres e lamentações sobre a vida. 

Uma obra diferente e completamente estranha na filmografia de Aldrich. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Caindo na Real

Caindo na Real (Reality Bites, EUA, 1994) – Nota 6,5
Direção – Ben Stiller
Elenco – Winona Ryder, Ethan Hawke, Ben Stiller, Janeane Garofalo, Steve Zahn, John Mahoney, Swoosie Kurtz, Joe Don Baker, Renee Zellweger.

Após terminarem a universidade, quatro amigos precisam encarar a vida real e suas dificuldades. Lelaina (Winona Ryder) foi a oradora da turma e está filmando um documentário sobre a vida dos amigos, que são Troy (Ethan Hawke), o único que não se formou e com seu jeito rebelde vive mudando de emprego. Vickie (Janeane Garofalo) se tornou vendedora em uma loja de departamento e o certinho Sammy (Steve Zahn) também procura seu caminho. Por acaso, Lelaina se envolve com o yuppie Michael (Ben Stiller), que pode ajudar a lançar o documentário da jovem, o que causa ciúme em Troy e abala a amizade do grupo. 

Este longa foi a estréia de Ben Stiller na direção e tem uma boa premissa ao retratar as incertezas dos jovens que se formavam nos anos noventa e precisavam enfrentar um mercado de trabalho em mudança, além de seus problemas com relação a amor e família. 

O problema do filme é que o roteiro não se aprofunda nestes temas e acabam focando apenas no triângulo amoroso entre Winona, Hawke e Stiller, deixando de lado os demais personagens a partir da segunda metade do longa. 

Os destaques são a química entre Winona Ryder e Ethan Hawke e a ótima trilha sonora com músicas de sucesso da época. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Última Noite

A Última Noite (25th Hour, EUA, 2002) – Nota 7,5
Direção – Spike Lee
Elenco – Edward Norton, Philip Seymour Hoffman, Barry Pepper, Rosario Dawson, Anna Paquin, Brian Cox.

O traficante Monty Brogan (Edward Norton) foi condenado a sete anos de cadeia e tem apenas um dia para aproveitar e reavaliar sua vida, antes de se apresentar na prisão para cumprir a pena. 

Nesta jornada, Monty tenta aparar arestas de sua vida, como o relacionamento com o pai (Brian Cox) um bombeiro aposentado hoje dono de um pub, que não se conforma com a escolha do filho e a dúvida se foi sua namorada (Rosario Dawson) quem o delatou para o polícia. Além disso, seus dois melhores amigos, Frank (Barry Pepper) e Jacob (Philip Seymour Hoffman) tentam dar uma feliz noite de despedida ao amigo. 

Este longa foi o primeiro filmado nas ruas de Nova York após os atentados de 11 de Setembro, com Spike Lee utilizando o cenário natural da cidade, inclusive o Marco Zero do World Trade Center, para contar uma história triste de reflexão sobre erros cometidos. 

Além do clima melancólico e a direção segura de Lee, outro ponto de destaque é a atuação do elenco, principalmente o trio, com Edward Norton criando um personagem que acaba aceitando ter de pagar pelos erros, Barry Pepper como o yuppie que pensa apenas em diversão e Philip Seymour Hoffman como o sujeito preocupado com a situação do amigo. 

Uma cena que chama a atenção é quando o personagem de Norton tem um monólogo na frente de um espelho e após uma explosão de ódio, aceita que ele é único culpado pela própria situação. 

Um trabalho de Spike Lee um pouco diferente de sua filmografia normal, mas que vale a sessão.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

E Estrelando Pancho Villa

E Estrelando Pancho Villa (And Starring Pancho Villa as Himself, EUA, 2003) – Nota 7,5
Direção – Bruce Beresford
Elenco – Antonio Banderas, Eion Bailey, Alan Arkin, Jim Broadbent, Matt Day, Michael McKean, Colm Feore, Alexa Davalos, Anthony Stewart Head, Kyle Chandler, Saul Rubinek, Pedro Armendariz Jr, Damian Alcazar.

Em 1914, o revolucionário mexicano Pancho Villa (Antonio Banderas) passava por dificuldades financeiras para conseguir armas e continuar lutando contra o governo mexicano. Sabendo de sua popularidade nos Estados Unidos, ele oferece os direitos de filmagem de sua vida e da revolução para quem pagar 25 mil dólares em outro e mais 20% do lucro. 

O famoso produtor D. W. Griffith (Colm Feore) envia o jovem Frank Thaye (Eion Bailey) para negociar os direitos. A princípio decide-se filmar as batalhas entre revolucionários e soldados do governo, porém pela dificuldade em captar boas cenas, Villa aceita encenar as cenas de batalha utilizando seus homens como atores, desde que fosse enviada uma equipe de filmagem com um diretor profissional. 

Esta história maluca é baseada em fato real que resultou no filme “The Life of General Villa” de 1914. O produtor D. W. Griffith responsável pelo clássico “O Nascimento de uma Nação” também de 1914, era um dos magnatas do cinema à época e bancou toda a aventura. 

A produção de 2003 é da HBO, que gastou 30 milhões de dólares no filme, transformando no maior orçamento da história dos filmes para tv até aquele ano. 

O filme é interessante, mistura boas cenas de ação, com uma história inusitada, com pitadas de comédia e um pouco de crítica social. 

Tem ainda como destaque a interpretação de Antonio Banderas, que lhe valeu uma indicação ao Globo de Ouro. Banderas cria um Pancho Villa que luta pelo seu povo, mas acredita ser uma estrela, aproveitando bem a chance de ficar ainda mais famoso ao protagonizar o filme.   

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Jogos Mortais V, VI e Final


Jogos Mortais V (Saw V, EUA, 2008) – Nota 5,5
Direção – David Hackl
Elenco – Tobin Bell, Costas Mandylor, Scott Patterson, Betsy Russell, Mark Rolstom, Julie Benz, Meagan Good, Greg Bryk.

Jigsaw (Tobin Bell) morreu, mas deixou como discípulo o policial Hoffman (Costas Mandylor), que ao final do longa anterior forjou a salvamento de um menina para se transformar em herói. Ele não contava que o agente Strahm (Scott Patterson) também conseguisse se salvar das armadilhas de Jigsaw. Em recuperação, o agente Strahn é afastado do caso, mas desconfiado resolve investigar por conta própria e descobre que Hoffman pode ser o parceiro oculto de Jigsaw. Em paralelo, um outro grupo de cinco pessoas que não se conhecem, mas tem alguma ligação entre si, acorda preso dentro de um local repleto de armadilhas mortais. 

Comparado aos filmes anteriores, este é o mais fraco. Tem um roteiro ruim, onde até mesmo a reviravolta final não traz supresas. O elenco é o mais fraco também, principalmente por deixar grande parte das cenas com o canastrão Costas Mandylor. Até mesmo a criatividades das mortes parece estar acabando. Como ponto interessante, as cenas que explicam a ligação de Jigsaw com o policial Hoffman e o carisma sinistro do próprio Jigsaw.

Jogos Mortais VI (Saw VI, Canadá / EUA /  Inglaterra / Austrália, 2009) – Nota 6
Direção – Kevin Greutert
Elenco – Tobin Bell, Costas Mandylor, Mark Rolston, Betsy Russell, Shawnee Smith, Peter Outerbrige, Athena Karkanis, Samantha Lemole, George Newbern.

O policial Hoffman (Costas Mandylor) acredita estar chegando ao fim a missão que Jigsaw (Tobin Bell) deixou para ele após morrer. Porém Jigsaw deixou também uma caixa com instruções pa sua mulher Jill (Betsy Russell). Além disso, o chefe de polícia Erickson (Mark Rolston) investiga os crimes de Jigsaw e acredita que exista um cúmplice. Em paralelo, o executivo William Easton (Peter Outerbdrige) é a nova vítima dos jogos macabros de Jigsaw, tendo de passar por alguns desafios para tentar salvar algumas pessoas, entre elas sua esposa e filho. 

Esta continuação é um pouco melhor que a parte V, tendo um roteiro mais interessante (apesar dos absurdos) e criatividade nos jogos que o personagem do executivo precisa enfrentar. O filme também tem duas sequências que estão entre as mais sangrentas de toda a série, a angustiante disputa inicial entre um homem e uma mulher e a sequência final dentro de uma jaula.  

Jogos Mortais – O Final (Saw 3D, EUA, 2010) – Nota 5
Direção – Kevin Greutert
Elenco – Tobin Bell, Costas Mandylor, Betsy Russell, Cary Elwes, Sean Patrick Flanery, Chad Donella, Gina Holden.

O policial Hoffman (Costas Mandylor) conseguiu sobreviver a armadilha de Jill (Betsy Russell), a esposa de Jigsaw (Tobin Bell) e passa a persegui-la, além de ter ainda uma missão a completar. O alvo é o escritor Bobby Dagen (Sean Patrick Flanery) que escreveu um livro sobre como escapou das armadilhas de Jigsaw e está lucrando com o fato, porém sua história é uma grande mentira. 

Alardeado pelos produtores que seria o capítulo final, este longa é na minha opinião o pior da série. Ele tem uma sequência inicial sem ligação alguma com a história, para em seguida o roteiro criar uma verdadeira salada russa com direito a uma sessão de terapia entre os sobreviventes de Jigsaw e a inclusão totalmente sem sentido de um personagem policial da corregedoria que seria rival de Hoffman. 

Além disso, os produtores trouxeram de volta o personagem de Cary Elwes, um dos protagonistas do filme original e ainda deixaram um gancho para mais um filme. O boato é que os produtores do original, James Wan e Leigh Whannell (que também foi ator no original) desejam produzir mais um filme para encerrar a série de verdade. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Chaga de Fogo

Chaga de Fogo (Detective Story, EUA, 1951) – Nota 8
Direção – William Wyler
Elenco – Kirk Douglas, Eleanor Parker, William Bendix, Cathy O'Donnell, Craig Hill, George Macready, Joseph Wiseman, Lee Grant, Gerald Mohr.

Este drama policial se passa durante um dia inteiro em uma delegacia. O personagem principal é o detetive durão James McLeod (Kirk Douglas), que carrega o ódio contra seu pai que fora uma bandido e por este motivo é impiedoso com as pessoas que praticaram algum crime, não interessando a gravidade. 

Neste dia várias situações chegam a delegacia, em sua maioria pequenos delitos, porém o assunto principal é a obsessão de McLeod em prender um médico (George Macready) que é acusado de ter provocado a morte de várias jovens grávidas. A situação é ainda mais complicada por causa de um segredo do passado entre o médico e a esposa de McLeod, a bela Mary (Eleanor Parker). 

Seguindo o estilo noir, o grande diretor William Wyler acerta em cheio na história de segredos e traumas do passado que influenciam o presente dos personagens, tendo com ponto principal a interpretação de Kirk Douglas. 

Um ótimo filme que em alguns momentos lembra um teatro filmado no melhor sentido do estilo e em outros parece um documentário policial. 

domingo, 20 de novembro de 2011

O Portal do Paraíso

O Portal do Paraíso (Heaven’s Gate, EUA, 1980) – Nota 8
Direção – Michael Cimino
Elenco – Kris Kristofferson, Christopher Walken, Isabelle Hupert, John Hurt, Sam Waterston, Jeff Bridges, Brad Dourif, Richard Masur, Terry O’Quinn, Joseph Cotten, Geoffrey Lewis, Mickey Rourke, Paul Koslo, Robin Bartlett, Tom Noonan.

Este grandioso filme de Michael Cimino está entre as obras mais malditas da história do cinema. A história das filmagens e a vida de Cimino são uma verdadeira novela. Para comentar todos os fatos, precisarei me alongar um pouco no texto.

Tudo começou no início de 1979 quando o trabalho anterior de Cimino, “O Franco Atirador” foi o grande vencedor do Oscar e a crítica especializada o transformou quase em gênio. Com todas as portas de Hollywood abertas, Cimino assinou um contrato com a United Artists para filmar “O Portal do Paraíso”. O que Cimino acreditava ser o filme de sua vida, resultou num fracasso monumental e levou a United Artists a falência, companhia que renasceria dois anos depois ao ser comprada pela MGM. 

O longa começa em 1870 mostrando uma suntuosa formatura em Harvard, onde os amigos James Averill (Kris Kristofferson) e Billy Irvine (John Hurt) comemoram o início de uma nova vida. Esta sequência inicial tem cerca de vinte minutos e utiliza centenas de figurantes, começando num espécie de desfile na rua, passando pelo discurso do Reverendo (o veterano Joseph Cotten) e finalizando com uma valsa nos jardins da universidade. 

Em seguida o filme pula vinte anos e mostra os protagonistas em situação bem diferente, vivendo no Estado do Wyoming. Averill é o xerife do pequeno Condado de Johnson, onde a maioria dos moradores são imigrantes eslavos, enquanto Billy se tornou alcoólatra e faz parte da Associação dos Criadores de Gado, onde o líder chamado Canton (Sam Waterston) tem o apoio do governo para destruir o Condado e matar os imigrantes, alegando que estes roubam seus rebanhos. 

No meio desta luta de classes está Nate Champion (Christopher Walken), descendente de imigrantes que trabalha para a Associação oprimindo seus semelhantes. Em paralelo, Averill e Nate disputam o amor da prostituta Ella (a francesa Isabelle Huppert). 

O roteiro do próprio Cimino contém todos os elementos que poderiam transformar o filme num clássico, como uma disputa por amor, a luta de classes e a violência, tendo conseguido ao mesmo tempo criar um filme marcante e pretensioso ao extremo. Deixando de lado as polêmicas com o estouro do orçamento, a construção de grandes cenários no meio do nada e as disputas entre Cimino, a equipe técnica e os produtores, fica claro o talento do diretor na sequência inicial na univesidade, no roteiro crítico recheado de bons diálogos e no violento confronto entre os homens da associação e os imigrantes. 

É um ótimo filme que tinha tudo para ser sensacional se tivesse um montagem mais enxuta, porém o ego de Cimino o fez montar a obra com 216 minutos (mais de três horas e meia de exibição). Esta versão (que eu assisti) foi execrada logo na primeira exibição aos críticos e os produtores remontaram o filme em 149 minutos e o lançaram nos cinemas, o que piorou a situação. Quem assistiu esta versão cortada diz que o filme ficou totalmente confuso, principalmente porque foi montada à revelia de Cimino. 

O fracasso transformou Cimino num maldito, que quando teve novas chances de dirigir foi obrigado a seguir regras rígidas sobre o orçamento, mas mesmo assim fez ainda bons filmes como “O Ano do Dragão” e “Horas de Desespero”, os dois protagonizados por Mickey Rourke. 

Como curiosidade, no final dos anos noventa ele veio ao Brasil com o produtor  Ilya Salkind (do clássico “Superman) com um projeto para filmar um longa sobre o descobrimento do Brasil com o título de “Gonçalo”, que deveria ser lançado em 2000 para comemorar os 500 anos do país, porém o projeto nunca saiu do papel. 

Para finalizar a novela da vida de Cimino, descobri há pouco tempo que após abandonar o cinema (seu último trabalho foi “Na Trilha do Sol”em 1996), ele se tornou escritor, mora em Paris e quase aos setenta anos de idade fez uma operação de mudança de sexo. Realmente uma notícia totalmente maluca para finalizar uma biografia fora do comum.

sábado, 19 de novembro de 2011

Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador

Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (What’s Eating Gilbert Grape, EUA, 1993) – Nota 7,5
Direção – Lasse Hallstrom
Elenco – Johnny Depp, Leonardo DiCaprio, Juliette Lewis, Laura Harrington, Mary Steenburgen, Darlene Cates, Kevin Tighe, John C. Reilly, Crispin Glover, Mary Kate Schellhart.

Na pequena cidade de Endora, Gilbert Grape (Johnny Depp) trabalha numa mercearia simples e cuida do irmão Arnie (Leonardo DiCaprio) que tem problemas mentais. Os irmãos moram com duas irmãs e a mãe (Darlene Cates) que após o suicídio do marido se entregou a comida, ficou obesa e passa seus dias sentada no sofá. Tendo de ser o homem da casa, Gilbert dedica sua vida a cuidar do irmão e da mãe, até quando a jovem Becky (Juliette Lewis) e sua avó são obrigadas a ficar na cidade alguns dias para consertar o trailer que viajavam. Becky desperta em Glbert sentimentos por uma vida diferente e mostra que ele pode realizar seus sonhos. 

O sueco Lasse Hallstrom capta com sensibilidade a melancólica vida numa pequena cidade americana, onde as perspectivas de mudança são quase nulas e quando algo diferente acontece, mexe com todos os moradores. No filme a chegada de um hipermercado e de uma lanchonete se tornam eventos. Além desta perspectiva, o roteiro ainda mostra as dificuldades de pessoas diferentes, como o garoto deficiente e a mãe obesa e como isso afeta o restante da família. 

Johnny Depp está bem como sempre, mas o destaque é Leonardo DiCaprio, que se transforma em outra pessoa para criar o agitado Arnie. Como curiosidade, Depp e o diretor Hallstrom voltaram a trabalhar juntos no drama “Chocolate”. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bombas - Filmes com Psicopatas

De volta a seção Bombas, desta vez destaco um tipo de filme que é quase um subgênero dentro do suspense. Os filmes com psicopatas já renderam grandes obras como "O Silêncio dos Inocentes" e o clássico "O Mensageiro do Diabo", mas também um imensa quantidade de filmes B, além de longas que contavam com nomes famosos no elenco e na direção, mas que fracassaram merecidamente.


Nunca Fale com Estranhos (Never Talk to Strangers, EUA / Canadá / Alemanha, 1995) – Nota 5
Direção – Peter Hall
Elenco – Rebecca De Mornay, Antonio Banderas, Dennis Miller, Len Cariou, Harry Dean Stanton, Eugene Lipinski, Martha Burns, Beau Starr.

Sarah Taylor (Rebecca De Mornay) é uma psiquiatra que precisa analisar se um sujeito condenado tem ou não problemas mentais. Durante o processo, ela conhece em um mercado o enigmático Tony Ramirez (Antonio Banderas), com quem se envolve rapidamente. Os problemas começam quando Sarah acredita estar sendo perseguida, mas não sabe o porquê.

Fica difícil escrever mais sobre esta confusa trama que tem um roteiro cheio de furos e onde alguns personagens desaparecem sem explicação. Foi estranha a escolha do inglês Peter Hall para direção, que na época já tinha sessenta e cinco anos e pouco filmes no currículo, em sua maioria trabalhos para a tv. Foi por escolhas como esta que Rebecca De Mornay nunca se firmou na carreira.

Medo (Fear, EUA, 1996) – Nota 5,5
Direção – James Foley
Elenco – Mark Wahlberg, Reese Witherspoon, William Peterson, Alyssa Milano, Amy Brenneman, Christopher Gray.

Em Seattle, a família Walker vive tranquilamente até que a filha Nicole (Reese Whiterspoon) começa a namorar com David (Mark Wahlberg). Aos poucos David se mostra violento e ameaça a paz do casal, fazendo com que o pai Steve (William Petersen) e a mãe Laura (Amy Brenneman) fiquem perdidos sem saber como ajudar a filha. 

O diretor James Foley tem melhores filmes em seu currículo, como “Caminhos Violentos” e “O Sucesso a Qualquer Preço”, sendo que aqui entrega um suspense com roteiro previsível e cara filme para tv. Apesar do elenco hoje famoso, Reese Whiterspoon que faz a mocinha apaixonada não se destaca e Mark Wahlberg estava apenas começando na carreira, longe de ser o bom ator que é hoje em dia. 

O Observador (The Watcher, EUA, 2000) – Nota 5
Direção – Joe Charbanic
Elenco – James Spader, Keanu Reeves, Marisa Tomei, Ernie Hudson, Chris Ellis.

O detetive Campbell (James Spader) deixou o psicopata Griffin (Keanu Reeves) escapar e se culpa pelo fato. Uma segunda chance aparece quando Griffin volta a atacar utilizando a mesma tática anterior. Ele tira várias fotos de sua próxima vítima e envia ao detetive Campbell que tem pouco tempo para localizar a pessoa antes dela ser assassinada. Campbell fica ainda mais obcecado em prender o maluco quando este lhe envia fotos de sua terapeuta (Marisa Tomei), que será seu próximo alvo. 

A premissa é até interessante, porém quase todo o restante do filme é equivocado. O roteiro é fraco e previsível, a trilha sonora irritante e os bastidores foram confusos. A bagunça começou porque Keanu Reeves assinou o contrato para estrelar o filme acreditando que seria um trabalho independente de baixo orçamento e ajudaria a carreira de diretor do seu amigo Joe Charbanic, porém o projeto foi vendido para a Universal, que contratou atores com salários maiores que o de Reeves, que não pode rescindir o contrato e por isso se negou a divulgar o filme. O resultado ficou claro nas telas e manteve o diretor Charbanic no ostracismo, já que este acabou sendo seu único filme. 

Mata-me de Prazer (Killing me Softly, EUA / Reino Unido, 2002) – Nota 5,5
Direção – Chen Kaige
Elenco – Heather Graham, Joseph Fiennes, Natascha McElhone, Ultich Thomsen, Ian Hart.

A jovem Alice (Heather Graham) vive em Londres tranquilamente com o namorado, até que numa certa manhã cruza com o enigmático alpinista Adam Tallis (Joseph Fiennes), com quem embarca numa jornada de sexo durante alguns dias. Logo abandona o namorado e vai morar com o sujeito, mesmo sabendo pouco sobre ele. Alice rapidamente é acolhida também pela irmã de Adam, Deborah (Nastascha McElhone) e por seus amigos. Os problemas começam quando Alice recebe cartas anônimas alertando para ela tomar cuidado com Adam. Ela conta sobre as cartas para o namorado, mas acaba acreditando na história contada por ele, inclusive aceitando se casar. 

O diretor chinês Chen Kaige estava em alta após o êxito do filme “Adeus Minha Concubina” e foi convidado para dirigir este longa de suspense no ocidente. O resultado deixa claro porque acabou sendo seu único filme do lado de cá do mundo. O roteiro utiliza todos os clichês do gênero, como a mocinha delicada que se apaixona pelo sujeito misterioso, a interpretação canastrona de Joseph Fiennes e a reviravolta final que não é tão surpresa assim. Até mesmo as cenas quentes prometidas no título são poucas, apesar de bem filmadas, tendo como destaque a bela e desinibida Heather Graham. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Millennium

Millennium (Millennium, EUA, 1996 a 1999)
Elenco - Lance Henriksen, Megan Gallagher, Terry O'Quinn, Brittany Tiplady, Klea Scott, Bill Smitrovich.
Criador - Chris Carter

Quando o seriado "Arquivo X" estava no auge em 1996, o criador Chris Carter tinha carta branca para novos projetos e apostou nesta ótima série que misturava violência e terror com pitadas de religião e paranormalidade.

O personagem principal é o ex-agente do FBI Frank Black (Lance Henriksen), que largou o emprego em San Francisco e se mudou para Seattle em busca de uma vida tranquila com a esposa (Megan Gallaher) e filha pequena (Brittany Tiplady), porém por ter um dom fora do comum, Frank acaba sendo convidado por Peter Watts (Terry O'Quinn, o Locke de "Lost) para participar do "Grupo Millennium", onde atuam ex-agentes do FBI dotados de habilidades específicas e até paranormais, como no caso de Frank, que consegue ver os crimes cometidos através dos olhos dos assassinos.

A primeira temporada se destacou pela violência dos crimes investigados e a quantidade de psicopatas caçados pela FBI com a ajuda do Grupo Millennium, porém o desenrolar da série levou a outras situações interessantes, como ao mostrar uma divisão dentro do grupo, com uma pequena parte acreditando que as atitudes do homem em relação à Terra faria com que a natureza devastasse o mundo através de catástrofes naturais e a grande maioria dos integrantes sendo religiosos, acreditavam que o apocalipse estaria próximo.

A grande sacada de Chris Carter foi utilizar a proximidade da virada do século para criar um seriado com clima de fim de mundo, mostrando que o mal vinha do próprio homem através dos crimes hediondos retratados a cada episódio, com o personagem de Lance Henriksen sofrendo cada vez que era testemunha destes crimes.

Apesar do sucesso da primeira temporada, parte da crítica não gostou da violência excessiva e aproveitando que na segunda temporada Chris Carter se afastou um pouco para escrever o roteiro e acompanhar as filmagens de "Arquivo X - O Filme", os novos responsáveis Glenn Morgan e James Wong (parceiros de Carter e que criariam o filme "Premonição") deram maior ênfase ao terror psicológico e mantiveram a qualidade dos roteiros. Mesmo assim, quando a terceira temporada foi ao ar, logo os produtores resolveram cancelar a série que ainda tinha potencial para continuar alegando que o excesso de violência fez a audiência cair.

Após o cancelamento, Carter que continuava a todo vapor com "Arquivo X", ainda desenvolveu outras duas séries que tinham potencial, mas foram abortadas após poucos episódios.

Em "Harsh Realm", Scott Bairstow era um veterano soldado da Guerra dos Balcãs que ao voltar para os Estados Unidos se descobria preso a uma realidade virtual criada pelo governo. Foram produzidos nove episódios e após apenas três deles irem ao ar, a séria foi cancelada.

Já "The Lone Gunmen" era um spin-off de "Arquivo X", que tinha como protagonistas três personagens eventuais dos seriado, os veteranos nerds chamados de "Pistoleiros Solitários", que investigavam crimes e principalmente acreditavam na teoria do segundo atirador do assassinato de Kennedy. Era uma série com mais potencial que "Harsh Realm", porém durou apenas treze episódios.

Depois destes fracassos e do final de "Arquivo X", Chris Carter se afastou da telinha e reapareceria para o público apenas em 2008 dirigido para o cinema "Arquivo X - Eu Quero Acreditar".


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

As Pontes de Madison

As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, EUA, 1995) – Nota 8,5
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Meryl Streep, Annie Corley, Victor Slezak, Jim Haynie.

Os irmãos Carolyn (Annie Corley) e Michael (Victor Slezak) se surpreendem durante a leitura do testamento da mãe, a italiana (Francesca), que deixou registrado seu desejo de ser cremada e ter as cinzas jogadas em uma das famosas pontes do Condado de Madison, em Iowa, onde ela passou sua vida após chegar da Itália. 

A surpresa aumenta com a descoberta de uma carta e alguns diários deixados pela mãe contando sua história de amor com o fotógrafo Robert Kincaid (Clint Eastwood). Em paralelo, o espectador conhecerá o romance entre Francesca e Robert, que durou apenas quatro dias em 1965 e marcou para sempre a vida dos dois. 

O talento de Eastwood para direção criou um filme sensível sobre uma história de amor inesperada, valorizada pelo ótimo roteiro do hoje diretor Richard LaGravenese e pelo talento de Meryl Streep, que interpreta uma personagem sincera, inteligente e angustiada. 

O roteiro toca na questão das mudanças sociais da  época, com a mulher querendo ter sua vida e tomar suas decisões, porém ainda presa a uma sociedade cheia de moralismo numa pequena cidade americana. 

Outros destaques são a bela fotografia que explora os campos e as pontes cobertas da região, além da trilha sonora de Lennie Niehaus, colaborador de Clint Eastwood em vários outros trabalhos.  

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Noviça Rebelde

A Noviça Rebelde (The Sound of Music, EUA, 1965) – Nota 8  
Direção – Robert Wise
Elenco – Julie Andrews, Christopher Plummer, Eleanor Parker, Peggy Wood, Richard Haydn, Heather Menzies, Nicholas Hammond, Angela Cartwright.

Na Áustria, a jovem noviça Maria (Julie Andrews) não gosta de seguir as regras do convento e acaba sendo convidada a trabalhar como babá na casa do Capitão Von Trapp (Christopher Plummer), um viúvo que cria seus sete filhos com a disciplina militar. Maria é uma jovem falante que gosta de cantar e com seu jeito de ser, muda completamente a vida na casa da família, inclusive amolecendo o coração do Capitão que logo se apaixona por ela. O que parece ser um conto de fadas se torna pesadelo quando o Capitão é convocado pelos nazistas para se incorporar ao exército, o que faz a família fugir do país pelas montanhas. 

Quatro anos antes, o diretor Robert Wise junto com Jerome Robbins comandou o clássico musical vencedor do Oscar “Amor, Sublime Amor” e o sucesso fez com que ele voltasse ao gênero e criasse outro longa que se tornaria clássico e também venceria o Oscar. 

A saga da família Von Trapp mistura história de amor, comédia, drama e principalmente sensacionais sequências musicais, valorizadas pelo talento de Julie Andrews com cantora e atriz, além da química com bom ator Christopher Plummer, especialista em papéis de personagens sérios, aqui também solta a voz em algumas sequências. 

Além dos musicais, o grande Robert Wise deixou também sua marca em gêneros como ficção com “O Dia em que a Terra Parou”,“O Enigma de Andromeda” e “Jornada nas Estrelas”, drama com “Quero Viver!” e “Marcado pela Sarjeta” e guerra com “Ratos do Deserto” e “O Canhoneiro do Yang-Tsé”, tendo ainda sido indicado ao Oscar de montagem pelo clássico “Cidadão Kane”.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Made in Britain & This is England


Neste postagem comento sobre dois filmes ingleses produzidos com vinte e quatro anos de diferença, porém com uma temática semelhante. Os dois trabalhos se passam no início dos anos oitenta, quando o desemprego cresceu na Inglaterra e muitos skinheads se ligaram ao Partido National Front que pregava o ódio aos estrangeiros que estariam roubando os empregos do verdadeiros ingleses.

Made in Britain (Mad in Britain, Inglaterra, 1982) – Nota 7
Direção – Alan Clarke
Elenco – Tim Roth, Bill Stewart, Terry Richards.

Trevor (Tim Roth) é um skinhead que depois de comparecer várias vezes a um tribunal em virtude de diversos problemas, entre eles roubo, vandalismo e agressão, recebe a última chance para tentar se recuperar antes de ser julgado como adulto e enviado a um reformatório. Ele é levado a uma espécie de casa de correção, onde o administrador do local, Peter Clive (Alan Clarke) tenta de todas as maneiras entender o rapaz e fazer com que ele aceite que o mundo tem regras, porém sua atitude violentA e racista parece não ter como mudar. 

Este filme de curta duração (71 minutos) foi uma produção da tv inglesa, feita numa época em que o país passava por uma grande recessão e este fato ajudou a aumentar a violência entre os jovens e o aparecimento dos neonazistas atacando imigrantes e negros.

O ótimo ator Tim Roth estreou nas telas com este papel difícil e sua interpretação mostra todo o potencial que ele comprovou posteriormente em outros trabalhos.

This is England (This is England, Inglaterra, 2006) – Nota 8
Direção – Shane Meadows
Elenco – Thomas Turgoose, Stephen Graham, Jo Hartley, Andrew Shim, Joe Gilgun, Vicky McClure.

Inglaterra, 1983, o solitário garoto Shaun (Thomas Turgoose) sofre com a morte do pai nas Guerras das Malvinas e após ouvir uma piada sobre o assunto de um colega na escola, inicia uma briga. Voltando triste para casa, Shaun cruza com um grupo de adolescentes skinheads e Woody (Joe Gilgun), o líder do grupo, acaba acolhendo o garoto que passa a fazer parte da turma. Tudo parece bem até a chegada de Combo (Stephen Graham), um skinhead que estava preso e diferente dos jovens amigos de Shaun, Combo é um nacionalista ligado ao partido National Front, que prega a expulsão dos estrangeiros da Inglaterra. 

O diretor e roteirista Shane Meadows retrata aqui uma época complicada na Inglaterra, o início dos anos oitenta, quando o país era comandado pela conservadora Ministra Margareth Thatcher, que deu prioridade a Guerra das Malvinas e esqueceu da classe trabalhadora, gerando um nível de desemprego altíssimo.

Esta situação transformou o movimento skinhead, que havia surgido nos anos sessenta associado a cultura jamaicana, principalmente aos gêneros musicais como ska e reggae, em um movimento nacionalista e violento contra as minorias. 

O resultado é um drama forte e ao mesmo tempo sensível, que vai além da polêmica sobre o tema. O sucesso fez com que em 2010 o filme tivesse uma continuação produzida para a tv em quatro episódios, utilizando o mesmo elenco e a história se passando três anos depois, em 1986 durante a Copa do Mundo do México.


domingo, 13 de novembro de 2011

Atrás da Linhas Inimigas

Atrás das Linhas Inimigas (Behind Enemy Lines, EUA, 2001) – Nota 6,5
Direção – John Moore
Elenco – Owen Wilson, Gene Hackman, Gabriel Macht, David Keith, Charles Malik Whitfield, Olek Krupa, Joaquim de Almeida.

Durante a Guerra dos Balcãs, um piloto americano (Owen Wilson) em missão secreta na Bósnia tem o caça abatido e cai atrás das linhas sérvias. Seu companheiro (Gabriel Macht) é executado, e para escapar dos soldados sérvios ele terá apenas a ajuda por rádio do seu oficial imediato (Gene Hackman). 

O longa é baseado numa história real e algumas cenas de perseguição são interessantes, mas no geral o roteiro é recheado de clichês. O personagem de Owen Wilson é o típico militar indisciplinado e sarcástico, os perseguidores sérvios sãos cruéis e novamente Gene Hackman faz o papel do oficial durão, lembrando um pouco sua interpretação em “Maré Vermelha”. 

O resultado é um longa esquecível, mas que diverte sem compromisso.

sábado, 12 de novembro de 2011

Homens em Fúria

Homens em Fúria (Stone, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – John Curran
Elenco – Robert De Niro, Edward Norton, Milla Jovovich, Frances Conroy.

Jack Mabry (Robert De Niro) trabalha num presídio analisando o caso de cada detento após um determinado tempo de pena cumprida e dando um parecer para libertação ou não do sujeito. Gerald “Stone” Creeson (Edward Norton) cumpriu boa parte de sua pena e está sendo analisado por Jack. Percebendo que Jack não acredita em ninguém, Stone pede para sua esposa, a fogosa Lucetta (Milla Jovovich) se aproximar de Jack e convencê-lo a autorizar sua libertação. Ao mesmo tempo, Jack que está prestes a se aposentar, vive uma relação fria e distante com sua esposa Madylyn (a eterna sofredora Francis Conroy de “Six Feet Under”).  

É fácil entender porque o filme passou voando pelos cinemas, são vários fatores que ajudaram no fracasso. No Brasil, com certeza a tradução do título foi um dos motivos. Fica a impressão de que os produtores tentaram vender ao público um filme de suspense ou algo de gênero, esquecendo que a trama é sobre um drama profundo, que mistura relacionamentos, frustrações e até religião. O ritmo irregular e o final em aberto são outras situações que geralmente não agradam ao público comum. 

Os destaques são os diálogos entre De Niro e Edward Norton, que discutem sobre diversos assuntos pessoais e principalmente a atuação de Norton. Se De Niro está contido, Norton acerta em cheio ao criar um estranho sotaque e na mudança de comportamento do seu personagem durante o filme. 

Como citei, a veterana Francis Conroy repete o papel de mulher sofrida e a bela Milla Jovovich mostra que sabe atuar, depois de dedicar quase toda a carreira a filmes de ficção e ação, ela escolheu um interessante papel para mudar um pouco a imagem. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Factotum

Factotum (Factotum, EUA / Noruega / Alemanha / França / Itália, 2005) – Nota 6,5
Direção – Bent Hamer
Elenco – Matt Dillon, Lili Taylor, Marisa Tomei, Fisher Stevens, Didier Flamand, Adrienne Shelly, Karen Young.

Henry “Hank” Chinaski (Matt Dillon) escreve pequenos contos e os envia sempre para o mesmo editor ficando a espera de uma resposta. Neste meio tempo ele passa por vários empregos vagabundos, se relaciona com duas mulheres, a prostituta Laura (Marisa Tomei) e a complicada Jan (Lili Taylor), com quem divide a cama, os cigarros e as garrafas de bebida. 

O filme é uma adaptação de vários contos do escritor maldito Charles Bukowski (que já teve adaptado para o cinema “Barfly – Condenados pelo Vício” com Mickey Rourke) e que utiliza em grande parte de sua obra o personagem Henry Chinaski como seu alter ego, um escritor e também bêbado profissional. 

A transposição para o cinema acerta no clima criado pelo roteiro do próprio diretor, o noruguês Bent Hamer, que capta bem os quartos de motéis, bares e inferninhos por onde Chinaski vive. O ritmo lento casa perfeitamente com a interpretação de Matt Dillon, que cria um sujeito que se interessa apenas por sexo, bebidas e suas anotações, o resto nada vale no mundo criado por ele mesmo. 

Não é um filme para o espectador comum, pois ele não dá respostas, nem mesmo mostra culpa, remorso ou tenta criar alguma reviravolta, sendo apenas uma viagem pela vida de alguém que não está nem aí com a sociedade.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Exorcista: O Início & Dominion: Prequel to the Exorcist


Pelo meu conhecimento, estes dois filmes podem ser considerados um caso único na história do cinema. A história começa quando o produtor James G. Robinson contrata o veterano diretor e roteirista Paul Schrader ("A Marca da Pantera") para dirigir um prequel sobre o clássico "O Exorcista". Ao término das filmagens, Schrader apresentou o filme ao produtor que o considerou lento e artístico demais para o gênero terror. Robinson demitiu Paul Schrader e disse que nunca lançaria o longa, além disso resolveu contratar o finlandês Renny Harlin ("Duro de Matar II" e "Risco Total") para refilmar toda a história com um novo roteiro. Como parte do elenco já tinha outros compromissos, alguns papéis mudaram de dono. Resultado, o longa foi um grande fracasso e por incrível que pareça, Robinson no ano seguinte decidiu desengavetar a obra de Schrader e a lançou direto no mercado de DVD para tentar recuperar o prejuízo.

Exorcista – O Início (Exorcist: The Beginning, EUA, 2004) – Nota 6
Direção – Renny Harlin
Elenco – Stellan Skarsgard, Izabella Scorupco, James D'Arcy, Remy Sweeney, Julian Wadham, Andrew French, Ralph Brown, Ben Cross, David Bradley, Alan Ford.

Em 1949 na cidade do Cairo no Egito, o ex-padre Lankester Merrin (Stellan Skarsgard) hoje trabalhando como arqueólogo, é convidado por Semelier (Ben Cross) para conhecer uma escavação no Quênia onde fora descoberta uma igreja enterrada no deserto. Chegando no local, Merrin é recebido pelo padre Francis (James D’Arcy), o nativo Chuma (Andrew French) e a médica Sarah Novak (Izabella Scorupco), que mostram uma igreja intacta e com figuras apontam para a baixo, ao contrário de uma igreja católica normal. Logo, estranhas mortes começam a acontecer, ficando claro que existe algo de maligno naquele local. 

A premissa é interessante, inclusive com o detalhe de mostrar o trágico passado do Padre Merrin durante a Segunda Guerra, porém no desenrolar da trama, o diretor Renny Harlin escolhe o susto fácil, inclusive com uma parte final que lembra em alguns detalhes o clássico “O Exorcista” de Friedkin. O resultado fica abaixo do que se poderia esperar.

Dominion: Prequel to the Exorcist (Dominion: Prequel to the Exorcist, EUA, 2005) – Nota 7
Direção – Paul Schrader
Elenco – Stellan Skarsgard, Gabriel Mann, Clara Bellar, Billy Crawford, Ralph Brown, Andrew French, Julian Wadham.

Após vivenciar uma situação extrema durante a Segunda Guerra, o padre Lankester Merrin (Stellan Skarsgard) se transformou em arqueólogo, sendo encarregado de uma escavação no deserto do Quênia. O Vaticano envia o padre Francis (Gabriel Mann) para supervisionar os trabalhos e logo descobrem uma igreja enterrada no deserta, porém ela está intacta e com símbolos virados para baixo. 

Ao mesmo tempo, a médica Rachel  (Clara Bellar) se espanta com a recuperação do deficiente Cheche (Billy Crawford), que é visto pelo nativos como amaldiçoado. Quando estranhas mortes começam a acontecer, um conflito entre nativos e soldados ingleses se torna iminente, mesmo que as causas das mortes possam ser sobrenaturais. 

Diferente da versão de Harlin, aqui Schrader dá maior ênfase a sugestão, misturando com algumas cenas violentas que se casam perfeitamente com a história. O prólogo durante a Segunda Guerra é angustiante e marca para sempre o personagem do padre Merrin. A falha do longa sãos os fracos efeitos especiais, que aparecem principalmente na igreja durante a parte a final e deixam um ar de filme B.

Na comparação, o filme de Schrader é superior ao longa de Harlin que fracassou merecidamente nos cinemas.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Os Inquilinos

Os Inquilinos (Brasil, 2009) – Nota 7,5
Direção – Sergio Bianchi
Elenco – Marat Descartes, Ana Carbatti, Umberto Magnani, Ailton Graça, Cássia Kiss, Caio Blat, Lennon Campos, Andressa Néri, Cláudia Mello, Carlos Meceni, Leona Cavalli.

Valter (Marat Descartes) mora numa pequena casa num bairro pobre de São Paulo, ao lado de uma grande favela. Sua esposa Iara (Ana Carbatti) é um dona de casa que cuida do casal de filhos pré-adolescentes, fuma o dia inteiro e nada faz para melhorar de vida. Valter trabalha como carregador durante o dia e a noite tenta terminar os estudos no colégio. A vida simples e dura que ele leva, piora quando três jovens desocupados e barulhentos mudam para a casa ao lado, atazanando a vida de todos, principalmente a do velho Dimas (Umberto Magnani) que mora no mesmo quintal. 

Diferente dos demais filmes de Sergio Bianchi, aqui ele deixa de lado a crítica a classe alta e foca sua história na vida na periferia, onde por mais que a maioria dos moradores sejam honestos e trabalhadores, a difícil luta do dia a dia esbarra ainda na sensação de medo provocada pelos crimes e a violência, exarcebada ainda pela mída, aqui sendo mostrada através de inserções do programa policial do Datena. 

O destaque do elenco é a interpretação de Marat Descartes, ator desconhecido para o público que faz um sujeito trabalhador e inseguro, que precisa conviver com as pressões do trabalho onde é explorado pelo patrão, da esposa que cobra dele um enfrentamento com os vizinhos e por final o medo de não saber como defender sua família do ambiente onde vive. 

Como curiosidade, este ano assisti uma adaptação de “Ligações Perigosas” no teatro, onde Marat Descartes roubava a cena como Conde Valmont, papel que foi de John Malkovich no cinema e ofuscava a estrela global Maria Fernanda Cândido, bela mas fraquinha como atriz, que interpretava a Marquesa de Merteuil, papel de Glenn Close no longa de Stephen Frears.

Venda da DVDs

Estou disponibilizando a venda de alguns dvds originais usados.
Quem tiver interesse entre em contato pelo e-mail:

Lista de Filmes:
Regras da Vida - Tobey Maguire e Michael Caine
O Céu Que Nos Protege - John Malkovich e Debra Winger
Os Gritos do Silêncio - Sam Waterston e John Malkovich
Brown Bunny - Vincent Gallo e Chloe Sevigny
Homens de Honra - Robert De Niro e Cuba Gooding Jr
Revolução - Al Pacino e Nastassja Kinski
End Game - Cuba Gooding Jr e James Woods
O Farol do Fim do Mundo - Kirk Douglas e Yul Brynner
Cidade Fantasma - Matt Dillon e James Caan
Trauma - Colin Firth e Mena Suvari
DVD Duplo:
Recém-Casados - Ashton Kucther, Brittany Murphy
Eu, Eu Mesmo e Irene - Jim Carrey e Renee Zellwegger

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Johnny Guitar

Johnny Guitar (Johnny Guitar, EUA, 1954) – Nota 8,5
Direção – Nicholas Ray
Elenco – Joan Crawford, Sterling Hayden, Mercedes McCambridge, Scott Brady, Ward Bond, Ernest Borgnine, John Carradine, Royal Dano, Ben Cooper.

Nos arredores de uma cidade no velho oeste, Vienna (Joan Crawford) é dona de um cassino localizado onde futuramente passará a ferrovia, o que desagrada os moradores da cidade, principalmente Emma Small (Mercedes McCambridge) que a odeia. 

Quando John “Guitar” Logan (Sterling Hayden), um antigo amor de Vienna chega ao cassino, ele desperta ciúme em Dancin’Kid (Scott Brady) que é apaixonado por Vienna e também odiado por Emma. Esta ciranda de amor e ódio em pleno velho oeste cria uma tensão crescente que terminará em tragédia. 

O diretor Nicholas Ray, de clássicos como “Juventude Transviada” e Cinzas que Queimam”, filma aqui um western diferente, onde as protagonistas são duas mulheres que agem como homens, tendo voz ativa e até liderando seus grupos, deixando o elenco masculino em segundo plano. 

Esta situação é valorizada pelas ótimas atuações de Joan Crawford, que tem ótimos diálogos com  personagem de Sterling Hayden e de Mercedes McCambridge como a jovem rica, recalcada e vingativa ao extremo. 

O resultado é um grande filme que além do talento das atrizes, tem ainda um bom roteiro, boas cenas de tiroteio e um elenco de coadjuvantes clássicos do gênero, como Ward Bond, John Carradine e Royal Dano, além do grande Ernest Borgnine como um cowboy metido a valentão.    

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cisne Negro

Cisne Negro (Black Swan, EUA, 2010) – Nota 8
Direção – Darren Aronofsky
Elenco – Natalie Portman, Vincent Cassel, Mila Kunis, Barbara Hershey, Winona Ryder.

Numa renomada Companhia de Balé, a estrela Beth Macintyre (Winona Ryder) é descartada pela diretor Thomas Leroy (Vincent Cassel), que deseja um novo rosto como figura principal de sua próxima montagem, o famoso “O Lago dos Cisnes”. 

Com a vaga em aberto, Nina (Natalie Portman) vê que esta é sua última chance de se tornar protagonista, porém ela é vista como uma garota frígida por Thomas. Para complicar, Nina precisa disputar a vaga com várias outras bailarinas, inclusive a descolada Lily (Mila Kunis) e lidar com sua controladora mãe (Barbara Hershey), uma ex-bailarina frustrada por ter largado a carreira para cuidar da filha. 

Considero balé algo extremamente chato e por isso demorei para conferir o filme, mas tenho de aceitar que mesmo não gostando das sequências de dança, elas são muito importantes para o desenrolar da trama e entendimento das entrelinhas da história. 

A grande questão para Nina além de lidar com as pressões da mãe, do diretor e das companheiras e conseguir colocar para fora seus traumas para desempenhar o Cisne Negro, situações que criam uma crescente tensão até a sensacional sequência final da apresentação no teatro. 

O grande destaque individual é Natalie Portman, perfeita como a jovem talentosa e insegura, que sofre buscando a perfeição. Fica claro o empenho da atriz nas sequências de dança, o que lhe rendeu um merecido Oscar. 

Além da ótima e criativa direção de Aranofsky, eu destacaria também Vincent Cassel no papel do diretor mulherengo e canalha, que lembrou em parte a interpretação de Roy Scheider em “All That Jazz – O Show Deve Continuar”. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Revolução

Revolução (Revolution, Inglaterra / Noruega, 2005) – Nota 5,5
Direção – Hugh Hudson
Elenco – Al Pacino, Donald Sutherland, Nastassja Kinski, Dexter Fletcher, Sid Owen, Joan Plowright, Dave King, Annie Lennox, Steven Berkoff, Graham Greene.

Em Nova Iork, no ano de 1775, Tom Dobb (Al Pacino) é um pescador analfabeto que para proteger seu filho (Sid Owen na primeira parte e Dexter Fletcher na parte final) é obrigado a entrar para o exército americano que pretende expulsar os colonizadores ingleses e conseguir sua independência. 

A história segue a vida de pai e filho na guerra que durou quase nove anos, além de mostrar o envolvimento da dupla com a jovem Daisy (Nastassja Kinski), filha de um poderoso que abandona sua família para lutar contra os ingleses e com o oficial inglês Major Peasy (Donald Sutherland), sujeito que humilhava os americanos considerando-os inferiores. 

Esta superprodução foi um dos maiores fracassos dos anos oitenta, tendo sido gasto vinte e oito milhões e arrecadado apenas um milhão nas bilheterias, o que fica claro ao assistir o filme. 

O diretor Hugh Hudson (do grande “Carruagens de Fogo” e do competente “Greystoke”) veio ao Brasil para a Mostra de Cinema de 2008 e apresentou uma nova versão do filme (não assisti para comparar) e disse que na época o longa foi lançado inacabado em virtude da pressão dos produtores e por este motivo ele e Pacino tinham certeza do fracasso. 

Realmente o filme deixa a impressão de que faltou algo, com as passagens de tempo mal explicadas, confundindo inclusive na troca dos atores que fazem o papel do filho do Pacino, contém situações mal explicadas e uma trilha sonora no mínimo estranha, além de uma narração feita por Pacino que aparece apenas três ou quatro vezes durante o filme e nada tem a acrescentar. 

Salvam-se a reconstituição de época que mostra uma Nova York suja e decadente e a sequência final filmada sem cortes, onde a câmera acompanha o personagem de Pacino e algumas situações mostram que a guerra foi vencida, mas o preconceito e os problemas estavam longe de serem resolvidos.


sábado, 5 de novembro de 2011

Eddie, o Ídolo Pop

Eddie, o Ídolo Pop (Eddie and the Cruisers, EUA, 1983) – Nota 7
Direção – Martin Davidson
Elenco – Tom Berenger, Michael Paré, Joe Pantoliano, Matthew Laurance, Helen Schneider, David Wilson, Michael “Tunes” Antunes, Ellen Barkin.

Em 1964, Eddie Wilson (Michael Paré) e sua banda The Cruisers faziam grande sucesso quando misteriosamente ele se mata jogando o carro no mar. Como seu corpo nunca foi encontrado, surgiu o rumor de que ele estaria vivo e quase vinte anos depois, uma jornalista (Ellen Barkin) resolve investigar o caso entrevistando os membros da banda, além de ter interesse em encontrar as fitas da gravação de um disco inédito do grupo.Por sinal, a casa dos integrantes do grupo são reviradas por alguém à procura das fitas que estão desaparecidas. 

Estes fatos despertam nostalgia e curiosidade em Frank Ridgeway (Tom Berenger) que era o tecladista e também o responsável pelas letras das músicas da banda, que resolve procurar os outros integrantes para relembrar o passado e descobrir quem deseja encontrar a fitas. 

Este quase esquecido longa sobre o mundo da música pré-MTV, é uma interessante visão do sucesso e queda de uma banda, além de mostrar todos os ingredientes que cercam o mundo do rock. Temos o vocalista temperamental, o cérebro das composições que nunca é reconhecido, o sujeito que vinte anos depois ainda toca as mesmas músicas tentando manter o sucesso, a namorada do vocalista e o empresário ambicioso, misturado com as brigas, intrigas e até drogas, mesmo que estes últimos temas sejam tocados superficialmente. 

O fato curioso e até estranho, mas que não atrapalha a trama que é mostrada em paralelo nos anos sessenta e oitenta, é ver Tom Berenger interpretar um sujeito mais novo que Michael Paré, mesmo tendo quase dez anos a mais na vida real. 

Por sinal, Michael Paré que ainda estrelou o bom “Ruas de Fogo” de Walter Hill, não emplacou na carreira e se tornou apenas astro de produções de ação B. Mesmo assim em 1989, Paré retomou ao personagem Eddie Wilson numa sequência deste longa.  

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Vencedor

O Vencedor (The Fighter, EUA, 2010) – Nota 8
Direção – David O. Russell
Elenco – Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo, Jack McGee, Mickey O’Keeffe.

Na pequena cidade de Lowell, Massachusets, o boxeador Micky Ward (Mark Wahlberg) tenta se firmar na carreira sendo treinado pelo seu meio-irmão, o ex-boxeador Dicky Edlund (Christian Bale). O problema é que Dicky é viciado em crack e vive da fama que conseguiu no passado quando derrubou o campeão mundial Sugar Ray Leonard durante um combate onde acabou derrotado. 

A ligação dos irmãos é forte, porém quando Micky se envolve com a garçonete Charlene (Amy Adams), percebe que precisa mudar o rumo da carreira, ficando difícil depender do complicado irmão para os treinamentos e da controladora mãe (Melissa Leo) como empresária. 

O diretor David O. Russell (do ótimo “Três Reis” também com Wahlberg) filmou este drama baseado numa história real com uma parte inicial que mostra uma família complicada e exagerada que atrapalha a vida de Micky, com destaque para a personagem ambiciosa de Melissa Leo e principalmente a atuação de Christian Bale como o ex-lutador decadente e falastrão. Por sinal, Bale tende a se sair melhor em papéis que fogem do lugar comum, como neste caso. 

Nesta primeira parte, uma equipe da ESPN acompanha Dicky que fala sem parar como se fosse um garoto deslumbrado, porém após o documentário ir ao ar, o foco da história muda completamente, se transformando num drama de frustrações e superação. 

Nos créditos finais podemos ver uma cena com os verdadeiros irmãos, deixando claro que a composição de Bale ficou muito próxima do personagem real.