sexta-feira, 27 de maio de 2016

Meus Dias Incríveis

Meus Dias Incríveis (Arthur Newman, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – Dante Ariola
Elenco – Colin Firth, Emily Blunt, Anne Heche, Lucas Hedges, M. Emmet Walsh.

Wallace Avery (Colin Firth) é um sujeito frustrado que decide abandonar tudo para mudar de vida. Ele “compra” novos documentos, adota o nome de Arthur Newman e cria uma farsa onde aparentemente teria cometido suicídio. 

Ao pegar a estrada e parar a noite em um motel, ele cruza o caminho de uma jovem desesperada chamada Mike (Emily Blunt). Mesmo com temperamentos distintos e a diferença de idade, os dois se unem para buscar um nova vida, que também pode ser apenas uma ilusão. 

A premissa do sujeito de meia-idade que resolve jogar tudo para o alto em busca de um sonho é interessante, assim como a primeira parte do filme que mostra os preparativos do personagem e o primeiro contato com a jovem rebelde. A partir do momento em que a dupla decide aproveitar a vida de uma forma no mínimo inusitada, a história perde um pouco da força. Os dramas que os personagens enfrentam também são um pouco estranhos, típicos de um filme independente. 

É um filme apenas razoável, com uma narrativa agradável, uma dupla de protagonistas competentes e uma história que poderia ter sido melhor desenvolvida.   

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Um Século em 43 Minutos

Um Século em 43 Minutos (Time After Time, EUA, 1979) – Nota 7,5
Direção – Nicholas Meyer
Elenco – Malcolm McDowell, David Warner, Mary Steenburgen, Patti D’Arbanville, Charles Cioffi, Corey Feldman.

Londres, 1893. Enquanto a população está apavorada com os ataques de Jack, o Estripador, o escritor H. G. Wells (Malcolm McDowell) mostra animação ao mostrar a um grupo de amigos sua nova invenção. Wells alega ter criado uma máquina do tempo. 

Entre seus convidados está John Leslie Stevenson (David Warner), o verdadeiro assassino. Com a polícia chegando perto de descobrir sua identidade, Stevenson usa a máquina de Wells para fugir. Pouco tempo depois, Wells percebe que o desaparecimento do amigo está ligado a sua máquina e resolve perseguir o sujeito. Ele é transportado para a San Francisco de 1979 e para sua surpresa, o futuro é bem diferente do que imaginava. 

Mesmo praticamente esquecido, este longa é um verdadeiro clássico da ficção recheado de ótimas ideias. O roteiro insere personagens reais em uma trama de ficção com pitadas de suspense e romance. H. G. Wells era um visionário que viveu na mesma época de Jack, o Estripador e escreveu várias clássicos da ficção como “A Máquina do Tempo”. “A Ilha do Dr. Moreau” e “A Guerra do Mundos”, livros que se transformaram em filmes. O verdadeiro John Leslie Stevenson foi um dos vários suspeitos de ter sido Jack, o Estripador, cuja identidade ainda hoje é um mistério. 

Um dos trunfos do filme é focar na história, deixando os efeitos especiais em segundo plano, ressaltando que na época os longas de ficção seguiam a receita de “Guerra nas Estrelas”. Este pé no chão da narrativa cria empatia com o personagem principal, que mesmo sonhando a vida inteira com o futuro, sofre para se adaptar a modernidade da época. O lado romântico fica com a entrada em cena de uma funcionária de banco vivida por Mary Steenburgen, que ajuda o protagonista em sua caçada ao assassino. 

Como curiosidade, o então astro Malcolm McDowell e a atriz Mary Steenburgen se conheceram durante as filmagens e se casaram no ano seguinte, vivendo juntos por uma década. Hoje, a atriz está casada com o astro de tv Ted Danson. 

Finalizando, o diretor Nicholas Meyer chamou atenção mundialmente ao dirigir para tv em 1983 o drama sobre o holocausto nuclear chamado “O Dia Seguinte”, longa que causou grande polêmica e assustou muita gente ao mostrar as consequências de um ataque nuclear. 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

The Benefactor

The Benefactor (The Benefactor, EUA, 2015) – Nota 5,5
Direção – Andrew Renzi
Elenco – Richard Gere, Dakota Fanning, Theo James, Cheryl Hines, Dylan Baker, Clarke Peters.

Franny (Richard Gere) é um milionário que está prestes a inaugurar um hospital em parceria com o casal de amigos Bobby (Dylan Baker) e Mia (Cheryl Hines). Um acidente termina em tragédia e a vida de Franny muda completamente. 

Cinco anos depois, ele é procurado por Olivia (Dakota Fanning), a filha dos amigos a quem ele tratava antes do acidente como se fosse sua própria filha. Olivia está grávida e vivendo com o médico Luke (Theo James). A reaproximação faz com que Franny decida ajudar o casal de todas as formas, ao mesmo tempo em que precisa lidar com os traumas e as sequelas do acidente. 

Com exceção da inspirada atuação de Richard Gere, o restante do filme é totalmente descartável. O roteiro escrito pelo diretor Andrew Renzi é fraco, repleto de situações mal explicadas e uma história que em momento algum convence. 

A sequência inicial até o momento do acidente é interessante, passa a impressão de que seria um drama forte ou uma história de redenção, mas logo na sequência o espectador toma um susto ao ver uma situação totalmente clichê, com Richard Gere surgindo depressivo, barbudo e cabeludo, parecendo um hippie. 

O elenco também na ajuda. O inglês Theo James e a jovem Dakota Fanning estão inexpressivos. A cada novo trabalho, a atriz parece que jamais vai comprovar o talento que demonstrou quando criança. 

É um filme fraco, com uma história que não vai a lugar algum.

terça-feira, 24 de maio de 2016

All Is Bright

All Is Bright (All Is Bright, EUA, 2013) – Nota 7
Direção – Phil Morrison
Elenco – Paul Giamatti, Paul Rudd, Sally Hawkins, Amy Landecker, Colman Domingo, Peter Hermann.

Após cumprir quatro anos de prisão em uma pequena cidade do Canadá, Dennis Girard (Paul Giamatti) volta para casa e descobre que sua esposa (Amy Landecker) disse para a filha pequena que o pai morreu. Para piorar a situação, sua esposa está namorando seu antigo parceiro de roubos Rene (Paul Rudd). 

Sem família, dinheiro ou onde morar, Dennis obriga Rene a aceitá-lo como sócio. Rene tem um velho caminhão que utiliza para carregar pinheiros até Nova York, para vendê-los como árvores de Natal. Os dois ex-amigos seguem para Nova York, onde terão alguns dias para ganhar dinheiro e repensar a própria vida. 

Misturando drama e comédia, este longa utiliza a inusitada premissa da venda de árvores de Natal para contar uma história sobre pessoas que estão perdidas na vida. Mesmo sem se aprofundar, o roteiro explora também a dificuldade do ex-presidiário em mudar de vida e as tentações de voltar ao crime que surgem no dia a dia do sujeito. 

O ponto alto é a interpretação do trio principal. Paul Giamatti e Paul Rudd são especialistas em interpretar personagens que se mostram engraçados por serem patéticos. O terceiro elo da trama e tão carismático como a dupla é a empregada russa interpretada pela talentosa e cativante inglesa Sally Hawkins. A dureza de sua personagem contrasta com a frustração que ela carrega, fato que o espectador descobrirá na metade final da trama. 

É um filme independente com uma história simples que se apoia nos personagens.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ave, César!

Ave, César! (Hail, Caesar!, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Joel & Ethan Cohen
Elenco – Josh Brolin, George Clooney, Alden Ehrenreich, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Frances McDormand, Channing Tatum, Jonah Hill, Veronica Osorio, Alison Pil, Max Baker, Clancy Brown, Fisher Stevens.

Na Hollywood dos anos cinquenta, Eddie Mannix (Josh Brolin) é o chefão de um grande estúdio de cinema, dividindo seu tempo entre abafar escândalos de atores e atrizes, lidar com a imprensa, aprovar filmes e administrar egos de diretores. 

Quando o astro Baird Whitlock (George Clooney) é sequestrado, Mannix precisa esconder o caso da imprensa e resolver a situação rapidamente, pois o ator é o protagonista de um grande filme religioso sobre a Roma Antiga que está para ser finalizado. 

A proposta do roteiro escrito pelos irmãos Cohen é fazer uma crítica bem humorada dos bastidores dos grandes estúdios na Era de Ouro de Hollywood, mas infelizmente o resultado fica bem abaixo da premissa. 

Os pontos altos são o figurino, a ótima reconstituição de época e a caracterização dos personagens, todos sendo uma espécie de caricatura da realidade, especialidade dos irmãos Cohen. Neste grupo temos o chefão do estúdio linha dura, o astro de pouca inteligência, o herói do western (Alden Ehrenreich) que não sabe atuar, a estrela bagaceira (Scarlett Johansson) que se mostra inocente ao público, o diretor homossexual enrustido (Ralph Fiennes), a montadora extravagante (Frances McDormand), a colunista de fofocas (Tilda Swinton) e os roteiristas comunistas. 

Diferente de outros filmes dos irmãos Cohen, o desenrolar da trama é fraco e a história parece que não vai a lugar algum. Até o mesmo os diálogos são ruins, rendendo poucas risadas. A melhor sequência é a reunião em que Mannix discute sobre o filme com quatro líderes de religiões diferentes. 

Na minha opinião é o trabalho mais fraco da carreira da dupla.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Cartel Land

Cartel Land (Cartel Land, México / EUA, 2015) – Nota 8
Direção – Matthew Heineman
Documentário

No início de 2013, no Estado de Michoacan no interior do México, alguns civis liderados pelo médico José Manuel Mireles criaram um grupo paramilitar autodenominado “Autodefensas” com o objetivo de expulsar da região os traficantes do Cartel conhecido como “Cavaleiros Templários”. 

A câmera do diretor Matthew Heineman acompanha a saga do médico e de seus companheiros por mais de um ano, detalhando as ações do grupo e as reviravoltas políticas, tanto na relação com o governo, quanto nas disputas internas. 

Em uma segunda narrativa, Heineman segue um pequeno grupo paramilitar americano que age na fronteira entre o México e o Arizona caçando imigrantes ilegais, traficantes e os chamados coiotes. 

Nos dois casos, a proposta inicial destes grupos é corrigir a ineficiência dos governos, fazendo um trabalho sujo extremamente perigoso e completamente fora da lei. 

O documentário se aprofunda principalmente no crescimento do “Autodefensas”, que passam a ser vistos como um perigo para o governo e acabam se tornando parte da corrupção que toma conta do interior mexicano. 

É uma realidade marcada pela violência e a corrupção, onde quem sofre é o povo. 

O doc foi merecidamente indicado ao Oscar deste ano, mas perdeu a estatueta para “Amy”.   

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Segunda Chance

Segunda Chance (En Chance Til ou A Second Chance, Dinamarca / Suécia, 2014) – Nota 6,5
Direção – Susanne Bier
Elenco – Nikolaj Coster Waldau, Ulrich Thomsen, Nikolaj Lie Kaas, May Andersen, Maria Bonnevie.

Os detetives Andreas (Nikolaj Coster Waldau) e Simon (Ulrich Thomsen) atendem a um chamado de violência doméstica e encontram um casal de drogados discutindo, além de um bebê muito mal cuidado. A justiça pouco pode fazer, pois a criança apesar de tudo passa bem. 

Pouco tempo depois, em uma madrugada, Andreas acorda assustado ao ouvir os gritos de sua esposa Anna (Marie Bonnevie), que está com o filho morto no colo. Desesperado e com medo da esposa cometer suicídio, Andreas decide invadir o apartamento do casal de drogados e trocar os bebês. A atitude extrema trará duras consequências a todos. 

A premissa da troca de bebês lembra muito os argumentos utilizados em novelas, discutindo questões sobre moralidade, ética e ilegalidade. Aqui, a história fica no meio termo entre um drama policial e um dramalhão novelesco. A narrativa lenta tem o objetivo de criar angústia no espectador, mas infelizmente torna o filme irregular. O ponto alto são os personagens complexos que precisam enfrentar seus demônios. 

É um filme apenas razoável, nada mais do que isso.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Rua Cloverfield, 10

Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Dan Trachtenberg
Elenco – John Goodman, Mary Elizabeth Winstead, John Gallagher Jr.

Michelle (Mary Elizabeth Winstead) aparentemente abandona a casa do namorado, entra no carro e pega a estrada. No caminho, ela perde a direção e o automóvel capota para fora da rodovia. 

Na sequência, Michelle acorda em um quarto numa espécie de abrigo subterrâneo onde encontra o estranho Howard (John Goodman), que alega ter salvo sua vida de um grande ataque que ocorreu na superfície. No abrigo está também Emmett (John Gallagher Jr.), que diz ter escapado por pouco da tragédia ao conseguir entrar no local. 

Em 2007, Matt Reeves na direção e J.J. Abrams na produção comandaram a surpreendente ficção “Cloverfield – Monstro”. Quase uma década depois, a dupla voltou a se reunir para produzir este longa que não tem ligação com o filme de 2007, mas que utiliza o nome Cloverfield como uma espécie de isca para o público, talvez tentando criar um novo tipo de franquia explorando apenas o nome, com tramas e elencos diferentes. 

Deixando o marketing de lado, é necessário ressaltar que esta nova ficção é extremamente competente ao criar suspense com apenas três atores em um único cenário por quase todo o filme e ainda deixar uma enorme interrogação na cabeça do espectador até a surpresa no clímax. 

O destaque do elenco fica para um assustador John Goodman, que até próximo do final não sabemos se suas histórias são verdadeiras ou se não passam de teorias de conspiração. 

O final deixa as portas abertas para uma sequência da história. 

terça-feira, 17 de maio de 2016

Bombas! - Quatro Filmes de Ficção

A Hora da Escuridão (The Darkest Hour, EUA, 2011) – Nota 5
Direção – Chris Gorak
Elenco – Emile Hirsch, Olivia Thirlby, Max Minghella, Rachael Taylor, Joel Kinnaman, Veronika Vernadskaya.

Dois amigos (Emile Hirsch e Max Minghella) viajam para Moscou com o objetivo de vender um novo aplicativo. Chegando no país, eles descobrem que foram enganados pelo sócio (Joel Kinnaman) e para piorar, a cidade é atacada por alienígenas. Ao lado de duas garotas que eles conhecem durante o ataque (Olivia Thirlby e Rachael Taylor), os jovens tentam sobreviver em meio ao caos. 

Com atuações péssimas, um roteiro repleto de furos e diálogos idiotas, este longa tem como pontos positivos apenas os efeitos especiais e as locações em Moscou. É um verdadeiro desperdício de tempo para o espectador. 

Freejack – Os Imortais (Freejack, EUA, 1992) – Nota 5
Direção – Geoff Murphy
Elenco – Emilio Estevez, Mick Jagger, Rene Russo, Anthony Hopkins, David Johansen, Jonathan Banks, John Shea, Amanda Plummer, Esai Morales, Frank Faison.

Ao sofrer um acidente que causaria sua morte, um piloto de corridas (Emilio Estevez) tem seu corpo transportado para o futuro um segundo antes da colisão. Ele acorda preso a uma espécie de máquina preparada para transmitir a consciência de um milionário para seu corpo. Ele escapa e descobre que está quinze anos no futuro. Em busca de respostas, ele procura sua namorada (Rene Russo) e seu antigo empresário (Jonathan Banks), tendo ainda de fugir de um perigoso caçador de fugitivos (Mick Jagger). 

Baseado num livro que explorava o estilo cyberpunk, este longa fez muito barulho na época do lançamento pela presença do cantor Mick Jagger em papel importante. Infelizmente, isso foi pouco para salvar o filme. O roteiro confuso cheio de furos e as fracas cenas de ação resultaram em um grande fracasso. 

D.A.R.Y.L. (D.A.R.Y.L., Inglaterra / EUA, 1985) – Nota 5,5
Direção – Simon Wincer
Elenco – Barret Oliver, Mary Beth Hurt, Michael McKean, Kathryn Walker, Joseph Sommer, Colleen Camp.

Após sair de um carro que estava sendo perseguindo e se esconder em uma mata, um garoto (Barret Oliver) é encontrado por um casal e diz que lembra apenas de seu nome, que é Daryl. O casal adota o garoto, que se mostra educado e responsável, porém ao mesmo tempo, apresenta atitudes fora do normal para uma criança. Quando pessoas estranhas aparecem procurando o garoto, a família descobre que Daryl corre perigo. 

O diretor australiano Simon Wincer (“Free Willy”) estreou em Hollywood com este longa que mistura suspense, ficção e aventura e que aproveitava a pequena fama na época do garoto Barret Oliver, que havia protagonizado no ano anterior o clássico cult “A História Sem Fim”. Com simplicidade e um pouco de correria, este longa é uma razoável sessão da tarde para quem não exigir muito.

Abismo Negro (The Black Hole, EUA, 1979) – Nota 5,5
Direção – Gary Nelson
Elenco – Maximilian Schell, Anthony Perkins, Ernest Borgnine, Yvette Mimieux, Robert Forster, Joseph Bottoms, Tom McLoughlin.

Em 2130, a nave Palomino enviada da Terra para o espaço localiza o sinal de uma antiga nave chamada Cignus que havia desaparecido. Para surpresa da tripulação da Palomino, ao resgatar a outra nave, eles encontram vivo o cientista Hans Reinhardt (Maximilian Schell), que tem como objetivo explorar um Buraco Negro que aparentemente levará a outra dimensão. 

Aproveitando o sucesso de “Guerra nas Estrelas”, a produtora Disney mudou seu foco que era apenas em aventuras infantis na época, para lançar esta ficção adulta. O resultado foi um merecido fracasso. Apesar do elenco de astros, o filme tem um ritmo lento e cenas de ação quase constrangedoras em comparação com os dias atuais, sem contar a total falta de carisma dos personagens.   

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Histórias de Amor

Histórias de Amor (Liberal Arts, EUA, 2012) – Nota 7,5
Direção – Josh Radnor
Elenco – Josh Radnor, Elizabeth Olsen, Richard Jenkins, Allison Janney, Elizabeth Reaser, John Magaro, Kate Burton, Robert Desiderio, Zac Efron.

Jesse (Josh Radnor) é um solteiro de trinta e cinco anos que trabalha como orientador admissional em uma universidade em Nova York. Desiludido com a vida e o trabalho na cidade grande, Jesse fica feliz ao receber o convite de seu antigo professor Peter Horberg (Richard Jenkins) para visitá-lo e participar de uma cerimônia que marcará sua aposentadora. A universidade fica numa pequena cidade de Ohio. 

Ao chegar na cidade, Jesse é apresentado a um casal de amigos do professor e a sua filha Zibby (Elizabeth Olsen), uma jovem de dezenove anos que estuda artes. Mesmo com uma grande diferença de idade, Jesse e Zibby criam um inusitado laço afetivo. 

Diferente do título nacional que tenta vender uma história de romance adocicado, este sensível longa escrito, dirigido e protagonizado pelo ator Josh Radnor, astro da sitcom “How I Met Your Mother”, foca em questões mais profundas, como a diferença no tempo de amadurecimento das pessoas e a dificuldade em aceitar a nossa verdadeira idade. 

O personagem principal se sente numa encruzilhada entre a o prazer da juventude retratada na vibrante Zibby e a realidade cinzenta da vida de um adulto trabalhador, assim como o veterano professor que sofre ao perceber que a aposentadoria pode ser o fim da linha em vários sentidos. 

Este sentimento de que seus melhores anos ficaram para trás é algo comum na maioria das pessoas em algum momento da vida, principalmente quando enfrentam dificuldades. 

É um filme simples e sensível sobre pessoas e sentimentos.

domingo, 15 de maio de 2016

O Vigia

O Vigia (The Lookout, EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – Scott Frank
Elenco – Joseph Gordon Levitt, Jeff Daniels, Matthew Goode, Isla Fisher, Carla Gugino, Bruce McGill, Albert Watson, Sergio Di Zio.

Chris Pratt (Joseph Gordon Levitt) era um astro do hóquei no colégio, que no dia da formatura causou um terrível acidente de carro que matou duas pessoas, feriu uma terceira e o deixou com sequelas. 

Quatro anos depois, Chris sofre com a perda de memória e a dificuldade em se relacionar. Ele trabalha como faxineiro noturno em um banco e mora com um amigo cego (Jeff Daniels), que ele conheceu em um grupo de apoio. Sabendo do problema de Chris, um sujeito (Matthew Goode) se aproxima do jovem em um bar com intenção de utilizá-lo num perigoso plano. 

O roteiro escrito pelo diretor Scott Frank, do competente “Caçada Mortal” com Liam Neeson, explora o clichê do inocente útil usado como isca, com o detalhe do sujeito sofrer com problemas neurológicos. É uma mistura estranha, que lembra o estilo dos filmes produzidos para tv. 

Em vários momentos a história pende para o drama, enquanto que na parte final a trama policial se transforma no foco principal. 

É um filme razoável, que prende a atenção, mas que logo é esquecido.

sábado, 14 de maio de 2016

Triplo 9

Triplo 9 (Triple 9, EUA, 2016) – Nota 7
Direção – John Hillcoat
Elenco – Casey Affleck, Chiwetel Ejiofor, Anthony Mackie, Woody Harrelson, Aaron Paul, Kate Winslet, Norman Reedus, Clifton Collins Jr, Gal Gadot, Teresa Palmer, Michael Kenneth Williams, Michelle Ang.

Uma gangue assalta um banco e rouba o conteúdo de um cofre específico. Em seguida, o espectador descobre que dois integrantes da quadrilha (Anthony Mackie e Cliffton Collins Jr) são policiais, outros dois sãos irmãos (Norman Reedus e Aaron Paul), enquanto o líder (Chiwetel Ejiofor) tem ligação com a Máfia Russa, para quem foi feito o serviço e que exige um novo trabalho do grupo. 

Um policial (Casey Affleck) se torna problema para a quadrilha quando é designado para trabalhar como parceiro de um dos assaltantes. Além disso, um detetive (Woody Harrelson) investiga o roubo ao banco. 

A premissa de policiais corruptos agindo como assaltantes e a sequência inicial do roubo ao banco deixam uma impressão de um grande filme, porém muita coisa se perde na confusa trama e no mal desenvolvimento dos personagens. 

As cenas de ação são bem filmadas e repletas de violência, explorando com competência a periferia de Atlanta na Geórgia. 

Os destaques do elenco ficam para Woody Harrelson como um excêntrico detetive e a curiosidade de ver Kate Winslet como vilã, interpretando a chefe da Máfia Russa. 

Apesar de não ser um filme ruim, no final fica claro que o bom argumento que foi em parte desperdiçado.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A Grande Beleza

A Grande Beleza (La Grande Bellezza, Itália / França, 2013) – Nota 8
Direção – Paolo Sorrentino
Elenco – Toni Servillo, Carlo Verdone, Sabrina Ferilli, Carlo Buccirosso, Iaia Forte, Pamela Villoresi.

Jep Gambardella (Toni Servillo) é um jornalista que vive do sucesso de seu único livro escrito há décadas. Napolitano de nascimento, Jep se deixou seduzir pela vida noturna de Roma, intercalando noitadas em festas agitadas, jantares com os amigos intelectuais e eventos culturais. Ao completar sessenta e cinco anos, Jep começa a repensar sua vida. 

Com uma clara influência dos filmes de Fellini, o diretor napolitano Paolo Sorrentino criou uma sensível obra que aborda o medo da velhice e da solidão, além de criticar o discurso vazio dos artistas e intelectuais. 

Não espere um roteiro quadrado hollywoodiano, a proposta de Sorrentino é atingir o espectador pela beleza das sequências que parecem episódios isolados, mas que no final se completam como a descrição de uma vida inteira. 

Por sinal, várias sequências são sensacionais. As cenas das festas misturam loucura, solidão e melancolia e a sequência do enterro é um verdadeiro teatro narrado pelo protagonista. 

A atuação de Toni Servillo é perfeita. Parceiro habitual de Sorrentino, Servillo interpreta um observador crítico da vida, que analisa tudo e todos a seu redor, de vez em quando soltando “verdades” na cara das pessoas que se mostram tão fortes como um soco no estômago. 

Como informação, o filme venceu o Oscar de Filme Estrangeiro em 2014, derrotando a meu ver, o ainda melhor “A Caça”. 

É um filme indicado para o cinéfilo que gosta de obras que fogem do lugar comum.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Every Secret Thing & Em Busca de Justiçca


Every Secret Thing (Every Secret Thing, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – Amy Berg
Elenco – Diane Lane, Elizabeth Banks, Dakota Fanning, Danielle Macdonald, Nate Parker, Common, Sarah Sokolovich.

Numa típica cidade americana, duas garotas pré-adolescentes sequestram um bebê que acaba morrendo. Após cumprirem pena em uma penitenciária juvenil, as duas tentam retomar a vida. Ronnie (Dakota Fanning) consegue trabalho em uma padaria, enquanto a gordinha Alice (Danielle Macdonald) é pressionada pela mãe (Diane Lane) para encontrar um emprego. Quando outra criança é sequestrada, as duas jovens se tornam novamente suspeitas na investigação da detetive Nancy (Elizabeth Banks). 

O roteiro divide a história em duas narrativas. Nos dias atuais, as atitudes das jovens deixam o espectador e a detetive em dúvida sobre a participação no novo desaparecimento, além de detalhar as consequências psicológicas do crime cometido no passado na vida das pessoas envolvidas. A segunda narrativa detalha em flashbacks o que realmente aconteceu no sequestro do bebê. 

A premissa é interessante, mas infelizmente a diretoria Amy Berg, que estreava comandando um longa, não consegue impor um ritmo, resultando numa narrativa fria e arrastada. O roteiro também explica mal a questão do primeiro sequestro, além de não explorar devidamente a questão racial, já que as duas crianças sequestradas são negras e de passagem é citado que o bebê é neto do primeiro juiz negro da região. O bom argumento acaba desperdiçado. 

Em Busca de Justiça (The Take, EUA, 2007) – Nota 5,5
Direção – Brad Furman
Elenco – John Leguizamo, Tyrese Gibson, Rosie Perez, Bobby Cannavale, Matthew Hatchette, Yul Vazquez, Jake Muxworthy, Roger Guenveur Smith, Laurence Mason.

Felix De La Pena (John Leguizamo) trabalha como motorista de carro-forte e mora em uma bairro latino de Los Angeles com a esposa (Rosie Perez) e um casal de filhos adolescentes. Em um dia aparentemente normal de trabalho, ao parar o veículo para fazer uma coleta, seu parceiro (Yul Vazquez) é atacado por três ladrões. O violento líder dos assaltantes (Tyrese Gibson) alega conhecer a família de Felix e o obriga a dirigir o veículo sem acionar o alarme até a sede da empresa de segurança. Lógico que o crime não termina bem e Felix se torna suspeito ao olhar de uma dupla de detetives do FBI. 

O inocente acusado injustamente é personagem comum no gênero policial, o que diferencia a situação neste longa são os furos no roteiro que transformam a teoria dos policiais em absurda, sem contar a péssima investigação que ignora outros suspeitos. 

A perseguição final que começa em frente a uma casa e passa por diversos lugares, inclusive um grande mercado popular é patética, lembra os piores filmes policiais brasileiros dos anos setenta, incluindo uma irritante trilha sonora latina. 

O diretor Brad Furman acertou a mão no interessante “O Poder e a Lei” de 2011, mas voltar a errar feio com “Aposta Máxima” de 2013. 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Invasão a Londres

Invasão a Londres (London Has Fallen, Inglaterra / EUA / Bulgária, 2016) – Nota 6,5
Direção – Babak Najafi
Elenco – Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman, Angela Bassett, Sean O’Bryen, Jack Earle Haley, Robert Forster, Melissa Leo, Alon Aboutboul, Waleed Zuaiter, Radha Mitchell, Colin Salmon.

A súbita morte do primeiro-ministro inglês faz com que os chefes de Estado do mundo inteiro viagem a Londres para o funeral. Para surpresa geral, vários ataques terroristas simultâneos transformam Londres em um verdadeira praça de guerra. Em meio ao caos, o agente especial Mike Banning (Gerard Butler) tenta salvar o presidente americano (Aaron Eckhart) escoltando o sujeito pela cidade. 

O original tinha um roteiro ainda mais absurdo do que esta sequência, porém se mostrava superior principalmente pelo talento do diretor Antoine Fuqua em comandar cenas de ação. Fuquá centralizou toda a trama na Casa Branca, explorando muito bem o local para sequências quase ininterruptas de tiroteios e lutas, enquanto este novo longo faz os protagonistas correrem pela cidade, diversificando os locais de ação, mas infelizmente sem a mesma competência do original. 

As cenas de destruição lembram os filmes catástrofe de Roland Emmerich, assim como o excesso de clichês e as atuações caricatas, onde até mesmo o ótimo Morgan Freeman é totalmente desperdiçado. 

É um filme que prende atenção pela correria, mas que no final se mostra totalmente descartável.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Vicky Cristina Barcelona

Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona, Espanha / EUA, 2008) – Nota 7,5
Direção – Woody Allen
Elenco – Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Javier Bardem, Penelope Cruz, Chris Messina, Patricia Clakson, Kevin Dunn, Pablo Schreiber, Carrie Preston. Zak Orth.

Amigas desde a adolescência, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) decidem passar as férias de verão em Barcelona. Vicky está prestes a casar com Doug (Chris Messina) e deseja aproveitar a viagem para terminar sua tese sobre a Cultura da Catalunha, tema que ela é apaixonada. Por outro lado, Cristina é impulsiva, do tipo que se joga de cabeça nos relacionamentos. 

Logo no primeiro dia em Barcelona, as amigas são convidadas pelo pintor Juan Antonio (Javier Bardem) para viajar à cidade de Oviedo. O sedutor Juan Antonio deixa claro que deseja levá-las para cama. O convite mudará completamente a vida das jovens durante a estadia no país. 

Mesmo quando leva suas histórias para a Europa, Woody Allen explora os mesmo temas dos seus filmes em Nova York. Paixões fulminantes, traições, mentiras, casamentos em crise e até a crítica ao estilo de vida da classe alta novaiorquina estão presentes aqui. Allen é obcecado por relações amorosas e familiares, seu olhar é sempre extremamente crítico, focando o sofrimento das relações, mesmo utilizando bom humor. 

Os destaques do elenco ficam para Javier Bardem, perfeito como uma espécie de amante latino e para uma temperamental Penelope Cruz interpretando a ex-mulher do sujeito. Rebecca Hall e Scarlett Johansson são destaques pela beleza, a segunda também pela sensualidade. 

Com meio ponto acima ou meio ponto abaixo, os filmes de Woody Allen são todos muito semelhantes na qualidade e indicados principalmente para os fã do estilo do ator/diretor/roteirista.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

A Senhora da Van

A Senhora da Van (The Lady in the Van, Inglaterra, 2015) – Nota 7
Direção – Nicholas Hytner
Elenco – Maggie Smith, Alex Jennings, Jim Broadbent, Frances de la Tour, Gwen Taylor, Roger Allam, Deborah Findlay.

Início dos anos setenta, bairro Camden em Londres. Uma excêntrica senhora conhecida como Miss Shepherd (Maggie Smith) vive em uma velha van estacionada em uma das ruas da região. Vista como maluca pela crianças e como um estorvo por alguns moradores do local, Miss Shepherd ignora a todos. 

A situação se altera quando o escritor e ator teatral Alan Bennett (Alex Jennings) se muda para uma casa na rua onde está a van da senhora. As duas pessoas extremamente diferentes entre si, aos poucos criam um inusitado laço de algo parecido com uma amizade e por quinze anos a van ficará estacionada ao lado da casa do ator. 

Baseado numa história real, que a princípio parece absurda, este longa de Nicholas Hytner (do ótimo “As Loucuras do Rei George”) explica aos poucos os detalhes por trás da escolha de Miss Shepherd em viver isolada. 

Mesmo com toques de comédia, as entrelinhas da história são tristes. O passado da protagonista envolve problemas familiares e religiosos, com este segundo tema sendo mostrado como um vilão na vida da personagem. 

A veterana atriz Maggie Smith é especialista em personagens ranzinzas que no fundo tem um bom coração e aqui não é diferente, ela dá um show de interpretação. A química com o eterno coadjuvante Alex Jennings é perfeita, que cria com perfeição o também excêntrico ator que tem o hábito de conversar com ele mesmo enquanto escreve suas peças. 

É um filme simples e simpático.

domingo, 8 de maio de 2016

O Maravilhoso Agora

O Maravilhoso Agora (The Spectacular Now, EUA, 2013) – Nota 7,5
Direção – James Ponsoldt
Elenco – Miles Teller, Shailene Woodley, Brie Larson, Masam Holden, Mary Elizabeth Winstead, Jennifer Jason Leigh, Kyle Chandler, Bob Odenkirk, Andre Royo, Dayo Okeniyi.

Uma discussão leva ao fim a relação entre Sutter (Miles Teller de “Whiplash”) e Cassidy (Brie Larson de “O Quarto do Jack”). Eles estão no último ano do colégio. Enquanto Cassidy planeja ir para universidade, Sutter prefere aproveitar a vida sem se preocupar com o futuro. 

Após a separação, Sutter se aproxima da tímida Aimee (Shailene Woodley de “Tomorrowland”), com quem começa a namorar. O que seria um passatempo para o garoto, começa a se tornar sério. Em paralelo, ele deseja reencontrar o pai, enquanto Aimee precisa convencer a mãe a deixá-la ir para universidade na Califórnia. 

Este simpático drama romântico coloca em discussão dois temas. O primeiro é a questão dos problemas familiares, de como as relações com pai, mãe e irmãos influenciam a vida de cada pessoa. O outro tema faz o espectador pensar em até que ponto devemos curtir o dia atual ou planejar o futuro deixando algumas coisas de lado. 

Esta decisão, qualquer que seja ela, gera alguma consequência e como fica claro na sútil cena final, o que deixamos de fazer hoje, com certeza terá resultado diferente se fizermos amanhã. 

Vale destacar o ótimo trio principal, que defende com simplicidade e sensibilidade seus papéis, mostrando os conflitos da juventude e as decisões importantes que temos de tomar neste período, mesmo não tendo experiência para tanto. 

Sem ser espetacular como diz o título original, o filme vale pela sensibilidade da trama e dos personagens. 

sábado, 7 de maio de 2016

Terra Prometida

Terra Prometida (Promised Land. EUA / Emirados Árabes Unidos, 2012) – Nota 7
Direção – Gus Van Sant
Elenco – Matt Damon, John Krasinski, Frances McDormand, Rosemary DeWitt, Hal Holbrook, Titus Welliver, Terry Kinney, Tim Guinee, Lucas Black, Scoot McNairy.

Steve Butler (Matt Damon) está prestes a conseguir uma promoção no trabalho, mas antes disso precisa fechar um complicado negócio numa pequena cidade. 

Ao lado de Sue (Frances McDormand), Steve tem a missão de comprar as fazendas da região e também convencer o conselho da cidade a aprovar a exploração de gás natural por sua empresa, a corporação Global. 

Acreditando que irá convencer facilmente as pessoas simples da cidade, a dupla de negociantes se surpreende ao ser confrontada por um veterano professor de ciências (Hal Holbrook) que sabe que a exploração de gás poderá contaminar a águas e as terras da região, além de um militante ambientalista (John Krasinski) que deseja brecar os avanços da Global. 

O roteiro escrito em parceria pelos atores Matt Damon e John Krasinski foca na ambição desmedida de muitas grandes empresas que visam explorar determinado recurso natural para lucrar, sem se importar com a natureza ou com as vidas que serão afetadas.

Como um dos personagens cita, os maiores prejudicados são sempre os mais pobres, que recebem ofertas aparentemente interessantes no momento, sem imaginar que as consequências podem ser trágicas. 

Apesar de uma pequena surpresa em relação a um personagem na parte final, no geral o filme é apenas correto e os conflitos são previsíveis, assim como o desfecho. 

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Operação Invasão

Operação Invasão (Serbuan Maut ou The Raid: Redemption, Indonésia / França / EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção – Gareth Huw Evans
Elenco – Iko Uwais, Joe Taslim, Donny Alamsyah, Yayan Ruhian, Pierre Gruno, Ray Sahetapy.

Um grupo de vinte policiais de elite, uma espécie de SWAT da Indonésia, tem a missão de invadir um enorme edifício na periferia de Jacarta dominado por traficantes para prender o chefão da quadrilha. A ação dos policiais gera uma violenta reação dos traficantes, transformando o velho edifício numa zona de guerra. 

O diretor Gareth Evans consegue entregar um ótimo filme de ação explorando um fio de história. Dentro do roteiro, ainda surgem duas situações pessoais em relação ao confronto entre policiais e criminosos, mas o ponto principal é a ação quase ininterrupta, que explora os espaços do decadente edifício através de tiroteios, brigas com espadas, machetes, martelos e tudo mais que esteja a mão, além de ótimas cenas de Kung Fu. 

O estilo violento e criativo nas cenas de ação lembra bastante os filmes comandados por John Woo em Hong Kong nos anos oitenta e noventa. 

O longa teve uma continuação em 2014, filme que ainda não assisti, mas que muitos críticos consideram ser ainda melhor que este. 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Harry Potter



Harry Potter e a Pedra Filosofal (Harry Potter and the Sorcerer's Stone, Inglaterra / EUA, 2001) – Nota 7,5
Direção – Chris Columbus
Elenco – Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Richard Harris, Robbie Coltrane, Maggie Smith, Alan Rickman, Tom Felton, John Hurt, Ian Hart, Zoe Wanamaker, Richard Griffiths, Fiona Shaw, Warwick Davis

Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the Chamber of Secrets, Inglaterra / EUA, 2002) – Nota 7,5
Direção – Chris Columbus
Elenco – Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Kenneth Branagh, Richard Harris, John Cleese, Robbie Coltrane, Warwick Davis, Richard Griffiths, Jason Isaacs, Alan Rickman, Fiona Shaw, Maggie Smith, Julie Walters, Mark Williams, Tom Felton

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the Prisoner of Azkaban, Inglaterra / EUA, 2004) – Nota 7,5
Direção – Alfonso Cuarón
Elenco – Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Gary Oldman, Michael Gambon, Robbie Coltrane, Fiona Shaw, Richard Griffiths, Julie Walters, Mark Williams, David Thewlis, Alan Rickman, Warwick Davis, Maggie Smith, Tom Felton, Emma Thompson, Paul Whitehouse, Julie Christie, Timothy Spall.

Harry Potter e o Cálice de Fogo (Harry Potter and the Goblet of Fire, Inglaterra / EUA, 2005)  – Nota 7,5
Direção – Mike Newell
Elenco – Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Michel Gambon, Ralph Fiennes, Robbie Coltrane, Timothy Spall, Miranda Richardson, Maggie Smith, David Tennant, Warwick Davis, Mark Williams, Gary Oldman, James Phelps, Oliver Phelps, Jason Isaacs, Tom Felton, Robert Pattinson, Roger Lloyd Pack, Alan Rickman, Brendan Gleeson

Lançado praticamente junto com “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, o longa original da franquia Harry Potter deu início a uma onda de adaptações para o cinema de aventuras infanto-juvenis. 

Se os livros Tolkien já eram obras consolidadas e tinham fãs de todas as idades, Harry Potter era um fenômeno novo com foco em crianças e adolescentes, que alçou a escritora J.K. Rowling do anonimato para um sucesso quase sem limites. Foram sete filmes que renderam um fortuna para os envolvidos.

Eu assisti apenas os quatro primeiros e fiquei com a impressão de serem muito semelhantes na qualidade. São ótimos passatempos recheados de efeitos especiais, com elenco de astros britânicos escolhidos as dedo e conflitos com a cara da adolescência, porém, como gosto pessoal, perdi o interesse na franquia. 

Um sucesso gigantesco como este renderia o maior número de filmes possíveis para os fãs, mas para quem gosta apenas de cinema, ficou a impressão de esticarem a história apenas para o lucro, como é feito em novelas e seriados, que muitas vezes não apresentam novidades, com a história rodando no mesmo lugar. Inclusive os dois últimos filmes são baseados em um mesmo livro que teve a história dividida.

Por exemplo, diferente de 007 que tem um grande número de filmes intercalados em uma média de três anos de diferença, a franquia Harry Potter produziu sete longas em nove anos, claramente para aproveitar o “aquecimento” do personagem. 

Volto a frisar, são bons filmes, apenas fica a sensação de repetição no caso de quem é não é fã e nem leu os livros.  

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Poker

Poker (Poker, Colômbia, 2011) – Nota 7
Direção – Juan Sebastian Valencia
Elenco – Rafael Novoa, Juan Sebastian Aragon, Luis Fernando Hoyos, Javier Ortiz, Angelica Prieto.

Numa sala vip de um cassino, quatro homens disputam um jogo de poker. Enquanto trocam ironias, blefes e aumentam as apostas a cada rodada, em flashbacks o espectador conhece um pouco da vida de cada jogador e também da garota que é a crupiê. 

Com uma curta duração de apenas uma hora e quinze minutos, este longa colombiano mescla drama e violência para contar a história de personagens que buscam resolver seus problemas na mesa de jogo, fato que invariavelmente não termina bem. 

Não é um filme de grandes interpretações, os pontos altos são os dramas de vida dos personagens e a crescente tensão na mesa de poker, até o explosivo clímax, além da narrativa ágil. 

Vale a sessão para quem gosta de filmes que fogem do lugar comum.   

terça-feira, 3 de maio de 2016

O Novíssimo Testamento

O Novíssimo Testamento (Le Tout Nouveau Testament, Bélgica / França / Luxemburgo, 2015) – Nota 7,5
Direção – Jaco Van Dormael
Elenco – Benoit Poelvoorde, Phil Groyne, Catherine Deneuve, François Damiens, Yolande Moreau.

Deus (Benoit Poelvoorde) vive em Bruxelas na Bélgica. Ao invés de misericordioso como acreditam os religiosos, ele é um sujeito cruel que trata mal a esposa (Yolande Moreau) e a filha pequena Ea (Phil Groyne), além de culpar seu filho Jesus Cristo pela sua própria morte. Deus passa os dias de roupão, ofendendo a família e manipulando a vida das pessoas através de mensagens enviadas por um velho computador. 

Inconformada com as atitudes do pai, Ea decide enviar uma mensagem via celular para todas as pessoas na Terra informando o dia em que cada um morrerá. Em seguida, ela mesma decide sair de casa e procurar seis novos apóstolos. Revoltado, Deus segue a filha sem saber as consequências que terá de enfrentar. 

O roteiro escrito pelo diretor Jaco Van Dormael (“Sr. Ninguém”) em parceria com Thomas Gunzig faz uma crítica ácida a fé cega e coloca em questionamento porque as pessoas aceitam uma vida de sofrimento acreditando que este é o seu destino. A partir do momento que a pessoa sabe que terá um determinado tempo de vida marcado, ela muda suas atitudes e a forma de olhar para o mundo. 

É interessante também a forma como Deus manipula as pessoas através de leis idiotas que ele cria apenas para se divertir. Sabe quando algo acontece e não acreditamos por ser um azar enorme? Este filme diz que é apenas uma pegadinha de Deus. 

Apesar da fantasia fazer parte da trama, algumas situações são estranhas demais, como o peixe falante e o gorila apaixonado. Esse flerte com o surreal fazer o filme perder alguns pontos. 

Vale destacar a sensível interpretação da garotinha Phil Groyne, que narra a história e que deseja escrever um novo testamento com a ajuda de um velho morador de rua, que por sinal fica sem saber quando irá morrer porque não tem celular. 

É um longa que vale ser visto pela extrema originalidade e pela coragem de brincar com um tema sagrado para muitas pessoas.   

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Quebra de Confiança

Quebra de Confiança (Breach, EUA, 2007) – Nota 7
Direção – Billy Ray
Elenco – Chris Cooper, Ryan Phillippe, Laura Linney, Caroline Dhavernas, Gary Cole, Dennys Haysbert, Kathleen Quinlan, Bruce Davison.

No início de 2001, o jovem analista do FBI Eric O’Neill (Ryan Phillippe) é indicado por sua chefe (Laura Linney) para uma missão especial que pode lhe valer a promoção para agente.

Seu objetivo seria espionar o veterano agente Robert Hanssen (Chris Cooper), especialista em questões relativas a antiga União Soviética e que é suspeito de disseminar conteúdo sexual proibido. 

Após começar a trabalhar com Hanssen, Eric a princípio sente-se intimidado, porém aos poucos cria uma espécie de admiração pelo sujeito, que se mostra um católico fervoroso e um pai de família devoto, fatos que deixam o jovem em dúvida quanto a culpa do novo amigo. 

Este interessante longa detalha os bastidores de uma complexa história real que causou enormes danos ao governo americano, que até hoje considera confidencial a extensão deste prejuízo. 

Além dos segredos da história em si, o roteiro foca na relação entre dois sujeitos com inteligência acima da média, que travam um verdadeiro duelo repleto de testes de confiança. 

O destaque desta disputa fica para o eterno coadjuvante Chris Cooper, que brilha como o excêntrico agente que está sempre um passo à frente no trabalho. 

Não espere cenas de ação, a trama se mantém através dos diálogos e de pequenos detalhes.

domingo, 1 de maio de 2016

Anesthesia

Anesthesia (Anesthesia, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Tim Blake Nelson
Elenco – Sam Waterston, Tim Blake Nelson, Glenn Close, Corey Stoll, Jessica Hecht, Gretchen Mol, K. Todd Freeman, Michael Kenneth Williams, Kristen Stewart, Gloria Reuben, Mickey Sumner, Yul Vazquez, Scott Cohen, Natasha Gregson Wagner.

Em pouco mais de três dias, várias pessoas tem suas vidas modificadas por alguns incidentes. O professor Walter Zarrow (Sam Waterston) se prepara para se aposentar e aproveitar o resto da vida ao lado da esposa (Glenn Close), mas antes disso procura ajudar um aluna brilhante que é depressiva (Kristen Stewart). 

Seu filho Adam (Tim Blake Nelson) sofre ao saber que a esposa Jill (Jessica Hecht) pode estar com um tumor no ovário. O casal ainda precisa cuidar dos filhos adolescentes. O advogado Jeffrey (Michael Kenneth Williams) tenta levar à força para uma clínica de reabilitação seu amigo de infância Joe (K. Todd Freeman) que está entregue às drogas. Por último, Sarah (Gretchen Mol), que mora em um bela casa de subúrbio, abusa da bebida para compensar a ausência do marido (Corey Stoll). 

O ator, diretor e roteirista Tim Blake Nelson criou personagens que estão em momentos delicados da vida para desenvolver este sensível longa que foca principalmente na questão familiar. De uma forma ou de outra, todas as situações enfrentadas pelos personagens estão ligadas à família, seja por uma doença, por uma crise no casamento, pelo amor e até mesmo uma grande amizade. 

Apesar de lenta, a narrativa prende a atenção pela sobriedade como as pequenas histórias são contadas, sem jamais apelar para o exagero. O filme perde alguns pontos pelo final em aberto, já que as histórias não fecham completamente, mesmo não sendo difícil imaginar o que aconteceria em seguida. 

O destaque fica para a atuação do veterano Sam Waterston, perfeito com o professor sábio e com um sentimento de humanidade acima do normal. Por sinal, depois dos anos noventa, Waterston fez poucos trabalhos no cinema, pois foi a figura principal do seriado “Law & Order” entre 1994 e 2010.