A Terra do Sol (Sunshine State, EUA, 2002) – Nota 7,5
Direção –
John Sayles
Elenco –
Angela Bassett, Edie Falco, Timothy Hutton, James McDaniel, Gordon Clapp, Mary
Steenburgen, Miguel Ferrer, Bill Cobbs, Mary Alice, Alan King, Clifton James,
Tom Wright, Sam McMurray, Ralph Waite, Richard Edson, Jane Alexander, Charlayne
Woodard.
Uma pequena comunidade da Flórida se torna alvo de uma
grande construtora que pretendo investir no local. Para analisar a região é
enviado o arquiteto Jack (Timothy Hutton), o que a principio deixa alguns
moradores apreensivos, enquanto outros vêem o fato como uma chance de
mudar de vida.
A principal interessada em vender suas propriedades é Marly
(Edie Falco), que auxilia o pai (Ralph Waite) num misto de motel e restaurante,
mas sonha em deixar a cidade para começar uma nova vida. Por outro lado, a
idosa Eunice (Mary Alice) não imagina sair da casa que conseguiu com muito
custo, ao mesmo tempo que terá de lidar com o passado com a visita da filha
Desiree (Angela Bassett) e do marido Reggie (James McDaniel). Desiree nunca se
entendeu com a mãe, abandonou a cidade e conseguiu se tornar uma atriz famosa.
Sua visita reabre a conflituosa relação com a mãe.
O diretor e roteirista John
Sayles é quase um desconhecido para o cinéfilo comum, porém ele construiu uma
sólida carreira no cinema independente desde os anos oitenta. Gosto muito do
trabalho do diretor e entre os vários bons filmes, destaco duas obras marcantes
que tem como pontos principais a injustiça e a desonestidade. São eles os
imperdíveis dramas “Fora da Jogada” e “Matewan – A Luta Final”.
Neste “A Terra
do Sol”, o roteiro de Sayles se divide entre personagens frustrados e a
especulação imobiliária, criando um conflito entre o velho e o novo. O filme
mostra que as pessoas que saíram da pequena comunidade prosperaram, enquanto as
que ficaram continuaram levando um vida simples, com a chegada da construtora
sendo uma espécie de empurrão na vida destas pessoas, tanto para o bem para
aqueles que querem mudanças, como para o mal para os que se sentem ameaçados.
Outro
ponto comum a maioria dos filmes de Sayles são os vários personagens que
parecem pessoas reais, sempre envolvidas em pequenas situações.
Mesmo não
sendo o melhor trabalho de Sayles, vale a sessão pelos bons personagens e a história
muito próxima da realidade.