terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Missing 411 - A Trilogia

 


Missing 411 (Missing 411, EUA, 2016) – Nota 6,5
Direção – Michael DeGrazier & Benjamin Paulides
Documentário

Baseado em um livro do ex-policial David Paulides, este é o primeiro documentário de uma trilogia sobre o tema do desaparecimento misterioso de pessoas em parques estaduais. 

O foco aqui é o desaparecimento de crianças, tendo como história principal a de um garoto de dois anos de idade que sumiu quando seus pais, o avô e um amigo da família acampavam em Idaho Falls. A forma como ocorreu o desaparecimento e a total falta de provas ou pistas é um mistério que aflige até hoje a família e as autoridades envolvidas no caso. 

O doc detalha também histórias semelhantes que aconteceram em outros parques, como se algumas crianças simplesmente sumissem da face da Terra. A narrativa é mediana e sem grandes surpresas ou revelações, fazendo com que o ponto principal sejam as próprias histórias de desaparecimentos sem solução.

Missing 411: The Hunted (Missing 411: The Hunted, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Michael DeGrazier
Documentário

Neste segundo longa sobre os casos de desaparecimento em parques estaduais analisados pelo escritor David Paulides, o foco são os misteriosos casos com caçadores. Paulides diz ter estudado em torno de mil e duzentos casos envolvendo todo o tipo de desaparecimentos em parques, selecionando alguns dentre muitos que não tem explicação lógica alguma. 

Aqui ele detalha através de depoimentos quatros casos em que caçadores experientes desapareceram sem deixar vestígios. Em dois destes casos os corpos foram encontrados, porém em locais e condições totalmente absurdas em relação ao desaparecimento. 

Ligando com um quinto caso diferente, em que algo inexplicável foi visto por vários pessoas, fica a ideia de que Paulides acredita que as respostas possam estar além de nossa racionalidade.

Missing 411: The U.F.O. Connection (Missing 411: The U.F.O. Connection, EUA, 2022) – Nota 7,5
Direção – David Paulides
Documentário

Fechando a trilogia sobre desaparecimentos em parque estaduais baseados em seus livros, o ex-policial e escritor David Paulides foca nos casos em que ocorreram a aparição de UFOs na mesma região. 

Novamente os casos abordados são de caçadores experientes que desapareceram, além de uma situação específica de um sujeito que alega ter sido abduzido em 1974 e que ainda está vivo para contar sua história. 

Paulides fez uma pesquisa minuciosa para agrupar casos semelhantes ocorridos em locais muito próximos, ou seja, coincidências difíceis de serem aceitas como algo normal. É interessante também a teoria criado pelo escritor que cita dez situações que estariam ligadas aos desaparecimentos, algumas delas repetidas em quase todas. 

Como exemplo, a pessoa que some sempre se desgarra do grupo de pessoas que estava na floresta com ela, as vezes desaparecendo numa questão de segundos. Outros pontos são que os locais sempre estão próximos da água, normalmente um rio, pouco tempo após o sumiço ocorre um evento climático que atrapalha as buscas e o mais curioso é que os cães farejadores não detectam cheiro algum, algo totalmente incomum. 

O tema é vasto, complexo e principalmente misterioso, rendendo esta interessante trilogia que faz pensar e que deixa enormes dúvidas sobre o que realmente aconteceu nestes casos.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Entre Lobos

 


Entre Lobos (Brasil, 2022) – Nota 8
Direção – Silvio Medeiros
Documentário

Produzido pelo Brasil Paralelo, este é com certeza o documentário mais completo sobre o problema da segurança no Brasil. São três episódios que detalham através de informações e depoimentos como funciona a segurança pública, os problemas estruturais com a divisão da polícia em civil e militar, a falta de apoio aos policiais e o burocrático processo da justiça criminal que beneficia os acusados esquecendo completamente das vítimas. 

É uma realidade estarrecedora, daquelas que tiram completamente a esperança de vivermos em um país melhor e com mais segurança. É um documentário que deveria servir como ponto de partida para uma ampla reestruturação na justiça brasileira.

domingo, 29 de janeiro de 2023

Noites Brutais

 


Noites Brutais (Barbarian, EUA, 2022) – Nota 5
Direção – Zach Cregger
Elenco – Georgina Campbell, Bill Skarsgard, Justin Long, Richard Brake, Jaymes Butler.

Tess (Georgina Campbell) chega em Detroit para uma entrevista de emprego e descobre que a casa que alugou por um aplicativo está localizada em um bairro decadente. Para piorar, um rapaz (Bill Skarsgard) também está no local tendo alugado o imóvel por outro aplicativo. O que ela também não sabe é que existe um terrível segredo nos porões da casa. 

Este longa de terror e suspense começa até de uma forma intrigante, com um clima estranho e deixando em dúvida sobre qual seria a ameaça. Conforme a trama avança e com a entrada em cena do personagem de Justin Long tudo desanda. 

Além dos vários furos no roteiro e das péssimas decisões tomadas pelos personagens, a escolha do diretor e roteirista em demonizar a polícia em uma sequência rápida e principalmente transformar um personagem masculino em estereótipo ideológico jogam o filme na lata do lixo. O clímax então é de um absurdo total.

sábado, 28 de janeiro de 2023

Pearl

 


Pearl (Pearl, EUA / Canadá, 2022) – Nota 6
Direção – Ti West
Elenco – Mia Goth, David Corenswet, Tandi Wright, Matthew Sunderland, Emma Jenkins Purro, Alistair Sewell, Amelia Reid.

Texas, 1918. Em uma fazenda vive a jovem Pearl (Mia Goth) que sonha em se tornar dançarina, mas que convive com a mãe dominadora (Tandi Wright) e precisa do cuidar do pai catatônico (Matthew Sunderland). Conforme Pearl vai descobrindo a vida, também vem à tona o seu lado sombrio que desencadeará uma série de acontecimentos bizarros. 

Este longa é um prequel do interessante e superior na comparação “X” que o diretor e roteirista Ti West comandou também em 2022. Por mais que muitas pessoas estejam tratando este novo longa como uma espécie de cult, muito pela ótima e assustadora atuação de Mia Goth, por outro lado a estranheza acaba sendo maior que a qualidade, como na sequência do espantalho por exemplo. 

O roteiro basicamente detalha como uma jovem ingênua e sonhadora termina desenvolvendo uma personalidade perturbada e violenta, fatos que se encaixam com os acontecimentos do filme seguinte. A montagem e os créditos seguem os estilos dos filmes B dos anos setenta como “O Massacre da Serra Elétrica”. 

Por mais que o filme tenha qualidades, eu considero a narrativa cansativa e a história previsível para quem viu o longa anterior. Vamos ver como será o fechamento da trilogia com “MaXXine” que está sendo filmado.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

O Destruidor, Fúria Cega & O Vingador

 


O Destruidor (Split Second, Inglaterra, 1992) – Nota 6,5
Direção – Tony Maylam
Elenco – Rutger Hauer, Kim Cattrall, Neil Duncan, Michael J. Pollard, Pete Postlethwaite.

Em um futuro próximo, a cidade de Londres está infestada por ratos, doenças e parte dela alagada. Tudo fica ainda pior quando uma estranha criatura começa a atacar a pessoas, literalmente destroçando quem cruza seu caminho. Neste contexto, o policial rebelde Harley Stone (Rutger Hauer) inicia uma caçada com ajuda de um parceiro certinho (Neil Duncan) e de uma garota (Kim Cattall). 

Esta mistura de ficção e policial é um filme assumidamente B que copia elementos de outros longas do gênero da época, inclusive o clássico “Blade Runner” que também tinha Rutger Hauer. Os destaques são as violentas sequências de ação, o clima sinistro em uma Londres decadente e a cínica interpretação de Hauer. Seu personagem é o clichê ambulante do anti-herói, que diz ainda se alimentar somente de café e chocolate. 

É uma típica ficção B ao estilo dos anos oitenta e noventa.

Fúria Cega (Blind Fury, EUA, 1989) – Nota 6,5
Direção – Phillip Noyce
Elenco – Rutger Hauer, Terry O'Quinn, Brandon Call, Lisa Blount, Randall Tex Cobb, Meg Foster, Nick Cassavetes, Sho Kosugi, Rick Overton.

Nick Parker (Rutger Hauer) era um jovem soldado que perdeu a visão lutando no Vietnã. Ele foi acolhido por um mestre que o ajudou a se recuperar e o treinou para manejar uma espada (katana), além de desenvolver os demais sentidos. 

Vinte anos depois, Nick volta aos EUA com o objetivo de encontrar um ex-companheiro (Terry O’Quinn), porém descobre que o sujeito trabalha para um traficante. Nick termina por se envolver em um complicada trama quando o filho do amigo (Brandon Call) se torna alvo da quadrilha. 

Deixando os absurdos de lado ao aceitar a proposta do roteiro em que o protagonista enfrenta os vilões sem ver nada, o espectador que gosta de filmes de ação vai se divertir. A premissa de transformar um protagonista em tutor de um garoto perseguido é clichê, porém as boas sequências de ação e o carisma de Rutger Hauer seguram bem o filme. 

A trama é inspirada no clássico japonês “Zatoichi”.

O Vingador (Hobo with a Shotgun, Canadá, 2011) – Nota 5,5
Direção – Jason Eisener
Elenco – Rutger Hauer, Molly Dumsworth, Brian Downey, Nick Bateman, Gregory Smith.

Um viajante maltrapilho (Rutger Hauer) chega escondido em um trem de carga numa pequena cidade do interior dominada pela criminalidade. Ao defender uma prostituta, o estranho sem nome é agredido pelos filhos do chefão do crime na cidade. O sujeito sobrevive e decide comprar uma arma para se vingar. 

Assim como “Machete”, este longa B de ação nasceu de um trailer falso dirigido pelo mesmo Jason Eisener em 2007 lançado junto com “Grindhouse”, o filme duplo dirigido por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. 

A trama simples é apenas uma desculpa para uma série de sequências de violência e sangue explodindo para todos os lados. O grande Rutger Hauer parece se divertir descendo a porra e mandando chumbo nos bandidos que cruzam seu caminho. 

É praticamente um gore exagerado e absurdo, indicado para os fãs do gênero.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A Raposa Cinzenta

 


A Raposa Cinzenta (The Grey Fox, EUA, 1982) – Nota 7
Direção – Philip Borsos
Elenco – Richard Farnsworth, Jackie Burroughs, Ken Pogue, Wayne Robson, Timothy Webber, Gary Reineke.

EUA, 1901. Após cumprir trinta e três anos de prisão, o outrora ladrão de diligências Bill Miner (Richard Farnsworth) ganha a liberdade. Encontrando um mundo completamente diferente do que conhecia, ele tenta recomeçar a vida com um emprego simples, porém aos poucos percebe que seu dom é mais forte do que a honestidade. Miner decide então assaltar um trem, retornando ao mundo do crime. 

Este simpático longa é ao mesmo tempo um western sobre o final de uma era e um drama com um protagonista incomum, uma espécie de ladrão honrado que existe somente no cinema. A reconstituição de época e a ótima atuação de Richard Farnsworth são os destaques. 

Por sinal, o então veterano ator que fez uma longa carreira na questão de tempo, mas sem tantos filmes quantos seus contemporâneos, teve dois grandes papéis de protagonista. Neste longa comento e em seu último trabalho em “Uma História Real” de 1999 dirigido por David Lynch, que inclusive lhe rendeu uma indicação os Oscar de Melhor Ator. Farnsworth faleceu em 2000.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Cores no Escuro

 


Cores no Escuro (Satte Farben vor Schwarz, Alemanha, 2010) – Nota 6,5
Direção – Sophie Heldman
Elenco – Senta Berger, Bruno Ganz, Barnaby Metschurat, Carine Wiese, Leonie Benesch.

O longo casamento de Fred (Bruno Ganz) e Anita (Senta Berger) é abalado quando ele é diagnosticado com câncer de próstata, não aceita se tratar e decide comprar um apartamento para passar alguns momentos sozinhos, o que desagrada completamente a esposa. 

Este drama sobre os problemas na reta final da vida disseca os altos e baixos de um casamento, em que mesmo existindo o amor, os obstáculos e os erros de cada um foram muitos. 

O roteiro detalha ainda a relação com o casal de filhos adultos (Barnaby Metschurat e Carine Wiese) e com a neta adolescente (Leonie Benesch). 

Destaque para as ótimas atuações da belíssima Senta Berger e do falecido Bruno Ganz, além do final ousado.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Operação Avalanche

 


Operação Avalanche (Operation Avalanche, EUA, 2016) - Nota 6
Direção – Matt Johnson
Elenco – Matt Johnson, Owen Williams, Andrew Appelle, Jared Raab, Josh Boles, Ray James.

Em 1967, dois jovens agentes da CIA (Matt Johnson e Owen Williams) são enviados para trabalhar na NASA disfarçados de documentaristas com o objetivo de descobrir a identidade de um espião soviético que estaria infiltrado no local. Rapidamente eles descobrem um segredo em relação ao trabalho da NASA e se voluntariam para participar de uma gigantesca farsa. 

Explorando o estilo de falso documentário, este longa tem uma premissa extremamente intrigante ao abordar uma possível conspiração que seria provavelmente a maior da história da humanidade. 

O grande problema é que o estilo de câmera na mão normalmente cansa o espectador por causa dos enquadramentos estranhos e da “agitação” na tela. Além disso, em momento algum o suspense decola e as atuações são fracas. 

O tema rendeu um filme um pouco melhor nos anos setenta chamado “Capricórnio Um”, mas mesmo assim merecia uma nova versão mais bem trabalhada.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Dragões para Sempre & Detonando em Barcelona

 


Dragões para Sempre (Fei Lung Mang Jeung, Hong Kong, 1988) – Nota 7
Direção – Sammo Hung & Corey Yuen
Elenco – Jackie Chan, Sammo Hung, Yuen Biao, Pauline Yeung, Deanne Ip. Wah Yuen, Benny Urquidez.

Jackie (Jackie Chan) é o advogado de uma empresa que está sendo acusada de poluir as águas de uma região em Hong Kong. Ao se envolver com a advogada que faz a acusação, Jackie termina por mudar de opinião. Com a ajuda de dois amigos (Sammo Hung e Yuen Biao), eles farão de tudo para destruir a empresa corrupta. 

Jackie Chan, Sammo Hung e Yuen Biao tiveram a mesma formação artística e acrobática na Escola de Ópera de Pequim, local conhecido por uma dura disciplina. Trabalharam juntos em vários filmes, sempre mostrando todo o talento para as sequências de ação criativas misturando artes marciais e acrobacias com objetos. 

Este longa perde um pouco de tempo em dois romances ingênuos ao estilo do cinema de Hong Kong, para ganhar pontos nas ótimas sequências de luta, muitas delas entre os próprios protagonistas, criando assim uma pitada de comédia. 

É um filme indicado para os fãs do gênero e do estilo.

Detonando em Barcelona (Kuai Can Che, Hong Kong, 1984) – Nota 7
Direção – Sammo Hung
Elenco – Jackie Chan, Sammo Hung, Yuen Biao, Benny Urquidez, Keith Vitali, Herb Edelman.

Os primos Thomas (Jackie Chan) e David (Yuen Biao) são donos de um restaurante móvel (os atuais Food Trucks) em Barcelona. Quando uma jovem batedora de carteiras é perseguida por uma gangue, a dupla de amigos junto com um detetive particular (Sammo Hung) se envolve no conflito. 

O trio Jackie Chan, Sammo Hung e Yuen Biao levou seu talento para lutas e acrobacias até as ruas de Barcelona resultando numa filme extremamente divertido e agitado. 

Este foi um dos vários sucessos de Jackie Chan no mercado asiático, antes de Hollywood abrir as portas para seu talento.

domingo, 22 de janeiro de 2023

O Paciente

 


O Paciente (The Pacient, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Chris Long, Kevin Bray & Gwyneth Horder Payton
Elenco – Steve Carell, Domhnall Gleeson, Laura Niemi, Andrew Leeds, Linda Emond, Amy Handelman, Alex Rich, Renata Friedman, David Alan Grier, Alan Blumenfeld.

Um psicopata (Domhnall Gleeson) sequestra seu terapeuta (Steve Carell) para que este o ajude a conter seus instinto assassinos. Esta premissa simples e extremamente absurda é o ponto principal dos dez episódios desta minissérie. 

Mesmo com episódios com duração em torno de trinta minutos, fica a impressão de que o desenvolvimento seria mais interessante em um longa comum. As sessões de terapia intercaladas com os flashbacks sobre a vida do protagonista que começa a analisar seus próprios erros na vida familiar terminam cansando um pouco. 

Se a atuação de Domhnall Gleeson é estranha e aceitável de acordo com seu personagem, a do sempre ótimo Steve Carell é o destaque. Suas reflexões, a tentativa de esconder o medo e a lábia para tentar conter o assassino elevam bastante a qualidade da minissérie, que no geral é um pouco mais do que razoável.

sábado, 21 de janeiro de 2023

O Balconista 3

 


O Balconista 3 (Clerks III, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Kevin Smith
Elenco – Brian O’Halloran, Jeff Anderson, Kevin Smith, Jason Mewes, Trevor Fehrman, Austin Zajur, Rosario Dawson, Marilyn Ghigliotti, Jennifer Schwalbach Smith, Justin Long, Ben Affleck, Fred Armisen, Danny Trejo, Ethan Suplee, Freddie Prinze Jr., Anthony Michael Hall.

Com quase trinta anos de amizade, Dante (Brian O’Halloran) e Randal (Jeff Anderson) ainda trabalham na mesma loja de conveniência. Quando Randal sofre um ataque do coração e sobrevive, ele decide fazer um filme para contar sua história de vida e por consequência de Dante e das figuras que frequentam o local, entre eles Jay (Jason Mewes) e Silent Bob (Kevin Smith). 

Este fechamento da trilogia iniciada em 1994 não chega a ser tão divertida como os filmes anteriores, mas existe uma explicação. A ideia do diretor Kevin Smith foi mostrar que os personagens agora na casa dos cinquenta anos de idade já não tem a mesma alegria da juventude, inclusive inserindo pitadas de drama para mostrar que a vida vai além das conversas sobre sexo e cultura pop. 

Como é habitual aos trabalhos de Kevin Smith, estão presentes a ideia do filme dentro do filme, as piadas com religião e as citações sobre seus trabalhos anteriores, inclusive tirando sarro de sua própria carreira. 

Ele tinha apenas vinte e quatro anos de idade quando dirigiu o primeiro “O Balconista” e experiência de vida como balconista de loja. O talento promissor que mostrou neste trabalho jamais explodiu como o esperado, mesmo tendo feitos longas interessantes como “Procura-se Amy”, “O Balconista 2” e “Dogma”. Fora deste estilo, seu único trabalho de destaque é “Red State”, drama policial sobre uma seita fundamentalista que merece ser visto. 

Vale citar que o fechamento da trilogia é também uma homenagem aos seus fiéis escudeiros Brian O’Halloran, Jeff Anderson e Jason Mewes que o acompanham desde o primeiro “O Balconista”, época em que sequer eram atores profissionais.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

A Fúria Divina

 


A Fúria Divina (Sajam, Coreia do Sul, 2019) – Nota 6,5
Direção – Joo Hwan Kim
Elenco – Park Seo Joon, Sung Ki Ahn, Woo Do Hwan, Eun Hyung Jo, Choi Woo Sik.

Quando criança, Yong Hoo (Park Seo Joon) sofreu muito ao perder os pais. Na vida adulta ele se tornou um lutador de MMA sem fé alguma em Deus. Um fato incomum o leva a cruzar o caminho do padre Ahn (Sung Ki Ahn), que é especialista em exorcismos. De forma inusitada, os dois iniciam uma espécie de parceria na luta contra o mal. 

Este terror sul-coreano explora todos os clichês do filmes sobre exorcismo, com sequências que mesmo sendo bem filmadas deixam a impressão de repetição para quem está acostumado com o gênero. O diferencial do roteiro é o personagem lutador que sai literalmente na porrada com alguns demônios, inclusive no clímax. 

É um filme que vale pela curiosidade desta escolha inusitada.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Operação Cerveja

 


Operação Cerveja (The Greatest Beer Run Ever, EUA, 2022) – Nota 7,5
Direção – Peter Farrelly
Elenco – Zac Efron, Russell Crowe, Bill Murray, Ruby Ashbourne Serkis, Jake Picking, Kyle Allen, Archie Renaux, Will Ropp, Will Hochmann, Kevin K. Tran, Paul Adelstein, Shirleyann Kaladjian, Kristin Carey.

Inwood, subúrbio de Nova York, 1967. Vários jovens da região foram recrutados ou seguiram como voluntários para lutar no Vietnã. Quando chegam notícias de que alguns morreram, Chickie Donohue (Zac Efron) toma uma decisão aparentemente maluca. Ele resolve viajar até o Vietnã e levar cerveja para os amigos que estão vivos, como uma forma de motivá-los e agradecê-los pelo que estão enfrentando. 

Por mais absurda que pareça, este longa é baseado em uma história real que vai além da comédia que a premissa passa como primeira impressão. A saga do protagonista para encontrar os amigos o leva a descobrir a verdadeira guerra repleta de caos, violência e mortes. 

Vale citar que o roteiro além de criticar a motivação da guerra e as atitudes do governo americano, também faz o contraponto ao colocar o protagonista que é patriota e que entende que os jovens que foram lutar precisavam ser bem tratados, pois eles não tinham culpa alguma do que estavam enfrentando. 

É um filme que me surpreendeu positivamente.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Homem Interior

 


Homem Interior (Inside Man, Inglaterra, 2022) – Nota 6,5
Direção – Paul McGuigan
Elenco – David Tennant, Stanley Tucci, Dolly Wells, Lydia West, Atkins Estimond, Lyndsey Marshal, Louis Oliver, Dylan Baker, Eke Chukwu, Kate Dickie.

Nos EUA, Jefferson Grieff (Stanley Tucci) é um criminologista que está condenado à morte por ter assassinado a esposa. Por ter uma inteligência acima da média, ele é procurado por várias pessoas para ajudar na resolução de mistérios. 

Na Inglaterra, Harry (David Tennant) é um vigário querido na comunidade onde vive que se envolve numa trágica situação após uma série de coincidências. Os dois sujeitos que vivem a milhares de quilômetros de distância terão seus destinos cruzados pela ação de uma jovem jornalista (Lydia West). 

Esta minissérie em quatro episódios que mistura drama, policial e suspense tem uma premissa bastante intrigante e um desenvolvimento que deixa a desejar. A trama americana é superior, muito pela ótima caracterização de Stanley Tucci que dá um show como o psicopata frio, cínico e extremamente inteligente, claramente inspirado no Hannibal Lecter de Anthony Hopkins. Os melhores diálogos acontecem com ele. 

A história inglesa segue o estilo de tragédia com pitadas de humor negro, em que os personagens a cada nova decisão se afundam ainda mais no buraco que cavaram. Algumas coisas incomodam, como a inexpressiva jornalista e a professora vivida por Dolly Wells que esconde uma personalidade no mínimo incomum. 

É uma série que tinha potencial para ser muito melhor.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Cropsey & Killer Legends

 


Cropsey (Cropsey, EUA, 2009) – Nota 7
Direção – Joshua Zerman & Barbara Brancaccio
Documentário

A dupla de diretores Joshua Zerman e Barbara Brancaccio nasceu em Staten Island, uma ilha isolada de Nova York e durante a adolescência ouviam histórias sobre Cropsey, uma lenda urbana sobre um psicopata que teria sido interno ou funcionário de um manicômio na região. 

As histórias variavam nos detalhes, mas os jovens acreditavam ser algo criado para afastá-los de um complexo de edifícios hospitalares abandonados em meio a uma floresta. Tudo fica verdadeiramente assustador quando uma garota de treze anos desaparece na região, dando início a uma intensa busca e também a uma sinistra história de violência. 

Os diretores utilizaram reportagens reais da época do desaparecimento e entrevistaram diversas pessoas ligadas ao caso, a princípio fazendo uma relação com a lenda do Cropsey, para depois focar totalmente no crime. 

É bastante interessante a investigação da dupla, principalmente nas sinistras locações do hospital abandonado e também ao mostrar como Staten Island tem diversos locais isolados propícios para crimes e desova de corpos.

Killer Legends (Killer Legends, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Joshua Zeman
Documentário

Depois do sinistro documentário “Cropsey”, o diretor e roteirista Joshua Zeman voltou ao tema das lendas urbanas nesta obra que detalha quatro crimes ligados ao assunto. É difícil saber como nasce uma lenda urbana, o que Zeman faz aqui é tentar provar se realmente estas lendas nasceram depois de crimes verdadeiros ou se serviram de inspiração para criminosos. Uma coisa é certa, o objetivo destas histórias é causar medo nas pessoas. 

São quatro lendas investigadas por Zeman. O caso “The Candyman” sobre doces envenenados oferecidos a crianças no Dia das Bruxas. A da babá que é vigiada por um psicopata escondido dentro da casa. As relatadas aparições de palhaços sinistros em diversas cidades do país. E talvez a lenda mais famosa ligada a um caso real sobre o assassino batizado como “O Fantasma” que matou algumas pessoas na cidade de Texarkana em 1946. 

Todas estas lendas já renderem filmes que aumentaram ainda mais o interesse e também o medo das pessoas. Não chega a ser tão completo como “Cropsey”, mas mesmo assim é bastante interessante o paralelo feito entre as lendas e alguns crimes reais.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Um Tiro na Noite

 


Um Tiro na Noite (Blow Out, EUA, 1981) – Nota 8
Direção – Brian De Palma
Elenco – John Travolta, Nancy Allen, John Lithgow, Dennis Franz, John McMartin, John Aquino.

Jack (John Travolta) é um sonoplasta de filmes B que de forma acidental capta o som um acidente de automóvel que na verdade pode esconder um assassinato. Ele salva uma jovem (Nancy Allen) que estava no banco do passageiro e inicia uma busca para descobrir o que realmente aconteceu, levando Jack a se envolver numa complexa trama de conspiração. 

Numa época em que o diretor Brian DePalma criava obras de suspense com inspiração nos filmes de Hitchcock, este longa é também uma homenagem a “Blow Up – Depois Daquele Beijo” do italiano Michelangelo Antonioni. 

Além da investigação, o roteiro e a narrativa também exploram os detalhes do trabalho do protagonista, mostrando como o som é importante no cinema e neste caso específico em provar um crime. 

É um ótimo filme de um grande diretor que talvez por causa de poucas obras fracas na carreira e também por não gostar de dar entrevistas, não tem o mesmo reconhecimento que outros diretores.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Sorria

 


Sorria (Smile, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Parker Finn
Elenco – Sosie Bacon, Kyle Gallner, Jessie T. Usher, Robin Weigert, Kal Penn, Caitlin Stasey, Rob Morgan.

Rose Cotter (Sosie Bacon) é uma psiquiatra que durante um atendimento aparentemente comum se torna testemunha de um sinistro suicídio. O fato abala Rose, que descobre que a vítima também foi testemunha de uma suicídio anterior, desencadeando algo que parece ser sobrenatural. 

Esta mistura de suspense e terror explora uma fórmula vista em diversos longas como “O Chamado” e “Corrente do Mal”, apenas mudando o enfoque da maldição e inserindo o sinistro sorriso no rosto das vítimas. 

A descida ao inferno da protagonista não apresenta surpresas, assim como o final que deixa um gancho para uma sequência que pode explorar inclusive a origem dos suicídios. 

É um filme que prende a atenção, mas passa longe de entregar algo novo no gênero.

sábado, 14 de janeiro de 2023

The Watcher

 


The Watcher (Bem-Vindos a Vizinhança, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Paris Barclay, Jennifer Lynch, Ryan Murphy & Max Winkler
Elenco – Naomi Watts, Bobby Cannavale, Mia Farrow, Terry Kinney, Jennifer Coolidge, Norma Dumezweni, Christoper McDonald, Margo Martindale, Richard Kind, Henry Hunter Hall, Isabel Gravitt, Luke David Bloom, Joe Mantello, Michael Nouri, Matthew Del Negro.

O executivo Dean (Bobby Cannavale) e sua esposa Nora (Naomi Watts), que é artista plástica, compram uma mansão no subúrbio de Nova York para onde se mudam com o casal de filhos adolescentes. Não demora para o sonho se tornar pesadelo. Eles começam a receber cartas anônimas ameaçadoras e ao mesmo tempo entram em conflito com alguns vizinhos bisbilhoteiros. 

Esta minissérie em sete episódios é baseada em um artigo de jornal que descrevia uma história real. A história começa de forma intrigante, mesmo dando pistas de quem poderia ser o autor das cartas. O problema é a narrativa que varia entre o suspense, o drama e o humor negro, com personagens exagerados e um final que chega a insinuar algo sobrenatural. 

A ótima produção esconde as falhas no roteiro e o desperdício de algumas ideias interessantes, como a questão dos túneis e o personagem que seria um assassino no passado. Eu esperava algo um pouco melhor.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Pesadelo do Acaso & Armadilha para Turistas

 


Pesadelo do Acaso (Nightmare in Badham County, EUA, 1976) – Nota 6
Direção – John Llewellyn Moxey
Elenco – Deborah Raffin, Lynne Moody, Chuck Connors, Fionnula Flanagan, Ralph Bellamy.

Duas jovens amigas (Deborah Raffin e Lynne Moody) viajam de carro pelo interior dos EUA. Ao passarem por uma pequena cidade, elas são abordadas por um xerife corrupto (Chuck Connors), que inventa um crime para prender as garotas. É o início de um inferno na vida das jovens, que sofrem humilhações e todo tipo de violência, inclusive sendo enviadas a uma penitenciária. 

Este filme que é inspirado em uma história real passou diversas vezes na tv aberta nos anos oitenta, sendo quase um cult B. O roteiro leva o tema da injustiça até o limite, criando também sequências de violência comuns aos filmes de prisão. 

É um filme que com certeza deixou muita gente com medo de viajar pelas estradas do interior americano.

Armadilha para Turistas (Tourist Trap, EUA, 1979) – Nota 5,5
Direção – David Schmoeller
Elenco – Chuck Connors, Jocelyn Jones, Jon Van Ness, Robin Sherwood, Tanya Roberts, Leith McDermott, Dawn Jeffory.

Dois rapazes e três garotas em viagem pelo interior dos EUA tem um problema no carro em uma estrada isolada e terminam cruzando o caminho do estranho dono de um museu de manequins (Chuck Connors). Não demora para um mascarado atacar os jovens, que ficam presos no museu. 

Este longa apresenta uma premissa semelhante ao clássico B de terror “O Museu de Cera”, porém explorando o estilo que começou com “O Massacre da Serra Elétrica” e que se tornaria comum nos anos oitenta de jovens sendo perseguidos por um psicopata. 

O clima é sinistro, as locações bizarras e as atuação péssimas, inclusive do eterno canastrão Chuck Connors. No elenco tem como curiosidade a participação de uma jovem Tanya Roberts, que ficaria famosa ao trabalhar na fase final da série “As Panteras” e anos depois em “That '70s Show”. 

Vale citar que este longa foi produzido por Charles Band, que tem uma longa carreira como produtor de filmes de terror e suspense com sua empresa Full Moon. Charles é filho do falecido Albert Band que também produziu diversos filmes de terror com sua empresa Empire e irmão de Albert Band, responsável pela trilha sonora de diversos filmes da família.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

892 ou Breaking

 


892 ou Breaking (Breaking. EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Abi Damaris Corbin
Elenco – John Boyega, Michael Kenneth Williams, Nicole Beharie, Connie Britton, Selenis Leyva, Jeffrey Donovan, Olivia Washington, Carmine Giovinazzo, Kate Burton.

Brian Brown Easley (John Boyega) é um veterano do exército que por uma questão burocrática tem sua pensão repassada pelo governo para pagar sua dívida com a universidade. 

Enfrentando problemas emocionais por causa do que viveu na guerra, além da recente separação da esposa, Brian toma a decisão extrema de invadir um banco e fazer os funcionários reféns para pressionar as autoridades. 

O roteiro tenta fazer uma crítica a forma como os veteranos de guerra são tratados utilizando uma premissa semelhante ao sensacional clássico “Um Dia de Cão”, porém ficando a milhas de distância na qualidade. 

Sobram farpas ainda para a imprensa, para a polícia e também para o protagonista que se mostra um anti-herói perturbado. É um filme que tenta acertar várias alvos e no final fica no meio do caminho. 

Triste destaque para o marcante ator Michael Kenneth Williams, que faleceu antes do lançamento do longa.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Já Fui Famoso

 


Já Fui Famoso (I Used to Be Famous, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Eddie Sternberg
Elenco – Ed Skrein, Eleanor Matsuura, Leo Long, Eoin Macken, Lorraine Ashbourne.

Vinte anos atrás, Vince (Ed Skrein) era um famoso vocalista de uma boy band. Hoje ele tenta recomeçar a carreira sem sucesso, sequer conseguindo tocar em locais pequenos. A esperança surge ao cruzar o caminho do jovem Stevie (Leo Long), que tem um talento nato para a bateria. O problema é que o garoto é autista e sua mãe (Eleanor Matsuura) faz de tudo para protegê-lo de estranhos. 

Este simpático longa com cara de sessão da tarde explora todos os clichês do gênero. Busca pelo sucesso, redenção, sofrimento com traumas do passado e a inevitável escolha entre carreira ou liberdade. 

Vai agradar quem busca uma história leve com algumas sequências com mais emoção, sem contar as boas músicas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

What Josiah Saw

 


What Josiah Saw (What Josiah Saw, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Vincent Grashaw
Elenco – Robert Patrick, Nick Stahl, Scott Haze, Kelli Garner, Tony Hale, Jake Weber, Ronnie Gene Blevins, Troy Powell.

O roteiro divide o longa em três capítulos e um quarto que é uma espécie de epílogo em família. A trama extremamente pesada detalha a vida de três irmãos que sofrem por causa de acontecimentos na infância e na juventude. 

O perturbado Tommy (Scott Haze) ainda vive na decadente fazenda da família com o pai alcoólatra Josiah (Robert Patrick). Eli (Nick Stahl) é um sujeito sem rumo na vida que deve dinheiro para um criminoso. Mary (Kelli Garner) sofre com a depressão que abala seu casamento. 

Considero este longa uma interessante surpresa para quem gosta de dramas com personagens complicados e uma história que esconde segredos terríveis. Não é um filme para o público comum. 

Além da historia forte a narrativa é lenta, os personagens são cheios de defeitos e algumas sequências são pesadas, principalmente a visita ao campo dos ciganos e o clímax na fazenda. 

É um filme duro, que cumpre o que promete.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

A Queda

 


A Queda (Fall, Inglaterra / EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Scott Mann
Elenco – Grace Caroline Currey, Virginia Gardner, Jeffrey Dean Morgan, Mason Gooding.

Após uma tragédia durante uma escalada em uma montanha, a jovem Becky (Grace Caroline Currey) entra em depressão. Um ano depois, sua amiga Hunter (Virginia Gardner) a convence para voltar a escalar, desta vez uma enorme torre desativada que está prestes a ser demolida. As coisas não acontecem como o esperado e as garotas ficam presas no topo da torre. 

Este suspense segue o gênero de longas em que alguns personagens precisam lutar pela vida em local isolado e com ameaças ao redor como “127 Horas”, “Pânico na Neve” e “Águas Rasas”. 

O diretor Scott Mann consegue prender a atenção do espectador com uma narrativa até certo ponto ágil levando em conta o cenário quase único e sequências de suspense razoáveis. 

A situação em si é totalmente absurda, assim como algumas sequências na segunda metade do filme que parecem ultrapassar ainda mais este limite. 

É um daqueles filmes em que o cinéfilo precisa comprar a ideia maluca e tentar se divertir.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Suspect

 


Suspect (Suspect, Inglaterra, 2022) – Nota 6
Direção – Dries Vos
Elenco – James Nesbitt, Joely Richardson, Ben Miller, Imogen King, Niamh Algar, Sacha Dawan, Antonia Thomas, Anne Marie Duff, Richard E. Grant, Sam Heughan.

Danny Frater (James Nesbitt) é um investigador de polícia que ao atender um chamado para ajudar a identificar um corpo no necrotério descobre que a vítima é sua filha de quem ele estava afastado. 

Desesperado e com remorso, Danny deixa de lado as regras policiais e decide investigar por conta própria a morte da filha, que aparentemente cometeu suicídio. Ele descobrirá que a filha tinha uma vida bem diferente do que imaginava. 

Esta minissérie em oito episódios curtos (em torno de 24 minutos cada) tem a criativa sacada de focar em um personagem diferente a cada episódio, sempre em torno da investigação do protagonista.

Ele segue pista após pista interrogando pessoas que conviviam de alguma forma com sua filha e a conheciam melhor do que ele. É uma pena que parece faltar algo no roteiro, que detalha aos poucos a vida da garota, mas que em momento algum empolga o espectador. 

Destaque para o ótimo James Nesbitt que consegue passar toda a angústia e complexidade de seu personagem cheio de defeitos.

sábado, 7 de janeiro de 2023

Fenômenos Paranormais & A Possessão de Deborah Logan

 


Fenômenos Paranormais (Grave Encounters, Canadá, 2011) – Nota 7
Direção – Colin Miniah & Stuart Ortiz (The Vicious Brothers)
Elenco – Sean Rogerson, Ashleigh Griezko, Merwin Mondesir, Juan Reidinger, Mackenzie Gray.

A equipe de um reality show especializado em sobrenatural decide passar uma noite trancada em enorme hospital psiquiátrico abandonado, local considerado assombrado. O que seria a filmagem de um simples programa, se transforma em pesadelo quando fatos inexplicáveis começam a ocorrer. 

Este pode ser considerado um bom filme em meio as muitas produções que exploram o estilo do falso documentário. O elenco é ruim, mas o filme ganha pontos pelas locações no assustador sanatório, as sequências de ação violentas porém não exageradas e algumas pequenas escolhas interessantes. 

O apresentador do programa é um cético sobre o assunto, a participação de um paranormal picareta e a loucura em relação a passagem do tempo que cria um desespero ainda maior nos personagens são destaques. 

O filme teve uma sequência aparentemente inferior.

A Possessão de Deborah Logan (The Taking of Deborah Logan, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Adam Robitel
Elenco – Jill Larson, Anne Ramsay, Michelle Ang, Brent Gentile, Jeremy DeCarlos, Ryan Cutrona, Tonya Bludsworth, Anne Bedian.

Uma equipe consegue autorização da filha Sarah (Anne Ramsay) para filmar um documentário sobre a mãe Deborah Logan (Jill Larson) que sofre de Alzheimer em estágio inicial. O que seria um trabalho com complicações pontuais, vai se transformando em terror conforme as atitudes de Deborah parecem irem além da doença. 

Este suspense filmado com câmera na mão segue o estilo batido do found footage, porém funcionando no quesito de criar algumas sequências assustadoras. A escalada da tensão, o desespero dos envolvidos e as mudanças de humor e atitudes da protagonista são acertos. A história é bastante previsível e a parte final é um pouco apressada. 

É um filme esquecível, mas que cumpre o que promete.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Em Busca dos Últimos Heróis de Ação

 


Em Busca dos Últimos Grandes Heróis de Ação (In Search of the Last Action Heroes, Inglaterra, 2019) – Nota 7,5
Direção – Oliver Harper
Documentário

Este documentário é um presente para os fãs dos filmes de ação dos anos oitenta, mesmo citando também filmes do gênero dos nos setenta e noventa. 

O documentário cita rapidamente os filmes dos anos setenta em que as sequências de ação com dublês e carros ainda eram feitas na raça e sem grandes absurdos, para depois detalhar como o explodiu o cinema de ação nos anos oitenta criando astros como Stallone, Schwarzenegger e Van Damme, entre outros e outras como Sigourney Weaver na franquia “Aliens” e a lutadora Cynthia Rothrock. 

Muito legal são os depoimentos de atores como Scott Adkins. Michael Jai White e Eric Roberts, do músico Brad Fiedel responsável por trilhas fantásticas como “O Vingador do Futuro” e “Robocop”, o produtor Mario Kassar e diretores como Sheldon Lettich, Peter MacDonald e Sam Firstenberg. 

Quem viveu a época e curtiu os filmes, vai ser divertir com este documentário.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Treze Vidas: O Resgate

 


Treze Vidas: O Resgate (Thirteen Lives, Inglaterra, 2022) – Nota 7,5
Direção – Ron Howard
Elenco – Viggo Mortensen, Colin Farrell, Joel Edgerton, Tom Bateman, Paul Gleeson, Girati Sugiyama, Teeradon Supapunpinyo.

Em junho de 2018, doze garotos de uma equipe de futebol e o treinador foram explorar uma caverna no interior da Tailândia, sendo surpreendidos por uma forte chuva (a chegada adiantada da época da Monções) que alagou o local e os deixou presos longe da saída. Equipes de resgate de várias partes do mundo se uniram para tentar ajudar no salvamento quase impossível.

Esta dolorosa história real de agonia e superação foi notícia no mundo inteiro na época e resultou neste interessante longa dirigido por Ron Howard. Para quem conhece a história não existe surpresas, porém algumas escolhas do diretor foram certeiras. 

A decisão de filmar na Tailândia com boa parte do elenco local ajudou a dar um tom de realismo. A ótima produção recriou com detalhes os túneis da caverna e os terríveis obstáculos enfrentados pelos mergulhadores. 

A escolha de focar a trama muito mais nas equipes de resgate e nos bastidores das discussões com as autoridades tailandesas funcionou, pois mesmo tendo uma longa duração o filme não chega a ser cansativo, mostrando a espera das crianças no fundo da caverna apenas em momentos chaves.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Morte Morte Morte

 


Morte Morte Morte (Bodies Bodies Bodies, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Halina Reijn
Elenco – Amandla Stenberg, Maria Balakova, Rachel Sennott, Chase Sui Wonders, Myha’la Herrold, Pete Davison, Lee Pace, Conner O’Malley.

Um grupo de jovens se reúne na mansão da família de um deles para um final de semana de festa, sem contar que existe a previsão de um furacão na região. Eles decidem jogar uma espécie de desafio no escuro chamado “Bodies Bodies Bodies”, em que os participantes devem descobrir quem seria o assassino. O problema é que mortes reais começam a ocorrer e o desespero toma conta do grupo. 

Este longa claramente bebe na fonte da franquia “Pânico”, com personagens que são a cara da confusa geração atual. Não existem mocinhos ou heróis, ou melhor, mocinhas ou heroínas, pois as personagens principais são femininas e todas tem muito mais defeitos do que virtudes, enquanto Pete Davison e Lee Pace são meros coadjuvantes. 

A sequência da discussão em que as personagens desmascaram as mentiras deixa claro o caráter de cada uma delas. As sequências de violência são bem filmadas, o suspense é razoável e as personagens irritantes. O filme ganha um pontinho a mais pela criativa e também cínica surpresa que vem à tona no final.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

A Hora do Diabo & Tentação Diabólica

 


A Hora do Diabo (The Devil at 4 O'Clock, EUA, 1961) – Nota 6,5
Direção – Mervin LeRoy
Elenco – Spencer Tracy, Frank Sinatra, Kerwin Matthews, Jean Pierre Aumont, Gregoire Aslan, Alexander Scourby, Barbara Luna, Cathy Lewis, Bernie Hamilton.

Um pequeno avião levando um jovem padre (Kerwin Matthews) e três prisioneiros (Frank Sinatra, Gregoire Aslan e Bernie Hamilton) faz um pouso para descanso em uma ilha antes de seguir para Taiti onde os sujeitos cumprirão pena. 

Enquanto esperam seguir viagem, os criminosos são obrigados a ajudar outro padre (Spencer Tracey) em trabalhos no local. Tudo muda quando o vulcão da ilha entra em erupção. 

Este curioso misto de aventura e drama segue um formato muito semelhante ao cinema catástrofe dos anos setenta. A primeira hora é utilizada para desenvolver os personagens, as relações e os problemas pessoais, para na hora final a narrativa se voltar para uma aventura de sobrevivência. 

Destaque para a atuação de Spencer Tracy como o padre teimoso e beberrão, além das sequências ao ar livre na ilha.

Tentação Diabólica (Satan Never Sleeps, EUA, 1962) – Nota 6
Direção – Leo McCarey
Elenco – William Holden, Clifton Webb, France Nuyen, Athene Seyler, Martin Benson, Weaver Lee.

China, 1949. Uma vila isolada é tomada pelos comunistas que estavam começando a dominar o país. Neste contexto, dois padres americanos (William Holden e Clifton Webb) precisam lidar com a situação tentando ajudar as pessoas do local, além de não terem autorização para sair do país. 

Este drama com temática histórica explora alguns pontos interessantes como as discussões políticas, a perseguição religiosa e as contraditórias atitudes de um oficial do exército chinês. 

Produzido no auge da Guerra Fria, o longa mostra claramente a opressão do nefasto regime comunista. Analisando como cinema, o ritmo lento e a longa duração atrapalham um pouco.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

John McAfee: Gênio, Polêmico e Fugitivo

 


John McAfee: Gênio, Polêmico e Fugitivo (Running with the Devil: The Wild World of John McAfee, Inglaterra, 2022) – Nota 6
Direção – Charlie Russell
Documentário

Em 2012, o excêntrico milionário John McAfee, criador do famoso programa da antivírus, estava vivendo na ilha de Belize nas Bahamas quando se tornou o principal suspeito do assassinato de seu vizinho. 

Ele foge e algum tempo depois contrata um jornalista para fazer um documentário sobre sua vida clandestina. McAfee alegava estar sendo perseguido e que precisava dizer a verdade. É o início de uma bizarra história que seguiu até sua estranha morte em 2021. 

É difícil descrever este documentário, tanto pela história maluca que tinha tudo para render uma obra marcante, quanto pela realização confusa que em momento algum se aprofunda nas alegações de McAfee ou faz algum contraponto para tentar provar se o cara era um manipulador compulsivo ou se existia verdade em sua paranoia. 

O que fica claro é que McAfee era um sujeito extremamente complicado que abusava das drogas e das bebidas, situações que transformaram para a mídia o gênio da informática em um maluco com potencial de assassino. 

A verdade sobre sua história talvez jamais venha à tona, mas que o sujeito merecia um documentário melhor trabalhado, isso é fato.

domingo, 1 de janeiro de 2023

O Melhor Está Por Vir

 


O Melhor Está Por Vir (Le Meilleur Reste à Venir, França / Bélgica, 2019) – Nota 7,5
Direção – Alexandre de La Patelliere & Matthieu Delaporte
Elenco – Fabrice Luchini, Patrick Bruel, Zineb Triki, Pascale Arbilott, Jean Marie Winling, Marie Narbonee.

Arthur Dreyfus (Fabrice Luchini) é um médico que ao receber a visita do amigo César (Patrick Bruel), precisa levá-lo ao hospital. Uma situação extrema e totalmente inesperada faz com que Arthur não tenha coragem de contar a verdade sobre a saúde amigo, dando início a uma sucessão de mentiras e desencontros. 

Este simpático longa francês começa como uma comédia de erros e aos poucos se transforma em um drama sobre amizade. A relação entre os dois protagonistas de temperamentos diferentes revela uma amizade que começou na infância e que chegou a um ponto em que ela será colocada à prova. 

As atuações do sempre ótimo Fabrice Luchini e do cantor Patrick Bruel demonstram enorme química nos divertidos diálogos e nas situações que variam da comédia ao drama. 

No final fica a mensagem de que temos que aproveitar a vida e cultivar as amizades.