segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Turistas

Turistas (Sightseers, Inglaterra, 2012) – Nota 5
Direção – Ben Wheatley
Elenco – Alice Lowe, Steve Oram, Eileen Davies.

Tina (Alice Lowe) é uma solitária mulher na casa dos trinta anos que vive com a mãe manipuladora (Eileen Davies). Tentando demonstrar uma rebeldia tardia e causando desespero na mãe, Tina decide viajar pelo interior da Inglaterra de trailer com o novo namorado Chris (Steve Oram). 

A aparente relação normal entre um novo casal de namorados é dissipada rapidamente. Logo na primeira parada da viagem, Chris se desentende com um sujeito, resultando numa tragédia. Este é apenas o início da viagem do casal, que aos poucos descobre ter um prazer em comum totalmente fora do normal. 

Na minha busca por filmes diferentes, as vezes encontro maluquices como este longa, que para alguns pode ser interessante, mas neste caso se mostrou uma perda de tempo.

O roteiro explora uma história de amor entre dois malucos, focando na violência, no sexo e no humor negro. Um dos problemas é que os personagens são irritantes, em momento algum temos empatia ou algum outro sentimento pelo casal. Também fica difícil achar graça nos absurdos ou interesse nos diálogos. 

Mesmo sendo um gênero em que pouca coisa me agrada, eu esperava algo diferente e com certeza melhor.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

O Sol É Para Todos

O Sol É Para Todos (To Kill a Mockingbird, EUA, 1962) – Nota 8,5
Direção – Robert Mulligan
Elenco – Gregory Peck, Mary Badham, Phillip Alford, Rosemary Murphy, Brock Peters, Frank Overton, James Anderson, Collin Wilcox, Robert Duvall.

Nos anos trinta, em uma pequena cidade do Alabama, um homem negro (Brock Peters) é preso acusado de violentar uma jovem branca. O advogado viúvo Atticus Finch (Gregory Peck) é indicado pelo juiz para defender o sujeito e por consequência é obrigado a enfrentar algumas pessoas racistas da cidade. 

Em paralelo, o casal de filhos de Atticus, Jem (Phillip Alford) e Scout (Mary Badham) aproveitam as descobertas da infância e aos poucos se envolvem nos problemas dos adultos. 

Baseado num famoso livro sobre o racismo no sul dos EUA, este longa é um grande exemplo de como a ignorância e o preconceito seguem de mãos juntas e cegam as pessoas. 

O roteiro consegue dividir bem o drama do julgamento, com a leveza da vida das crianças, mesmo utilizando de alguma violência. 

A sequência em que um grupo de homens pretende invadir a delegacia se revela um pouco ingênua, mas não atrapalha o geral. 

Um dos destaques do elenco fica para a garotinha Mary Badham, que é ao mesmo tempo inteligente, ingênua e espontânea. É uma pena que ela não fez carreira, aparentemente tinha um grande potencial. 

O outro ponto forte é Gregory Peck, que interpreta o advogado correto, que tenta fazer a justiça prevalecer em meio ao preconceito. Vale lembra que Peck foi um participante ativo pelos direitos civis nos EUA, além de ter deixado uma belíssima carreira no cinema.

O filme tem também uma pequena, mas importante participação de um jovem Robert Duvall.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Entre o Bem e o Mal

Entre o Bem e o Mal (Adams Aebler, Dinamarca / Alemanha, 2005) – Nota 5
Direção – Anders Thomas Jensen
Elenco – Ulrich Thomsen, Mads Mikkelsen, Nicolas Bro, Paprika Steen, Ali Kazim, Ole Thestrup.

Adam (Ulrich Thomsen) é um neonazista que acabou de sair da cadeia e que precisa passar algum tempo em uma comunidade rural para cumprir a condicional. Ele é recebido pelo reverendo Ivan (Mads Mikkelsen), um sujeito calmo e estranho, que vê apenas o lado bom dos fatos e que parece viver uma fantasia. 

No local, Adam precisa conviver com o gordinho Gunnar (Nicolas Bro), que foi preso por roubo e estupro e o árabe Khalid (Ali Kazim), um assaltante que deseja voltar para seu país. A religiosidade de Ivan incomoda Adam, que tenta de todas as formas fazer com o que sujeito veja o mundo como ele é, sem imaginar que sua vida também mudará. 

Misturando humor negro, violência, fantasia e religião, este elogiado longa me decepcionou. É difícil comentar a estranha trama. O roteiro utiliza parábolas da Bíblia (o título original é “Adam/Adão e as Maçãs”) para tentar demonstrar que a fé pode salvar e mudar a vida de todos, mesmo que de uma forma estranha, totalmente fora do convencional. E por mais fora do normal que seja a situação, as pessoas acabam se adaptando. Não consegui entrar no clima do filme e achei a ideia do roteiro bem confusa. É um filme que vale apenas como curiosidade. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Mergulho Profundo & Imensidão Azul


Mergulho Profundo (Pioneer, Noruega / Alemanha / Suécia / França / Finlândia, 2013) – Nota 6
Direção – Erik Skjoldberg    
Elenco – Aksel Hennie, Wes Bentley, Stephen Lang, Stephanie Sigman, Jonathan LaPaglia, Ane Dahl Torp, Jorgen Langhelle, Andre Eriksen.

Nos anos setenta, o governo da Noruega descobre petróleo no fundo do Mar do Norte. Para extrair o petróleo é necessário a construção de uma oleoduto submarino. O problema é a questão da profundidade, pois naquela época era impossível algum mergulhador suportar a pressão de um local tão profundo.

Para mudar a situação, os noruegueses se unem a uma empresa americana, que desenvolveu um gás que faz com que os mergulhadores possam aguentar a pressão e trabalhar no fundo do mar. Os problemas aumentam quando dois irmãos mergulhadores sofrem um acidente, com um deles falecendo. O sobrevivente (Aksel Hennie) acredita que a culpa é da empresa e do gás que está afetando o cérebro dos mergulhadores. Sozinho, ele tenta provar a culpa da empresa.

O roteiro se aproveita de um fato real, a construção do duto para exploração do petróleo e as consequências para os mergulhadores, para criar uma trama de ficção sobre como as pessoas são consideradas descartáveis em meio aos chamados grandes projetos.

O filme tem algumas cenas de suspense e um pouco de violência, uma trama um pouco confusa sobre os bastidores do projeto e uma narrativa irregular. As cenas no fundo do mar são estranhas, assim como o treinamento dos mergulhadores nas cápsulas de pressurização. É um filme que tem uma história mais interessante do que a realização.

Imensidão Azul (Le Grand Blue, França / EUA / Itália, 1988) – Nota 7,5
Direção – Luc Besson
Elenco – Jean Marc Barr, Jean Reno, Rosanna Arquette, Paul Shenar, Sergio Castellito, Griffin Dunne, Valentina Vargas.

O francês Jacques Mayol (Jean Marc Barr) e o italiano Enzo Molinari (Jean Reno) são amigos de infância que cresceram apaixonados pelo mar e se tornaram mergulhadores profissionais. A vida os afastou por algum tempo, até que eles se reencontram em um campeonato de mergulho na costa italiana. 

A diferença de personalidades e a disputa pessoal são outros fatores fortes na relação. Jacques é tímido e calado, fato que atrapalha sua relação com Johana (Rosana Arquette), que é fascinada pela sua capacidade em mergulhar por longos períodos. Enquanto Enzo é o típico italiano expansivo, que rouba a cena cada vez que aparece na tela. 

A história é básica, não tem grandes surpresas, os pontos principais estão na estética e nos personagens. A fotografia belíssima transforma o mar quase em um personagem, valorizado pela sensível trilha sonora de Eric Serra. 

Eu gostei, mas considero as quase três horas de duração um pouco exageradas, que tornam o filme cansativo em alguns momentos. Muitos consideram este o melhor trabalho de Luc Besson como diretor, porém ainda tenho como favorito o seu filme anterior, o cultuado “Subway”. 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Olhos da Justiça

Olhos da Justiça (Secret in Their Eyes, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Billy Ray
Elenco – Chiwetel Ejiofor, Nicole Kidman, Julia Roberts, Dean Norris, Alfred Molina, Joe Cole, Michael Kelly, Zoe Graham.

Ray Kasten (Chiwetel Ejiofor) é um ex-agente do FBI que volta para Los Angeles aparentemente para fazer uma visita à amiga Claire Sloane (Nicole Kidman), que tomará posse como chefe da promotoria, mas na verdade, Ray deseja que ela reabra um caso de assassinato ocorrido treze anos antes. 

Em paralelo, a trama volta para 2002, quando Ray fazia parte de um esquadrão que investigava terrorismo, na mesma época em que ocorre o crime que afeta em cheio a vida de sua parceira Jessica Colb (Julia Roberts). 

É comum Hollywood importar histórias de sucessos de filmes produzidos em outros países para fazer sua própria versão. O problema é que na maioria das vezes a refilmagem fica abaixo do original na qualidade, sem contar a total falta de originalidade. É o caso desta refilmagem da sensacional produção argentina “O Segredo dos Seus Olhos”, vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro. 

Muita coisa da trama original está aqui, inclusive o final impactante, porém quase tudo se perde para quem assistiu ao longa argentino, que além da originalidade, também era rico em detalhes. O roteiro citava ditadura, a importância do futebol e a paixão dos personagens, além de uma sequência em um estádio de futebol que pode ser considerada uma das melhores da história do cinema, que foi copiada aqui de uma forma totalmente vazia. 

Para quem assistir a refilmagem sem ter visto o original, vai até achar o filme interessante, para os demais será um perda de tempo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Trumbo: Lista Negra

Trumbo: Lista Negra (Trumbo, EUA, 2015) – Nota 7,5
Direção – Jay Roach
Elenco – Bryan Cranston, Diane Lane, Louis C. K.. John Goodman, Helen Mirren, Alan Tudyk, Elle Fanning, Michael Stuhlbarg, Christian Berkel, Adewale Akinnuoye Agbaje, David James Elliott, Roger Bart, John Getz, Richard Portnow, Stephen Root, Dean O’Gorman.

Hollywood, 1947. Dalton Trumbo (Bryan Cranston) é o roteirista com maior salário na cidade, mas ao invés de aproveitar a vida tranquilamente, o que faria qualquer outro em seu lugar, prefere participar de protestos por melhores salários para os trabalhadores da indústria do cinema, além de se associar ao Partido Comunista. 

Na mesma época, o governo americano inicia a chamada “Caça às Bruxas”, convocando para depor no congresso todos aqueles que foram considerados suspeitos de atividades antiamericanas. Junto com alguns outros roteiristas, Trumbo é colocado numa lista negra e por consequência sendo dispensado do trabalho. Desempregado e respondendo a um processo que pode levá-lo para cadeia, ele precisa escolher entre seguir seus ideais e enfrentar as consequências ou mudar seu discurso. 

Baseado na história real de um dos maiores roteiristas de todos os tempos, este longa também é o retrato de uma época em que muitos americanos foram perseguidos por causa de suas posições políticas. 

O roteiro foca nos bastidores de Hollywood, que ficou dividido entre conservadores que perseguiam e deduravam colegas e os liberais que em parte foram proibidos de trabalhar e outros que tentaram defender estes companheiros. Para quem conhece um pouco de cinema, é muito interessante ver a posição de atores e diretores famosos em relação a situação. 

Entre os conservadores aparecem figuras como o astro John Wayne (David James Elliott), o diretor Sam Wood (John Getz) e a colunista Hedda Hopper (uma maligna Helen Mirren). Do outro lado se destacam Kirk Douglas (Dean O’Gorman) e o diretor austríaco Otto Preminger (Christian Berkel). 

Vale destacar ainda as atuações de Michael Stuhlbarg como Edward G. Robinson, Louis C. K. como o roteirista Arlen Hird, que se tornou grande amigo de Trumbo e o sempre marcante John Goodman como o produtor de filmes B Frank King. 

Hoje, no mundo em que vivemos onde a intolerância prevalece, o politicamente correto persegue e as pessoas aprenderam a “patrulhar” as outras através das redes sociais, fotos e filmagens de celular, criticando cada palavra, ideia ou atitude do próximo, estas atitudes se mostram semelhantes a caça aos comunistas retratadas no filme. Infelizmente, muitos acreditam que se você não pensa igual a ele, você é um inimigo. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Minisséries Baseadas em Obras de Stephen King

A Dança da Morte (The Stand, EUA, 1994) – Nota 7,5
Direção – Mick Garris
Elenco – Gary Sinise, Molly Ringwald, Jamey Sheridan, Rob Lowe, Adam Storke, Laura San Giacomo, Ray Walston, Corin Nemec, Ed Harris, Miguel Ferrer, Matt Frewer, Shawnee Smith, Ruby Dee, Ossie Davis, Kathy Bates, Sam Anderson, Stephen King.

Um acidente em um laboratório do governo libera um vírus mortal que mata quase toda a população da Terra. Os poucos sobreviventes, que não sabem porque estão imunes ao vírus, começam a sonhar com um local desconhecido e com duas pessoas bem diferentes. O sonho é um chamado, onde cada sobrevivente deve decidir seu caminho. Alguns seguem ao encontro de um velha senhora negra (Ruby Dee), enquanto outros acreditam que a salvação está na sinistra figura de Randall Flagg (Jamey Sheridan). 

Mesmo com efeitos especiais ruins e uma longuíssima duração de seis horas, esta é a melhor adaptação de uma obra de Stephen King como minissérie. Algumas pessoas citam “A Tempestade do Século”, mas eu ainda não tive chance de conferir. Não espere cenas de ação ou apocalipse sangrento como a série “The Walking Dead”, o ponto principal é o embate psicológico entre o bem e o mal. As alianças e traições entre os personagens durante o percurso até o local do sonho são outros pontos interessantes. Pode parecer estranho, mas mesmo com a longa duração, a trama não cansa. A narrativa e os bons personagens prendem a atenção do inicio ao fim. A dica é assistir em duas ou três partes.

It (It, EUA, 1990) – Nota 7  
Direção – Tommy Lee Wallace
Elenco – Richard Thomas, Annette O'Toole, Tim Reid, Dennis Christopher, Harry Anderson, Richard Masur, John Ritter, Olivia Hussey, Seth Green, Tim Curry.

Nos anos sessenta, sete crianças que não são populares, formam um grupo para se defender dos garotos maiores do colégio e ao mesmo tempo de um demônio que se transforma em palhaço (Tim Curry). Os garotos conseguem vencer o demônio, mas descobrem que ele voltará a atacar crianças depois de trinta anos. Eles fazem um pacto para retornar à cidade quando o demônio voltar. Trinta anos depois, já adultos, eles voltam para lutar contra o sobrenatural. 

A premissa é extremamente interessante e a primeira parte da história com os garotos é ótima. A mistura de suspense, terror e amizade lembra um pouco a ótima trama de “Conta Comigo”, outra obra de Stephen King. A segunda parte com os personagens adultos não tem a mesma qualidade e peca principalmente pelo péssimo final. Um ponto de destaque é a interpretação de Tim Curry como o sinistro palhaço. Seu sorriso irônico e sua presença assustadora são sensacionais. 

Rose Red – A Casa Adormecida (Rose Red, EUA / Canadá, 2002) – Nota 7
Direção – Craig R. Baxley
Elenco – Nancy Travis, Matt Keeslar, Kimberly J. Brown, David Dukes, Judith Ivey, Melanie Lynskey, Matt Ross, Julian Sands, Kevin Tighe, Julia Campbell, Emily Deschanel, Jimmi Simpson

A parapsicóloga Joyce (Nancy Travis) reúne um grupo de paranormais para passarem alguns dias em uma casa considerada assombrada chamada “Rose Red”. A casa que fora construída no inicio do século XX, se tornou amaldiçoada pela morte de alguns trabalhadores durante a construção e depois pelo desaparecimento de algumas pessoas, entre elas uma tal de Ellen Rimbauer. Não demora para fatos estranhos de todos os tipos ocorrerem, desencadeando medos e revelando segredos dos paranormais. 

Stephen King escreveu o roteiro pensando exatamente em uma minissérie e por este motivo os vários personagens são bem desenvolvidos durante as mais de quatro horas de duração. Mesmo sem grandes surpresas e a trama seguindo o estilo dos filmes sobre casas assombradas, a minissérie rende bons sustos para quem gosta do gênero. Como curiosidade, consta que antes do projeto sair do papel, Steven Spielberg estava interessante em produzir a obra, fato que não se confirmou.

Fenda no Tempo (The Langoliers, EUA, 1995) – Nota 5,5
Direção – Tom Holland
Elenco – Dean Stockwell, Bronson Pinchot, Kate Maberly, Patricia Wettig, David Morse, Stephen King, Frank Faison.

Em um avião que segue em direção a Boston, alguns passageiros e tripulantes adormecem, inclusive o piloto (David Morse). Ao acordarem, descobrem que apenas dez pessoas ficaram no avião, que ainda está no ar. O piloto não consegue contato pelo rádio e por isso decide levar a aeronave para um aeroporto menor na região do Maine. Ao pousar, outro susto, o aeroporto está vazio. A partir daí, as dez pessoas tentam descobrir o que ocorreu. 

Esta é uma das adaptações mais picaretas de uma obra de Stephen King, desde a história, passando pelos personagens, chegando até os péssimos efeitos especiais. A tradução do título nacional entrega o mistério e os “langoliers” do título original são de uma total bizarrice. Para quem tiver curiosidade, prepare-se para encarar três horas de absurdos 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Bad Ass

Bad Ass (Bad Ass, EUA, 2012) – Nota 5
Direção – Craig Moss
Elenco – Danny Trejo, Charles S. Dutton, Patrick Fabian, Joyful Drake, John Duffy, Harrison Page, Richard Riehle, Ron Perlman, Craig Sheffer.

Frank Vega (Danny Trejo) é um veterano do Vietnã que tem sua vida mudada quando cruza com dois neonazistas em um ônibus na periferia de Los Angeles. Ele dá uma surra nos dois sujeitos e acaba sendo filmado por alguns passageiros. O vídeo se torna sucesso na internet e Frank vira uma pequena celebridade. Mesmo dizendo ser contra violência, Frank decide resolver sozinho o assassinato de seu melhor amigo, que foi atacado por ter em seu poder um misterioso pen drive. 

Mais interessante do que a trama exagerada, o roteiro cheio de furos e os efeitos especiais picaretas, o destaque principal é o ator Danny Trejo. Sua história de vida daria um ótimo filme. Trejo cresceu na periferia de Los Angeles e se envolveu com drogas e assaltos, entrando e saindo da prisão durante vários anos. 

Em meados dos anos oitenta, já com quarenta anos, ele decidiu mudar de vida e através de uma reunião numa espécie de “drogados anônimos”, recebeu o convite de um sujeito para participar como figurante do longa “Expresso Para o Inferno”, que tinha como história a fuga de uma prisão. Sua figura forte, assustadora e cheia de tatuagens chamou a atenção e lhe abriu as portas para outros filmes, sempre em papéis de vilão. 

A sorte grande surgiu quando ganhou um papel do diretor Robert Rodriguez em “A Balada do Pistoleiro”. A partir daí, Trejo trabalhou em um enorme número de filmes e novamente subiu um degrau na carreira quando o mesmo Robert Rodriguez escreveu e dirigiu “Machete”, dando o papel principal para o ator. 

Este “Bad Ass” é claramente um filme de baixo orçamento, daqueles que iriam direto para vídeo, porém para um ator com setenta anos de idade e com os obstáculos que enfrentou na vida, com certeza é uma grande vitória. 

Como informação, este “Bad Ass” já rendeu duas sequências.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

O Cidadão do Ano

O Cidadão do Ano (Kraftidioten, Noruega / Suécia, 2014) – Nota 8
Direção – Hans Petter Moland
Elenco – Stellan Skarsgard, Bruno Ganz, Pal Sverre Hagen, Anders Baasmo Christiansen, Peter Andersson, David Sakurai, Jan Gunner Roise.

Nils Dickman (Stellan Skarsgard) é o dono de uma pequena empresa que remove a neve das estradas de uma região rural da Noruega. Eleito o “cidadão do ano” na região, Nils vê sua vida virar de ponta cabeça quando seu filho é encontrado morto por overdose em Oslo. 

Não acreditando na história, Nils descobre que o filho foi assassinado por engano por causa do roubo de uma mala de drogas por parte de um colega. Sem apoio da polícia, Nils decide vingar a morte do filho caçando os responsáveis pelo crime e dando início a uma verdadeira guerra entre gangues rivais. 

Este surpreendente longa pode ser considerado um filhote do clássico “Desejo de Matar”, porém com uma qualidade superior. Além das criativas sequências de assassinatos, o roteiro apresenta ainda diálogos curiosos sobre diversos assuntos. Dois bandidos discutem sobre a diferença entre países quentes e frios, o chefão teima a confundir sérvios com albaneses e outros dois meliantes escondem que são amantes. 

Na galeria de personagens interessantes, temos ainda o gângster vegano, o ex-bandido que tenta se regenerar e um assassino de aluguel. Vale destacar também que a maioria dos criminosos são conhecidos por apelidos. Temos o Conde, o Papa, Striker, Wingman, o Chinês, Junior, entre vários outros. 

É também extremamente criativa a contagem de mortos. Cada vez que um personagem morre, a tela escurece e aparece o nome do sujeito, o apelido e um símbolo relacionado à sua religião, como a cruz católica, a cruz ortodoxa e a estrela de David, como se fosse uma lápide virtual. 

Para quem gosta de uma trama violenta com toques de humor negro na medida certa, este longa nórdico é uma ótima pedida.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

O Segredo das Joias

O Segredo das Joias (The Asphalt Jungle, EUA, 1950) – Nota 8
Direção – John Huston
Elenco – Sterling Hayden, Louis Calhern, Jean Hagen, James Whitmore, Sam Jaffe, John McIntire, Marc Lawrence, Anthony Caruso, Marilyn Monroe, Brad Dexter.

Logo após sair da cadeia, um veterano ladrão de bancos conhecido como “Doutor” (Sam Jaffe), procura um bookmaker (Marc Lawrence) e através deste consegue um financiamento de cinquenta mil dólares com um advogado (Louis Calhern) para colocar em prática um plano para roubar um cofre cheio de diamantes. 

Com o dinheiro, o Doutor contrata um ladrão (Sterling Hayden), um motorista (James Whitmore) e um arrombador de cofres (Anthony Caruso) para o trabalho. A ganância pela fortuna a ser roubada é o combustível para uma série de conchavos e traições. 

Apesar de ser um filme urbano e focado no mundo da criminalidade, o roteiro escrito pelo diretor John Huston utiliza elementos semelhantes ao clássico “O Tesouro de Sierra Madre” que ele dirigiu dois anos antes. A ganância é o principal combustível dos dois filmes, sendo que cada personagem tem um objetivo a realizar com o dinheiro, mesmo que tenha de trair o companheiro. 

É interessante também que o roteiro mostra a violência e os crimes na grande cidade como algo fora do controle, isso há mais de sessenta anos, quando a situação era bem diferente dos complicados dias atuais. 

Entre o elenco, vale destacar Sterling Hayden, ator hoje um pouco esquecido, mas que trabalhou em grandes filmes como “Johnny Guitar” e “O Grande Golpe”, este um dos primeiros trabalhos do diretor Stanley Kubrick. 

Finalizando, uma jovem Marilyn Monroe interpreta a interesseira e pouco inteligente amante do advogado, personagem comum na carreira da atriz .

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O Jogo de Emoções

O Jogo de Emoções (House of Games, EUA, 1987) – Nota 7,5
Direção – David Mamet
Elenco – Lindsay Crouse, Joe Mantegna, Mike Nussbaum, Lilia Skala, J. T. Walsh, Ricky Jay, William H. Macy.

A psicanalista Margaret Ford (Lindsay Crouse) está no auge da carreira após seu livro se tornar um sucesso de vendas. Quando um jovem paciente viciado em jogos ameaça cometer suicídio em seu consultório, dizendo que precisa pagar vinte e cinco mil dólares até o dia seguinte para não ser assassinado, Margaret decide procurar o credor. 

Nos fundos de um bar decadente, ela encontra o sujeito, o vigarista Mike (Joe Mantegna) em uma mesa pôquer. Ele conta uma história diferente e pede para Margaret ajudá-lo a vencer uma rodada. O fascínio pelo mundo dos jogos e dos golpes, leva a psicanalista a se envolver com Mike, dando início a um perigoso relacionamento. 

O roteirista David Mamet estreou na direção neste competente drama sobre o submundo dos golpistas. O roteiro chegar a fazer um paralelo entre a ilusão criada por Mike para aplicar seus golpes, com a psicanálise de Margaret, que também utiliza da conversa para curar os pacientes, mas sempre jogando o ônus da solução do problema para o outro. Este paralelo ao mesmo tempo fascina e confunde a personagem da psicanalista. 

Ao final do longa, dificilmente você confiará nas pessoas novamente.  

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Youth

Youth (Youth, Itália / França / Inglaterra / Suiça, 2015) – Nota 7,5
Direção – Paolo Sorrentino
Elenco – Michael Caine, Harvey Keitel, Rachel Weisz, Paul Dano, Madalina Diana Ghenea, Jane Fonda, Emilia Jones.

Fred Ballinger (Michael Caine) é um maestro aposentado que está passando as férias de verão em um hotel de campo na Suíça, local para onde viajava todo ano com a esposa. Sem ter muito o que fazer, Fred passa os dias jogando conversa fora com o amigo e cineasta Mick Boyle (Harvey Keitel), que prepara um elenco para dirigir um filme que seria seu grande trabalho. 

Fred também troca ideias com um famoso ator (Paul Dano) que se prepara para um papel em um novo filme, além de conviver com a filha (Rachel Weisz) que acabou de ser abandonada pelo marido. 

Ainda não assisti outros trabalhos do diretor e roteirista italiano Paolo Sorrentino para comparar, mas aqui fica claro a sensibilidade do sujeito para contar histórias sobre a vida e principalmente a simpatia pelos personagens. 

A “Juventude” do título é o passado cheio de realizações, alegrias e tristezas dos veteranos protagonistas, que intercalam diálogos sobre esta época com os problemas atuais da velhice. O interessante é o contraste de pensamento entre os dois sujeitos. 

O maestro se mostra acomodado, querendo se manter longe do trabalho, inclusive recusando um convite da Rainha da Inglaterra para reger uma orquestra, enquanto o cineasta ainda pretende realizar sua obra-prima. 

O roteiro de Sorrentino resolve estas situações de modo inusitado, mostrando que desejo e realidade são bem diferentes e que muitas vezes o destino decide nosso caminho. 

Vale destacar também a cena na piscina que se tornou o cartaz do filme e que coloca os dois veteranos de boca aberta frente a beleza nua de Madalina Diana Ghenea, que interpreta a Miss Universo. 

Uma divertida surpresa é um personagem extremamente conhecido mundialmente, que surge com uma enorme barriga, sendo auxiliado por uma jovem que carrega um tambor de oxigênio. O personagem é uma homenagem ao sujeito e ao mesmo tempo uma triste constatação sobre sua vida.

Finalizando, o veterano Michael Caine continua interpretando grandes papéis aos oitenta e três anos de idade e cada vez mais enriquecendo sua belíssima carreira. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Joy: O Nome do Sucesso

Joy: O Nome do Sucesso (Joy, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – David O. Russell
Elenco – Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Bradley Cooper, Edgar Ramirez, Isabella Rossellini, Diane Ladd, Virginia Madsen, Elisabeth Rohm, Dascha Polanco, Jimmy Jean Louis.

Desde a infância, Joy (Jennifer Lawrence) ouve de sua avó Mimi (Diane Ladd) que ela está predestinada para o sucesso. Na vida adulta, a criatividade de Joy demonstrada na infância se torna apenas uma forma de resolver problemas da complicada família. 

A chance de mudar de vida surge quando ela inventa um novo modelo de esfregão. A jovem se joga na empreitada de vender o produto, mas não imagina a verdadeira saga repleta de obstáculos que terá de enfrentar. 

Baseado livremente numa história real, este longa é com certeza o trabalho mais excêntrico do diretor David O. Russell, que sempre flertou com o exagero em sua carreira, vide “Trapaça”, os diálogos malucos de “O Lado Bom da Vida” e até a divertida aventura “Três Reis”. 

A proposta funciona até certo ponto, sendo necessário o espectador comprar a ideia e aceitar as situações que lembram até mesmo um conto de fadas e assim se divertir e até se emocionar em alguns momentos. 

O exagero se reflete nos personagens. A mãe interpretada por Virginia Madsen passa o dia vendo novelas na tv, o pai de Robert De Niro e a madrasta de Isabella Rossellini são lobos em pele de cordeiro e a irmã vivida por Elisabeth Rohm é a inveja em pessoa. 

Temos ainda dois personagens que parecem saídos de contos de fadas. O ex-marido interpretado por Edgar Ramirez é o príncipe imperfeito que se torna mais amigo do amante e a avô de Diane Ladd é a narradora da vida da protagonista. 

É um filme interessante, exagerado e diferente, que vale a sessão para quem gosta do estilo do diretor.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Lugares Escuros

Lugares Escuros (Dark Places, Inglaterra / França / Estados Unidos, 2015) – Nota 6,5
Direção – Gilles Paquet Brenner
Elenco – Charlize Theron, Nicholas Hoult, Cristina Hendricks, Corey Stoll, Tye Sheridan, Chloe Grace Moritz, Sterling Jerins, Andrea Roth, Sean Bridgers, Drea de Matteo, Glenn Morshower, Denise Williamson.

Zona Rural do Kansas, 1985. Mãe (Cristina Hendricks) e duas filhas ainda crianças são assassinadas. A pequena Libby (Sterling Jerins) consegue fugir e se torna testemunha chave na condenação do irmão adolescente Ben (Tye Sheridan). 

A narrativa se divide e pula para os dias atuais, com Libby (Charlize Theron) precisando de dinheiro após passar anos se aproveitando de doações de pessoas que se comoviam com sua história e também gastando os lucros do livro sobre sua tragédia. 

Quando Libby é procurada por um jovem (Nicholas Hoult), que diz participar de um grupo de pessoas que investigam crimes sem solução, a princípio ela descarta a proposta de participar de um debate sobre a tragédia de sua família, mas acaba aceitando em troca de dinheiro. 

O fato dá início a uma reviravolta no caso, com a própria Libby se interessando em descobrir fatos que não conhecia sobre o crime, inclusive revendo seu irmão (Corey Stoll) que ainda está preso. 

Com críticas ruins nos Estados Unidos e tendo passado em branco no Brasil, este drama é um interessante longa que está longe de ser uma bomba. O roteiro tem falhas, como a questão de deixar de lado o grupo de investigadores, além da interpretação over de Charlize Theron, que usa boné e roupas masculinas, não passando empatia alguma ao espectador. 

Por outro lado, a narrativa prende a atenção através da investigação da personagem de Theron e por desvendar a rocambolesca história aos poucos, mostrando a verdadeira face de cada um dos envolvidos. 

É um divertimento mediano para quem gosta de drama policial com pitadas de suspense.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

007 Um Novo Dia Para Morrer

007 Um Novo Dia Para Morrer (Die Another Day, Inglaterra / EUA, 2002) – Nota 7
Direção – Lee Tamahori
Elenco – Pierce Brosnan, Halle Berry, Toby Stephens, Rosamund Pyke, Rick Yune, Judi Dench, John Cleese, Michael Madsen, Will Yun Lee, Kenneth Tsang, Samantha Bond, Kenneth Tsang, Colin Salmon.

James Bond (Pierce Brosnan) está em missão na fronteira entre as duas Coreias para tentar desvendar uma rede de comércio ilegal de armas e diamantes, quando acaba capturado pelos norte-coreanos. Bond fica preso durante meses sofrendo torturas, até que os ingleses aceitam trocá-lo por um prisioneiro perigoso chamado Zao (Rick Yune). No retorno, Bond precisa descobrir quem é o traidor dentro do serviço secreto inglês e para isso ele passará por Cuba até chegar à Islândia no castelo de gelo do vilão Gustav Graves (Tony Stephens). 

Esta foi o vigésimo filme oficial da série 007 e o último protagonizado por Pierce Brosnan, que ao que parece teve problemas em relação ao roteiro e entrou em conflito com os produtores. O filme segue o estilo da série, com uma sequência inicial eletrizante, vários gadgets a cargo do engraçado Q interpretado pelo ex-Monty Python John Cleese e as Bond Girls. Aqui temos a perigosa e bela Rosamund Pike e a estrela Halle Berry saindo do mar de biquíni e revivendo a entrada em cena de Ursula Andress no primeiro filme da série, o clássico “O Satânico Dr. No”. O ponto falho é o vilão sem graça do britânico Toby Stephens, mas isso não atrapalha a diversão. 

A saída de Brosnan da série (foi despedido) e o sucesso de filmes menos exagerados como a “Trilogia Bourne”, fizeram os produtores repensarem a série e escolherem o rústico Daniel Craig para o papel. A demora de quatro anos para a produção do filme seguinte foi boa, criou expectativa nos fãs e trouxe um Bond revigorado no ótimo “Cassino Royale”.  

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sete Dias Sem Fim

Sete Dias Sem Fim (This Is Where I Leave You, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Shawn Levy
Elenco – Jason Bateman, Tina Fey, Jane Fonda, Adam Driver, Corey Stoll, Rose Byrne, Kathryn Hahn, Connie Britton, Timothy Olyphant, Dax Shepard, Debra Monk, Abigail Spencer, Ben Schwartz, Aaron Lazar.

Na mesma semana em que pegou a esposa na cama com seu chefe, Judd Altman (Jason Bateman) recebe a notícia de que seu pai faleceu. Ele volta para o funeral em sua cidade natal e reencontra toda a família. 

Sua excêntrica mãe (Jane Fonda) diz que o pai antes de morrer pediu que os filhos cumprissem sete dias de luto na casa da família. Relutantes, eles aceitam fazer a vontade do pai, mesmo que nos dias seguintes sejam obrigados a conviver com problemas antigos e atuais, resultando em vários pequenos conflitos. 

Apesar de ser um tema batido, o diretor Shaw Levy acerta no tom, balanceando os dramas da reunião familiar com bom humor e muita ironia. O elenco de rostos conhecidos, quase todos com trabalhos em seriados, defendem bem seus papéis. O papel mais exagerado é da veterana Jane Fonda, que interpreta a mãe que fala abertamente sobre sexo e que ainda brinda os filhos com uma pequena surpresa na sequência final. 

É um filme divertido, daqueles que terminam com um sorriso no rosto do espectador, mas que também logo é esquecido.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Risco Imediato

Risco Imediato (Good People, Estados Unidos / Inglaterra / Dinamarca / Suécia, 2014) – Nota 5,5
Direção – Henrik Ruben Genz
Elenco – James Franco, Kate Hudson, Tom Wilkinson, Omar Sy, Sam Spruell, Diarmaid Murtaugh, Anna Freil, Diana Hardcastle.

Em Londres, quatro ladrões invadem o esconderijo de um grande traficante (Omar Sy), roubam drogas e dinheiro, porém ao fugir, um dos meliantes assassina um companheiro e deixa os outros dois para trás. 

Algum tempo depois, o ladrão traidor morre de overdose no porão da casa de Tom (James Franco) e Anna (Kate Hudson). O casal descobre uma mala de dinheiro no porão e decide esconder a grana para pagar as dívidas que se acumulam. Um detetive (Tom Wilkinson) está no encalço do dinheiro para tentar chegar aos ladrões, que ele acredita terem sido responsáveis pela morte de sua filha também por overdose. 

Recheado de clichês do início ao fim, inclusive com um clímax violento e totalmente previsível, este longa desperdiça o bom elenco. Desde o momento em que o casal encontra o dinheiro, fica claro o que acontecerá no restante do filme, não existem surpresas, somente correria e violência. É uma pena, fica difícil analisar um filme que oferece tão pouco. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

007 - O Mundo Não É o Bastante

007 – O Mundo Não é o Bastante (The World Is Not Enough, Inglaterra / EUA, 1999) – Nota 7
Direção – Michael Apted
Elenco – Pierce Brosnan, Sophie Marceau, Robert Carlyle, Denise Richards, Judi Dench, Robbie Coltrane, Desmond Llewelyn, John Cleese, Goldie, Maria Grazia Cucinotta, Samantha Bond, Colin Salmon.

Um milionário do ramo de petróleo é assassinado e sua filha Elektra (Sophie Marceau) se torna a responsável por administrar a construção de um oleoduto ligando o Mar Cáspio até a Europa. Para manter a segurança de Elektra, o governo inglês envia o agente James Bond (Pierce Brosnan), que acaba se envolvendo com a bela mulher. 

Ao mesmo tempo, o megalomaníaco Renard (Robert Carlyle), que no passado sequestrou Elektra e que vive com uma bala alojada no cérebro após quase ser assassinado, tem um plano diferente para utilização do oleoduto. 

Esta terceira aventura de Brosnan como 007 é marcada por cenas de ação exageradas e péssimos coadjuvantes, como o caricato vilão interpretado por Robert Carlyle, que ficou famoso pelo drogado Begbie em “Trainspotting” e a fraquinha Denise Richards como uma cientista. 

Mesmo com o carisma de Brosnan e o bom ritmo da narrativa, ficava claro que o personagem e a série precisavam de mudanças. Os produtores ainda seguiram o mesmo estilo em “007 – Um Novo Dia Para Morrer”, que marcou o final da fase de Pierce Brosnan como James Bond.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Modus Anomali

Modus Anomali (Modus Anomali, Indonésia, 2012) – Nota 7
Direção – Joko Anwar
Elenco – Rio Dewanto, Hannah Al Rashid, Izzi Isman, Aridh Tritama.

Um sujeito (Rio Dewanto) acorda dentro de uma cova rasa em meio a floresta. Ele encontra um celular no bolso e descobre que não existe contato algum na memória, apenas um número de emergência. Ele telefona e percebe que não se lembra do próprio nome. Muito menos de como foi parar naquele local. 

Ao desbravar a floresta, ele encontra uma casa onde está o corpo ensanguentado de uma mulher e um vídeo em que o assassino aparece junto com a vítima. A partir daí, o desesperado desconhecido acredita que está sendo perseguido e que precisa fugir do local. 

Este instigante suspense produzido na Indonésia e rodado totalmente na floresta, apresenta pouquíssimos diálogos, boas cenas de sustos, bastante violência e uma curiosa reviravolta nos vinte minutos finais que explica toda a situação. 

É claramente um filme de baixo orçamento em que os pontos principais são a criatividade do roteiro e a boa narrativa que deixa o espectador curioso até o final. Algumas pistas deixadas durante o desenrolar da história são percebidas apenas no final. 

Para quem gosta de obras diferentes, este longa é um interessante passatempo. 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

10.000 Saints

10.000 Saints (10.000 Saints, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Shari Springer Berman & Robert Pulcini
Elenco – Ethan Hawke, Asa Butterfield, Hailee Steinfeld, Julianne Nicholson, Emily Mortimer, Emile Hirsch, Nadia Alexander, Avan Jogia.

Vermont, 1988. Jude (Asa Butterfield) e Teddy (Avan Jogia) são amigos inseparáveis, que sonham em se mudar para Nova York onde vive Johnny (Emile Hirsch), que e irmão de Teddy e que toca em uma banda de rock. 

Num certo dia, a mãe de Jude (Julianne Nicholson) avisa que seu pai Les (Ethan Hawke), que saiu de casa há anos, está enviando sua enteada Eliza (Hailee Steinfeld) para passar um dia em Vermont. Uma tragédia gera consequências inesperadas e muda completamente a vida dos envolvidos. 

Apesar das críticas ruins nos Estados Unidos e de sequer ter sido lançado nos cinemas por aqui, este longa é um sensível retrato sobre a vida dos jovens dos anos oitenta e também da cena underground do East Village em Nova York. 

Boa parte do filme se passa nesta região, no apartamento do pequeno traficante interpretado por Ethan Hawke e no decadente edifício onde vive o roqueiro de Emile Hirsch. 

O roteiro foca ainda nas mudanças na região, que era um local decadente e que foi transformado em recanto de yuppies após a prefeitura praticamente expulsar as figuras que por ali viviam. 

Os dramas vividos pelos personagens também são típicos da época e consequências da tragédia inicial. 

É um filme simples sobre pessoas sonhadoras e seus dramas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Um Homem Entre Gigantes

Um Homem Entre Gigantes (Concussion, Inglaterra / Austrália / EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Peter Landesman
Elenco – Will Smith, Alec Balwdin, Albert Brooks, Gugu Mbatha Raw, David Morse, Arliss Howard, Mike O’Malley, Eddie Marsan, Hill Harper, Adewale Akinnuoye Agbaje, Stephen Moyer, Richard T. Jones, Paul Reiser, Luke Wilson.

Pittsburg, 2002. O Dr. Bennet Omalu (Will Smith) é um nigeriano que trabalha como patologista forense e tem o inusitado hábito de “conversar” com os mortos pedindo ajuda para descobrir a causa da morte. Visto com desconfiança pelos colegas, Bennet se vê pressionado quando um famoso ex-jogador de futebol americano (David Morse) morre após viver alguns meses na rua demonstrando sinais de demência, mesmo com os exames não detectando problema algum no cérebro do sujeito. 

Intrigado com a causa do problema mental, Bennet decide pagar do próprio bolso um estudo do cérebro do morto e acaba descobrindo uma nova doença e sua causa. A descoberta de Bennet não agrada a NFL (National Football League), que fará de tudo para desacreditar o estudo. 

Baseado numa história real, este longa tenta fazer uma comparação entre a descoberta de Omalu com o processo que fez com que as empresas de tabaco confessarem que fumar é prejudicial à saúde. A diferença na vida real é que o tabaco atinge um número gigantesco de pessoas no mundo, enquanto os praticantes de futebol americano se restringem aos Estados Unidos. 

Outra diferença ocorre em relação as versões das histórias para o cinema. Michael Mann comandou o ótimo “O Informante” sobre os segredos da indústria do tabaco, enquanto este filme de Peter Landesman é apenas correto, com um roteiro esquemático. Mesmo para quem não conhecia a história, não é difícil descobrir o final. 

É curioso ver o astro Will Smith carregando no sotaque do médico nigeriano que adora o sonho americano e que se vê no meio de um pesadelo. 

É uma trama que dificilmente chamará atenção do público fora dos Estados Unidos.  

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Simplesmente Feliz

Simplesmente Feliz (Happy-Go-Luck, Inglaterra, 2008) – Nota 7,5
Direção – Mike Leigh
Elenco – Sally Hawkins, Alexis Zegerman, Eddie Marsan, Kate O’Flynn, Andrea Riseborough, Samuel Roukin, Nonso Anozie.

Poppy (Sally Hawkins) é uma professora primária de trinta anos que divide um apartamento com a amiga Zoe (Alexis Zegerman), que também é professora. Solteira e com experiência de ter trabalhado em países pobre como voluntária, Poppy trata a todos com alegria e simpatia. 

Com um temperamento expansivo, ao mesmo tempo em que ela é querida por muitos por passar alegria, acaba incomodando algumas pessoas, principalmente aquelas que se sentem infelizes por algum motivo. O maior exemplo é a estranha relação que cria com o estressado professor de auto escola Scott (Eddie Marsan), sujeito cheio de ódio que não consegue expressar um mísero sentimento de alegria. 

O diretor inglês Mike Leigh é especialista em filmes sobre pessoas comuns. Ele ficou famoso com o premiado drama “Segredos e Mentiras” e depois fez outros bons filmes como “Agora ou Nunca” e “O Segredo de Vera Drake”. Aqui, o foco do roteiro de Leigh é mostrar como é difícil para uma pessoa otimista demonstrar felicidade no mundo atual onde a infelicidade parece ser contagiosa. 

Algumas sequências são quase surreais, como a cena inicial em que Poppy tenta puxar conversa com um sisudo atendente de livraria e a sequência em que ela procura dar atenção a um morador de rua maluco. A visita de Poppy a casa de sua irmã é outro exemplo de como a felicidade e o espírito livre incomodam pessoas infelizes. 

A trama original é valorizada pela belíssima interpretação de Sally Hawkins, que na época era praticamente desconhecida fora da Inglaterra e que merecidamente recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. 

É um filme que faz o espectador pensar em como o mundo seria melhor se a maioria das pessoas tivessem um pouco da alegria de Poppy.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Corrente do Mal

Corrente do Mal (It Follows, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – David Robert Mitchell
Elenco – Maika Monroe, Keir Gilchrist, Lili Sepe, Olivia Luccardi, Daniel Zovatto, Jake Weary.

Na sequência inicial, uma garota foge desesperada de sua casa no subúrbio. Ao chegar na praia, liga chorando para os pais dizendo que os ama. Na manhã seguinte, a garota está morta com marcas de violência. 

A história volta para o subúrbio e segue os passos de outra garota, Jay (Maika Monroe), que na mesma noite vai a um encontro com Hugh (Jake Weary). Após o casal fazer sexo no carro, o rapaz tem uma estranha atitude. A partir daí, o jovem desaparece e Jay passa a ser perseguida por uma violenta entidade. 

A instigante premissa que lembra um pouco “O Chamado”, junto com uma trilha sonora sinistra e um clima de suspense bem construído no início, aguçam a curiosidade do espectador, porém quase tudo se perde no desenrolar da trama.

O ritmo lento, os furos do roteiro que explora o clichê da punição para quem  faz sexo e o péssimo elenco, transformam o filme num suspense vagabundo, com cara de produção para tv. Algumas cenas de suspense ainda são razoáveis, como a primeira sequência em que aparece a entidade e as cenas na casa de campo, mas é pouco para salvar o longa. 

O roteiro ainda deixa um gancho para uma sequência, mas que dificilmente sairá do papel.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Regressão

Regressão (Regression, Espanha / Canadá, 2015) – Nota 7
Direção – Alejandro Amenabar
Elenco – Ethan Hawke, Emma Watson, David Thewlis, David Dencik, Aaron Ashmore, Dale Dickey, Devon Bostick, Lothaire Bluteau.

Meados dos anos oitenta, em uma pequena cidade de Minnesota, a jovem Angela Gray (Emma Watson) pede refúgio na igreja do reverendo Murray (Lothaire Bluteau), alegando que foi abusada sexualmente pelo pai, o ex-alcoólatra John (David Dencik). Mesmo tendo abandonado a bebida e se tornado uma pessoa religiosa, John ainda é atormentado pelo sofrimento que fez sua família passar por causa do vício. 

Ao enfrentar a acusação e ser pressionado pelo detetive Bruce Kenner (Ethan Hawks), John confessa ser culpado, mesmo não se lembrando de ter cometido o abuso. O psicólogo Kenneth Raines (David Thewlis), que acompanha o caso, decide fazer o suspeito passar por uma sessão de regressão para tentar se lembrar de detalhes do crime. A sessão resulta na certeza por parte de Kenner e Raines, de que John faz parte de um culto satânico. É o início de uma verdadeira caça às bruxas na região. 

Baseado numa complexa história real, este longa mostra claramente como uma investigação policial pode ser contaminada por vários fatores. A ânsia em resolver um caso bizarro, a pressão da mídia, o fator religioso e a vida pregressa dos envolvidos transformaram a investigação em uma sequência de erros e criaram uma verdadeira histeria. 

O diretor chileno Alejandro Amenabar, especialista em suspense, explora seu talento no gênero para misturar a investigação com toques de sobrenatural, principalmente nas sequências em que o personagem de Ethan Hawke sofre com o chamado “terror noturno”. 

Esta longe de ser um grande filme, mas também não decepciona. Vale a sessão para quem curte filmes policiais de investigação.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Os Amigos de Eddie Coyle

Os Amigos de Eddie Coyle (The Friends of Eddie Coyle, EUA, 1973) – Nota 7
Direção – Peter Yates
Elenco – Robert Mitchum, Peter Boyle, Richard Jordan, Steven Keats, Alex Rocco, Joe Santos, Mitchell Ryan, James Tolkan.

Eddie “Fingers” Coyle (Robert Mitchum) é um pequeno vigarista que está prestes a ser condenado por ter sido detido dirigindo um caminhão cheio de mercadorias roubadas. Com cinquenta anos de idade, mais esposa e filhos para cuidar, Eddie sabe que se for preso a vida de sua família se transformará em pesadelo. 

Para tentar se livrar da cadeia, ele aceita trabalhar como informante para um policial (Richard Jordan). Eddie negocia a compra de um lote de armas para uma gangue de assaltantes de banco, mas seu verdadeiro plano é entregar o traficante de armas e os ladrões para o policial como pagamento por sua liberdade. 

O diretor inglês Peter Yates ficou famoso pela clássica perseguição de automóveis em “Bullitt”, sequência que criou um estilo e que se transformou quase que obrigatória nos filmes do gênero. Apesar de ter dirigido alguns filmes interessantes, como este que comento aqui, Yates  jamais conseguiu alcançar sucesso semelhante a “Bullitt”. 

O longa aqui tem uma boa história e um protagonista que passa longe de ser um herói ou durão, mesmo tendo sido interpretado pelo astro Robert Mitchum, especialista em vilões. O título é quase uma ironia, pois ninguém é amigo de ninguém na história. Cada um defende seu lado e o pobre Eddie se torna um peão na mãos do policial e de outro informante interpretado por Peter Boyle. 

O filme peca um pouco pela narrativa lenta, mas vale como curiosidade para quem gosta dos longas policiais dos anos setenta.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Transcendence

Transcendence: A Revolução (Transcendence, Inglaterra / China / EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Wally Pfister
Elenco – Johnny Depp, Rebecca Hall, Paul Bettany, Cillian Murphy, Kate Mara, Cole Hauser, Morgan Freeman, Clifton Collins Jr, Josh Stewart.

Na sequência inicial, um sujeito (Paul Bettany) vaga de bicicleta por uma grande cidade, narrando em off que a civilização hoje sobrevive sem energia elétrica ou qualquer tecnologia. A história volta cinco anos, quando descobrimos que o narrador é Max Waters, amigo e parceiro de um brilhante casal de cientistas. 

Will (Johnny Depp) e Evelyn Caster (Rebecca Hall) trabalham em um projeto sobre inteligência artificial, tendo desenvolvido um computador denominado PIN, que é uma espécie de embrião para um objetivo maior, de criar um computador vivo, que pense, decida e tenha emoção como um ser humano qualquer. O trabalho do casal é alvo de protesto de um grupo terrorista, que após cometer um atentado, praticamente obriga Will a acelerar seu projeto, resultando em algo inesperado e extremamente perigoso. 

O cinema já explorou por diversas vezes o medo do avanço tecnológico sem limites, que é o ponto principal deste longa. O tema da inteligência artificial é atual, assim como os grupos que protestam contra este tipo de projeto, seja pelo medo desta tecnologia cair em mão erradas, por questões politicas e até mesmo religiosas. 

A trama também coloca em discussão a questão de até que o ponto a tecnologia pode chegar sem se transformar em uma ameaça. Essas discussões quase filosóficas não chegam a ser aprofundar e são deixadas de lado na parte final, quando o longa se transforma num filme de ação. 

O elenco competente recheado de bons atores e a ótima parte técnica superam a trama, que em alguns momentos é irregular, tem furos e um estranho pulo no tempo de dois anos. 

É um filme interessante, mas que fica claro que a premissa poderia ter rendido algo melhor.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Sem Perdão (1986 & 2013)


Estes dois longas policiais produzidos com quase trinta anos de diferença, tem como única ligação o mesmo título nacional, situação que começa a ser corriqueira e que muitas vezes confunde o espectador menos informado.

Sem Perdão (No Mercy, EUA, 1986) – Nota 7
Direção – Richard Pearce
Elenco – Richard Gere, Kim Basinger, Jeroen Krabbé, George Dzundza, William Atherton, Terry Kinney, Gary Basaraba, Bruce McGill, Ray Sharkey.

Eddie Jillette (Richard Gere) é um policial durão de Chicago, que após prender um pequeno traficante, descobre que o homem tem uma proposta para assassinar um poderoso. Junto com o parceiro Joe (Gary Basaraba), eles se apresentam como matadores de aluguel para o contratante (Terry Kinney) que está acompanhado da bela Michel (Kim Basinger), mas todos acabam surpreendidos por outro assassino. 

O contratante e Joe são assassinados, enquanto Eddie e Michel sobrevivem. Para vingar o parceiro morto, Eddie deixa de lado as regras policiais e segue o rastro de um chefão do tráfico (Jeroen Krabbé) que vive em New Orleans. Ele também se envolve com Michel, que se torna alvo por ser testemunha do crime. 

Produzido numa época em que Richard Gere e Kim Basinger eram astros absolutos em Hollywood, este bom filme policial surpreendentemente fracassou nas bilheterias e recebeu críticas ruins. A história do policial durão que decide resolver a situação na base da violência é tema comum ao gênero, porém o filme ganha pontos com as boas cenas de ação que exploram bem os cenários naturais da região do Rio Mississippi, incluindo no explosivo clímax. A química entre Richard Gere e a voluptuosa personagem de Kim Basinger também são destaque. 

É um filme indicado para quem gosta de se divertir com tramas policiais sem exigir muito.

Sem Perdão (Dead Man Down, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Niels Arden Oplev
Elenco – Colin Farrell, Noomi Rapace, Terrence Howard, Dominic Cooper, Isabelle Huppert, F. Murray Abraham.

O chefe do tráfico Alphonse (Terrence Howard) está recebendo ameaças anônimas e acredita que os responsáveis sejam os traficantes jamaicanos. Ele invade a sede dos rivais e inicia um violento tiroteio. Os jamaicanos são assassinados, mas mesmo assim Alphonse é salvo por Victor (Colin Farrell), um membro de sua gangue que se torna homem de confiança após o fato.

Em paralelo, Victor inicia um flerte com uma vizinha (Noomi Rapace) que tem várias cicatrizes no rosto, consequência de um acidente de carro. O que Victor não imagina é que a jovem tem uma estranha proposta para lhe fazer. 

A premissa é interessante, logo no inicio fica claro que Victor esconde um segredo e com a entrada da vizinha na trama, o roteiro abre espaço para outras possibilidades, que infelizmente não são muito bem exploradas. 

O diretor dinamarquês Niels Arden Oplev, responsável pelo ótimo primeiro filme da trilogia Millenium original, consegue até um criar um bom clima de suspense, com várias sequências noturnas, o problema é que a trama se torna previsível a partir da metade. A narrativa também é irregular, com alguns momentos mortos. 

No final, comprovamos que a boa premissa foi transformada em um filme burocrático.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Boulevard

Boulevard (Boulevard, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – Dito Montiel
Elenco – Robin Williams, Kathy Baker, Roberto Aguire, Bob Odenkirk, Giles Matthey, Eleonore Hendricks.

Casado desde jovem com Joy (Kathy Baker), Nolan (Robin Williams) aparentemente leva uma vida normal em uma bela casa de subúrbio. Trabalhando há vinte e cinco anos em um pequeno banco, Nolan recebe uma proposta para se tornar gerente e comandar outra agência. 

O que seria motivo de alegria, na verdade se torna uma angústia para Nolan. Numa certa noite, ele contrata um garoto de programa (Roberto Aguire), com quem cria uma rápida relação de afeto, que mudará totalmente sua vida. 

O diretor Dito Montiel é especialista em filmes sobre o submundo de Nova York, tendo sido muito elogiado em sua estreia no drama autobiográfico “Santos e Demônios”, em que ele era interpretado por Robert Downey Jr. Infelizmente, seus filmes posteriores fracassaram, mesmo seguindo um estilo parecido. 

Neste longa que comento agora, Montiel mudou o foco e a cidade, explorando os segredos reprimidos de um personagem que jamais teve coragem de assumir seus desejos. Como é normal aos filmes com tema semelhante, a história é dolorosa, com o sofrimento afetando tanto o personagem principal, quanto sua esposa.

Em um dos seus últimos trabalhos, Robin Williams interpreta com dignidade um papel complicado. 

O resultado é apenas razoável. O ritmo lento não ajuda e as crises enfrentadas pelo protagonista se mostram previsíveis.  

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Freaks & Geeks

Freaks & Geeks (Freaks & Geeks, EUA, 1999)
Criador - Paul  Feig
Produtor - Judd Apatow
Elenco - Linda Cardellini, John Francis Daley, James Franco, Jason Segel, Sam Levine, Seth Rogen, Martin Starr, Busy Phillips, Becky Ann Baker, Joe Flaherty.

Para a maioria das pessoas, o sucesso é consequência do talento e do trabalho, mas se esquecem que "estar no lugar certo, na hora certa" é primordial. Este item seria o que podemos chamar da diferença entre sorte e azar. É caso desta ótima série "Freaks & Geeks", que sofreu neste último item.

Lançado numa época em que ser nerd, geek ou diferente ainda não era "legal" como nos dias atuais, a série foi abortada ao final da primeira temporada após dezoito deliciosos episódios, deixando em aberta a história de jovens personagens cativantes.

A trama se passa em 1980 num colégio em Detroit, girando em torno de dois grupos de amigos. Os "freaks" são o rebelde Daniel (James Franco), sua namorada de personalidade forte Kim Kelly (Busy Phillips), o debochado Ken (Seth Rogen) e o ingênuo Nick (Jason Segel), que passa o dia fumando maconha e que sonha ser baterista de rock. No primeiro episódio, a garota Lindsay (Linda Cardellini) se aproxima do grupo com vontade de mudar sua imagem de menina perfeita.

Enquanto isso, os "geeks" são três garotos que sofrem no primeiro ano de colégio. O mirrado e tímido Sam (John Francis Daley) é irmão de Lindsay e parece ter menos idade dos que os demais colegas. Neal (Sam Levine) é apaixonado por Lindsay e tenta se mostrar maduro. O terceiro garoto é o estranho Bill (Martin Starr), que a princípio para ser meio bobalhão, mas que durante a série intercala frases com absurdas com pérolas inteligentes engraçadíssimas.

É uma pena que apenas uma temporada tenha sido produzida. O talento dos envolvidos foi provado com o sucesso que praticamente todo o elenco alcançou na sequência da carreira. James Franco, Seth Rogen e Jason Segel se tornaram astros, enquanto o produtor Judd Apatow pode ser considerado o pai de uma geração de comediantes.

Se a série tivesse sido produzida dez anos depois, talvez após o lançamento de "The Big Bang Theory", que transformou os nerds em "caras legais", com certeza "Freaks & Geeks" teria uma imensa legião de fãs.

Hoje, resta torcer que um dia Apatow consiga quem sabe reunir o elenco e produzir um longa mostrando a vida dos personagens vinte anos depois.