sábado, 31 de dezembro de 2022

Dersu Uzala

 


Dersu Uzala (Dersu Uzala, União Soviética / Japão, 1975) – Nota 7,5
Direção – Akira Kurosawa
Elenco – Yuriy Solomin, Maksim Munzuk, Mikhail Bychkov, Vladimir Khrulyov.

O governo soviético envia o capitão Vladimir Arseniev (Yuriy Solomin) e sua pequena tropa para mapear as montanhas da Mongólia na região da Sibéria. Durante o trabalho, eles cruzam o caminho do caçador Dersu Uzala (Maksim Munzuk) que vive isolado na região. Percebendo que Dersu pode ser útil, Vladimir o convida a participar da expedição, dando início a um forte relação de amizade. 

Este longa é baseado em um livro que fora levado às telas em 1961 em uma produção totalmente soviética. Esta versão dirigida pelo japonês Akira Kurosawa tem como pontos principais a questão da amizade entre pessoas com culturas e hábitos totalmente diferentes, além das belíssimas paisagens muito bem exploradas em diversas sequências.

Mas é necessário citar que não é filme para todo o público. A narrativa é lenta e contemplativa, fazendo com que as duas horas e vinte e dois minutos de duração pareçam ser muito mais longas.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Escape from Kabul

 


Escape from Kabul (Escape From Kabul, Inglaterra / França / EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Jamie Roberts
Documentário

Em agosto de 2021, após vinte anos de ocupação no Afeganistão, o governo americano de Joe Biden decide retirar suas tropas do país de uma forma repentina, causando um verdadeiro caos que resultou na retomada do poder pelo grupo terrorista Talibã. 

A saída das tropas era algo que iria ocorrer, porém foi colocada em prática sem planejamento, deixando a população afegã desesperada para fugir do país sabendo que aqueles que ficassem seriam perseguidos pelo Talibã e obrigados a seguirem as terríveis leis do grupo. 

O documentário detalha os dezessete dias em que a população praticamente cercou o aeroporto de Cabul em busca de lugar em algum avião, como se estivessem fugindo do apocalipse. 

Por mais que a utilização das filmagens reais sejam assustadoras, junto com os depoimentos de pessoas que conseguiram fugir, de soldados e dos cínicos líderes do Talibã que demonstram alegria pela tragédia, o documentário deixa a desejar por em momento algum tocar no grande culpado pela situação que foi o governo de Joe Biden. 

A ocupação e a guerra deveriam ser questionadas, porém os vinte anos de trabalho e de luta para tentar fazer a população do Afeganistão se livrar do violento grupo terrorista que persegue inimigos e mulheres foi jogado na lata lixo em dois dias e enterrado nos quinze dias seguintes ao final da retirada dos soldados. 

É um documentário que conta a história mas não explica as causas.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

The Forgiven


The Forgiven (The Forgiven, Inglaterra / EUA / Canadá, 2021) – Nota 6
Direção – John Michael McDonagh
Elenco – Ralph Fiennes, Jessica Chastain, Christopher Abbott, Matt Smith, Caleb Landry Jones, Said Taghmaoui, Ismael Kanater, Abbey Lee, Alex Jennings, Marie Josée Croze, Fiona O’Shaughnessy, Mourad Zaoui.

O casal David (Ralph Fiennes) e Jo (Jessica Chastain) viaja para uma festa de amigos em uma mansão no deserto do Marrocos. Um acidente de automóvel próximo da chegada no local obriga David a encarar uma situação inusitada, sem contar que afeta ainda mais o seu desgastado casamento com Jo. 

A premissa de explorar as diferenças culturais entre a elite ocidental e os muçulmanos que vivem no deserto poderia render um filme mais interessante se o diretor tivesse direcionado para o drama, quando na verdade ele optou por uma narrativa cínica em vários momentos, resultando em piadas soltas e situações patéticas. 

Fica claro que o objetivo era ridicularizar a elite, além de mostrar que mesmo muitos que vivem no deserto também sonham com os produtos e com a vida do capitalismo ocidental. 

Uma coisa que incomoda e que vem acontecendo em muitos filmes atuais é a relativização da traição entre casais, em que a culpa é jogada sobre o traído. 

O destaque fica para as locações no deserto e para alguns diálogos entre o personagem de Ralph Fiennes e os muçulmanos vividos por Said Taghmaoui e Ismael Kanater.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Demônio da Noite & Lágrimas Tardias

 


Demônio da Noite (He Walked by Night, EUA, 1949) – Nota 7
Direção – Alfred L. Werker & Anthony Mann
Elenco – Richard Basehart, Scott Brady, Roy Roberts, Whit Bissell, James Cardwell, Jack Webb.

Durante uma abordagem de rotina, um policial é assassinado por um ladrão (Richard Basehart) que foge pela noite de Los Angeles. Rapidamente o esquadrão de polícia inicia uma perseguição massiva ao criminoso. 

Este longa policial de estilo noir é baseado em um fato real que resultou numa famosa caçada. A trama é simples, os pontos altos são a fotografia de uma Los Angeles noturna, os personagens fortes e as boas sequências de ação, algumas deles dentro dos túneis de esgoto da cidade. 

Como curiosidade, o ator Jack Webb que tem aqui um pequeno papel, dois anos depois seria o protagonista da famosa série policial “Dragnet” baseada em crimes reais que ficaria no ar de 1951 a 1959 e novamente de 1967 a 1970. 

Em 2003 foi lançada uma nova versão da série protagonizada por Ed O’Neill que apesar de ser bem interessante, durou apenas duas curtas temporadas. Uma versão para o cinema também foi produzida em 1987 com Dan Aykroyd e Tom Hanks, porém voltada totalmente para a comédia.

Lágrimas Tardias (To Late for Tears, EUA, 1949) – Nota 7,5
Direção – Byron Haskin
Elenco – Lizabeth Scott, Don DeFore, Dan Dureya, Arthur Kennedy, Kristine Miller, Barry Kelley.

Uma fato totalmente inesperado faz com que uma maleta cheia de dinheiro caia no colo do casal Alan (Arthur Kennedy) e Jane (Lizabeth Scott) que está viajando para visitar a irmã dela (Kristine Miller) e o cunhado (Don DeFore). 

Mesmo sendo perseguidos a princípio, o casal decide ficar com o dinheiro, dando início uma intrincada sequência de mentiras e traições em que a ganância fala mais alto. 

Este esquecido filme noir explora todos os clichês (no bom sentido) que transformaram o gênero em sucesso na época, com destaque para a manipuladora protagonista vivida por Lizabeth Scott. O roteiro ainda guarda uma surpresa para a sequência final. 

Vale citar que o diretor Byron Haskin é muito mais conhecido pelo clássico da ficção “A Guerra dos Mundos”.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

A Lista Terminal

 


A Lista Terminal (The Terminal List, EUA, 2022)
Criador – David DiGilio
Elenco – Chris Pratt, Constance Wu, Taylor Kitsch, Riley Keough, Arlo Mertz, Jeanne Tripplehorn, JD Pardo, Nick Chinlund, Jai Courtney, Matthew Rauch, Marco Rodriguez, Paul McCrane.

A ação de um grupo de Navy Seals termina na morte de todos os integrantes, com exceção do comandante James Reece (Chris Pratt). Ao voltar para casa, Reece enfrenta problemas de perda de memória e alucinações. Tudo piora quando sua esposa e filha são assassinadas e Reece descobre ser um peão em meio a uma conspiração. 

Esta série em oito episódios tem o foco principal na ação e no suspense, intercalados com os detalhes da conspiração que são revelados aos poucos. Apesar de perder um pouco do ritmo nos flashbacks que mostram a relação de Reece com a família, dando ênfase a situação de saúde que ele enfrenta, a narrativa no geral é bastante ágil. O roteiro é até previsível, mais isso também na atrapalha a diversão. 

O final não chega a ficar em aberto, apenas deixa viva a chance de uma segunda temporada.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Vengeance

 


Vengeance (Vengeance, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – B.J. Novak
Elenco – B.J. Novak, Boyd Holbrook, Tio Lipton, Ashton Kutcher, Isabella Amara, Dove Cameron, J. Smith Cameron, Eli Bickel, Issa Rae.

Ben (B.J. Novak) é um jornalista de Nova York que deseja fazer seu podcast decolar. Acostumado com relações casuais, ele fica surpreso quando recebe uma ligação do Texas em que um sujeito o avisa que sua namorada teria falecido. Na realidade a garota foi apenas um dos casos de Ben, que termina aceitando ir até o funeral para quem sabe utilizar a história em seu podcast. 

Esta interessante mistura de drama e comédia escrita, dirigida e protagonizada pelo ator B.J. Novak brinca com as diferenças culturais entre nova-iorquinos e texanos, deixando claro no final que os dois lados tem defeitos e virtudes. 

A relação que ele cria com a família da garota funciona, principalmente com o irmão mais velho (Boyd Holbrook) que é um texano raiz e com o irmão pré-adolescente (Eli Bickel). 

É aquele tipo de filme que explora os clichês do gênero de forma agradável.

domingo, 25 de dezembro de 2022

Live is Life

 


Live is Life (Live is Life, Espanha, 2021) – Nota 7,5
Direção – Dani de la Torre    
Elenco – Adrian Baena, Juan Del Pozo, Raul Del Pozo, David Rodriguez, Javier Casellas.

Galícia, Espanha, 1985. Durante as férias de verão, cinco adolescentes se arriscam em uma aventura na região rural, cada um deles com um objetivo distinto, porém tendo como ponto principal a amizade. 

Este nostálgico longa lembra muito o clássico “Conta Comigo”, porém além da aventura em si e da correria para enfrentar um grupo rival, o roteiro explora uma dose a mais de drama. 

Doença, drama pessoal e até uma sequência em um local repleto de drogados fazem parte da narrativa, que por sinal é bastante agradável e emotiva na medida certa. 

Apesar de alguns deslizes como a questão do tempo e do percurso da aventura, o diretor Dani de la Torre entrega o que a premissa promete, com destaque ainda para as belas locações na Galícia, sua terra natal.

sábado, 24 de dezembro de 2022

Meu Papai é Noel & Meu Filho das Selvas

 


Meu Papai é Noel (The Santa Clause, EUA, 1994) – Nota 6,5
Direção – John Pasquin
Elenco – Tim Allen, Judge Reinhold, Wendy Crewson, Eric Lloyd, David Krumholtz, Peter Boyle, Mary Gross.

Scott Calvin (Tim Allen) fica extremamente chateado quando descobre que sua ex-esposa com o marido atual falaram para seu filho Charlie (Eric Lloyd) que papai noel não existe. Tentando modificar a situação, na noite de natal Calvin se envolve numa confusão com o papai noel e acaba tomando o lugar do bom velhinho e também a obrigação de distribuir presentes. 

Esta simpática mistura de filme de natal, comédia e ficção fez um inesperado sucesso, muito pela fama de Tim Allen que na época protagonizava a sitcom “Home Improvement”. O humor ingênuo e a aventura inofensiva agradaram o público que gosta do tema. O sucesso rendeu mais três sequências, inclusive uma lançada agora, vinte e oito anos depois.

Meu Filho das Selvas (Jungle 2 Jungle, EUA, 1997) – Nota 6
Direção – John Pasquin
Elenco – Tim Allen, Sam Huntington, Martin Short, Lolita Davidovich, Jobeth Williams, David Ogden Stiers, Leelee Sobieski, Bob Dishy.

Após alguns anos tentando se divorciar, o executivo Michael (Tim Allen) consegue vencer a burocracia, precisando apenas da assinatura de sua ex-mulher Patricia (Jobeth Williams) que vive na Amazônia em meio aos índios. 

Ao chegar na região, Michael descobre ser pai de um adolescente (Sam Huntington) que foi criado com os índios. Ele leva o garoto para Nova York, dando início a uma série de confusões por conta das diferenças culturais. 

Este longa foi uma tentativa de repetir o sucesso de “Meu Papai Noel” produzido três anos antes com a mesma parceria entre o astro Tim Allen e o diretor John Pasquin. Não chega a ser tão divertido, mas mesmo assim entrega algumas sequências engraçadas e outras patéticas, bem ao estilo sessão da tarde.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O Guerreiro Silencioso

 


O Guerreiro Silencioso (Valhalla Rising, Dinamarca / Inglaterra, 2009) – Nota 5,5
Direção – Nicolas Winding Refn
Elenco – Mads Mikkelsen, Maarten Stevenson, Gary Lewis, Alexander Morton.

One Eye (Mads Mikkelsen) é escravo de um chefe viking. Ele consegue escapar e matar seus captores com ajuda de um garoto (Maarten Stevenson) que é considerado pagão. A inusitada dupla inicia uma saga se unindo a um grupo de guerreiros que viaja em um barco a caminho da Terra Prometida. 

Este longa é uma das várias experiências bizarras do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn. Com pouquíssimos diálogos, uma lentidão assustadora e um protagonista que não fala, é necessário ter uma paciência de monge para aguentar até o final. Em meio a isso, ele insere algumas sequências bastante violentas, com destaque ainda para a bela fotografia. É um filme para poucos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Skin Trade: Em Busca da Vingança & Acerto de Contas

 


Skin Trade: Em Busca de Vingança (Skin Trade, Tailândia / Canadá / EUA, 2014) – Nota 5,5
Direção – Ekachai Uekrongtham
Elenco – Dolph Lundgren, Tony Jaa, Ron Perlman, Michael Jai White, Celina Jade, Peter Weller.

Após participar de uma ação policial em Nova York contra uma gangue de tráfico de mulheres, o detetive Nick Cassidy (Dolph Lundgren) tem sua família atacada. Buscando vingança, Nick segue para a Tailândia e se envolve em outra investigação da mesma gangue, neste caso liderada pelo policial tailandês Tony (Tony Jaa). 

Este explosivo longa de ação tem uma trama que mesmo sendo previsível, ainda guarda uma pequena surpresa na parte final, um pouco forçada é claro. Além da pancadaria por conta de Dolph Lundgren e Tony Jaa, o filme tem ainda rostos conhecidos como Ron Pearlman vivendo o sérvio chefão do crime, o eterno Robocop Peter Weller como um o capitão de polícia e o lutador Michael Jai White como um corrupto agente do DEA.

Acerto de Contas (Blood of Redemption, EUA, 2013) – Nota 4,5
Direção – Giorgio Serafini
Elenco – Dolph Lundgren, Vinnie Jones, Billy Zane, Gianni Capaldi, Robert Davi, Jelly Howie, Massi Furlan, Robert Miano.

Axel (Dolph Lundgren) trabalha como segurança para um chefão do crime (Robert Miano), que deseja encerrar suas atividades ilegais. Antes disso acontecer o sujeito é assassinado, deixando uma lista de suspeitos que desejam tomar seu lugar. 

Este longa policial B recheado de canastrões conhecidos apresenta uma premissa razoável sobre conflitos entre criminosos, porém os problemas são as sequências de ação forçadas e a história confusa repleta de furos. O roteirista tentou escrever uma trama complexa, mas terminou entregando uma história absurda com traições sem sentido e até com um bandido que consegue trabalhar como agente do FBI.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Marcas da Maldição

 


Marcas da Maldição (Zhou, Taiwan, 2022) – Nota 7
Direção – Kevin Ko
Elenco – Hsuan Yen Tsai, Ying Hsuan Kao, Sean Lin, Ching Yu Wen, Sin Ting Huang.

Duas narrativas em tempos diferentes detalham a maldição que se abateu sobre Li Ruo Nan (Hsuan Yen Tsai). Seis anos atrás, ela e dois amigos visitaram uma vila isolada nas montanhas e invadiram um local sagrado liberando uma maldição. Nos dias atuais, Li luta para reaver a guarda de sua filha (Sin Ting Huang) e afastá-la da mesma maldição. 

Os filmes orientais de terror geralmente são pesados, ultrapassando limites que normalmente o cinema ocidental costuma impor nos últimos anos. Aqui as sequências de suspense e terror são bastante violentas e sinistras, principalmente as noturnas no vilarejo. 

Isso com certeza agradará aos fãs do gênero, mas que por outro lado sentirão um pouco a narrativa irregular e lenta em alguns momentos, que parece deixar a duração mais longa do que a uma hora e cinquenta minutos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Azor

 


Azor (Azor, Suíça / França / Argentina, 2021) – Nota 7
Direção – Andreas Fontana
Elenco – Fabrizio Rongione, Stéphanie Cléu, Ignacio Villa, Juan Trench, Carmen Iriondo, Pablo Torre Nilson.

Buenos Aires, 1980. O banqueiro suíço Ivan de Wiel (Fabrizio Rongione) chega na cidade com sua esposa Ines (Stéphanie Cléu) para resolver pendências com clientes após o desaparecimento de seu sócio. 

Sem saber se o sujeito fugiu com algum dinheiro ou se foi preso pelo governo militar, Ivan tenta entender qual era a relação dele com os clientes da elite argentina. 

Mesmo sendo uma trama de ficção, este interessante drama político explora o tema dos desaparecimentos na Argentina nos anos setenta e oitenta, além da questão do envio de dinheiro sujo ou de forma ilegal para a Suíça, país considerado uma espécie de paraíso fiscal. 

A narrativa lenta é claramente uma escolha do diretor para retratar a personalidade fria do protagonista, que analisa a tudo e a todos antes de tomar qualquer decisão, sempre com o apoio da esposa. 

O filme é basicamente uma viagem ao lado obscuro da elite Argentina.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Decisão de Partir

 


Decisão de Partir (Heojil Kyolshim, Coreia do Sul, 2022) – Nota 7
Direção – Chan Wook Park
Elenco – Go Kyung Po, Tang Wei, Park Hae Il, Jung Yi Seo.

O corpo de um homem é encontrado em uma montanha. O detetive Soo (Go Kyung Po) acredita que o sujeito foi empurrado de um penhasco e que sua esposa Seo (Tang Wei) pode ter sido a assassina. 

O problema é que apesar de casado e honesto, Soo sente-se atraído pela suspeita, que por seu lado demonstra um personalidade duvidosa, arrastando o detetive para uma situação bastante complicada. 

Este longa segue o estilo do diretor Chan Wook Park em desenvolver tramas e personagens complexos, porém diferente de outras obras, aqui ele perde muito tempo no estranho jogo de sedução entre detetive e suspeita, até as surpresas que vem à tona na parte final. 

Por mais que a história seja bem amarrada e a parte técnica caprichada, a narrativa é bastante irregular, deixando o filme cansativo e monótono na primeira hora. 

O cinema sul-coreano tem diversos outros filmes melhores.

domingo, 18 de dezembro de 2022

O Enxame & Avalanche

 

O Enxame (The Swarm, EUA, 1978) – Nota 5,5
Direção – Irwin Allen
Elenco – Michael Caine, Katharine Ross, Richard Widmark, Henry Fonda, Richard Chamberlaind, Olivia DeHavilland, Fred MacMurray, Ben Johnson, Lee Grant, José Ferrer, Patty Duke Astin, Bradford Dillman, Cameron Mitchell, Alejandro Rey.

Abelhas africanas que por algum motivo estão na América do Sul desenvolvem uma mutação que pode matar um ser humano com poucas picadas. Quando um enxame destas abelhas assassinas migra para os EUA, o desespero toma conta da população e o governo tenta todo custo encontrar uma forma de deter a terrível ameaça. 

O diretor e o produtor Irwin Allen que veio da tv onde comandou séries de sucesso nos anos sessenta como “Perdidos no Espaço”, “Túnel do Tempo” e “Viagem ao Fundo do Mar” foi um dos pais do chamado cinema catástrofe, tendo como trabalho mais famoso o clássico “Inferno na Torre”. 

Este “O Enxame” foi produzido em um momento em que o gênero estava saturado e para piorar, a trama inverossímil e a narrativa arrastada atrapalham bastante. O filme tem duas versões, sendo a mais longa de duas horas e meia de duração. O elenco recheado de astros era comum no gênero e na época, mas neste caso somente isso não conseguiu salvar o longa.

Avalanche (Avalanche, EUA, 1978) – Nota 4,5
Direção – Corey Allen
Elenco – Rock Hudson, Mia Farrow, Robert Forster, Jeanette Nolan, Steve Franken, Barry Primus, Rick Moses, Jerry Douglas.

David Shelby (Rock Hudson) é o administrador de um resort nas montanhas do Colorado que recebe um grande número de turistas. Além do trabalho, Shelby tenta reconciliação com sua ex-esposa Caroline (Mia Farrow). Uma inesperada avalanche transformará o local de férias em um pesadelo. 

Este longa foi produzido por Roger Corman, o rei dos filmes B que tentava pegar carona no sucesso do cinema catástrofe da época. Conhecido por produzir filmes com baixo orçamento, Corman até gastou mais do que o seu normal, mesmo inserindo sequências de avalanches reais para diminuir o custo. 

O filme é ruim, muito pelo roteiro que explora pequenas histórias bobas, inclusive a principal entre o protagonista e a ex-esposa. Apesar de nomes conhecidos, os personagens também são mal desenvolvidos e os coadjuvantes inexpressivos.

sábado, 17 de dezembro de 2022

O Enfermeiro da Noite

 


O Enfermeiro da Noite (The Good Nurse, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Tobias Lindholm
Elenco – Jessica Chastain, Eddie Redmayne, Nnamdi Asomugha, Noah Emmerich, Kim Dickens, Devyn McDowell, Alix Wester Lefler, Ajay Naidu, Maria Dizzia.

Em 2003, a enfermeira Amy (Jessica Chastain) recebe como novo colega de trabalho o pacato Charles Cullen (Eddie Redmayne), com quem cria um laço de amizade. Quando uma paciente morre de forma inexplicável na UTI e a polícia é acionada, Charles se torna o principal suspeito. 

Este longa é baseado em um livro que detalha uma terrível história real. Responsável por ótimos filmes como “Guerra”, “Druk” e “Sequestro”, o diretor dinamarquês Tobias Lindholm entrega aqui uma obra correta, sem grande emoção ou sequências de suspense. 

O foco é detalhar como a personagem de Jessica Chastain descobre a forma como os crimes foram cometidos, além de enfrentar problemas na vida pessoal. 

O estranho protagonista vivido por Eddie Redmayne é o típico sujeito solitário que parece inofensivo em um primeiro olhar. Sua atuação é perfeita, mostrando gentileza, porém escondendo sua verdadeira face com olhares furtivos e palavras escolhidas a dedo. 

É um filme que assusta muito pela forma como os hospitais enfrentaram o caso, deixando a dúvida sobre quantos enfermeiros e enfermeiras podem estar fazendo coisas semelhantes pelo mundo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Cidade dos Ventos

 


Cidade dos Ventos (Ischeznuvshaya Imperiya, Rússia, 2008) – Nota 7
Direção – Karen Shakhnazarov
Elenco – Aleksandr Lyapin, Lidiya Milyuzina, Egor Baranovskiy, Ivan Kupreenko, Armen Dzhigarkhanyan, Olga Tumaykina.

Moscou, 1973. Sergei (Aleksandr Lyapin) é um jovem estudante universitário que vem de uma família simples, mas que demonsta uma enorme confiança em suas atitudes. Ele namora com a bela Liuda (Lidiya Milyuzina ), divide o tempo com os amigos Stepan (Egor Baranovski) que também gosta de Lyuda e Denisov (Ivan Kupreenko) que particpa de um banda de rock. Durante um verão, a vida dos amigos seguirá caminhos diferentes após algumas situações e conflitos. 

Este simpático drama mostra um pouco de como era a vida dos jovens na decadente União Soviética dos anos setenta. Ao mesmo tempo em que o comunismo estava impregnado nas instituições incluindo as universidades, os jovens se divertiam com o rock americano e com os namoros, além de enfrentar os problemas da idade. 

A ótima trilha sonora com rock dos anos setenta é um dos grandes destaques. O filme perde alguns pontos pela escolha do diretor em contar pequenas situações pulando períodos de tempo, como se fossem pequenos quadros sem o encaixe comum do cinema ocidental. 

A sequência final que parece aleatória, na verdade mostra claramente como a visão de mundo dos amigos se distanciou com o tempo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Guerra Sob a Terra

 


Guerra Sob a Terra (The War Below, Inglaterra, 2021) – Nota 7
Direção – J.P. Watts
Elenco – Sam Hazeldine, Tom Goodman Hill, Kris Hitchen, Elliott James Langridge, Sam Clemmett Joseph Steyne, Anna Maguire, Andrew Scarborough.

Londres, 1916, Primeira Guerra Mundial. Um oficial do exército britânico (Tom Goodman Hill) tem a ideia de contratar um grupo de trabalhadores das minas de carvão especialistas em escavação para construir um túnel no campo de batalha e colocar bombas para tentar vencer os inimigos alemães de surpresa. Uma equipe de cinco homens liderados por William Hawkin (Sam Hazeldine) assume a inusitada e também extremamente perigosa missão. 

Apesar dos personagens serem fictícios, o longa é baseado em uma história real que ajudou os ingleses a derrotarem os alemães na chamada Batalha de Messines, depois do fracasso na sangrenta Batalha do Somme. 

O roteiro não tem surpresas, os pontos de destaque são o relacionamento de confiança entre os mineiros e o oficial, as boas sequências de ação e o suspense tanto na construção dos túneis como nas detonações. 

A produção é bastante realista, com os homens dividindo o tempo entre as trincheiras sujas repletas de lama e os túneis escuros. É mais um bom filme de guerra para quem gosta do gênero.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

A Sombra e a Escuridão & A Fera

 


A Sombra e a Escuridão (The Ghost and the Darkness, EUA / Alemanha 1996) – Nota 7,5
Direção – Stephen Hopkins
Elenco – Michael Douglas, Val Kilmer, John Kani, Bernard Hill, Tom Wilkinson, Brian McCardie, Om Puri, Emily Mortimer.

Final do século XIX. O engenheiro e coronel John Henry Patterson (Val Kilmer) é contratado por Sir Robert Beaumont (Tom Wilkinson) para supervisionar a construção de uma ponte no deserto do Quênia. 

O que seria um serviço normalmente complicado se transforma em pesadelo quando trabalhadores e moradores locais começam a ser atacados por leões. Sem conseguir deter as feras, Patterson pede ajuda ao famoso e também cínico caçador americano Charles Remington (Michael Douglas). Juntos, eles iniciam uma caçada. 

Baseado em uma história real descrita em livro pelo verdadeiro coronel Patterson, este longa tem como pontos principais as locações no deserto, as fortes sequências de ação e os assustadores leões batizados pelos nativos como Sombra e Escuridão, por atacarem sempre a noite. 

Se o personagem de Patterson é real, o caçador Remington foi criado pelo roteirista William Goldman para efeitos dramáticos e de ação. 

Vale citar que o diretor Stephen Hopkins fez bons filmes nos anos noventa como “Contagem Regressiva” e “Uma Jogada do Destino”, além de ser um idealizadores da ótima série “24 Horas”.

A Fera (Beast, EUA / Islândia, 2022) – Nota 5,5
Direção – Baltasar Kormakur
Elenco – Idris Elba, Sharlto Copley, Lyana Halley, Leah Jeffreys.

O médico Nate (Idris Elba) leva suas filhas adolescentes (Lyana Halley e Leah Jeffreys) para conhecer uma região selvagem na África do Sul, local onde sua recém falecida esposa nasceu. Ele encontra o antigo amigo Martin (Sharlto Copley) que os levam para um tour no deserto, sem imaginar que um leão está caçando pessoas. 

O roteiro copia a premissa de “A Sombra e a Escuridão” atualizando para o público jovem de hoje ao colocar duas adolescentes ao lado dos protagonistas lutando para sobreviver. O filme tem sequências de ação aceitáveis criadas em CGI, com exceção da absurda luta final. 

O problema maior é que a história é previsível e ainda perde tempo ao criar um drama familiar raso entre pai e filhas. A ideia de fazer uma crítica à caça clandestina de animais e a vingança do leão também não convencem.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Um Outro Mundo

 



Um Outro Mundo (Un Autre Monde, França, 2021) – Nota 7
Direção – Stéphane Brizé
Elenco – Vincent Lindon, Sandrine Kiberlain, Anthony Bajon, Marie Drucker, Olivier Lemaire.

No interior da França, Philippe (Vincent Lindon) é o gerente de uma fábrica que pertence a uma corporação americana. Passando por um divórcio, enfrentando problemas com o filho adolescente e tendo de lidar com a pressão da matriz que deseja que dez por cento dos funcionários sejam dispensados, Philippe está em uma verdadeira encruzilhada pessoal e profissional. 

Este é o quinto trabalho em parceira do diretor e roteirista Stéphanie Brizé com o ator Vincent Lindon. O longa segue o mesmo estilo dos filmes anteriores ao explorar o drama enfrentado pelo protagonista, que por sinal é extremamente realista, principalmente na visão do espectador que trabalha ou já trabalhou em alguma empresa de grande porte. 

O protagonista que coloca o trabalho em primeiro lugar, que aceita seguir ordens que muitas vezes considera injustas e que deixa suas convicções de lado para manter o emprego, chegará um determinado momento em que terá de pagar um preço caro na vida pessoal. 

Destaque para a atuação de Vincent Lindon em meio a selva que é a vida corporativa.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Antraz: EUA Sob Ataque

 


Antraz: EUA Sob Ataque (The Anthrax Attacks, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Dan Krauss
Documentário

Em torno de um mês após os ataques de 11 de setembro, cartas anônimas contendo o terrível agente químico Antraz foram enviadas para um jornal, uma emissora de tv e o senado, causando algumas vítimas fatais. 

Este documentário detalha a investigação do FBI, que por muito tempo não conseguia avançar gerando uma pressão que levou os agentes a tomarem decisões erradas transformando em suspeitos algumas pessoas sem prova alguma. 

A crença inicial de que seria um ataque de estrangeiros e a dúvida que surgiu quando alguns detalhes apontaram para um terrorista americano ajudaram a deixar a investigação ainda mais confusa. 

Por mais que no final um suspeito principal seja apontado como culpado, as circunstâncias fizeram com que a verdade completa jamais venha à tona.

domingo, 11 de dezembro de 2022

O Peso do Talento

 


O Peso do Talento (The Unbearable Weight of Massive Talent, EUA, 2012) – Nota 7
Direção – Tom Gormican
Elenco – Nicolas Cage, Pedro Pascal, Tiffany Haddish, Sharon Hogan, Paco Leon, Neil Patrick Harris, Lily Sheen, Alessandra Mastronardi, Jacob Scipio, Demi Moore, David Gordon Green, Ike Barinholtz.

Com a carreira em baixa e precisando de dinheiro, o astro Nicolas Cage (interpretando ele mesmo) aceita participar da festa de aniversário de um milionário (Pedro Pascal) na cidade litorânea de Mallorca na Espanha. O que ele não esperava é se tornar peça chave para a CIA na investigação de um cartel internacional de drogas. 

A grande sacada desta comédia de ação é a forma descontraída com que o ator Nicolas Cage aceitou tirar um enorme sarro de sua própria carreira. Vale citar os vários diálogos divertidos dele com o personagem de Pedro Pascal comentando seus filmes de sucesso dos anos oitenta e noventa, assim como Cage tentando se transformar no herói que tantas vezes interpretou no cinema. 

São algumas sequências absurdas e outras patéticas, mas vale a sessão para o fã de cinema que gosta de obras que falam do próprio cinema.

sábado, 10 de dezembro de 2022

Speak No Evil

 


Speak No Evil (Gaesterne, Dinamarca / Holanda, 2022) – Nota 6,5
Direção – Christian Tafdrup
Elenco – Morten Burian, Sidsel Siem Koch, Fedja van Huet, Karina Smulders, Liva Forsberg, Marius Damslev.

Durante as férias na Toscana, um casal dinamarquês (Morten Burian e Sidsel Siem Koch) com sua filha pré-adolescente (Liva Forsberg) faz amizade com um casal holandês (Fedja van Huet e Karina Smulders) e seu filho pequeno que não fala (Marius Damslev). 

Tempos depois, os dinamarqueses aceitam um convite para visitar os novos amigos em sua casa numa região rural da Holanda, sem imaginar o que irá encontrar. 

Este longa entrega uma angustiante história de terror psicológico que pode ser analisada como uma parábola sobre como o medo social transforma pessoas comuns em presas fáceis para manipuladores. Demonstrar fragilidade para estranhos ou receio de enfrentar algum conflito tentando agradar de todas as formas muitas vezes abre as portas para o mal. 

A insegurança do casal dinamarquês, inclusive para lidar com sua filha é um exemplo de muitas famílias atuais que tentam manter uma aparência às custas de esconder os sentimentos verdadeiros e as frustrações. 

A narrativa lenta e angustiante resulta em um filme que incomoda o espectador, que como certeza ficará esperando o pior.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Dez Segundos de Perigo & Raízes da Ambição


Dez Segundos de Perigo (Junior Bonner, EUA, 1972) – Nota 6
Direção – Sam Peckinpah
Elenco – Steve McQueen, Robert Preston, Ida Lupino, Ben Johnson, Joe Don Baker, Barbara Leigh, Mary Murphy, Bill McKinney, Dub Taylor.

Junior Bonner (Steve McQueen) é um decadente cowboy de rodeios que está falido, mas mesmo assim ainda tenta reviver seus melhores dias na carreira. Ao participar de um rodeio em sua cidade natal, Bonner reencontrará pai (Robert Preston), mãe (Ida Lupino) e irmão (Joe Don Baker), com todos os problemas de uma família em que cada integrante pensa de uma forma diferente. 

O diretor Sam Peckinpah ficou conhecido por revolucionar o western nos anos sessenta criando sequências de tiroteio em câmera lenta, com as balas explodindo no corpo do personagens e o sangue voando pela tela. 

Neste drama “Junior Bonner” ele utiliza a câmera lenta nas sequências dos rodeios e em uma briga de bar que parece uma comédia. Os conflitos familiares são razoáveis, tendo como ponto principal a questão do protagonista não aceitar que sua carreira estava no final e com isso o afastando da família. 

Como informação, o título nacional tem um enorme erro. Nos rodeios americanos o cowboy precisa aguentar oito segundos em cima do touro e não os dez citados.

Raízes da Ambição (Comes a Horseman, EUA, 1978) – Nota 6
Direção – Alan J. Pakula
Elenco – James Caan, Jane Fonda, Jason Robards, Richard Farnsworth, George Grizzard, Jim Davis, Mark Harmon, James Keach.

Arizona, anos quarenta, próximo ao final da Segunda Guerra. Frank (James Caan) é um vaqueiro que tem seu parceiro assassinado e que termina por se envolver numa disputa de terras entre a criadora de gado Ella (Jane Fonda), o fazendeiro Ewing (Jason Robards) e o empresário Neil (George Grizzard), este último que deseja comprar todas as terras da região para explorar petróleo. 

Este drama com pitadas de violência, ritmo lento e um narrativa sem emoção, em momento algum faz a história decolar. A curiosidade é a ligação ou talvez inspiração para a famosa série “Dallas” que seria lançada no mesmo ano e que também teria como tema principal os conflitos entre duas famílias donas de empresas exploradoras de petróleo no Texas. 

O personagem J.R. Ewing de Jason Robards tem o mesmo nome do protagonista de “Dallas” vivido por Larry Hagmann, enquanto o ator Jim Davis que aqui interpreta um capanga do personagem, na série viveu o patriarca da família Ewing. Estas curiosidades são mais interessantes do que o filme.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

A Luta de uma Vida

 


A Luta de uma Vida (The Survivor, Canadá / Hungria / EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Barry Levinson
Elenco – Ben Foster, Vicky Krieps, Billy Magnussen, Peter Sarsgaard, Saro Emirze, Danny DeVito, John Leguizamo, Dar Zuzovsky, Paul Bates, Laurent Papot.

EUA, 1948. Harry Haft (Ben Foster) é um boxeador judeu de origem alemã que sobreviveu a Auschwitz. Obcecado em localizar sua namorada da adolescência de quem foi separado durante a Segunda Guerra, Harry decide contar sua história a um jornalista (Peter Sarsgaard), para quem sabe ser encontrado por ela. Ele também deseja conseguir uma luta contra o campeão de boxe Rocky Marciano. 

Este é mais um longa baseado em uma dolorosa história real sobre a Segunda Guerra. A jornada do protagonista é dividida em duas narrativas, sendo a principal a procura pela namorada que é na verdade a busca por se reencontrar na vida e a segunda sãos os flashbacks que detalham como ele conseguiu sobreviver no campo de concentração. 

Mesmo com uma maquiagem estranha, o destaque fica para a atuação de Ben Foster, principalmente nas sequências na guerra.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Um Tiro de Misericórdia

 


Um Tiro de Misericórdia (State of Grace, Inglaterra / EUA, 1990) – Nota 7,5
Direção – Phil Joanou
Elenco – Sean Penn, Gary Oldman, Ed Harris, Robin Wright, John Turturro, Burgess Meredith, John C. Reilly, Joe Viterelli, Deirdre O’Connell.

O policial Terry (Sean Penn) recebe a missão de se infiltrar na Máfia Irlandesa que domina o bairro Hells Kitchen em Nova York, região onde ele nasceu e abandonou há dez anos. 

Sem que os velhos conhecidos saibam que ele se tornou policial, Terry reencontra o amigo Jackie (Gary Oldman) que é irmão do chefão da Máfia, o frio e calculista Frank (Ed Harris). A dolorosa missão fica ainda mais complicada quando Terry reinicia o romance com a bela Kathleen (Robin Wright), que é irmã de Jackie e Frank. 

Este esquecido drama policial que apresenta uma premissa comum ao gênero, ganha muitos pontos pelas ótimas atuações do elenco, o clima de tragédia e as sequências de violência. 

No ótimo elenco o destaque fica para a alucinada interpretação de Gary Oldman, como o agitado Jackie que passa toda a história pronto para puxar o gatilho. 

Além de diversos vídeos da banda U2, o diretor Phil Joanou comandou outros bons filmes como “Desejos” e “Prisioneiro do Passado”, além do clássico adolescente dos anos oitenta “Te Pego Lá Fora”.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Agente das Sombras

 


Agente das Sombras (Blacklight, EUA / Austrália / China, 2022) – Nota 5
Direção – Mark Williams
Elenco – Liam Neeson, Aidan Quinn, Taylor John Smith, Emmy Raver Lampman, Claire van der Bloom, Yael Stone, Andrew Shaw, Zac Lemons, Gabriella Sengos, Tim Draxl.

Travis Block (Liam Neeson) é um agente do FBI que trabalha resgatando outros agentes que estão infiltrados em missões complexas e terminam se envolvendo em situações fora do controle. O assassinato de uma ativista e as atitudes de um jovem agente (Taylor John Smith) abalado com seu trabalho são os estopins que podem fazer vir à tona uma conspiração. 

Pouca coisa se salva neste equivocado longa, que em alguns momentos tenta demonizar o FBI através de uma explicação ingênua para a conspiração e em outros entrega soluções sem sentido, como o péssimo final. 

Liam Neeson ainda dá conta do recado nas sequências de ação, porém é pouco para salvar o filme. Vale citar ainda que é triste ver Neeson e Aidan Quinn trabalhando juntos novamente em um filme tão ruim depois do ótimo “Michael Collins: O Preço da Liberdade” de 1996 e do competente “Desconhecido” de 2011.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Anti-Herói Americano & Funny Pages

 


Anti-Herói Americano (American Splendor, EUA, 2003) – Nota 6,5
Direção – Shari Springer Berman & Robert Pulcini
Elenco – Paul Giamatti, Hope Davis, James Urbaniak, Judah Friedlander, Harvey Pekar, Toby Radloff, Donal Logue, Molly Shannon

Cleveland, anos setenta. Harvey Pekar (Paul Giamatti) trabalha como arquivista em um hospital ao mesmo tempo em que escreve histórias em quadrinhos como hobby. 

Levando uma vida ordinária e se mostrando uma pessoa pessimista, Harvey decide arriscar uma nova empreitada ao conhecer sua futura esposa Joyce (Hope Davis) e testemunhar a pequena fama do cartunista Robert Crumb (James Urbaniak), que é seu amigo e também um sujeito complicado. 

Este longa é baseada na vida real do cartunista Harvey Pekar que faleceria em 2010. O grande acerto do filme são as caracterizações dos personagens que ficaram muitos parecidos com as figuras verdadeiras, principalmente Paul Giamatti que absorveu inclusive os trejeitos de Pekar. 

O “American Splendor” do título é a série de quadrinhos autobiográficos que fizeram Pekar ficar conhecido. O resultado é um longa indicado para quem curte quadrinhos alternativos.

Funny Pages (Funny Pages, EUA, 2022) – Nota 5,5
Direção – Owen Kline
Elenco – Daniel Zolghadri, Matthew Maher, Miles Emanuel, Maria Dizzia, Josh Pais, Stephen Adly Guirgis, Michael Townsend Wright.

Robert (Daniel Zolghadri) é um adolescente com talento para ser cartunista. Ele decide abandonar os estudos contra a vontade dos pais, sai de casa para morar em um quarto na casa de alguns sujeitos estranhos e assim tenta sobreviver de seus desenhos e pequenos trabalhos. 

Escrito e dirigido pelo estreante Owen Kline, que é filho do astro Kevin Kline com a atriz aposentada Phoebe Cates, este longa é uma sucessão de sequências bizarras com personagens estranhos. 

A rebeldia e ao mesmo independência buscada pelo protagonista varia entre a ingenuidade e a teimosia, assim como a relação estranha que ele cria com outro cartunista perturbado vivido por Matthew Maher. 

Em alguns momentos parece um filme experimental, como se fosse uma busca do próprio diretor pela sua identidade. 

domingo, 4 de dezembro de 2022

Controle

 


Controle (Kontroll, Hungria, 2003) – Nota 7
Direção – Nimród Antal
Elenco – Sandor Csanyi, Eszter Balla. Zoltan Mucsi, Csaba Pindroch, Sandor Badar, Zsolt Nagy.

Em Budapeste na Hungria, Bulcsu (Sandor Csanyi) trabalha como fiscal no metrô ao lado de colegas no mínimo peculiares. Enfrentando situações estranhas, passageiros incomuns, um grupo rival de fiscais e por fim um sujeito que teima em escapar sem pagar a tarifa, Bulcsu aos poucos demonstra como o trabalho afetou sua vida. 

Este inusitado longa marcou a estreia do diretor Nimrod Antal, que nasceu nos EUA mas migrou para a Hungria nos anos noventa e que posteriormente voltou ao país natal para comandar alguns filmes, como a ficção “Predadores”. 

O filme começa com um curioso prólogo em que um sujeito cita porque o metrô de Budapeste aprovou as filmagens no local e a história que trata os fiscais como figuras complexas. 

Uma inspiração clara é o clássico “Subway” de Luc Besson, que também se passava todo dentro do metrô de Paris e apresentava personagens marcantes. 

O longa tem uma ritmo ágil, um pouco de violência e até sequências que parecem de um sonho. Para quem gosta de obras diferentes, este filme é uma boa opção.

sábado, 3 de dezembro de 2022

Viajantes - Instinto e Desejo

 


Viajantes – Instinto e Desejo (Voyagers, EUA / República Tcheca / Romênia / Inglaterra, 2021) – Nota 6,5
Direção – Neil Burger
Elenco – Tye Sheridan, Colin Farrell, Lily Rose Depp, Fionn Whitehead, Chanté Adamas, Archie Madekwe, Quintessa Swindell, Edward Hempstead Wright.

No futuro a Terra sofre com problemas na natureza e um novo planeta habitável em uma galáxia distante é descoberto. Como a viagem entre os dois planetas dura oitenta e seis anos, a forma encontrada é criar uma geração de crianças clonadas e criadas em laboratório que serão enviadas para assim que chegaram a adolescência possam reproduzir durante a viagem e fazer com que sua terceira geração chegue ao destino para povoar o local. 

Esta intrigante premissa é desenvolvida em uma história claramente inspirada no clássico livro infanto-juvenil “O Senhor das Moscas”, mudando o local de uma ilha deserta para o uma nave espacial. 

Para quem conhece o livro a história não tem surpresas, mas ao mesmo tempo coloca em discussão questões interessantes sobre o bem e o mal dentro das pessoas, os instintos naturais que afloram nos adolescentes e a luta pela sobrevivência que ocorre de diversas maneiras durante a vida, as vezes até na base da violência. 

A narrativa tem um ritmo ágil, boas sequências de ação e violência e alguns exageros, o que é normal neste tipo de longa. É um filme que tem falhas, mas que prende a atenção.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Emily the Criminal

 


Emily the Criminal (Emily the Criminal, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – John Patton Ford
Elenco – Aubrey Plaza, Theo Rossi, Megalyn Echikunwoke, Gina Gershon, Bernardo Badillo, Jonathan Avigdori.

Na sequência inicial durante uma entrevista de emprego, Emily (Aubrey Plaza) é confrontada sobre sua condenação criminal por agressão. Este prólogo tem o objetivo de mostrar como a protagonista está marcada e por este motivo terá muitas portas fechadas durante a vida. 

A chance de mudar tudo surge quando ela descobre um grupo que pratica golpes com cartões de crédito, o que sabe ser perigoso, mas ao mesmo tempo aguça sua ambição. 

Este competente drama policial tenta mostrar como alguns gatilhos levam uma pessoa ao mundo do crime. A ganância junto da falta de perspectivas profissionais e o lado obscuro que em alguns pessoas é mais forte e terminam vindo à tona resultam em criminosos como a protagonista. 

Deixando de lado a questão psicológica, o filme é competente nas sequências dos golpes e na violência que surge em paralelo, também claramente motivada pela ganância. 

Mesmo muito longe com qualquer comparação, chama a atenção o estilo na narrativa do estreante diretor e roteirista John Patton Ford que parece ser influenciada pelo cinema urbano e criminal do ótimo Michael Mann.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Castle Falls & Jogos Letais

 


Castle Falls (Castle Falls, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Dolph Lundgren
Elenco – Scott Adkins, Dolph Lundgren, Vas Sanchez, Scott Hunter, Kim DeLonghi.

Um ex-lutador de MMA falido (Scott Adkins), um guarda prisional (Dolph Lundgren) que precisa de dinheiro para o tratamento da filha e uma quadrilha de traficantes se cruzam em um edifício condenado (o antigo hospital Castle Falls do título) prestes a ser implodido, local onde está escondida uma fortuna em dinheiro. 

A premissa é bastante legal para um filme de ação, assim como a locação no hospital e a correria em busca do dinheiro, além é claro da porradaria e dos tiroteios. Mas é claramente é um filme B com alguns diálogos bobos, clichês e o curioso caso do personagem de Dolph Lundgren que não perde os óculos em meio as brigas. 

É também mais um filme que mostra o talento de Scott Adkins para as cenas de ação.

Jogos Letais (Assassination Games, EUA / Hong Kong / Romênia, 2011) – Nota 6
Direção – Ernie Barbarash
Elenco – Jean Claude Van Damne, Scott Adkins, Kevin Chapman, Ivan Kaye, Valentin Teodosiu, Michael Higgis, Kris Van Damme.

Roland Flint (Scott Adkins) é um ex-agente da CIA que vive escondido em Bucareste na Romênia e que está marcado para morrer pela agência. Para atrair Roland, a CIA consegue liberar o criminoso ucraniano Polo (Ivan Kaye), que violentou sua esposa e a deixou em coma. 

Além de Roland, Polo acaba chamando a atenção também do assassino Vincent Brazil (Jean Claude Van Damme), que recebe a missão de um desconhecido para assassinar o sujeito. 

Esta aparente complexa trama repleta de violência e traições na verdade explora os clichês dos filmes B de ação, com alguns grandes furos no roteiro. Por sinal, as sequências de ação são aceitáveis e o ritmo ágil, com destaque para dupla principal sempre competente neste quesito. 

Vale citar que a Bucareste do filme na verdade foi filmada em Nova Orleans nos EUA.