segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Texas Sob Fogo

 


Texas Sob Fogo (Texas Rising, EUA / México, 2015) – Nota 7
Direção – Roland Joffé
Elenco – Bill Paxton, Jeffrey Dean Morgan, Olivier Martinez, Thomas Jane, Crispin Glover, Jeremy Davies, Rhys Coiro, Christopher McDonald, Max Thieriot, Cynthia Addai Robinson, Robert Knepper, Chad Michael Murray, Jeff Fahey, Sarah Jones, Joe Egender, Stephen Monroe Taylor, Rob Morrow, Kris Kristofferson, Brendan Fraser, Ray Liotta, Jacob Lofland, Johnathon Schaech, Courney Gains.

Produzida pelo History Channel, esta minissérie em cinco longos episódios de uma hora e meia cada começa em fevereiro de 1836 logo após a tomada do forte Álamo pelos mexicanos, em uma batalha que levara a crer que o Texas jamais seria independente do México. 

O roteiro mistura personagens reais e fictícios para detalhar os eventos que seguiram a esta batalha e que resultaram na anexação do Texas aos EUA. 

A ótima produção e a boas sequências de violência são o ponto alto, em contrapartida a narrativa é irregular, muito por conta da longa duração que explora várias subtramas. 

No elenco, os destaques ficam para os personagens de Jeffrey Dean Morgan, Ray Liotta e Brendan Fraser, com o falecido Bill Paxton correto como o coronel Sam Houston, enquanto o francês Olivier Martinez está caricato vivendo o general mexicano Santa Anna. 

É um minissérie que vai agradar os fãs do western, mais que poderia ser melhor se fosse montada de uma forma mais concisa.

domingo, 29 de novembro de 2020

Sombras da Lei & O Desafio da Lei

 


Sombras da Lei (Night Falls on Manhattan, EUA, 1996) – Nota 6,5
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Andy Garcia, Richard Dreyfuss, Ian Holm, James Gandolfini, Lena Olin, Shiek Mahmud Bey, Colm Feore, Ron Liebman, Dominic Chianese, Paul Guilfoyle, Jude Cicolella, Bobby Cannavale.

Sean Casey (Andy Garcia) é um assistente de promotoria que por uma questão política recebe a chance comandar um grande caso. Sua missão é condenar um traficante que assassinou três policiais e deixou outro ferido, sendo este o próprio pai de Sean (Ian Holm). A surpresa surge quando o advogado de defesa (Richard Dreyfuss) tenta provar que o traficante estava marcado para morrer por ser sócio de policiais corruptos. 

A premissa do roteiro que foi adaptado de um livro pelo diretor Sidney Lumet é bastante interessante ao explorar o limite da ética que cada advogado deve colocar em seu próprio trabalho, além é claro da corrupção policial e daqueles que mesmo não participando, são obrigados a fechar os olhos para continuar trabalhando. 

O problema do longa acaba sendo o desenvolvimento da trama, com situações que acontecem rápido demais, como o crescimento do protagonista na carreira. A falta de emoção e de um clímax mais forte também atrapalham, com exceção da competente sequência inicial dos assassinatos. 

Não é um filme ruim, mas fica abaixo do potencial da premissa e do talento do falecido diretor Sidney Lumet. 

O Desafio da Lei (Swing Vote, EUA, 1999) – Nota 6,5
Direção – David Anspaugh
Elenco – Andy Garcia, Harry Belafonte, Robert Prosky, Margareth Colin, Ray Walston, Milo O’Shea, James Whitmore, Kate Nelligan, Albert Hall, Bob Balaban, John Aylward, Lisa Gay Hamilton, Michael O’Keefe, Tracey Ellis.

Joseph Kirkland (Andy Garcia) é empossado como juiz da suprema corte americana, sendo o mais novo do grupo também na idade. Quando o caso de uma mulher que foi considerada culpada por assassinato no Alabama por ter abortado o filho chega na corte para julgamento, Joseph terá seu maior desafio na carreira. Os outros oito juízes se dividem nos votos, deixando para ele decidir se a mulher é culpada ou inocente. Pressionado por todos os lados, Joseph terá que enfrentar as consequências de sua decisão. 

Este telefilme explora a questão da discussão sobre o aborto que continua atual e que continuará dividindo as pessoas por muito tempo. A proposta do roteiro foi mostrar os dois lados da questão, os argumentos e também as intransigências que travam qualquer solução pacífica. 

O filme não vai muito além disso. Além do tema polêmico, o destaque vai para o elenco recheado de veteranos.


sábado, 28 de novembro de 2020

Vida em Jogo

 


Vida em Jogo (Stano ou Bottom of the 9th, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Raymond De Felitta
Elenco – Joe Manganiello, Sofia Vergara, Michael Rispoli, Burt Young, Denis O’Hare, Vincent Pastore, James Madio, Yancey Arias.

Após cumprir vinte de anos de prisão por conta de um assassinato, Sonny Stano (Joe Manganiello) ganha a liberdade e tenta recomeçar a vida em seu antigo bairro em Staten Island. 

Ao ser condenado, Stano perdeu um contrato com um time de beisebol e jogou sua vida no lixo. Em seu retorno à sociedade, ele enfrentará o ódio de algumas pessoas e terá ajuda de poucos amigos, além da ex-namorada (Sofia Vergara). 

Este longa com cara de produção para tv surpreende ao entregar uma sensível história sobre remorso e redenção. Em momento algum o roteiro tenta diminuir a culpa do protagonista, a proposta é mostrar que um erro pode destruir a vida de várias pessoas e que uma segunda chance pode até existir, mas será um processo extremamente complicado. 

Mesmo sendo um canastrão, o grandalhão Joe Manganiello dá conta do recado como o sofrido protagonista.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A Rota Selvagem

 


A Rota Selvagem (Lean on Pete, Inglaterra, 2017) – Nota 8
Direção – Andrew Haigh
Elenco – Charlie Plummer, Steve Buscemi, Chloe Sevigny, Steve Zahn, Travis Fimmel, Amy Seimetz, Lewis Pullman, Justin Rain, Alison Elliott.

O adolescente Charley (Charlie Plummer) vive com o pai (Travis Fimmel) em Portland. Desocupado e sem estudar, Charley consegue um emprego para ajudar Del (Steve Buscemi), um criador de cavalos que utiliza seus animais em corridas. Aos poucos, o garoto se apega a um dos cavalos (o “Lean on Pete” do título), ao mesmo tempo em que uma complicada situação pode mudar completamente sua vida. 

Este surpreendente drama a princípio passa a impressão de que veremos algo sobre redenção envolvendo o amor por um animal, porém o roteiro se mostra muito mais complexo. A ligação do protagonista com o animal desencadeia uma série de situações que beiram o limite. 

Destaque para a atuação segura do protagonista, a participação sempre marcante de Steve Buscemi e as locações pelo oeste americano. 

É um filme totalmente indicado para quem gosta de drama com aventura. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Killing Bono

 


Killing Bono (Killing Bono, Inglaterra / Irlanda, 2011) – Nota 7,5
Direção – Nick Hamm
Elenco – Ben Barnes, Robert Sheehan, Krysten Ritter, Peter Serafinowicz, Pete Postlethwaite, Martin McCann, Stanley Townsend, Hugh O’Connor, Aidan McArdle.

Irlanda, 1976. Neil McCormick (Ben Barnes) é um adolescente que sonha em se tornar astro do rock. Ele monta uma banda junto com o irmão mais novo Ivan (Robert Sheehan) em paralelo ao amigo que mudou o nome para Bono (Martin McCann) e que formou uma banda semelhante. 

Enquanto a banda do amigo decola e se torna o grande U2, Neil e Ivan lutam para conseguir um contrato com uma gravadora, sempre estando à sombra do antigo amigo. 

Baseado em uma história real descrita em livro pelo verdadeiro Neil McCormick, este longa detalha de forma até patética a saga do protagonista em tentar chegar ao sucesso. As decisões equivocadas e a falta de sorte chegam ser a engraçadas e absurdas. 

Destaque para o figurino dos anos oitenta, para a trilha sonora e os coadjuvantes, principalmente Stanley Townsend como o criminoso que financia a banda e o falecido Pete Postlethwaite em seu último papel. 

É um filme bastante divertido para quem gosta de rock.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O Concerto

 


O Concerto (Le Concert, França / Itália / Romênia / Bélgica, 2009) – Nota 7,5
Direção – Radu Mihaileanu
Elenco – Aleksey Guskov, Dimitriy Nazarov, Mélanie Laurent, François Berleand, Miou-Miou, Valeriy Barinov, Lionel Abelanski.

Andrey Filipov (Aleksey Guskov) é um maestro que foi afastado da orquestra Bolshoi por questões políticas. Trinta anos depois, ele trabalha como zelador no teatro onde a orquestra ensaia. 

Ao encontrar por acaso um fax de um agente francês querendo contratar uma apresentação, Andrey rouba o papel e decide reunir os antigos integrantes da orquestra que foram afastados junto com ele. Sua ideia é levar para o concerto seus amigos como se eles ainda fossem do Bolshoi. 

Este misto de drama e comédia de desencontros segue o mesmo estilo do sensacional “Trem da Vida” que o diretor romeno Radu Mihaileanu comandou em 1998. 

O roteiro vai além da farsa montada pelo protagonista, explorando também a redenção de pessoas que foram perseguidas pelo regime comunista e o acerto de pendências pessoais com o passado, muito disso ligado a personagem de Mélanie Laurent que interpreta a jovem que fará o solo na apresentação da orquestra. 

Algumas sequências de comédia rasgada não chegam a atrapalhar a sensibilidade da história, resultado é uma que merece ser conhecida.


terça-feira, 24 de novembro de 2020

A Herança da Verdade & O Mistério da Garota no Banheiro

 


A Herança da Verdade (Sword of Trust, EUA, 2019) – Nota 5,5
Direção – Lynn Shelton
Elenco – Marc Maron, Jon Bass, Michaela Watkins, Jillian Bell, Toby Huss, Dan Bakkedahl.

Cynthia (Jillian Bell) e sua companheira Mary (Michaela Watkins) chegam numa pequena cidade do Alabama acreditando que a primeira herdará a casa da avó que faleceu. Para surpresa, o único item do testamento é uma antiga espada e alguns documentos citando que o Sul teria vencido a Guerra da Secessão. 

Elas tentam vender a espada para Mel (Marc Maron), o dono de uma loja de penhores, que logo descobre que existem malucos que acreditam na história da vitória do Sul e que colecionam artefatos como a espada, que pode ser valiosa. 

Esta produção independente apresenta altos e baixos. A premissa absurda é até relevada nos dois primeiros terços do filme, rendendo alguns bons diálogos, como na sequência dentro do caminhão baú. Por outro lado, a parte final na negociação da espada e péssima, com situações absurdas que beiram o patético. 

A diretora Lynn Shelton, que faleceu em maio deste ano, entregou trabalhos melhores como “Outside In” e “A Irmã da Sua Irmã”, filmes em parceria com os irmãos Duplass.

O Mistério da Garota no Banheiro (The Girl in the Bathtub, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Karen Moncrieff
Elenco – Caitlin Stasey, Jason Patric, Adrian Holmes, Paul Campbell.

Julia (Caitlin Stasey) é uma jovem advogada que narra em off sua última semana de vida, antes de ser encontrada morta em uma banheira no apartamento de seu chefe (Jason Patric). 

O grande acerto do roteiro escrito pela diretora Karen Moncrieff é utilizar esta narração da protagonista para detalhar sua complicada vida, seus relacionamentos e suas crises, deixando pistas sobre o que realmente aconteceu. 

A quase desconhecida australiana Caitlin Stasey consegue passar para o espectador suas angústias e também suas contradições. Ela utiliza todas as armas que uma mulher possui para manipular os homens ao seu redor, ao mesmo tempo em que demonstra uma grande vulnerabilidade. 

Vi outros filmes da diretora Karen Moncrieff como o fraco “Teia de Mentiras” e o razoável “Um Certo Carro Azul”, por isso a surpresa foi agradável com este longa produzido para a tv.


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Utopia

 


Utopia (Utopia, Inglaterra, 2013 a 2014)
Criação – Dennis Kelly
Elenco – Neil Maskell, Adeel Akhtar, Paul Higgins, Fiona O’Shaughnessy, Alistair Petrie, Alexandra Roach, Nathan Stewart Jarrett, Oliver Woolford, Paul Ready, James Fox, Stephen Rea, Ruth Gemmell, Geraldine James, Ian McDiarmid, Sylvestra Le Touzel, Simon McBurney, Michael Maloney

Quatro nerds que se conhecem apenas pela internet descobrem o paradeiro de um famoso manuscrito escrito por um cientista que enlouqueceu. A informação os leva a um encontro pessoal, sem saber que uma dupla de assassinos que trabalha para uma organização secreta e uma estranha mulher também desejam o manuscrito. 

Em paralelo, um funcionário do governo inglês é pressionado para aprovar a compra de um lote de vacinas russas contra a gripe, em meio ao início de uma pandemia em uma região do Reino Unido que está isolada. 

Esta sensacional e praticamente desconhecida série inglesa dividida em duas temporadas de seis episódios cada é quase uma previsão de parte do que estamos vivendo nos dias atuais. 

A manipulação midiática para assustar a população, uma vacina sem comprovação científica sendo utilizada com objetivos sinistros por um grupo de poderosos e a perseguição contra aqueles que desejam revelar a verdade são mostradas de uma forma cínica e assustadora. 

Entre os destaques estão a marcante trilha sonora, as sangrentas sequências de violências e os personagens estranhos, principalmente o assassino vivido pelo totalmente maluco Neil Maskell e a obcecada por vingança interpretada por Fiona O’Shaughnessy. 

Aproveitando o tema atual, há poucos meses foi produzida uma versão americana que eu não conferi. 

O único ponto negativo é o final, que mesmo amarrando a maioria das pontas, ainda deixou um gancho para uma nova temporada que não saiu do papel. 

Finalizando, a temática desta série pode ser resumida na frase “eles mostram as verdades nos filmes e mentem na vida real”.


domingo, 22 de novembro de 2020

Oldboy: Dias de Vingança

 


Oldboy: Dias de Vingança (Oldboy, EUA, 2013) – Nota 5,5
Direção – Spike Lee
Elenco – Josh Brolin, Elizabeth Olsen, Sharlto Copley, Samuel L. Jackson, Michael Imperioli, James Ransone, Pom Klementieff, Max Casella, Lisa Emond, Elvis Nolasco, Rami Malek, Lance Reddick, Hannah Ware, Richard Portnow.

Joe Doucett (Josh Brolin) é um sujeito manipulador e amoral que não respeita pessoa alguma. Após perder um negócio por causa de seu comportamento, ele decide encher a cara e perde também o controle. Ao acordar, Joe descobre estar preso em um quarto sem janelas. 

Durante vinte anos ele é mantido no cativeiro, até ser solto também sem saber o porquê. Sua sede por vingança o leva a tentar descobrir quem roubou vinte anos de sua vida e também se reaproximar de sua filha. 

Este remake do longa coreano de 2003 seria até interessante se fosse uma obra original, mesmo com algumas falhas que atrapalham bastante a história. A violência do longa original era uma consequência da própria bizarrice da trama, diferente desta versão em que o protagonista enfrenta um monte de bandidos na porrada em uma sequência mal filmada. Spike Lee tentou copiar o estilo oriental de lutas nesta sequência e falhou feio. O vilão principal também é uma caricatura, assim com a própria motivação de sua vingança contra o protagonista. 

É um totalmente filme dispensável.

sábado, 21 de novembro de 2020

A Ternura

 


A Ternura (La Tenerezza, Itália, 2017) – Nota 7,5
Direção – Gianni Amelio
Elenco – Renato Carpentieri, Giovanna Mezzogiorno, Micaela Ramazzoti, Elio Germano, Greta Scacchi, Maria Nazionale, Giuseppe Zeno.

Lorenzo (Renato Carpentieri) é um advogado viúvo e aposentado que mora em um grande apartamento em Nápoles. Quando um casal (Micaela Ramazzotti e Elio Germano) com duas crianças se muda para o apartamento vizinho, Lorenzo cria um laço de amizade e carinho bem diferente da complicada relação que tem com seus filhos adultos (Giovanna Mezzogiorno e Giuseppe Zeno). Um fato inesperado gera consequências inimagináveis na vida de Lorenzo. 

Este sensível drama italiano explora as dificuldades de relacionamento familiares e como isso impacta fundo na vida de cada pessoa. O roteiro entrega aos poucos detalhes da vida do protagonista, explicando o porquê de ter se afastado dos filhos, sua falhas no casamento e o seu trabalho em que seguia uma tênue linha moral. Ao chegar na terceira idade e conhecer a família vizinha, ele começa a repensar sua vida e perceber tudo o que perdeu pelo caminho. 

É uma obra indicada para quem gosta de dramas familiares.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Doze Jurados

 


Doze Jurados (De Twaalf, Bélgica, 2019) – Nota 8
Direção – Wouter Bouvijn
Elenco – Maaike Cafmeyer, Johan Heldenbergh, Josse De Pauw, Keon De Sutter, Maaike Neuville, Charlotte De Bruyne, Peter Gorissen, Tom Vermeir, Piet De Praitere, Zouzou Ben Chikha, Greet Verstraete, Lynn Van Royen.

Em Ghent, na Bélgica, Frie Palmers (Maaike Cafmeyer) está prestes a ser julgada por dois assassinatos em épocas diferentes. O da filha de quatro anos que estava sob a guarda do ex-marido Stefaan (Johan Heldenbergh) e da sua melhor amiga, que era namorada de Stefaan e que foi encontrada morta vinte anos atrás. 

O roteiro desta minissérie em oito episódios detalha o julgamento e os bastidores envolvendo advogados, interessados e jurados. A cada episódio vemos em flashbacks se os testemunhos são verdadeiros ou mentirosos, com cada novo detalhe deixando ainda mais dúvidas sobre a culpa da protagonista. 

Em paralelo, o roteiro explora a vida pessoal de alguns jurados e como seus problemas, pensamentos e experiências de vida influenciam na julgamento. Esta escolha é bastante interessante ao mostrar pessoas comuns que foram convocadas a julgar um caso, mas que enfrentam situações que variam de conflitos pessoais, psicológicos e atitudes imorais. O questionamento principal que fica e até que ponto um grupo de pessoas está apto a julgar outra, quando elas mesmas não são confiáveis.


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Atos de Violência & Killerman: A Lei das Ruas

 


Atos de Violência (Acts of Violence, Canadá, 2018) – Nota 6
Direção – Brett Donowho
Elenco – Bruce Willis, Cole Hauser, Shawn Ashmore, Ashton Holmes, Melissa Bolona, Sophia Bush, Sean Brosnan, Mike Epps, Patrick St. Esprit, Tiffany Browser.

Mia (Melissa Bolona) é sequestrada por integrantes de uma rede de tráfico de mulheres. Desesperado e sem perspectivas de que a polícia a encontre, seu noivo Roman (Ashton Holmes) pede ajuda para seus irmãos Deklan (Cole Hauser) e Brandon (Shawn Ashmore), que são veteranos do exército. O trio decide procurar a garota por contra própria. Em paralelo, uma dupla de policiais (Bruce Willis e Sophia Bush) investiga o caso, mas são obrigados a seguir a lei. 

Dos vários filmes policiais genéricos que Bruce Willis trabalhou nos últimos anos, este é um dos mais aceitáveis. Mesmo com falhas, o roteiro explora temas clássicos do gênero como a investigação clandestina e a vingança pelas próprias mãos. As sequências de violência são competentes e as soluções também fogem do lugar comum. 

O filme perde pontos pela inexpressividade dos vilões e pela pouca participação de Willis, que tem como sequência mais importante a da perseguição dentro do edifício logo no início.

Killerman: A Lei das Ruas (Killerman, EUA, 2019) – Nota 5,5
Direção – Malik Bader
Elenco – Liam Hemsworth, Emory Cohen, Diane Guerrero, Zlatko Buric, Suraj Sharma, Nickola Shreli, Mike Moh.

Em Nova York, Moe (Liam Hemsworth) e Skunk (Emory Cohen) lavam dinheiro para o tio do segundo, o mafioso croata Perico (Zlatko Buric). Quando Skunk convence Moe a negociar um carregamento de drogas com nigerianos sem avisar ao tio, a vida da dupla se transforma em um inferno. Eles entram em conflito com policiais corruptos e precisam ainda pagar Perico para compensar os problemas causados. 

A ambientação no submundo de Nova York e o clima de tragédia lembram os longas policiais dos anos setenta, porém os pontos positivos terminam por aí. O roteiro e a direção de Malik Bader deixam bastante a desejar. São furos no roteiro, uma reviravolta maluca envolvendo perda de memória, situações resolvidas de forma fácil demais e péssimas interpretações, principalmente dos coadjuvantes. 

No final, o diretor ainda tenta induzir o espectador a acreditar que se trata de uma história real. É uma pena, a premissa tinha tudo para render um filme bem melhor.


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Campo do Medo

 


Campo do Medo (In the Tall Grass, Canadá / EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Vincenzo Natali
Elenco – Patrick Wilson, Laysla de Oliveira, Harrison Gilbertson, Avery Whitted, Will Buie Jr., Tiffany Helm, Rachel Wilson.

Cal (Avery Whitted) e sua irmã Becky (Laysla de Oliveira) estão viajando de carro pelo Kansas quando param em frente a um enorme campo tomado pelo mato. Becky está grávida e não se sente bem, mesmo assim, ao ouvir a voz de um garoto pedindo socorro, ela e Cal decidem adentrar no matagal para procurá-lo. Rapidamente eles percebem que o local tem algo sinistro e que dificilmente conseguirão sair dali. 

Baseado em uma obra de Stephen King, este longa apresenta as virtudes e os defeitos comuns as várias adaptações de livros do autor. A premissa é criativa ao levar a história para um local sinistro como um matagal gigante que parece ter vida própria. O problema é que falta uma explicação coerente para as reviravoltas. A impressão que fica é que o objetivo único foi criar sequências de suspense e violência, deixando que o espectador compre a ideia aceitando os furos na história. 

Estas sequências e as atuações bizarras de Patrick Wilson e do garotinho Will Buie Jr. ajudam a manter o interesse do espectador, principalmente daquele que não se importar com as falhas.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

A Outra Terra

 


A Outra Terra (Another Earth, EUA, 2011) – Nota 7
Direção – Mike Cahill
Elenco – Brit Marling, William Mapother, Matthew Lee Erlbach, Jordan Baker, Flint Beverage, Robin Lord Taylor.

No dia em que é descoberto um novo planeta semelhante à Terra, a jovem estudante Rhoda (Brit Marling) provoca um acidente de automóvel que resulta na morte de uma mulher e sua filha, deixando o marido (William Mapother) em coma. 

Rhoda perde a bolsa de estudos de ciências na famosa M.I.T. e termina na cadeia. Ao ser libertada quatro anos depois, ela decide procurar um simples emprego de zeladora, ao mesmo tempo em que deseja pedir desculpas ao sujeito que perdeu a família e que hoje vive sozinho. 

Este curioso misto de drama e ficção escrito em parceria pelo diretor Mike Cahill e a atriz Brit Marling segue o estilo de filmes com temáticas incomuns que ela costuma trabalhar. Por sinal, a atriz tem poucos filmes na carreira, além da cultuada série de ficção “The OA”. 

O roteiro explora ao mesmo tempo o tema do perdão e o sonho em conhecer um novo mundo. Em paralelo a aproximação dos protagonistas, que é o ponto principal da trama, também é detalhada uma viagem espacial para conhecer o novo planeta, a “Outra Terra” do título. Este sonho de viajar para outro planeta é parte importante na história. 

É basicamente um longa independente explorando uma história incomum com personagens marcados pela vida.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Donnybrook: Luta Pela Redenção

 


Donnybrook: Luta Pela Redenção (Donnybrook, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Tim Sutton
Elenco – Jamie Bell, Frank Grillo, James Badge Dale, Margareth Qualley, Dara Jade Tiller, Alexsander Washburn.

Jarhead Earl (Jamie Bell) é um veterano que lutou no Afeganistão e que agora busca dinheiro para bancar o tratamento da esposa viciada em drogas. Chainsaw Angus (Frank Grillo) é um violento traficante que abusa da irmã (Margareth Qualley) e que precisa de grana para pagar uma enorme dívida. 

Inimigos, os dois seguem caminhos paralelos pela estrada com o objetivo de chegar a um local isolado conhecido como “Donnybrook”, onde um torneio clandestino de lutas dará cem mil dólares ao vencedor. No encalço de Angus está o policial Whalen (James Badge Dale), que também enfrenta seus próprios demônios. 

Gosto muito de dramas e policiais com personagens marginais em cidades decadentes. A premissa aqui segue este estilo, com uma narrativa pontuada por uma estranha trilha sonora que cria um clima de tragédia desde o início. 

Os problemas surgem no desenvolvimento da história, que apresenta algumas soluções ruins e um ritmo bastante irregular. Vale destacar as sequências de violência, incluindo o clímax no torneio ilegal. 

O resultado ficou abaixo do potencial da premissa.


domingo, 15 de novembro de 2020

Acertando o Passo

 


Acertando o Passo (Finding Your Feet, Inglaterra, 2017) – Nota 6,5
Direção – Richard Loncraine
Elenco – Imelda Staunton, Timothy Spall, Celia Imrie, Joanna Lumley, David Hayman, John Sessions, Josie Lawrence.

Após trinta e cinco anos de casamento, Sandra (Imelda Stauton) descobre que seu marido está tendo um caso com sua melhor amiga. Revoltada, ela abandona sua vida de luxo e procura refúgio na casa da irmã Bif (Celia Imrie), de quem ela está afastada há anos. 

A diferença de personalidades e da forma de ver a vida é um entrave no relacionamento das irmãs, que melhora à partir do momento em que Sandra aceita participar de um grupo de dança com amigos de Bif. 

Esta comédia inglesa é ao mesmo tempo simpática e totalmente previsível. O roteiro explora os clichês básicos do gênero, como a mudança na forma de encarar a vida, o encontro de um novo amor e até mesmo uma situação mais dramática. 

O filme ganha pontos pelo ótimo elenco, que além das irmãs ainda apresenta Timothy Spall como o interesse romântico da protagonista e Joanna Lumley como a amiga descolada. 

O resultado é agradável, apesar da falta de surpresas.

sábado, 14 de novembro de 2020

Tumbledown & Dormindo com Outras Pessoas

 

Tumbledown (Tumbledown, EUA / Canadá, 2015) – Nota 7
Direção – Sean Mewshaw
Elenco – Rebecca Hall, Jason Sudeikis, Joe Manganiello, Diana Agron, Griffin Dunne, Blythe Danner, Richard Masur.

Hannah (Rebecca Hall) vive em uma casa isolada no Maine após a morte do marido que era músico e que deixou como legado uma obra de doze canções melancólicas. Ao ser procurada por Andrew (Jason Sudeikis), um professor universitário que deseja escrever um livro sobre o músico, Hannah a princípio odeia a ideia, mas aos poucos percebe que pode ser a chance de terminar o livro que ela mesma não conseguia escrever. É o início de uma relação de descobertas e novos caminhos. 

O roteiro escrito pelo diretor Sean Meashaw, em seu único trabalho em longa até aqui, explora com competência os clichês dos dramas românticos sobre perdas, frustrações e dificuldade em seguir a vida. 

Utiliza também o habitual formato de transformar inimizade à primeira vista em algo mais forte conforme os personagens vão se conhecendo. A maior surpresa do roteiro é deixar até perto do final a dúvida se a morte do músico foi suicídio ou acidente. 

Destaque para as simpáticas interpretações de Rebecca Hall e Jason Sudeikis e para as belas paisagens na cidadezinha e na zona rural do Maine.

Dormindo com Outras Pessoas (Sleeping With Other People, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Leslye Headland
Elenco – Jason Sudeikis, Alison Brie, Jason Mantzoukas, Amanda Peet, Adam Scott, Adam Brody, Margarita Levieva, Natasha Lyonne, Andrea Savage.

O destino leva Jake (Jason Sudeikis) e Lainey (Alison Brie) a perderam a virgindade juntos na universidade. Depois daquela noite, eles voltam a se encontrar somente doze anos depois em uma reunião de pessoas viciadas em sexo. A dificuldade em manter relacionamentos e o gosto pelo sexo casual faz com que os dois decidam apenas ser amigos, enquanto continuam tentando outros parceiros e enfrentando novos problemas. 

A diferença desta comédia romântica em relação aos filmes do gênero é focar no sexo em pelo menos oitenta por cento dos diálogos e situações. São discussões sobre prazer, masturbação, infidelidade e vários outros pontos ligados ao tema, tentando esconder ao fundo uma história de amor extremamente comum. 

O filme prende a atenção por estas situações picantes e pelas interpretações divertidas de Jason Sudeikis e Alison Brie.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Raízes de Sangue

 


Raízes de Sangue (Yardie, Inglaterra, 2018) – Nota 6,5
Direção – Idris Elba
Elenco – Aml Ameen, Stephen Graham, Shantol Jackson, Calvin Demba, Sheldon Shepherd, Fraser James, Everaldo Creary, Antwayne Eccleston.

Kingston, Jamaica, 1973. O garoto D (Antwayne Eccleston) vê seu irmão ser assassinado em meio a um confronto entre duas quadrilhas de traficantes. Dez anos depois, já adulto, D (Aml Ameen) faz parte de uma das quadrilhas e recebe a missão de transportar drogas para um traficante em Londres (Stephen Graham), local onde vive também sua esposa (Shantol Jackson) com sua filha. Ao chegar em Londres, a situação se torna muito mais complicada do que ele imaginava. 

Baseado em um livro sobre o submundo da comunidade jamaicana em Londres nos anos oitenta, este longa marcou o estreia do ator Idris Elba como diretor de cinema. 

A história dividida em duas partes é um pouco mais sólida na primeira metade que se passa na Jamaica, mostrando uma guerra de gangues em meio a pobreza. 

A trama em Londres na parte final é mais apressada, focando principalmente na violência entre traficantes e na trilha sonora recheada de reaggae e ska, inclusive inserindo uma disputa entre cantores que parece totalmente deslocada em relação a proposta do filme. 

O resultado é pouco mais do que razoável, indicado para quem gosta de obras sobre o submundo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Stuart: Uma Vida em Revista

 


Stuart: Uma Vida Revista (Stuart: A Life Backwards, Inglaterra, 2007) – Nota 7,5
Direção – David Atwood
Elenco – Benedict Cumberbatch, Tom Hardy, Nicola Duffett, Claire Louise Cordwell.

Londres, ano 2000. Alexander Masters (Benedict Cumberbatch) é voluntário em uma organização que oferece alimentação para moradores de rua. Seu trabalho o leva a conhecer Stuart (Tom Hardy), um sujeito com distúrbio mental, porém ao mesmo tempo inteligente e com um diferente visão da vida. Entre eles nasce uma amizade e a decisão de Alexander em escrever a biografia do novo amigo. 

Baseada em uma história real, esta produção para tv detalha através de idas e vindas no roteiro a triste vida do personagem Stuart. O escritor deseja descobrir exatamente o que transformou o garoto Stuart no adulto problemático. Esse jornada de questionamentos traz à tona uma série de situações dolorosas. 

Além da história, o destaque vai para a ótima atuação de Tom Hardy, que consegue criar um personagem complexo nas atitudes, nas palavras e até na forma de se movimentar. 

É um filme bastante interessante indicado para quem curte obras biográficas que fogem do lugar comum.


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Magnatas do Crime

 


Magnatas do Crime (The Gentlemen, Inlgaterra / EUA, 2019) – Nota 8,5
Direção – Guy Ritchie
Elenco – Matthew McConaughey, Charlie Hunnam, Michelle Dockery, Hugh Grant, Jeremy Strong, Colin Farrell, Lyne Renée, Henry Golding, Eddie Marsan, Jason Wong, Tom Wu, Chidi Ajufo, Lily Frazer, Samuel West.

Michael Pearson (Matthew McConaughey) é um americano que se transformou em rei do tráfico de maconha em Londres e que negocia com um grande empresário (Jeremy Strong) a venda de seu império ilegal. 

Em paralelo, o jornalista canalha Fletcher (Hugh Grant) tenta extorqui-lo através de seu braço-direito Ray (Charlie Hunnam). Fletcher detalha ponto a ponto a situação, enquanto Ray ouve pacientemente o pedido do sacana. Em flashbacks, vemos o que é verdade e mentira na história contada por Fletcher. 

Mesmo não sendo tão sensacional como “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” e “Snatch: Porcos e Diamantes”, o diretor Guy Ritchie volta em grande forma ao estilo que o consagrou. 

Ele explora o submundo do crime em Londres através de personagens impagáveis, principalmente os de Hugh Grant e Colin Farrell, diálogos afiados, montagem criativa, violência e um roteiro repleto de reviravoltas. 

É um estilo que me agrada muito e que espero que Guy Ritchie continue explorando.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Vale Proibido

 


Vale Proibido (Down in the Valley, EUA, 2005) – Nota 6,5
Direção – David Jacobson
Elenco – Edward Norton, Evan Rachel Wood, Rory Culkin, David Morse, Bruce Dern, John Diehl, Geoffrey Lewis, Elizabeth Peña, Kat Dennings, Hunter Parrish, Aviva Baumann.

Em San Fernando Valley na Califórnia, a adolescente Tobe (Evan Rachel Wood) se envolve com Harlan (Edward Norton), um sujeito mais velho e desocupado que se veste como cowboy e que antes trabalhava em um rancho. 

A relação entre eles incomoda o pai da garota, o policial Wade (David Morse). Harlan ainda se aproxima do irmão de Tobe, o garoto Lonnie (Rory Culkin), que também não tem boa relação com o pai. 

A proposta do roteiro escrito pelo diretor David Jacobson é explorar personagens que tentam curar sua solidão de uma forma complicada. Temos o pai de boas intenções que não consegue e não tem paciência para conversar com os filhos, a adolescente que sente falta de um pai de verdade e de uma mãe, o garoto solitário e o adulto complicado que no fundo também é um adolescente solitário. 

Este personagem vivido por Edward Norton desperta sentimentos diversos no espectador durante a história. Em alguns momentos temos pena, em outros vemos alguém que quer se se feliz e no final se torna um sujeito que passou completamente do ponto. 

As sequências em que ele brinca sozinho no quarto de hotel em que vive e que escreve cartas são típicas de um pessoa perdida no mundo. 

É uma pena que a narrativa seja irregular, até arrastada em algumas momentos, resultando em uma obra mediana.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Legião & Encontro Maligno

 


Legião (Legion, EUA, 2010) – Nota 6
Direção – Scott Stewart
Elenco – Paul Bettany, Lucas Black, Dennis Quaid, Tyrese Gibson, Adrianne Palicki, Charles S. Dutton, Jon Tenney, Kevin Durand, Willa Holland, Kate Walsh, Jeanette Miller, Doug Jones.

O acaso faz com que um grupo de desconhecidos se reúna em uma lanchonete de beira de estrada. De repente telefone e tv param de funcionar e fatos estranhos começam a ocorrer. Quando um sujeito que diz se chamar Michael (Paul Bettany) chega ao local dizendo ser um anjo e que Deus enviou um exército para destruir o mundo, a apreensão das pessoas se transforma em desespero. 

A premissa é bastante interessante ao explorar um provável apocalipse como punição as atitudes dos homens, porém o roteiro deixa bastante a desejar. O roteiro é uma colcha de retalhos que explora clichês como a garota grávida que carrega o salvador do mundo, redenção entre pai e filho e o habitual clímax com o confronto entre o bem e o mal. 

As sequências de ação são até bem feitas e algumas situações chegam a ser engraçadas, como a velhinha possuída e o assassino do carro de sorvete. 

O resultado é um filme no máximo razoável e totalmente esquecível. 

Encontro Maligno (Meeting Evil, EUA, 2012) – Nota 5,5
Direção – Chris Fisher
Elenco – Samuel L. Jackson, Luke Wilson, Leslie Bibb, Peyton List, Muse Watson, Tracie Thoms, Bret Roberts.

No dia em que perde o emprego de corretor de imóveis e está prestes a ser despejado com a família, John Felton (Luke Wilson) vê o estranho Richie (Samuel L. Jackson) bater na porta de sua casa e pedir ajudar para empurrar o carro. Ele decide ajudar e rapidamente é manipulado pelo sujeito, que o leva para uma jornada de loucuras e violência. 

A premissa é bastante interessante. O personagem de Samuel L. Jackson surge como uma espécie de demônio sedutor e assustador ao mesmo tempo, passando a impressão de que veremos um longa de terror ou sobrenatural. 

Aos poucos a narrativa toma outro rumo, totalmente absurdo por sinal e com enormes furos no roteiro. O que salva um pouco é a atuação sinistra de Samuel L. Jackson, sempre marcante em personagens incomuns, além de alguns coadjuvantes bizarros que servem de alvo para a violência.

domingo, 8 de novembro de 2020

Feliz Aniversário

 


Feliz Aniversário (Fête de Familie, França / Bélgica, 2019) – Nota 6
Direção – Cédric Kahn
Elenco – Catherine Deneuve, Emmanuelle Bercot, Vincent Macaigne, Cédric Kahn, Luana Bajrami, Laetitia Colombani, Isabel Aimé Gonzalez Sola, Alain Artur.

Uma família se reúne para comemorar o aniversário da matriarca Andréa (Catherine Deneuve). O que seria um dia de festa, se transforma em uma crise sem fim com a inesperada chegada da filha Claire (Emmanuelle Bercot), que foi para os EUA três anos antes deixando a filha Emma (Luana Bajrami) com os avós. 

A premissa do roteiro segue o estilo de filmes em que uma reunião familiar abre o caminho para discussões e frustrações. O problema aqui é que os personagens são irritantes. São sequências de gritaria, falatório desenfreado e confusões que se mostram mais patéticas do que dramáticas. A ótima Catherine Deneuve tenta dar um pouco de sobriedade a sua personagem, que é uma mãe que fecha os olhos para os defeitos dos filhos. 

É um filme que eu esperava mais.


sábado, 7 de novembro de 2020

Mayhem - Senhores do Caos

 


Mayhem – Senhores do Caos (Lords of Chaos, Inglaterra / Suécia / Noruega, 2018) – Nota 7
Direção – Jonas Akerlund
Elenco – Rory Culkin, Emory Cohen, Jack Kilmer, Sky Ferreira, Valter Skarsgard, Anthony De La Torre, Jonathan Barnwell, Sam Coleman, Wilson Gonzalez, Lucian Charles Collier.

Noruega, 1987. O jovem Oystein (Rory Culkin) assume o apelido de Euronymous e cria um banda de black metal chamada “Mayhem”. Pregando satanismo, ódio contra a religião e contra o sistema de vida no país, Euronymus faz com que vários jovens se juntem ao redor da banda. 

O que para ele seria marketing para ficar conhecido, para alguns que passam a segui-lo o ódio se transforma em um modo de vida, resultando em situações perigosas que fogem totalmente do controle. 

Inspirado em uma história real que foi descrita em livro, este longa detalha como a chamada cena do “Black Metal da Noruega” foi criada por jovens malucos e revoltados que deixaram um rastro de anarquia, crimes e violência, além de própria música é claro. 

O diretor Jonas Akerlund não poupa o espectador de sequências sangrentas, como a do suicídio e a dos crimes através de múltiplas facadas. Akerlund mostra que o sofrimento de ser morto por facadas é muito mais cruel e demorado do que o público está acostumado a ver no cinema. 

Não é um filme para todos, as pessoas mais sensíveis com certeza vão se incomodar com várias sequências.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Tolkien

 


Tolkien (Tolkien, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Dome Karukoski
Elenco – Nicholas Hoult, Lily Collins, Colm Meaney, Derek Jacobi, Craig Roberts, Harry Gilby, Pam Ferris, Patrick Gibson, Anthony Boyle, Tom Glynn Carney.

Ainda criança, o futuro escritor J.R.R. Tolkien (Harry Gilby) perde os pais e junto com o irmão fica na responsabilidade de um padre (Colm Meaney), que consegue colocá-los no lar adotivo da Sra. Faulkner (Pam Ferris). Estudando em um colégio de classe alta, Tolkien faz amizade com três colegas, criando uma espécie de clube literário. 

O desenvolvimento da trama segue o crescimento do protagonista intercalando uma segunda narrativa quando Tolkien adulto (Nicholas Hoult) está lutando na Primeira Guerra Mundial e procurando um destes amigos que possivelmente está perdido em meio a uma batalha. 

O roteiro detalha partes da vida de Tolkien de uma forma que beira a fantasia em alguns momentos, incluindo o romance com Edith (Lily Collins) e seu talento para entender e criar línguas. 

Esta escolha do diretor é com certeza inspirada nas obras fantásticas do autor, que por sinal parte deste universo é explicado por situações da vida real de Tolkien. A amizade e o romance são fundamentais em suas obras, assim como a experiência na guerra inspirou as batalhas criadas em seus livros. 

É um filme bastante interessante e didático, vale a sessão mesmo para quem não é fã das obras do autor.


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Cores da Justiça

 


Cores da Justiça (Black and Blue, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Deon Taylor
Elenco – Naomi Harris, Tyrese Gibson, Frank Grillo, Mike Colter, Reid Scott, Beau Knapp, Nafessa Williams, James Moses Black.

Alicia (Naomi Harris) é uma veterana que lutou no Afeganistão, mas que por outro lado é uma novata com policial de rua. Ao aceitar dobrar o turno e fazer a ronda com um parceiro desconhecido, Alicia se torna testemunha de uma disputa entre detetives corruptos e traficantes, que termina na morte dos segundos. 

Ela é obrigada a fugir para escapar dos colegas, ao mesmo tempo em que sabe que está sitiada em um violento bairro dominado pela mesma gangue que teve alguns de seus membros assassinados. 

Mesmo batida, a premissa é bastante interessante e lembra o ótimo “Dia de Treinamento” com Denzel Washington e Ethan Hawke. O problema é que o desenvolvimento da trama não é bem trabalhado, o roteiro tem furos e algumas situações se resolvem de forma fácil demais. 

E mesmo com a atriz Naomie Harris não conseguindo convencer como policial, o filme é compensado pelas ótimas sequências de ação e violência, com perseguições pelo decadente bairro e o clima de tragédia que permeia toda a narrativa. 

Vale citar alguns bons personagens para o gênero, como o policial corrupto de Frank Grillo e o balconista do mercado vivido por Tyrese Gibson que é levado para o meio da trama.

Resumindo, é um filme ruim que mesmo assim termina agradando.


quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Quando Estranhos Chegam & Diamantes Malditos

 


Quando Estranhos Chegam (When Strangers Appear, Austrália / Nova Zelândia / EUA) – Nota 6
Direção – Scott Reynolds
Elenco – Radha Mitchell, Josh Lucas, Barry Watson, Kevin Anderson, Jonathan Blick, Eryn Wilson.

Beth (Radha Mitchell) é a dona de uma decadente lanchonete de beira de estrada. A rotina é quebrada quando um jovem ferido (Barry Watson) entra no local. Beth percebe que existe algo errado, mas não consegue tirar a verdade do rapaz. 

Na sequência, um carro com três sujeitos chega e o jovem fica desesperado, dizendo que eles querem matá-lo. É o início do inferno na vida de Beth, que não sabe em quem acreditar. 

Este suspense escrito e dirigido pelo neozelandês Scott Reynolds segue a linha dos filmes B do gênero. A dúvida sobre quem é o vilão não chega a empolgar, até mesmo porque fica tudo claro pouco depois da metade do filme. 

As sequências de ação e violência são razoáveis e a locação na Nova Zelândia é até bem explorada. Por outro lado, as atuações dos canastrões Josh Lucas, Barry Watson e Kevin Anderson são péssimas. A motivação para a perseguição também é mal explicada. 

O resultado é um longa totalmente esquecível.

Diamantes Malditos (Slow Burn, EUA, 2000) – Nota 5
Direção – Christian Ford
Elenco – Minnie Driver, James Spader, Josh Brolin, Stuart Wilson, Chris Mulkey.

Um casal que estava em busca de diamantes da família no Novo México é assassinado. Trinta anos depois, a filha Trina (Minnie Drive) e o amigo de seus pais Frank (Stuart Wilson) voltam a procurar os diamantes, que por um acaso são encontrados por dois ladrões (James Spader e Josh Brolin) que fugiram de um presídio no México. Quando eles se encontram, é o início de uma sucessão de alianças e traições em busca da riqueza e da sobrevivência. 

O foco principal do roteiro é explorar as reviravoltas e conflitos entre personagens desonestos. Os furos na trama e a narrativa irregular atrapalham muito o filme, que tem como destaque as locações no deserto. 

A falta de qualidade fez com que o longa fosse lançado direto em vídeo na época.


terça-feira, 3 de novembro de 2020

A Marca do Medo

 


A Marca do Medo (The Quiet Ones, Inglaterra, 2014) – Nota 6,5
Direção – John Pogue
Elenco – Jared Harris, Sam Claflin, Olivia Cooke, Erin Richards, Rory Fleck Byrne.

Universidade de Oxford, 1974. O professor Joseph Coupland (Jared Harris) ministra uma polêmica experiência envolvendo a garota Jane Harper (Olivia Cooke), que demonstra ter um perigoso transtorno psiquiátrico. 

Com auxílio de uma casal de estudantes (Erin Richards e Rory Fleck Byrne) e a contratação do cinegrafista Brian (Sam Claflin), o grupo segue para uma casa isolada após a universidade cortar a verba do professor. 

Enquanto o professor acredita somente na questão psiquiátrica, o novato Brian começa a questionar se o problema da garota seria espiritual, após fatos estranhos ocorrerem na casa. 

O filme é inspirados em fatos reais, inclusive com algumas fotos mostradas nos créditos finais. O roteiro explora uma versão do que realmente teria ocorrido na casa, com o diretor utilizando o estilo comum dos filmes de terror e suspense dos últimos anos em que boa parte das sequências são filmadas com a câmera na mão de um dos personagens. 

Uma das inspirações do filme é com certeza o superior “Invocação do Mal’, porém sem conseguir chegar perto do clima assustador daquele longa. 

Apesar das criticas ruins, este “A Marca do Medo” é razoável, tem algumas boas sequências de sustos e uma história sinistra, ideal para o gênero.


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Bala Perdida

 


Bala Perdida (Balle Perdue, França, 2020) – Nota 6,5
Direção – Guillaume Pierret
Elenco – Alban Lenoir, Nicolas Duvauchelle, Ramzy Bedia, Stéfi Celma, Rod Paradot, Sebastian Lalanne.

Para ajudar um amigo endividado com traficantes, Lino (Alba Lenoir) decide participar de um roubo. O plano dá errado e ele termina na cadeia. Pouco tempo depois, ele é procurado pelo policial Charas (Ramzy Bedia), que comanda uma esquadrão que investiga o tráfico de drogas. 

Lino aceita a proposta de preparar carros envenenados para o grupo, diminuindo sua pena e passando apenas as noites na cadeia. Tudo desaba quando Lino se torna testemunha de um crime. 

O roteiro absurdo é compensado pelas ótimas sequências de perseguição de carros, pelas brigas e a correria do protagonista para tentar salvar a própria vida. O filme segue o estilo dos filmes de ação que o cinema francês vem copiando de Hollywood habitualmente, em que a trama é apenas um detalhe. 

É um filme que funciona bem para quem curte este tipo de diversão sem compromisso.


domingo, 1 de novembro de 2020

Apóstolo

 


Apóstolo (Apostle, Inglaterra / EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Gareth Evans
Elenco – Dan Stevens, Michael Sheen, Lucy Boynton, Mark Lewis Jones, Paul Higgins, Kristine Froseth, Bill Milner.

Inglaterra, 1905. Um maltrapilho Thomas Richardson (Dan Stevens) é persuadido por um amigo de seu pai a resgatar sua irmã que fora sequestrada por membros de uma seita que vivem em uma ilha isolada. 

Fica claro que Thomas tem algum problema com o pai, que se nega a falar diretamente com ele. O amor fraterno faz com que ele aceita a missão e se infiltre entre os membros da estranha seita. 

O diretor Gareth Evans é conhecido pelos sensacionais filmes de ação “Operação Invasão I e II” e “Merantau” protagonizados pelo o astro da Indonésia Iko Uwais. 

Neste “Apóstolo”, Evans entrega algumas sequências bastante violentas como em seus filmes de ação, mas muda o foco para uma história que mistura drama, suspense e horror. 

Os rituais bizarros, a figura sinistra do líder vivido por Michael Sheen e a surpresa que se esconde na floresta são pontos bastante interessantes. 

Destaque também para a ambientação, o figurino e o clima de medo que permeia toda a história. 

É um filme que me surpreendeu positivamente.