domingo, 31 de dezembro de 2017

A Vida de Miles Davis

A Vida de Miles Davis (Miles Ahead, EUA, 2015) – Nota 6
Direção – Don Cheadle
Elenco – Don Cheadle, Ewan McGregor, Emayatzy Corinealdi, Lakeith Stanfield, Michael Stuhlbarg, Christina Marie Karis, Brian Bowman.

Em meados dos anos setenta, o músico Miles Davis (Don Cheadle) praticamente abandonou a carreira. Viciado em cocaína, ele passa todo seu tempo dentro de casa. 

O jornalista Dave Braden (Ewan McGregor) consegue se aproximar de Miles para tentar fazer uma entrevista e descobrir se ele tem novas músicas. Miles também é pressionado por seu empresário (Michael Stuhlbarg) para lançar um novo disco e apoiar um jovem músico (Lakeith Stanfield). 

O roteiro escrito pelo próprio Don Cheadle em parceria com Steven Baigelman divide a história em duas narrativas. A citada no início é a principal, que se perde um pouco em querer fazer graça com situações bobas, como o roubo da fita com suas novas músicas e uma perseguição quase ao estilo pastelão. 

A segunda narrativa mostra em flashbacks o sofrimento do músico em relação aos erros do passado, principalmente em seu casamento com a dançarina Frances (Emayatzy Corinealdi). 

Não chega a ser uma filmografia clássica, na verdade o foco está em um período conturbado da vida de Miles Davis, complementado com retalhos do passado. 

É um filme que agrada apenas os fãs do músico. Para o cinéfilo comum é um longa no máximo mediano. 

sábado, 30 de dezembro de 2017

Wilson

Wilson (Wilson, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Craig Johnson
Elenco – Woody Harrelson, Laura Dern, Judy Greer, Isabella Amara, Cheryl Hines, Mary Lynn Rajskub, Margo Martindale, David Warshofsky.

Wilson (Woody Harrelson) é um sujeito solitário, divorciado e neurótico, que não mede palavras para dizer o que pensa, além de abordar pessoas desconhecidas para conversar. 

Quando seu pai morre, Wilson decide procurar a ex-esposa drogada Pippi (Laura Dern), de quem está separado há dezessete anos. De forma surpreendente, ele descobre que ela teve uma filha e que deu a criança para adoção. O maluco Wilson então convence Pippi a encontrar a hoje adolescente e assim tentar reunir a família. 

Bizarro, triste, engraçado e até sensível. O roteiro deste longa consegue misturar tudo isso explorando personagens estranhos, mas que no fundo tem os mesmos sonhos de pessoas comuns. O protagonista vivido por Woody Harrelson consegue ser inconveniente com seu falatório interminável, mas também humano ao abordar o sentimento que nutre pela ex-esposa e pela filha que sequer conhecia. 

É um filme que faz rir em alguns momentos através de situações constrangedoras e até emociona em outros, resultando numa experiência estranha.  

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O Último Guarda-Costas, O Guarda-Costas & O Guarda-Costas e a Primeira Dama


O Último Guarda-Costas (London Boulevard, Inglaterra / EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – William Monahan
Elenco – Colin Farrell, Keira Knightley, David Thewlis, Ray Winstone, Anna Friel, Ben Chaplin, Eddie Marsan, Sanjeev Bhaskar, Stephen Graham, Ophelia Lovibond.

Ao sair da cadeia, Mitchell (Colin Farrell) deseja ter uma vida normal, porém logo se vê envolvido novamente no crime por causa do amigo Billy (Ben Chaplin), que trabalha para um violento chefão (Ray Winstone). Ao mesmo tempo, Mitchell consegue um emprego como segurança da atriz Charlotte (Keira Knightley), que vive reclusa em sua casa em Londres. Em um determinado momento, Mitchell precisará decidir qual caminho seguir. 

A premissa do ex-condenado tentando mudar de vida já foi explorada diversas vezes no cinema. O roteiro escrito pelo diretor William Monaghan tenta mudar um pouco o foco ao inserir o relacionamento do protagonista com a atriz, porém o desenrolar da trama deixa a desejar. A personagem de Keira Kinghtley é muito mal desenvolvida, assim como falta explicação para a amizade do protagonista com um personagem que é assassinado no meio da trama. O ponto alto do filme é a trilha sonora. 

Vale citar que o diretor William Monahan na verdade é um roteirista que se aventurou na direção. Seu filme seguinte como diretor é o pretensioso e ainda pior “Mojave”.

O Guarda-Costas (The Bodyguard, EUA, 1992) – Nota 6
Direção – Mick Jackson
Elenco – Kevin Costner, Whitney Houston, Bill Cobbs, Gary Kemp, Ralph Waite, Michele Lamar Richard, Robert Wuhl, Bert Remsen, Tomas Arana, Debbie Reynolds.

Rachel Marron (Whitney Houston) é uma famosa cantora e atriz que começa a receber cartas com ameaças de um “admirador secreto”. Com medo, ela contrata o ex-agente do serviço secreto Frank Farmer (Kevin Costner), que sofre por não ter conseguido defender o então presidente Ronald Reagan que foi vítima de um atirador. O mal humorado Frank aos poucos se sente atraído por Rachel, que demonstra a mesma atração e também uma enorme insegurança psicológica. 

O roteiro utiliza o fato real do atentado sofrido por Reagan para criar um passado traumático para o protagonista, ao mesmo tempo em que cria uma trama simples repleta de clichês. É um filme que foi produzido para explorar a fama do astro Kevin Costner, que vinha de vários sucessos seguidos e da cantora Whitney Houston que estava no auge da carreira. 

O resultado é uma obra no máximo razoável, que ainda será lembrada eternamente pela irritante música tema interpretada pela falecida cantora. 

O Guarda-Costas e a Primeira Dama (Guarding Tess, EUA, 1994) – Nota 6
Direção – Hugh Wilson
Elenco – Shirley MacLaine, Nicolas Cage, Austin Pendleton, Edward Albert, Richard Griffiths, James Rebhorn, David Graf.

Doug Chesnic (Nicolas Cage) é um agente que trabalha como segurança do presidente americano. Quando o ex-presidente morre, sua viúva Tess (Shirley MacLaine) pede para o atual presidente liberar Doug para trabalhar como segurança dela em sua casa em Ohio. O agente não suporta a senhora cheia de manias e que adora mandar nas pessoas, mas é obrigado a aceitar o trabalho. Quando a ex-primeira dama é sequestrada, Doug precisará deixar as diferenças de lado para salvá-la. 

Este longa é uma típica comédia com cara de sessão da tarde, incluindo uma pitada de ação quase inofensiva e diálogos engraçadinhos, principalmente por parte da grande Shirley MacLaine, que realmente irrita o personagem de Nicolas Cage.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O Custo da Coragem

O Custo da Coragem (Veronica Guerin, Irlanda / Inglaterra / EUA, 2003) – Nota 7
Direção – Joel Schumacher
Elenco – Cate Blanchett, Gerard McSorley, Ciaran Hinds, Brenda Fricker, Don Wycherley, Emmet Bergin, Colin Farrell.

Dublin, 1994. A jornalista Veronica Guerin (Cate Blanchett) trabalha para um tablóide e tem como especialidade cobrir escândalos. Ela muda o foco e passa a investigar a epidemia de drogas que toma conta da periferia da cidade. 

Usando como fonte um conhecido dono de boates (Ciaran Hinds) e conseguindo informações sigilosas com um policial (Emmet Bergin), Veronica acredita que possa chegar até o poderoso que comanda escondido o mercado das drogas. Quanto mais ela se aprofunda na investigação, mais sua vida passa a correr perigo. 

Além da força da história real em que o filme é baseado, seu outro ponto principal é a atuação de Cate Blanchett, que consegue passar ao espectador a imagem de jornalista sem medo, mesmo sabendo que sua investigação poderia terminar em tragédia. A forma como é mostrada a periferia de Dublin lembra muitos os bairros sem lei da América Latina. 

Apesar do filme ser correto, fica a impressão de que a quantidade de detalhes e alguns personagens coadjuvantes poderiam ter uma melhor desenvolvimento. A duração de uma hora e meia faz com que o roteiro insira alguns pulos no tempo, pois a história se passa durante dois anos. 

Vale citar que o diretor Joel Schumacher é conhecido por atirar para todos os lados. Ele nunca teve um estilo e já se aventurou por todo tipo de gênero, algumas vezes acertando em cheio (“Uma Dia de Fúria”) e outros errando feio (“Batman Eternamente”). 

Finalizando, o longa tem ainda uma ponta de Colin Farrell numa curiosa e totalmente desnecessária cena. 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

No Fim do Túnel

No Fim do Túnel (Al Final del Tunel, Argentina / Espanha, 2016) – Nota 7,5
Direção – Rodrigo Grande
Elenco – Leonardo Sbaraglia, Pablo Echarri, Clara Lago, Federico Luppi, Uma Salduende, Walter Donado, Javier Godino.

Joaquin (Leonardo Sbaraglia) é um paraplégico que vive sozinho em um antigo sobrado. Precisando de dinheiro, ele aluga o andar superior para a jovem Berta (Clara Lago) e sua filha pequena Betty (Uma Salduende). A garota cheia de vida é o oposto do triste Joaquin, que carrega um pesado trauma familiar. Ele utiliza o porão de sua casa como oficina de computadores. 

Por acaso, Joaquim escuta uma conversa do outro lado da parede do porão. Sua engenhosidade misturada com a curiosidade o leva a utilizar uma câmera em um furo da parede. Ele descobre que uma quadrilha está construindo um túnel para assaltar o cofre de um banco na mesma rua. É o início de uma intrincada trama repleta de segredos e reviravoltas. 

Os pontos principais do filme são o roteiro que cria um emaranhado de situações e a narrativa que prima pelo suspense nas cenas dentro do túnel e nas sequências em que o protagonista demonstra força e agilidade mesmo sem ter como mover as pernas. 

Como informação, Leonardo Sbaraglia e Pablo Echarri trabalharam juntos também em “Plata Quemada” e “O Que Você Faria?”.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A História de um Egoísta

A História de um Egoista (Patterns, EUA, 1956) – Nota 8
Direção – Fielder Cook
Elenco – Van Heflin, Everett Sloane, Ed Begley, Beatrice Straight, Eizabeth Wilson.

Fred Staples (Van Heflin) saiu de Ohio com sua esposa Nancy (Beatrice Straight) para assumir um cargo de diretor na matriz da empresa presidida por Mr. Ramsey (Everett Sloane) em Nova York. 

Apreensivo e também empolgado com o novo desafio, Staples rapidamente se sente a vontade na empresa ao ser recebido pelo vice-presidente Bill Briggs (Ed Begley). 

Também não demora para perceber que Ramsey não gosta de Briggs e que deseja expulsá-lo da empresa. Staples tenta defender o novo amigo, ao mesmo tempo em que sabe que pode ser promovido no lugar dele. 

O roteiro escrito por Rod Serling, criador da série “Além da Imaginação”, explora o complexo mundo das relações entre pessoas dentro de uma empresa. Mesmo tendo sido produzido há mais de sessenta anos, a trama ainda se mostra extremamente atual. 

Enquanto personagem de Everett Sloane é o empresário que coloca o lucro da empresa sempre em primeiro lugar, tratando as pessoas apenas como meios de conseguir seu objetivo, o executivo interpretado Van Heflin fica dividido entre crescer na carreira ou manter seus princípios de justiça intactos. 

Infelizmente este tipo de situação é comum. As pessoas odeiam seus empregos, aceitam injustiças ou até mesmo agem de forma desleal para subir na carreira ou apenas para manter o trabalho. 

É um filme sobre escolhas na vida profissional.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Unforgotten

Unforgotten (Unforgotten, Inglaterra, 2015 e 2017)
Criador – Chris Lang
Direção – Andy Wilson
Elenco – Nicola Walker, Sanjeev Bhaskar, Peter Egan, Jordan Long, Lewis Reeves, Gemma Jones, Bernard Hill, Tom Courtenay, Ruth Sheen, Adeel Akhtar.

Dividida em duas temporadas de seis episódios cada e com uma terceira prevista para 2018, esta ótima série inglesa foca na investigação de crimes cometidos há muitos anos, lembrando um pouco o antigo seriado americano “Cold Case”

A primeira temporada começa com a descoberta de um corpo enterrado no subsolo de um antigo casarão onde nos anos setenta funcionava uma espécie de moradia coletiva. A segunda temporada tem início quando o corpo de um homem é encontrado dentro de uma mala em um rio. Assim que a polícia descobre a identidade da vítima, entende também que o sujeito fora assassinado no início dos anos noventa. 

Os personagens principais são a inspetora Cassie Stuart (Nicola Walker) e o detetive Sunny Khan (Sanjeev Bhaskar), que junto com uma equipe de investigadores tentam montar o quebra-cabeça dos crimes. 

As duas histórias são fechadas, porém seguem o mesmo estilo. Vários personagens se tornam suspeitos por terem alguma ligação com as vítimas e também por esconderem segredos. A vida destes suspeitos vira de ponta cabeça com a investigação. 

Não espere cenas de ação ou violência, o foco é a investigação minuciosa dos crimes e o drama que abala a vida dos envolvidos. 

Para quem está acostumado com séries inglesas, posso citar que esta também tem semelhanças com a ainda melhor “Broadchurch”.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Um Herói de Brinquedo & Natal em El Camino


Um Herói de Brinquedo (Jingle All the Way, EUA, 1996) – Nota 7
Direção – Brian Levant
Elenco – Arnold Schwarzenegger. Sinbad, Phil Hartman, Rita Wilson, Robert Conrad, Martin Mull, Jake Lloyd, James Belushi, Danny Woodburn, Curtis Armstrong.

Howard Langston (Arnold Schwarzenegger) é um vendedor que coloca o trabalho em primeiro lugar. Após decepcionar algumas vezes a esposa Liz (Rita Wilson) e o filho Jamie (Jake Lloyd), ele promete comprar para o garoto o brinquedo do momento, o boneco do super herói Turbo Man. Howard deixa para comprar o boneco na véspera do Natal e descobre que o brinquedo está em falta por causa da grande procura. Desesperado, ele se envolve em diversas confusões para tentar encontrar o brinquedo.

Produzido por Chris Columbus, diretor de “Esqueceram de Mim”, esta divertida comédia segue o mesmo estilo dos filmes protagonizados por Macaulay Culkin. O diretor Brian Levant acerta a mão nas cenas de comédia física, assim como nos diálogos e nos coadjuvantes. Os encontros de Schwarzenegger com o carteiro maluco vivido pelo comediante Sinbad são explosivos. O papai noel muambeiro vivido por James Belushi e seu elfo interpretado por Danny Woodburn são impagáveis, assim como o boneco “Booster” do estranho Curtis Armstrong.

Vale destacar ainda o falecido Phil Hartman como o vizinho intrometido. Hartman foi um dos grandes comediantes dos anos noventa, deixando trabalhos marcantes na sitcom “Newsradio” e no programa “Saturday Night Live”, onde fazia uma sátira hilária do então presidente Bill Clinton. Hartman foi assassinado pela esposa em 1998.

Natal em El Camino (El Camino Christmas, EUA, 2017) – Nota 6
Direção – David E. Talbert
Elenco – Luke Grimes, Tim Allen, Vincent D’Onofrio, Dax Shepard, Michelle Myllet, Kurtwood Smith, Emilio Rivera, Jessica Alba, Jimmy O. Yang.

El Camino, Nevada, véspera de Natal. O jovem Eric (Lucas Grimes) chega na pequena cidade à procura de uma pessoa. Confundido com um traficante, ele é preso por um policial arrogante Carl (Vincent D’Onofrio) e seu parceiro Billy (Dax Shepard). Uma nova confusão faz com que Eric fuja da delegacia. Ele consegue chegar até um mercadinho de beira de estrada, porém é alcançado por Carl e a situação sai do controle, com o local sendo cercado por outros policiais. 

Esta produção da Netflix resulta num longa bizarro, que mistura policial, drama, comédia, violência e natal. A trama é puro clichê, inclusive com uma esperada reviravolta no final. O filme ganha alguns pontos por não se levar a sério e principalmente pelo personagem de Tim Allen. 

Ator famoso por sitcoms como “Home Improvement” e “Last Man Standing”, Allen tem aqui um papel que é a sua cara. Ele interpreta um veterano do Vietnã cínico e beberrão, que tem os melhores diálogos do filme. 

Infelizmente isso é pouco para resultar num bom filme. A ideia de fazer um longa de natal politicamente incorreto é bem interessante, porém as falhas do roteiro e os personagens sem carisma atrapalham bastante.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Sem Misericórdia

Sem Misericórdia (Yongseoneun Eupda, Coréia do Sul, 2010) – Nota 7,5
Direção – Hyeong Joon Kim
Elenco – Kyoung Gu Sul, Hye Jin Han, Seung Bum Ryoo.

Um corpo desmembrado é encontrado na beira do mar. Um dos braços desapareceu. O legista Kang (Kyoung Gu Sul) acredita que a garota tenha sido assassinada em outro local. 

A detetive novata Min (Hye Jin Han), que foi aluna de Kang, enfrenta a desconfiança dos colegas de trabalho ao acreditar que o culpado seja o ativista ambiental Lee Seong Ho (Seung Bum Ryoo). 

Quando Lee é detido como suspeito, um outro sujeito procura Kang e o ameaça de uma forma assustadora. É o início de uma trama repleta de reviravoltas que ligam Lee e Kang a um acontecimento do passado. 

Este doloroso longa segue a receita comum aos dramas policiais sul-coreanos, explorando segredos do passado, reviravoltas, vingança e violência. A qualidade destes filmes é sempre elevada. Deve-se levar em conta o estilo de interpretação que as vezes parece exagerado, mas que também é comum aos filmes produzidos naquele país. 

Para quem gosta do gênero, este é mais uma ótima opção.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Negação

Negação (Denial, Inglaterra / EUA, 2016) – Nota 6,5
Direção – Mick Jackson
Elenco – Rachel Weisz, Tom Wilkinson, Timothy Spall, Andrew Scott, Jack Lowden, Caren Pistorius, Alex Jennings.

Em meados dos anos noventa, a escritora de origem judaica Deborah Lipstadt (Rachel Weisz) escreve um livro criticando o historiador David Irving (Timothy Spall), especialista sobre o nazismo que pregava que as câmaras de gás nos campos de concentração jamais foram utilizadas para matar os judeus e que Hitler não sabia da chamada “Solução Final”. 

Irving entra com um processo contra Deborah e a editora de seu livro alegando difamação. Em corte na Inglaterra, Deborah é defendida por Richard Rampton (Tom Wilkinson), além de ter auxílio de um grupo de advogados liderados por Anthony Julius (Andrew Scott). 

Baseado numa história real, falta emoção neste longa que aborda o polêmico e sensível tema do Holocausto. Em momento algum o espectador sente empatia pelos personagens ou pela história, nem mesmo nas frias sequências em Auschwitz. 

O filme ganha pontos por colocar em discussão como a história do mundo pode ser distorcida. O historiador vivido por Timothy Spall é o personagem mais interessante e forte da trama. Sua tese de que o Holocausto não existiu é defendido com argumentos mentirosos, mas ao mesmo tempo com uma firmeza assustadora. 

Nos dias atuais vemos muitas pessoas importantes e até intelectuais defendendo mentiras apenas porque estão de acordo com sua ideologia ou seus interesses. 

É uma pena que uma história como esta tenha resultado em um filme frio e apenas correto.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Cinco Anos de Noivado

Cinco Anos de Noivado (The Five-Year Engagement, EUA / Japão, 2012) – Nota 6
Direção – Nicholas Stoller
Elenco – Jason Segel, Emily Blunt, Chris Pratt, Alison Brie, Rhys Ifans, Dakota Johnson, Brian Posehn, Randall Park, Kevin Hart, Kumail Nanjiani, Chris Parnell, Jacki Weaver, David Paymer, Mimi Kennedy, Jim Piddock.

Em São Francisco, o chef de cozinha Tom (Jason Segel) e a estudante Violet (Emily Blunt) se conhecem em uma festa de ano novo e começam a namorar. Um ano depois eles decidem se casar e iniciam os preparativos para a cerimônia, tendo de enfrentar os problemas comuns da situação. 

Tudo muda quando Violet recebe uma proposta para fazer seu doutorado na Universidade de Michigan. Tom abandona sua carreira para acompanhar a futura esposa e o casamento é adiado. 

Produzido por Judd Apatow, esta comédia provoca poucas risadas, na verdade pendendo mais para um drama romântico. Algumas situações ao estilo pastelão não chegam a fazer rir e infelizmente a própria história de amor jamais decola.

Nem mesmo a boa química entre Jason Segel e Emily Blunt consegue salvar uma história tão previsível com uma narrativa lenta e duração longa. As duas horas demoram para passar. 

Os coadjuvantes são clichês do gênero. Temos o amigo meio canalha (Chris Pratt), a irmã carente da noiva (Alison Brie), além de outros personagens estranhos que pertencem ao grupo de estudo da protagonista, com destaque para Randall Park e para o agitado Kevin Hart.

É basicamente um filme inofensivo no estilo sessão da tarde, porém sem divertir como deveria.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Feito na América

Feito na América (Made in America, EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Doug Liman
Elenco – Tom Cruise, Domhnall Gleeson, Sarah Wright, Jesse Plemons, Caleb Landry Jones, Alejandro Edda, Benito Martinez, E. Roger Mitchell, Mauricio Mejia, Jayma Mays, Lola Kirke.

Em 1978, Barry Seal (Tom Cruise) é um piloto comercial da TWA que contrabandeava cigarros cubanos. Vendo a falta de honestidade do sujeito, um agente da CIA (Domhnall Gleeson) o procura e oferece uma trabalho com melhor remuneração. O serviço é sobrevoar e fotografar campos de guerrilheiros na América Central. 

A eficiência de Barry chama a atenção de traficantes colombianos, que anos depois seriam batizados como o Cartel de Medellin. A chance de ganhar muito dinheiro mexe com a cabeça de Barry, que se torna um agente duplo. Enquanto presta serviços para CIA, em paralelo transporta drogas para os colombianos. 

Baseado na incrível história real do traficante Barry Seal, este longa segue o estilo agitado dos trabalhos do competente diretor Doug Liman. Com uma narrativa ágil, diálogos com muita ironia, uma divertida narração do protagonista e uma complexa trama que envolve política, o espectador que curte o gênero nem perceberá as duas horas de duração. 

Vale destacar as sequências com os aviões e Tom Cruise à vontade no papel do protagonista. 

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Raça

Raça (Race, Canadá / Alemanha / França, 2016) – Nota 7,5
Direção – Stephen Hopkins
Elenco – Stephan James, Jason Sudeikis, Jeremy Irons, Carice van Houten, Eli Goree, Shanice Banton, William Hurt, Davir Kross, Tony Curran, Barnaby Metschurat, Vlasta Vrana.

A história real é uma das famosas do esporte mundial. Na Olimpíada de Berlim em 1936, o velocista Jesse Owens (Stephan James) ganhou quatro medalhas de ouro no atletismo e despertou o ódio em Hitler, que se negou a conhecê-lo. 

Este longa de Stephen Hopkins surpreende positivamente em relação a carreira do diretor, que é mais conhecido por filmes de ação como “Contagem Regressiva” e “A Sombra e a Escuridão”, além de ser um dos mentores da série “24 Horas”. 

A proposta aqui vai além do relato da vida de Jesse Owens até sua consagração. O roteiro explora a questão do racismo enfrentado pelo protagonista tanto na Olimpíada, quanto na sua vida normal nos Estados Unidos, incluindo a pressão exercida por várias pessoas ao seu redor. 

Sua relação de amizade com o treinador (Jason Sudeikis), que vê em Owens a chance de ganhar a medalha que ele não conseguiu quando era atleta é outro ponto interessante. 

Além disso, o roteiro detalha os bastidores da tentativa de boicote aos Jogos que alguns integrantes do Comitê Olímpico Americano desejavam por conta do crescimento do nazismo na Alemanha. 

Neste ponto, o personagem principal é o empresário vivido por Jeremy Irons, que ao mesmo tempo em que se mostrava decidido a defender os atletas e levá-los para disputa, também lucrava com um contrato assinado diretamente com o terrível Joseph Goebbels (Barnaby Metschurat). 

A obsessão de Goebbels em apresentar uma Olimpíada perfeita e os caprichos da cineasta Leni Reifenstahl (Carice van Houten) ao filmar o documentário nazista “Olympia” são outros pontos abordados. 

É um daqueles filmes que a história por si só vale a sessão.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Confronto no Pavilhão 99

Confronto no Pavilhão 99 (Brawl in Cell Block 99, EUA, 2017) – Nota 8
Direção – S. Craig Zahler
Elenco – Vince Vaughn, Jennifer Carpenter, Marc Blucas, Don Johnson, Tom Guiry, Udo Kier, Rob Morgan, Fred Melamed, Clark Johnson.

Após perder o emprego e enfrentar uma crise no casamento com Lauren (Jennifer Carpenter), Bradley Thomas (Vince Vaughn) decide trabalhar para o traficante Gil (Marc Blucas).

Algum tempo depois, já com uma boa vida financeira, Bradley se envolve numa negociação que dá errado e termina preso. É o início de uma jornada ao inferno.

O desconhecido S. Craig Zahler estreou na direção com o competente e violentíssimo western “Rastro da Maldade”(Bone Tomahawk), longa pouco visto pelo público.

Neste segundo trabalho, Zahler explora uma narrativa ao estilo dos longas de prisão dos anos setenta, inserindo uma escalada de tensão e violência semelhantes a um filme de terror.

A proposta do diretor se casa perfeitamente com a escolha de Vince Vaughn como protagonista. Seu rosto duro que esconde as emoções e sua presença física (quase dois metros de altura) são fundamentais para a trama.

Por enquanto, Zahler mostra que tem um estilo próprio e potencial para fazer uma bela carreira.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Skates - Na Pista da Morte & Os Reis da Praia


Skates – Na Pista da Morte (Gleaming the Cube, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – Graeme Clifford
Elenco – Christian Slater, Steven Bauer, Richard Herd, Minh Luong, Ed Lauter, Nicole Mercurio, Charles Cyphers, Le Tuan, Max Perlich, Tony Hawk, Art Chudabala.

Brian (Christian Slater) é um adolescente rebelde que gasta seu tempo livre em uma pista de skate. Vinh (Art Chudabala) é seu irmão adotivo de origem vietnamita. Quando Vinh morre e a polícia diz que foi suicídio, Brian não acredita. Ele decide investigar e descobre que o local em que o irmão trabalhava ao invés de exportar medicamentos, na verdade trafica armas. Com ajuda de um detetive (Steven Bauer), Brian deseja levar os assassinos do irmão para cadeia.

Típico policial adolescente dos anos oitenta, este longa apresenta uma trama previsível e explora ainda os resquícios da Guerra do Vietnã como motivo para o crime. Por sinal, na época foram produzidos vários filmes como personagens vietnamitas, sendo muitos deles vilões. O destaque fica para as cenas de skate, que na época não era um esporte popular como atualmente, mas já tinha astros como Tony Hawk, que aqui tem um pequeno papel.

Os Reis da Praia (Side Out, EUA, 1990) – Nota 5,5
Direção – Peter Israelson
Elenco – C. Thomas Howell, Peter Horton, Courtney Thorne Smith, Christopher Rydell, Harley Jane Kozak, Terry Kiser, Kathy Ireland, Tony Burton.

O estudante de direito Monroe (C. Thomas Howell) está de férias e viaja para Califórnia para auxiliar o tio (Terry Kiser). O jovem cruza o caminho do veterano e irresponsável jogador de vôlei de praia Zack (Peter Horton). Mesmo com temperamentos opostos, eles terminam por formar uma dupla para participar de um campeonato profissional. Ao mesmo tempo, Monroe se envolve com a bela Samantha (Courtney Thorne Smith).

É um típico filme da sessão da tarde que explora a beleza das praias da Califórnia, as mulheres bonitas e uma trama totalmente previsível. O filme tentava aproveitar a então fama do jovem C. Thomas Howell, que protagonizou alguns filmes adolescentes na época e do ator Peter Horton, que era conhecido pela série “Thirtysomething”.

Como curiosidade, na decisão do torneio os protagonistas enfrentam a dupla Randy Stoklos e Sinjin Smith, que eram jogadores profissionais quase imbatíveis na época.  

sábado, 16 de dezembro de 2017

Um Refúgio

Um Refúgio (The Keeping Room, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – Daniel Barber
Elenco – Brit Marling, Hailee Steinfeld, Muna Otaru, Sam Worthington, Kyle Soller, Ned Dennehy, Amy Nutall, Nicholas Pinnock.

Sul dos Estados Unidos, 1865, final da Guerra da Secessão. Em uma fazenda, as irmãs Augusta (Brit Marling) e Louise (Hailee Steinfeld) vivem isoladas com a escrava Mad (Muna Otaru) e com poucas de esperanças de que pai e irmão voltem do campo de batalha. 

Quando Augusta vai até uma cidade próxima para procurar medicamentos para a irmã, dois violentos soldados confederados (Sam Worthington e Kyle Soller) decidem seguir seu rastro de volta até a fazenda. 

O roteiro explora uma história extremamente simples sobre como as mulheres foram obrigadas a fazer o trabalho dos homens enquanto estes foram lutar na guerra e acabaram derrotados. Além do trabalho pesado, elas precisavam se defender, pois muitas foram brutalmente atacadas e mortas pelos inimigos. 

Infelizmente a trama se mostra previsível e a narrativa arrastada. Alguns diálogos como a conversa final entre Augusta e um dos soldados tentam ser filosóficos, mas na verdade são vazios e inverossímeis. 

É um filme razoável e totalmente esquecível. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A Grande Esperança Branca

A Grande Esperança Branca (The Great White Hope, EUA, 1970) – Nota 6
Direção – Martin Ritt
Elenco – James Earl Jones, Jane Alexander, Lou Gilbert, Joel Fluellen, Robert Webber, R. G. Armstrong, Hal Holbrook, Moses Gunn.

No início do século XX, Jack Jefferson (James Earl Jones) se torna o primeiro boxeador negro campeão do mundo. O forte racismo da época nos Estados Unidos o transformou em alvo das autoridades que viam o sucesso de Jefferson como um exemplo que não deveria existir para a população negra. 

Para derrubá-lo, um promotor (Hal Holbrook) e um agente do FBI (Robert Webber) utilizam uma lei para acusá-lo de se aproveitar de uma jovem branca (Jane Alexander), que na verdade era sua própria noiva. 

Inspirado na vida real do boxeador, este longa tem como destaques a triste história de perseguição sofrida pelo protagonista e a presença de James Earl Jones interpretando um sujeito ao mesmo tempo inteligente e complicado. 

Infelizmente o formato do filme envelheceu bastante. As cenas dramáticas são teatrais, a passagem do tempo extremamente confusa, além da única cena de luta no final ser fraca. 

Vale citar que as críticas sociais marcaram a filmografia do diretor Martin Ritt, que entregou trabalhos bem melhores do gênero como “Norma Rae” e “Conrack”.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Leviatã

Leviatã (Leviafan, Rússia, 2014) – Nota 7,5
Direção – Andrey Zvyagintsev
Elenco – Aleksey Serebryakov, Elena Lyadova, Vladimir Vdovichenkov, Roman Madyanov, Aleksey Rozin, Sergey Pokhodaev.

Numa decadente cidade litorânea da Rússia, Nikolay (Aleksey Serebryakov) luta contra o prefeito corrupto (Roman Madyanov) para impedir que sua casa seja desapropriada.

Ele recebe ajuda de um amigo advogado (Vladimir Vdovichenkov) que vive em Moscou e que tenta reverter a decisão da prefeitura na justiça local. 

A dificuldade em enfrentar a burocracia da justiça, seu casamento desgastado com Lilya (Elena Lyadova) e a relação complicada com o filho adolescente (Sergey Pokhodaev) levam Nikolay a um caminho sem saída. 

Este doloroso drama sobre a destruição de uma família desnuda o lado obscuro da sociedade russa. A corrupção entranhada no serviço público, a violência dos corruptos, a falta de perspectivas de vida em uma cidade menor e a bebida como válvula de escape são os ingredientes principais desse triste mundo. 

A história pesada pode não agradar a muitos, assim como a duração um pouco longa (duas horas e vinte minutos) e a narrativa em ritmo lento. 

É um filme indicado para quem gosta de dramas fortes que misturam crise familiar e crítica social. 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O Homem nas Trevas

O Homem nas Trevas (Don’t Breathe, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Fede Alvarez
Elenco – Stephen Lang, Jane Levy, Dylan Minnette, Daniel Zovatto.

Os jovens Rocky (Jane Levy), Alex (Dylan Minnette) e Money (Daniel Zovatto) são ladrões que invadem casas de luxo enquanto os proprietários estão fora. 

A chance de roubar uma alta quantia surge quando Money descobre que um veterano de guerra (Stephen Lang) recebeu uma indenização pela morte da filha em um acidente automobilístico. 

O homem mora em um decadente bairro em que as casas ao redor estão vazias. Ao perceberem que o sujeito é cego, os jovens acreditam que será fácil entrar e sair do local. Eles não imaginam o inferno que enfrentarão. 

O diretor uruguaio Fede Alvarez estreou no cinema americano com a sangrenta e desnecessária refilmagem de “A Morte do Demônio” de Sam Raimi. Neste novo trabalho, Alvarez acerta mão no suspense, na violência e até na trama. Muito do acerto deve ser creditado ao diretor Sam Raimi, que aqui é o produtor. 

A ideia de transformar a casa em uma armadilha, explorando todos os cômodos para criar as cenas de suspense lembram bastante o original “A Morte do Demônio” e sua sequência “Uma Noite Alucinante”, com a diferença que naqueles filmes o “mal” era fruto de uma entidade, enquanto aqui a violência é totalmente humana. 

É um filme com uma violência que incomodará o espectador comum e que ao mesmo tempo agradará os fãs do gênero.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Rememory

Rememory (Rememory, Canadá / EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Mark Palansky
Elenco – Peter Dinklage, Julia Ormond, Martin Donovan, Anton Yelchin, Matt Ellis, Evelyne Brochu, Henry Ian Cusick, Chad Krowchuk.

Em um acidente de automóvel, o modelista Sam Bloom (Peter Dinklage) perde seu irmão (Matt Ellis). Algum tempo depois, Sam assiste uma palestra do psiquiatra Gordon Dunn (Martin Donovan), que criou um aparelho que consegue mapear e gravar as memórias das pessoas. 

Antes do revolucionário aparelho ser lançado, Gordon morre de forma suspeita. Uma determinada situação faz com que Sam roube o aparelho e decida investigar o que realmente aconteceu com Gordon. Ele sai a procura das pessoas que participaram dos testes do psiquiatra, além de se envolver com a mulher do falecido (Julia Ormond). 

Além da trama de suspense e os toques de ficção, a proposta do roteiro é colocar em discussão até que ponto nossas memórias são verdadeiras e como elas afetam nossa vida atual. Teóricamente o aparelho criado pelo personagem seria uma ferramenta para ajudar as pessoas a superarem seus traumas, porém ele não imaginava os efeitos colaterais de reviver essas memórias. 

Vale destacar a boa atuação de Peter Dinklage e a participação de Anton Yelchin em um dos seus últimos trabalhos. 

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

As Horas Finais & Os Últimos na Terra


As Horas Finais (These Final Hours, Austrália, 2013) – Nota 7
Direção – Zak Hilditch
Elenco – Nathan Phillips, Angourie Rice, Jessica De Gow, Kathryn Beck, Daniel Henshall.

O sol se aproximou da Terra e destruiu parte do planeta. Faltando doze horas para a destruição chegar na região de Perth na Austrália, James (Nathan Phillips) abandona a namorada para aproveitar a última noite de vida em uma festa regada a sexo, bebidas e drogas. 

Ao atravessar a cidade, James testemunha eventos violentos e absurdos, até que cruza o caminho da garotinha Rose (Angourie Rice), que foi sequestrada por dois malucos. Ele resgata a menina, que deseja encontrar o pai antes do mundo acabar. É a chance de James fazer algo positivo no final da vida. 

O clima apocalíptico é potencializado pelo sinistra trilha sonora que acompanha a jornada do relutante protagonista em busca de uma espécie de redenção. Os absurdos cometidos pelos vários personagens que cruzam a tela são um exemplo do que as pessoas desesperadas fariam caso o mundo estivesse realmente para acabar. 

É basicamente um filme B que mistura drama e violência, além de explorar o exagero comum das produções australianas. Uma interessante opção para quem curte o gênero.

Os Últimos na Terra (Z For Zachariah, Islândia / Suiça / EUA, 2015) – Nota 6
Direção – Craig Zobel
Elenco – Chiwetel Ejiofor, Margot Robbie, Chris Pine.

Após uma tragédia nuclear, o planeta entra em colapso. Sem explicação, Ann (Margot Robbie) sobreviveu sem que a radiação chegasse a um vale onde fica a casa de sua família, um pequeno mercado e uma capela. Sua solidão termina quando chega a região o cientista John (Chiwetel Ejiofor), que utilizou uma traje parecido com de um astronauta para se proteger da radiação. 

As enormes diferenciais entre os dois não atrapalham a vontade de tentar a seguir a vida. A situação fica estranha quando surge um terceiro sobrevivente. Caleb (Chris Pine) chega para modificar o pequeno mundo criado por Ann e John. 

A premissa de explorar a vida de poucos sobreviventes após uma catástrofe mundial já foi explorada diversas vezes pelo cinema, mas não deixa de ser algo intrigante. Infelizmente este ponto de partida não se desenvolve da melhor forma neste longa.

O roteiro não se preocupa em dar detalhes sobre o ocorrido, seu foco está na relação entre os três personagens, criando uma trama previsível voltada para o drama. O filme ganha alguns pontos pelas belíssimas locações, principalmente pelas cenas na pequena cachoeira. 

Finalizando, o “Z de Zacaria” do título original faz referência a um livro chamado “A de Adão” de uma coleção do alfabeto da bíblia que a personagem de Margot Robbie tem entre seus livros religiosos. 

domingo, 10 de dezembro de 2017

Marcas do Passado

Marcas do Passado (Aloft, Espanha / Canadá / França, 2014) – Nota 6
Direção – Claudia Llosa
Elenco – Jennifer Connelly, Cilian Murphy, Mélanie Laurent, Peter McRobbie, William Shimell.

Na sequência inicial, Nana (Jennifer Connelly) segue com seus dois filhos pequenos para uma região gelada e isolada no norte do Canadá. Um dos filhos de Nana está doente. O objetivo é encontrar um sujeito conhecido como o Arquiteto (William Shimell), que aparentemente tem poderes de cura. 

Vinte anos depois, Ivan (Cillian Murphy), que é um dos filhos de Nana, recebe a visita da jornalista Jannia (Mélanie Laurent) que deseja informações sobre a mulher. Afastado há anos da mãe, Ivan aceita acompanhar Jannia na busca por Nana. 

O roteiro intercala as duas narrativas como se fosse um quebra-cabeças que explica o porquê do afastamento entre mãe e filho. Ele explora ainda a questão da fé em momentos de desespero e como as pessoas se apegam ao curandeirismo em busca de um milagre. 

Apesar da premissa interessante e das belas locações na região gelada do Canadá, o longa perde pontos por causa da narrativa lenta e não se aprofunda no drama familiar. O final sem respostas tenta dar um ar de cult ao filme, mas não convence.

sábado, 9 de dezembro de 2017

A Informante

A Informante (The Whistleblower, Canadá / Alemanha, 2010) – Nota 7,5
Direção – Larysa Kondracki
Elenco – Rachel Weisz, Vanessa Redgrave, David Straithairn, Monica Bellucci, Nikolaj Lie Kaas, Roxana Condurache, Benedict Cumberbatch, David Hewlett, William Hope.

Lincoln, Nebraska, 1999. A policial Kathryn Bolkovac (Rachel Weisz) tenta sem sucesso conseguir uma transferência para a cidade onde seus filhos foram morar com o ex-marido. 

Precisando de dinheiro, ela se inscreve em um programa para trabalhar como agente das Nações Unidas na Bósnia, país que ainda tentava se recuperar após a Guerra dos Balcãs que destruiu a região nos anos noventa. 

Com a missão de auxiliar a polícia local, rapidamente Kathryn percebe que muitos policiais bósnios são corruptos. Quando ela decide ajudar duas garotas russas que fugiram de uma casa de prostituição que escravizava imigrantes, descobre estar diante de uma complexa rede de tráfico humano. 

Baseado em uma história real, este longa foca no tema tabu do tráfico de garotas, que infelizmente deve ser muito maior do que imaginamos. Assim como o tráfico de drogas e o contrabando, esse “ramo” do crime envolve pessoas poderosas e muito dinheiro. 

A investigação da protagonista é sabotada de todas as formas possíveis, o que transforma o longa em um suspense com bastante tensão, além de incluir cenas fortes de violência. 

Vale destacar ainda o roteiro muito bem amarrado, que não apela para heroísmos e que cria situações possíveis. 

É um bom filme sobre uma situação de absurda crueldade.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Duelo em Diablo Canyon, A Última Carroça & A Hora da Pistola


Duelo em Diablo Canyon (Duel at Diablo, EUA, 1956) – Nota 7
Direção – Ralph Nelson
Elenco – James Garner, Sidney Poitier, Bibi Andersson, Dennis Weaver, Bill Travers, William Redfield, Ralph Nelson, John Hoyt.

Em território apache, Jess Remsberg (James Garner) consegue salvar a jovem Ellen Grange (Bibi Andersson) que estava sendo perseguida pelos índios e a leva para uma cidade próxima. O objetivo de Jess é encontrar o assassino de sua esposa que era uma índia comanche. Antes de chegar ao assassino, Jess é contratado pelo tenente McAllister (Bill Travers) para escoltar um batalhão de soldados em busca do chefe apache Chata. Com ajuda do domador de cavalos Toller (Sidney Poitier), o grupo segue na caça aos índios. 

Com uma trama clássica do gênero que explora vingança, ódio, preconceito entre brancos e índios, além de ótimas sequências de ação, este competente western prende a atenção do início ao fim. Além dos ótimos James Garner e Sidney Poitier, vale destacar a curiosa presença da sueca Bibi Andersson, famosa por seus trabalhos com Ingmar Bergman. 

A Última Carroça (The Last Wagon, EUA, 1956) – Nota 7
Direção – Delmer Daves
Elenco – Richard Widmark, Felicia Farr, Tommy Rettig, Susan Kohner, George Matthews, Douglas Kennedy, James Drury.

Comanche Todd (Richard Widmark) é um homem branco que foi criado pelos comanches e que está sendo acusado de assassinar três sujeitos. Capturado pelo xerife (George Matthews) e sendo levado de trem para ser enforcado, o destino termina por salvar Comanche Todd. Um ataque dos apaches mata várias pessoas no local, mas Todd sobrevive. Mesmo sendo considerado um assassino, sua experiência se torna a única chance de sobrevivência para um grupo de colonos. 

O roteiro mescla com competência as ótimas cenas de ação com uma história sobre ódio e preconceito. O protagonista é odiado pelos brancos, culpado por ter vivido como comanche, porém ao longo da história os demais personagens descobrem o verdadeiro caráter do sujeito. A trama é valorizada pela interpretação do sempre sisudo Richard Widmark, um dos grandes atores dos anos cinquenta e sessenta. 

A Hora da Pistola (Hour of the Gun, EUA, 1967) – Nota 7
Direção – John Sturges
Elenco – James Garner, Jason Robards, Robert Ryan, Albert Salmi, Jon Voight.

Este curioso western tem como cena inicial o famoso tiroteio no OK Curral em que Doc Holliday (Jason Robards), Wyatt Earp (James Garner) e seus irmãos enfrentam a família Clanton liderada pelo patriarca Ike (Robert Ryan). Esta clássica sequência foi o clímax dos filmes “Paixão dos Fortes” e “Sem Lei e Sem Alma”. Aqui o tiroteio é a premissa, a proposta do roteiro é mostrar os fatos seguintes ao conflito. A vingança dos Clantons que sobreviveram é um destes fatos. É um western competente que utiliza todos os elementos do gênero. 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A Ghost Story

A Ghost Story (A Ghost Story, EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – David Lowery
Elenco – Casey Affleck, Rooney Mara.

Um músico (Casey Affleck) morre em um acidente de automóvel ocorrido em frente de sua própria casa. Enquanto sua esposa (Rooney Mara) sofre com a perda e tenta seguir a vida, o fantasma do marido vaga pela casa tentando se conectar com ela. 

Com efeitos especiais simples e colocando o ator Casey Affleck debaixo de um lençol branco como se fosse um fantasma de uma brincadeira de criança, este longa é quase uma obra experimental. 

Com planos-sequências longos e pouquíssimos diálogos, a primeira impressão é de um filme monótono. O espectador que tiver a paciência para aguentar os extremamente lentos trinta minutos iniciais, vai se surpreender e até se emocionar com a história. 

Não é um filme de terror, a premissa do roteiro é fazer o público pensar sobre a questão do desapego após a morte, tanto das pessoas que ficam, como daquele que se foi. É uma interessante premissa que lembra a doutrina espírita. 

Vale citar ainda a ótima sequência do monólogo maluco de um personagem em uma festa. 

É um filme indicado para quem gosta de obras fora do comum.  

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Estrelas Além do Tempo

Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Theodore Melfi
Elenco – Taraji P. Henson, Octavia Spencer, Janelle Monae, Kevin Costner, Kristen Dunst, Jim Parsons, Mahershala Ali, Aldis Hodge, Glen Powell, Kimberly Quinn, Olek Krupa.

Em 1961, o governo americano vivia o auge da disputa pela conquista espacial contra a União Soviética. O país ainda sofria com uma forte divisão racial. Na Nasa não era diferente. Funcionários negros trabalhavam separados dos brancos. 

Neste contexto, as amigas Katherine (Taraji P. Henson), Dorothy (Octavia Spencer) e Mary (Janelle Monae) eram funcionárias do departamento de cálculos. Com inteligência acima da média, as três amigas são obrigadas a enfrentar o preconceito para mostrar seu talento e tentar crescer na carreira. 

Baseado numa história real, este longa detalha a vida profissional de três mulheres que conseguiram vencer a barreira do racismo e se destacar em meio a um sistema perverso. Ao mesmo tempo em que vemos uma história de superação e sucesso, é possível imaginar quantas outras pessoas também foram importantes no desenvolvimento espacial da Nasa e que hoje estão esquecidas, independente da cor da pele. 

É interessante fazer um paralelo com os dias atuais, não na questão racial, mas quanto a disputa entre funcionários dentro de qualquer empresa. A questão mostrada aqui com o personagem de Jim Parsons que prefere não dividir seus conhecimentos com a de Taraji P. Henson, infelizmente ainda é fato comum. Geralmente quem está em uma posição superior na hierarquia não gosta de passar conhecimentos para quem está abaixo com medo de perder seu cargo no futuro. 

O resultado é um bom filme com uma história que merece ser conhecida. 

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Velozes e Furiosos 8

Velozes e Furiosos 8 (The Fate of the Furious, China / EUA / Japão, 2017) – Nota 5
Direção – F. Gary Gray
Elenco – Vin Diesel, Jason Statham, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Tyrese Gibson, Chris “Ludacris” Bridges, Charlize Theron, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Luke Evans, Elsa Pataky, Kristofer Hivju, Scott Eastwood, Patrick St. Espirit.

Dom (Vin Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) estão vivendo tranquilamente em Havana quando uma desconhecida (Charlize Theron) aborda Dom e o chantageia com algo misterioso. 

Em paralelo, Hobbs (Dwayne Johnson) é enviado pelo agente americano Sr. Ninguém (Kurt Russell) para uma perigosa missão. Hobbs convoca Dom, Letty e toda a equipe, sem imaginar que seria traído. Dom foge com um artefato e abandona Letty e os amigos, que tentarão descobrir o que realmente aconteceu. 

Os dois últimos filmes da série já demonstravam que a fórmula estava desgastada. Este novo filme empurra a série ladeira abaixo em termos de qualidade. A trama é totalmente maluca, com uma vilã megalomaníaca que lembra uma cópia pálida dos piores filmes de 007 e diálogos quase infantis. 

As cenas de ação que até o quinto filme variavam entre perseguições de automóveis e brigas, a partir do sexto se transformaram em sequências absurdas de carros voando, mega explosões e personagens que parecem super heróis. 

A morte terrível de Paul Walker é outro fator que deveria ter encerrado a série, mas a ganância por dinheiro gerou este longa, sem contar que ainda existem rumores para produção de mais dois filmes. Um absurdo tão grande quanto as cenas de ação vistas aqui.  

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Hangman & Busca Sem Limites


Hangman (Hangman, EUA, 2017) – Nota 5
Direção – Johnny Martin
Elenco – Al Pacino, Karl Urban, Brittany Snow, Sarah Shahi, Joe Anderson.

Os números dos distintivos de dois detetives são marcados em uma mesa no local de um assassinato brutal. Ruiney (Karl Urban) e o policial aposentado Archer (Al Pacino) se unem para investigar o caso e descobrir qual a ligação deles com o assassino. Uma jornalista (Brittany Snow) acompanha a dupla na busca pelo criminoso, que comete um novo assassinato por dia, sempre deixando pistas ligadas ao conhecido “Jogo da Forca”.  

É uma pena ver o grande Al Pacino em um filme tão ruim como este. O roteiro é um amontoado de clichês repleto de furos e soluções fáceis. Os diálogos fracos ficam ainda piores com as atuações do canastrão Karl Urban e da fraquinha Brittany Snow. O único ponto positivo é o ritmo da narrativa, que até prende a atenção com sua agilidade. 

O resultado é um filme totalmente descartável.

Busca Sem Limites (Collide, Inglaterra / Alemanha / China, 2016) – Nota 4
Direção – Eran Creevy
Elenco – Nicholas Hoult, Felicity Jones, Anthony Hopkins, Ben Kingsley, Marwan Kenzari.

Em Colônia na Alemanha, o jovem americano Casey (Nicholas Hoult) ganha a vida vendendo drogas para o traficante maluco Geran (Ben Kingsley). Ao conhecer a garçonete Juliette (Felicity Jones), que também é americana, ele se apaixona e decide abandonar o crime. Após algum tempo juntos, uma surpresa desagradável obriga Casey a conseguir dinheiro rapidamente. Ele decide aceitar um novo trabalho de Geran e termina por se envolver numa guerra entre chefões, tendo do lado contrário o milionário Hagen Kahl (Anthony Hopkins). 

As únicas explicações para grandes atores como Ben Kingsley e Anthony Hopkins aceitarem trabalhar num filme tão ruim quanto este é o dinheiro ou alguma obrigação contratual. Além da história ser um amontoado de clichês, os diálogos são constrangedores e as cenas de ação totalmente absurdas. A cereja do bolo surge com a patética reviravolta final. 

É uma bomba para o espectador passar longe.

domingo, 3 de dezembro de 2017

Enfurecidos

Enfurecidos (Enragés, França / Canadá, 2015) – Nota 7,5
Direção – Eric Hannezo
Elenco – Lambert Wilson, Virginie Ledoyen, Guillaume Gouix, François Arnaud, Franck Gastambide, Laurent Lucas.

Uma quadrilha assalta um banco, algo dá errado e um dos bandidos é baleado e morre. Durante a fuga, os outros três assaltantes levam uma mulher como refém (Virginie Ledoyen) e sequestram um carro dirigido por um pai (Lambert Wilson) que estava indo para o hospital levar a filha para fazer um transplante. É o início de uma viagem infernal pelo interior da França. 

Em 1974, o diretor italiano Mario Bava filmou a mesma história, porém um problema com o produtor fez com o que longa fosse engavetado. Bava morreu em 1980 e seu filme foi resgatado somente nos anos noventa, se transformando em cult. Não assisti ao filme de Bava para comparar e acabei me surpreendendo de forma positiva com esta versão francesa. 

É um filme com uma tensão crescente entre os personagens em fuga dentro do carro e com sequências de violência muito bem filmadas, inclusive as cenas no estranho festival em um vilarejo. Vale destacar ainda a reviravolta na sequência final. Depois da surpresa, fica fácil lembrar das pistas que foram deixadas durante o desenvolvimento da trama. 

O resultado é uma competente mistura de drama e suspense com bastante violência.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Mindhunter

Mindhunter (Mindhunter, EUA, 2017)
Criação – Joe Penhall
Direção – David Fincher (4 episódios), Andrew Douglas (2), Asif Kapadia (2) & Tobias Lindholm (2)
Elenco – Jonathan Groff, Holt McCallany, Hannah Gross, Anna Torv, Cotter Smith, Cameron Britton, Joe Tuttle, Happy Anderson, Sonny Valicenti.

Em 1977, o agente do FBI Holden Ford (Jonathan Groff) ministra aulas para agentes em formação sobre negociação de reféns. Seu interesse em entender o aspecto psicológico dos criminosos chama a atenção do experiente agente Bill Tench (Holt McCallany), responsável pelo trabalho de análise de comportamento do FBI. 

Tench e Ford passam a trabalhar juntos fazendo palestras para policiais por todo o país. O interesse no assunto faz com que a dupla decida visitar na prisão o famoso assassino Ed Kemper (Cameron Britton). A conversa com Kemper leva a dupla a iniciar uma série de entrevistas com criminosos violentos. 

Esta ótima série em dez episódios produzida pela Netflix é inspirada em um livro escrito por Mark Olshaker e John Douglas sobre as entrevistas que o segundo fez com vários serial killers nos anos setenta. O resultado das entrevistas de Douglas ajudou o FBI e a polícia americana a entenderem melhor como funciona a mente de um serial killer e quais "armas" utilizar para enfrentar este tipo de assassino. 

Os agentes do FBI são personagens fictícios, enquanto os serial killers são baseados em assassinos reais, inclusive utilizando seus nomes verdadeiros e com atuações baseadas no comportamente real deles. É curiosa as pequenas participações de um sujeito (Sonny Valicenti) que parece alheio a trama, mas que será importante provavelmente na segunda temporada quando mostrará seu lado obscuro. É um personagem baseado num serial killer chamado Dennis Rader. 

Além de enfrentarem o desafio de conversar com assassinos malucos, os protagonistas também precisam convencer seus superiores e os policiais que eles ajudam a compreenderem algo que até então não existia. Um assassino deste porte era visto apenas como um maluco, policial algum tinha o interesse de entender o porquê do seu comportamento. 

Não espere cenas de ação, o foco é a análise psicológica que se aprofunda principalmente nas conversas com os assassinos. O grande destaque fica para o assustador Cameron Bright que interpreta o assassino Ed Kemper, conhecido como Big Ed. Um sujeito gigante, de fala doce, muito bem articulado, porém autor de crimes assustadores.

Vale citar que um dos nomes por trás da série é David Fincher, diretor de longas como "Clube da Luta" e "Zodíaco", que aqui dirige os dois primeiros episódios e os dois últimos.

Agora é esperar pela segunda temporada.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O Hóspede

O Hóspede (The Guest, EUA / Inglaterra, 2014) – Nota 7
Direção – Adam Wingard
Elenco – Dan Stevens, Maika Monroe, Brendan Meyer, Sheila Kelley, Leland Orser, Lance Reddick, Tabatha Shaun.

Um sujeito (Dan Stevens) bate à porta da casa da família Peterson e se apresenta para Laura (Sheila Kelley) como David, um ex-companheiro de exército de seu filho que faleceu no Iraque. 

O choque inicial pela lembrança da morte do filho dá lugar a uma nova esperança de saber algo mais sobre o que aconteceu na guerra. Mesmo sem a aprovação do marido Spencer (Leland Orser), Laura deixa que David fique alguns dias na casa da família. 

Não demora para a filha mais velha Anna (Maika Monroe) perceber que existe algo de errado com David, enquanto o irmão mais novo Luke (Brendan Meyer) vê o sujeito como um amigo. 

O mais interessante deste filme é a reviravolta que o roteiro explora na metade final. Fica claro desde o início que a situação não terminaria bem, porém a explicação para o caso é inesperada e resulta numa agitada meia-hora final. 

É um filme que prende a atenção e entrega até mais do que o esperado pela premissa. 

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O Que Está Por Vir

O Que Está Por Vir (L’Avenir, França / Alemanha, 2016) – Nota 7
Direção – Mia Hansen Love
Elenco – Isabelle Huppert, André Marcon, Roman Kolinka, Edith Scob.

Nathalie (Isabelle Huppert) é uma professora de filosofia e escritora que aparentemente tem uma vida tranquila ao lado do marido Heinz (André Marcon). Seu casal de filhos tem suas próprias vidas. Seu maior problema é dar atenção a mãe (Edith Scob), um pessoa carente e complicada. 

Respeitada em seu trabalho e também sendo uma espécie de tutora para um ex-aluno (Roman Kolinka) que pretende lançar seu primeiro livro, aos poucos, situações inesperadas abalam sua vida pessoal e profissional. 

O roteiro escrito pela diretora Mia Hansen Love foca nas mudanças que ocorrem à revelia nas vidas das pessoas. A protagonista de meia-idade precisa enfrentar estas mudanças e se adaptar as novas situações. O roteiro explora também as questões políticas e sociais. As reuniões da protagonista com seus editores deixam claro que cultura só interessa quando gera lucro. As conversas com o ex-aluno também são outro ponto alto. 

É um filme interessante com situações bem próximas da realidade.