sexta-feira, 30 de junho de 2017

A Última Ressaca do Ano & Arrume um Emprego


A Última Ressaca do Ano (Office Christmas Party, EUA, 2016) – Nota 5,5
Direção – Josh Gordon & Will Speck
Elenco – Jason Bateman, Olivia Munn, T. J. Miller, Jennifer Aniston, Kate McKinnon, Courtney B. Vance, Jillian Bell, Robn Corddry, Vanessa Bayer, Randall Park, Sam Richardson, Karan Soni, Jamie Chung.

Clay Vanstone (T. J. Miller) comanda uma filial da empresa que o falecido pai deixou como herança. Na véspera do Natal, sua irmã Carol (Jennifer Aniston), que é a CEO da companhia, aparece no local informando que fechará a filial . Para tentar salvar seus empregos, Clay e seu braço-direito Josh (Jason Bateman) decidem fazer uma grande festa para agradar um executivo (Courtney B. Vance) que procura uma empresa para assinar um contrato milionário.

O objetivo da dupla de diretores era explorar o estilo do sucesso de “Se Beber, Não Case!”, porém o roteiro falha pela falta de piadas engraçadas. Nem mesmo as sequências na festa funcionam. Os vários personagens estranhos são mal explorados, talvez a mais engraçada seja Kate McKinnon que interpreta a supervisora de RH certinha que mostra o verdadeiro lado durante a festa. É uma pena. Se você gosta de comédias sobre destruição, procure obras antigas como “O Clube dos Cafajestes” e até mesmo o primeiro “Se Beber, Não Case!”.

Arrume um Emprego (Get a Job, EUA, 2016) – Nota 5
Direção – Dylan Kidd
Elenco – Miles Teller, Anna Kendrick, Bryan Cranston, Nicholas Braun, Brandon T. Jackson, Christopher Mintz Plasse, Alison Brie, Jorge Garcia, Bruce Davison, Marcia Gay Harden, Jay Pharoah, Greg Germann.

Após se formarem na universidade, um grupo de jovens sofre para enfrentar o mercado de trabalho. Will (Miles Teller) consegue trabalho numa grande empresa de recolocação profissional, a mesma que seu pai (Bryan Cranston) recorre para tentar voltar ao mercado de trabalho. A namorada de Will, Jillian (Anna Kendrick) também inicia sua carreira numa corporação. Charlie (Nicholas Braun) começa a trabalhar como professor, Luke (Brandon T. Jackson) como operador no mercado financeiro e Ethan (Christopher Mintz Plasse) desenvolve um aplicativo em sua empresa pessoal. 

Este longa consegue ao mesmo tempo apresentar boas ideias e jogar tudo na lata do lixo através de piadas sem graça e situações ridículas. Os vários percalços que os jovens encontram nos seus trabalhos são reais. Chefe abusivo, corporativismo, regras idiotas, roupas caras para manter a aparência, demissões e o desprezo pelas pessoas que perdem o emprego após os quarenta anos de idade. Infelizmente estes temas importantes são desperdiçados, mesmo analisando que a proposta principal é a comédia. É um filme para passar longe.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Broadchurch

Broadchurch (Broadchurch, Inglaterra, 2013 a 2017)
Criador – Chris Chibnall
Elenco – David Tennant, Olivia Colman, Jodie Whittaker, Andrew Buchan, Arthur Darvill, Charlotte Rampling, Marianne Jean Baptiste.

O corpo de um garoto encontrado na praia muda para sempre a vida de vários moradores da cidade litorânea de Broadchurch na Inglaterra. A investigação do caso fica por conta do inspetor Alex Hardy (David Tennant), que assumiu a pouco o cargo e para a sargento Ellie Miller (Olivia Colman). 

Com um relacionamento de trabalho complicado, os dois policiais seguem pistas que levam a vários suspeitos, desde o pai do garoto (Andrew Buchan), passando pelo padre, por um amigo do pai, por uma moradora solitária, entre outros. 

Este ótimo seriado inglês teve três temporadas de oito episódios cada. A primeira temporada foca inteiramente na busca pelo assassino do garoto. A segunda divide a trama entre um julgamento e a investigação de um antigo crime que quase terminou com a carreira de Alex Hardy. A terceira temporada que finaliza a histórias dos personagens, foca na investigação de um estupro em uma festa que leva a um possível serial killer. 

O grande acerto da série é mesclar na medida certa a investigação policial e os dramas pessoais. Principalmente nas duas primeiras temporadas, os diversos personagens são muito bem desenvolvidos e com pequenas histórias que se amarram com a trama do assassinato. O primeiro e o último episódio da temporada inicial são os pontos altos da série. São dois episódios dramáticos e marcantes. 

Para quem gosta de um drama policial mais realista, diferente dos similares americanos, esta série é uma bela opção.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Logan

Logan (Logan, EUA / Canadá / Austrália, 2017) – Nota 8,5
Direção – James Mangold
Elenco – Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen, Boyd Holbrook, Stephen Merchant, Elizabeth Rodriguez, Richard E. Grant, Eriq La Salle, Elise Neal.

Em 2029 o mundo trata os mutantes com desprezo. Há mais de vinte e cinco sem nascer novos mutantes, Wolverine/Logan (Hugh Jackman) ganha a vida como motorista de limousine e utiliza o dinheiro para cuidar do nonagenário Professor Charles Xavier (Patrick Stewart), que está doente. 

Ao ser procurado por uma enfermeira mexicana (Elizabeth Rodriguez), que pede ajuda para levar ela e a filha Laura (Dafne Keen) até Dakota do Norte, Logan se torna alvo de um grupo de mercenários liderados por Pierce (Boyd Holbrook). Sem a mesma força da juventude e com dificuldade para se regenerar, Logan precisará lutar também contra seus demônios. 

A saga X-Men é um caso curioso. São três trilogias aparentemente independentes, mas que na verdade se cruzam em vários momentos e personagens. O ponto comum entre todos os filmes é Wolverine e por uma coincidência, este “Logan” que encerra um ciclo é na minha opinião o melhor filme de toda a série. 

Mais do que as tramas apocalípticas, as cenas de ação explosivas repletas de efeitos especiais e os duelos entre heróis e vilões, este último longa é cinema puro, com um roteiro sobre frustrações, relacionamentos e redenção. O ar de decadência da história consegue unir com competência drama e violência.

Até mesmo as sequências de ação se mostram muito mais realistas do que os filmes anteriores, lógico que levando em conta que é uma ficção com personagens fora do comum. Hugh Jackman e Patrick Stewart aproveitam para eternizar seus personagens da melhor forma possível.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Jersey Boys

Jersey Boys (Jersey Boys, EUA, 2014) – Nota 7,5
Direção – Clint Eastwood
Elenco – John Lloyd Young, Vincent Piazza, Erich Bergen, Michael Lomenda, Christopher Walken, Mike Doyle, Renée Marino, Joseph Russo, Katherine Narducci, Lou Volpe.

New Jersey, anos cinquenta. Tommy DeVito (Vincent Piazza) é um ladrão pé-de-chinelo protegido pelo mafioso Gyp DeCarlo (Christopher Walken). Além dos pequenos delitos, Tommy também é guitarrista. 

Pensando em profissionalizar a carreira, Tommy e seu parceiro Nico Massi (Michael Lomenda) convidam o jovem Francis Castelucci (John Lloyd Young) para ser o vocalista da nova banda. A garoto decide mudar seu nome para Frankie Valli. 

Frankie é dono de uma voz diferenciada que chama a atenção. O grupo é fechado com a entrada do compositor e tecladista Bob Gaudio (Erich Bergen). É o início do grupo “The Four Seasons”, que faria grande sucesso nos anos sessenta. 

O diretor Clint Eastwood aproveitou o sucesso de um show da Broadway sobre a carreira do grupo para levar a história ao cinema. O roteiro segue o esquema comum das biografias de grupos ou pessoas que chegaram ao sucesso artístico. Começa pela dificuldade do início de carreira, a sorte de aparecer a chance para gravar, passando pelo sucesso, as brigas, os problemas familiares até a redenção. 

Mesmo sem grandes surpresas ou reviravoltas, a forma como Eastwood conduz a narrativa prende a atenção, auxiliado pela narração de Tommy DeVito, que conversa com o espectador olhando para câmera, além de intercalar ótimos números musicais. 

Vale citar que o protagonista John Lloyd Young foi escolhido por ser um ótimo cantor e ter a voz muita parecida com o verdadeiro Frankie Valli. Sua atuação deixa a desejar, porém a parte musical compensa a falha. É destaque ainda a presença do carismático Christopher Walken como o mafioso amigo da banda. 

Como informação, o ator Joe Pesci ("Os Bons Companheiros", "Cassino") foi a primeira pessoa que ajudou o grupo. Ele era amigo de Tommy DeVito e foi uma espécie de primeiro empresário da banda. No filme ele é interpretado por Joseph Russo. 

Finalizando, o verdadeiro Frankie Valli foi coadjuvante em alguns episódios de “A Família Soprano”.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Em Nome da Honra, Assassinato Sob Custódia & Sarafina!


Em Nome da Honra (Catch a Fire, França / Inglaterra / África do Sul / EUA, 2006) – Nota 7
Direção – Philip Noyce
Elenco – Derek Luke, Tim Robbins, Bonnie Henna, Mncedisi Shabangu, Tumisho Masha.

África do Sul, 1980. Patrick Chamusso (Derek Luke) nasceu em Moçambique e migrou ainda criança com sua família para África do Sul. Seu pai o abandonou e Patrick foi criado pela mãe. Mesmo com dificuldades pela pobreza e pelo terrível Apartheid, Patrick conseguiu emprego em uma usina e leva uma vida digna ao lado da esposa (Bonnie Henna) e das duas filhas pequenas. Quando ocorre um atentado na usina, Patrick e dois amigos são presos como suspeitos e interrogados sem piedade pelo coronel Nic Vos (Tim Robbins). O fato mudará para sempre sua vida e a forma dele encarar o mundo.

Baseado em uma história real, este longa dirigido pelo australiano Philip Noyce (“Jogos Patrióticos”, “Perigo Real e Imediato”) foca na injustiças e na opressão sofrida pela população negra na África do Sul durante os anos do Apartheid. Tratados como cidadãos de segunda categoria, as pessoas negras tinham dois caminhos a seguir. Abaixar a cabeça e rezar para não ter problema com a polícia ou revidar através de protestos e até mesmo de atentados.

Analisando como cinema, a quantidade de acontecimentos da história poderia render um filme mais longo. A parte final passa a impressão de ser um pouco corrida, assim a passagem do tempo que também é rápida. Mesmo com algumas falhas, o longa é um forte retrato de uma época de violência e injustiças na África do Sul.

Assassinato Sob Custódia (A Dry White Season, EUA, 1989) – Nota 7
Direção – Euzhan Palcy
Elenco – Donald Sutherland, Janet Suzman, Zakes Mokae, Jurgen Prochnow, Susan Sarandon, Marlon Brando, Winston Ntshona.

África do Sul, 1976. Ben du Toit (Donald Sutherland) é um professor de história que leva uma vida tranquila com a família. Quando seu jardineiro que é negro (Winston Ntshona) pede ajuda para encontrar o filho que foi preso em uma manifestação escolar, Ben acredita que procurando seus amigos poderosos conseguirá resolver a situação. Ao descobrir que o garoto está morto e que as autoridades não se importam com o que ocorreu, Ben procura o advogado especialista em causas de direitos humanos Ian McKenzie (Marlon Brando) para defender a família do jardineiro, sem imaginar as consequências. 

O regime do Apartheid que separava brancos e negros é uma terrível mancha na história da África do Sul. Além dos negros não terem direito algum, o regime também ficou marcado pela violência utilizada para conter qualquer tipo de manifestação, mesmo sendo pacífica. Uma das primeiras sequências deste longa mostra este situação ocorrida em Soweto, local que ficou marcado pela luta da população negra e pelos terríveis confrontos com a polícia nos anos setenta e oitenta. 

O protagonista vivido por Donald Sutherland e seus familiares principalmente, eram os típicos cidadãos brancos que fechavam os olhos para a situação. O roteiro mostra como tentar defender o outro lado transformou a vida da família em um inferno. A força do filme está na história que é contada de forma crua. A narrativa é um pouco irregular e as participações de Marlon Brando e Susan Sarandon são pequenas. Brando ainda se destaca nas sequências do julgamento, enquanto Sarandon é mal explorada como uma jornalista liberal. O filme é indicado para quem tem curiosidade em saber um pouco sobre o terrível Apartheid. 

Sarafina! O Som da Liberdade (Sarafina! África do Sul / Inglaterra / França / EUA, 1992) – Nota 7
Direção – Darrell James Roodt
Elenco – Whoopi Goldberg, Miriam Makeba, Leleti Khumalo, John Kani.

No auge do terrível Apartheid na África do Sul, a professora de história Mary Masembuko (Whoopi Goldberg) tenta conscientizar seus alunos negros da forma como eles são discriminados no país. A adolescente Sarafina (Leleti Khumalo), que sonha em se tornar estrela, aos poucos começa a entender a difícil situação do seu povo e também a luta de sua mãe (a cantora Miriam Makeba) em conseguir sustento para família. Ao lado de colegas de colégio, Sarafina organiza um protesto que terminará em confronto com a polícia. 

Baseado em uma peça teatral, este longa mistura drama, música e violência para mostrar como a cidade de Soweto se tornou o epicentro dos confrontos entre a população negra e a polícia durante os anos setenta e oitenta. A luta da protagonista vivida por Whoopi Goldberg também é pela libertação de Nelson Mandela, que na vida real havia saída da cadeia dois anos antes e já se preparava politicamente para tentar chegar a presidência, algo que aconteceria em 1994. A força do filme está no tema que ainda era atual na época do lançamento do longa e também nas interpretações de Goldberg e da jovem Leleti Khumalo. 

domingo, 25 de junho de 2017

A Prova

A Prova (Proof, Austrália, 1991) – Nota 6,5
Direção – Jocelyn Moorhouse
Elenco – Hugo Weaving, Russell Crowe, Genevieve Picot.

Martin (Hugo Weaving) nasceu sem visão e mesmo assim, anda criança sua mãe o presenteou com uma máquina fotográfica. Adulto, Martin continua a fotografar tudo ao seu redor, mesmo se ver absolutamente nada. Ele mantém também uma estranha relação com sua empregada doméstica Celia (Genevieve Picot). 

O acaso leva Martin a conhecer Andy (Russell Crowe), que trabalha em um restaurante. Eles criam um laço de amizade, com Andy explicando para Martin o conteúdo de suas fotos, como se fosse um tradutor de imagens. A partir daí, inicia-se um complicado triângulo entre Martin, Andy e Celia. 

Na época do lançamento, este longa ganhou um ar de cult e fez com que muitos críticos acreditassem que a australiana Jocelyn Moorhouse se tornaria uma grande diretora. O tempo passou e a diretora não vingou, mesmo tendo comandado alguns filmes americanos. 

Além disso, o tempo também mostrou que apesar de inusitado, o filme não era tão bom assim. A narrativa apresenta alguns tempos mortos e flashbacks estranhos que tentam explicar os traumas do protagonista. 

Os destaques ficam para os então desconhecidos Hugo Weaving e Russell Crowe, que tiveram as portas de Hollywood abertas após este trabalho. 

sábado, 24 de junho de 2017

Vida

Vida (Life, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Daniel Espinosa
Elenco – Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson, Ryan Reynolds, Hiroyuki Sanada, Olga Dihovichnaya, Ariyon Bakare.

Um grupo de cientistas em uma estação espacial internacional consegue capturar um ser microscópico que comprova existir vida em Marte. 

A alegria pela descoberta dura pouco. Os cientistas percebem que o organismo vivo cresce rapidamente. O vacilo de um dos cientistas faz com que a espécime escape e se torne um perigo para vida dos astronautas e também das pessoas na Terra. 

Ao mesmo tempo em que a ótima produção, o competente elenco e a boa narrativa são pontos positivos, não dá para deixar de lado a grande semelhança com o clássico “Alien – O Oitavo Passageiro”. 

As ideias do clássico de Ridley Scott foram recicladas em um novo roteiro, que tenta explorar ainda o filão de sucessos do gênero dos últimos anos, como “Gravidade” e “Perdido em Marte”. Este novo longa fica abaixo na comparação com os filmes citados, mas está longe de ser ruim. 

O roteiro ainda entrega uma pequena reviravolta no final que poderia render até mesmo uma continuação. 

Diversão indicada para quem gosta do gênero.  

sexta-feira, 23 de junho de 2017

X+Y

X+Y (X+Y, Inglaterra, 2014) – Nota 8
Direção – Morgan Matthews
Elenco – Asa Butterfield, Rafe Spall, Sally Hawkins, Eddie Marsan, Jo Yang, Martin McCann, Jake Davies, Alex Lawther, Alexa Davies.

Desde criança, Nathan Ellis (Asa Butterfield) demonstra uma incrível facilidade em aprender matemática e uma tremenda dificuldade em se relacionar com as pessoas, fato potencializado após a morte do pai.

Ao perceber que o filho tem um talento especial, a mãe (Sally Hawkins) procura um colégio melhor. Nathan se torna aluno de Martin Humprheys (Rafe Spall), que também foi uma criança prodígio em matemática, mas que não decolou na carreira por causa de uma grave doença e também pelos seus próprios erros.

Durante alguns anos, Martin prepara Nathan para participar de famosa Olimpíada de Matemática, que terá uma fase de preparação na China. A viagem para o país estranho e o relacionamento com outros jovens prodígios mudará para sempre a vida de Nathan.

Este simpático drama vai além da tramas comuns sobre jovens nerds. A dificuldade em se relacionar, os maneirismos de quem vê o mundo com outros olhos e a pressão para desenvolver todo seu potencial são obstáculos quase intransponíveis para estes jovens encontrarem a felicidade nas coisas simples da vida.

O protagonista vivido pelo garoto Asa Butterfield (“A Invenção de Hugo Cabret”) é quase uma versão mirim do matemátiva interpretado por Russell Crowe em “Uma Mente Brilhante’. Nos dois casos, a mente dos personagens funciona de uma forma extremamente racional. Quando as emoções entram em cena, a vida vira de ponta-cabeça.

Os vários adolescentes que passam pela tela entregam boa atuações, assim como os sempre competentes Sally Hawkins e Eddie Marsan, este último interpretando o professor que comanda a equipe inglesa de matemática. 

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Tempo Limite & Tempo Esgotado


Tempo Limite (Term Life, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Peter Billingsley
Elenco – Vince Vaughn, Hailee Steinfeld, Bill Paxton, Jonathan Banks, Jordi Molla, Terrence Howard, Shea Whigham, Jon Favreau, William Levy, Mike Epps, Taraji P. Henson, Cain Velasquez, Annabeth Gish.

Nick Narrow (Vince Vaughn) é um picareta especializado em planejar assaltos e vender os planos para quadrilhas. Um destes planos resulta na morte dos assaltantes, que se tornam vítimas de policiais corruptos liderados por Joe Keenan (Bill Paxton). A situação de Nick se torna de vida ou morte, pois um dos ladrões mortos era filho de um chefão de drogas mexicano (Jordi Molla). Nick precisa correr para se salvar e também proteger a filha adolescente (Hailee Steinfeld), de quem ele estava afastado.

Baseado numa pouco conhecida graphic novel, este longa policial ganha pontos pelo bom ritmo da narrativa, por algumas cenas de ação interessantes e pela narração cínica do protagonista vivido por Vince Vaughn. Por outro lado, o roteiro é repleto de clichês e com exceção de pai e filha, os demais personagens são mal desenvolvidos, inclusive o policial vivido por Bill Paxton.

É um filme policial básico, daqueles que prendem a atenção, mas que são esquecidos rapidamente após o final da sessão.

Tempo Esgotado (Nick of Time, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – John Badham
Elenco – Johnny Depp, Christopher Walken, Charles S. Dutton, Peter Strauss, Roma Maffia, Marsha Mason, Bill Smitrovich, Gloria Reuben, G. D. Spradlin, Yul Vazquez, Courtney Chase.

Ao voltar do enterro da ex-esposa, Gene Watson (Johnny Depp) é atacado por estranhos e tem sua filha de seis anos sequestrada. De forma inusitada, os sequestradores deixam uma arma e uma fotografia. Logo, Gene entende que para salvar sua filha será necessário assassinar a pessoa da foto, que é ninguém menos que a governadora da Califórnia (Marsha Mason). Ele tem apenas uma hora e meia para descobrir quem sequestrou sua filha, senão será obrigado a cometer o crime. 

Há mais de vinte anos comandando apenas seriados, poucos lembram que o diretor John Badham é responsável por divertidos sucessos dos anos setenta e oitenta. Ele comandou o clássico “Os Embalos de Sábado a Noite” e longas policiais como “Tocaia” e “Alta Tensão”. Aqui, Badham imprime um ritmo agitado com o personagem de John Depp correndo por Los Angeles em busca da filha. As boas cenas de ação seguram o filme que explora uma interessante trama de conspiração. 

Os destaques ficam para Johnny Depp em um papel de pessoa comum, diferente dos personagens excêntricos que está acostumado a interpretar e para o sempre marcante Christopher Walken como o vilão por trás da conspiração.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

A Grande Muralha

A Grande Muralha (The Great Wall, EUA / China / Hong Kong / Austrália / Canadá, 2016) – Nota 5,5
Direção – Zhang Yimou
Elenco – Matt Damon, Pedro Pascal, Tian Jing, Willem Dafoe, Andy Lau, Hanyu Zhang. Han Lu.

Um grupo de mercenários viaja pelo oriente à procura de pólvora, a grande descoberta da época. Após serem atacados por outro grupo e em seguida por uma criatura desconhecida, apenas William (Matt Damon) e Tovar (Pedro Pascal) sobrevivem. 

Eles chegam até a grande muralha da China e se tornam prisioneiros do exército chinês, que por sua vez aguarda o ataque das mesmas criaturas que mataram os parceiros dos mercenários. O destino e a vontade de sobreviver fazem com que William e Tovar se unam ao chineses para defender a muralha. 

Esta superprodução hollywoodiana tem uma premissa simples e até interessante ao colocar mercenários em busca da pólvora, descoberta que mudou a forma de guerrear na época. Os problemas surgem com a escolha de transformar o filme em uma ficção apoiada apenas nos efeitos especiais. Os diálogos são ruins, assim como as interpretações e o previsível desenrolar da trama. 

Além disso, a forma como é apresentado o exército chinês é um enorme exagero. Desde que aparece na tela pela primeira vez, o exército é mostrado como se estivesse numa parada militar, com todos em posição de ataque com uniformes coloridos e impecáveis, inclusive as mulheres que parecem terem saído de um salão de beleza. As traquitanas utilizadas nas cenas de ação são armas antigas com visual futurista. 

É mais um filme que mistura cinema com game, sendo mais indicado para a nova geração que muitas vezes prefere tecnologia ao invés de história e interpretações.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Uma Caminhada na Floresta

Uma Caminhada na Floresta (A Walk in the Woods, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Ken Kwapis
Elenco – Robert Redford, Nick Nolte, Emma Thompson, Mary Steenburgen, Nick Offerman, Kristen Schaal, R. Keith Harris.

Bill Bryson (Robert Redford) é uma famoso escritor especializado em livros sobre viagens. Após uma entrevista em um programa qualquer, ao ser questionado porque nunca escreveu sobre lugares nos Estados Unidos, Bryson decide percorrer a pé a Appalachian Trail que atravessa o oeste americano por mais de 3500 km. 

Sua esposa (Emma Thompson) considera uma loucura, mas aceita a ideia do marido apenas se ele encontrar alguém para viajar junto. Após ser ridicularizado por amigos por causa da ideia, Bryson recebe um telefonema de Stephen Katz (Nick Nolte), um amigo de viagens e bebedeiras da juventude, que se convida para a aventura. 

Este simpático longa sobre amizade e desafios da terceira idade é uma adaptação de um livro autobiográfico do verdadeiro Bill Bryson, que nos anos noventa percorreu a trilha e relatou a aventura. 

A maior diferença entre a história real e o filme é a diferença de idade. O verdadeiro Bryson estava na casa dos quarenta e poucos anos, enquanto Redford beira os oitenta. Ao mesmo tempo em que levando em conta a idade verdadeira de Redford  e também de Nick Nolte a história fique absurda, por outro lado, o mesmo fato cria possibilidades para o roteiro brincar com a situação através de diálogos irônicos e das dificuldades próprias da idade. 

Por sinal, a química entre Redford e Nolte é um dos pontos altos. Outro destaque são as belas paisagens naturais da trilha. Vale citar que Redford comprou os direitos do livro ainda nos anos noventa e planejava levar a história para o cinema com Paul Newman ao seu lado, reeditando a dupla de sucesso de “Butch Cassidy” e “Golpe de Mestre”. Infelizmente o plano não saiu do papel enquanto Newman estava vivo. 

É um filme simples e despretensioso, uma verdadeira sessão da tarde.    

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O Mago das Mentiras

O Mago das Mentiras (The Wizard of Lies, EUA, 2017) – Nota 8
Direção – Barry Levinson
Elenco – Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Alessandro Nivola, Nathan Darrow, Hank Azaria, Kristen Connolly, Lily Rabe, Michael Kostroff, Steve Coulter.

Dezembro de 2008. O megainvestidor Bernie Maddof (Robert De Niro) vê seu império ruir com a crise financeira consequência da explosão da chamada “Bolha Imobiliária”. Seus investidores começaram a sacar o dinheiro do fundo e a verdade veio à tona. 

Em paralelo com a companhia de seguros que seus filhos (Alessandro Nivola e Nathan Darrow) administravam de forma correta, Bernie comandava uma empresa fantasma de investimentos que utilizava um esquema de pirâmide. Bernie arrecadava dinheiro com novos investidores e pagava os antigos com o mesmo dinheiro. Sua fama de fazer todo investimento lucrar chamava novos investidores e por este motivo o esquema durou quinze anos até desmoronar em 2008. 

Baseado na história real da maior fraude da história do sistema financeiro americano, este longa dirigido por Barry Levinson e produzido para a HBO por seu parceiro Tom Fontana, responsáveis por ótimas séries como “Oz – A Vida É Uma Prisão” e “Homicide: Life on the Street”, vai além dos detalhes sobre o crime. 

O foco principal é mostrar como a revelação do esquema destruiu a família de Maddof. Seus filhos e sua esposa (Michelle Pfeiffer) não imaginavam que o pai era capaz de algo assim e muito menos que a vida deles se transformaria em um inferno, assim como ocorreu com centenas de pessoas que sofreram prejuízos financeiros com o golpe, sendo que muitos perderam todas as suas economias. 

No elenco são três destaques. O principal vai para Robert De Niro, que depois de muito tempo tem a chance de interpretar um papel complexo e não decepciona. Suas explicações para o crime que cometeu e sua frieza em vários momentos criam um protagonista assustador pela falta de empatia e pelo egoísmo. 

A competente Michelle Pfeiffer, ainda belíssima com quase sessenta anos de idade, volta a interpretar a esposa de Robert De Niro assim como fez em “A Família” de 2013, seu último filme antes deste. O terceiro destaque vai para Hank Azaria. Com uma carreira voltada para comédia, inclusive sendo um dos dubladores de “Os Simpsons”, Azaria tem aqui a chance de brilhar ao interpretar o braço-direito de Maddof na empresa fantasma. Falastrão, cínico e canalha, seu personagem rouba as cenas em que aparece. 

Sei que é um tema que não agrada ao público em geral, mas por outro lado, a história é muito parecida com o que está ocorrendo no nosso país nos dias atuais. A empresa fraudulenta dentro da empresa verdadeira é algo idêntico ao que ocorreu com uma grande construtora por aqui, a diferença é que nos EUA Maddof foi condenado a cento e cinquenta e anos de cadeia e todos os seu bens foram confiscados, enquanto por aqui muitos que enriqueceram de forma ilícita ainda estão soltos ou cumpriram míseros dois, três anos de pena. 

domingo, 18 de junho de 2017

A Nona Vida de Louis Drax

A Nona Vida de Louis Drax (The 9th Life of Louis Drax, Inglaterra / Canadá / EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Alexandre Aja
Elenco – Jamie Dornan, Sarah Gadon, Aaron Paul, Aiden Longworth, Oliver Platt, Molly Parker, Terry Chen, Julian Wadham.

Ao completar nove anos de idade, Louis Drax (Aiden Longworth) despenca de um penhasco para dentro mar. Ele é resgatado e milagrosamente sobrevive, mesmo entrando em coma. 

Narrado pelo próprio Louis, descobrimos que em outras oitos vezes ele passou perto da morte. Sua mãe (Sarah Gadon) alega que desta vez seu ex-marido (Aaron Paul), que está desaparecido, foi quem jogou Louis no mar. 

O médico (Jamie Dornan) que trata de Louis acredita na teoria de que pessoas em coma possam se comunicar com quem estiver próximo. O médico termina também por ser envolver com a mãe do garoto. 

O roteiro que mistura drama, policial e fantasia foi escrito pelo ator Max Minghella (“A Rede Social”), que se baseou em um livro. Foi o primeiro roteiro escrito pelo ator, que este ano deverá estrear também como diretor levando às telas um novo roteiro dele mesmo. 

O ponto alto deste longa é a fluidez da narrativa, muito por causa da interpretação do garoto Aiden Longworth. Seu personagem tem ao mesmo tempo a ingenuidade de uma criança nas pequenas atitudes com a família e também a língua ferina de um adulto que solta verdades doloridas para quem está ao lado. 

As cenas de fantasia também são outro ponto alto. Estas sequências são criadas para ilustrar os pensamentos do garoto enquanto está em coma. Por trás destes detalhes, a história é simples. Não é difícil entender o caráter dos personagens e também o que realmente aconteceu no penhasco, fato que é revelado próximo do final.  

Finalizando, o diretor Alexandra Aja é especialista em filmes de terror e suspense. Este trabalho é uma mudança de foco na carreira do diretor. 

sábado, 17 de junho de 2017

Versões de um Crime

Versões de um Crime (The Whole Truth, EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Courtney Hunt
Elenco – Keanu Reeves, Renee Zellweger, Gugu Mbatha Raw, Gabriel Basso, James Belushi, Jim Klock.

O advogado milionário Boone (James Belushi) é assassinado dentro de casa. Seu filho Mike (Gabriel Basso) confessa o crime. Para defender o jovem, a mãe Loretta (Renee Zellweger) contrata o amigo da família Ramsey (Keanu Reeves). 

O julgamento começa e Ramsey não sabe como defender seu cliente, pois Mike se nega a conversar. Resta ao advogado tentar descobrir se as testemunhas estão mentindo e utilizar seus depoimentos para salvar Mike. Para isso, Ramsey tem o auxílio de uma jovem advogada (Gugu Mbatha Raw). 

O ponto principal deste interessante drama que se passa praticamente todo no tribunal é o roteiro escrito por Nicholas Kazan, filho do falecido diretor Elia Kazan. Nicholas explora a ideia de que todos mentem para defender seus interesses. Esta situação é exposta em cada depoimento. Enquanto a testemunha conta sua versão, em flashbacks vemos a situação verdadeira. Mesmo com o roteiro deixando pistas sobre como realmente ocorreu o crime, o final se mostra surpreendente. 

Quem gosta de filmes de tribunal e não se importar com a habitual interpretação robotizada de Keanu Reeves e nem com a voz irritante de Renee Zellweger, vai encontrar aqui um bom passatempo.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

8MM & Morte ao Vivo


8MM – Oito Milímetros (8MM, Alemanha / EUA, 1999) – Nota 7,5
Direção – Joel Schumacher
Elenco – Nicolas Cage, Joaquin Phoenix, James Gandolfini, Peter Stormare, Anthony Heald, Catherine Keener, Chris Bauer, Amy Morton.

Após a morte do marido, que era um velho milionário, sua esposa também idosa encontra um filme em 8MM que mostra uma jovem sendo torturada e morta por um sujeito mascarado. Angustiada em saber se o vídeo é verdadeiro, a velha senhora contrata o detetive particular Tom Welles (Nicolas Cage) para investigar o caso. 

Seguindo a pista de jovens desaparecidas, Welles é levado até Hollywood e cruza o caminho de um balconista de videolocadora (Joaquin Phoenix) que tem contatos na indústria pornográfica. O rapaz o apresenta a um produtor de filmes pornô (James Gandolfini), que por sua vez o leva a conhecer o estranho diretor Dino Velvet (Peter Stormare), que pode estar ligado a produção da fita. 

O roteiro deste polêmico longa tenta criar uma linha tênue entre o cinema pornô e os terríveis snuff movies, estes últimos que muitos acreditam ser apenas uma lenda urbana. A trama não chega a se aprofundar no tema da produção dos snuff movies, resultando muito mais em um filme de suspense e violência. 

O longa não teve boa recepção da crítica muito por causa dos nomes de Joel Schumacher e de Nicolas Cage, porém o filme é competente em sua proposta, com uma narrativa que prende a atenção e bons momentos de suspense. 

Mesmo com bons filmes no currículo como “Um Dia de Fúria” e “Os Garotos Perdidos”, Joel Schumacher carregará para sempre os fracassos dos dois Batmans. O astro Nicolas Cage estava no auge da carreira na época, protagonizando filmes muito melhores dos que as bombas que tem trabalhado nos últimos anos.

Morte ao Vivo (Tesis, Espanha, 1996) – Nota 7,5
Direção – Alejandro Amenabar
Elenco – Ana Torrent, Fele Martinez, Eduardo Noriega, Xabier Elorriaga, Miguel Picazo.

Angela (Ana Torrent) é uma aluna de jornalismo em uma universidade em Madrid. Ao procurar seu professor de mestrado, ela o encontro morto em uma sala de vídeo. O homem passou mal e faleceu ao assistir uma estranha fita de vídeo. 

Curiosa, Angela rouba fita e descobre que o conteúdo é um “snuff movie”. Angela pede auxílio a um estranho aluno chamado Chema (Fele Martinez), especialista em filmes de violentos, que rapidamente identifica a moça assassinada no filme como uma aluna que estava desaparecida há algum tempo. Ao invés de acionar a polícia, a dupla decide investigar por conta própria. 

Este competente suspense marcou a estreia na direção do chileno Alejandro Amenabar (“Os Outros”, “Regressão”). Os pontos positivos do longa são o clima de suspense potencializado por algumas sequências dentro dos porões da universidade e o bom roteiro que até próximo ao final deixa dúvidas quanto ao verdadeiro psicopata. 

Como curiosidade, Ana Torrent, a protagonista assustada, é atriz desde criança, tendo trabalhado com Carlos Saura no clássico espanhol “Cria Cuervos” quando tinha apenas dez anos de idade.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Entre a Vida e a Morte

Entre a Vida e a Morte (The Lazarus Project, EUA / Canadá / Inglaterra, 2008) – Nota 6
Direção – John Patrick Glenn
Elenco – Paul Walker, Piper Perabo, Bob Gunton, Lambert Wilson, Linda Cardellini, Tony Curran, Shawn Hatosy, Malcolm Goodwin, Brooklyn Proulx.

Ben Garvey (Paul Walker) é um ex-detento que retomou a vida normal ao lado da esposa (Piper Perabo) e da filha pequena (Brooklyn Proulx). A chegada do irmão que saiu da cadeia (Shawn Hatosy) e uma inesperada demissão levam Ben de volta ao crime. 

Para não entregar muito da história, pulo direto para a segunda parte do longa que se passa num local isolado, onde Ben tem a chance de recomeçar a vida. O problema é que ele não sabe como chegou naquele local e seu real desejo é voltar para família. 

Este estranho longa começa com uma trama policial, insere pitadas de drama e depois se transforma numa ficção que tenta esconder a explicação até perto do final. O cinéfilo acostumado ao gênero descobrirá esta surpresa na metade da história, sem contar que o título original é quase uma explicação completa para a trama. 

O filme perde pontos também pela narrativa irregular e por algumas sequências que deveriam ser tensas e que na realidade não passam emoção alguma. 

É um filme típico do Supercine, daqueles que esquecemos rapidamente. 

quarta-feira, 14 de junho de 2017

O Invencível

O Invencível (Champion, EUA, 1949) – Nota 7,5 
Direção – Mark Robson
Elenco – Kirk Douglas, Arthur Kennedy, Marilyn Maxwell, Paul Stewart, Ruth Roman, Lola Albright.

Os irmãos Midge (Kirk Douglas) e Connie (Arthur Kennedy) viajam de carona de Chicago até Los Angeles acreditando terem comprado uma parte de um lanchonete. Ao chegarem no local, descobrem que foram enganados e acabam aceitando trabalhar no estabelecimento. 

O ambicioso Midge tem o objetivo de ganhar dinheiro a qualquer custo. Seu temperamento explosivo chama a atenção de um empresário de boxe (Paul Stewart). Midge então decide se tornar lutador profissional. 

O roteiro escrito por Carl Foreman foca na saga enfrentada por Midge até se tornar campeão mundial, detalhando os obstáculos e também as pessoas que ele vai usando e abandonando pelo caminho, inclusive mulheres. 

É basicamente uma filme sobre ambição, em que o protagonista não mede esforços para chegar ao topo, sempre colocando o dinheiro e o poder em primeiro lugar. 

Este é também um dos primeiros filmes a mostrar os bastidores sujos do boxe, com empresários negociando resultados de lutas e tratando os boxeadores como descartáveis. 

O astro Kirk Douglas teve aqui sua primeira e merecida indicação ao Oscar. 

Mesmo sendo uma história que hoje parece repetitiva, pois já vimos muitos filmes semelhantes produzidos posteriormente, não se pode negar a força dramática deste longa.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Fique Comigo

Fique Comigo (Asphalte, França, 2015) – Nota 7
Direção – Samuel Benchetrit
Elenco – Isabelle Huppert, Michael Pitt, Gustave Kervern, Valeria Bruni Tedeschi, Jules Benchetrit, Tassadit Mandi.

Um velho edifício na periferia de Paris é o local de três histórias. A mais sensível foca num sujeito solitário (Gustave Kerven) que após um incidente se vê preso numa cadeira de rodas. Ele tenta retomar a vida ao conhecer por acaso uma insegura enfermeira (Valeria Bruni Tedeschi). 

Na segunda história, um jovem (Jules Benchetrit) cria um laço de amizade com sua nova vizinha (Isabelle Huppert), uma veterana atriz frustrada com a carreira. 

A terceira trama é surreal. Um astronauta americano (Michael Pitt) pousa com seu módulo espacial no topo do edifício. Sem saber onde está, ele pede abrigo a uma moradora de origem árabe (Tassadit Mandi). A simpática senhora acolhe o estranho como seu fosse um filho. 

O roteiro escrito pelo diretor Samuel Benchetrit foca em temas contemporâneos de uma forma inusitada. Nas três histórias, o aparente absurdo das situações esconde um enfoque sensível sobre a solidão, as frustrações da meia-idade e até as diferenças entre árabes e americanos. 

Não espere soluções profundas ou emoções fortes, a proposta é abordar estes temas em meio a vida de pessoas comuns, inclusive do astronauta. Por mais que seja uma profissão incomum, o diálogo entre ele e a senhora árabe em frente a tv ao assistir uma novela é de uma simplicidade sensacional.   

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Hannah Arendt

Hannah Arendt (Hannah Arendt, Alemanha / Luxemburgo / França / Israel, 2012) – Nota 7,5
Direção – Margarethe von Trotta
Elenco – Barbara Sukowa, Axel Milberg, Janet McTeer, Julia Jentsch.

Em 1961, o Mossad, serviço secreto israelense, sequestrou o criminoso nazista Adolf Eichmann na Argentina e o levou para ser julgado em Israel. 

A famosa escritora judia e alemã Hannah Arendt (Barbara Sukowa), que vivia em Nova York e que fugiu com o marido de um campo de concentração na França durante a guerra, decide ir até Israel como correspondente de um jornal para acompanhar o julgamento. O objetivo de Hannah é entender porque uma pessoa seria capaz de cometer crimes terríveis como os praticados pelos nazistas. 

Durante o julgamento, Hannah se surpreende ao perceber que Eichmann era apenas um burocrata medíocre que seguia ordens do alto comando nazista, bem diferente do monstro que imaginava encontrar. Após escrever sobre o assunto em uma série de artigos, Hannah é bombardeada de críticas pela comunidade judaica. 

Baseado numa história real, este longa toca em um ponto extremamente polêmico. A princípio, as pessoas consideram a intolerância algo terrível, porém a maioria acaba se mostrando intolerante em algum momento da vida para defender suas ideias. 

Hannah Arendt entendeu rapidamente que muitos nazistas na verdade eram pessoas medíocres que apenas seguiam ordens com medo de perderem privilégios ou serem castigados, até mesmo com prisão e morte, fato que ela chamou de “A Banalidade do Mal”. 

Ao constatar este fato em público, a intolerância mudou de lado e os próprios judeus mostraram o preconceito contra alguém que “pensou fora da caixa” e que fugiu da mesmice do pensamento corporativista. 

Até sua morte em 1975, a escritora Hannah Arendt voltou várias vezes ao tema da “banalidade do mal” em seus livros.

domingo, 11 de junho de 2017

Quem Bate à Minha Porta?

Quem Bate à Minha Porta? (I Call First ou Who’s That Knocking at My Door?, EUA, 1967) – Nota 7
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Harvey Keitel, Zina Bethune, Lennard Kuras, Michael Scala.

J. R. (Harvey Keitel) é um jovem desempregado descendente de italianos que passa os dias em companhia dos amigos, principalmente de Joey (Lennard Kuras) e Sally Gaga (Michael Scala). 

Ele cruza o caminho de uma jovem (Zina Bethune), por quem se apaixona e inicia um namoro. Quando a garota resolve contar um segredo para J. R., como forma de confiança na relação, as coisas não resultam como ela imaginava. 

Este longa marcou a estreia na direção do grande Martin Scorsese, que aqui já utilizava elementos que seriam comuns em seus trabalhos posteriores. A vida de jovens italianos no Brooklyn remete a sua própria experiência de vida, assim como a importância da religião e da sexualidade. 

O ponto mais importante do longa, que com certeza foi mais contundente na época do lançamento, era a discussão sobre a virgindade das mulheres em contraste com a liberdade sexual dos homens. O roteiro insere ainda a questão das crenças religiosas do protagonista, outro ponto de contradição com suas atitudes. 

Vale destacar Harvey Keitel ainda bem jovem e as cenas pelas ruas de Nova York. 

sábado, 10 de junho de 2017

Antes de Dormir

Antes de Dormir (Before I Go To Sleep, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Rowan Joffe
Elenco – Nicole Kidman, Colin Firth, Mark Strong, Anne Marie Douff.

Todas as manhãs ao acordar, Christine (Nicole Kidman) não lembra absolutamente nada sobre seus últimos vinte anos de vida. Seu marido Ben (Colin Firth) explica repetidamente que ela sofreu um acidente que resultou na perda da memória. 

Em paralelo, um psiquiatra (Mark Strong) passa a tratar de Christine sem que Ben saiba. Todos os dias ele entra em contato com Christine pelo telefone para explicar a relação entre eles e a incentiva a gravar suas memórias. Aos poucos, Christine percebe que Ben nem sempre conta a verdade, situação que faz com ela passe a desconfiar do marido. 

A premissa da personagem sem memória já foi explorada um sem número de vezes no cinema. Como é hábito no gênero, o segredo é revelado através de uma reviravolta na parte final, mantendo até então um certo interesse, principalmente pelo clima de tristeza pontuado por uma estranha trilha sonora e reforçado pela atormentada protagonista vivida por Nicole Kidman. 

Mesmo com a reviravolta citada, o roteiro é não é dos melhores. Não demora para descobrir quem é o vilão. Algumas explicações também não convencem, além da melodramática cena final. 

Como informação, o diretor Rowan Joffe é filho do também diretor e roteirista Roland Joffé, famoso nos anos oitenta por filmes como “A Missão” e “Os Gritos do Silêncio”.   

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Chamada de Emergência

Chamada de Emergência (The Call, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Brad Anderson
Elenco – Halle Berry, Abigail Breslin, Morris Chestnut, Michael Eklund, David Otunga, Michael Imperioli, Justina Machado, Roma Maffia, Jose Zuniga.

Jordan (Halle Berry) é uma atendente do serviço de emergências por telefone. Profissional treinada, ela fica abalada quando um pequeno erro resulta no assassinato de uma adolescente. 

Meses depois, outra adolescente (Abigail Breslin) é sequestrada e trancada no porta-malas de um carro. Ela consegue contato com a emergência e Jordan se vê novamente com um caso de vida ou morte. Enquanto avisa os policiais para iniciarem a busca, Jordan precisa manter a calma para também acalmar a garota e conseguir informações que possam ajudar a descobrir seu paradeiro. 

Explorando um premissa que lembra o suspense “Celular – Um Grito de Socorro" produzido em 2004, este longa prende a atenção com competência até próximo ao final, que infelizmente se rende aos clichês do gênero. 

Durante três quartos do filme, a narrativa ágil e a criatividade da perseguição ao sequestrador prendem o espectador em frente a tela. A forma como a personagem de Halle Berry enfrenta seu medo de errar novamente ajuda no clima de suspense e desespero. 

A escolha do roteirista e provavelmente dos produtores em levar a protagonista para o meio da ação na parte final do longa se mostra um grande erro. A trama que até então era aceitável, se torna inverossímil e até ingênua. 

É uma pena, faltou coragem para criar um final menos fantasioso. 

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Lovelace

Lovelace (Lovelace, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Rob Epstein & Jeffrey Friedman
Elenco – Amanda Seyfried, Peter Sarsgaard, Sharon Stone, Robert Patrick, Juno Temple, Chris Noth, Bobby Cannavale, Hank Azaria, Adam Brody, Chloe Sevigny, James Franco, Debi Mazar, Wes Bentley, Eric Roberts.

No início dos anos setenta, a jovem Linda Boreman (Amanda Seyfried) se envolve e termina casando com Chuck Traynor (Peter Sarsgaard), um sujeito bem mais velho. A garota que desejava sair de casa para ser livre longe dos pais, descobre que se casou com um sujeito violento e aproveitador.

Tendo contatos na indústria pornô, Chuck apresenta a esposa para alguns produtores que bancam a estreia da garota no longa que se tornaria um clássico do gênero, o polêmico “Garganta Profunda”. 

Este longa é baseado no livro escrito pela própria atriz, que após ficar famosa e tomar coragem, se separou de Chuck e detalhou todo o sofrimento que passou durante o casamento. 

Muitos nem sabem que “Garganta Profunda” foi o único trabalho de Linda no cinema pornô. Seu sonho era se tornar atriz fora do universo pornô, fato que não ocorreu. 

Mesmo a história sendo interessante por mostrar o lado oculto da vida da protagonista, o longa perde pontos por ser um pouco confuso na passagem no tempo e por inserir uma reviravolta estranha no meio da trama em relação aos abusos sofridos pela jovem. 

A presença do personagem de Chris Noth também é mal explicada, aparentemente ele seria um mafioso que investia no cinema pornô. Amanda Seyfried não compromete no papel principal, porém os destaques ficam para Peter Sarsgaard como os asqueroso Chuck Traynor e para uma envelhecida Sharon Stone como a mãe moralista da protagonista. 

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Revolução em Dagenham

Revolução de Dagenham (Made in Dagenham, Inglaterra, 2010) – Nota 7,5
Direção – Nigel Cole
Elenco – Sally Hawkins, Bob Hoskins, Miranda Richardson, Daniel Mays, Geraldine James, Jaime Winstone, Andrea Riseborough.

Dagenham, Inglaterra, 1968. Entre as centenas de funcionários da fábrica da Ford na cidade, apenas 187 eram mulheres que trabalhavam no setor de costura dos bancos para os carros. Recebendo metade do salário dos homens e em condições de trabalho precárias, elas aguardavam resposta da empresa para suas reivindicações. 

O destino faz com que Rita O’Grady (Sally Hawkins), mulher casada e mãe de dois filhos, sem experiência alguma como sindicalista, se torne a líder destas trabalhadoras e comande uma greve que mudaria a forma como as empresas tratavam as mulheres no Reino Unido. 

Baseado em uma história real, este interessante longa foge do clichê atual da vitimização das mulheres e mostra como a força de grupo pode mudar uma situação para melhor, desde que seja comandado por pessoas honestas. 

O roteiro detalha como a protagonista agarrou a chance e mostrou coragem para enfrentar uma situação complicadíssima. O roteiro também é crítico ao mostrar as atitudes desonestas do sindicato e da empresa, que defendiam interesses próprios, deixando claro que o trabalhador comum era apenas um peão em meio a situação. 

Vale destacar mais uma ótima atuação da inglesa Sally Hawkins, que concorreu ao Oscar de Coadjuvante por “Blue Jasmine” e que ganhou vários prêmios pelo simpático “Simplesmente Feliz”. Com seu belo sorriso e seu jeito espontâneo de encarnar personagens comuns, Sally Hawkins é uma das minhas atrizes favoritas. 

terça-feira, 6 de junho de 2017

As Palavras

As Palavras (The Words, EUA, 2012) – Nota 7
Direção – Brian Klugman & Lee Sternthal
Elenco – Bradley Cooper, Dennis Quaid, Jeremy Irons, Zoe Saldana, Olivia Wilde, Ben Barnes, Nora Arnezeder, J. K. Simmons, Zeljko Ivanek, Ron Rifkin, John Hannah, Michael McKean.

O famoso escritor Clay Hammond (Dennis Quaid) lê para uma plateia de fãs parte de seu novo livro de ficção que conta a vida de Rory Jansen (Bradley Cooper), um aspirante a escritor. 

O livro de Clay detalha a vida de Rory e sua esposa Dora (Zoe Saldana) desde que se casaram, passando pelas dificuldades em realizar seu sonho, até a conquista do sucesso através de um livro escrito de forma totalmente inusitada e que conta a história de amor de um casal (Ben Barnes e Nora Arzeneder) em Paris após a Segunda Guerra Mundial. No meio da história, surge um personagem importantíssimo interpretado por Jeremy Irons. 

Muitas vezes o cinema aborda histórias sobre o próprio cinema no estilo “filme dentro do filme”. O roteiro aqui foca em um “livro dentro de outro livro”. A vida do escritor interpretado por Dennis Quaid se confunde com a do protagonista de seu livro vivido por Bradley Cooper e também com o jovem americano em Paris de Ben Barnes. 

O roteiro não chega a ter grande surpresas, as histórias beiram o previsível, mesmo com um final que pode deixar dúvidas em alguns espectadores. A narrativa tenta reforçar as cenas emotivas através de uma trilha sonora dramática, deixando o longa com ar de filme antigo em alguns momentos. 

É um filme voltado para os fãs de dramas românticos e de literatura.  

segunda-feira, 5 de junho de 2017

A Vida Marinha com Steve Zissou

A Vida Marinha com Steve Zissou (The Life Aquatic with Steve Zissou, EUA, 2004) – Nota 7
Direção – Wes Anderson
Elenco – Bill Murray, Owen Wilson, Cate Blanchett, Anjelica Huston, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Michael Gambon, Noah Taylor, Bud Cort, Seu Jorge, Robyn Cohen, Waris Ahluwalia, Matthew Gay Gubler, Seymour Cassel.

Após perder o grande parceiro de trabalho devorado por um estranho tubarão jaguar, o explorador marinho Steve Zissou (Bill Murray) volta ao mar com sua tripulação em busca de vingança. A expedição é retratada em um documentário. 

Ao mesmo tempo, Steve descobre um filho de um relacionamento antigo (Owen Wilson), que se junta ao grupo e ainda precisa lidar com a esposa (Anjelica Huston) que ameaça o abandonar. 

O diretor Wes Anderson utilizou como inspiração o trabalho do oceanógrafo e documentarista francês Jacques Costeau para criar uma obra de ficção com seu estilo particular. 

A história não chega a empolgar. A relação do protagonista com o filho, com a esposa e com os tripulantes é superficial. Os destaque fica para a belíssima produção, fato habitual nos trabalhos do diretor. 

A reconstituição do navio lembra uma casa de bonecas sem as paredes, onde vemos todos os compartimentos em cores vivas e repletos de traquitanas que parecem brinquedos. É um filme em que o visual supera história e personagens. 

Vale citar ainda a participação de Seu Jorge como um dos tripulantes do navio, cantando em algumas sequências versões de músicas de David Bowie em português. 

É uma obra indicada para quem gosta do estilo de Wes Anderson.

domingo, 4 de junho de 2017

Corpos em Movimento & Um Casal Mais Que Perfeito


Corpos em Movimento (Bodies, Rest & Motion, EUA, 1993) – Nota 5,5
Direção – Michael Steinberg
Elenco – Bridget Fonda, Eric Stoltz, Tim Roth, Phoebe Cates, Alicia Witt, Sandra Ellis Lafferty.

Nick (Tim Roth) é um vendedor que decide sair da pequena Endfield no Texas, para tentar uma vida melhor em uma cidade grande. Dois dias antes de viajar, ele avisa sua namorada Beth (Bridget Fonda), que trabalha como garçonete e também sua ex-namorada Carol (Phoebe Cates). 

Um detalhe importante, Beth e Carol são grandes amigas. A decisão de Beth em viajar ou não com o Nick termina sendo influenciada pelo aparecimento de Sid (Eric Stoltz), um sujeito contratado para pintar a casa antes de devolvê-la ao dono. Beth e Sid se apaixonam, deixando a situação ainda mais confusa. 

A tentativa de criar uma ciranda de paixões influenciada pelos sonhos pessoais perde a força pela frieza e a lentidão da narrativa. A história parece não sair do lugar. Falta empatia também aos personagens. A apatia da bela Bridget Fonda e a melancolia de Tim Roth são irritantes. Na época, o filme chegou até ar de cult, mas ficou apenas na aparência, o conteúdo não convence.

Um Casal Mais Que Perfeito (Nobody’s Fool, EUA, 1986) – Nota 6
Direção – Evelyn Purcell
Elenco – Rosanna Arquette, Eric Roberts, Mare Winningham, Jim Youngs, Louise Fletcher, Stephen Tobolowsky, Lewis Arquette, Gwen Welles.

Cassie (Rosanna Arquette) trabalha em um bar numa pequena cidade do Arizona. Solitária e frustrada por ter sido abandonada grávida pelo namorado, Cassie entregou o bebê para adoção e por algumas vezes tentou sem sucesso o suicídio. 

Quando um grupo de teatro chega à cidade, Cassie chama a atenção de Riley (Eric Roberts), um assistente de palco. Mesmo com interesse do rapaz, ela sente dificuldades em lidar com uma nova relação por causa do sentimento que ainda nutre pelo namorado que a abandonou. 

Este razoável drama sobre frustrações e falta de perspectivas na vida em um cidade pequena tem como ponto principal o casal de protagonistas, que na época estavam em ascensão na carreira, mas que tiveram um declínio semelhante anos depois. Rosanna Arquette e Eric Roberts ainda estão na ativa, geralmente em papéis de coadjuvantes, muitas vezes em filmes de qualidade duvidosa. 

sábado, 3 de junho de 2017

Acusado

Acusado (Anklaget, Dinamarca, 2005) – Nota 7,5
Direção – Jacob Thuesen
Elenco – Troels Lyby, Sofie Grabol, Paw Henriksen, Louise Mieritz, Kirstine Rosenkrands Mikkelsen.

Henrik (Troels Lyby) é um professor de natação casado com Nina (Sofie Grabol). Eles sofrem com a filha Stine (Kirstine Rosenkrands Mikkelsen) que vive isolada em seu quarto. 

A vida do casal se torna um inferno ainda maior quando Stine conta para a psicóloga da escola que seu pai mantinha relações com ela. Henrik é processado e preso enquanto aguarda julgamento. 

O ponto principal que faz o espectador manter o interesse na trama é a dúvida sobre a culpa do pai, fato que será revelado apenas perto do final. Durante o desenvolvimento da história, o personagem de Henrik intercala momentos em que se mostra atormentado por ser visto como culpado desde o início da acusação, com outros em que demonstra uma certa arrogância em relação aos pessoas ao seu redor. 

É um filme triste e doloroso, daqueles em que a verdade é arrancada aos poucos das entranhas da família. 

sexta-feira, 2 de junho de 2017

44 Minutos

44 Minutos (44 Minutes: The North Hollywood Shoot-Out, EUA, 2003) – Nota 6
Direção – Yves Simoneau
Elenco – Michael Madsen, Ron Livingston, Ray Baker, Mario Van Peebles, Andrew Bryniarski, Oleg Taktarov, Alex Meneses, Douglas Spain, Dale Dye, Clare Carey, J. E. Freeman.

Em 28 de fevereiro de 1997, dois ladrões fortemente armados planejam assaltar um carro-forte que fará coleta de dinheiro em um banco de Norte Hollywood. 

Como o carro-forte passa sem parar no local, eles decidem assaltar o banco, tomando funcionários e clientes como reféns. A polícia é acionada e cerca a agência. Durante quarenta e quatro minutos, bandidos e policiais travam uma violentíssima troca de tiros. 

Este longa é baseado na história real do maior tiroteio envolvendo policiais da história de Los Angeles, que foi potencializado pela tv que mostrou ao vivo toda a ação. A força da história merecia um filme melhor do que esta versão produzida para tv. 

O diretor canadense Yves Simoneau até apresenta boas ideias, como intercalar a ação com os depoimentos dos personagens que participaram do tiroteio, criando um ar de documentário. Os problemas surgem com as cenas de ação. 

Por mais que os dois bandidos fossem kamikazes, as ações destes nas cenas de tiroteio são exageradas, além das péssimas atuações de Andrew Bryniarski e Oleg Taktarov, que se mostram ridículos nas poucas cenas em que precisam dialogar. A utilização da câmera lenta em algumas destas sequências também não funciona. 

É um filme no máximo razoável. 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

A Fogueira das Vaidades & Hudson Hawk


A Fogueira das Vaidades (The Bonfire of the Vanities, EUA, 1990) – Nota 5,5
Direção – Brian De Palma
Elenco – Tom Hanks, Bruce Willis, Melanie Griffith, Kim Cattrall, Morgan Freeman, Saul Rubinek, John Hancock, Clifton James, F. Murray Abraham, Donald Moffat, Alan King, Richard Libertini.

Sherman McCoy (Tom Hanks) é um figurão de Wall Street que se mete em uma enrascada quando ao lado de sua amante (Melanie Griffith) atropela um jovem negro no Bronx e foge para não assumir a culpa e também para sua esposa (Kim Catrall) não descobrir o affair. Com um pastor negro (John Hancock) clamando por justiça pelo caso, um decadente repórter (Bruce Willis) decide escrever uma matéria polêmica para tentar alavancar a carreira, ao mesmo tempo em que as autoridades estão chegando perto de McCoy. 

Baseado num best-seller de Tom Wolfe, este longa foi uma das grandes apostas de Hollywood naquele ano. Com um orçamento alto para época, tendo um Brian De Palma em plena forma na direção e um elenco que trazia um Tom Hanks em ascensão, a bela Melanie Griffith como mulher sensual e um Bruce Willis no auge da carreira, tudo levava a crer que seria um sucesso. Infelizmente, o roteiro de Michael Cristofer e a direção de De Palma preferiram transformar a história sobre manipulação da imprensa e a falta de caráter em uma sátira. O tom engraçadinho da narrativa transformou o longa em um grande fracasso. 

Hudson Hawk – O Falcão Está a Solta (Hudson Hawk, EUA, 1991) – Nota 5,5
Direção – Michael Lehmann
Elenco – Bruce Willis, Danny Aiello, Andie McDowell, James Coburn, Richard E. Grant, Sandra Bernhard, Donald Burton, Don Harvey, David Caruso, Andrew Bryniarski, Lorraine Toussaint, Frank Stallone.

Hudson Hawk (Bruce Willis) é um famoso ladrão que é libertado após cumprir dez anos de prisão. Os planos para mudar de vida são abortados quando Hawk é chantageado para salvar a vida de um veterano amigo (Danny Aiello) e se vê obrigado por um casal de milionários malucos (Richard E. Grant e Sandra Bernhard) a roubar três obras de arte produzidas por Leonardo Da Vinci, coleção esta que revelaria o segredo para transformar chumbo em outro. Com ajuda do parceiro, Hawk viaja pela Europa em busca das obras. 

Mesmo com o fracasso de “A Fogueira das Vaidades” no ano anterior, Bruce Willis ainda tinha um cacife enorme em Hollywood por causa do estrondoso sucesso dos dois primeiros “Duro de Matar”. Com todo o poder que queria, Willis escreveu a história e conseguiu convencer os produtores a filmar na Europa. A história fantasiosa, a dupla de vilões caricatos e as cenas de ação ao estilo de comédia fizeram o longa naufragar nas bilheterias merecidamente.