quarta-feira, 31 de março de 2021

On the Rocks

 


On The Rocks (On The Rocks, EUA, 2020) – Nota 6
Direção – Sofia Coppola
Elenco – Bill Murray, Rashida Jones, Marlon Wayans, Jessica Henwick, Jenny Slate, Barbara Bain.

Em Nova York, Laura (Rashida Jones) é uma escritora que tenta retomar a carreira após ter dedicado algum tempo para cuidar das filhas pequenas. 

A vida perfeita sofre um abalo quando ela passa a desconfiar que o marido Dean (Marlon Wayans) está tendo um caso, disfarçando a situação com viagens semanais. 

Laura fica ainda mais em dúvida quando seu pai Felix (Bill Murray), que é um mulherengo, a convence a investigar o marido, acreditando que homem algum é fiel. 

Este longa escrito por Sofia Coppola explora uma história extremamente simples sobre desconfiança que passa a falsa impressão de ser algo mais complexo, muito por mostrar a vida da classe média alta de Nova York. 

Os jantares e reuniões em locais de luxo servem como cenário para alguns bons diálogos entre Bill Murray e Rashida Jones, porém a história jamais decola ou empolga. Se a trama fosse ambientada em locais mais simples com personagens comuns, seria uma sessão da tarde bobinha e esquecível.


terça-feira, 30 de março de 2021

O Colapso

 


O Colapso (L'Effondrement, França, 2019) – Nota 8
Direção – Jeremy Bernard, Guillaume Desjardins & Bastien Ughetto
Elenco – Lubna Azabal, Nael Malassagne, Philippe Rebbot, Thibault de Montalembert, Bellamine Abiteboul, Samir Guesmi, Audrey Fleurot.

Esta minissérie em oito episódios de vinte minutos cada detalha as consequências de um colapso econômico que leva ao desabastecimento de alimentos e combustível, gerando um caos em que o pior do ser humano vem à tona. 

São episódios independentes filmados em plano-sequência, cada um deles em locais diferentes e sem um final totalmente conclusivo. 

A proposta é mostrar que em uma situação limite, aqueles que tentam seguir a lei, a ética ou a solidariedade tendem a ser atropelados pelo desespero da maioria ou do próprio destino. 

Cada episódio segue um foco diferente, como o sensível drama no asilo, a ação desenfreada na lancha e o desespero na usina nuclear. 

Gostei bastante da proposta, que busca mostrar fatos que realmente poderiam ocorrer em um caso de colapso econômico em larga escala.


segunda-feira, 29 de março de 2021

A Mentira & Escola da Desordem

 


A Mentira (Easy A, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Will Gluck
Elenco – Emma Stone, Penn Badgley, Amanda Bynes, Dan Byrd, Thomar Haden Church, Patricia Clark, Stanley Tucci, Cam Gigandet, Lisa Kudrow, Malcolm McDowell, Fred Armisen, Aly Michalka.

Uma mentira contada pela adolescente Olive (Emma Stone) para uma amiga termina sendo espalhada por uma aluna religiosa (Amanda Bynes). Ao invés de tentar desmentir, Olive decide abraçar a mentira, tomando atitudes que a transformam em popular entre os garotos. Quando a história sai do controle, a mentira passa a afetar sua vida de forma negativa. 

Em um primeiro olhar, a premissa parece de um filme adolescente qualquer, porém o desenrolar da trama vai além disso. A narração da protagonista que conta sua história em vídeo é uma crítica ao mundo de aparências em que vivemos, em que uma situação, mesmo uma mentira como aqui, termina por rotular uma pessoa. 

O roteiro explora ainda a questão de como uma mentira ou boato é espalhado rapidamente, surgindo versões das mais bizarras possíveis. 

São bem legais as citações aos filmes de John Hughes com temática adolescente, quase uma homenagem em algumas cenas. 

O bom elenco é o destaque, principalmente a sempre simpática Emma Stone, além do professor vivido por Thomas Haden Church e os pais da protagonista interpretados por Patricia Clarkson e Stanley Tucci.

Escola da Desordem (Teachers, EUA, 1984) – Nota 6,5
Direção – Arthur Hiller
Elenco – Nick Nolte, Jobeth Williams, Judd Hirsch, Ralph Macchio, Laura Dern, Allen Garfield, Richard Mulligan, Morgan Freeman, Lee Grant, Crispin Glover, Steven Hill.

Alex Jurel (Nick Nolte) é um professor veterano que está cansado de enfrentar os problemas da escola pública em que leciona. Alunos rebeldes sem estrutura familiar, burocracia e colegas de profissão que variam de incompetentes, irresponsáveis e malucos. Tudo fica mais complicado quando uma denúncia coloca o colégio sob investigação. 

O falecido diretor Arthur Hiller faz uma crítica ao sistema de ensino americano misturando comédia boba em alguns momentos com sequências um pouco mais dramáticas. Ele deixou de lado o formato do professor herói idealizado em “Ao Mestre com Carinho” e copiado em tantos outros filmes, para aqui utilizar um protagonista muito mais com os pés no chão 

O personagem de Nick Nolte tenta mudar as coisas no colégio e ajudar alguns alunos, mas enfrenta uma série de problemas e obstáculos comuns a profissão. 

Além boa atuação de Nolte, destaque para a participação de Ralph Macchio, que se tornaria astro naquele mesmo ano com o lançamento de “Karatê Kid” e para o veterano Richard Mulligan como o maluco professor de história.

domingo, 28 de março de 2021

A Caçada

 


A Caçada (The Hunt, EUA, 2020) – Nota 7,5
Direção – Craig Zobel
Elenco – Betty Gilpin, Hilary Swank, Ike Barinholtz, Wayne Duvall, Ethan Suplee, Emma Roberts, Christopher Berry, Sturgill Simpson, Amy Madigan, Reed Birney, Glenn Howerton, Steve Coulter.

Doze desconhecidos acordam em uma região rural sem saber como chegaram no local. Eles encontram uma enorme caixa cheia de armas e logo em seguida descobrem que estão sendo caçados. 

Este surpreendente longa escrito por Nick Cuse e Damon Lindelof, este último um dos responsáveis pela série “Lost”, tira um sarro de preferências políticas, do mercado financeiro, do politicamente correto, do cancelamento nas redes sociais e outras situações atuais que geram conflitos. 

Ao mesmo tempo em que o filme não se leva a sério, ele passa a mensagem de como o mundo atual é absurdo, começando pela motivação dos vilões e finalizando na irônica descoberta sobre o erro de escolha de uma personagem. 

Nos primeiros vinte minutos o espectador é enganado ao tentar descobrir quem realmente é o protagonista da história, com personagens saindo de cena das formas mais bizarras possíveis. 

É um filme indicado para o cinéfilo que gosta de obras incomuns, com situações malucas e bastante violência.

sábado, 27 de março de 2021

Mr. Saturday Night

 


Mr. Saturday Night – A Arte de Fazer Rir (Mr. Saturday Night, EUA, 1992) – Nota 7,5
Direção – Billy Crystal
Elenco – Billy Crystal, David Paymer, Julie Warner, Helen Hunt, Mary Mara, Jerry Orbach, Ron Silver, Jerry Lewis.

Buddy Young Jr. (Billy Crystal) é um veterano comediante que foi famoso dos anos cinquenta até aos setenta. Hoje tenta continuar a carreira com apresentações em pequenos locais, fato que o desagrada bastante. Enquanto ainda imagina voltar ao sucesso, Buddy enfrenta os problemas dos dias atuais e em flashbacks relembra sua carreira. 

Escrito, dirigido e protagonizado por Billy Crystal, este longa detalha a ascensão e queda de um comediante no showbizz. O roteiro explora a complexa relação com seu irmão e empresário (David Paymer), com a esposa (Julie Warner), além das atitudes que atrapalharam sua carreira. 

O protagonista é muito bem desenvolvido, tanto nas apresentações engraçadas e cheias de energia, como nos diálogos comuns repletos de piadas e cinismo, além do ego inflado em vários momentos, tudo isso valorizado pela ótima atuação de Billy Crystal. 

O desenvolvimento da história é quase um roteiro de como é difícil lidar com o sucesso.


sexta-feira, 26 de março de 2021

O Resgate & Negócio de Risco

 


O Resgate (The Entitled, Canadá, 2011) – Nota 7
Direção – Aaron Woodley
Elenco – Kevin Zegers, Ray Liotta, Victor Garber, Stephen McHattie, Dustin Milligan, Devon Bostick, Laura Vandervoort, Tatiana Maslany, John Bregar.

Paul (Kevin Zegers) é um jovem recém formado que não consegue emprego em sua área. Sua mãe está doente e com uma enorme dívida que pode fazer a família perder a casa. 

Paul decide arriscar tudo em um plano de sequestro de jovens filhos de famílias ricas, utilizando como parceiros um casal de adolescentes problemáticos (Tatiana Maslany e Devon Bostick). 

Este suspense tem como ponto principal o roteiro que amarra de forma criativa todas as pontas da história. É basicamente uma trama em que o sequestro faz parte de algo maior, daquelas histórias em que não se podem confiar em personagem algum. 

Destaque para as locações na bela região florestal de Ontário no Canadá.

Negócio de Risco (The Prime Gig, EUA, 2000) – Nota 6,5
Direção – Gregory Mosher
Elenco – Vince Vaughn, Julia Ormond, Ed Harris, Rory Cochrane, George Wendt, Wallace Shawn, Stephen Tobolowsky.

Pendelton “Penny” Wise (Vince Vaughn) é um malandro que vive de golpes pelo telefone, vendendo “sonhos” para pessoas ingênuas. Seu talento em enganar os clientes chama a atenção de um veterano vigarista (Ed Harris), que o contrata para participar de seus esquemas. 

Não demora para o ambicioso Penny ser fisgado pela amante do vigarista (Julia Ormond), que utiliza sua beleza e malícia para conseguir o que deseja. 

A história segue o modelo de filmes em que personagens desonestos tentam enganar uns aos outros, com o espectador ficando em dúvida sobre quais são as verdadeiras alianças. 

A narrativa é morna, com o drama sendo preponderante até chegar ao interessante final. Destaque para as boas atuações do trio principal.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Os Segredos que Guardamos

 


Os Segredos que Guardamos (The Secrets We Keep, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Yuval Adler
Elenco – Noomi Rapace, Joel Kinnaman, Chris Messina, Amy Seimetz, Jackson Dean Vincent.

Anos cinquenta. Em uma típica cidade americana, a romena Maja (Noomi Rapace) vê um homem (Joel Kinnaman) em uma praça e acredita que seja um ex-soldado nazista que a violentou durante a Segunda Guerra. 

Obcecada em confrontar o sujeito, Maya toma uma atitude radical que coloca em risco até mesmo seu casamento com o médico Lewis (Chris Messina). 

O roteiro escrito pelo diretor israelense Yuval Adler explora o tema clássico da vingança junto com o suspense através da dúvida sobre a identidade do alvo da protagonista. 

O roteiro desenvolve ainda a questão dos traumas de guerra, principalmente como estas pessoas buscam esquecer o passado deixando de falar sobre o assunto, até que algum fato se torna o gatilho para o problema vir à tona. 

No mais é um filme com algumas sequências de violência e um razoável drama.



quarta-feira, 24 de março de 2021

The Breath & Boru: Esquadrão Lobo

 


The Breath (Nefes: Vatan Sagolsun, Turquia, 2009) – Nota 7
Direção – Levent Semerci
Elenco – Mete Horozoglu, Ilker Kizmaz, Baris Bagci, Ozgur Eren Koc.

Em uma região isolada nas montanhas da Turquia em 1993, uma patrulha é emboscada por terroristas que matam dois soldados. O comandante Mete (Mete Horozoglu) consegue levar os demais integrantes do grupo para um posto no alto da montanha, se juntando a outros soldados. Obcecado em vingar os dois soldados mortos, Mete cobra atenção de seus comandados enquanto espera a chance de enfrentar o inimigo. 

Por uma hora e meia, este estranho longa explora o drama através de diálogos entre os soldados, telefonemas destes para familiares, as frustrações e o medo que eles enfrentam, além da obsessão do comandante. O confronto explode na meia-hora final, recheado de violência em meio a escuridão noturna. 

Por mais que a proposta seja bastante interessante e as locações apresentem uma bela fotografia com nuvens e neve no alto da montanha, a narrativa é irregular e cansativa. Tem que ter paciência para aguentar a longa primeira parte em que pouca coisa acontece, mesmo entendendo que os personagens dos soldados são bem desenvolvidos de uma forma bastante humana. 

É um filme indicado para quem quiser enfrentar uma experiência cinematográfica diferente.

Boru: Esquadrão Lobo (Boru, Turquia, 2018) – Nota 6
Direção – Cam Emre & Cem Ozuduru
Elenco – Serkan Çayoglu, Murat Arkin, Emir Benderlioglu, Cam Nergis, Mesut Akusta.

Em Ancara, capital da Turquia, um atentado a bomba na sede polícia de operações especiais mata alguns agentes e deixa vários feridos. Percebendo ser uma ação de um grupo de policiais corruptos, os sobreviventes do Esquadrão Lobo seguem para defender outros pontos importantes da cidade e tentar impedir a vitória dos rebeldes. 

Este longa é uma espécie continuação de uma minissérie em seis episódios sobre o esquadrão que enfrenta ameaças de rebeldes internos. Não vi a série para comparar. 

O filme tem um ótima produção e uma trilha sonora marcante com foco no suspense e na emoção, porém as sequências de ação são poucas, longas e irregulares. 

O resultado parece mais uma propaganda favorável aos policiais das operações especiais do que cinema.

terça-feira, 23 de março de 2021

A Despedida

 


A Despedida (The Farewell, EUA / China, 2019) – Nota 7,5
Direção – Lulu Wang
Elenco – Awkwafina, Tzi Ma, Shuzhen Zhao, Diana Lin, Jiang Yongbo, Han Chen.

Billi (Awkuafina) tem trinta anos de idade, vive em Nova York e ainda não encontrou seu caminho profissional. 

Ela fica abalada quando seus pais (Tzi Ma e Diane Lin) contam que a avó Nai Nai (Shuzhen Zhao) está doente e com pouco tempo de vida, mas que a família não vai contar a verdade sobre a doença. 

Os pais estão com viagem marcada para China para encontrar Nai Nai e não querem que Billi viaje, com medo dela contar a verdade para a avó. Mesmo assim, Billi decide viajar e enfrentar a situação. 

O letreiro inicial e uma cena nos créditos deixam a entender que o filme é baseado numa história real sobre a vida da família da diretora e roteirista Lulu Wang. 

O roteiro vai além da questão dramática da doença, explorando também as diferenças culturais e de valores entre chineses e americanos, mesmo neste caso com os segundos sendo imigrantes chineses que abraçaram a vida ocidental. 

A explicação para não contar a verdade para a avó tem um sentido familiar complexo, enquanto quem gostaria de contar seguiria o lado mais racional da situação. 

Tudo isso ganha pontos pelas ótimas atuações da comediante Awkwafina e de Shuzhen Zhao, que estreou aqui como atriz ao setenta e seis anos de idade de forma totalmente espontânea. 

É um delicado filme sobre família e diferenças de costumes.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Margaret

 


Margaret (Margaret, EUA, 2011) – Nota 5,5
Direção – Kenneth Lonergan
Elenco – Anna Paquin, J. Smith Cameron, Mark Ruffalo, Jennie Berlin, Jean Reno, John Gallagher Jr., Allison Janney, Kieran Culkin, Sarah Steele, Matt Damon, Matthew Broderick. Kenneth Lonergan.

Lisa (Anna Paquin) é uma adolescente que vive em Nova York com a mãe Joan (J. Cameron Smith) que é uma conhecida atriz de teatro e um irmão menor. A aparente vida comum é abalada quando uma determinada atitude de Lisa leva a um terrível acidente envolvendo duas outras pessoas. Sem saber como agir, Lisa vai se afundando em suas dúvidas e entrando em conflito com as pessoas ao redor. 

O diretor e roteirista Kenneth Lonergan, elogiado pelo ótimo “Manchester à Beira Mar”, enfrentou aqui um enorme problema com a empresa que produziu o filme em relação a montagem, demorando seis anos para ser finalizado. Ele foi filmado em 2005 e lançado somente em 2011 com duas horas e meia de duração. 

O resultado é uma obra difícil do espectador digerir, não pela complexidade, mas pelas personagens femininas irritantes e imaturas, que por sinal foram escolhas do diretor em relação a proposta da obra que foca em mulheres complicadas. 

Em uma discussão próxima ao final, a protagonista ofende outra personagem a chamando de “estridente”, palavra que é o resumo perfeito para este longa. 

Finalizando, o título “Margaret” não é sobre personagem alguma. Na verdade é o nome de um poema que é recitado na sala de aula em que a protagonista estuda.


domingo, 21 de março de 2021

Nossas Noites

 


Nossas Noites (Our Souls at Night, EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Ritesh Batra
Elenco – Robert Redford, Jane Fonda, Matthias Schoenaerts, Iain Armitage, Judy Greer, Phyllis Sommerville, Bruce Dern.

Em uma pequena cidade do Colorado, a viúva Addie (Jane Fonda) bate na porta da casa de seu vizinho Louis (Robert Redford), que também é viúvo e faz uma inusitada proposta. Pergunta se Louis aceita passar as noites com ela, para diminuir a solidão. Sem resposta a princípio, no dia seguinte Louis aceita a proposta. Eles iniciam uma inesperada relação. 

Este simpático e sensível drama parte de uma premissa incomum para explorar temas universais como terceira idade, solidão e amizade. As conversas entre os protagonistas revelam pessoas comuns, que tiveram vidas normais com altos e baixos, acertos e também erros que levaram a frustações pra si mesmo e para seus parceiros e filhos. 

Os veteraníssimos Robert Redford e Jane Fona entregam atuações delicadas e demonstram uma ótima química. Vale citar que eles fizeram par romântico outras duas vezes no cinema. A primeira há mais de cinquenta anos quando protagonizaram “Descalços no Parque” em 1967 e a segunda no drama “O Cavaleiro Elétrico” de 1979.

sábado, 20 de março de 2021

A Mão que Balança o Berço & Mulher Solteira Procura

 


A Mão que Balança o Berço (The Hand That Rocks the Cradle, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – Curtis Hanson
Elenco – Annabella Sciorra, Rebecca De Mornay, Matt McCoy, Ernie Hudson, Julianne Moore, John DeLancie.

Claire (Annabella Sciorra) é mãe de duas crianças, trabalha e ainda cuida da casa e do marido (Matt McCoy). Precisando de ajuda, ela contrata a babá Peyton (Rebecca De Mornay), que a princípio se mostra um verdadeiro anjo, escondendo o ódio que sente por Claire por causa de uma tragédia do passado. Claire não conhecia Peyton e sequer imaginava ter uma inimiga cruel. 

Os dois primeiros terços do filme são intensos, na primeira parte detalhando a relação de falsa confiança que nasce entre Peyton e a família, para num segundo momento explorar pequenas situações sinistras que deixam Claire assustada. A parte final se volta para o clichê do clímax violento comum aos suspenses dos anos noventa. 

A atuação de Rebecca De Mornay é exagerada em alguns momentos, enquanto o marido de Claire vivido por Matt McCoy é o inexpressivo.

Mulher Solteira Procura (Single White Female, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – Barbet Schroeder
Elenco – Bridget Fonda, Jennifer Jason Leigh, Steven Webber, Peter Friedman, Stephen Tobolowsky.

Allison (Bridget Fonda) é uma analista de sistemas que está em crise com o namorado (Steve Webber) e que coloca um anúncio em um jornal procurando uma mulher para dividir o apartamento. A jovem Hedra (Jennifer Jason Leigh) responde e muda para o apartamento. 

A inicial convivência normal vai se tornando estranha conforme Hedra passa a demonstrar muito interesse na vida Allison, se intrometendo em situações pessoais. Tudo fica ainda mais sinistro quando Hedra começa a se vestir igual e adota o mesmo corte de cabelo da companheira. 

Este suspense é praticamente um cult dos anos noventa, nem tanto pela qualidade, mais pela sinistra relação criada entre as duas protagonistas que leva a um inevitável clímax explosivo. 

O roteiro ainda insere um toque de erotismo e explora a beleza das duas jovens atrizes, principalmente da hoje aposentada Bridget Fonda, enquanto Jennifer Jason Leigh fica marcada pelo loucura de sua personagem. Por sinal, a atriz é especialista em personagens desequilibradas.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Des

 


Des (Des, Inglaterra, 2020) – Nota 7,5
Direção – Lewis Arnold
Elenco – David Tennant, Daniel Mays, Jason Watkins, Ron Cook, Barry Ward, Bronagh Waugh.

Londres, 1983. Um encanamento entupido com restos humanos é descoberto pelo zelador de uma residência. O morador é o funcionário público Dennis Andrew Nilsen (David Tennant), que ao ser questionado pela polícia confessa quinze assassinatos. 

O detetive Peter Jay (Daniel Mays) fica atônito ao ouvir o serial killer contar detalhes dos crimes, sem demonstrar emoção ou remorso. Enquanto o detetive e sua equipe tentam descobrir as identidades das vítimas, Nilsen faz acordo com um escritor (Jason Watkins) para escrever sua biografia. 

Baseada em uma sinistra história real, esta minissérie em três episódios tenta dissecar a personalidade doentia do criminoso, que até ser preso era considerado uma pessoa comum com uma vida ordinária. 

Os detalhes revelados nas conversas do assassino com o detetive e posteriormente com o escritor são assustadores, tanto pelos crimes em si, quanto pela frieza de Nilsen. 

A atuação de David Tennant é outro destaque, ao passar a sensação de que ele mesmo acredita em sua visão distorcida em relação aos crimes.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Caindo de Pé

 


Caindo de Pé (Standing Up, Falling Down, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Matt Ratner
Elenco – Billy Crystal, Ben Schwartz, Grace Gummer, Eloise Mumford, Kevin Dunn, Debra Monk, John Behlmann, David Castañeda, Nat Corddry, Jill Hennessy.

Após fracassar na tentativa de fazer carreira em Los Angeles no stand up, Scott (Ben Schwartz) volta para a casa dos pais no subúrbio de Nova York. 

Sem saber qual rumo tomar na vida e descobrindo que sua ex-namorada se casou, Scott se sente péssimo. O destino o levar a cruzar o caminho do médico Marty (Billy Crystal), um sujeito falante, engraçado e beberrão que também enfrenta problemas. 

Esta surpreendente comédia melancólica se apoia nos ótimos diálogos entre os personagens de Ben Schwartz e Billy Crystal. São diálogos carregados de cinismo, piadas sobre seus próprios erros e muita sinceridade. São dois personagens de gerações bem diferentes que encontram no outro motivos para mudar a própria vida. 

É um estilo de filme que me agrada bastante, que mostra personagens que sofrem por erros e problemas da vida real. Vale citar que o papel do médico é perfeito para Billy Crystal, sempre craque nos diálogos rápidos e ácidos.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Waiting for Anya

 


Waiting for Anya (Waiting for Anya, Inglaterra / Bélgica, 2020) – Nota 5
Direção – Ben Cookson
Elenco – Noah Schnapp, Thomas Kretschmann, Frederick Schmidt, Tomas Lemarquis, Jean Reno, Anjelica Huston, Gilles Marini, Elsa Zylberstein, Sadie Frost, Josephine de La Baume.

Em uma vila no sul da França ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, o garoto Jo (Noah Schnapp) faz amizade com um judeu (Frederick Schmidt) que está escondido na casa de uma senhora (Anjelica Huston). 

Enquanto o homem tem a esperança de que sua filha Anya chegue ao local, ele e a senhora abrigam outras crianças pensando em levá-las para a Espanha, longe dos nazistas. 

Jo espera também a volta de seu pai, ao mesmo tempo em que percebe algo diferente e mais humano em um oficial nazista (Thomas Kretschmann). 

Esta produção com elenco internacional baseada em um best seller peca pela falta de consistência nas situações, na narrativa e nas atuações que parecem de filme para tv. 

Praticamente não existe suspense ou violência, mesmo com uma sequência mais forte próxima ao final que também não convence. Falta tensão até mesmo na relação entre nazistas e moradores da vila, tudo muito longe da realidade. 

Histórias semelhantes já foram contadas no cinema de uma forma muito melhor.

terça-feira, 16 de março de 2021

Os Escolhidos & Os Esquecidos

 


Os Escolhidos (Dark Skies, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Scott Stewart
Elenco – Keri Russell, Josh Hamilton, Dakota Goyo, Kadan Rockett, J.K. Simmons.

O casal Lacy (Keri Russell) e Daniel (Josh Hamilton) passa por um momento difícil por que ele está desempregado. Tudo fica ainda pior quando fatos sem explicação começam a ocorrer nas madrugadas e o filho mais novo Sam (Kadan Rocket) diz ter contato com alguém que o visita no quarto. É o início do inferno na vida da família, que tem ainda o filho adolescente Jesse (Dakota Goyo). 

O ponto principal do filme é o clima de desespero que toma conta da família em meio a uma situação fora do comum. A narrativa segue o estilo dos filmes do gênero com sustos, vultos e até a interferência em eletrônicos. 

A explicação para os acontecimentos e a pequena surpresa final são acertos. É um filme simples, que entrega o promete.

Os Esquecidos (The Forgotten, EUA, 2004) – Nota 6
Direção – Joseph Ruben
Elenco – Julianne Moore, Dominic West, Gary Sinise, Anthony Edwards, Linus Roache, Jessica Hecht, Alfre Woodard, Robert Wisdom, Lee Tergesen.

Um ano após a morte do filho em um desastre aéreo, Telly (Julianne Moore) tenta retomar o rumo na vida ao procurar um psiquiatra (Gary Sinise). 

O que seria uma chance de seguir a vida se torna um pesadelo quando o psiquiatra e também seu marido Jim (Anthony Edwards) dizem que eles jamais tiveram um filho, que a morte da criança é fruto de sua cabeça. 

O desespero de Telly em saber se está perdendo o juízo muda quando encontra Ash (Dominic West), pai de uma criança que também teria morrido no acidente de avião. Juntos eles tentarão descobrir a verdade. 

A primeira parte deste longa é um drama focado na confusão mental da protagonista, para em um segundo momento se transformar em um suspense repleto de furos com um final que deixa bastante a desejar. 

Julianne Moore está bem como a mãe desesperada, por sinal a atriz é especialista em personagens complicadas. Isso ajuda bastante na parte inicial, para se perder em meio a narrativa no desenrolar da trama. 

É uma premissa que tinha potencial para resultar em um filme mais consistente.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Palavras de Família

 


Palavras de Família (Sometimes Always Never, Inglaterra, 2018) – Nota 6
Direção – Carl Hunter
Elenco – Bill Nighy, Sam Riley, Alice Lowe, Jenny Agutter, Tim McInnerny, Louis Healy.

O viúvo Alan (Bill Nighy) e seu filho Peter (Sam Riley) viajam para uma cidade no interior da Inglaterra para verificar se o corpo encontrado no local seria de seu outro filho que desapareceu há muitos anos. 

Alan e Peter tem uma difícil relação, que fica mais estranha quando o pai decide passar alguns dias na casa do filho, dividindo o local com a nora (Alice Lowe) e o neto (Louis Healy). 

Esta estranha produção inglesa mistura drama e comédia através de uma narrativa que parece uma fábula. Os cenários com cores chamativas, o fundo falso utilizado nas sequências em que pai e filho viajam de carro e a obsessão do protagonista em jogar “scrabble” são situações quase surreais que lembram o estilo de Tim Burton. O scrabble é um antigo jogo de tabuleiro para formar palavras que valem pontos. 

Esta situações incomuns resultam em uma obra sensível, mas bastante irregular, com destaque para a atuação do sempre competente Bill Nighy.

domingo, 14 de março de 2021

Convidado Vitalício

 


Convidado Vitalício (Plus One, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Jeff Chan & Andrew Rhymer
Elenco – Jack Quaid, Maya Erskine, Ed Begley Jrl, Rosalind Chao.

Ben (Jack Quaid) e Alice (Maya Erskine) são amigos do tempo da universidade que continuam solteiros e que estão vendo vários amigos se casando. Para escaparem da chamada “mesa de solteiros”, eles decidem ir juntos para os casamentos, curtir as festas e paquerar, sem compromisso algum. 

Esta simpática comédia se apoia nos divertidos diálogos e na química entre Jack Quaid e a divertida Maya Erskine. Discussões sobre relacionamentos, casamento, sexo e família são abordados de forma sincera e engraçada. 

O roteiro explora também os clichês dos casamentos. Convidados bêbados, padrinhos que fazem discursos vergonhosos, irmãs e irmãos com ciúmes, ou seja, situações que muitos vezes parecem mais patéticas do que dignas de uma festa. 

Não espere surpresas na história, que segue o rumo normal das comédias românticas. O objetivo é apenas divertir divertir o espectador com as situações trivais.


sábado, 13 de março de 2021

Caminhos do Crime

 


Caminhos do Crime (Biyeolhan Geori, Coreia do Sul, 2006) – Nota 7,5
Direção – Yoo Ha
Elenco – In Sung Jo, Ho Jin Chun. Min Nam Koong, Bo Young Lee, Goo Jin, Je Mun Yun.

Byung Do (In Sung Jo) trabalha para um gângster rico, mas mesmo assim sofre pela falta de dinheiro que afeta sua família (mãe e um casal de irmãos). 

A chance de mudar de patamar surge quando um executivo precisa de alguém para fazer um trabalho sujo e extremamente perigoso. Byung Do se oferece e inicia sua saga rumo ao topo do mundo do crime. 

Este longa segue a linha das histórias de ascensão dentro de uma organização criminosa. Ao mesmo tempo em que o protagonista se preocupa com sua família e tenta se reaproximar de uma paquera de infância (Bo Young Lee), precisa lidar com o violento mundo do crime. 

Por sinal, são várias sequências violentas, algumas delas com brigas de bastão envolvendo diversos coadjuvantes. O roteiro explora ainda as questões da ganância e da briga pelo poder, resultando em traições e mortes.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Fim das Nações & A Queda Argentina

 


Fim das Nações (Brasil, 2020) – Nota 8
Direção – Filipe Valerim & Lucas Ferrugem
Documentário

A equipe do site Brasil Paralelo produziu este novo e atualíssimo documentário dividido em três episódios sobre os conflitos internos que o Estados Unidos enfrentam e o crescimento de inimigos externos como China e Rússia que tentam expandir seu poder e seus regimes totalitários para outras partes do mundo. 

O primeiro episódio detalha a importância dos Estados Unidos nas vitórias dos aliados na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, a luta do país pela liberdade e a ideia de espalhar seus valores democráticos pelo mundo. 

O episódio seguinte pula para 1968, quando ocorreu um conflito sangrento durante três dias na convenção do Partido Democrata em Chicago. O fato é considerado por muitos como o ponto inicial da ruptura da sociedade americana entre direita e esquerda, ódio que se exacerbou na passagem dos anos. 

O capítulo final mostra como este conflito interno está afetando o país, dividindo a população e deixando o governo em uma situação extremamente difícil, tendo de enfrentar ainda a expansão econômica e política da China que prega valores totalmente contrários e terríveis para a população. 

Cada episódio tem em torno de quarenta e cinco minutos, sendo indispensável para quem deseja entender um pouco mais sobre a política mundial atual e como a situação poderá ficar ainda pior nos próximos anos.

A Queda Argentina (Brasil, 2021) – Nota 8
Direção – Lucas Ferrugem
Documentário

Este documentário produzido pelo pessoal do site Brasil Paralelo foca na terrível situação econômica e social que a Argentina vive atualmente. 

O documentário é dividido em três episódios denominados “A Ressaca”, “A Festa” e “A Conta”, detalhando as crises que o país enfrentou desde os anos quarenta quando o populista Juan Domingo Peron chegou ao poder, dando inicio ao chamado “Peronismo” que seguiu forte até meados dos anos setenta quando ocorreu um golpe militar. 

Nos anos oitenta após o regime militar, ocorreram novas eleições que foram dominadas por políticos populistas que utilizaram o Peronismo para voltar ao poder. O resultado foi a destruição da economia do país. 

As medidas absurdas tomadas com a chegada da pandemia no ano passado pioraram ainda mais a situação. Hoje quase metade da população vive na pobreza causada pelo desemprego, pela quebradeira dos negócios e pelas saídas das grandes empresas do país. É um cenário tenebroso.

quinta-feira, 11 de março de 2021

Na Sombra

 


Na Sombra (Ve Stinu, República Tcheca / Eslováquia / Polônia, 2012) – Nota 7,5
Direção – David Ondricek
Elenco – Ivan Trojan, Sebastian Koch, Sona Norisová, Jiri Stepnicka, David Svehilk, Marek Taclik.

Tchecoslováquia, anos 50. O policial Hakl (Ivan Trojan) é o responsável pela investigação de um roubo a uma joalheria. O que parecia ser um crime comum, se mostra algo mais complicado quando entram em cena agentes do serviço de segurança, inclusive o alemão Zenke (Sebastian Koch). 

Rapidamente é preso um judeu, mesmo com as evidências mostrando que o suspeito tinha um álibi. Inconformado com a situação, Hakl decide seguir com uma investigação paralela, que poderá custar caro para sua carreira. 

Este complexo drama policial é mais um longa produzido no leste europeu que mostra como foi terrível o regime comunista que dominou vários países da região entre o final do anos quarenta até quase o início dos noventa. 

O roteiro além de detalhar uma conspiração, foca também em pequenos detalhes que mostravam como o país caminhava para o comunismo. Os garotos nas ruas gritando as manchetes de jornais que distorciam a verdade, a questão do pacote econômico que levou grande parte da população para a pobreza e os agentes do Estado que espalhavam a opressão em nome de uma falsa paz. 

Enquanto cineastas brasileiros e de outros países do ocidente muitas vezes defendem ideias socialistas e comunistas, os diretores de países que sofreram na pele com este maldito regime entregam filmes mostrando a verdadeira face do comunismo.


quarta-feira, 10 de março de 2021

Aterrorizados

 


Aterrorizados (Altered, EUA, 2006) – Nota 6
Direção – Eduardo Sanchez
Elenco – Adam Kaufman, Catherine Mangan, Brad William Henke, Michael C. Williams, Paul McCarthy Boyington, James Gammon.

Na sequência inicial, três sujeitos perseguem uma estranha criatura na floresta. Eles conseguem capturá-la e a levam para a casa de um sujeito chamado Wyatt (Adam Kaufman), que fica desesperado ao ver o monstro preso em sua garagem. Aos poucos, descobrimos qual o objetivo da caçada e a ligação da criatura com o passado deles. 

Eduardo Sanchez ficou conhecido ao co-dirigir o surpreendente sucesso “A Bruxa de Blair” em 1999. Somente sete anos depois ele voltou a direção de um longa entregando este terror B repleto de sangue e violência. 

A história explora clichês de outros filmes de terror e ficção, tendo como ponto positivo conseguir manter o interesse do espectador utilizando a casa e a garagem como cenários por quase todo o filme. 

A narrativa é ágil, repleta de tensão e as cenas de violência beiram o gore, incluindo um clímax com efeitos especiais que parecem saídos dos filmes B dos anos oitenta. 

É um filme para os fãs de terror que não se estejam preocupados com falhas ou atuações ruins.


terça-feira, 9 de março de 2021

Obsessão

 


Obsessão (Greta, Irlanda / EUA, 2018) – Nota 5,5
Direção – Neil Jordan
Elenco – Isabelle Huppert, Chloe Grace Moretz, Maika Monroe, Colm Feore, Stephen Rea.

Em Nova York, a jovem Frances (Chloe Grace Moretz) encontra uma bolsa dentro do metrô. Ela decide procurar a dona para devolver o objeto e os pertences. 

Ela encontra Greta (Isabelle Huppert), uma simpática mulher de meia-idade que rapidamente se transforma em sua amiga. Não demora para Frances perceber que existe algo de errado com Greta. Ela tenta se afastar, mas passa a ser perseguida pela "amiga". 

Este suspense dirigido pelo irlandês Neil Jordan segue todos os clichês do gênero, tendo como pontos positivos uma assustadora Isabelle Huppert e a surpresa que sua personagem guarda para a protagonista. O problema é que após a surpresa, as situações se mostram forçadas. 

É basicamente um suspense genérico que tem alguma relevância somente por causa dos envolvidos.

segunda-feira, 8 de março de 2021

Quando as Luzes se Apagam, Maligno & Filha da Luz

 


Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, EUA, 2016) – Nota 7
Direção – David F. Sandberg
Elenco – Teresa Palmer, Gabriel Bateman, Alexander DiPersia, Maria Bello, Billy Burke.

O garoto Martin (Gabriel Bateman) não consegue dormir com medo de uma entidade que o persegue todas as noites e que tem uma ligação com sua perturbada mãe (Maria Bello). 

Avisada pela escola que Martin está dormindo na sala de aula, sua irmã Rebecca (Teresa Palmer) que se afastou da mãe por causa do mesmo problema, toma a frente da situação mesmo sabendo que enfrentará algo bastante perigoso. 

Este suspense de curta duração vai direto ao ponto ao criar sequências de suspense violentas e assustadoras desde o início, a maioria delas dentro da casa da família. A forma como a entidade aparece e desaparece é simples e ao mesmo tempo criativa, assim como a explicação para o porquê dela perseguir aquelas pessoas. 

Para quem gosta do gênero, este filme é uma boa opção.

Maligno (The Prodigy, EUA / Canadá, 2019) – Nota 6,5
Direção – Nicholas McCarthy
Elenco – Taylor Schlling, Jackson Robert Scott, Peter Mooney, Colm Feore, Paul Fauteaux, Brittany Allen, Paula Boudreau.

O casal Sarah (Taylor Schilling) e John (Peter Mooney) realiza o sonho de ter um filho. Com menos de dois anos de idade, eles percebem que o garoto Miles tem uma inteligência acima de média, sendo indicado para começar os estudos em um colégio para superdotados. 

Aos nove anos de idade, Miles (Jackson Robert Scott) começa a demonstrar um comportamento instável, com atos de violência e manipulação, Os pais imaginam ser algum problema psicológico simples, sem saber que na verdade é algo muito mais perigoso. 

Esta mistura de suspense e terror explora algumas sequências violentas tendo como ponto principal a sinistra  interpretação do garoto Jackson Robert Scott. Ele consegue variar os sentimentos demonstrando insegurança, medo e crueldade, com um olhar assustador em alguns momentos. A explicação para as atitudes do garoto é interessante e também assustadora. 

É uma pena que as atuações do casal principal sejam fracas, além da falta de um “especialista” com mais carisma para lidar com o garoto, já que o veterano Colm Feore também não convence. Eu esperava um filme pior e tive uma boa surpresa, mesmo com os defeitos.

Filha da Luz (Bless the Child, EUA / Alemanha, 2001) – Nota 5,5
Direção – Chuck Russell
Elenco – Kim Basinger, Jimmy Smits, Holliston Coleman, Rufus Sewell, Angela Bettis, Ian Holm, Lumi Cavazos, Michael Gaston, Christina Ricci

Em uma noite, a enfermeira Maggie (Kim Basinger) recebe a inesperada visita de sua irmã viciada em drogas Jenna (Angela Bettis), que entrega uma bebê e desaparece. 

Seis anos depois, Maggie cuida da pequena Cody (Holliston Coleman) como sendo sua família, quando Jenny reaparece ao lado do sinistro marido Eric (Rufus Sewell), que termina por sequestrar a criança. 

Mesmo sem direitos legais, Maggie é auxiliada pelo agente do FBI John Travis (Jimmy Smits), que investiga uma série de desaparecimentos de crianças. 

Este suspense tem uma premissa bastante interessante que mistura drama e suspense, para em seguida mudar o rumo para uma sinistra trama que beira o terror. 

A narrativa prende a atenção, porém o espectador precisa relevar os vários furos no roteiro e as atuações canastronas, inclusive de Kim Basinger.

domingo, 7 de março de 2021

Arkansas

 


Arkansas (Arkansas, EUA, 2020) – Nota 7,5
Direção – Clark Duke
Elenco – Liam Hemsworth, Clark Duke, Vince Vaughn, John Malkovich, Michael Kenneth Williams, Eden Brolin, Brad William Henke, Jeff Chase, Vivica A. Fox, Barry Primus, Patrick Muldoon, Chandler Duke.

Kyle (Liam Hemsworth) e Swin (Clark Duke) são pequenos traficantes que recebem a missão de trabalhar em um parque estadual no Arkansas como disfarce para vender drogas. 

Eles tem como chefe o ranger Bright (John Malkovich), que por sua vez presta contas ao chefão chamado Frog, sujeito que poucos conhecem a verdadeira identidade. Um problema numa negociação dá início a uma série de eventos inesperados e trágicos. 

Escrito e dirigido pelo ator Clark Duke, conhecido por papéis em comédias como “Kick-Ass” e “A Ressaca”, este longa é uma grata surpresa. Duke divide a trama em capítulos que se passam em épocas diferentes, detalhando a ascensão de Frog ao topo do comando do tráfico e as consequências das atitudes da dupla vivida por Liam Hemsworth e o próprio Duke. As narrativas se cruzam em meio a desencontros e a violência. 

O roteiro também explora a questão da ascensão e queda dentro do tráfico, um “ramo” em que mais cedo ou mais tarde o líder termina caindo da pior forma possível. 

O estilo da narrativa pontuada por uma estranha e até sinistra trilha sonora é outro acerto, assim como os diálogos criativos, vários com comentários e referências cinematográficas. 

As presenças marcantes de Vince Vaughn, John Malkovich e Michael Kenneth Williams também são destaques. Agora é esperar para ver se Clark Duke continuará sua promissora aventura como diretor.

sábado, 6 de março de 2021

The Pacific

 


The Pacific (The Pacific, EUA, 2010) – Nota 9
Direção – Jeremy Podeswa, Timothy Van Patten, David Nutter, Carl Franklin, Tony To & Graham Yost
Elenco – James Badge Dale, Joseph Mazzello, Jon Seda, Ashton Holmes, Rami Malek, Martin McCann, Josh Helman, Keith Nobbs, Jacob Pitts, Toby Leonard Moore, Brendan Fletcher, Conor O’Farrell, William Sadler, Scott Gibson, Jon Bernthal, Caroline Dhavernas, Annie Parisse, Noel Fisher.

Nove anos depois de produzirem a sensacional “Band of Brothers”, Steven Spielberg e Tom Hanks se reuniram novamente para contar histórias da Segunda Guerra nos conflitos do Pacífico. 

Diferente de “Band of Brothers” em que as sequências de ação explosivas eram o ponto principal em praticamente todos os dez episódios, aqui a narrativa intercala os violentíssimos conflitos com os japoneses com os dramas pessoal dos soldados, tendo um peso semelhante nas duas situações. 

O roteiro que é baseado em fatos reais foca em três personagens principais que eram fuzileiros navais. Robert Leckie (James Badge Dale), que antes da guerra era jornalista descreve tudo o que enfrentou em um caderno que transformaria em livro. John Basilone (Jon Seda) se transforma em herói durante a batalha de Guadalcanal, mas tem dificuldade para ficar longe da guerra mesmo tendo o privilégio de voltar para casa antes. O jovem Eugene Sledge (Joseph Mazzello) é um voluntário que desejava lutar, mas que aos poucos muda sua personalidade ao participar de sangrentas batalhas. 

Esta mistura de drama e violência deixa o espectador angustiado durante as terríveis batalhas, os bombardeios e as chuvas de tiros, tanto pelos mortos, como por aqueles que surtam, não aguentando mais enfrentar o inferno da guerra. Além dos três protagonistas, o destaque do elenco fica para o personagem de Rami Malek como um soldado cínico que fala o que pensa. 

Mesmo estando um degrau abaixo de “Band of Brothers”, esse minissérie é imperdível para quem curte obras sobre a Segunda Guerra.


sexta-feira, 5 de março de 2021

Victor Frankenstein

 


Victor Frankenstein (Victor Frankenstein, Inglaterra / Canadá / EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Paul McGuigan
Elenco – James McAvoy, Daniel Radcliffe, Jessica Brown Findley, Andrew Scott, Freddie Fox, Daniel Mays.

Um acidente com uma trapezista em um circo faz com que o médico Victor Frankenstein (James McAvoy) descubra o talento para medicina que tem um corcunda sem nome (Daniel Radcliffe). 

Victor ajuda o rapaz a fugir do circo para ser seu parceiro e o “batiza” como Igor. O que o jovem corcunda ainda não sabe é que o médico trabalha em uma experiência sinistra, tentando criar vida através de partes de animais. 

Esta versão de Frankenstein segue o gênero que foi criado há alguns anos de adaptar histórias clássicas com uma roupagem moderna, através de uma narrativa ágil e inserindo efeitos especiais. Neste caso a escolha até que funciona, mesmo estando longe de ser um grande filme. 

O roteiro explora de forma interessante a obsessão do protagonista em criar vida, ao mesmo tempo em que o personagem de Igor também renasce ao ser descoberto pelo médico. A discussão sobre os limites da medicina é rasa, dando mais espaço a violência e algumas sequências bastante sangrentas. 

É basicamente uma história clássica transformada em um razoável filme pipoca.


quinta-feira, 4 de março de 2021

Foxtrot

 


Foxtrot (Foxtrot, Israel / Suíça / Alemanha / França, 2017) – Nota 7
Direção – Samuel Maoz
Elenco – Lior Ashkenazi, Sarah Adler, Yonaton Shiray, Shira Hass, Eden Gamliel, Yehuda Almagor.

O casal Michael (Lior Ashkenazi) e Daphna (Sarah Adler) fica em choque ao receber a notícia de que seu filho que era soldado do exército israelense morreu no interior do país. Outro fato inesperado potencializa ainda mais a crise resultando em reações exacerbadas do casal. 

Este drama israelense se divide em duas narrativas bastante lentas, com sequências em que os personagens parecem se desligar do mundo. Por exemplo, o pai fica praticamente mudo por mais de dez minutos iniciais, sem saber como reagir com a notícia da morte do filho. 

As duas narrativas paralelas não chegam a se cruzar, mas tem como objetivo mostrar como nossas decisões levam a situações inesperadas e também como o destino pode ser cruel. 

Destaque para as atuações atormentadas de Lior Ashkenazi e Sarah Adler.


quarta-feira, 3 de março de 2021

Os Lobos Nunca Choram, Viagem Clandestina & A Última Viagem da Arca de Noé

 


Os Lobos Nunca Choram (Never Cry Wolf, EUA, 1983) – Nota 7,5
Direção – Carroll Ballard
Elenco – Charles Martin Smith, Brian Dennehy, Zachary Ittimangnaq, Samson Jorah.

Tyler (Charles Martin Smith) é um pesquisador que aceita um trabalho extremamente perigoso. Ele ficará durante seis meses isolado no Ártico para estudar lobos que podem ser o motivo da quase extinção de uma espécie de renas que vive na região. Com ajuda de dois esquimós que o encontram, Tyler aos poucos descobre que os lobos são bem diferentes do que ele imaginava. 

Este simpático e sensível longa foi produzido pela Disney quando o estúdio ainda tinha foco principal em animações. A escolha do diretor Carroll Ballard para comandar o longa foi muito pelo seu trabalho em “O Corcel Negro”, outro filme que misturava aventura, amizade e natureza. 

Aqui o conflito entre homem e natureza fica em segundo plano, dando espaço para a curiosa relação que se cria entre o protagonista e os lobos, além é claro das belíssimas locações. 

A relação dos esquimós com a natureza é desmistificada em parte, assim como o roteiro também explora a ganância e a luta pela sobrevivência. 

Mesmo com poucos personagens e sequências contemplativas, o filme passa longe de ser cansativo.

Viagem Clandestina (The Journey of Natty Gann, EUA, 1985) – Nota 7
Direção – Jeremy Paul Kagan
Elenco – Meredith Salenger, John Cusack, Ray Wise, Lainie Kazan, Scatman Crothers, Barry Miller, Verna Bloom.

Chicago, anos trinta. Durante a Grande Depressão Econômica, a adolescente Natty Gann (Meredith Salenger) foi deixada com um guardião pelo pai (Ray Wise) que foi trabalhar em uma madeireira em Washington. 

Um determinado fato faz com que Natty decida fugir com o objetivo de encontrar o pai. Ao atravessar o país enfrentando vários desafios, a garota fará uma inusitada amizade com um lobo e com um jovem andarilho (John Cusack). 

Esta aventura indicada para toda a família produzida pela Disney fez grande sucesso no mercado de VHS nos anos oitenta. As boas sequências de ação, as belíssimas locações e a determinação da protagonista vivida por Meredith Salenger são os destaques. Vai citar ainda a participação de um ainda bem jovem John Cusack. 

A Última Viagem da Arca de Nóe (The Last Flight of Noah’s Ark, EUA, 1980) – Nota 6,5
Direção – Charles Jarrott
Elenco – Elliott Gould, Genevieve Bujold, Rick Schroder, Vincent Gardenia, Tammy Lauren, John P. Ryan, Dana Elcar, John Fujioka.

Noah Dugan (Elliott Gould) é um piloto de avião que deve uma grande quantia de dinheiro por causa de uma aposta. Para pagar a dívida, ele aceita o trabalho de transportar a missionária Bernadette (Genevieve Bujold) que precisa levar vários animais para um determinado local. 

A situação fica muito complicado quando Noah é obrigado a fazer uma pouso forçado em uma ilha deserta, descobrindo ainda que dois alunos da missionária (Ricky Schroder e Tammy Lauren) estão escondidos no avião. 

Esta produção da Disney brinca com a história da Arca da Noé para entregar um longa que mistura aventura e comédia de forma inofensiva. O então astro Elliott Gould interpreta o sujeito cínico comum em sua carreira, enquanto a presença do garotinho Ricky Schroder se deve ao sucesso do drama “O Campeão” que foi produzido um ano antes. 

O resultado é uma sessão da tarde típica dos anos setenta e oitenta.

terça-feira, 2 de março de 2021

Impulsividade

 


Impulsividade (Thumbsucker, EUA, 2005) – Nota 7
Direção – Mike Mills
Elenco – Lou Taylor Pucci, Tilda Swinton, Vincent D’Onofrio, Keanu Reeves, Vince Vaughn, Kelli Garner, Benjamin Bratt.

Aos dezessete anos de idade e prestes a se formar no colégio, Justin (Lou Taylor Pucci) demonstra insegurança, principalmente pelo hábito de lamber o dedão da mão quando está sozinho, além de sofrer com pesadelos. A dificuldade em conversar com os pais (Tilda Swinton e Vincent D’Onofrio) é outro problema. 

Quando a coordenadora da escola diz que ele poderia melhorar sua falta de atenção com medicamentos, Justin não pensa duas vezes em aceitar o conselho, acreditando que sua vida possa mudar. 

Deixe de lado o título original e a premissa estranha. Este drama é muito mais profundo do que parece. O roteiro explora a complicada relação entre pais e filhos, que muitas vezes não sabem expressar seu sentimentos em palavras ou tem vergonha de assumir seus erros, a insegurança dos jovens e a questão da utilização de medicamentos em busca de uma felicidade imaginária. 

O elenco tem coadjuvantes curiosos como o dentista zen vivido por Keanu Reeves e o professor interpretado por Vince Vaughn. Destaque também para as boas atuações de Lou Taylor Pucci e Vincent D’Onofrio.

segunda-feira, 1 de março de 2021

A Casa Torta

 


A Casa Torta (Crooked House, Inglaterra / EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Gilles Paquet Brenner
Elenco – Max Irons, Stefanie Martini, Glenn Close, Julian Sands, Terence Stamp, Christina Hendricks, Honor Kneafsey, Gillian Anderson, Christian McKay, Amanda Abbington, Preston Nyman, John Heffernan, Jenny Galloway.

Em um enorme casarão vitoriano na Inglaterra, um milionário morre em seu quarto após receber um injeção que deveria ser de insulina. 

A suspeita de que ele tenha sido assassinado leva sua neta Sophia (Stefanie Martini) a contratar seu antigo amante e também investigador particular Charles Hayward (Max Irons) para investigar o caso. Na mansão vivem filhos, noras, netos e empregados, todos com algum motivo para matar o velho. 

Esta adaptação de um livro de Agatha Christie segue o estilo das histórias da autora, em que vários personagens são suspeitos de um crime. A reconstituição de época é ótima, assim como o final ousado que foge da habitual solução baseada nas provas e nos diálogos. 

Por mais que estes pontos sejam interessantes, o filme deixa um pouco a desejar no desenvolvimento raso dos personagens e na falta de carisma de Max Irons, filho do ator Jeremy Irons. O personagem do investigador merecia um ator com mais talento. 

O resultado é pouco mais do que mediano, indicado principalmente para os fãs da autora.