sábado, 31 de outubro de 2020

A Colina dos Homens Perdidos

 


A Colina dos Homens Perdidos (The Hill, Inglaterra, 1965) – Nota 7
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Sean Connery, Harris Andrews, Ian Bannen, Alfred Lynch, Ossie Davis, Roy Kinnear, Jack Watson, Ian Hendry, Michael Redgrave.

Hoje o cinema perdeu Sean Connery aos noventa anos de idade. O eterno James Bond estava aposentado desde 2003. Connery foi um dos maiores astros da história cinema, que além da franquia 007 participou de outros grandes filmes como "O Nome da Rosa", "Highlander - O Guerreiro Imortal" e o sensacional "Os Intocáveis" que lhe rendeu o Oscar de Ator Coadjuvante. 

Nesta postagem comento uma das obras menos conhecidas do ator. O drama de guerra "A Colina dos Homens Perdidos" foi o primeiro trabalho da parceria entre Connery e o também grande diretor Sidney Lumet, que juntos fariam cinco filmes. 

Norte da África, Segunda Guerra Mundial. O exército inglês mantém preso em uma espécie de forte no deserto soldados desertores e aqueles que quebraram regras. O local é comandado com mão de ferro pelo capitão Wilson (Harris Andrews), que mantém o sádico sargento Williams (Ian Hendry) para punir os presos. A chegada de cinco novos presos, entre eles Roberts (Sean Connery), inicia uma série de conflitos criando uma situação que vai se tornando insustentável. 

Apesar de ser um longa com temática de guerra, o foco principal acaba sendo um drama com atuações quase teatrais. A trama é uma sequência indigesta de punições exageradas com o objetivo de transformar os rebeldes presos em soldados que aceitem todo tipo de ordem. 

A “colina” do título é uma montanha de areia criada para os presos subirem e descerem correndo com mochilas pesadas nas costas debaixo do sol escaldante, ou seja, para um castigo extremamente cruel. 

Por mais que a história passe a mensagem do absurdo destas punições e da obediência cega, a narrativa é um pouco cansativa tanto pela repetição dos castigos, quanto pelas interpretações teatrais. 

Vale a sessão pela direção de Lumet e a presença carismática de Sean Connery.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Ecos na Escuridão & O Internato

 


Ecos na Escuridão (Our House, Canadá / Alemanha / EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Anthony Scott Burns
Elenco – Thomas Mann, Percy Hynes White, Kate Moyer, Nicola Peltz, Robert B. Kennedy, Lucius Hoyos, Allison Hossack, John Ralston.

Após a morte dos pais em um acidente, o jovem Ethan (Thomas Mann) abandona a universidade para cuidar dos irmãos mais novos Matt (Percy Hynes White) e Becca (Kate Moyer). 

Mesmo longe dos estudos, Ethan continua trabalhando em um aparelho que busca “transmitir” energia elétrica sem fio. Os problemas começam quando o aparelho capta estranhos sinais, que seus irmãos passam a acreditar serem mensagens de seus pais. 

A premissa de buscar contato com mortos através de aparelhos ou objetos já foi explorada várias vezes no cinema, não existindo muito espaço para novidades. A trama aqui é realmente previsível. Os pontos principais são as sequências de suspense e o drama familiar sobre perdas. 

É um filme correto, porém que com certeza você já viu algo bastante parecido em outras obras.

O Internato (Boarding School, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Boaz Yakin
Elenco – Luke Prael, Will Patton, Sterling Jerins, Samantha Mathis, Tammy Blanchard, David Aaron Baker, Robert John Burke.

Jacob (Luke Prael) é um garoto que sofre com terrores noturnos e que após a morte da avó que ele não conheceu, desenvolve uma obsessão pelas roupas e objetos da falecida. 

A situação desagrada sua mãe (Samantha Mathis) e o padrasto (David Aaron Baker), que o enviam para um colégio interno que tem apenas sete alunos problemáticos. O colégio é comandado por um estranho casal (Will Patton e Tammy Blanchard), que escondem um segredo. 

O início passa a impressão de ser mais um filme de suspense genérico. Com o desenrolar da trama, o espectador é surpreendido pela mistura de suspense e violência que explora o mal da pior forma possível como sendo parte do ser humano. 

As locações no colégio e os sinistros coadjuvantes aumentam ainda o clima de terror. É um filme que entrega mais do que promete.


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Os 7 de Chicago

 


Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7, EUA / Inglaterra / Índia, 2020) – Nota 6,5
Direção – Aaron Sorkin
Elenco – Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong, Mark Rylance, Frank Langella, Alex Sharp, John Carroll Lynch, Yahya Abdul Matten II, Joseph Gordon Levitt, Ben Shenkman, J.C. MacKenzie, Michael Keaton, John Doman, Danny Flaherty, Noah Robbins, Kelvin Harrison Jr,. Caitlin Fitzgerald, Alice Kremelberg.

Chicago, 1968. Durante a convenção do Partido Democrata para escolha do candidato que disputaria as eleições para presidente contra Richard Nixon, diversos grupos de esquerda protestam contra a Guerra do Vietnã, resultando num sangrento confronto com policiais. Alguns meses depois, com Nixon eleito e empossado, oito líderes destes grupos são levados a julgamento. 

O diretor e roteirista Aaron Sorkin se baseou na história real do julgamento para criar um longa no estilo que a Academia do Oscar adora premiar, mas que ao mesmo tempo se mostra uma obra panfletária em prol da esquerda. 

Analisando os fatos reais, fica claro que os dois lados erraram defendendo interesses próprios. A administração de Nixon foi terrível, dando uma ênfase maior a Guerra do Vietnã que matou milhares de pessoas e terminando com o escândalo de Watergate. 

Por outro lado, os grupos de esquerda na verdade tinham agendas próprias, alguns buscavam espaço na política como Tom Hayden (Eddie Redmayne), outros como os hippies liderados por Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen) e Jerry Rubin (Jeremy Strong) clamavam pela anarquia, confrontos e adoravam os holofotes. 

Na visão de Sorkin, estes ativistas são tratados quase como heróis, assim como o advogado liberal vivido por Mark Rylance, enquanto os personagens do lado do governo e da justiça são insossos como o procurador de Joseph Gordon Levitt ou ridicularizados como o juiz que é interpretado pelo ótimo Frank Langella. 

Pensando apenas como cinema, o filme prende a atenção de quem gosta de dramas de tribunal. Quanto a história de forma mais ampla, vemos aqui apenas a versão de Sorkin alinhada com o pensamento revolucionário da esquerda.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Toque de Recolher

 


Toque de Recolher (Right at Your Door, EUA, 2006) – Nota 6,5
Direção – Chris Gorak
Elenco – Rory Cochrane, Mary McCormack, Tony Perez, Scotty Noyd Jr., Jon Huertas.

Em uma manhã aparentemente normal, a cidade de Los Angeles sofre vários ataques simultâneos com bombas químicas. O músico Brad (Rory Cochrane) fica desesperado tentando localizar sua esposa Lexi (Mary McCormack), que trabalha no centro da cidade. 

As autoridades cercam a região central e Brad é obrigado a esperar a esposa em casa, enquanto ouve notícias assustadoras sobre os possíveis efeitos das armas químicas. 

A primeira meia-hora desta produção de baixo orçamento é extremamente tensa, com uma trilha sonora eletrizante e a câmera do diretor e roteirista Chris Gork seguindo o desesperado protagonista na busca pela esposa. 

Quando a trama volta para a casa, o ritmo cai e o foco passa a ser o drama. O filme volta a crescer na parte final, que entrega ainda uma surpreendente reviravolta. 

A história é simples, mas funciona de forma eficiente, lógico que levando em conta a limitações do orçamento e o elenco inexpressivo.


terça-feira, 27 de outubro de 2020

Don’t F**k with Cats: Uma Caçada Online

 


Don’t F**k with Cats: Uma Caçada Online (Don't F**k with Cats: Hunting an Internet Killer, EUA, 2019) – Nota 8
Direção – Mark Lewis
Documentário

Em 2010, um vídeo em que um rapaz matava dois filhotes de gato foi postado na internet e causou revolta em muitas pessoas. Uma mulher de Las Vegas e um sujeito de Los Angeles ficaram extremamente indignados. 

Eles montaram um grupo no Facebook e começaram a analisar o vídeo de todas as formas possíveis, procurando pistas do local onde ocorreu o crime e do sujeito que teria cometido. A obsessão destas duas pessoas em encontrar o culpado dá inicio a uma história com sinistros acontecimentos posteriores. 

Este documentário em três episódios foca em uma história brutal que parece ter saído da cabeça de algum roteirista de cinema, mesmo sendo real e repleto de provas. 

Além de detalhar a minuciosamente a história, o roteiro escrito pelo diretor Mark Lewis mostra como é possível descobrir praticamente tudo através da internet. 

A investigação online feita pelas duas pessoas citadas chega a ser tão eficiente como o trabalho físico da polícia, ou seja, os dois se complementam. 

Este gênero de documentar e detalhar crimes reais pode ser tão interessante e criativo como um filme policial de ficção.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

3 Pedidos

 


3 Pedidos (3 Ting, Dinamarca, 2017) – Nota 6,5
Direção – Jens Dahl
Elenco – Nikolaj Coster Waldau, Birgitte Hjort Sorensen, Laerke Winther, Jacob Lohmann, Morten Holst.

Em Copenhague na Dinamarca, o ladrão Mikael (Nikolaj Coster Waldau) é levado por dois policiais e uma promotora para o quarto de um hotel, local onde será mantido até o dia seguinte se concordar em testemunhar contra seu antigo chefe no mundo do crime. 

Aceitando a proposta, Mikael será colocado no programa de proteção a testemunhas. Ele aceita, porém em troca faz três pedidos inusitados que devem cumpridos antes do julgamento. 

O roteiro escrito pelo diretor Jens Dahl deixa claro desde o início que os pedidos do protagonista tem um propósito que vai além do julgamento ou de um simples desejo pessoal. A habitual reviravolta deste tipo de filme ocorre na parte final, com um surpresa nem tão inesperada. 

Os diálogos são destaque, focando em várias discussões e manipulações entre os personagens. O filme perde alguns pontos pela narrativa irregular, mesmo tendo uma curta duração. 

Considero um filme interessante, até melhor do que esperava depois de ler várias críticas ruins.

domingo, 25 de outubro de 2020

Jornada da Vida & Uma Família de Dois

 


Jornada da Vida (Yao, França / Senegal, 2018) – Nota 7,5
Direção – Philippe Godeau
Elenco – Omar Sy, Lionel Louis Basse, Fatoumata Diawara, Alibeta, Germaine Acogny, Gwendolyn Gourvenec.

Seydou Tall (Omar Sy) é um ator que viaja para Dakar no Senegal para participar do lançamento de seu livro. Seydou é filho de um senegalês, mas não conhecia o país. 

Em paralelo, o garoto Yao (Lionel Louis Basse) sai da pequena vila em que vive e atravessa o país de carona para chegar em Dakar e conseguir um autógrafo do ator em seu surrado livro. 

A inteligência de Yao mexe com Seydou, que decide viajar com o garoto de volta para casa deste no interior do Senegal, assim conhecendo um pouco de suas próprias raízes. 

Este simpático road movie acerta em cheio na ótima química entre o carismático Omar Sy e a espontânea interpretação do garoto Lionel Louis Basse. Os diálogos entre dois personagens que vivem em mundos tão diferentes mostram que mesmo com a distância cultural eles tem muitas coisas em comum. 

As locações pelo interior do Senegal é outro destaque, mostrando a vida naquela região e os costumes locais. É um daqueles filmes que faz o espectador se sentir bem ao final da sessão.

Uma Família de Dois (Demain Tout Commence, França / Inglaterra, 2016) – Nota 7,5
Direção – Hugo Gélin
Elenco – Omar Sy, Clémence Poésy, Gloria Colston, Antoine Bertrand, Ashley Walters.

Samuel (Omar Sy) trabalha e curte a vida em um hotel litorâneo no sul da França. A boa vida se transforma em loucura quando Kristin (Clémence Poésy) abandona uma bebê com ele e desaparece. Samuel tenta encontrá-la em Londres, mas não consegue. 

Oito anos depois, Samuel trabalha como dublê e cuida da esperta Gloria (Gloria Colston), que deseja conhecer a mãe. Um fato novo muda tudo na vida de pai e filha. 

Este refilmagem do longa mexicano “Não Aceitamos Devoluções” de 2013 mistura drama e comédia rasgada, com direito a algumas sequências bastante emotivas. 

Gostei bastante do filme, mas sou obrigado a citar que algumas cenas de comédia beiram o pastelão, exagerando um pouco na dose. Por outro lado, a ótima química entre Omar Sy e a garotinha Gloria Colston valem a sessão inteira. 

É um filme que agrada em cheio os fãs de filmes sobre família.


sábado, 24 de outubro de 2020

Cadê Você, Bernardette?

 


Cadê Você, Bernardette? (Where'd You Go, Bernadette, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Richard Linklater
Elenco – Cate Blanchett, Billy Crudup, Emma Nelson, Kristen Wiig, Zoe Chao, Laurence Fishburne, David Paymer, Megan Mullally, Steve Zahn, Judy Greer, Kate Burton, James Urbaniak.

Bernadette Fox (Cate Blanchett) é uma famosa arquiteta que abandonou a carreira em Los Angeles após um projeto que não terminou da forma que ela queira. 

Vinte anos depois, Bernadette vive em Seattle com o marido Elgie (Billy Crudup) que trabalha na Microsoft e a filha adolescente Bee (Emma Nelson). 

Excêntrica e depressiva, Bernadette não tem paciência e nem vontade de conviver com outras pessoas, situação que resulta em pequenos conflitos diários. 

O ótimo e extremamente criativo diretor Richard Linklater entrega aqui um filme que explora situações bizarras protagonizadas pela sempre competente Cate Blanchett. Sua personagem é o que segura a história, que pode ser dividida em duas partes. 

A primeira detalha as consequências malucas de cada atitude da protagonista, para na parte final levar a trama para uma localização totalmente incomum e uma situação ainda mais estranha. O curioso é que esse malabarismo todo esconde uma simples história de crise pessoal e familiar. 

É um filme que vale a sessão por conta da atuação de Cate Blanchett, perfeita como a complicada Bernardette.


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Um Refúgio no Passado

 


Um Refúgio no Passado (In My Father's Den, Nova Zelândia / Inglaterra, 2004) – Nota 7,5
Direção – Brad McGann
Elenco – Matthew Macfadyen, Miranda Otto, Emily Barclay, Colin Moy, Jimmy Keen, Jodie Rimmer.

O famoso fotógrafo Paul Prior (Matthew Macfadyen) volta para a cidade onde nasceu no interior da Nova Zelândia para acompanhar o enterro do pai. A volta às origens desperta lembranças de sua infância e adolescência, principalmente dos fatos que o levaram a ir embora do país. 

Sua relação com as pessoas do passado fica ainda mais complicada quando a adolescente Celia (Emily Barclay) se torna sua amiga. A garota é filha de sua antiga namorada (Jodie Rimmer). 

A premissa de personagem que sofre ao enfrentar os problemas do passado é comum no cinema, algumas vezes explorando pitadas de comédia e outras focando diretamente no drama, como é o caso deste filme. 

Em seu único longa, o falecido diretor neozelandês Brad McGann intercala com competência o incômodo que a presença do protagonista causa em algumas pessoas, com flashbacks que detalham os fatos que levaram a sua ruptura com a família e a namorada. 

O ator Matthew Macfadyen, que no ano seguinte seria o protagonista do ótimo “Orgulho e Preconceito”, cria aqui um personagem triste e solitário que parece carregar uma culpa enorme. 

O resultado é um doloroso drama, até pesado em alguns momentos.


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Projeto Gemini

 


Projeto Gemini (Gemini Man, China / EUA / Índia, 2019) – Nota 6,5
Direção – Ang Lee
Elenco – Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen, Benedict Wong, Douglas Hodge, Ralph Brown, Linda Emond, Victor Hugo.

Henry Brogan (Will Smith) é um assassino profissional que trabalha para o governo americano e que decide se aposentar após completar seu último serviço. O problema é que a vítima deste trabalho era um cientista que escondia segredos Para apagar todo o rastro da situação, seu superior (Clive Owen) envia um clone de Henry para matá-lo. 

O roteiro desta ficção não apresenta surpresas, se resumindo a várias cenas de ação em que Will Smith luta contra ele mesmo, intercaladas com clichês de amizade entre o protagonista, uma agente (Mary Elizabeth Winstead) e um mercenário (Benedict Wong). 

A maioria destas sequências de ação tem o desconhecido brasileiro Victor Hugo como sendo o “modelo” utilizado para criar em computador um jovem Will Smith. 

Mesmo sendo uma história bem diferente, o formato das cenas de ação ao estilo game lembram o trabalho do diretor Ang Lee na fracassada versão de “Hulk” com Eric Bana. 

O filme até prende a atenção e tem um narrativa agradável, mesmo com as falhas e a previsibilidade da trama.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

A Zona

 


A Zona (La Zona, Espanha, 2017) – Nota 6,5
Direção – Alberto & Jorge Sanchez Cabezudo
Elenco – Eduard Fernandez, Álvaro Cervantes, Alexandra Jimenez, Alba Galocha, Emma Suarez, Manolo Solo, Marina Salas, Luis Zahera, Sergio Peris Mencheta.

Um acidente em uma usina nuclear fez a cidade de Nogales na Espanha isolar uma zona que foi contaminada. Três anos depois, o assassinato de um contrabandista de materiais radioativos leva o investigador Hector Uria (Eduard Fernandez) a reviver a perda do filho que ocorreu no acidente. O crime também é a ponta de uma complexa trama para encobrir a verdade sobre a tragédia na usina. 

Este minissérie em oito episódios começa com uma pegada pós-apocalítica com boas sequências de perseguição dentro da zona isolada. Os problemas aparecem no desenrolar dos episódios que intercalam a investigação policial, a questão política que envolve empresários e autoridades, além das dúvidas de uma médica (Alexandra Jimenez) sobre a causa do acidente na usina e por um fim uma pitada de dramas pessoais. 

Essa mistura de situações deixa a narrativa irregular e até cansativa em alguns momentos. A falta de um clímax e um final morno são outros pontos negativos. A premissa termina sendo muito superior do que desenvolvimento da história.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

A Casa do Medo - Incidente em Ghostland & Assombrada Pelo Passado

 


A Casa do Medo – Incidente em Ghostland (Incident in a Ghostland, França / Canadá / China, 2018) – Nota 6,5
Direção – Pascal Laugier
Elenco – Crystal Reed, Mylene Farmer, Anastasia Phillips, Emilia Jones, Taylor Hickson, Kevin Power, Rob Archer.

Pauline (Mylene Farmer) e suas filhas adolescentes Beth (Emilia Jones) e Vera (Taylor Hickson) mudam para a casa de uma tia que acabou de falecer. No local isolado, logo na primeira noite, dois psicopatas em uma caminhão de doces invadem a casa aterrorizando a família. 

Anos depois, a adulta Beth (Crystal Reed) se tornou uma escritora de sucesso. Após receber uma sinistra ligação de Vera (Anastasia Phillips), ela decide visitar irmã e mãe que moram ainda na mesma casa. A volta de Beth faz a família reviver o pesadelo. 

Esta produção B de terror e suspense acerta em cheio no clima sinistro, nas sequências de violência e na curiosa reviravolta da parte final que brinca com o imaginário. A narrativa segue o estilo com sustos, sangue e gritaria comum ao gênero, o que por outro lado resulta em atuações exageradas. Por sinal, o elenco é um dos pontos fracos. 

No geral é um filme que entrega até mais do que promete.

Assombrada Pelo Passado (Haunter, Canadá / França, 2013) – Nota 6
Direção – Vincenzo Natali
Elenco – Abigail Breslin, Peter Outerbridge, Michelle Nolden, Stephen McHattie, Peter DaCunha, Samantha Weinstein, Eleanor Zichy, David Hewlett, Sarah Manninen.

A adolescente Lisa (Abigail Breslin) está presa em um looping infinito em sua casa. O mesmo dia se repete, com as mesmas situações e a mesma tentativa dela em explicar para seus pais o que está acontecendo. 

Cansada da loucura tediosa que enfrenta, Lisa tenta modificar a situação ao descobrir uma estranha passagem em sua casa, dando início a uma série de acontecimentos bizarros envolvendo o passado do local. 

O roteirista explora a mesma premissa do divertido “Feitiço do Tempo” para em seguida desenvolver uma trama que envolve personagens em tempos diferentes, portais e um sinistro vilão vivido por Stephen McHattie. 

Ao final, a história tem uma explicação, o problema é que o desenvolvimento da narrativa é irregular e cansativa, além das várias situações que são me mostram mais confusas dos que complexas. 

Eu considero que a história tinha potencial para um filme melhor. O próprio diretor Vincenzo Natali tem obras mais bem trabalhadas como “Cubo” e o recente “Campo do Medo”.


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O Jovem Ahmed

 


O Jovem Ahmed (Le Jeune Ahmed, Bélgica / França, 2019) – Nota 7,5
Direção – Jean Pierre & Luc Dardenne
Elenco – Idir Ben Addi, Myriem Akheddiou, Claire Bodson, Othmane Moumen, Amine Hamidou.

Em uma cidade da Bélgica, o adolescente Ahmed (Idir Ben Addi) está obcecado em seguir a versão do Alcorão propagada pelo imã (Othmane Moumen) que comanda a mesquita em seu bairro. 

Sua rigidez em seguir as regras o leva a entrar em conflito com sua mãe (Claire Bodson) e principalmente com sua professora (Myriem Akheddiou), a quem ele considera uma infiel que merece ser castigada. 

O roteiro escrito pelos irmãos Dardenne se volta para a terrível consequência da influência de fundamentalistas islâmicos na cabeça de adolescentes inseguros, que passam a acreditar que estão lutando uma guerra santa. 

A sequência da reunião entre pais de origem árabe e a professora deixa claro como a religião levada ao pé da letra dificulta qualquer tipo de relação. 

Como é comum nos trabalhos dos irmãos Dardenne, temos o movimento nervoso da câmera, com várias sequências sendo filmadas com ela na mão seguindo os personagens de uma forma inusitada. 

O foco em temas polêmicos ligadas a minorias, grupos e pessoas comuns é outro fator comum na filmografia da dupla. É um estilo que eu gosto bastante, com um realismo incômodo.


domingo, 18 de outubro de 2020

Inimigos Íntimos

 


Inimigos Íntimos (Freres Ennemis, França / Bélgica, 2018) – Nota 7,5
Direção – David Oelhoffen
Elenco – Matthias Schoenaerts, Reda Kateb, Adel Bencherif, Sofiane Zermani, Sabrina Ouazani, Gwendolyn Gouvernec, Nicolas Giraud.

Em Paris, traficantes de origem marroquina que seguiam para uma negociação de drogas são atacados. Apenas Manuel (Matthias Schoenaerts) consegue escapar com vida e se torna o principal suspeito pelos crimes, inclusive por parte de seus parceiros. 

Em paralelo, o policial Driss (Reda Kateb), amigo de infância de Manuel, desconfia que o ataque aos traficantes esteja ligado a sua investigação na região. 

Este ótimo drama policial segue uma linha semelhante aos filmes americanos sobre a Máfia. Traições, conflitos entre lealdade e amizade e muita violência são os ingredientes principais do roteiro. 

As locações na decadente periferia de Paris são outro destaque, muitas delas em um condomínio de classe baixa dominado por árabes e descendentes.

sábado, 17 de outubro de 2020

O Imperador de Paris

 


O Imperador de Paris (L'Empereur de Paris, França, 2018) – Nota 7
Direção – Jean François Richet
Elenco – Vincent Cassel, Patrick Chesnais, August Diehl, Olga Kurylenko, Denis Lavant, Freya Mavor, Denis Ménochet, Fabrice Luchini.

Durante o reinado de Napoleão, o famoso criminoso Vidocq (Vincent Cassel) consegue escapar de um navio que o levaria para um colônia penal. Anos depois, ele volta para Paris e se torna um espécie de caçador de criminosos, levando foragidos para a cadeia. Vidocq faz um acordo com o juiz Henry (Patrick Chesnais), esperando receber o perdão por seu crimes. 

Esta caprichada produção francesa é inspirada na história real de François Vidocq, que foi de criminoso a criminalista, enfrentando diversos obstáculos e vários inimigos pelo caminho. Além da ótima reconstituição de época, a história do personagem é muito interessante, assim como as competentes cenas de suspense e violência. 

O destaque do elenco fica para Vincent Cassel, sempre marcante em suas atuações, que aqui consegue criar um personagem que é ao mesmo tempo violento com os inimigos e leal com os amigos. 

Cassel e o diretor Jean François Richet trabalharam juntos também nos dois longas “Inimigo Público nº 1”, em que o ator interpreta o criminoso Mesrine, outro personagem real.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Sneaky Pete

 


Sneaky Pete (Sneaky Pete, EUA, 2015 a 2019)
Criadores – Bryan Cranston & David Shore
Elenco – Giovanni Ribisi, Marin Ireland, Shane McRae, Libe Barer, Peter Gerety, Margot Martindale, Jay O. Sanders, Jane Adams, Ethan Embry, Jacob Pitts, Justine Cotsonas, Alison Wright, Ben Vereen, Michael Drayer, M. Emmet Walsh, Ricky Jay, Michael O’Keefe.

Produzida pela Amazon, esta série teve três temporadas de dez episódios cada, seguindo o estilo de “Breaking Bad” e “Ozark”, inclusive tendo como um dos criadores o ator Bryan Cranston, protagonista da primeira. 

O personagem principal é o golpista Marius Josipovic (Giovanni Ribisi), que após três anos preso, ganha a liberdade. O problema é que ele deve uma fortuna para um gângster (Bryan Cranston), que mantém seu irmão e sua ex-namorada como funcionários e reféns. 

Para tentar levantar a grana, Marius decide se apropriar da identidade do companheiro de cela Pete Murphy (Ethan Embry), que ainda tem dois anos para cumprir e que não vê seus familiares desde que era criança. Marius consegue enganar a família de Pete, que por outro lado enfrenta seus próprios problemas. A família é dona de uma loja de fianças para criminosos. 

É o início de uma sucessão de golpes e mentiras que funcionam muito bem nas duas primeiras temporadas. São várias reviravoltas em meio a personagens desonestos. Na terceira temporada o nível da trama não é o mesmo, com soluções um pouco forçadas e várias pontas soltas. Talvez por isso esta temporada tenha feito menos sucesso e levado a série ao cancelamento.

Mesmo assim vale a pena conferir, quem curte tramas sobre golpes com certeza irá gostar da série.


quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Uma Criança Por Testemunha & Laços de um Crime

 


Uma Criança Por Testemunha (Cohen and Tate, EUA, 1988) – Nota 6,5
Direção – Eric Red
Elenco – Roy Scheider, Adam Baldwin, Harley Cross, Cooper Huckabee, Suzanne Savoy.

Cohen (Roy Scheider) e Tate (Adam Baldwin) são assassinos contratados por um mafioso. Eles matam a família e os agentes do FBI que cuidam do garoto Travis (Harley Cross), que foi testemunha de um massacre causado pelo mafioso, que deseja calar o menino. 

Enquanto viajam de carro para levar o garoto até o chefe, o veterano Cohen e o agitado Tate entram em conflito, situação que o garoto Travis tenta explorar para se salvar. 

Este interessante drama policial marcou a estreia na direção de Eric Red, roteirista do ótimo “A Morte Pede Carona” de 1986. O foco principal da trama é a relação complexa que surge entre o assassino vivido por Roy Scheider e o garotinho interpretado por Harley Cross. A dureza do bandido é quebrada por um misto de remorso e desejo de redenção, mesmo sabendo que o custo por esta decisão será alto. 

É um filme que prende a atenção e entrega boas sequências de tensão.

Laços de um Crime (The Parts You Lose, Canadá, 2019) – Nota 6
Direção – Christopher Cantwell
Elenco – Aaron Paul, Scoot McNairy, Mary Elizabeth Winstead, Danny Murphy, David Lawrence Brown, Charlee Park.

Wesley (Danny Murphy) é um garoto surdo-mudo que mora em uma casa isolada  numa pequena cidade de Dakota do Norte. Ele é feliz com sua delicada mãe Gail (Mary Elizabeth Winstead) e sua irmã menor Amber (Charlee Park), porém tem uma difícil relação com o pai Ronnie (Scoot McNairy), que não aceita seu problema. 

Quando Wesley encontra um estranho (Aaron Paul) que está ferido, ao invés de chamar a polícia, ele decide ajudar o sujeito a se esconder em um barracão. Nasce uma estranha amizade entre o garoto que sente a falta do pai e o foragido que participou de um assalto. 

O roteiro explora uma trama quase clichê, em que uma criança solitária busca uma figura paterna em alguém que a princípio não tinha interesse algum em fazer este papel. O desgaste do garoto na relação com o pai e a aproximação com o estranho são os pontos principais do filme. O problema é que a história praticamente fica nisso, não existe um clímax ou mesmo alguma sequência de maior suspense. 

Não chega ser um filme ruim, mas fica claro que faltou algo na história.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

País da Violência

 


País da Violência (Assassination Nation, EUA / Canadá, 2018) – Nota 4
Direção – Sam Levinson
Elenco – Odessa Young, Abra, Suki Waterhouse, Colman Domingo, Danny Ramirez, Joel McHale, Maude Apatow, Bill Skarsgard, Bella Thorne, Kelvin Harrison Jr., Kathryn Erbe, Joe Chrest, J.D. Evermore.

Na cidade de Salem, um hacker anônimo divulga fotos comprometedores de diversos moradores, incluindo um grupo de quatro amigas adolescentes. A vida no subúrbio se transforma em um inferno quando as vítimas do vazamento das fotos são destruídas publicamente e uma das garotas (Odessa Young) se torna a maior suspeita do crime. 

O roteiro escrito pelo diretor Sam Levinson cria uma salada indigesta misturando invasão de privacidade digital, feminismo radical e ódio em geral, mostrando quase todos os personagens como pervertidos, manipuladores e violentos. 

Ele tenta ainda fazer um paralelo com o famoso livro “As Bruxas de Salem”, em que jovens foram acusadas de bruxaria, transformando aqui as adolescentes irresponsáveis em “vítimas da sociedade”. 

O longa resulta em um péssimo exemplo de obra ideológica que tenta distorcer a realidade transformando a maioria das pessoas em radicais violentos.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

A Maldição da Chorona

 


A Maldição da Chorona (The Curse of la Llorona, EUA, 2019) – Nota 5,5
Direção – Michael Chaves
Elenco – Linda Cardellini, Roman Christou, Jaynee Lynne Kinchen, Raymond Cruz, Marisol Ramirez, Patricia Velasquez, Sean Patrick Thomas, Tony Amendola.

Los Angeles, 1974. A viúva Anna (Linda Cardellini) tem um casal de filhos pequenos e trabalha como assistente social. Ao se deparar com uma mãe (Patricia Velasquez) que aparentemente enlouqueceu e trancou os filhos em um pequeno quarto, Anna não imagina que algo sobrenatural é a causa da situação e que o “mal” pode ser virar contra sua própria família. 

Este longa é um spin-off da franquia “Invocação do Mal”, porém utilizando como gancho apenas a pequena participação do padre vivido por Tony Amendola, que repete o papel do também fraco “Annabelle”. O diretor Michael Chaves abusa dos jump scares para tentar esconder a previsibilidade da história. 

A entrada em cena de uma personagem em meio ao clímax e a inexpressiva atuação de Raymond Cruz como o curandeiro latino são outros pontos negativos. O que se salva é a beleza e a simpatia de Linda Cardellini. 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Os Reis de Dogtown

 


Os Reis de Dogtown (Lords of Dogtown, EUA / Alemanha, 2005) – Nota 7,5
Direção – Catherine Hardwicke
Elenco – Emile Hirsch, John Robinson, Victor Rasuk, Heath Ledger, Michael Angarano, Rebecca De Mornay, Nikki Reed, Vincent Laresca, Julio Oscar Mechoso, William Mapother, Pablo Schreiber, Elden Henson, America Ferrera, Melonie Diaz, Eddie Cahill, Laura Ramsey, Johnny Knoxville, Jeremy Renner.

Venice, Califórnia, meados dos anos setenta. Os amigos Stacy (John Robinson), Tony (Victor Rasuk) e Jay (Emile Hirsch) são adolescentes que migram do surf para o skate, um esporte que ainda estava engatinhando. 

Impulsionados pelo maluco Skip (Heath Ledger), dono de uma loja de pranchas que monta uma equipe para disputar um torneio de skate, o trio de amigos inicia uma inesperada revolução no esporte. 

O roteiro autobiográfico escrito por Stacy Peralta detalha como um grupo de jovens que a princípio queria apenas se divertir, ajudou a transformar o skate em um esporte com um número enorme de praticante e seguidores. 

A diretora Catherine Hardwicke, que havia estreado dois anos antes com o drama adolescente “Aos Treze”, consegue captar com qualidade as manobras radicais dos jovens pelas ruas, nos torneios e nas piscinas vazias das casas que ele invadiam. 

Vale citar que na época dos acontecimentos, a Califórnia sofria com uma grave seca e o consequente racionamento de água, o que obrigou os moradores a esvaziarem suas piscinas. 

O roteiro segue o caminho comum da amizade adolescente, da chegada ao sucesso que gera uma crise entre eles, até o reencontro. Destaque para as atuações fortes de Emile Hirsch e do falecido Heath Ledger. 

É uma história bastante interessante, mesmo para quem não é fã de skate.

domingo, 11 de outubro de 2020

Escola da Morte

 


Escola da Morte (Slaughterhouse Rulez, Inglaterra, 2018) – Nota 5,5
Direção – Crispian Mills
Elenco – Simon Pegg, Finn Cole, Asa Butterfield, Michael Sheen, Nick Frost, Margot Robbie, Hermione Corfield, Tom Rhys Harris, Jo Hartley.

O adolescente Wallace (Finn Cole) é enviado por sua mãe para estudar em um colégio interno chamado "Slaughterhouse (Matadouro)”. Conviver com uma fraternidade de veteranos se torna o menor dos problemas quando fatos estranhos começam a ocorrer na floresta ao redor do colégio, local em que o diretor (Michael Sheen) “alugou” para uma empresa explorar o gás do subsolo. 

Este comédia inglesa bebe na fonte dos filmes que o diretor Edgard Wright comandou com Simon Pegg e Nick Frost, que por sinal tem os papéis mais engraçados aqui. Pegg é um professor e Frost um ativista maluco. 

Infelizmente as semelhanças com as obras de Wright (humor negro e violência) se perdem nas falta de inspiração das piadas e nos personagens adolescentes ruins, onde nem mesmo Asa Butterfield se salva. 

A história absurda poderia ter rendido uma comédia melhor.


sábado, 10 de outubro de 2020

Ratos e Homens

 


Ratos e Homens (Of Mice and Men, EUA, 1992) – Nota 7,5
Direção – Gary Sinise
Elenco – John Malkovich, Gary Sinise, Ray Walston, Casey Siemaszko, Sherilyn Fenn, John Terry, Richard Riehle, Alexis Arquette, Joe Morton, Noble Willingham, Mark Boone Junior.

Califórnia, ano trinta. Durante a “Depressão Econômica”, os andarilhos George (Gary Sinise) e Lenny (John Malkovich) conseguem um trabalho em uma fazenda. Além da vida dura no trabalho e do complicado relacionamento com o filho do dono da fazenda (Casey Siemazko), George ainda precisa tomar conta de Lenny, que tem a mentalidade de uma criança. 

Baseado em um livro de John Steinbeck, escritor e roteirista responsável pela obra clássica “As Vinhas da Ira”, este longa foi um projeto pessoal do então quase desconhecido Gary Sinise, que na sequência construiu uma sólida carreira no cinema e na tv. 

O filme é um visão da dura vida de pessoas comuns durante a crise econômica dos anos trinta, além das complicadas relações de trabalho e finalmente sobre a inusitada amizade entre dois sujeitos bem diferentes entre si. 

O destaque do elenco fica para a atuação de John Malkovich, perfeito como o grandalhão ingênuo e sem noção da própria força. 

O resultado é um filme forte que merece ser conhecido.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Bombas!

 


Aprendiz de Assassino (Apprentice to Murder, Canadá / EUA / Noruega, 1988) – Nota 5
Direção – Ralph L. Thomas
Elenco – Donald Sutherland, Chad Lowe, Mia Sara, Rutanya Alda.

Nos anos vinte, um jovem (Chad Lowe) de uma família desestruturada inicia uma amizade com um estranho pastor (Donald Sutherland), que acredita que para salvar o mundo dos pecadores precisará assassiná-los. O garoto se torna pupilo do religioso maluco, dando início uma insana purificação do mundo. É um filme estranho, com um narrativa lenta e de forma inacreditável baseado em uma história real. Como curosidade, Chad Lowe é o irmão mais novo canastrão de Rob Lowe.

Por Baixo do Pano ou Fuga Proibida (Hidden Agenda, Canadá. 1999) – Nota 5,5
Direção – Iain Paterson
Elenco – Kevin Dillon, Christopher Plummer, Andrea Roth, Michael Wincott, J. T. Walsh, Daniel Kash.

O americano David McLean (Kevin Dillon) viaja para Berlim com o objetivo de encontrar o irmão e descobre que ele está morto. Ao procurar a polícia, David é atendido pelo detetive Ulrich Steiner (Christopher Plummer), que parece não ter interesse em resolver o caso. Ao mesmo tempo, David cruza com Monika (Andrea Roth) que diz saber porque seu irmão foi morto, alegando que ele tinha a posse de um disquete contendo o nome dos antigos policiais da Stasi, a temida polícia secreta da extinta Alemanha Oriental. Esta produção peca pelo roteiro com vários furos e pelo fraco protagonista, o canastrão Kevin Dillon como o herói. A presença de Christopher Plummer tenta dar seriedade ao filme, mas é pouco.

Morte nas Entrelinhas (Reaper, Canadá, 2000) – Nota 5,5
Direção – John Bradshaw
Elenco – Chris Sarandon, Catherine Mary Stewart, Vlasta Vrana.

Luke Sinclair (Chris Sarandon) é um escritor de livros de suspense e terror que decide mudar para uma cabana isolada com o objetivo de terminar seu novo trabalho. Quando um jovem é assassinado nas proximidades do local com detalhes descritos em um de seus livros, Luke se torna o suspeito na investigação do xerife (Vlasta Vrana). Para provar sua inocência e com medo de ser tornar alvo do assassino, Luke resolve investigar por conta própria. Suspense fraco, com algumas reviravoltas previsíveis e a habitual atuação exagerado do canastrão Chris Sarandon. O destaque é o clima de suspense nas locações na floresta.

Desbravando o Alasca (To Brave Alaska, Canadá / EUA, 1006) – Nota 4,5
Direção – Bruce Pittman
Elenco – Alyssa Milano, Cameron Bancroft, Duncan Fraser.

Um casal de namorados (Alyssa Milano e Cameron Bancroft) decide passar as férias no Alasca, em uma região isolada, sem imaginar os desafios que terão de enfrentar. Aventura feita para TV com péssimas atuações e sequências de ação que não funcionam. O único destaque são as locações.

Tudo Pela Causa (For the Cause, EUA, 2000) - Nota 3
Direção – Tim & David Douglas
Elenco – Dean Cain, Thomas Ian Griffith, Justin Whalin, Jodi Bianca Wise

No futuro, após uma guerra que durou anos, a Terra está dividida em duas colônias que ainda lutam pela sobrevivência. Neste contexto, um grupo de adolescentes tenta colocar fim ao conflito. Ficção extremamente rudimentar, com efeitos especiais péssimos e uma total falta de ação. Hoje, depois de trabalhar em dezenas de filmes ruins, fica difícil imaginar que Dean Cain era candidato a astro pelo sucesso da série “Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman” nos anos noventa.

Fogo na Montanha (Volcano: Fire on the Mountain, EUA, 1997) – Nota 4
Direção – Graeme Campbell
Elenco – Dan Cortese, Cynthia Gibb, Brian Kerwin, Don S. Davis.

Uma cientista (Cynthia Gibb) e seu marido (Dan Cortese) tentam convencer as autoridades que um vulcão subterrâneo, escondido em uma montanha está prestes a explodir em uma cidade da Califórnia. Esta fraca produção para tv com péssimos efeitos especiais tentou conseguir algum sucesso no rastro de “O Inferno de Dante” que foi produzido no mesmo ano.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

The Salisbury Posionings

 


The Salisbury Poisonings (The Salisbury Poisonings, Inglaterra, 2020) – Nota 7
Direção – Saul Dibb
Elenco – Rafe Spall, Anne Marie Duff, MyAnna Buring, Mark Addy, Nigel Lindsay, Annabel Scholey, Johnny Harris.

Salisbury, Inglaterra, início de 2018. Um homem e sua filha desmaiam no banco de uma praça e entram em coma. Três dias depois, a polícia descobre que o sujeito que era um antigo espião, foi envenenado por um agente biológico que pode ter contaminado outras pessoas. 

Uma das prováveis vítimas é o policial Nick Bailey (Rafe Spall). Para liderar a complicada operação para descobrir a origem do veneno é escalada Tracy Daszkiewicz (Anne Marie Duff), que jamais havia enfrentado um desafio tão grande. 

Esta minissérie em três episódios detalha a história real que assustou os moradores de Salisbury colocando a cidade no que poderia ser o epicentro de uma enorme tragédia. 

O roteiro intercala a investigação em busca da origem, com os dramas das famílias envolvidas na situação. Ao mesmo tempo em que a história é forte, por outro lado não existe um clímax ou mesmo um suspense mais elaborado, o foco principal é o drama. 

Considero uma minissérie correta, que cumpre o papel de detalhar uma história pouco divulgada fora da Inglaterra.


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Extortion

 


Extortion (Extortion, EUA / Filipinas / Porto Rico, 2017) – Nota 7
Direção – Phil Volken
Elenco – Eion Bailey, Barkhad Abdi, Danny Glover, Bethany Joy Lenz, Tim Griffin, Mauricio Alemañy, Jorge Cabrera.

O médico Kevin (Eion Bailey) viaja para passar uma semana de férias em uma ilha do Caribe com a esposa (Bethany Joy Lenz) e o filho (Mauricio Alemañy). Logo no primeiro dia, um passeio de barco até uma ilha deserta termina mal. O motor do barco apresenta um problema e a família é obrigada a esperar que alguma outra embarcação passe pela região. É o início de uma série de situações perigosas. 

Este é um daqueles filmes que entrega mais do que o esperado. A impressão inicial de ser um suspense genérico logo desaparece conforme o roteiro entrega uma sucessão de surpresas na trama e desafios a serem enfrentados pelo protagonista. 

A narrativa é ágil e as cenas de suspense são bem feitas, inclusive com sequências violentas, sendo uma deles bastante ousada. 

Mesmo revelando uma coincidência um pouco forçada que ajuda o protagonista no terço final da trama, o filme é uma boa opção para quem curte o gênero.


terça-feira, 6 de outubro de 2020

A Namorada do Meu Irmão & The Cat and the Moon

 


A Namorada do Meu Irmão (Stella’s Last Weekend, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Polly Draper
Elenco – Nat Wolff, Alex Wolff, Polly Draper, Paulina Singer, Nick Sandow, Julia Macchio.

O universitário Jack (Nat Wolff) volta para casa no subúrbio de Nova York para passar o final de semana e descobre que seu irmão mais novo Oliver (Alex Wolff) está namorando com Violet (Pauline Singer), uma bailarina que ele conheceu tempos atrás e que não mais atendeu suas ligações depois daquele dia. É o início de um complicado triângulo amoroso que pode abalar a amizade dos irmãos. 

Esta longa é uma realização em família. Irmãos na vida real, Nat e Alex Wolff são dirigidos pela mãe Polly Draper, que escreveu o roteiro e que também a interpreta a mãe deles. O pai na vida real é o músico Michael Wolff, que assina a trilha sonora. 

O filme é uma simpática mistura de comédia e drama familiar em que dois jovens que buscam um caminho na vida se apaixonam pela mesma garota, além de ter que lidar com a mãe viúva que conseguiu um novo namorado (Nick Sandow). 

O roteiro não tem surpresas ou reviravoltas, a força está na história de personagens comuns que enfrentam alegrias e tristezas no dia a dia. 

A Stella do título original é uma personagem diferente, que é apresentada logo no início e que tem uma grande importância na trama.

The Cat and the Moon (The Cat and the Moon, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Alex Wolff
Elenco – Alex Wolff, Mike Epps, Skyler Gisondo, Stefania LaVie Owen, Tommy Nelson, Camrus Johnson, Olivia Boreham Wing, Giullian Yao Gioiello, Christopher Abbott.

Nick (Alex Wolff) sai de Michigan e vai para Nova York morar durante algum tempo na casa do músico Cal (Mike Epps), que era parceiro de seu falecido pai. A mãe de Nick está internada em um clínica de reabilitação. Rapidamente ele faz amizade com um grupo de jovens do colégio, ao mesmo tempo em que precisa lidar com sua raiva que é resultado das frustrações familiares. 

Escrito, dirigido e protagonizado pelo ator Alex Wolff, este longa é o retrato de muitos jovens no mundo atual, que vem de famílias desestruturadas ou convivência com pais problemáticos e que precisam superar praticamente sozinhos as consequências desta vida de abandono. 

O roteiro explora também as atitudes inconsequentes dos jovens, suas relações complicadas com amigos e namoradas, além das experiências com drogas e bebidas. 

A narrativa é um pouco irregular, mas por outro lado o filme ganha pontos por explorar as sempre interessantes locações em Nova York, várias deles a noite. 

A trilha sonora voltada para o jazz é uma parceria entre Alex Wolff e seu pai, o músico Michael Wolff.


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

O Informante

 


O Informante (The Informer, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Andrea Di Stefano
Elenco – Joel Kinnaman, Rosamunda Pike, Clive Owen, Common, Ana de Armas, Mateus Kosciukiewicz, Martin McCan, Arturo Castro.

Pete Koslow (Joel Kinnaman) é um ex-detento que se infiltrou em uma gangue polonesa para ser informante do FBI, em troca da suspensão de sua condenação. Uma armadilha montada pelo FBI para desbaratar a quadrilha dá errado, transformado Pete em alvo da polícia e deixando sua família em perigo. 

Este longa policial tem uma narrativa fluída que prende a atenção até a meia-hora final, quando joga na tela uma solução absurda para tentar salvar a pele do protagonista. É uma pena, a trama mesmo sendo clichê poderia levar a um final bem mais interessante, sem grandes furos. 

Mesmo longe de ser um grande ator, vale destacar a competente atuação de Joel Kinnaman nas cenas de ação.


domingo, 4 de outubro de 2020

Gloria Bell

 


Gloria Bell (Gloria Bell, Chile / EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Sebastian Lelio
Elenco – Julianne Moore, John Turturro, Caren Pistorius, Michael Cera, Brad Garrett, Holland Taylor, Jeanne Tripplehorn, Rita Wilson, Chris Mulkey.

Em Los Angeles, Gloria (Julianne Moore) é uma mulher meia-idade, divorciada e mãe de um casal de filhos (Caren Pistoruis e Michael Cera) que tem suas próprias vidas. 

Gloria divide seu tempo entre um trabalho burocrático e a busca de momentos de alegria dançando em um clube noturno, local onde conhece e começa a se relacionar com o confuso Arnold (John Turturro). 

Esta história é uma refilmagem de um longa chileno de 2013 dirigido pelo mesmo Sebastian Lelio. O roteiro foca nos relacionamentos da protagonista com os filhos, com o ex-marido (Brad Garrett), com a mãe (Holland Taylor) e com o novo namorado, tudo de uma forma bastante sóbria e realista. 

Mesmo assim, falta empatia para a protagonista vivida por Julianne Moore, que mesmo sendo amiga de todos ao redor, fica clara sua insegurança, inclusive com algumas cenas constrangedoras. 

O filme resulta em uma obra apenas razoável.

sábado, 3 de outubro de 2020

Hot Summer Nights

 


Hot Summer Nights (Hot Summer Nights, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Elijah Bynum
Elenco – Timothée Chalamet, Maika Monroe, Alex Roe, Emory Cohen, Thomas Jane, Maia Mitchell, William Fichtner, Jack Kesy, Jeanine Serralles.

Verão de 1991, Cape Cod. O jovem Daniel (Timothée Chalamet) é obrigado a morar por algum tempo com sua tia na cidade litorânea. O destino o leva a fazer amizade com Hunter (Alex Roe), um jovem um pouco mais velho que é conhecido por vender drogas para os turistas. 

A inusitada amizade se transforma em uma parceria no tráfico, ao mesmo tempo em que Daniel se envolve com a irmã de Hunter, a rebelde McKayla (Maika Monroe). 

O filme começa citando que é inspirado em fatos reais, sendo narrado por um personagem desconhecido. A primeira impressão e o próprio título levam o espectador a pensar em um filme adolescente comum, escondendo na verdade um drama sobre amadurecimento e o submundo das drogas. 

O roteiro escrito pelo diretor estreante Elijah Bynum se perde um pouco ao acelerar a passagem do tempo em relação ao envolvimento da dupla de amigos no tráfico. 

Vale destacar a atuação de Timothée Chalamet e a ótima trilha sonora com sucessos da época.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A Casa

 


A Casa (Hogar, Espanha, 2020) – Nota 7,5
Direção – David & Alex Pastor
Elenco – Javier Gutierrez, Mario Casas, Bruna Cusí, Ruth Diaz.

Javier Muñoz (Javier Gutierrez) é um publicitário de meia-idade que está desempregado. A cada nova entrevista sem sucesso sua frustração aumenta. Ele é obrigado a mudar com a esposa (Ruth Diaz) e o filho adolescente para um bairro mais simples, entregando o belíssimo apartamento em que vivia. Inconformado com a situação, Javier passa a vigiar o novo morador de seu antigo apartamento (Mario Casas), até que decide se aproximar do sujeito. 

Este é com certeza o trabalho mais consistente dos irmãos David e Alex Pastor, que entregaram o razoável “Vírus” e o interessante “Os Últimos Dias”. A princípio o roteiro passa a impressão de que veremos algo sobre o sofrimento causado pelo desemprego, porém em um segundo momento a história muda o foco criando um engenhoso suspense em que a marca principal é a maldade. 

O protagonista vivido por Javier Gutierrez tem algumas semelhanças no caráter com seu personagem em outro longa espanhol sobre manipulação, o também interessante “O Autor”. 

A mensagem abraçada pelo protagonista é que se você deseja algo não espere que lhe ofereçam, lute para conseguir, mesmo utilizando as piores armas possíveis. A forma mostrada aqui é absurda, mas o conceito infelizmente é utilizado por muitas pessoas na vida real.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Greyhound: Na Mira do Inimigo & Na Mira do Inimigo

 


Greyhound: Na Mira do Inimigo (Greyhound, EUA / Canadá / China, 2020) – Nota 7
Direção – Aaron Schneider
Elenco – Tom Hanks, Stephen Graham, Rob Morgan, Elisabeth Shue, Matt Helm, Josh Wiggins, Craig Tate.

Segunda Guerra Mundial, 1942. O capitão Krause (Tom Hanks) lidera uma frota de navios que levam suprimentos para os Aliados na Inglaterra. Durante a travessia do Atlântico, a frota é perseguida por submarinos alemães. De dentro do seu navio, o Greyhound, Krause precisa criar estratégias para defender a frota. 

Baseado em um livro dos anos cinquenta, este longa explora uma história de perseguição ao estilo gato e rato entre os submarinos alemães que pouco aparecem e de quem o espectador ouve apenas uma voz em alguns momentos, contra o inexperiente capitão vivido por Tom Hanks. As decisões rápidas que o personagem precisa tomar sobre variadas situações se transformam em questões de vida ou morte. 

Na telinha o filme perde um pouco da força das cenas no mar, que no cinema com certeza teriam uma grandiosidade que elevaria a qualidade. O resultado é um obra correta, que agradará quem curte o gênero.

Na Mira do Inimigo (In Enemy Hands, EUA, 2004) – Nota 7
Direção – Tony Giglio
Elenco – William H. Macy, Til Schweiger, Thomas Kretschmann, Scott Caan, Clark Gregg, Jeremy Sisto, Rene Heger, Carmine Giovinazzo, A.J. Buckley, Sam Huntington, Ian Somerhalder, Gavin Hood.

O jovem capitão Randall Sullivan (Scott Caan) comanda um navio durante a Segunda Guerra Mundial tendo como segundo na hierarquia o chefe Nathan Travers (William H. Macy). O ataque de um submarino alemão obriga os sobreviventes a abandonarem o navio. Ele são resgatados e mantidos como reféns pelo nazistas, que também sofrem como uma avaria no submarino. 

Este curioso longa de guerra tem um roteiro que explora uma trama até certo ponto pacifista, principalmente ao obrigar que americanos e alemães tenham de se unir para salvar as próprias vidas. 

O filme apresenta boas cenas de ação com efeitos razoáveis, sequências de suspense dentro do navio e do submarino, além de um inusitado fato que transforma a situação em algo ainda mais tenso. 

É um filme que cumpre o que promete em relação a drama, suspense e ação.