quinta-feira, 30 de junho de 2022

A Corte Marcial de Billy Mitchell

 


A Corte Marcial de Billy Mitchell (The Court-Marcial of Billy Mitchell, EUA, 1955) – Nota 7
Direção – Otto Preminger
Elenco – Gary Cooper, Charles Bickford, Ralph Bellamy, Rod Steiger, Elizabeth Montgomery, Fred Clark, James Daly, Jack Lord, Peter Graves, Darren McGavin.

No intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, após um acidente aéreo, o coronel Billy Mitchell (Gary Cooper) questiona seus superiores da qualidade dos aviões que estariam defasados para uma guerra e pela possibilidade dos EUA serem atacados. Tratado como rebelde, Billy Mitchell é levado a corte marcial, único local em que o próprio réu acredita que será ouvido. 

Inspirado em uma história real, este longa detalha um período da vida de uma daquelas pessoas que conseguem ver além do momento atual e que por este motivo são desacreditadas e atacadas. 

O roteiro coloca em discussão a questão da lealdade cega em relação a hierarquia militar, o patriotismo e a interferência política. 

Destaque para Gary Cooper interpretando o protagonista de caráter impecável, semelhante a vários outros personagens que viveu no cinema.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Kate & A Profissional

 


Kate (Kate, RUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Cedric Nicolas Troyan
Elenco – Mary Elizabeth Winstead, Woody Harrelson, Miku Patricia Martineau, Michiel Huisman, Jun Kunimura, Tadanobu Asano, Miyavi, Mari Yamamoto.

Kate (Mary Elizabeth Winstead) é uma assassina profissional que trabalha no Japão com seu mentor Varrick (Woody Harrelson). Após um trabalho, Kate descobre que foi envenenada. Ela tem pouco tempo de vida para descobrir quem é o responsável e assim se vingar antes de morrer. 

Este agitado longa de ação segue o estilo atual do gênero ao colocar uma personagem feminina durona como protagonista. Mesmo com um roteiro bastante previsível, o filme prende a atenção pelas violentas sequências de ação repletas de sangue e pancadaria. Mary Elizabeth Winstead dá conta do recado no papel principal. 

O resultado é um filme genérico e um pouco melhor que outros semelhantes com protagonistas femininas.

A Profissional (The Protégé, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 5
Direção – Martin Campbell
Elenco – Michael Keaton, Maggie Q, Samuel L. Jackson, Patrick Malahide, David Rintoul, Ray Fearon.

O assassino profissional Moody (Samuel L. Jackson) encontra uma criança durante um violento “trabalho” no Vietnã. Duas décadas depois, a garotinha Anna (Maggie Q) se transformou em assassina igual seu tutor. Quando Moody é assassinado e um estranho (Michael Keaton) surge em seu caminho, Anna inicia seu plano de vingança. 

A ânsia em produzir filmes de ação com mulheres como protagonistas está rendendo obras totalmente genéricas como esta. O roteiro que tenta se mostrar complexo na verdade é confuso, com situações absurdas e motivações sem sentido. As sequências de ação são razoáveis e os diálogos ruins. É uma pena, o longa desperdiça os talentos de Michael Keaton e Samuel L. Jackson.

terça-feira, 28 de junho de 2022

The Last Bus

 


The Last Bus (The Last Bus, Inglaterra / Emirados Árabes Unidos, 2021) – Nota 7,5
Direção – Gillies MacKinnon
Elenco – Timothy Spall, Phyllis Logan, Natalie Mitson, Ben Ewing.

Após perder a esposa, o idoso Tom (Timothy Spall) decide atravessar o Reino Unido saindo de John O’Groats no norte da Escócia onde vive para chegar até Land’s End na Cornualha situada no litoral sul da Inglaterra. 

Este sensível drama é um road movie que se apoia totalmente na ótima interpretação de Timothy Spall. Ele consegue passar todo o sofrimento e também as qualidades do caráter do seu personagem, através das pessoas que cruzam seu caminho nos vários ônibus e cidades durante a longa viagem. 

O diretor também mostra em flashbacks situações importantes no relacionamento do protagonista com a esposa (Natalie Mitson) quando jovem (Ben Ewing), explicando aos poucos o porquê da viagem. 

Este é um daqueles filmes que mexem com o espectador que gostam de histórias simples e de personagens que parecem reais.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

O Tesouro de Sierra Madre

 


O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of the Sierra Madre, EUA, 1948) – Nota 10
Direção – John Huston
Elenco – Humphrey Bogart, Walter Huston, Tim Holt, Alfonso Bedoya, John Huston, Bruce Bennett, Barton MacLane, Robert Blake.

Tampico, México, anos vinte. Fred C. Dobbs (Humphrey Bogart) é uma americano que vive de migalhas. Ele faz amizade com outro americano sem perspectivas, o jovem Bob (Tim Holt). O destino leva a dupla a conhecer o veterano garimpeiro Howard (Walter Huston), que os convence a partir para as montanhas de Sierra Madre em busca de ouro. A aparente amizade inicial aos poucos se transforma em conflito conforme a ganância de Fred vem à tona. 

Clássico absoluto do cinema, este longa é um daqueles que visto hoje o cinéfilo novato pode achar que muitas ideias mostradas aqui são clichês, quando na realidade o roteiro escrito pelo diretor John Huston criou situações repetidas até hoje. 

A série de obstáculos enfrentados pelo trio principal e posteriormente o fracasso muito mais por causa dos conflitos entre eles do que por um inimigo externo se tornou uma verdadeira fórmula para filmes sobre a busca de fortuna. 

As atuações de Bogart, Holt e Walter Huston que era pai de John Huston e que ganhou o Oscar de Ator Coadjuvante são ótimas. O filme ainda tem como curiosidade a pequena participação de um ainda adolescente Robert Blake, que ficaria famoso nos anos sessenta e setenta e terminaria a carreira de forma trágica ao ser acusado de assassinar a esposa em 2001. Blake é o único do elenco que ainda está vivo.

domingo, 26 de junho de 2022

X

 


X (X, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Ti West
Elenco – Mia Goth, Jenna Ortega, Brittany Snow, Scott Mescudi, Martin Henderson, Owen Campbell, Stephen Ure.

Texas, 1979. Uma pequena equipe liderada por Wayne (Martin Henderson) segue para uma fazenda com o objetivo de produzir um filme pornô. Recebidos por um estranho idoso e alojados em um barracão, aos poucos fatos sinistros começam a ocorrer, transformando o trabalho em desespero. 

Este longa bebe na fonte de clássicos do terror dos anos setenta e oitenta, com influência direta de obras como “O Massacre da Serra Elétrica” e “Quadrilha de Sádicos”. 

A ideia de inserir a produção de um filme pornô no roteiro como combustível para o terror foi uma boa sacada, misturando dois gêneros que se popularizam na época em que se passa a história. Destaque para as sangrentas sequências de violência e a locação na fazenda decadente. 

O resultado é uma boa opção para quem curte o estilo.

sábado, 25 de junho de 2022

O Cavalo dos Meus Sonhos & Música a Bordo

 


O Cavalo dos Meus Sonhos (Dream Horse, Inglaterra, 2021) – Nota 7
Direção – Euros Lyn
Elenco – Toni Collette, Owen Teale, Damian Lewis, Alan David, Lynda Baron, Karl Johnson, Sian Phillips, Rhys ap William, Nicholas Farrell.

Jan Vokes (Toni Collette) é uma trabalhadora comum em uma pequena cidade do País de Gales que sonha em ter um cavalo de corridas. Ao lado do marido Brian (Owen Teague), que entende muito de animais, eles decidem buscar parceiros para comprar o filhote de um cavalo ganhador de corridas para treiná-lo. 

Baseado em uma inusitada história real, este longa segue o cartilha das obras de superação e obstinação. A ideia aparentemente absurda da protagonista que aos poucos vai se tornando realidade passa a mensagem de que praticamente tudo é possível. A narrativa agradável, os simpáticos personagens e as boas sequências de corrida resultam em uma obra ao estilo sessão da tarde.

Música a Bordo (Fisherman’s Friends, Inglaterra, 2019) – Nota 7
Direção – Chris Foggin
Elenco – Daniel Mays, James Purefoy, David Hayman, Dave Johns, Tuppence Middleton, Sam Swainsbury, Maggie Steed, Noel Clarke, Christian Brassington, Vahid Gold.

Quatro executivos de uma gravadora viajam para uma pequena cidade na costa da Cornualha. O chefe (Noel Clarke) decide fazer um pegadinha com seu colega Danny (Daniel Mays), pedindo para o sujeito conseguir um contrato com um grupo de pescadores que cantam músicas antigas sobre o mar. Danny pensa ser real o interesse e assim tentará convencer os pescadores a iniciarem uma carreira musical. 

Baseado em uma história real, este simpático longa segue a linha das obras de sucesso inesperado com um roteiro bem quadradinho, o que por sinal não atrapalha. As divertidas canções, os personagens peculiares e a questão da amizade acima de tudo são os pontos altos do longa, além das locações no litoral frio da Inglaterra. É basicamente uma inofensiva sessão da tarde.    

sexta-feira, 24 de junho de 2022

The Tourist

 


The Tourist (The Tourist, EUA / Inglaterra / Austrália, 2022) – Nota 6,5
Direção – Chris Sweeney & Daniel Nettheim
Elenco – Jamie Dornan, Danielle Macdonald. Shalom Brune Franklin, Alex Dimitriades, Damon Herriman, Olafur Darri Olafsson, Kamil Ellis, Greg Larsen.

Um sujeito (Jamie Dornan) é perseguido por um caminhão em uma estrada no deserto australiano até sofrer um acidente. Ele acorda em um hospital sem sequer lembrar o próprio nome. Enquanto uma policial novata (Danielle Macdonald) tenta ajudá-lo, um assassino (Olafur Darri Olafsson) está à sua procura. 

Esta minissérie em seis episódios tem uma premissa batida, porém interessante ao colocar um sujeito com amnésia sendo perseguido. O roteiro cria um emaranhado de situações e personagens que resulta em um quebra-cabeça a ser montado pelo espectador. 

Ao final de cada episódio uma nova revelação vem à tona, deixando o espectador curioso para a sequência da história. Por outro lado, a escolha de inserir pitadas de comédia e personagens caricatos como a policial levam a minissérie a perder pontos, assim como alguns furos no roteiro. O final estranho é outro ponto que deixa a desejar. 

Mesmo com estas falhas, a narrativa ágil, a violência e os diálogos absurdos prendem a atenção de quem procura uma diversão despretensiosa.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Desafiando o Perigo

 


Desafiando o Perigo (Game 6, EUA, 2005) – Nota 6,5
Direção – Michael Hoffman
Elenco – Michael Keaton, Robert Downey Jr., Griffin Dunne, Ari Graynor, Bebe Neuwirth, Shalom Harlow, Nadja Dajani, Harris Yulin, Roger Rees, Tom Aldredge, Catherine O’Hara.

Nova York, 1986. Nick Rogan (Michael Keaton) é um autor teatral que no dia da estreia de sua peça fica obcecado e dividido com duas situações. O medo do que um famoso crítico (Robert Downey Jr.) pode escrever sobre sua peça e o jogo que poderia levar o time de baseball Boston Red Sox ao título depois de quase setenta anos de espera. 

Deixando de lado o horroroso título nacional e a sequência final que mistura comédia com um diálogo piegas, este longa é bastante interessante para quem tem obsessão por torcer, seja por time de futebol ou outro esporte e também para quem gosta de obras que detalham a personalidade do protagonista. 

Durante este dia, o protagonista vivido por Michael Keaton cruza o caminho de diversos personagens. São familiares, amigos, parceiros e até inimigos que de uma forma ou outra interagem e influenciam sua vida. Gosto bastante deste tipo de abordagem, mesmo em um filme que entrega um final que deixa a desejar.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Alice e o Prefeito

 


Alice e o Prefeito (Alice et le Maire, França / Bélgica, 2019) – Nota 6,5
Direção – Nicolas Pariser
Elenco – Fabrice Luchini, Anais Demoustier, Nora Hamzawi, Leonie Simaga, Antoine Reinartz, Maud Wyler, Thomas Chabrol.

Alice (Anais Demoustier) é uma filósofa que consegue um emprego na prefeitura de Lyon e se torna uma espécie de conselheira do prefeito Paul (Fabrice Luchini), que é um possível candidato a presidência da França, mas que está sofrendo uma complicada crise existencial. 

O ponto de partida deste longa é extremamente interessante ao mostrar como uma pessoa pública poderosa também pode sofrer de insegurança em algum momento da vida. Os diálogos entre o prefeito e a filósofa variam de problemas familiares, frustrações e questões profissionais, sempre com olhares diferentes sobre os temas. 

O roteiro explora também a inveja no ambiente de trabalho através da reação das pessoas ao redor do prefeito conforme a relação com a filósofa fica mais forte. Estas questões funcionam até o terço final quando o protagonista precisa tomar decisões complexas. A contradição das palavras em relação as ações também é bastante é explorada pelo roteiro. 

É um filme interessante, mas que fica abaixo do potencial da premissa.

terça-feira, 21 de junho de 2022

O Amor Acontece, Terapia do Amor & Armações do Amor

 


O Amor Acontece (Love Happens, EUA / Canadá / Inglaterra, 2009) – Nota 6
Direção – Brandon Camp
Elenco – Aaron Eckhart, Jennifer Aniston, Dan Fogler, John Carroll Lynch, Martin Sheen, Judy Greer, Frances Conroy, Joe Anderson, Clyde Kusatsu.

Após a morte da esposa, Burke (Aaron Eckhart) escreveu um livro de autoajuda sobre perdas que se transformou em enorme sucesso. Ao chegar em Seattle para ministrar palestras, ele cruza o caminho de Eloise (Jennifer Aniston), a dona de uma floricultura que a princípio não se interessa por ele. 

Esta comédia romântica segue a fórmula básica do gênero com os desafios do início de um relacionamento, ao mesmo tempo em que coloca em discussão até que ponto os gurus de autoajuda realmente “ajudam” as pessoas traumatizadas por uma perda. O roteiro não chega a se aprofundar no tema, deixando mais espaço para o romance e também para a busca de redenção do protagonista.

Terapia do Amor (Prime, EUA, 2005) – Nota 6
Direção – Ben Younger
Elenco – Meryl Streep, Uma Thurman, Bryan Greenberg, Jon Abrahams, Zak Orth, Annie Parisse, Jerry Adler.

Após o divórcio, Rafi (Uma Thurman) decide fazer sessões de terapia com a psicanalista Lisa (Meryl Streep). Pouco tempo depois, Rafi conhece o jovem David (Bryan Greemberg), que é bem mais novo que ela. Para complicar a situação ainda mais, David é filha de Lisa, que ao descobrir tenta fazer de tudo para separar o filho de sua paciente. 

Esta comédia explora em parte o estilo de encontros e desencontros com piadas relacionadas a comunidade judaica. A mãe protetora vivida por Meryl Streep é o grande exemplo, como se fosse uma personagem de um filme de Woody Allen. Por outro lado, falta a sutileza de Allen nos diálogos e nas situações. O resultado é no máximo mediano.

Armações do Amor (Failure to Launch, EUA, 2005) – Nota 6
Direção – Tom Dey
Elenco – Mathew McConaughey, Sarah Jessica Parker, Zooey Deschanel, Justin Bartha, Bradley Cooper, Terry Bradshaw, Kathy Bates, Rob Corddry, Patton Oswalt, Stephen Tobolowsky, Katheryn Winnick.

Tripp (Mathew McConaughey) tem trinta e cinco anos, um bom emprego e uma bela vida, porém ainda mora com seus pais por acomodação. Os pais decidem contratar uma especialista (Sarah Jessica Parker) em ajudar homens a amadurecer. O trabalho da moça dará início a uma série de confusões. 

Este é aquele tipo de filme que com poucos minutos fica claro como irá terminar. Por mais que o elenco seja muito bom, repleto de rostos conhecidos, são poucas as sequências realmente engraçadas. O resultado é um sessão da tarde bobinha e esquecível.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

O Projeto Adam

 


O Projeto Adam (The Adam Project, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Shawn Levy
Elenco – Ryan Reynolds, Walker Scobell, Mark Ruffalo, Jennifer Garner, Zoe Saldana, Catherine Keener, Alex Mallari Jr.

Adam (Ryan Reynolds) é um piloto que volta do futuro com a missão de salvar o planeta. Ferido, ele consegue ajuda dele mesmo quando tinha doze anos de idade (Walker Scobell). 

Juntos, as duas versões de Adam precisam viajar no tempo para o reencontrar o falecido pai (Mark Ruffalo), que era uma cientista que teve seu estudo deturpado por sua sócia (Catherine Keener), causando o caos no futuro. 

Esta ficção começa de forma intrigante e agitada, típica de um filme-pipoca, inclusive nos defeitos que surgem no desenrolar da trama. Por mais que seja ficção, algumas sequências de ação são exageradas. 

Outra coisa que incomoda é a escolha de inserir diálogos engraçadinhos em meio a situações de ação. A ideia com certeza era aproveitar o estilo cínico do astro Ryan Reynolds, que parece sempre interpretar o mesmo personagem. No geral o filme diverte, mas está longe de ser uma obra marcante.

domingo, 19 de junho de 2022

Edifício Gagarine

 


Edifício Gagarine (Gagarine, França, 2020) – Nota 6,5
Direção – Fanny Liatard, Jeremy Trouilh
Elenco – Alseni Bathily, Lyna Khoudri, Jamil McCraven, Finnegan Oldfield, Farida Rahouadj, Denis Lavant.

Youri (Alseni Bathily) vive em uma condomínio nos arredores de Paris batizado como “Gagarine” em homenagem ao astronauta russo Yuri Gagarin. Com o local abandonado e prestes a ser evacuado para demolição, Youri, seu amigo Houssam (Jamil McCraven) e a garota Diana (Lyna Khoudry) tentam de todas as formas impedir que o fato seja consumado. 

Explorando inclusive a fantasia em sequências que beiram o surreal em alguns momentos, este longa parte de um local real para contar uma história sobre família, amizade e raízes. Os problemas familiares do protagonista o levam a criar um laço como seu o condomínio fosse sua vida. 

O pequeno apartamento, as paredes das áreas comuns mal cuidadas e todo o abandono do local não diminuem o desejo do garoto em manter viva sua raiz. Este é o ponto principal deste longa que foge do lugar comum, mas que mesmo é assim é apenas razoável no resultado.

sábado, 18 de junho de 2022

Imagine

 


Imagine (Imagine, Polônia / Portugal / França / Inglaterra, 2012) – Nota 6
Direção – Andrzej Jakimowski
Elenco – Edward Hogg, Alexandra Maria Lara, Melchior Derouet, Francis Frappat, João Lagarto.

Ian (Edward Hogg) é um inglês deficiente visual que consegue emprego como professor em um colégio para pessoas com o mesmo problema no interior de Portugal. Seus métodos não ortodoxos e a dificuldade em seguir regras levam Ian a entrar em conflito com o administrador do local. 

Este estranho drama foca em um tema pouco explorado no cinema. A narrativa e o protagonista tentam mostrar como é a vida das pessoas com deficiência visual e o que pode ser feito para melhorar sua situação. 

O problema é que o roteiro fica nisso e na questão da rebeldia do protagonista. Algumas sequências parecem de filme amador, assim como a produção é extremamente simples. É um filme que vale mais como curiosidade.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Billy Jack

 


Nascidos para Perder (The Born Losers, EUA, 1967) – Nota 6,5
Direção – Tom Laughlin
Elenco – Tom Laughlin, Elizabeth James, Jeremy Slate, William Wellman Jr., Jack Starrett, Robert Tessier.

Em uma pequena cidade da Califórnia, uma gangue de motoqueiros liderada por Danny (Jeremy Slate) violenta uma garota (Eizabeth James), despertando uma sede de vingança no então pacifista Billy Jack (Tom Laughlin), que é especialista em artes marciais. 

Este longa que fez sucesso na época marcou a primeira aparição no cinema do personagem Billy Jack, claramente inspirado na contracultura e no movimento paz e amor, porém não deixando de lado a pancadaria para enfrentar os criminosos. 

Billy Jack (Billy Jack, EUA, 1971) – Nota 6,5
Direção – Tom Laughlin
Elenco – Tom Laughlin, Delores Taylor, Clark Howat, Victor Izay.

Vivendo em uma reserva indígena, o mestiço Billy Jack (Tom Laughlin) é uma espécie de protetor de uma escola comandada por Jean (Delores Taylor), que aceita todos os tipos de alunos. Quando uma adolescente grávida que é filha de um policial corrupto pede ajuda e é acolhida por Jean, o fato desperta o ódio no pai da garota que se alia um poderoso da cidade para tentar fechar a escola. 

Este segundo longa com o personagem Billy Jack tem uma história independente do filme anterior, indo mais fundo na questão do movimento hippie, no pacifismo e na liberdade pessoal. Apesar de que o pacifismo novamente é colocado à prova em algumas sequências de brigas. 

O filme fez sucesso e transformou o personagem Billi Jack em um ícone da contracultura. Vale citar que Tom Laughlin e Delores Taylor foram casados na vida real de 1954 até a morte dele em 2013.

O Julgamento de Billy Jack (The Trial of Billy Jack, 1974) – Nota 5,5
Direção – Tom Laughlin
Elenco – Tom Laughlin, Delores Taylor, Victor Izay, Teresa Kelly, Sara Lane.

Enquanto Billy Jack (Tom Laughlin) está cumprindo quatro anos de prisão pelo assassino involuntário de um inimigo, a escola de Jean e seus alunos, muitos deles de origem indígena são perseguidos. Ao sair da cadeia, Billy Jack terá novamente de enfrentar o ódio para manter a escola viva. 

Ao mesmo tempo em que este longa é o mais pretensioso da trilogia ao ter quase três horas de duração, também acaba sendo o mais fraco e cansativo. A contraditória mensagem de paz misturada com pancadaria perde um pouco da força por causa desta duração excessiva. 

O ator Tom Laughlin voltaria ao papel em mais dois filmes bem menos marcantes do que a trilogia original.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

La Gomera - A Ilha dos Assobios

 


La Gomera – A Ilha dos Assobios (La Gomera, Romênia / França / Alemanha / Suíça / Suécia, 2019) – Nota 6,5
Direção – Corneliu Porumboiu
Elenco – Vlad Ivanov, Catrinel Marlon, Rodica Lazar, Sabin Tambrea, Antonio Buil, Agusti Villaronga.

Cristi (Vlad Ivanov) é um policial romeno que viaja até a uma ilha da costa espanhola, a La Gomera do título, para pagar uma dívida ajudando um gângster a sair da cadeia. Na ilha ele encontrará a bela Gilda (Catrina Marlon), com quem teve uma relação na Romênia. 

Este curioso longa que mistura investigação policial, romance e suspense fica no meio termo entre os gêneros. Com uma narrativa entrecortada, o espectador precisa montar o quebra-cabeças da trama aos poucos. As belas locações no litoral espanhol é um dos destaques. 

O diretor Corneliu Porumboiu tem filmes melhores como “Polícia, Adjetivo” e “A Leste de Bucareste”.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Decisões Extremas

 


Decisões Extremas (Extraordinary Measures, EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – Tom Vaughan
Elenco – Brendan Fraser, Harrison Ford, Keri Russell, Meredith Droeger, Diego Velazquez, Sam M. Hall, Jared Harris, Patrick Bauchau, Alan Ruck, David Clennon, Dee Wallace, Courtney B. Vance, Ayanna Berkshire, P.J. Byrne.

John Crowley (Brendan Fraser) é um executivo que ao lado da esposa Aileen (Keri Russell) luta para encontrar uma cura para dois de seus três filhos que sofrem de uma rara doença genética. A esperança de salvar os filhos surge ao descobrir um estudo do Dr. Stonehill (Harrison Ford), que acredita ter encontrado o caminho para a cura da doença. Com visões de mundo e temperamentos completamente diferentes, Crowley e Stonehill iniciam uma parceria, mesmo com cada um tendo motivações diferentes. 

Baseado em uma história real descrita em livro, este longa tem semelhanças com “O Óleo de Lorenzo” produzido em 1992. O roteiro não apresenta surpresas, mas mesmo assim a narrativa prende a atenção ao explorar a relação e os conflitos entre os protagonistas e a posição dos grandes laboratórios em relação aos estudos e o lançamento de novos medicamentos, ou seja, a questão financeira. 

Hoje é curioso citar que na época Brendan Fraser ainda tentava se manter como astro, porém dando início a uma fase de fracassos que estagnou sua carreira, enquanto Harrison Ford interpreta o sujeito ranzinza de bom coração semelhante a outros trabalhos do ator.

terça-feira, 14 de junho de 2022

DNA

 


DNA (ADN, França / Argélia, 2020) – Nota 6
Direção – Maiween
Elenco – Maiween, Fanny Ardant, Louis Garrel, Marine Vacht, Alain Françon.

Quando o veterano patriarca de uma família de origem argelina que vive há décadas na França morre, a neta Neige (Maiween) inicia uma busca por suas raízes, ao mesmo tempo em que outros familiares discutem sobre os preparativos para o funeral e as próprias desavenças entre eles. 

Este drama familiar escrito, dirigido e protagonizado pela atriz Maiween tenta explorar o tema clássico dos problemas familiares em meio a uma perda, porém o roteiro pouco avança nas discussões. A própria busca da protagonista em descobrir sua identidade cultural não empolga. O destaque fica para as presenças da sempre marcante Fanny Ardant e do personagem cínico de Louis Garrel.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Aconteceu Naquela Noite & Do Mundo Nada se Leva


Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, EUA, 1934) – Nota 8
Direção – Frank Capra
Elenco – Clarke Gable, Claudette Colbert, Walter Connolly, Roscoe Karns, Jameson Thomas.

Elle (Claudette Colbert) é a filha de um magnata que foge para não se casar por obrigação familiar. Em um ônibus comum, ela encontra o repórter desempregado Peter (Clarke Gable), que aceita ajudá-la desde que ela autorize que ele escreva um artigo sobre o caso para um jornal de fofocas. É o início de uma complexa e divertida relação. 

Visto hoje, este longa parece recheado de clichês das comédias românticas, quando na verdade ele foi um dos precursores do gênero que é explorado até hoje no mesmo formato. A protagonista temperamental, o galã cínico, os diálogos cortantes, a crise e o final feliz se tornaram uma receita de bolo para o gênero. Tudo isso embalado pela talento do diretor Frank Capra em contar histórias e a química entre o astro Clark Gable e a ótima Claudette Colbert.

Do Mundo Nada se Leva (You Can't Take It with You, EUA, 1938) – Nota 8
Direção – Frank Capra
Elenco – James Stewart, Jean Arthur, Lionel Barrymore, Edward Arnold, Mischa Auer, Ann Miller, Spring Byington, Samuel S. Hinds, Donald Meek, Halliwell Hobbes, Dub Taylor, Mary Forbes, H.B. Warner.

Tony (James Stewart) é o filho de um rico empresário (Edward Arnold) que se apaixona pela jovem Alice (Jean Arthur) que trabalha como secretária na empresa do pai. O grande problema é que a família de Alice é totalmente fora do normal, com seus pais e alguns agregados vivendo de forma livre, sem compromissos ou regras. 

Este simpático longa dirigido por Frank Capra é mais um exemplo da visão de mundo do diretor, que pregava a liberdade individual e os valores familiares. A história é até um pouco ingênua, principalmente pela forma como a família da garota vive, porém passando a mensagem de que a pessoa pode fazer o que quiser da vida, desde que não prejudique quem está ao lado. 

Além da química entre Jean Arthur e um ainda jovem James Stewart, o destaque fica para a ótima interpretação de Lionel Barrymore como o pai da garota que abandonou tudo para seguir uma vida simples. 

Vale citar que Capra, Stewart e Barrymore repetiram a parceria no clássico “A Felicidade Não Se Compra”, que com certeza é um dos melhores filmes de todos os tempos. São filmes que deixam o espectador com um sorriso no rosto ao final da sessão.

domingo, 12 de junho de 2022

A Princípio

 


A Princípio (À L'origine, França, 2009) – Nota 7
Direção – Xavier Giannoli
Elenco – François Cluzet, Emmanuelle Devos, Gerard Depardieu, Soko, Vincent Rottiers.

Philippe (François Cluzet) é um golpista que ao chegar em uma cidade do interior da França é confundido com um representante de uma empresa que abandonou a construção de uma rodovia na região. 

Surpreso a princípio, Philippe decide se aproveitar da situação pensando em lucrar com o projeto abandonado. Aos poucos a história cresce, várias pessoas se envolvem e o próprio golpista fica em dúvida se continua com a mentira ou se desaparece. 

Mesmo sendo baseado em uma absurda história real, este longa se mostra bastante previsível. Todas as pistas do que acontecerá no final são mostradas logo no início. Por outro lado, o filme ganha pontos pela forma como os que personagens são desenvolvidos, principalmente o protagonista vivido pelo ótimo François Cluzet. 

O roteiro explora a questão do desemprego e da ganância, mostrando que as pessoas ao precisarem de dinheiro ou trabalho muitas vezes fecham os olhos para a realidade na esperança de ter uma vida melhor, o que abre caminho para golpistas e exploradores. 

É um filme interessante e com uma premissa inusitada.

sábado, 11 de junho de 2022

The Responder

 


The Responder (The Responder, Inglaterra, 2022) – Nota 7
Direção – Tim Mielants, Philip Barantini & Fien Troch
Elenco – Martin Freeman, Adelayo Adedayo, Ian Hart, Warren Brown, MyAnna Buring, Josh Finan, Mark Womack, Emily Fairn, Romi Hyland Rylands.

Chris Carson (Martin Freeman) é um policial que faz ronda noturna por Londres. Deprimido por ter sido rebaixado de detetive para policial comum, com um casamento desgastado e cansado de enfrentar os problemas com drogados, vagabundos e traficantes, Chris parece estar em um beco sem saída. 

Esta minissérie em cinco episódios explora com competência o tema clichê do policial veterano que vive à beira da marginalidade, mas que ainda tenta fazer seu melhor. A trama envolvendo traficantes e uma mala de drogas roubada funciona, assim como a atuação atormentada de Martin Freeman, ator conhecido por papéis mais leves do que este.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O Sétimo Selo

 


O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet, Suécia, 1958) – Nota 5,5
Direção – Ingmar Bergman
Elenco – Max Von Sydow, Gunnar Bjornstrand, Bengkt Ekerot, Nils Poppe, Bibi Andersson.

Alguns anos após o final das Cruzadas, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna ao seu país que sofre com a miséria, doenças e violência. Duvidando da existência de Deus, o cavaleiro termina confrontado pela Morte (Bengt Ekerot), mas ao invés de aceitar seu destino, decide desafiar o anjo do mal. Um jogo de xadrez entre entre os dois decidirá se o cavaleiro continuará vivendo. 

Tratado como clássico pelos críticos, visto hoje esta obra é mais um cansativo exercício filosófico do que um filme. Os diálogos do cavaleiro com outros personagens sobre vida, morte, fé e culpa hoje parecem vazios, como se fossem apenas lamentações. As pitadas de comédia envolvendo uma trupe de coadjuvantes destoam um pouco da proposta. É um filme que não me agradou.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Boiling Point & Sabor do Desejo

 


Boiling Point (Boiling Point, Inglaterra, 2021) – Nota 8
Direção – Philip Barantini
Elenco – Stephen Graham, Vinette Robinson, Alice Feetham, Ray Panthaki, Hannah Walters, Malachi Kirby, Izuka Hoyle, Jason Flemyng, Lauryn Ajufo.

Durante uma noite de trabalho em seu restaurante, o chef Andy Jones (Stephen Graham) enfrentará todos os tipos de problemas possíveis que transformarão a cozinha em uma verdadeira panela de pressão. 

Este ótimo longa filmado em um plano-sequência único de uma hora e meia apresenta um elevado nível de tensão na relação entre chef, funcionários e clientes. São discussões sobre responsabilidade, trabalho, arrogância, preconceito, família e conflitos, tudo isso levando a situações caóticas, porém realistas. 

Todo o elenco está bem, mas o maior destaque fica para o atormentado chef vivido por Stephen Graham e a temperamental sub-chef de Vinette Robinson. O resultado é um caldeirão de emoções.

Sabor do Desejo (Smagen af Sult, Dinamarca. 2021) – Nota 6,5
Direção – Christoffer Boe
Elenco – Katrine Greis Rosenthal, Nikolaj Coster Waldau, Nicolas Bro, Charlie Gustafsson, Maj Britt Mathiesen, Dag Malmberg.

Carsten (Nikolaj Coster Waldau) é o chef e sua esposa Maggie (Katrine Greis Rosenthal) a administradora do restaurante. Ao desconfiarem que um cliente que foi atendido seria um analista para oferecer ou negar a famosa estrela Michelin ao restaurante, o desespero toma conta do casal, inclusive trazendo à tona os problemas conjugais. 

O tema da alta culinária está na moda tanto em programas de tv como em longas para o cinema. Este filme tenta criar drama e suspense em relação ao sonho ou obsessão do casal em conseguir a estrela. O problema é que a narrativa irregular perde um pouco do foco ao colocar em primeiro plano a questão do casamento em crise. O final morno também não ajuda. 

O destaque fica para a produção caprichada e a atuação cheia de segredos da bela atriz Katrine Greis Rosenthal.

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Um Toque de Pecado

 


Um Toque de Pecado (Tian Zhu Ding, China / Japão / França, 2013) – Nota 7,5
Direção – Zhangke Jian
Elenco – Wu Jiang, Baoqiang Wang, Tao Zhao, Lanshan Luo, Jya Yi Zhang, Meng Li, Lu Liu.

Na sequência inicial, a ação de um assassino dá uma pitada do que veremos em quatro histórias aparentemente independentes, mas com alguns detalhes e personagens que se cruzam de forma rápida. 

A primeira história eu considero a mais interessante, em que um sujeito (Wu Jiang) tenta buscar o que acredita ser seu direito referente um negócio em que os moradores de sua pequena cidade não percebem que foram enganados. 

As histórias seguintes do assassino que vai visitar o filho para passar o Ano Novo Chinês, a solitária mulher que decide abandonar o amante e o jovem que sonha com uma vida melhor e se depara com o pior que a China pode oferecer são pesadas, porém inferiores a primeira. 

Muitos comparam este longa com o superior Relatos Selvagens”. A grande diferença é que o filme argentino explora uma violência estilizada com toques de humor negro, enquanto esta obra busca mostrar de uma forma crua o lado obscuro da sociedade chinesa.

terça-feira, 7 de junho de 2022

Surto

 


Surto (Surge, Inglaterra, 2020) – Nota 6,5
Direção – Aneil Karia
Elenco – Ben Whishaw, Jasmine Jobson, Ryan McKen, Ian Gelder, Robin Pearce, Lucy Thackeray.

Joseph (Ben Whishaw) trabalha como segurança no aeroporto de Londres. Na sequência inicial já fica claro que o sujeito está desconfortável com o emprego. Introspectivo e inseguro, um determinado fato dá início a uma mudança radical de comportamento, levando o atormentado Joseph a uma série de atitudes extremas. 

A premissa lembra o superior “Um Dia de Fúria” com Michael Douglas, porém o desenvolvimento da trama tem um foco diferente. O protagonista aqui não demonstra uma revolta específica contra o sistema, sua explosão é pessoal, como se estivesse descobrindo uma bizarra liberdade de espírito. 

Destaque para a alucinante interpretação de Ben Whishaw, recheada de trejeitos e tiques nervosos.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

O Último Vermeer

 


O Último Vermeer (The Last Vermeer, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Dan Friedkin
Elenco – Guy Pearce, Claes Bang, Vicky Krieps, Roland Moller, August Diehl, Karl Johnson, Olivia Grant, Adrian Scarborough.

Amsterdam, 1945. Ao final da Segunda Guerra os aliados organizavam a transição para um novo governo holandês ao mesmo tempo em que colaboradores dos nazistas eram caçados e executados. 

Neste contexto, o oficial Joseph Piller (Claes Bang) chega até Han Van Meegeren (Guy Pearce), suspeito de ter vendido quadros roubados dos judeus para os nazistas, principalmente uma obra do famoso pintor Vermeer. 

Este interessante longa é baseado em uma inusitada história real que mistura guerra e o mercado da arte. A investigação para se chegar a verdade coloca em discussão tanto a questão daqueles que lucraram ajudando os nazistas, como a confiabilidade dos chamados especialistas em arte. 

Além da história, os destaques ficam para a reconstituição de época e para a atuação de Guy Pearce como o esperto Van Meegeren.

domingo, 5 de junho de 2022

O Beco do Pesadelo

 


O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley, EUA / México / Canadá, 2021) – Nota 7
Direção – Guillermo del Toro
Elenco – Bradley Cooper, Cate Blanchett, Toni Collette, Rooney Mara, Willem Dafoe, Richard Jenkins, Ron Perlman, Mary Steenburgen, David Strathairn, Mark Povinelli, Peter MacNeill, Holt McCallany, Clifton Collins Jr., Tim Blake Nelson, David Hewlett.

Final dos anos trinta. Stan (Bradley Cooper) consegue emprego em um circo que explora personagens bizarros e pequenos golpes. Ambicioso, Stan se torna aprendiz de um veterano mentalista (David Strathairn) que é especialista em enganar a plateia. É o início de uma jornada em busca do sucesso a qualquer custo. 

Baseado em um livro, este longa dirigido e roteirizado por Guillermo del Toro é dividido em duas partes distintas detalhando a carreira do protagonista. A primeira parte é a mais interessante ao explorar o estranho circo repleto de figuras complexas. Os números fajutos do mentalista, da mulher eletrocutada e do homem selvagem mostram um mundo de mentiras criado para o circo lucrar com o susto dos espectadores. 

A segunda parte que foca no auge da carreira de Stan e seu envolvimento em um golpe com uma psicanalista manipuladora (Cate Blanchett) é mais longo e cansativo, até chegar a um violento clímax. A grande surpresa é a cena final que fecha um ciclo de forma irônica e sinistra, quando chega o momento de acertar as contas com o destino. 

Destaque para a ótima produção e o elenco, principalmente Bradley Cooper, Cate Blanchett e Willem Dafoe como o “criador” do homem selvagem.

sábado, 4 de junho de 2022

15 Minutos & Waz - Matemática da Morte

 


15 Minutos (15 Minutes, EUA / Alemanha, 2001) – Nota 5
Direção – John Herzfeld
Elenco – Robert De Niro, Edward Burns, Kelsey Grammer, Avery Brooks, Karel Roden, Oleg Taktarov, Melina Kanekaredes, Vera Farmiga, Kim Cattrall, Charlize Theron, David Alan Grier, James Handy.

Dois criminosos russos (Karel Roden e Oleg Taktarov) chegam aos Estados Unidos com o objetivo de conseguir fama. Para isso, eles iniciam uma série de crimes violentos, filmam as ações e enviam para a imprensa. Um detetive (Robert De Niro) e um investigador dos bombeiros (Edward Burns) se unem na caça aos psicopatas. 

Este longa policial é uma verdadeira bagunça. A ideia de explorar a famosa frase de Andy Warhol sobre os “15 de Minutos de Fama” que todos teriam no futuro e que hoje tem certa razão com a popularização da internet é interessante, assim como a tentativa de criticar a imprensa que vive de explorar tragédias e muitas vezes transformar criminosos em celebridades. 

Infelizmente estes pontos se perdem no roteiro confuso, nas interpretações caricatas da dupla de assassinos e nas duas subtramas de romance que não convencem. Nem a presença de Robert De Niro salva o filme.

Waz – Matemática da Morte (The Killinge Gene, Inglaterra, 2007) – Nota 6
Direção – Tom Shankland
Elenco – Stellan Skarsgard, Melissa George, Ashley Walters, Tom Hardy, Paul Kaye, John Sharian, Selma Blair, Sally Hawkins.

Um veterano detetive (Stellan Skarsgard) e sua nova parceira (Melissa George) são encarregados de investigar um homicídio em que no corpo da vítima está escrito a palavra WAZ. Sem entender o porquê, a investigação somente avança quando outras vítimas surgem marcadas de forma semelhante. 

Este curioso longa que se passa em Nova York na verdade é uma produção inglesa que apresenta uma premissa bastante interessante ao criar uma espécie de enigma a ser decifrado para chegar ao assassino. 

O grande problema acaba sendo o desenvolvimento da trama, que entrega rapidamente o culpado, levando até um bizarro clímax repleto de torturas. Apesar da motivação do criminoso explicar o porquê dos crimes, por outro lado a forma como age é bastante inverossímil. 

Como curiosidade, temos as participações dos hoje famosos Tom Hardy e Sally Hawkins em papéis coadjuvantes. É um filme que prometia ser muito melhor.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Rio Perdido

 


Rio Perdido (Lost River, EUA, 2014) – Nota 5
Direção – Ryan Gosling
Elenco – Christina Hendricks, Iain De Caestecker, Matt Smith, Saoirse Ronan, Ben Mendelsohn, Eva Mendes, Reda Kateb, Barbara Steele.

Na decadente cidade de Lost River, o adolescente Bones (Iain De Caestecker) rouba fios de cobre de casas abandonadas para conseguir algum dinheiro e assim ajudar sua mãe (Christine Hendricks). 

Ao conhecer Rat (Saoirse Ronan), Bones descobre que existe os destroços de uma cidade que foi inundada para construção de uma represa, enquanto sua mãe aceita um convite para um novo emprego em um sinistro clube noturno. 

O ator Ryan Gosling escreveu e dirigiu este estranho longa claramente inspirado no estilo do diretor Nicolas Winding Refn, com quem trabalhou em “Drive” e “Apenas Deus Perdoa”. 

É uma história incomum com narrativa em ritmo bastante lento e situações que parecem não ir a lugar algum. Não sei se a ideia foi criar um filme cult, quando na verdade o resultado é bastante chato e cansativo.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Código Ocultos

 


Códigos Ocultos (70 Binladens, Espanha, 2018) – Nota 6,5
Direção – Koldo Serra
Elenco – Emma Suarez, Nathalie Poza, Hugo Silva, Daniel Perez Prada, Bárbara Goenaga, Fernando Albizu.

Em Bilbao no País Basco, Raquel (Emma Suarez) tem urgência em conseguir um empréstimo de trinta e cinco mil euros para subornar um funcionário público e assim conseguir a guarda de sua filha. No momento em que está fechando a negociação, o banco é invadido por um casal de assaltantes, que toma funcionários e clientes como reféns. 

Este longa policial espanhol começa de forma intrigante ao deixar pistas de que a protagonista esconde sua verdadeira intenção. As sequências dentro do banco com os assaltantes tem alguns momento tensos e outras se destacam pela astúcia da protagonista que toma a frente da situação. 

A história vai bem até os vinte minutos finais quando uma pequena surpresa vem à tona e o roteiro entrega algumas soluções fáceis. 

Vale citar que os Binladens do título original são o apelido das notas de quinhentos euros, por serem tão difíceis de serem encontradas como foi o paradeiro de Osama Bin Laden.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Contos de um Verão Negro

 


Contos de um Verão Negro (Favolacce, Itália / Suíça, 2020) – Nota 6,5
Direção – Damiano & Fabio D’Innocenzo
Elenco – Elio Germano, Tommaso Di Cola, Giuletta Rebeggiani, Gabriel Montesi, Justin Korovkin, Barbara Chichiarelli, Lino Musella, Ileana D’Ambra, Max Malatesta.

Durante o verão em um subúrbio nos arredores de Roma, algumas famílias enfrentam situações e dramas que mudarão para sempre suas vidas. 

Fica difícil descrever mais sobre a trama deste drama extremamente pesado sobre problemas familiares em que as frustrações dos adultos interferem diretamente na vida dos filhos. 

São várias sequências desconfortáveis com explosões de ódio, inveja, pressão sobre os filhos, sexualidade e até mesmo momentos que seriam de carinho como um aniversário resultam em agonia e ansiedade para as crianças. É uma tensão constante que leva a algo insustentável. 

Para quem tem filhos, com certeza será uma experiência ainda mais pesada.