sábado, 29 de fevereiro de 2020

Escobar: A Traição

Escobar: A Traição (Loving Pablo, Espanha / Bulgária, 2017) – Nota 6,5
Direção – Fernando Leon de Aranoa
Elenco – Javier Bardem, Penélope Cruz, Peter Sarsgaard, Julieth Restrepo, Oscar Jaenada.

Em 1981, a jornalista colombiana Virginia Vallejo (Penélope Cruz) é apresentada ao traficante Pablo Escobar (Javier Bardem) e inicia um affair. 

Virginia se torna amante e também testemunha da ascensão e queda de Escobar, sentindo na pele as consequências de ter se aliado ao criminoso. 

Existem filmes que são produzidos no momento errado. É o caso deste longa. As duas primeiras temporadas da ótima série “Narcos” lançadas em 2015 e 2016 detalharam a vida de Pablo Escobar por todos os ângulos. 

Este longa foi lançado um ano depois focando na mesma história com duas horas de duração, enquanto a série teve vinte episódios para se aprofundar no desenvolvimento dos personagens. Por este motivo o filme resulta numa perda de tempo para quem acompanhou a série.

Mesmo assim, vale citar que a interpretação de Javier Bardem aqui é muito melhor do que a de Wagner Moura na série.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Sargento Will Gardner

Sargento Will Gardner (SGT. Will Gardner, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Max Martini
Elenco – Max Martini, Omari Hardwick, Lily Rabe, Robert Patrick, Elisabeth Rohm, Dermot Mulroney, Gary Sinise, JoBeth Williams, Luis Bordonada, Leo Martini, Holt McCallany.

Will “Ghost” Gardner (Max Martini) é um veterano da Guerra do Iraque que sofreu uma lesão no cérebro e que agora vive pelas ruas fazendo bicos como pintor. 

A falta de perspectiva de uma vida melhor e o desprezo das pessoas ao seu redor o leva a roubar uma moto e atravessar o país para visitar o filho e a ex-mulher que moram no Novo México. Enquanto cruza com personagens marginais pelo caminho, Ghost conversa com o espírito de seu amigo Top (Omari Hardwick) que morreu em combate. 

Escrito, dirigido e protagonizado pelo ator Max Martini, este longa foca no drama enfrentado pelos soldados que não conseguem se reinserir na sociedade ao retornar da guerra com traumas físicos e psicológicos. Os letreiros finais citam a enorme quantidade de veteranos que sofrem de estresse pós-traumático, que vivem na ruas e que chegam a tirar a própria vida. 

O grande ponto desta questão está na forma como são vistos os soldados. Como pitada histórica, os soldados que voltaram para casa após a Segunda Guerra Mundial foram tratados como heróis por terem ajudado a salvar o mundo. 

Isto mudou após a Guerra Vietnã, que foi vista como um absurdo o político. Os soldados que nela lutaram e os que participaram de conflitos posteriores são considerados desajustados, sendo descartados pela sociedade ao apresentar seus traumas. 

A proposta de Martini neste filme funciona até certo ponto. A saga do protagonista é dolorosa e melancólica, porém falha na narrativa irregular que resulta em alguns tempos mortos e um certo exagero na duração. 

No final fica o retrato do sofrimento enfrentado pelos veteranos.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O Império (do Besteirol) Contra-Ataca (2001 & 2019)

O Império (do Besteirol) Contra-Ataca (Jay and Silent Bob Strike Back, EUA, 2001) – Nota 6
Direção – Kevin Smith
Elenco – Jason Mewes, Kevin Smith, Ben Affleck, Matt Damon, Jeff Anderson, Brian O’Halloran, Shannon Elizabeth, Eliza Dushku, Ali Larter, Jennifer Schwalbach, Will Ferrell, Jason Lee, Judd Nelson, George Carlin. Carrie Fisher, Mark Hamill, Seann William Scott, Jon Stewart, Jules Asner, Steve Kmetko, Tracy Morgan, Jamie Kennedy, Chris Rock, Gus Van Sant, Shannen Doherty, Wes Craven, James Van Der Beek, Jason Biggs, Diedrich Bader.

O diretor Kevin Smith ficou conhecido em 1994 quando comandou o longa independente “O Balconista”. Com apenas vinte e quatro anos de idade na época, Kevin Smith chamou a atenção pelos diálogos divertidos recheados de citações a cultura pop, ao mundo adolescente e sexo. 

Seus filmes posteriores seguiram o mesmo estilo, tendo em comum a presença habitual de dois personagens malucos que se tornaram cults: o drogado Jay (Jason Mewes) e o calado Silent Bob (o próprio Kevin Smith). 

O sucesso dos personagens levou o diretor a escrever e comandar este filme que leva os dois personagens a viajarem de New Jersey até Hollywood com o objetivo de atrapalharem as filmagens de um longa baseado numa história em quadrinhos sobre a vida dos dois em que eles não receberiam dinheiro algum. 

O road movie é uma desculpa para cruzarem o caminho de vários personagens de outros filmes do diretor, por isso a presença de famosos como Matt Damon, Ben Affleck, Jason Lee, Mark Hamill, Carrie Fisher e outros. 

As piadas seguem mais o estilo escrachado do que engraçado, algumas sobre a saga “Star Wars”, porém o foco principal é fazer uma ligação da dupla de personagens com os filmes que o diretor havia comandado até então. 

É um longa que pode agradar a quem conhece e gosta das obras do diretor. O público comum é melhor passar longe.

O Império do Besteirol Contra-Ataca: Reboot (Jay and Silent Bob Reboot, EUA, 2019) – Nota 5
Direção – Kevin Smith
Elenco – Jason Mewes, Kevin Smith, Jason Lee, Ben Affleck, Matt Damon, Brian O’Halloran, Harley Quinn Smiht, Shannon Elizabeth, Jennifer Schwalbach, Joey Lauren Adams, Van Der Beek, Jason Biggs, Diedrich Bader, Keith Coogan, Rosario Dawson, Chris Hemsworth, Val Kilmer, Chris Jericho, Justin Long, Craig Robinson, Fred Armisen, Tommy Chong, Cliff “Method Man” Curtis, Redman, Melissa Benoist, Molly Shannon.

Dezoito anos após o filme solo com Jay e Silent Bob, o diretor Kevin Smith decidiu praticamente refilmar a mesma história com o objetivo de fazer uma espécie de crítica sobre a onda de reboots e remakes que Hollywood tanto explora. 

O problema é que a maioria das piadas não funcionam e o estilo do humor de Kevin Smith parece ter se esgotado. A escolha de inserir uma filha do personagem Jay junto com algumas amigas estranhas que se unem a dupla principal em um road movie até Hollywood é outro erro. As personagens adolescentes são irritantes. 

A sequência final na convenção “Chronic Con” na verdade é uma piada com a famosa “Comic Con”, evento em que o diretor é bastante atuante todos os anos. 

O melhor do filme acaba sendo a participação dos personagens dos longas anteriores de Smith. O diálogo sobre reboots e remake com Jason Lee é bastante criativo, assim com a conversa quase filosófica com Ben Affleck na parte final. 

Mesmo eu gostando das primeiras obras do diretor e das citações destas aqui, este longa deixa bastante a desejar.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Memória de um Assassino

Memória de um Assassino (Salinjaui Gieokbeob, Coreia do Sul, 2017) – Nota 8
Direção – Shin Yeon Won
Elenco – Kyung Gu Sol, Nam Gil Kim, Seol Hyun Kim, Dal Su Oh, Seok Jeong Hwang.

Byung Su (Kyung Gu Sol) é um serial killer “aposentado” que sofre de demência e vive com a filha Eun Hee (Seol Hyun Kim), que não sabe do passado do pai. 

Alternando dias bons, com outros em que não lembra de absolutamente nada, Byung acaba se envolvendo em um pequeno acidente de trânsito com Tae Ju (Nam Gil Kim), outro serial killer que está transportando o corpo de uma jovem em seu carro. 

O inusitado encontro leva o jovem assassino a se aproximar de Eun Hee, o que faz Byung lutar contra sua doença para tentar proteger a filha e matar o futuro genro. 

Este longa é mais um ótimo suspense policial sul-coreano. O roteiro utiliza a premissa clássica do jogo de gato e rato entre dois inimigos, porém colocando no meio de tudo isso a questão da demência do protagonista que é explorada por seu antagonista. 

Este fato chega a dar agonia em algumas sequências, com um detalhe habitual neste tipo de filme sul-coreano, que sempre insere como vilão um personagem detestável que se confunde com uma pessoa comum. 

As pequenas reviravoltas do roteiro e a grande atuação de Kyung Gu Sol são outros destaques. 

Uma informação, não confunda este longa com o ainda melhor “Memórias de um Assassino” dirigido em 2003 por Joon Bo Hong.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Seu Filho

Seu Filho (Tu Hijo, Espanha / França, 2018) – Nota 7
Direção – Miguel Angel Vivas
Elenco – Jose Coronado, Ana Wagener, Asia Ortega, Pol Monen, Ester Expósito, Sergio Castellanos, Luis Bermejo.

Sevilla, Espanha. Jaime Jimenez (Jose Coronado) é um médico bem sucedido que aparenta ter uma família perfeita com a esposa Carmen (Ana Wagener ) e o casal de filhos Marcos (Pol Monen) e Sara (Asia Ortega). 

Quando Marcos é espancado na saída de uma boate ficando à beira da morte e a polícia parece não ter pistas dos agressores e nem saber o motivo, Jaime decidir investigar sozinho, descobrindo segredos sobre sua família e também tendo de enfrentar seus próprios medos. 

O roteiro deste drama policial tem como um dos temas principais a questão dos segredos que existem em todas as famílias. Por mais que os relacionamentos sejam bons em um primeiro olhar, sempre existirão fatos que as pessoas escondem dos familiares. 

A jornada do protagonista em busca da verdade é dolorosa, tanto por descobrir como ele sabia pouco sobre sua família, como pela vontade de fazer justiça ao perceber que a lei dificilmente alcançaria os agressores. 

O segredo revelado na sequência final é ainda mais doloroso e deixa claro que praticamente todos os pais e mães defendem seus filhos em qualquer circunstância.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Missão no Mar Vermelho

Missão no Mar Vermelho (The Red Sea Diving Resort, Canadá, 2019) – Nota 7
Direção – Gideon Raff
Elenco – Chris Evans, Alessandro Nivola, Greg Kinnear, Michael Kenneth Williams, Ben Kingsley, Haley Bennett, Mark Ivanir, Michiel Huisman, Alex Hassell, Chris Chalk.

Sudão, 1979. Ari Levinson (Chris Evans) e Sammy Navon (Alessandro Nivola) são agentes israelenses do Mossad que trabalham em conjunto com Kabede (Michael Kenneth Williams) para ajudar refugiados judeus da Etiópia a fugirem para Israel. 

A dupla de agentes é expulsa do Sudão, mas pouco tempo depois Ari convence o governo de Israel a colocar em prática um maluco planeta de resgate. O Mossad compra um hotel abandonado no litoral do Sudão e envia um grupo de agentes liderados por Ari para utilizarem o local como ponto de fuga dos refugiados. 

Inspirado em uma história real, este longa mistura sequências de ação, suspense e drama para detalhar como centenas de judeus africanos foram resgatados do terrível campo de refugiados comandado pelo governo islâmico do Sudão, que por seu lado recebia verba da ONU para manter o local funcionando. 

Mesmo com um roteiro que não apresenta surpresas, a narrativa prende a atenção e as sequências mais fortes são bem filmadas. No final ainda são apresentadas fotos do verdadeiro hotel, do campo de refugiados e de agentes que trabalharam na operação.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Justiça sem Fronteiras

Justiça sem Fronteiras (Saint Judy, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Sean Hanish
Elenco – Michelle Monaghan, Leem Lubany, Common, Alfred Molina, Alfre Woodard, Ben Schnetzer, Peter Krause, Gabriel Bateman, Waleed Zuaiter, Mykelti Williamson, Aimee Garcia, Kevin Chapman.

Em 2003, a advogada Judy Wood (Michelle Monaghan) sai de Albuquerque no Novo México e consegue um emprego em um escritório especializado em defender imigrantes em Los Angeles. 

O objetivo é ficar próximo do ex-marido (Peter Krause) que deseja ter mais contato com o filho adolescente Alex (Gabriel Bateman). 

Ao pegar o caso da iraquiana Asefa (Leem Lubany), Judy descobre como é complicado defender imigrantes ilegais. Ao invés de desistir, Judy decide enfrentar o problema. 

Baseado em um fato real, este longa segue a linha de filmes sobre pessoas que conseguem uma mudança significativa em algo que aparentemente era impossível, lembrando obras como “Erin Brockovich”. 

O tema dos refugiados é complexo e com potencial de exploração em vários ângulos, o problema é que aqui o roteiro é extremamente previsível e a narrativa lembra as produções para tv. 

O resultado é um drama no máximo razoável.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Perseguido Pelo Destino

Perseguido Pelo Destino (Le Fidele, Bélgica / França / Holanda, 2017) – Nota 6
Direção – Michael R. Roskam
Elenco – Matthias Schoenaerts, Adele Exarchopoulos, Eric De Staercke, Jean Benoit Ugeux, Nabil Missoumi, Nathalie Van Tongelen, Sam Louwick.

Gigi (Matthias Schoenaerts) é um assaltante de bancos. Bibi (Adele Exarchopoulos) é uma piloto de corridas que também trabalha na empresa de seu pai (Eric De Staercke). 

A forte paixão que nasce entre Gigi e Bibi faz o sujeito mentir sobre seu “trabalho”, deixando o sogro desconfiado. Mesmo pensando em mudar de vida, Gigi aceita participar de um último assalto com sua quadrilha. 

A primeira parte deste longa começa de forma interessante, intercalando uma sequência de assalto, corridas e cenas ousadas de sexo. Depois do “último assalto”, a história desanda. O roteiro vira o foco e transforma a trama em um dramalhão romântico recheado de tragédias. 

Tanto o título original que cita “fidelidade” e o nacional que explora as coincidências trágicas do destino estão de acordo com a trama novelesca. 

O bom ator belga Matthias Schoenaerts consegue dar uma certa profundidade ao seu personagem e a voluptuosa Adele Exarchopoulos novamente desfila sua sensualidade na tela, mas o resultado fica abaixo do esperado.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Monty Python


A morte recente do ator e diretor Terry Jones foi a segunda baixa do extinto grupo Monty Python. A primeira foi de Graham Chapman em 1989. Quando o Monty Python surgiu na tv inglesa com o programa humorístico “Monty Python’s Flying Circus” que foi ao ar de 1969 a 1974, a fase dos grupos de humor pastelão como “Os Três Patetas” e “Os Irmãos Marx” já havia ficado em um passado distante. 

O Monty Python chegou criando quadros explorando o típico humor inglês com uma grande pitada de anarquia e deboche. O foco principal era esculachar os padrões da época, tirando sarro da sociedade inglesa e de seus costumes. 

O sucesso na tv levou o grupo ao cinema, produzindo três filmes e dois especiais até 1983 quando eles se separaram seguindo carreiras individuais. Terry Jones e Terry Gilliam se tornaram diretores de destaque, principalmente Gilliam. John Cleese com certeza foi o que mais teve sucesso como ator, seguido por Michael Palin e Eric Idle que trabalharam em diversas comédias. Apenas Graham Chapman teve pouco tempo para mostrar seu trabalho fora do grupo.

Monthy Python - E Agora Para Algo Completamente Diferente (And Now for Something Completely Different, Inglaterra, 1971) – Nota 7,5
Direção – Ian McNaughton
Elenco – John Cleese, Michael Palin, Eric Idle, Terry Jones, Graham Chapman, Terry Gilliam.

O longa é uma coletânea dos melhores quadros apresentados no programa de tv “Monty Python's Flying Circus” em 1969. O novo estilo de humor chamou a atenção da crítica também fora da Inglaterra.

Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail, Inglaterra, 1975) – Nota 8
Direção – Terry Gilliam & Terry Jones
Elenco – John Cleese, Michael Palin, Eric Idle, Terry Jones, Graham Chapman, Terry Gilliam.

Este foi o primeiro filme do grupo produzido diretamente para o cinema. O resultado é uma divertida paródia sobre a Idade Média em que o Rei Arthur (Graham Chapman) e os Cavaleiros da Távola Redonda seguem uma jornada em busca do cálice sagrado enfrentando obstáculos surreais e personagens malucos. Como foi habitual em toda a carreira do grupo, cada ator interpreta diversos papéis, com diálogos absurdos e trocadilhos intraduzíveis. 

A Vida de Brian (Life of Brian, Inglaterra, 1979) – Nota 8,5
Direção – Terry Jones
Elenco – Graham Chapman, John Cleese, Terry Jones, Terry Gilliam, Eric Idle, Michael Palin.

Este é com certeza o filme mais polêmico do grupo. No mesmo dia em que nasce Jesus Cristo, em uma manjedoura ao lado nasce o pobre Brian (Graham Chapman), que pela vida inteira será confundido com o Salvador. A sucessão de piadas envolvendo religião e história, além dos personagens estranhos resultam no melhor filme do Monty Python. 

Monty Python ao Vivo no Hollywood Bowl (Monty Python Live at Hollywood Bowl, EUA, 1982) – Nota 8
Direção – Terry Hughes & Ian MacNaughton
Elenco – John Cleese, Graham Chapman, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin, Terry Gilliam, Neil Innes, Carol Cleveland.

Um ano antes do último filme no cinema, que seria “O Sentido da Vida”, o grupo Monty Python se reuniu para uma histórica apresentação ao vivo no Hollywood Bowl em Los Angeles. Neste show o grupo apresentou vários dos seus quadros famosos do programa de tv “Monty Python’s Flying Circus”, com destaque para a canção do lenhador, o programa de perguntas estrelado por comunistas famosos, os juízes gays e a canção do 69 que abre o espetáculo. Os quadros ainda são entrecortados por animações e sem a censura da tv, o grupo solta a língua sem pudor.

Monty Python - O Sentido da Vida (The Meaning of Life, Inglaterra, 1983) – Nota 7,5
Direção – Terry Jones
Elenco – John Cleese, Michael Palin, Graham Chapman, Eric Idle, Terry Jones, Terry Gilliam.

Neste último trabalho do grupo, o Monty Python volta seu estilo maluco para fazer piadas com situações da vida contemporânea. Algumas sequências se destacam, como a do parto e a explosão de vômitos no restaurante chique. A jornada do grupo chegava ao fim.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Happy End

Happy End (Happy End, França / Áustria / Alemanha, 2017) – Nota 6,5
Direção – Michael Haneke
Elenco – Isabelle Huppert, Jean Louis Trintignant, Mathieu Kassovitz, Fantine Harduin, Franz Rogowski, Laura Verlinden, Toby Jones, Aurélia Petit, Hassam Ghancy, Nabiha Akkari.

A adolescente Eve (Fantine Harduin) vai morar com o pai Thomas (Mathieu Kassovitz) após sua mãe tentar o suicídio e ficar à beira da morte. 

Thomas é um médico casado pela segunda vez com Anais (Laura Verlinden) e filho do empresário aposentado Georges (Jean Louis Trintignant), este que vive em uma bela casa na região litorânea de Calais. 

A empresa de construção civil é gerida por sua filha Anne (Isabelle Huppert) com ajuda de Pierre (Franz Rogowski), que é filho dela. A aparente família perfeita esconde uma série de problemas pessoais e profissionais que vem à tona depois de um acidente em uma obra. 

O diretor alemão Michael Haneke é conhecido por seus filmes ácidos recheados de críticas sociais e relações familiares complicadas. Depressão, solidão, preconceito, suicídio e taras sexuais estão entre os polêmicos temas abordados em suas obras. 

Todos estes temas estão presentes neste longa, o problema é que as situações parecem soltas, principalmente por causa dos estranhos pulos no tempo na narrativa. Ao chegar no final, parece que tudo ficou no mesmo lugar. 

O título “Happy End” é basicamente uma ironia em relação aos verdadeiros sentimentos de cada personagem.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Lámen Shop

Lámen Shop (Ramen Teh, Singapura / Japão / França, 2018) – Nota 7,5
Direção – Eric Khoo
Elenco – Takumi Saitoh, Tsuyoshi Ihara, Seiko Matsuda, Jeanette Aw, Mark Lee, Tetsuya Bessho, Beatrice Chien.

Após a súbita morte do pai que era um chef de cozinha dono de um restaurante de lámen no Japão, o filho Masato (Takumi Saitoh) decide viajar para Singapura para tentar localizar seu tio e também descobrir a receita de uma sopa de porco que sua falecida mãe que nasceu naquele país cozinhava. Será uma jornada de lembranças e descobertas em relação a vida de seus pais. 

Este sensível longa mistura drama familiar com receitas orientais de dar água na boca. O roteiro explora a questão das lembranças que vem à tona relacionadas com as comidas que o protagonista experimentava quando era criança. O sabor, o cheiro e os ingredientes são gatilhos para as emoções represadas pelo personagem. 

O roteiro ainda insere pitadas do ódio que chineses mais velhos que vivem em Singapura sentem dos japoneses por causa dos horrores da Segunda Guerra Mundial. 

É uma história simples, sensível e triste em alguns momentos.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

A Batalha das Correntes

A Batalha das Correntes (The Current War, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Alfonso Gomez Rejon
Elenco – Benedict Cumberbatch, Michael Shannon, Nicholas Hoult, Katherine Waterston, Tom Holland, Matthew Macfayden, Tupence Middleton, Colin Stinton.

No final do século XIX, o inventor Thomas Edison (Benedict Cumberbatch) e o empresário George Westinghouse (Michael Shannon) disputavam o inovador mercado de energia elétrica. 

Com pensamentos antagônicos em relação ao tipo de corrente elétrica a ser utilizada, eles lutavam contra o tempo para ver quem conseguiria oferecer a energia mais segura e mais barata para as cidades americanas, tendo como grande objetivo a Feira Mundial de Chicago que seria realizada em 1893. 

Correndo de forma independente e sem dinheiro próprio estava outro inventor, o polêmico sérvio Nikola Tesla (Nicholas Hoult). 

Este interessante longa oferece uma versão das personalidades e do caráter destes três inventores que criaram uma revolução ao popularizar a energia elétrica. Edison é mostrado como um sujeito egocêntrico e obcecado por suas invenções. Westinghouse é o empresário correto e racional, enquanto Tesla é o excêntrico sonhador. 

É curioso citar que o filme foi lançado em 2017 nos EUA, porém apenas agora no final de 2019 chegou no resto do mundo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Michael Inside

Michael Inside (Michael Inside, Irlanda, 2017) – Nota 7,5
Direção – Frank Berry
Elenco – Dafhyd Flynn, Lalor Roddy, Moe Dunford, Leroy Harris, Paul Tall Order Ritchie, Hazel Doupe.

Dublin, Irlanda. Michael McCrea (Dafhyd Flynn) é um jovem de dezoito anos que é preso após guardar para um amigo um pacote de drogas em sua casa.

Ele assume sozinho o crime e termina condenado, para tristeza de seu avô (Lalor Roddy). Michael é enviado para a prisão, sendo obrigado a enfrentar seus medos e o perigo da convivência com outros criminosos. 

Esta produção irlandesa lembra em alguns detalhes a série “The Night Of” ao focar em um protagonista jovem que muda de personalidade dentro da cadeia. Outra semelhança é a forma como é detalhado o doloroso e angustiante processo de chegada do jovem na prisão. 

Por outro lado, mesmo com estes detalhes, o longa vai direto ao ponto na questão de mostrar como a prisão é uma escola de crimes e como o presidiário e seus familiares se tornam reféns dos grupos que dominam estes lugares. 

O roteiro não utiliza isto como desculpa, na verdade a ideia é deixar claro que ao entrar no mundo do crime o jovem pode nunca mais conseguir sair. Trocas de favores e lealdade se tornam barreiras para mudar de vida. 

É um filme triste e atual.

Dogs of Berlin

Dogs of Berlin (Dogs of Berlin, Alemanha, 2018)
Direção – Christian Alvart
Elenco – Felix Kramer, Fahri Yardim, Samy Abdel Fattah, Mohamed Issa, Anna Maria Muhe, Deniz Orta, Katharina Schuttler, Urs Rechn.

O assassinato do melhor jogador de futebol da seleção alemã dentro de um condomínio de classe baixa é o gatilho para uma complexa trama recheada de violência e corrupção. 

A vítima era filho de turcos que decidiu abraçar a cidadania alemã, fato que desagradou muitas pessoas dos dois lados. A liderança da investigação fica dividida em o detetive corrupto Kurt Grimmer (Felix Kramer) e o policial de descendência turca Erol Birkan (Fahri Yardim). 

São tantas situações e personagens que fica complicado escrever uma sinopse simples. Vale citar que Grimmer vive um casamento em crise, tem uma amante drogada e uma enorme dívida de jogo. Ele encara a investigação como a chance de conseguir dinheiro, enquanto Birkan é homossexual e visto com desconfiança por superiores e colegas. 

Além dos problemas pessoais dos protagonistas, o roteiro explora ainda corrupção no futebol por causa de apostas e quatro gangues violentas que disputam espaço no submundo de Berlin. Um grupo de traficantes turcos, uma quadrilha de bósnios que controla as apostas clandestinas, uma gangue de motoqueiros turcos que vive da extorsão de comerciantes e por fim a irmandade dos neonazistas. 

Tudo de ruim que pode ocorrer na vida marginal da periferia de uma grande cidade é detalhado nesta série em dez episódios, que por sinal tem semelhanças com a sensacional “TheShield”. O que desagrada é o final que deixa várias histórias em aberto, com os produtores pensando em uma segunda temporada que ainda não saiu do papel. É uma pena, uma história fechada em uma temporada seria perfeita neste caso.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Carter - O Vingador & O Implacável


Carter – O Vingador (Get Carter, Inglaterra, 1971) – Nota 7
Direção – Mike Hodges
Elenco – Michael Caine, Ian Hendry, Britt Ekland, John Osborne, Tony Beckley, George Sewell, Geraldine Moffatt.

Jack Carter (Michael Caine) é um assassino profissional que trabalha para um chefão do crime em Londres. Quando seu irmão morre de forma estranha em Newcastle, ele viaja para o local com o objetivo de saber o que aconteceu. Não demora para Carter se envolver numa disputa entre quadrilhas rivais e se tornar alvo ao descobrir que sua sobrinha foi aliciada por uma rede de pornografia. 

Este interessante longa policial surpreende pelo clima decadente da cidade de Newcastle, pelas ousadas cenas de sexo e a surpresa no final. A atuação séria de Michael Caine é outro destaque. Por outro lado, as cenas de brigas envelheceram mal e hoje parecem mal filmadas. 

O resultado é interessante e indicado para quem gosta de filmes policiais antigos.

O Implacável (Get Carter, EUA, 2000) – Nota 6
Direção – Stephen T. Kay
Elenco – Sylvester Stallone, Miranda Richardson, Rachael Leigh Cook, Michael Caine, Alan Cumming, John C. McGinley, Rhona Mitra, Johnny Strong, Mickey Rourke, Mark Boone Jr, Gretchen Mol, John Cassini.

Jack Carter (Sylvester Stallone) é um cobrador de dívidas que trabalha para a Máfia que domina cassinos em Las Vegas. A morte aparentemente acidental de seu irmão que vivia em Seattle o leva para aquela cidade com o objetivo de entender o que ocorreu. Jack descobre que o irmão pode ter sido assassinado por uma quadrinha que explora pornografia e quem tem ligações com seu chefe em Las Vegas. Para conseguir vingança, Jack terá de enfrentar seus ex-parceiros. 

Esta refilmagem do longa inglês de 1971 perde bastante em relação ao original. A narrativa irregular e o roteiro apenas requentado não ajudam, assim como a falta de ação. Um diretor melhor poderia entregar uma obra bem mais interessante. 

A curiosidade fica por conta da participação de Michael Caine, que era o protagonista no original e aqui interpreta um dos vilões.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Skin

Skin (Skin, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Guy Nattiv
Elenco – Jamie Bell, Danielle Macdonald, Bill Camp, Vera Farmiga, Daniel Henshall, Louisa Krause, Zoe Margaret Colletti, Kylie Rogers, Colbi Gannett, Mike Colter, Mary Stuart Masterson.

Byron Widner (Jamie Bell) é um jovem integrante de um grupo de supremacia branca liderado por Krager (Bill Camp) e sua esposa Shareen (Vera Farmiga). 

Ao se apaixonar por Julie (Daniele Macdonald), que é mãe solteira de três filhas, Byron passa a questionar o porquê de participar dos atos violentos praticados pelo grupo. 

Para mudar de vida, o jovem terá de pedir ajuda ao líder de uma ONG (Mike Colter), além de enfrentar a fúria dos companheiros. 

Inspirado em fato real, este longa tenta detalhar a forma como este tipo de grupo recruta seus integrantes, que geralmente são jovens pobres, solitários e de famílias desestruturadas. A aceitação é como a entrada em uma nova família em que ele terá a obrigação de uma lealdade cega. 

Mesmo com alguns momentos tensos e outros violentos e com uma boa interpretação de Jamie Bell como o protagonista, o longa não tem a mesma força do ótimo e hoje clássico “A Outra História Americana”. 

Vale citar as fotos reais dos dois personagens mostradas no final para corroborar a veracidade de pelo menos parte da história.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Insubstituível

Insubstituível (Médecin de Campagne, França, 2016) – Nota 7
Direção – Thomas Lilti
Elenco – François Cluzet, Marianne Denicourt, Christophe Odent, Patrick Descamp, Guy Faucher.

Jean Pierre Werner (François Cluzet) é um médico que atende em uma região rural na França. Ao descobrir um tumor, ele é obrigado a aceitar como assistente a médica novata Nathalie Delezia (Marianne Denicourt), que antes tinha uma longa carreira como enfermeira. 

Não contando sobre a doença para a nova parceira e nem para os moradores da região, Jean Pierre tenta seguir uma vida normal, enquanto Nathalie começa a entender que o atendimento em uma pequena cidade e também domiciliar é bem diferente da vida em um hospital. 

Este foi o segundo longa da trilogia sobre medicina dirigida pelo cineasta e também médico Thomas Lilti. O primeiro foi “Hipócrates” e o terceiro foi “Primeiro Ano”, obras um pouco superiores a este que comento aqui. 

Além da questão da dificuldade em aceitar uma doença, mesmo como o paciente sendo um médico, o ponto principal deste longa é a questão do tratamento de saúde pessoal e humanizado.

Nos dias de hoje em que a maioria do médicos atendem de forma automática, Lilti tenta mostrar que do outro lá existe uma pessoa que precisa ser ouvida e entendida, não apenas diagnosticada. 

As sequências em que o médico atende um idoso acamado, claramente com pouco tempo de vida, também deixa claro que muitas vezes não vale a pena tentar prolongar a vida de uma pessoa a deixando presa em uma cama de hospital. 

É um filme que faz pensar.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Night Hunter

Night Hunter (Nomis, Canadá / EUA, 2018) – Nota 5
Direção – David Raymond
Elenco – Henry Cavill, Ben Kingsley, Alexandra Daddario, Stanley Tucci, Brendan Fletcher, Minka Kelly, Nathan Fillion, Mpho Koaho, Emma Tremblay, Eliana Jones.

O detetive Marshall (Henry Cavill) investiga o desaparecimento de uma garota. Em paralelo, um ex-juiz (Ben Kingsley) e uma adolescente (Eliana Jones) caçam pedófilos pela internet para castrá-los. 

Quando a jovem é sequestrada, Marshall e o juiz iniciam uma busca e conseguem prender o maníaco Simon (Brendan Fletcher), que esconde o local em que enterrou diversas vítimas. 

A ótima premissa misturando serial killer com internet se perde em meio a um caminhão de erros. O roteiro que pretendia ser complexo, na verdade é uma grande bagunça cheia de furos, ficando ainda pior com o excesso de cortes que deixam a narrativa picotada. 

O desenvolvimento dos personagens é outro erro enorme. Os personagens de Alexandra Daddario e Stanley Tucci ficam totalmente perdidos no meio da trama e o vilão vivido por Brendan Fletcher é totalmente exagerado, com direito a uma surpresa ainda mais absurda no final. 

É um filme para passar longe.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Vida Selvagem

Vida Selvagem (Wildlife, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Paul Dano
Elenco – Ed Oxenbuld, Jake Gyllenhaal, Carey Mulligan, Bill Camp, Zoe Margaret Colletti.

Montana, 1960. Joe Brinson (Ed Oxenbuld) é um adolescente que sofre ao ver o casamento de seus pais desmoronar.

Jerry (Jake Gyllenhaal) está desempregado e decide aceitar o trabalho para combater o fogo que está destruindo a floresta em uma região próxima. 

O fato desagrada Jeanette (Carey Mulligan), que por seu lado consegue um emprego e resolve mudar sua vida. 

Este melancólico drama dirigido e roteirizado pelo ator Paul Dano em parceria com sua namorada e também atriz Zoe Kazan foca principalmente em um garoto sendo obrigado a lidar com os problemas da vida causados por seus pais. 

É interessante que o roteiro muda o foco no segundo terço da narrativa em relação a quem teria a maior culpa pelo casamento em crise. 

O roteiro explora ainda questões universais como orgulho, frustração e egoísmo, deixando claro como é difícil manter um casamento quando os problemas surgem e os sentimentos citados vem à tona. 

Destaque para a atuação de Carey Mulligan, perfeita no papel de uma mulher complicada.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Dois Bilhetes de Loteria

Dois Bilhetes de Loteria (Doua Lozuri, Romênia, 2016) – Nota 7,5
Direção – Paul Negoescu
Elenco – Dorian Boguta, Dragos Bucur, Alexandru Papadopol.

Em uma pequena cidade da Romênia, os amigos Dinel (Dorian Boguta), Sile (Dragos Bucur) e Pompiliu (Alexandru Papadopol) levam uma vida simples. 

Precisando de dinheiro para pagar uma dívida da esposa que está trabalhando na Itália, Dinel aceita fazer um jogo de loteria em parceria com os amigos. 

Para surpresa geral, o bilhete é premiado. O problema surge quando Dinel lembra que o bilhete estava em sua pochete que foi roubada por dois desconhecidos. É o início da saga do trio em busca dos ladrões e por consequência do bilhete. 

A simplicidade da premissa e também da narrativa resultam em uma agradável comédia de costumes. A busca pelos ladrões começa na pequena cidade e se transforma em um road movie chegando até a capital Bucareste. 

Não é uma comédia pastelão, as cenas engraçadas acontecem através de diálogos e atitudes simples, algumas de forma ingênua, sempre como consequências dos encontros com diversos coadjuvantes que cruzam o caminho do trio. Duas prostitutas, uma mochileira, uma cigana picareta e um casal são os personagens que interferem na busca pelo bilhete. 

Em um gênero tão desgastado como a comédia, este longa é opção para quem deseja algo simples e divertido.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Desaparecidas

Desaparecidas (Missing, EUA, 2003) – Nota 6,5
Direção – Ron Howard
Elenco – Tommy Lee Jones, Cate Blanchett, Evan Rachel Wood, Jenna Boyd, Aaron Eckhart, Val Kilmer, Elisabeth Moss, Sergio Calderon, Ray McKinnon, Max Perlich, Clint Howard.

Novo México, 1885. Maggie (Cate Blanchett) vive em uma pequena fazenda com as filhas Lilly (Evan Rachel Wood) e Dot (Jenna Boyd), sendo ajudada por dois vaqueiros (Aaron Eckhart e Sergio Calderon). 

A inesperada volta de seu pai Samuel (Tommy Lee Jones), que a abandonou quando criança para viver entre os índios é a primeira mudança na vida de Maggie. Quando índios rebeldes sequestram Lilly, Maggie é obrigada a reatar os laços com o pai. Juntos eles seguem o rastro dos sequestradores para tentar salvar Lilly. 

A maior curiosidade deste western é a exploração do misticismo indígena através das “bruxarias” utilizadas pelo líder dos índios e grande vilão do longa. A premissa lembra bastante o clássico “Rastros de Ódio”, porém o desenvolvimento da história segue um caminho completamente diferente. 

As sequências de tiroteios e lutas são razoáveis, perdendo alguns pontos pela clara utilização de um dublê nas cenas de ação com o veterano Tommy Lee Jones. 

O resultado é um longa mediano e esquecível.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

O Que Nós Fizemos no Nosso Feriado

O Que Nós Fizemos no Nosso Feriado (What We Did on Our Holiday, Inglaterra, 2014) – Nota 6,5
Direção – Andy Hamilton & Guy Jenkin
Elenco – David Tennant, Rosamund Pike, Billy Connolly, Ben Miller, Amelia Bullmore, Emilia Jones, Bobby Smallbridge, Harriet Turnbull, Celia Imrie.

Doug (David Tennant) e Abi (Rosamund Pike) estão separados, mas como não contaram para a família, são obrigados a viajar juntos para o aniversário do pai dele (Billy Connolly), que está muito doente e que vive na Escócia. 

O casal leva os três filhos (Emilia Jones, Bobby Smallbridge e Harriet Turnbull), que são inteligentes, falantes e curiosos. É o início de um confuso final de semana. 

A premissa de lavar roupa suja familiar é tema habitual no cinema, assim como inserir na história algum personagem que está à beira da morte. Estes pontos não apresentam surpresas e chegam até a irritar pela falta de empatia dos personagens adultos, com exceção do divertido Billy Connolly. 

Quem acaba salvando o filme são as crianças. Elas tem os melhores diálogos e tomam conta do filme na criativa sequência com o avó na praia. 

É basicamente uma sessão da tarde inglesa que vale a sessão por causa dos personagens infantis.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Passeio Noturno

Passeio Noturno (Taxi, Alemanha, 2015) – Nota 5,5
Direção – Kerstin Ahlrichs
Elenco – Rosalie Thomass, Peter Dinklage, Stipe Erceg, Leonardo Arivelo, Ozgur Karadeniz.

Hamburgo, Alemanha, 1986. De forma inesperada, a jovem Alex (Rosalie Thomass) decide trabalhar como motorista de táxi na pequena empresa do armênio Mergolan (Ozgur Karadeniz). 

Não demora para ela se envolver com Dietrich (Stipe Erceg), que também trabalha com um táxi, mas tem fama de intelectual. Complicada e geniosa, Alex também inicia uma relação com Marc (Peter Dinklage), a quem conheceu durante o trabalho. 

Este estranho longa parece rodar, rodar e não sair do lugar. São várias discussões sobre relacionamentos intercaladas com passageiros excêntricos que utilizam o táxi da garota. O roteiro não se aprofunda em praticamente nada. 

A curiosidade é ver o americano Peter Dinklage, hoje famoso pela série “Game of Thrones”, trabalhando nesta obscura produção e sendo dublado em alemão.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Riphagen & O Banqueiro da Resistência


Riphagen (Riphagen, Holanda, 2016) – Nota 8
Direção – Pieter Kuijpers
Elenco – Jeroen van Koningsbrugge, Kay Greidanus, Sigrid tem Napel, Lisa Zweerman, Peter Bok.

Amsterdam, Holanda, 1944. Com a cidade dominada pelos nazistas, o holandês Dries Riphagen (Jeroen van Koningsbrugge) se tornou um colaborador dos invasores, trabalhando para a polícia secreta e perseguindo judeus. 

Suas atitudes chamam a atenção do jovem policial holandês Jan (Kay Greidanus), que ao mesmo tempo faz parte da Resistência que luta clandestinamente contra os nazistas e ajuda os judeus a fugirem do país. Os dois se tornam inimigos mortais. 

Baseado numa sinistra história real, este ótimo longa foca na questão dos colaborares nazistas que para salvar a própria pele entregavam até mesmo os amigos. Dries Riphagen foi uma das destas terríveis figuras. Um sujeito desonesto, mentiroso, violento e totalmente amoral. 

O roteiro explora o auge da atuação de Riphagen como colaborador nazista, até as reviravoltas e manipulações utilizadas pelo homem para tentar sobreviver ao final da guerra. Não vou contar exatamente o que aconteceu com o sujeito, mas posso dar uma dica de que o seu destino foi semelhante ao de muitos oficiais nazistas. 

O resultado é um ótimo drama de guerra sobre uma figura terrível. 

O Banqueiro da Resistência (Bankier van het Verzet, Holanda / Bélgica, 2018) – Nota 7
Direção – Joram Lursen
Elenco – Barry Atsma, Jacob Derwig, Fockeline Ouwerkerk, Pierre Bokma, Raymond Thiry, Matteo van der Grijn, Jaap Spijkers.

Holanda, 1942. Com o país ocupado pelos nazistas e os judeu sendo perseguidos, um grupo de banqueiros liderados por Walraven van Hall (Barry Atsma) cria um fundo clandestino para financiar a resistência. 

O dinheiro dado pelos banqueiros é uma espécie de empréstimo administrado por van Hall, que tem a garantia de ressarcimento do governo confirmada pelos líderes holandeses que se refugiaram em Londres. Durante dois anos os banqueiros precisam agir às escondidas, enquanto os nazistas tentam descobrir quem são os líderes da resistência. 

Baseado em uma história real ocorrida durante a Segunda Guerra, este longa foca em como homens considerados fiéis aos nazistas ajudaram a manter viva a resistência contra os invasores, colocando em risco suas próprias famílias. O roteiro explora traições, torturas e um elaborado plano de trocar “títulos do governo”, sendo esta a sequência mais tensa do longa. 

Não chega a ser um grande filme, falta um pouco mais de emoção na narrativa, mas mesmo assim a história é bastante interessante. 


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Ouro Negro

Ouro Negro (The Iron Orchard, Itália / EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Ty Roberts
Elenco – Lane Garrison, Ali Cobrin, Austin Nichols, Hassie Harrison, Lew Temple.

Texas, 1923. Jim McNeely (Lane Garrison) chega na região para trabalhar na perfuração de poços de petróleo. 

Tratado com desprezo pelos peões, aos poucos Jim aprende a se defender e faz amizade com o administrador do local, Dent Paxton (Austin Nichols). 

Ambicioso e inteligente, Jim decide investir o pouco que ganhou na compra de um terreno para procurar petróleo, dando início a carreira de empresário. 

O roteiro deste longa independente provavelmente foi inspirado no clássico “Assim Caminha a Humanidade”, em que a ambição levava um dos protagonistas vivido por James Dean à riqueza e também para solidão. 

Não tem como comparar a qualidade destes filmes, porém a saga do protagonista aqui é semelhante. Ele vai do nada ao topo, deixando de lado amigos, esposa e sendo dominado pelo ego e a ambição. 

O que atrapalha bastante aqui é a péssima atuação de Lane Garrison como o protagonista. O elenco de apoio também é fraco. 

Resumindo, a história é bastante interessante, mas infelizmente faltou um elenco melhor.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Entre Facas e Segredos

Entre Facas e Segredos (Knives Out, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Rian Johnson
Elenco – Daniel Craig, Chris Evans, Ana de Armas, Jamie Lee Curtis, Michael Shannon, Don Johnson, Toni Collette, LaKeith Stanfield, Christopher Plummer, Katherine Longford, Jaeden Martell, Riki Lindhome, Edi Patterson, Frank Oz, K Callan, Noah Segan, M. Emmet Walsh.

O famoso escritor Harlan Trombey (Christopher Plummer) é encontrado morto em sua mansão. Dois policiais (LaKeith Stanfield e Noah Segan) interrogam os familiares com auxílio do detetive particular Benoit Blanc (Daniel Craig), que foi contratado por uma pessoa anônima para investigar o caso. 

A dúvida se foi suicídio ou assassinato aumenta com os depoimentos dos parentes e da enfermeira do falecido (Ana de Armas), que escondem segredos e estão ansiosos pela leitura do testamento. 

O roteiro escrito pelo diretor Rian Johnson bebe na fonte das obras da escritora Agatha Christie ao transformar praticamente todos os personagens em suspeitos do crime, deixando diversas pistas pela narrativa. O detetive protagonista vivido por Daniel Craig é claramente inspirado em Hercule Poirot, inclusive com um estranho sotaque francês. 

Por mais que a produção seja caprichada e a dúvida sobre os detalhes do crime prendam a atenção, a didática parte final com a explicação dada pelo protagonista revela uma trama até absurda de tão complexa. 

Vale destacar o elenco, com ótimas atuações do veteraníssimo Christopher Plummer, de Michael Shannon com um dos filhos e de Toni Collette como a nora interesseira. 

É um interessante suspense com pitadas de ironia.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Jovens Adultos

Jovens Adultos (Young Adult, EUA, 2011) – Nota 6,5
Direção – Jason Reitman
Elenco – Charlize Theron, Patton Oswalt, Patrick Wilson, Elizabeth Reaser, Collette Wolfe, Jill Eikenberry, Richard Bekins, Mary Beth Hurt.

Mavis Gary (Charlize Theron) é uma escritora de livros adolescentes que após receber um email com a foto do bebê que seu antigo namorado (Patrick Wilson) acabou de ter com sua esposa (Elizabeth Reaser), fica decidida a reconquistar o sujeito. 

Mesmo odiando o local, ela volta para a pequena cidade de Mercury em Minnesota para iniciar a sedução. Além da questão do sujeito ser casado, Mavis é arrogante, falsa e trata pessimamente todos a seu redor. Em um bar, ela cruza o caminho do solitário Matt (Patton Oswalt), com quem inicia uma estranha relação de amizade e desprezo. 

Escrito por Diablo Cody, que ficou famosa pelo roteiro de “Juno”, este longa brinca com questões universais como sucesso, felicidade e família, deixando claro que a importância destes itens depende de cada pessoa. 

A  protagonista é uma mulher moderna e independente, mas que também se mostra viciada em pílulas, solitária e tem uma péssima relação familiar. O sucesso e a independência conquistadas se tornam pequenos quando ela vê que o antigo namorado tem uma família feliz, o que para ela é algo inconcebível. Seu desejo real é destruir a felicidade “do inimigo”. 

O destaque fica para as atuações de Charlize Theron e de um surpreendente Patton Oswalt, ator acostumado a comédias, aqui vivendo um papel mais complexo.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Rambo: Até o Fim

Rambo: Até o Fim (Rambo: Last Blood, EUA / Espanha / Bulgária, 2019) – Nota 7
Direção – Adrian Grunberg
Elenco – Sylvester Stallone, Paz Vega, Sergio Perez Mencheta, Adriana Barraza, Oscar Jaenada, Yvette Monreal, Joaquin Cosio.

Vivendo em uma fazenda na divisa com o México, John Rambo (Sylvester Stallone) tenta superar o violento passado ao cuidar da sobrinha adolescente (Yvette Monreal) e a avó da garota (Adriana Barraza). 

Quando a jovem decide ir sozinha para o México procurar o pai que a abandonou quando bebê, tudo muda. Ela é sequestrada por uma quadrilha de traficantes de mulheres e Rambo é obrigado a voltar a ação para tentar salvar a sobrinha. 

De forma surpreendente, Sylvester Stallone decidiu retornar ao personagem para dar uma espécie de final para a saga, o que parecia ter acontecido no longa anterior. A história deste novo filme é simples e vai direto ao ponto em relação a violência. A sequência final na fazenda repleta de armadilhas é o ponto alto, tanto na violência, como na criatividade. 

Analisando os cinco filmes, este junto com “Rambo III” seriam os de menor nota, mas mesmo assim são obras competentes em sua proposta de prender a atenção com sequências de ação. 

É um final digno para um personagem ícone do cinema de ação.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Como Sobreviver a um Ataque Zumbi

Como Sobreviver a um Ataque Zumbi (Scouts Guide to the Zombie Apocalypse, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Christopher Landon
Elenco – Tye Sheridan, Logan Miller, Joey Morgan, Sarah Dumont, David Koechner, Halston Sage, Cloris Leachman.

Um faxineiro intrometido atrapalha uma sinistra experiência genética secreta e libera um zumbi assassino. Rapidamente a violência se espalha por uma pequena cidade. 

Três adolescentes escoteiros (Tye Sheridan, Logan Miller e Joey Morgan) que estão acampando na floresta se unem a uma stripper (Sarah Dumont) para enfrentar os zumbis e tentar salvar a irmã de um deles. 

Esta divertida comédia mistura o estilo escrachado de “Superbad” com os filmes de zumbis recheados de sangue e violência, além de um pitada do clássico “Os Caça-Fantasmas”. 

As piadas que exploram o mundo adolescente inserindo sexo e um pouco de escatologia funcionam, assim como as boas sequências de ação. 

É um filme indicado para quem gosta do estilo e procura uma diversão despretensiosa.