terça-feira, 30 de novembro de 2021

Loucos Por Justiça

 


Loucos Por Justiça (Retfaerdighedens Ryttere, Dinamarca, 2020) – Nota 7,5
Direção – Anders Thomas Jensen
Elenco – Mads Mikkelsen, Nikolaj Lie Kaas, Andrea Heick Gadeberg, Lars Brygmann, Nicolas Bro, Gustav Lindh, Roland Moller, Albert Rudeck Lindhart, Anne Birgitte Lind.

Um acidente de trem resulta em diversas vítimas fatais. Um dos sobreviventes é o matemático Otto (Nikolaj Lie Kaas), que analisando dados sobre o ocorrido acredita que na verdade foi um ataque planejado para matar um sujeito que testemunharia contra uma quadrilha. 

Otto procura o militar Markus (Mads Mikkelsen), que perdeu a esposa no possível atentado. Junto com seu amigo também matemático Lennart (Lars Brygmann) e o hacker Emmenthaler (Nicolas Bro), eles conseguem convencer Markus a buscar a verdade, que por seu lado deseja vingança. 

Este interessante longa dinamarquês mistura ação, drama e comédia na medida certa para contar uma inusitada história de vingança. Um dos grandes acertos é o desenvolvimento dos personagens, todos carregando algum trauma psicológico que influencia em suas atitudes, resultando em discussões que variam de absurdas a patéticas. 

O resultado é extremamente divertido, sendo mais um acerto do cinema dinamarquês.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Aqueles que me Desejam a Morte

 


Aqueles que me Desejam a Morte (Those Who Wish Me Dead, Canadá / EUA, 2021) – Nota 6
Direção – Taylor Sheridan
Elenco – Angelina Jolie, Finn Little, Jon Bernthal, Aidan Gillen, Nicholas Hoult, Jake Weber, Medina Senghore, Tyler Perry, Tory Kittles.

Hannah (Angelina Jolie) é uma bombeira que trabalha nas florestas de Montana e que carrega o trauma de uma decisão errada. A chance de se redimir surge quando o garoto Connor (Finn Little) vê seu pai ser assassinado e consegue escapar dos criminosos. Hannah encontra Connor na floresta e fará de tudo para salvar a vida do garoto. 

Depois do ótimo “Terra Selvagem” de 2018, o diretor Taylor Sheridan volta a utilizar as locações no oeste americano como um dos pontos principais da trama, porém com um roteiro previsível e inferior na qualidade. 

A personagem de Angelina Jolie novamente exagera nas caras e bocas nas cenas dramáticas, melhorando um pouco nas sequências de ação. O filme perde pontos por alguns exageros nestas sequências, como uma queda enorme sem consequências e a grávida que enfrenta os assassinos, além dos efeitos especiais dos incêndios que deixam bastante a desejar. 

O resultado é um longa de ação genérico e totalmente esquecível.

domingo, 28 de novembro de 2021

Para Ellen

 


Para Ellen (For Ellen, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – So Yong Kim
Elenco – Paul Dano, Margarita Levieva, Jon Heder, Jena Malone, Julian Gamble, Dakota Johnson, Shaylena Mandigo.

Joby Taylor (Paul Dano) é o vocalista de uma banda que viaja para uma pequena cidade do meio-oeste americano para resolver seu divórcio com Claire (Margarita Levieva) e a questão da guarda da filha pequena Ellen (Shaylena Mandigo). No pouco tempo em que passa na região, Joby começa a questionar suas escolhas de vida. 

Este drama independente tem um narrativa lenta e bastante irregular na primeira metade, com a diretora sul-coreana So Yong Kim exagerando nos closes e nas lamentações. O filme melhora na metade final quando entra em cena a garotinha e nasce uma sensível relação com o pai, que até então era totalmente ausente. 

O final simbólico é outro ponto que pode não agradar quem deseja algo fechado. Apesar da irregularidade, eu que gostei do filme e da triste história.

sábado, 27 de novembro de 2021

Em Busca de uma Nova Chance

 


Em Busca de uma Nova Chance (The Greatest, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Shana Feste
Elenco – Pierce Brosnan, Susan Sarandon, Carey Mulligan, Aarton Taylor Johnson, Michael Shannon, Johnny Simmons, Zoe Kravitz, Jennifer Ehle, Amy Morton, Cara Seymour, Miles Robbins.

Um acidente de automóvel e o filho (Aaron Taylor Johnson) do casal Allen (Pierce Brosnan) e Grace (Susan Sarandon) perde a vida. Alguns meses depois o casal está em crise, com Grace desesperada para descobrir o que aconteceu com o filho nos poucos minutos que ele sobreviveu após o acidente. 

Uma nova mudança na vida ocorre quando a garota Rose (Carey Mulligan), que estava com o jovem no acidente, aparece na porta da casa da família dizendo estar grávida, sendo rapidamente acolhida por Allen. 

Este drama segue os clichês dos filmes sobre superação após uma tragédia. É tudo muito certinho, começando pela crise do casal, passando pela aceitação da garota na família, nos problemas do filho mais novo (Johnny Simmons), até a redenção. 

O filme com certeza agradará ao público que curte o estilo, mas por outro lado será rapidamente esquecido.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

O Seu Jeito de Andar & Três Formas de Amar

 


O Seu Jeito de Andar (Barefoot, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Andrew Fleming
Elenco – Scott Speedman, Evan Rachel Wood, J.K. Simmons, Treat Williams, Kate Burton, David Jensen.

Jay (Scott Speedman) é um malandro que deve muito dinheiro a um mafioso. Suas atitudes o levam a cadeia, porém sua pena se transforma em trabalhar como faxineiro em um hospital psiquiátrico. 

Rebelde, Jay termina se envolvendo com a bela Daisy (Evan Rachel Wood), uma jovem paciente que passou toda sua vida dentro de casa com a mãe, até a morte desta. Perdida, Daisy vê em Jay a chance de fugir do hospital. 

Esta comédia romântica tem como destaque a absurda originalidade da premissa ao unir personagens tão complicados. Este absurdo faz com o que filme funcione, junto com a química entre os protagonistas, principalmente a interpretação de Evan Rachel Wood que cria uma personagem delicada e ingênua. 

O resultado é um simpático longa com cara de sessão da tarde.

Três Formas de Amar (Threesome, EUA, 1994) – Nota 6
Direção – Andrew Fleming
Elenco – Lara Flynn Boyle, Stephen Baldwin, Josh Charles, Alexis Arquette.

Eddy (Josh Charles) e Stuart (Stephen Baldwin) são colegas de quarto em uma universidade. Por um erro administrativo por causa do nome, a garota Alex (Lara Flynn Boyle) é designada para morar no mesmo quarto. O que a princípio é estranho, aos poucos se transforma em um relacionamento sexual a três. 

A proposta do roteiro escrito pelo diretor Andrew Fleming foi explorar a nova fase da liberação sexual que estava crescendo nos anos noventa, buscando agradar a um determinado público. As sequências sensuais são bem filmadas, mas a história em si é um típico novelão de paixões com altos e baixos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

MR 73 - A Última Missão

 


MR 73 – A Última Missão (MR 73, França, 2008) – Nota 7,5
Direção – Olivier Marchal
Elenco – Daniel Auteuil, Olivia Bonamy, Catheriner Marchal, Francis Renaud, Philippe Nahon, Gerald Laroche.

Louis Schneider (Daniel Auteuil) é um veterano policial que sofre por causa de uma tragédia familiar. Após uma atitude intempestiva, Louis é afastado das ruas, porém mesmo assim ele continua investigando por conta alguns assassinatos que podem ser obra de um serial killer. 

Em paralelo, uma jovem (Olivia Bonamy) que foi salva por Louis quando criança, decide procurar o detetive ao descobrir que o assassino de sua família (Philippe Nahon) está prestes a ganhar liberdade. 

Este sinistro e ao mesmo tempo estiloso longa vai fundo em questões polêmicas como corrupção policial e falhas no sistema de justiça. Não é um filme de heroísmos ou grandes sequências de ação, o diretor Olivier Marchal joga na tela uma violência crua e um protagonista que não tem nada a perder para enfrentar a situação. 

Destaque para a atuação atormentada do sempre ótimo Daniel Auteuil e a pequena e também sinistra participação do falecido Philippe Nahon.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Na Mira do Perigo

 


Na Mira do Perigo (The Marksman, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Robert Lorenz
Elenco – Liam Neeson, Jacob Perez, Katheryn Winnick, Juan Pablo Raba, Teresa Ruiz.

Na fronteira do Arizona com o México, o rancheiro Jim (Liam Neeson) enfrenta dificuldades financeiras, além de tentar se recuperar da perda da esposa. O destino o faz cruzar o caminho de uma mãe (Tereza Ruiz) e seu filho Miguel (Jacob Perez) que tentam atravessar a fronteira fugindo de narcotraficantes. Ao ajudá-los, Jim também se torna alvo dos criminosos. 

A trama é uma mistura de drama, road movie e ação que se apoia na relação criada entre os personagens do rancheiro e do garoto mexicano, intercalada com algumas razoáveis sequências de violência. 

O filme passa longe dos longas eletrizantes de ação que Liam Neesom protagonizou nos últimos anos, mostrando também que o ator já está um pouco envelhecido, ficando claro o uso de dublês em algumas sequências. 

É uma obra genérica que prende a atenção e que logo será esquecida.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Isolados

 


Isolados (Abgeschnitten, Alemanha, 2018) – Nota 6,5
Direção – Christian Alvart
Elenco – Moritz Bleibtreu, Jasna Fritzi Bauer, Lars Eidinger, Fahri Yardim, Enno Hesse, Urs Jucker.

Uma forte tempestade deixa os moradores de uma ilha isolados, entre eles a garota Linda (Jasna Fritzi Bauer). Em paralelo, o legista Paul (Moritz Bleitbreu) encontra uma bilhete escondido em um cadáver citando o telefone de sua filha, que ele descobre estar desaparecida. Por mais aleatório que pareça, os dois fatos estão ligados, iniciando uma corrida do protagonista em busca da filha. 

Este suspense alemão começa de forma intrigante e aos poucos resulta em uma complexa trama repleta de pistas, surpresas e sangue, muito pelas sequências das autópsias. O clima de desespero aumenta com a ajuda da sinistra trilha sonora e das locações na ilha. Os problemas surgem nos quinze minutos finais quando o roteiro se rende a soluções exageradas típicas dos suspenses genéricos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Filmes Policiais B - Anos Noventa

 


Cartas Marcadas Para Matar (The Inspectors, EUA, 1998) – Nota 5,5
Direção – Brad Turner
Elenco – Louis Gosset Jr., Jonathan Silverman, Tobias Mehler, Greg Thirloway, JR Bourne, Laurie Paton, Shaun Johnston.

Uma carta-bomba é entregue em uma de casa de subúrbio. O marido morre e a esposa fica em coma. Dois inspetores policiais do serviço postal (Louis Gosset Jr. e Jonathan Silverman) são encarregados da investigação, que os leva a princípio até o filho das vítimas como suspeito. Este longa policial parece uma produção para tv, focando totalmente na investigação policial através de pequenos detalhes. Não espere cenas de ação ou violência, a mais agitada é uma rápida perseguição de automóveis. O clímax é resolvido com uma situação que chega a ser engraçada, destoando da tragédia que estava prestes a ocorrer.

Horas de Medo (Below Utopia, EUA, 1997) – Nota 5,5
Direção – Kurt Voss
Elenco – Alyssa Milano, Justin Theroux, Ice T, Tommy “Tiny” Lister, Robert Pine, Jeannette O’Connor.

Daniel (Justin Theroux) leva sua namorada Susanne (Alyssa Milano) para passar o Dia de Ação de Graças na mansão de sua família. A família que sofre pela perda recente do irmão de Daniel, vai enfrentar algo ainda pior quando uma quadrilha liderada por Jim (Ice T) invade o local para roubar obras de arte e joias. Este longa de suspense tem até boas sequências de ação e violência, porém com um desenvolvimento repleto de clichês e alguns exageros. A contradição surge com um curiosa surpresa no final.

Assassinato em Nova York (First Degree, Canadá / Inglaterra, 1995) – Nota 5
Direção – Jeff Woolnough
Elenco – Rob Lowe, Leslie Hope, Tom McManus, Joseph Griffin.

Um empresário é encontrado assassinado em um beco em Nova York. As investigações do detetive Mallory (Rob Lowe) levam a um assassino da Máfia. Em paralelo, Mallory se envolve com a viúva do empresário (Leslie Hope), dando início a um grande problema quando a mulher também se torna suspeita do crime. Drama policial produzido para tv que explora os clichês do gênero sem grande sucesso. Não é difícil descobrir a verdade.

Perseguição em Chicago (Double Take, Canadá / EUA, 1997) – Nota 5
Direção – Mark L. Lester
Elenco – Craig Sheffer, Brigitte Bako, Costa Mandylor, Maurice Godin, Dan Lett.

Um escritor (Craig Sheffer) testemunha um assassinato e ajuda a condenar o suspeito. Após o julgamento ele é procurado por uma mulher (Brigitte Bako), que diz ser mãe de um filho do condenado e que alega que o homem é inocente. O que o escritor não imagina é que o assassinato está ligado a uma conspiração política. A premissa clássica do gênero policial em que um protagonista até certo ponto ingênuo é manipulado se perde em meio a um roteiro confuso, a falta de suspense e interpretação ruins.

Na Cena do Crime (Ladykiller, EUA, 1996) – Nota 4
Direção – Terence H. Winkless
Elenco – Ben Gazzara, Alex McArthur, Stephen Davies, Terri Treas.

O veterano detetive Jack “Jigsaw” Lasky (Ben Gazzara) teve o parceiro assassinado por um serial killer e a partir daí decidiu trabalhar sozinho. Um ano depois, assassinatos começam a ocorrer no campus de uma universidade. Jack investiga o caso e suspeita que o assassino seja o ator Richard Darling (Alex McArthur). Típica produção B, este longa com roteiro cheio de clichês lembra um episódio de seriado de tv, tendo como único destaque o ator Ben Gazzara.

domingo, 21 de novembro de 2021

Transtorno Explosivo

 


Transtorno Explosivo (Systemsprenger, Alemanha, 2019) – Nota 7,5
Direção – Nora Fingscheidt
Elenco – Helena Zengel, Albrecht Schuch, Gabriele Maria Schmeide, Lisa Hagmeister, Melanie Straub, Maryam Zaree, Tedros Teclebrhan.

Benni (Helena Zengel) é uma garota de nove anos que tem ataques descontrolados de raiva. Ela foi tirada da mãe (Lisa Hagmeister), que não tinha condições de enfrentar o problema e assim foi enviada para lares temporários, além de períodos em uma clínica psiquiátrica. Uma chance de mudança surge quando Micha (Albrecht Schuch) é indicado por uma tutora para acompanhar a garota na escola. 

A palavra para descrever este longa é “agonia”. Problemas de comportamento em crianças é algum comum atualmente, porém este longa foca no extremo desta situação. Os ataques explosivos da garota, a gritaria desenfreada e as fugas deixam atônito o espectador e os personagens que a cercam. 

Quem tem filhos vai se sentir angustiado e com certeza se colocar no lugar da mãe, que mesmo tendo sua dose de culpa, se mostra totalmente impotente frente ao problema. 

Além de toda esta loucura, o destaque fica para a atuação da garotinha Helena Zengel, que trabalhou no recente “Relatos do Mundo” ao lado de Tom Hanks. Sua atuação é explosiva e assustadora.

sábado, 20 de novembro de 2021

Os Reis do Verão

 


Os Reis do Verão (The Kings of Summer, EUA, 2013) – Nota 7
Direção – Jordan Vogt Roberts
Elenco – Nick Robinson, Gabriel Basso, Moises Arias, Nick Offerman, Erin Moriarty, Megan Mullally, Alison Brie, Eugene Cordero, Mary Lynn Rajskub, Thomas Middleditch.

Os adolescentes Joe (Nick Robinson), Patrick (Gabriel Basso) e Biaggio (Moises Arias) decidem abandonar suas famílias e construir uma casa no meio da floresta. Enquanto seus familiares os procuram, os garotos aprendem a sobreviver sozinhos, até que um determinado fato muda novamente a história. 

Este interessante drama adolescente com pitadas de comédia bebe na fonte de obras como o clássico “Conta Comigo”, mesmo sendo inferior na comparação. O roteiro explora temas como amizade, lealdade, rebeldia adolescente e a dificuldade dos pais em entenderem os filhos, funcionando bem até perto do final quando a história perde um pouco a força. 

Mesmo com as boas atuações dos hoje conhecidos Nick Robinson e Gabriel Basso, o destaque do elenco fica para o personagem maluco de Moises Arias, que rouba a cena. 

Como informação, Nick Offerman que vive o pai de um dos garotos e Megan Mullally que faz a mãe de outro são casados na vida real.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Conversa Truncada & Irresistível

 


Conversa Truncada (In the Loop, Inglaterra, 2009) – Nota 7,5
Direção – Armando Iannucci
Elenco – Tom Hollander, Peter Capaldi, James Gandolfini, Gina McKee, Mimi Kennedy, Anna Chlumsky, Chris Addison, David Rasche, James Smith, Enzo Cilenti, Zach Woods, Steve Coogan, Paul Higgins.

Enquanto Inglaterra e EUA discutem a entrada unificada em uma guerra, um ministro inglês (Tom Hollander) dá um desastrada entrevista sobre o tema criando uma enorme pressão nos dois governos. De um lado autoridades pacifistas e do outro aqueles que defendem a guerra entram em conflito, deixando no meio da confusão o agitado assessor de imprensa do governo inglês Malcolm Tucker (Peter Capaldi). 

Esta comédia escrita e dirigida pelo escocês Armando Iannucci tem ligação direta com a série “The Thick of It” criada por ele e que teve quatro temporadas entre 2008 e 2012, além de seguir o mesmo estilo de outros trabalhos do diretor como “A Morte de Stalin”. 

O tema principal são os bastidores da política e as relações diplomáticas detalhadas de uma forma cínica através de personagens peculiares e diálogos afiados. Temos o ministro inseguro, o general pacifista (James Gandolfini), o político que deseja a guerra a qualquer custo (David Rasche), os jovens assessores ambiciosos e puxa-sacos, ou seja, uma verdadeira fauna de personagens que defendem suas próprias causas. 

Estes personagens funcionam por causa dos ótimos diálogos recheados de cinismo, ofensas e palavrões, com destaque total para o personagem de Peter Capaldi, o único que também fez parte da série “The Thick of It”. Ele que interpretou por algumas temporadas o famoso “Dr. Who”, aqui dá um show, roubando a cena em todas as vezes que aparece na tela. 

É um filme indicado para um público específico.

Irresistível (Irresistible, EUA, 2020) – Nota 6
Direção – Jon Stewart
Elenco – Steve Carell, Rose Byrne, Chris Cooper, Mackenzie Davis, Brent Sexton, Will Sasso, C.J. Wilson, Topher Grace, Bruce Altman.

Logo após as eleições americanas de 2016, o marqueteiro político Gary Zimmer (Steve Carell) vê a chance de colocar novamente o partido democrata em evidência ao descobrir em uma pequena cidade do meio-oeste um ex-militar (Chris Cooper) que fez um discurso forte contra o prefeito do local (Brent Sexton). Enquanto Zimmer convence o sujeito a se candidatar, uma assessora política rival (Rose Byrne) se alia ao prefeito iniciando uma enorme disputa. 

Esta premissa de comédia boba diz ser baseada em uma história real que resultou numa absurda e ao mesmo tempo criativa reviravolta durante a eleição. Não sei até que ponto o filme segue a história verdadeira, o problema é que o roteiro tenta de forma rasa criticar as campanhas políticas e principalmente os gastos dos candidatos em busca do poder. 

Vemos ainda a questão das diferenças culturais regionais criando situações constrangedoras, tanto na pequena cidade, como na arrecadação de fundos em Nova York. 

É um filme no máximo razoável.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

007 Sem Tempo Para Morrer


007 Sem Tempo Para Morrer (No Time to Die, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 5,5
Direção – Cary Joji Fukunaga
Elenco – Daniel Craig, Rami Malek, Léa Seydoux, Lashana Lynch, Ralph Fiennes, Ana de Armas, Ben Whishaw, Naomie Harris, Rory Kinnear, Jeffrey Wright, Billy Magnussen, Christoph Waltz, David Dencik, Dali Benssalah.

Aposentado e vivendo na Jamaica, James Bond (Daniel Craig) é procurado por seu amigo americano Felix Leiter (Jeffrey Wright), que é agente da CIA, para auxiliá-lo na busca de um terrorista desconhecido que com ajuda de um cientista (David Dencik) roubou uma nova tecnologia que pode ser utilizada como arma para assassinatos em massa. 

Este premissa é apenas um fio de uma trama que durante os primeiros vinte e cinco minutos entrega uma ótima sequência de ação que passa a impressão de que seria um grande filme para marcar a despedida de Daniel Craig do papel de 007, o que infelizmente não aconteceu. 

Com uma duração de duas horas e quarenta e três minutos, este é o filme mais longo da franquia e que ao mesmo tempo que tenta ser grandioso, se perde em meio a soluções que fogem completamente do “mundo de 007”. 

Mesmo com mais duas ou três boas sequências de ação, principalmente a com Ana de Armas em Cuba, a brutalidade que Daniel Craig trouxe ao papel que renovou a série à partir do ótimo “Cassino Royale” aqui vai se dissipando com o desenrolar da trama que tenta ao mesmo domar e humanizar o personagem, levando até um final que vai contra tudo aquilo que transformou a série em sucesso durante sessenta anos. 

Por todos os boatos que envolviam a produção, infelizmente eu já esperava algo assim. Agora fica a curiosidade de saber qual malabarismo os produtores vão utilizar para retomar o personagem. O pior ainda pode estar por vir.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Noite Mágica

 


Noite Mágica (Notti Magiche, Itália, 2018) – Nota 6
Direção – Paolo Virzi
Elenco – Mauro Lamantia, Giovanni Toscano, Irene Vetere, Giancarlo Giannini, Paolo Bonacelli, Roberto Herlitzka, Ornella Mutti.

Durante a Copa do Mundo na Itália em 1990, três roteiristas novatos (Mauro Lamantia, Giovanni Toscano e Irene Vetere) são interrogados como suspeitos da morte de um veterano produtor de cinema (Giancarlo Giannini). 

Enquanto cada um conta sua versão, o roteiro mostra em flashbacks a vida do três desde quando chegaram em Roma até o fatídico dia da morte do sujeito. 

O roteiro escrito pelo diretor Paolo Virzi é uma homenagem ao cinema italiano, com várias sequências inspiradas em clássicos. São citações a Fellini, Mastroianni, Scola e vários outros famosos, além de diálogos que as vezes podem cansar para quem não conhece a fundo o cinema daquele país. 

A narrativa em si é um pouco cansativa, assim como o trio de protagonistas são estereótipos. Temos o nerd empolgado, o jovem que quer curtir a vida e a garota depressiva. 

O filme tem uma ótima premissa e um desenvolvimento apenas razoável.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Oxigênio

 


Oxigênio (Oxygéne, França / EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Alexandre Aja
Elenco – Mélanie Laurent, Mathieu Amalricm Malik Zidi.

Uma mulher (Mélanie Laurent) acorda presa em uma câmara criogênica. Sem saber como foi parar ali e nem lembrar o próprio nome, a mulher tem como único contato a voz de um computador (voz de Mathieu Amalric). Fazendo as perguntas certas e utilizando a razão, aos poucos ela descobre o que realmente ocorreu e o que fazer para escapar do local. 

Esta curiosa ficção francesa consegue prender a atenção mesmo se passando totalmente dentro da câmara, com apenas algumas poucas sequências em flashback. 

A tensão crescente é intercalada pelos sentimentos que vão da esperança ao desespero da protagonista, com direito a uma surpresa revelada na metade da trama. 

Especialista em filmes de terror repletos de violência, aqui o diretor Alexandre Aja muda o foco dando maior ênfase ao suspense. 

A falta de espaço para sequências mais fortes resulta em um filme mediano.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Amargo Regresso & Regresso do Vietnã

 


Amargo Regresso (Coming Home, EUA, 1978) - Nota 7,5
Direção – Hal Ashby
Elenco – Jane Fonda, Jon Voight, Bruce Dern, Robert Carradine, Robert Ginty, Penelope Milford.

Sally (Jane Fonda) é casada com Bob (Bruce Dern), que é um capitão do exército que está lutando no Vietnã. Enquanto espera a volta do marido, Sally trabalha como enfermeira em um hospital de veteranos. Ao conhecer o soldado Luke (Jon Voight), que ficou paraplégico na guerra e tentar ajudá-lo a ter uma nova vida, Sally se apaixona pelo rapaz. 

Este drama foi um dos primeiros filmes a mostrar a volta para casa de soldados que se feriram em combate no Vietnã e que foram obrigados a conviver com as sequelas físicas e emocionais. 

O longa é claramente uma crítica à Guerra do Vietnã, algo que era muito forte na época e que ajudou na indicação a oito prêmios Oscar, tendo vencido do de Roteiro Original e do Ator e Atriz para Jon Voight e Jane Fonda respectivamente.

Regresso do Vietnã (Welcome Home, Inglaterra / EUA, 1989) – Nota 6,5
Direção – Franklin J. Schaffner
Elenco – Kris Kristofferson, Jobeth Williams, Sam Waterston, Brian Keith, Thomas Wilson Brown, Trey Wilson, Ken Pogue.

Dezessete anos após ter desaparecido no Vietnã e considerado morto pelo exército, Jake (Kris Kristofferson) retorna aos EUA. Na verdade ele foi prisioneiro de guerra por todos estes anos, Ao chegar em casa, ele descobre que sua esposa (Jobeth Williams) casou novamente e seu filho adolescente sequer o reconhece como pai, além de enfrentar alguns veteranos que o consideram um traidor. 

Este razoável drama explora tanto a questão do retorno dos soldados da guerra, quanto o polêmico tema dos desparecidos em combate, muitos que foram deixados para trás ao final da guerra. 

Vale citar que este foi o último trabalho do diretor Franklin J. Schaffner, que faleceu no mesmo ano e deixou clássicos como “Papillon”, “Patton, Rebelde ou Herói” e o sensacional “O Planeta dos Macacos”.

domingo, 14 de novembro de 2021

Burden: A Redenção

 


Burden: A Redenção (Burden, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Andrew Heckler
Elenco – Garrett Hedlund, Andrea Riseborough, Forest Whitaker, Tom Wilkinson, Tess Harper. Austin Hébert, Usher, Crystal Fox, Dexter Darden.

Carolina do Sul, 1996. Mike Burden (Garrett Hedlund) foi criado por Tom Griffin (Tom Wilkinson), líder da Ku Klux Klan na região que decide montar um museu homenageando o grupo. A abertura do museu dá início a um conflito com o Reverendo Kennedy (Forest Whitaker), que organiza protestos na cidade. 

Quando Mike se envolve com Judy (Andrea Riseborough), que tem um filho pequeno, aos poucos ele se vê obrigado a decidir entre ficar com a Klan ou mudar de vida com sua nova família. 

Baseado em uma história real, este longa segue o formato previsível sobre redenção, como diz o subtítulo, focando principalmente nos conflitos e dilemas enfrentados pelo protagonista, sua namorada e o reverendo. Discussões sobre ódio, confiança e lealdade são outros pontos importantes. 

É um bom filme, mas longe de ser marcante.

sábado, 13 de novembro de 2021

Alerta Lobo

 

Alerta Lobo (Le Chant Du Loup, França, 2019) – Nota 7
Direção – Antonin Baudry
Elenco – François Civil, Omar Sy, Mathieu Kassovitz, Reda Kateb, Paula Beer, Alexis Michalik, Jean Yves Berteloot, Damien Bonnard.

Em um futuro próximo, a Rússia aumentou seu poder bélico, o que deixou a França em estado de alerta. Um submarino francês detecta algo estranho no mar, porém o oficial Chanteraide (François Civil), que é especialista em sons, não consegue descobrir a que se refere, dando início a uma situação que poderá terminar em tragédia. 

A princípio este longa francês segue o estilo de obras hollywoodianas semelhantes, para na metade da história mudar um pouco o foco para uma narrativa em terra, retornando na parte final quando cresce a ação e o suspense dentro do submarino. 

Apesar de uma certa irregularidade por causa do meio da trama, o filme é competente na proposta de criar suspense e tensão. Destaque para a atuação de François Civil como o incomum protagonista que consegue distinguir todo tipo de som.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

National Treasure

 


National Treasure (National Treasure, Inglaterra, 2016) – Nota 7
Direção – Marc Munden
Elenco – Robbie Coltrane, Julie Walters, Tim McInnerny, Andrea Riseborough, Mark Lewis Jones, Nadine Marshall, Kerry Fox, Susan Lynch.

Paul (Robbie Coltrane) é um veterano comediante que vê seu mundo virar de ponta cabeça quando é acusado de estupros cometidos há mais de vinte anos. O fato abre a porta para revelações que podem abalar seu casamento com Marie (Julie Walters). 

Paul ainda precisa lidar com a filha Dee (Andrea Riseborough), que tenta se recuperar do vício em drogas. O único apoio incondicional é de seu parceiro de trabalho, o também comediante Karl (Tim McInnerny). 

Esta minissérie em quatro episódios explora um tema polêmico que nos últimos atingiu alguns famosos na vida real. O roteiro detalha a ambiguidade das atitudes do protagonista vivido pelo ótimo Robbie Coltrane, deixando a dúvida sobre o que é verdade nas acusações, fato que é revelado no último episódio. 

Os outros três personagens principais também entregam boas atuações, principalmente Julie Walters como a esposa que aceita os erros do marido, mas que fica em dúvida se ele seria capaz de cometer os crimes. 

É mais uma interessante minissérie inglesa que vale a pena ser conhecida.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Inferno na Estrada, Um Assassinato na Estrada & Pânico na Estrada

 


Inferno na Estrada (Retroactive, EUA, 1997) – Nota 6
Direção – Louis Morneau
Elenco – James Belushi, Kylie Travis, Shannon Wirry, Frank Whaley, Jesse Borrego, M. Emmet Walsh, Sherman Howard, Guy Boyd.

Na sequência inicial, um cientista (Frank Whaley) faz uma experiência em uma instalação do governo abandonada no deserto do Texas. Através de uma máquina, ele consegue transportar com sucesso um rato morto para dez minutos antes, quando o animalzinho ainda estava vivo. 

A trama pula para alguns meses a frente, quando uma psicóloga da polícia (Kylie Travis) sofre um pequeno acidente na estrada e pega carona com um casal de criminosos (James Belushi e Shannon Wirry), dando início a louca corrida para mudar o próprio destino. 

Esta produção B é uma mistura turbinada de “Feitiço do Tempo” com “Efeito Borboleta”. São diversas sequências de ação e violência em meio a estrada no deserto, no posto de gasolina e na instalação do governo, sempre com a tentativa da protagonista em mudar o que ocorreu pouco tempo antes. 

As atuações são caricatas e as mortes em sua maioria com vários tiros, sempre de forma exagerada, mas que acaba funcionando por causa narrativa ágil e explosiva. 

Destaque para o comediante James Belushi se divertindo no papel do criminoso psicopata.

Um Assassinato na Estrada (Outside Ozona, EUA, 1998) – Nota 6
Direção – J.S. Cardone
Elenco – Robert Forster, Kevin Pollak, Sherilyn Fenn, David Paymer, Penelope Ann Miller, Swoosie Kurtz, Taj Mahal, Meat Loaf, Lucy Webb.

Na região rural de Ozona no Oklahoma, um serial killer procura suas vítimas. Na mesma noite, personagens aleatórios que viajam pelas estradas da região ouvindo a mesma rádio seguem sem saber que terão seus destinos cruzados em uma lanchonete no meio da nada. 

O roteiro escrito pelo diretor J.S. Cardone bebe na fonte do estilo criado por Tarantino em “Pulp Fiction” e copiado a exaustão nos anos seguintes. Todos os personagens enfrentam algum tipo de problema e enquanto viajam discutem através de diálogos que variam do dramático ao engraçado, sem que o espectador tenha certeza de quem é o assassino. 

É uma proposta que funciona para quer deseja ver um filme de suspense e violência sem exigir muito.

Pânico na Estrada (Blacktop, EUA, 2000) – Nota 4
Direção – T. J. Scott
Elenco – Meat Loaf Aday, Lochlyn Munro, Kristin Davis, Victoria Pratt, Blu Mankuma, Jeremy Ratchford.

Sylvia (Kristin Davis) briga com seu namorado David (Lochlyn Munro) por causa da escolha do sujeito em fazer show de comédia em um decadente bar de beira de estrada. Sem pensar, ela aceita a carona de um caminhoneiro (Meat Loaf Aday) para voltar à cidade, sem saber que o sujeito pode ser um serial killer procurado pela polícia. 

Produzido para TV, este longa repleto de clichês do gênero entrega algumas sequências de suspense no máximo razoáveis e um final totalmente previsível.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Four Good Days

 


Four Good Days (Four Good Days, EUA / Canadá, 2020) – Nota 7
Direção – Rodrigo Garcia
Elenco – Glenn Close, Mila Kunis, Stephen Root, Joshua Leonard.

Molly (Mila Kunis) é uma viciada em drogas que volta para casa pedindo ajuda da mãe Deb (Glenn Close) para tentar mudar de vida. Como já foram diversas tentativas de recuperação sem sucesso, a princípio Deb não aceita, até que a insistência de Molly a faz mudar de ideia. Elas iniciam mais uma saga com o objetivo de livrar a jovem das drogas. 

Este longa não apresenta surpresas em relação ao tema, com o roteiro seguindo o formato habitual de desconfiança e altos e baixos na tentativa de recuperação. Por sinal, a desconfiança da personagem de Glenn Close em relação a filha é um dos pontos altos, em que pequenas situações despertam na mãe o gatilho de que uma recaída está prestes a acontecer. 

As atuações de Glenn Close e Mila Kunis são outro destaque. Mesmo com a situação dramática, as atuações e a narrativa são sóbrias, com emoções mais fortes em sequências específicas, como a da sala de aula. 

É um filme correto sobre um tema atual.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Round 6

 


Round 6 (Squid Game, Coreia do Sul, 2021) – Nota 8
Direção – Hwang Dong Hyuk
Elenco – Lee Jung Jae, Park Hae Soo, Wi Ha Joon, Jung Hoyeon, Hideo Kimura, Rama Vallury, Lee Byung Hun.

Seong Gi Hun (Lee Jung Jae) é um desempregado que vive com a mãe que está doente. Num certo dia ele é interpelado por um estranho, que faz uma inusitada proposta. Seong aceita as condições e ao chegar no local descobre que participará de um jogo com 456 concorrentes. O que os participantes não sabem é que a derrota custará suas vidas. Somente o vencedor sairá vivo e milionário. 

Esta minissérie em nove episódios que se tornou cult de forma instantânea é extremamente criativa ao utilizar uma coletânea de referências de outros filmes para criar uma trama até certo ponto previsível, porém que prende a atenção através da montagem, do suspense e dos jogos sinistros. 

O roteiro seleciona alguns personagens que no segundo episódio tem suas vidas detalhadas para o espectador entender porque estes aceitaram participar do jogo. Do terceiro episódio até a metade do último o foco principal são os jogos cruéis e a luta pela sobrevivência, situação que leva a maioria dos personagens a mostrar seu pior lado como ser humano, com algumas exceções. 

A produção caprichada com cenários enormes e jogos criativos é outro grande destaque, assim como as pequenas pistas escondidas que explicam melhor todo o contexto. 

O roteiro tem alguns furos e um final que deixa margem para uma sequência, o que ao meu ver passará longe de ter o mesmo impacto se realmente ocorrer.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Tudo Pela Arte

 


Tudo pela Arte (The Burnt Orange Heresy, Inglaterra / Itália / EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Giuseppe Capotondi
Elenco – Claes Bang, Elizabeth Debicki, Mick Jagger, Donald Sutherland, Rosalind Halstead, Alessandro Fabrizi.

James Figueras (Claes Bang) é um crítico de arte que se envolve com a enigmática Berenice (Elizabeth Debicki) após conhecê-la durante uma palestra. James recebe o convite do milionário Joseph Cassidy (Mick Jagger) para visitar sua mansão em uma região isolada, sem saber que no local também vive o famoso pintor Jerome Debney (Donald Sutherland) que abandonou a carreira há décadas. O milionário deseja que James convença o pintor a vender uma de suas obras. 

Este longa tenta fazer uma crítica ao mundo das artes, tanto dos críticos que comentam de forma abstrata, como dos artistas que são considerados famosos mas que escondem a verdadeira face por trás de uma aura de superioridade. 

O roteiro desnuda este mundo de aparências através da personagem de Elizabeth Debicki, que é uma intrusa neste meio, levando a história a situações no mínimo inusitadas. 

É um filme cínico, diferente e também irregular, que vale como curiosidade também pela participação de Mick Jagger.

domingo, 7 de novembro de 2021

A Lei dos Marginais & Técnica de um Delator

 


A Lei dos Marginais (Underworld U.S.A. EUA, 1961) – Nota 7,5
Direção – Samuel Fuller
Elenco – Cliff Robertson, Dolores Dorn, Beatrice Kay, Paul Dubov, Robert Emhardt, Larry Gates, Richard Rust, Gerald Milton.

Quando adolescente, Tolly Devlin (Cliff Robertson) viu o pai ser assassinado por quatro homens, identificando apenas um deles. Muitos anos depois, ao ser preso, Tolly cruza o caminho de um dos assassinos que está à beira da morte e que revela o nome dos outros envolvidos. Ao sair da cadeia, ele inicia seu plano de vingança. 

O diretor e roteirista Samuel Fuller pode ser considerado um ícone dos filmes B, com uma carreira focada em personagens duros e histórias policiais violentas ou de guerras. 

Além do competente roteiro que detalha uma engenhosa vingança por parte do protagonista, vale destacar a ousadia de colocar como vilões chefões do tráfico de drogas em uma época em o que tema era tabu. Nos diálogos chegam a ser citadas as táticas de colocar pequenos traficantes perto das escolas para iniciar os alunos nas drogas. 

A fotografia em preto e branco é outro destaque, assim como os cenários do submundo, vários deles recriados em estúdio. 

Para quem gosta do estilo e de filmes antigos, vale conhecer as obras de Samuel Fuller.

Técnica de um Delator (Le Doulos, França / Itália, 1962) – Nota 7,5
Direção – Jean Pierre Melville
Elenco – Jean Paul Belmondo, Serge Reggiani, Jean Desailly, Rene Lefevre, Fabienne Dall, Monique Hennessy.

Após cumprir quatro anos de prisão, Maurice Faugel (Serge Reggiani) volta ao mundo do crime, comete um assassinato e foge com joias. Em seguida, ele se une a outro criminoso para assaltar um milionário. A ação dá errado e Faugel se torna alvo da polícia. Em paralelo, o informante da polícia Silien (Jean Paul Belmondo), aos poucos assume o protagonismo das ações, manipulando policiais e criminosos. 

Este longa francês em preto e branco explora o estilo noir com uma trama rocambolesca repleta de traições e reviravoltas com personagens marginais. O grande destaque do elenco é o astro Jean Paul Belmondo no papel do enigmático protagonista.

sábado, 6 de novembro de 2021

O Verão da Minha Vida

 


O Verão da Minha Vida (The Way Way Back, EUA, 2013) – Nota 7,5
Direção – Nat Faxon & Jim Rash
Elenco – Liam James, Steve Carell, Toni Collette, Sam Rockwell, AnnaSophia Robb, Allison Janney, Maya Rudolph, Rob Corddry, Amanda Peet, Zoe Levin, River Alexander, Nat Faxon, Jim Rash.

Duncan (Liam James) é um adolescente tímido e inseguro que é levado pela mãe (Toni Collette) para passar as férias na casa de verão de seu namorado (Steve Carell), que também tem uma filha (Zoe Levin). 

Desanimado por causa do difícil relacionamento com o futuro padrasto, Liam encontra uma nova vida ao visitar um parque aquático e conseguir um emprego através do extrovertido monitor Owen (Sam Rockwell). 

Esta simpática comédia com toques de drama vai além dos longas bobinhos de adolescentes, focando em uma história de descobertas e amadurecimento. 

O roteiro é dividido entre o drama com a tristeza do garoto em meio a “família” improvisada e a comédia nas várias sequências no parque aquático, com destaque para a divertida interpretação de Sam Rockwell. 

É uma sessão da tarde acima da média.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Efeito Flashback

 


Efeito Flashback (Flashback ou The Education of Fredrick Fitzell, Canadá, 2020) – Nota 6
Direção – Christopher MacBride
Elenco – Dylan O’Brien, Maika Monroe, Emory Cohen, Hannah Gross, Keir Gilchrist, Liisa Repo Martell.

Nos dias atuais, Fred (Dylan O’Brien) está casado com Karen (Hannah Gross) e prestes a ser pai. Sem motivo específico, ele começa a ter alucinações de quando era adolescente e estava no colégio. 

Ao procurar seus antigos amigos para tentar relembrar o passado, Fred descobre suas experiências com uma droga chamada Mercury. A partir daí, alucinações, realidade, passado e presente se confundem em sua mente. 

O roteiro escrito pelo diretor Christopher MacBride é uma verdadeira viagem maluca que em momento algum deixa claro se as alucinações são do que realmente ocorreu ou se o espectador somente é uma testemunha dos efeitos da droga na mente do protagonista. 

Não é um filme para procurar uma lógica, o ponto principal é esta viagem ao inferno mental, lembrando as obras de David Lynch, com um pouco menos de absurdos e também de talento.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Mare of Easttown

 


Mare of Easttown (Mare of Easttown, EUA, 2021) – Nota 7,5
Direção – Craig Zobel
Elenco – Kate Winslet, Julianne Nicholson, Jean Smart, Evan Peters, Angourie Rice, John Douglas Thompson, David Denmann, Guy Pearce, Joe Tippett, James McArdle, Neal Huff, Sosie Bacon, Jack Mulhern.

Easttown, Pensylvania. A detetive Mare Sheehan (Kate Winslet) sofre por não ter solucionado o caso de uma adolescente que desapareceu há um ano. Quando outra adolescente é encontrada morta na floresta, Mare é obrigada a trabalhar com o detetive Colin Zabel (Evan Peters), que é indicado para ajudá-la na dupla investigação. Conforme eles avançam no caso, diversos segredos de moradores da cidade vem à tona. 

Esta minissérie em sete episódios escrita por Brad Ingelsby que explora um tema clássico do gênero policial ao focar em uma investigação numa cidade pequena gerando conflitos e desavenças apresenta acertos e erros. 

A trama que é complexa, também entrega alguns motivos e soluções simples, que parecem destoar do todo. A escolha de utilizar vários personagens em pequenas histórias paralelas serve apenas para encher espaço entre os episódios, como o diácono suspeito, o relacionamento da filha da protagonista e a disputa da guarda pelo neto. 

Destaque para as atuações de Kate Winslet e da veterana Jean Smart interpretando sua mãe, para as poucas, porém interessantes sequências de violência e a investigação em si. 

É uma boa minissérie, mas que poderia ser melhor ainda com um roteiro mais conciso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Coração Mudo & A Despedida

 


Coração Mudo (Stille Hjerte, Dinamarca, 2014) – Nota 7
Direção – Bille August
Elenco – Ghita Norby, Paprika Steen, Danica Curcic, Morten Grunwald, Pilou Asbaek, Jens Albinus, Vigga Bro, Oskar Saelan Halskov.

Uma família se reúne nas casa dos pais em local isolado para passar o último final de semana com a mãe (Ghita Norby), que sofre de uma doença degenerativa e que decidiu ter uma morte assistida pelo marido (Morten Grunwald) que é médico. 

Os problemas pessoais das filhas (Paprika Steen e Danica Curcic) afetam a situação, levando a um clima pesado em que a decisão final precisará ser tomada. 

Apesar do tema polêmico a narrativa é sóbria, com emoção nos momentos certos e discussões sobre problemas familiares universais. 

O roteiro não chega a se aprofundar na questão legal da eutanásia, mas coloca o tema em debate e faz o espectador pensar sobre como agiria na mesma situação da protagonista. 

Destaque para as boas atuações e a bela locação na região rural da Dinamarca.

A Despedida (Blackbird, EUA / Inglaterra, 2019) – Nota 6
Direção – Roger Michell
Elenco – Susan Sarandon, Sam Neill, Kate Winslet, Mia Wasikowska, Rainn Wilson, Anson Boon, Lindsay Duncan, Bex Taylor Klaus.

Uma família se reúne na casa dos pais em um final de semana para se despedir da mãe (Susan Sarandon) que sofre de uma doença degenerativa e que escolheu terminar sua vida através da eutanásia assistida por seu marido que é médico (Sam Neill). Emoções, dúvidas e frustrações vem à tona durante o encontro. 

Esta refilmagem do longa dinamarquês “Coração Mudo” de 2014 não apresenta surpresas em relação ao original, que a meu ver era mais doloroso e realista. Para quem viu o original, esta versão americana é desnecessária.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Espiral - O Legado de Jogos Mortais

 


Espiral – O Legado de Jogos Mortais (Spiral: From the Book of Saw, Canadá / EUA, 2021) – Nota 6
Direção – Darren Lynn Bousman
Elenco – Chris Rock, Max Minghella, Samuel L. Jackson, Marisol Nichols, Richard Zeppieri.

Uma séries de crimes contra policiais são seguidos de vídeos e pistas que levam todos a acreditar que um novo serial killer está copiando os assassinatos cometidos pelo falecido Jigsaw. 

As pistas são endereçadas ao detetive Zeke Banks (Chris Rock), inclusive sobre a morte de seu parceiro. Visto com desconfiança pelos colegas por ter denunciado policiais corruptos, Zeke tem a seu lado na investigação somente o detetive novato William (Max Minghella). 

A grande curiosidade deste longa que tenta reiniciar a franquia “Jogos Mortais” com um novo assassino é a presença do comediante Chris Rock como protagonista. Mesmo sendo um filme violento e com diálogos que tentam ser sérios, Chris Rock ainda tem tempo para utilizar seu estilo de falas rápidas e respostas cínicas. 

As armadilhas são criativas e sanguinárias como esperado, o problema são os furos no roteiro e uma certa previsibilidade em relação a identidade do assassinato. A sequência final também não é das melhores, deixando um enorme gancho para uma provável sequência e quem sabe uma nova fase na franquia.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Identificação

 


Identificação (Haven, Inglaterra / Alemanha / EUA / Espanha, 2004) – Nota 6
Direção – Frank E. Flowers
Elenco – Orlando Bloom, Bill Paxton, Agnes Bruckner, Stephen Dillane, Anthony Mackie, Lee Ingleby, Joy Briant, Razaaq Adoti, Bobby Cannavale, Victor Rasuk, Zoe Saldana, Robert Wisdom, Santiago Cabrera, Caroline Goodall.

Um especialista em lavar dinheiro (Stephen Dillane) foge para as Ilhas Cayman dando início a uma série de situações trágicas envolvendo outros personagens. Um investidor (Bill Paxton), sua filha (Agnes Bruckner), um pequeno traficante (Victor Rasuk), um pescador (Orlando Bloom), sua namorada (Joy Briant) e o irmão dela (Anthony Mackie) terão suas vidas mudadas para sempre. 

A premissa do roteiro escrito pelo diretor Frank E. Flowers é bastante interessante, inclusive utilizando a questão do paraíso fiscal das Ilhas Cayman como um dos pontos principais. O problema é que sua escolha em entrelaçar as tramas de forma não linear passa do ponto. Ao invés do quebra-cabeça ser intrigante, ele termina sendo confuso por causa das várias idas e vindas da narrativa. É uma história que nas mãos de um diretor melhor teria grande chance de render um ótimo filme.