quinta-feira, 25 de julho de 2024

The Shift – O Deslocamento & The End We Start From

 


The Shift – O Deslocamento (The Shift, EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – Brock Heasley
Elenco – Kristoffer Polaha, Neal McDonough, Elizabeth Tabish, Sean Astin, Rose Reid, John Billinglsey.

Um prólogo mostra Kevin Garner (Kristoffer Polaha) conhecendo sua futura esposa no mesmo dia em que uma enorme crise financeira leva a empresa em que trabalha à falência. Anos depois, uma crise no casamento resulta em um estranho encontro com um sujeito que se autodenomina o Benfeitor (Neal McDonough) que o transporta para uma realidade paralela. É o início de uma luta para sobreviver e tentar retornar ao seu mundo. 

O roteiro escrito pelo diretor Brock Heasley mistura a clássica trama de ficção de viagens no tempo com uma história sobre amor, família e crença. A ideia é até criativa e os primeiros trinta minutos bastante interessantes. Na sequência a trama e a narrativa ficam confusas, com algumas situações sem explicação. Claramente faltou um roteiro melhor e um diretor mais talentoso.

The End We Start From (The End We Start From, Inglaterra, 2023) – Nota 4,5
Direção – Mahalia Belo
Elenco – Jodie Comer, Joel Fry, Mark Strong, Nina Sosanya, Katherine Waterston, Gina McKee, Benedict Cumberbatch.

No mesmo dia em que nasce seu filho, uma mulher (Jodie Comer) e seu marido (Joel Fry) não podem voltar para casa por causa de uma chuva torrencial que alagou toda a cidade de Londres. O desastre faz os moradores tentarem sair da cidade, dando início a um caos que o casal precisará enfrentar. 

A premissa de uma espécie de apocalipse ambiental tinha tudo para render um bom filme de ação e suspense. O problema é que o roteiro muda completamente o foco para um drama sobre a força da maternidade em meio a uma narrativa lenta e situações em que o objetivo claramente é mostrar a fraqueza dos homens. Cada personagem masculino que passa pela tela é inseguro, covarde ou inexpressivo. É mais um filme em que uma agenda ideológica se sobrepõe a todo o resto.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Plano de Fuga

 


Plano de Fuga (Plan de Fuga, Espanha, 2016) – Nota 5,5
Direção – Iñaki Dorronsoro
Elenco – Alain Hernandez, Javier Gutierrez, Luis Tosar, Alba Galocha, Itziar Atienza.

Um desconhecido (Alain Hernandez) especialista em abrir cofres e paredes de ferro é contratado por uma quadrilha de russos e sérvios para um roubo. Enquanto planejam, policiais investigam os criminosos em busca de pistas sobre a ação. 

Este longa tem uma premissa intrigante durante os primeiro trinta minutos, até que uma determinada sequência muda completamente o foco da trama. Por sinal, esta sequência é uma espécie de clímax fora de hora. Depois disso, a narrativa se torna arrastada e o restante da trama é repleta de furos, com situações resolvidas de forma fácil beirando inverossímil. 

É uma pena, se Alain Hernandez é um canastrão, por outro lado o ótimo Javier Gutierrez como um ladrão drogado e o competente Luis Tosar como chefe de investigação tentam, mas não conseguem salvar o filme.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Narciso Negro


Narciso Negro (Black Narcissus, Inglaterra, 1947) – Nota 7,5
Direção – Michael Powell & Emeric Pressburger
Elenco – Deborah Kerr, David Farrar, Flora Robson, Sabu, Jenny Laird, Kathleen Byron, Jean Simmons.

Irmã Clodagh (Deborah Kerr) é uma jovem freira promovida a Madre Superiora, porém enviada para uma remota vila nas montanhas do Himalaia. Levando como auxiliares três outras freiras, aos poucos cada uma delas é influenciada de formas diferentes pelos habitantes do local, entre eles um inglês (David Farrar) e o jovem filho de um general (Sabu). 

Este longa dirigido pela dupla Michael Powell e Emeric Pressburger é uma espécie de estudo sobre isolamento e regras que vão contra a natureza humana. O isolamento neste caso não é algo individual, mas a vida em uma região longe da civilização com costumes estranhos que é potencializado pelos dogmas seguidos pela freiras. Além das ótimas atuações de praticamente todo o elenco, outro destaque é a belíssima fotografia desta produção filmada em estúdio.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

O Irmão que Veio de Outro Planeta & O Desaparecimento do Voo 412

 

O Irmão que Veio de Outro Planeta (The Brother From Another Planet, EUA, 1984) – Nota 5,5
Direção – John Sayles
Elenco – Joe Morton, Daryl Edwards, Steve James, Bill Cobbs, Caroline Aaron, John Sayles, David Strathairn, Fisher Stevens.

Uma nave alienígena faz um pouso forçado na Terra e um extraterrestre (Joe Morton) sobrevive. Mudo, porém com habilidades para ajudar as pessoas, aos poucos ele se infiltra na comunidade do Harlem, enquanto dois caçadores intergaláticos também chegam à Terra a sua procura. 

Esta ficção escrita e dirigida por John Sayles é uma estranha alegoria sobre imigração. Os diálogos são surreais, assim como várias situações, resultando numa obra bastante incomum e irregular.

O Desaparecimento do Voo 412 (The Disappearance of Flight 412, EUA, 1974) – Nota 4
Direção – Jud Taylor
Elenco – Glenn Ford, Bradford Dillman, David Soul, Robert F. Lyons, Guy Stockwell, Simon Scott.

Os tripulantes de um avião da força aérea americana testemunham dois caças desaparecendo nas nuvens sem explicação. Ao reportar a situação para a base, uma unidade de operações especiais é chamada para desviar o voo e interrogar os tripulantes. 

Este longa produzido para a TV explora o tema da conspiração para esconder da população fatos sem explicação ligados a OVNIs. O roteiro é bastante previsível e a narrativa é ao estilo dos filmes para TV da época. São várias cenas reais com aviões para diminuir custos e um excesso de diálogos que não levam a lugar algum. Uma bola fora na carreira do astro Glenn Ford, na época já era um veterano longe dos dias de sucesso.

domingo, 21 de julho de 2024

Guerra Civil

 



Guerra Civil (Civil War, EUA / Inglaterra, 2024) – Nota 5
Direção – Alex Garland
Elenco – Kirsten Dunst, Wagner Moura, Cailee Spaeny, Nick Offerman, Stephen McKinley Henderson, Nelson Lee, Jefferson White, Evan Lai, Jesse Plemons.

Em um futuro próximo, explode uma guerra civil nos EUA. Neste contexto, quatro jornalistas (Kirsten Dunst, Wagner Moura, Cailee Spaeny e Stephen McKinley Henderson) decidem sair de Nova York para atravessar o país em meio a guerra até Washington com o objetivo de entrevistar o presidente (Nick Offerman). 

Este longa em formato de road movie entrega uma história repleta de contradições e situações inverossímeis, em meio a uma produção caprichada, um bom ritmo e ótimas sequências de ação. 

Não existe uma explicação direta ou aprofundamento sobre o porquê da guerra, ficando nas entrelinhas a ideia de que o motivo é a divisão política que existe no mundo inteiro atual, porém jogando a maior parte da culpa em um presidente conservador. Algo que claramente tem como alvo as eleições americanas deste ano. 

Por praticamente todo o filme vemos os jornalistas de guerra em busca de fotos polêmicas. Ao colocar os personagens no meio do fogo cruzado como se fossem soldados, o roteiro dá um verdadeiro tiro no pé na ânsia de torná-los uma espécie de heróis que colocam a vida em perigo pela notícia. 

Esta defesa do jornalismo desaba na sequência final quando fica claro que o “tudo pela notícia” atropela amizades, lealdade e qualquer tipo de ética, algo que vemos diariamente nos noticiários e nas atitudes dos jornalistas. 

É um longa que se perde ao tentar ser político e defender um lado através do falso pacifismo, quando na verdade a premissa tinha tudo para render um ótimo filme sem amarras ideológicas.

sábado, 20 de julho de 2024

O Sexto Sentido

 


O Sexto Sentido (The Sixth Sense, EUA, 1999) – Nota 10
Direção – M. Night Shyamalan
Elenco – Bruce Willis, Haley Joel Osment, Toni Collette, Olivia Williams, Donnie Wahlberg, Trevor Morgan

O respeitado psicólogo infantil Malcolm (Bruce Willis) é procurado por uma mãe (Toni Collette) que busca ajuda para seu filho Cole (Haley Joel Osment), que diz ter visões e conversar com pessoas mortas. Obcecado por um caso semelhante com outro paciente que terminou de forma trágica, Malcolm encara a situação de Cole como uma chance de redenção. 

Não tem muito o que esconder deste longa que se tornou um clássico do suspense. A reviravolta final amarra um dos roteiros mais criativos da história do cinema que catapultou a carreira do diretor M. Night Shyamalan. Mesmo com altos e baixos nos filmes seguintes, Shyamalan se mostra sempre um diretor original, que não tem medo de arriscar.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

O Exterminador 1 e 2

 


O Exterminador (The Exterminator, EUA, 1980) – Nota 5,5
Direção – James Glickenhaus
Elenco – Robert Ginty, Samantha Eggar, Christopher George, Steve James, Tony DiBenedetto

John (Robert Ginty) e Michael (Steve James) sobreviveram ao inferno na Guerra do Vietnã. Anos depois, trabalhando juntos em Nova York, são atacados por ladrões que deixam Michael em uma cadeira de rodas. O então pacato John decide se transformar em um vigilante, primeiro caçando os sujeitos que atacaram seu amigo e depois todos os tipos de bandidos que cruzam seu caminho. 

O diretor e roteirista James Glickenhaus era especialistas em filmes B de ação, tendo dirigido inclusive “A Fúria do Protetor” com Jackie Chan. Seu estilo estava longe de ser sútil. São filmes repletos de ação, violência e efeitos especiais de segunda qualidade. 

Este “O Exterminador” foi produzido com dois milhões de dólares e rendeu trinta cinco, se tornando uma obra cult também no mercado de vídeo dos anos oitenta por misturar a premissa de “Desejo de Matar” com as histórias sobre veteranos do Vietnã traumatizados, com várias sequências extremamente violentas, como as com o lança-chamas e a horrível cena do moedor de carne.

Exterminador 2 (Exterminator 2, EUA, 1984) – Nota 4
Direção – Mark Buntzman
Elenco – Robert Ginty, Mario Van Peebles, Deborah Geffner, Frankie Faison.

Quatro anos depois do primeiro filme, Nova York está sendo aterrorizada pela gangue do traficante X (Mario Van Peebles). A situação faz o veterano do Vietnã John (Robert Ginty) retornar a sua armadura de vigilante e sair caçando os traficantes. 

Esta sequência foi mais uma das várias decisões erradas da produtora Cannon de Menahem Golan e Yoram Globus. Eles compraram os direitos e produziram um filme que não tinha mais a originalidade do primeiro. Nem mesmo as sequências violentas que fizeram o primeiro filme um sucesso funcionam. O filme foi um fracasso e enterrou qualquer chance de outra sequência.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

O Podcast

 


O Podcast (Monolith, Austrália, 2023) – Nota 7
Direção – Matt Vesely
Elenco – Lily Sullivan.

Uma jornalista (Lily Sullivan) que perdeu o emprego por causa de uma matéria polêmica, decide reiniciar a carreira com um podcast sobre mistérios. Ao receber um e-mail anônimo sobre uma mulher que teria recebido um estranho tijolo, ela inicia a busca por outras pessoas que tiveram a mesma experiência e aos poucos se envolve em uma sinistra história. 

Este suspense australiano consegue manter a atenção do espectador que gosta de histórias incomuns utilizando somente a atriz Lily Sullivan em cena em uma bela casa. Ela conversa com várias pessoas ao telefone para gravar seu podcast, criando uma suspense gradual sobre qual é a verdade. 

O grande problema é que o roteiro deixa algumas situações sem respostas e principalmente entrega um final que parece destoar do restante da proposta. É como se o diretor quisesse criar um clímax a todo custo, mesmo sem uma ideia definida. Mesmo assim, é um filme que vale ser visto por quem curte o gênero.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Matador de Aluguel

 


Matador de Aluguel (Road House, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Doug Liman
Elenco – Jake Gyllenhaal, Daniela Melchior, Conor McGregor, Billy Magnussen, Jessica Williams, Joaquim de Almeida, B.K. Cannon, JD Pardo, Beau Knapp, Arturo Castro, Lukas Gage, Dominique Columbus, Hannah Love Lanier, Kevin Carroll, Travis Van Winkle.

Dalton (Jake Gyllenhaal) é um famoso ex-campeão de UFC que vivendo de lutas clandestinas, termina contratado como segurança de um bar em uma cidade litorânea no sul da Califórnia. Rapidamente ele descobre que o bar é tomado por brigas e arruaceiros, além do local ser alvo de um especulador corrupto. 

Neste remake do longa de 1989 protagonizado por Patrick Swayze, o diretor Doug Lyman segue o mesmo estilo de porradaria com pitadas de cinismo, apenas atualizando a trama em alguns detalhes. 

No original o protagonista era um famoso segurança, enquanto aqui a ideia foi transformá-lo em um lutador aposentado. Numa espécie de ironia, foi escalado como antagonista o astro real de UFC Conor McGregor, que claramente se diverte como o vilão psicótico. 

O filme tem uma sucessão de sequências de brigas e outras de ação bem filmadas como a perseguição com as lanchas. O resultado é um boa diversão para quem gosta de ação sem se preocupar com roteiro.

terça-feira, 16 de julho de 2024

O Portal Secreto

 


O Portal Secreto (The Portable Door, Austrália, 2023) – Nota 6
Direção – Jeffrey Walker
Elenco – Patrick Gibson, Christoph Waltz, Sam Neill, Sophie Wild, Miranda Otto, Rachel House, Damon Herriman, Debi Harman, Chris Pang, Arka Das, Jessica De Gouw.

Em Londres, o jovem desempregado Paul Carpenter (Patrick Gibson) é guiado para uma entrevista em uma estranha empresa que o contrata. O carismático CEO (Christoph Waltz), seu braço direito (Sam Neill) e os executivos são figuras peculiares que aos poucos mostram para Paul qual é o verdadeiro negócio da empresa. 

Esta fantasia baseada em uma série de livros mira o público fã de “Harry Potter” para tentar engatar uma franquia. A produção é caprichada com ótimos efeitos especiais, a história apesar de simples é bem amarrada, porém falta carisma para os personagens, incluindo o protagonista. 

O ótimo Christoph Waltz repete mais uma vez o vilão com fala macia e sorriso cínico, enquanto o veterano Sam Neill parece ser divertir em um papel bem diferente do que está acostumado a interpretar. 

É basicamente uma sessão da tarde esquecível.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

O Embaixador, Cuba & Estação Polar Zebra

 


O Embaixador (The Ambassador, EUA, 1984) – Nota 6
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Robert Mitchum, Ellen Burstyn, Rock Hudson, Fabio Testi, Donald Pleasence, Chelli Goldenberg, Michal Bat Adam.

Um embaixador americano (Robert Mitchum) é designado para tentar costurar um acordo de paz entre israelenses e palestinos. A tarefa quase impossível fica ainda mais complicada quando ele passa a ser chantageado por pessoas que tem fotos de sua esposa (Ellen Burstyn) tendo um caso com um empresário palestino (Fabio Testi). 

Esta foi uma das várias produções da Cannon que fracassaram nas bilheterias mesmo com um bom elenco e uma história mediana. A premissa é bastante interessante e inspirada em um livro policial de Elmore Leonard, porém transportada para a questão do conflito no Oriente Médio. 

O diretor entrega algumas boas sequências de ação e um certo suspense, porém é irregular e com soluções fáceis. O filme se tornou cult por ter sido o último trabalho do astro Rock Hudson, que interpreta o braço-direito do embaixador. Hudson já estava doente e faleceria em 1985.

Cuba (Cuba, Inglaterra / EUA, 1979) – Nota 5,5
Direção – Richard Lester
Elenco – Sean Connery, Brooke Adams, Jack Weston, Hector Elizondo, Martin Balsam, Denholm Elliott, Chris Sarandon, Danny De La Paz, Lonette McKee, Alejandro Rey.

No final dos anos cinquenta, Robert Dapes (Sean Connery) é um mercenário contratado pelo presidente cubano Fulgencio Batista para treinar seu exército que está prestes a entrar em confronto com a guerrilha de Fidel Castro. 

Com pouco tempo para o trabalho e percebendo que a tarefa pode ser inútil, Dapes ainda se envolve com uma antiga amante (Brooke Adams), que está casada com o dono de um fábrica de charutos (Chris Sarandon). 

Este longa explora uma trama fictícia utilizando como base a revolução cubana, o que por si só tinha potencial para render um bom filme. O problema é que o diretor Richard Lester se perde entre não decidir se foca na ação política ou no romance que parece destoar da trama. O ótimo elenco encabeçado por Sean Connery pouco pode fazer para salvar o filme, que por sinal teve várias mudanças no roteiro durante as filmagens.

Estação Polar Zebra (Ice Station Zebra, EUA, 1968) – Nota 6,5
Direção – John Sturges
Elenco – Rock Hudson, Ernest Borgnine, Patrick McGoohan, Jim Brown, Tony Bill, Lloyd Nolan.

Um submarino nuclear liderado pelo comandante James (Rock Hudson) recebe a missão de resgatar um satélite que caiu no Polo Norte e que os soviéticos utilizavam para espionar o ocidente. Chegar ao objeto antes dos inimigos é fundamental para evitar um conflito nuclear. 

Esta aventura com toques políticos é baseada em um livro de Alistair McLean, que teve outras obras adaptadas para o cinema com melhor resultado, como “Os Canhões de Navarone” e “Desafio das Águias”. Este “Estação Polar Zebra” explora a premissa da Guerra Fria que rendeu diversos filmes, muitos nos anos sessenta. 

Os destaques ficam para o elenco, a caprichada produção toda filmada em estúdio e algumas sequências de tensão. Por outro lado, as duas horas e meia de duração são cansativas, muito por causa do primeiro ato extremamente longo e lento, repleto de diálogos e nada de ação. Estas virtudes e defeitos são comuns em diversos filmes dos anos sessenta e setenta.

domingo, 14 de julho de 2024

Filhos da Guerra

 


Filhos da Guerra (Europa Europa, Alemanha / França / Polônia, 1990) – Nota 8
Direção – Agnieszka Holland
Elenco – Marco Hofschneider, Julie Delpy, Andre Wilms, Rene Hofschneider, Hanns Zischler.

Quando explode a Segunda Guerra, a família judia de Solomon (Marco Hofschneider) foge da Alemanha e os membros terminam se separando. Para sobreviver, Soloman esconde sua identidade, se passando primeiro por comunista e depois chegando até a entrar para o exército nazista, sempre tomando extremo cuidado e sofrendo para não ser identificado. Tudo fica ainda mais complicado quando ele se envolve com uma jovem (Julie Delpy) que é uma fanática antissemita. 

Este longa é baseado na história real de Solomon Perel, que inclusive assina o roteiro em parceria com a diretora polonesa Agnieszka Holland. A história é uma saga de sobrevivência em meio aos absurdos da guerra. 

O protagonista vivido pelo então jovem ator alemão Marco Hofschneider se transforma em uma espécie de camaleão que se adapta para sobreviver, sendo este com certeza o melhor papel de sua carreira. 

Mesmo sendo um filme de guerra, os focos são o drama pessoal do protagonista e a propaganda nazista que era uma verdadeira lavagem cerebral na população e principalmente nos jovens. O resultado é mais um belo longa entre tantos sobre a Segunda Guerra.

sábado, 13 de julho de 2024

Cães de Guerra & Soldados da Morte

 


Cães de Guerra (The Dogs of War, Inglaterra, 1981) – Nota 7
Direção – John Irvin
Elenco – Christopher Walken, Tom Berenger, Colin Blakely, Paul Freeman, Jean-François Stévenin, Jobeth Williams, Pedro Armendariz Jr., Ed O’Neill.

Jamie Shannon (Walken) é um mercenário contratado por uma corporação para derrubar um ditador em um pequeno país africano, abrindo caminho para um sucessor ligado a empresa. Disfarçado como fotógrafo, Jamie analisa os locais e planeja a ação treinando a sua equipe de assassinos. 

Mesmo com uma certa lentidão inicial e com grande parte do tempo focando nos preparativos para o golpe, este é um interessante longa sobre a influência de corporações e governos em países de Terceiro Mundo. Estes bastidores e o treinamento levam a um explosivo final que ainda entrega uma surpresa cínica. Destaque para a atuação do sempre marcante Christopher Walken.

Soldados da Morte ou Jogo Cego (Who'll Stop the Rain, EUA, 1978) – Nota 6
Direção – Karel Reisz
Elenco – Nick Nolte, Tuesday Weld, Michael Moriarty, Anthony Zerbe, Richard Masur, Ray Sharkey, Gail Strickland, Charles Haid.

Ray (Nick Nolte) é um desiludido veterano da Guerra do Vietnã que aceita contrabandear heroína em uma negociata organizada por seu amigo John (Michael Moriarty). Ao fazer a entrega, Ray descobre que a situação é mais complicada do que parece. Ele termina se tornando alvo de agentes federais corruptos e consegue fugir levando a esposa do amigo (Tuesday Weld). 

Este longa que segue a linha que começava a surgir na época sobre histórias pesadas ligadas ao Vietnã tem um desenvolvimento tenso e personagens marginais, porém uma trama que analisada a fundo beira o inverossímil na motivação do crime. A produção lembra os filmes da contracultura dos anos sessenta, inclusive na irregularidade da narrativa.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Lousy Carter

 


Lousy Carter (Lousy Carter, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Bob Byington
Elenco – David Krumholtz, Martin Starr, Olivia Thirlby, Jocelyn DeBoer, Trieste Kelly Dunn, Stephen Root, Macon Blair, Mona Lee Fultz.

Lousy Carter (David Krumholtez) é um professor universitário de literatura que descobre estar sofrendo de uma doença terminal. Cínico e com um senso de humor que não agrada quem está ao seu redor, ele decide passar seus últimos dias como se nada estivesse acontecendo. 

Esta estranha mistura de drama e comédia é repleta de personagens peculiares que deixam claro um cinismo do diretor e o roteirista Bob Byington em relação aos pseudo-intelectuais e ao ser humano em geral. 

Personagem algum parece se importar com a condição do protagonista. Desde o melhor amigo, passando pela ex-namorada, a irmã, seus alunos e até o terapeuta, cada um demonstra a sua maneira um total desprezo pela situação do sujeito. 

Tudo isso parece uma sitcom politicamente incorreta que leva a um final ainda mais cínico.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

O Falsificador Mórmon

 


O Falsificador Mórmon (Murder Among the Mormons, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Jared Hess & Tyler Meason
Documentário

Em 1985, Mark Hoffmann era famoso entre a comunidade mórmon de Utah ao descobrir diversos documentos que teriam ligação com a história da criação da religião, inclusive com informações que abalaram os dogmas daquela igreja. Sua vida de negociador de documentos históricos desaba quando três atentados à bomba matam duas pessoas e o deixa ferido. 

O título nacional deste documentário entrega parte da explicação para os atentados que assustaram a comunidade mórmon. São vários depoimentos que detalham a complexa trama de interesses que resultaram na tragédia. 

O doc é dividido em três episódios com uma narrativa bem amarrada, porém faltou um maior aprofundamento sobre a personalidade do protagonista e sobre a questão dos atentados.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Você Nunca Me Encontrará

 


Você Nunca Me Encontrará (You'll Never Find Me, Austrália, 2023) – Nota 6
Direção – Josiah Allen & Indianna Bell
Elenco – Brendan Rock, Jordan Cowan.

Em uma noite chuvosa, uma garota (Jordan Cowan) bate na porta do trailer de um estranho (Brendan Rock) que vive em um camping. O sujeito deixa a garota entrar, iniciando uma série de conversas onde ninguém sabe o que é verdade ou mentira. 

Este suspense australiano que começa de forma intrigante, explora uma narrativa lenta levando até um final que pode ter mais de uma interpretação. As atuações da dupla se casam perfeitamente com a sinistra proposta do roteiro. É uma pena que este mesmo roteiro entregue um final com mais loucura do que explicações.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Murder Mountain

 


Murder Mountain (Murder Mountain, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Joshua Zeman
Documentário

O condado de Humbolt é o local com maior número de desaparecimentos de pessoas na Califórnia. Ele fica em uma região isolada no norte da Califórnia com uma extensa floresta que chega até o Estado do Oregon. Local apropriado para quem deseja viver isolado, a região se transformou na maior área de plantação de cannabis nos Estados Unidos. 

Esta série documental em seis episódios detalha o que levou a região a se tornar uma espécie de terra sem lei e por consequência resultando em crimes em que nem mesmo a polícia parece ter interesse em resolver. 

O diretor Joshua Zeman é especialista em documentários, tendo produzido obras extremamente interessantes como “Cropsey” e “Killer Legends”. Aqui ele intercala entrevista com “produtores” antigos, novos cultivadores, criminosos, moradores, autoridades e ainda detalha a investigação do desaparecimento de um jovem surfista que tentou ganhar a vida na região. 

Zeman também coloca em discussão a questão da legalização do cultivo de cannabis que foi aprovado na Califórnia e entrou em vigor em 2018, piorando ainda mais o cenário e aumentando a criminalidade.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Perseguição Mortal & O Grande Búfalo Branco

 


Perseguição Mortal (Death Hunt, 1981) – Nota 7,5
Direção – Peter Hunt
Elenco – Charles Bronson, Lee Marvin, Andrew Stevens, Angie Dickinson, Carl Weathers, Ed Lauter.

Canadá, anos trinta. O solitário caçador Johnson (Charles Bronson) vive sozinho em uma cabana nas montanhas. Ao acolher um cão ferido, ele desperta a ira de um sujeito que o acusa de roubo. Quando o xerife local (Lee Marvin) tenta entender o que ocorreu, outro desentendimento leva Johnson e a se defender e fugir, sendo perseguido por um grupo de caçadores. 

Este é com certeza um dos melhores filmes de ação com Charles Bronson. Não que a história tenha surpresas, o que chama a atenção são as locações nas montanhas geladas do Canadá, as sequências de ação e violência e o elenco de atores especialistas em personagens durões ou vilões. 

Além de Bronson, Lee Marvin foi um ícone que trabalhou em diversos clássicos, Andrew Stevens era um ator promissor, Carl Weathers se tornou o imortal Apolo Creed da franquia “Rocky” e Ed Lauter interpretou por diversas vezes policiais ou vilões, algumas delas em filmes protagonizados por Bronson. 

Finalizando, este filme é baseado em uma história real.

O Grande Búfalo Branco ou Caçada da Morte (The White Buffalo, EUA, 1977) – Nota 6,5
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Charles Bronson, Jack Warden, Will Sampson, Kim Novak, Clint Walker, Stuart Whitman, Slim Pickens, John Carradine, Ed Lauter, Martin Kove.

No século XIX, o aposentado xerife Wild Bill Hickok (Charles Bronson) está doente e sofrendo com pesadelos com um enorme búfalo branco. Decidido a caçar o raro animal antes de morres, ele se junta a um veterano amigo (Jack Warden) e ao chefe indígena Cavalo Louco (Will Sampson), que tem uma motivo específico para encontrar o búfalo. 

Este western com uma temática que lembra de longe o clássico “Moby Dick” se tornou um cult do gênero. Mesmo com uma narrativa irregular e com efeitos especiais fracos quando o búfalo entra em cena, o longa ganha pontos pelo clima de tragédia, pelos competentes sequências de ação e as locações nas montanhas geladas do Colorado. 

Este foi do um dos vários filmes da parceria entre o astro Charles Bronson e o diretor inglês J. Lee Thompson.

domingo, 7 de julho de 2024

The Binge

 


The Binge (The Binge, EUA, 2020) – Nota 5
Direção – Jeremy Garelick
Elenco – Skylar Gisondo, Dexter Darden, Eduardo Franco, Vince Vaughn, Grace Van Dien. Natalie Paige Goldberg.

Em um futuro próximo, os EUA criaram leis pesadas contra o uso e a comercialização de todos os tipos de drogas, incluindo as bebidas alcoólicas. Para minimizar a situação, o governo criou também um dia específico em que todas as drogas estão liberadas. Neste dia, três amigos que completaram dezoito anos (Skylar Gisondo, Dexter Darden e Eduardo Franco) decidem aproveitar a festa. 

Este longa mistura as premissas de “Uma Noite de Crime” com “Superbad”, porém praticamente nada funciona. As sequências mais agitadas não tem graça alguma, assim como os personagens são totalmente sem carisma, muito diferente do ótimo elenco maluco de “Superbad”. O filme desperdiça até mesmo a presença de Vince Vaughn, que interpreta o diretor certinho que se entrega a loucura no dia da liberação.

sábado, 6 de julho de 2024

Walden

 


Walden (Walden, EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – Mick Davis
Elenco – Emile Hirsch, Shane West, Kelli Garner, Tania Raymonde, David Keith, Steve Coulter, Sunny Mabrey, Luke Davis.

Walden (Emile Hirsch) é um estenógrafo que trabalha no tribunal de uma pequena cidade no sul dos EUA. Com uma estranha personalidade, Walden começa a mudar suas atitudes após um determinado fato e passa a ser afetado também pelos crimes julgados no tribunal. 

Esta mistura de trama policial, violência e humor negro se perde na estranha narrativa, em algumas situações bizarras e no personagem esquisitão de Emile Hirsch. O roteiro até detalha o porquê da personalidade do protagonista e entrega uma surpresa em relação a uma série de crimes que ocorre na região. O problema é que tudo parece falso. 

É um daqueles filmes em que o espectador precisa aceitar os absurdos e entrar na proposta do diretor.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

O Mistério das Mortes de Burari

 


O Mistério das Mortes de Burari (House of Secrets: The Burari Deaths, Índia, 2021) – Nota 6,5
Direção – Leena Yadav
Documentário

Em 2018, onze pessoas da mesma família foram encontradas mortas em sua na casa no bairro de Burari em Nova Delhi, capital da Índia. A princípio a polícia fica na dúvida se as pessoas foram assassinadas ou se ocorreu um suicídio coletivo. 

Esta série documental em três episódios detalhe um bizarro caso real que foi transformado em circo pela mídia indiana, algo que infelizmente é comum em crimes famosos. O interessante é que o caso foi resolvido e praticamente tudo foi descoberto, resultando em uma explicação que é ao mesmo tempo verossímil e totalmente absurda analisando a motivação. 

Grande parte do documentário foca nos depoimentos de amigos, familiares e jornalistas, além de psiquiatras e psicólogos no episódio final em que o roteiro estica demais a narrativa quando a história já estaria finalizada. Dois episódios seriam suficientes para entender o caso, já que documentário vale mais pela inusitada tragédia, do que pela narrativa.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Raging Grace

 


Raging Grace (Raging Grace, Filipinas / Inglaterra, 2022) – Nota 5,5
Direção – Paris Zarcilla
Elenco – Max Eigenmann, Leanna Best, David Hayman, Jaeden Paige Boadilla.

Joy (Max Eigenmann) é uma imigrante ilegal filipina que luta por uma vida melhor em Londres ao lado da filha pré-adolescente Grace (Jaeden Paige Boadilla). Um desencontro a faz conseguir um emprego em uma antiga casa vitoriana. No local vivem Katherine (Leanna Best) e seu tio (David Hayman) que está acamado. Tudo fica mais estranho quando o sujeito melhora e começa a mostrar a verdadeira face da família. 

O diretor britânico de origem filipina Paris Zarcilla claramente tentou misturar crítica social com terror e terminou por entregar uma obra no mínimo estranha. Os quarenta minutos iniciais mostrando a relação entre mãe e filha e as dificuldades da vida para as duas é um drama raso e cansativo. Quando a estranha família entra em cena, aos poucos o roteiro transforma o longa em uma confusa história de terror que não convence, ou seja, um filme que não funciona como drama, nem como terror.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Lift: Roubo nas Alturas

 


Lift: Roubo nas Alturas (Lift, EUA, 2024) – Nota 5,5
Direção – F. Gary Gray
Elenco – Kevin Hart, Gugu Mbatha Raw, Sam Worthington, Vincent D’Onofrio, Úrsula Corberó, Billy Magnussen, Yum Jee Kim, Viveik Kalra, Jean Reno, Jacob Batalon, Burn Gorman, Paul Anderson, David Proud, Stefano Skalkotos.

Cyrus (Kevin Hart) é o líder de uma quadrilha especializada em roubos de artes. Após uma ação, ele é obrigado a trabalhar com uma agente da Interpol (Gugu Mbatha Raw) para tentar recuperar uma fortuna em ouro que foi roubada por um criminoso internacional (Jean Reno). 

Esta produção resulta em mais um filme de ação que utiliza a tecnologia para criar sequências absurdas em meio a um roteiro repleto de clichês. Por mais que a parte técnica seja caprichada, todo o resto parece falso. O relacionamento entre os protagonistas, os gadgets eletrônicos e os personagens mal desenvolvidos. É uma pena que o cinema atual esteja entregando cada vez mais este tipo de diversão rasteira, com uma capa bonita e um conteúdo vazio.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Fast Charlie

 


Fast Charlie (Fast Charlie, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Phillip Noyce
Elenco – Pierce Brosnan, Morena Baccarin, James Caan, Gbenga Akinnagbe, Christopher Matthew Cook, David Chattam, Toby Huss, Fredric Lehne, Brennan Keel Cook.

Charlie (Pierce Brosnan) é uma espécie de supervisor de assassinos profissionais, que entra em cena sempre que surge algum problema que precisa ser resolvido. Um caso em que um sujeito literalmente perde a cabeça, leva Charlie a enfrentar uma disputa de território que o transforma em alvo de uma quadrilha. 

Apesar de estar na ativa desde os anos setenta, o diretor australiano Phillip Noyce teve seu auge da carreira entre o sucesso cult de “Terror a Bordo” em 1989 até “O Americano Tranquilo” em 2002. 

Este “Fast Charlie” tem um início promissor e uma narrativa que mistura trama policial com pitadas de humor negro, funcionando bem por causa do carisma de Pierce Brosnan. Conforme a trama avança, o interesse diminui e os clichês tomam conta até o péssimo clímax. A surpresa na sequência final é uma boa sacada que melhora um pouco a falha anterior. 

O triste destaque fica para a participação de um extremamente envelhecido James Caan em seu último papel. Ele faleceu em 2022 antes do lançamento deste filme.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Zona de Conflito

 


Zona de Conflito (The War Zone, Itália / Inglaterra, 1999) – Nota 7
Direção – Tim Roth
Elenco – Ray Winstone, Freddie Cunliffe, Lara Belmont, Tilda Swinton, Colin Farrell.

Tom (Freddie Cunliffe) é um adolescente que mudou de Londres para uma pequena cidade no interior da Inglaterra com os pais (Ray Winstone e Tilda Swinton) e a irmã (Lara Belmont). Desanimado com a nova vida, tudo fica ainda pior quando ele descobre um terrível segredo familiar. 

Este drama pesado é o único trabalho do ator Tim Roth como diretor. Com um ritmo lento, um clima de tragédia e situações desagradáveis, a proposta é incomodar o espectador. Desde a sequência inicial mostrando o pai chegando em casa, fica claro que existe algo de errado naquela família. 

Destaque para o quase sempre assustador Ray Winstone, para a apatia do garoto Freddie Cunliffe que pouco fez na sequência da carreira e para a pequena participação de um jovem Colin Farrell.

Extraordinário: A História de Stan Romanek

 


Extraordinário: A História de Stan Romanek (Extraordinary: The Stan Romanek Story, EUA, 2013) – Nota 5,5
Direção – Jon Sumple
Documentário

Stan Romanek é um sujeito comum que ficou famoso no início dos anos dois mil ao alegar que teria sido abduzido algumas vezes por alienígenas. Ele apresentou como provas alguns vídeos, gravações de estranhas ligações telefônicas, marcas pelo corpo e outros fatos com testemunhas que corroboram suas alegações. 

Este documentário tem críticas ruins muito pelo que aconteceu com Stan Romanek algum tempo depois, fato que é descrito na parte final. Assim como esta situação, tudo o que Stan alega e apresenta como provas fica a cargo do espectador acreditar ou não. O diretor Joe Sumple deixa isso claro na narrativa e em uma frase final. 

É um documentário que vale como curiosidade para quem tem interesse em histórias sobre alienígenas, mesmo que tudo isso seja uma farsa.

sábado, 29 de junho de 2024

A Sociedade da Neve

 


A Sociedade da Neve (La Sociedad de la Nieve, Eapanha / Chile / Uruguai / EUA, 2023) – Nota 8
Direção – J.A. Bayona
Elenco – Enzo Vogrincic, Agustin Pardella, Matias Recalt, Esteban Bigliardi.

Em 13 de outubro de 1972, a equipe de rugby do Old Christians do Uruguai viajava para uma partida no Chile quando o avião que os transportava sofreu um acidente na Cordilheira dos Andes. A princípio os sobreviventes acreditavam que seriam resgatados logo, porém os dias passavam e nada do socorro aparecer. 

Este sensível e doloroso longa é a melhor versão da trágica história real que já fora contada em um dramalhão mexicano chamado “Os Sobreviventes dos Andes” e no bom filme dirigido por Frank Marshall nos anos noventa com o título de “Vivos”. 

Esta nova versão utiliza um elenco de atores desconhecidos, cria uma assustadora sequência do acidente e depois varia entre o drama físico ao enfrentar a natureza gelada e o psicológico de cada personagem. Tudo isso é narrado de uma forma sensível por um dos jovens ocupantes do avião. Até mesmo as sequências mais fortes foram filmadas com sensibilidade. 

É uma belíssimo filme sobre tragédia e superação.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Novembro – Paris Atacado

 


Novembro – Paris Atacado (Novembre, França / Bélgica, 2022) – Nota 7
Direção – Cédric Jimenez
Elenco – Jean Dujardin, Anais Demoustier, Sandrine Kiberlain, Jeremie Renier, Lyna Khoudri, Cédric Kahn.

Em 13 de novembro de 2015, vários locais de Paris foram atacados por terroristas, incluindo a famosa casa de espetáculos Bataclan, onde noventa pessoas foram assassinadas. Este longa detalha os cinco dias seguintes em que uma unidade antiterrorista liderada por Fred (Jean Dujardin) segue pistas para capturar os envolvidos nos ataques. 

Como são diversas situações para serem encaixadas em menos de duas horas de duração, a narrativa entrega muitos detalhes de forma rápida, fazendo com que o espectador precise prestar muita atenção para seguir as linhas de investigação. 

Não é um filme de ação, o foco é nas investigações que precisam desenrolar um verdadeiro emaranhado de informações. É um filme interessante para quem gosta de histórias reais e também para os fãs de tramas de investigação.

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Estrondo na Escuridão & Nocaute

 


Estrondo na Escuridão (Rumble Through the Dark, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Graham Phillips & Parker Phillips
Elenco – Aaron Eckhart, Bella Thorne, Ritchie Coster, Marianne Jean Baptiste, Derek Russo, Christopher Winchester.

Jack (Aaron Eckhart) é um veterano boxeador que tem várias dívidas e que sobrevive através de lutas clandestinas. Quando a sorte parece chegar, um fato inesperado o leva a tomar atitudes drásticas para tentar resolver a situação. 

O roteiro explora o clichê do lutador decadente que busca uma espécie de redenção, através de um roteiro com pontas soltas e alguns personagens caricatos. O que faz o filme ganhar pontos são o clima de tragédia pontuado por uma sinistra trilha sonora, a atuação atormentada de Aaron Eckhart e as violentas sequências de lutas. 

É um filme com falhas, mas que entrega algo a mais do que a proposta da premissa.

Nocaute (Lights Out, EUA, 2024) – Nota 5
Direção – Christian Sesma
Elenco – Frank Grillo, Mekhi Phifer, Jaime King, Dermot Mulroney, Scott Adkins, Amaury Nolasco, Donald Cerrone, JuJu Chan, Justin Furstenfeld, Paul Sloan, Erica Peeples, Kevin Gage.

Duffy (Frank Grillo) é um veterano da Guerra do Iraque que após se envolver em uma briga de bar, recebe a proposta de um ex-detento (Mekhi Phifer) para participar de lutas clandestinas. O talento de Duffy para lutar rapidamente o faz entrar em conflito com um chefão do crime (Dermot Mulroney) que tem ligação com uma policial corrupta (Jaime King). 

Como é comum neste tipo de filme de ação B, o roteiro é um festival de clichês. As vezes as sequências de ação e o carisma dos personagens melhoram o resultado, porém aqui nem mesmo as lutas empolgam, inclusive desperdiçando o talento de Scott Adkins que faz uma ponta participando do tiroteio final. Frank Grillo repete o papel de durão e o restante do elenco são de canastrões conhecidos.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

A Morte do Sr. Lazarescu

 


A Morte do Sr. Lazarescu (Moartea Domnului Lazarescu, Romênia, 2005) – Nota 8
Direção – Cristi Puiu
Elenco – Ion Fiscoteanu, Luminita Gheorghiu, Doru Ana.

Em um sábado na periferia de Buscareste, capital da Romênia, o viúvo Lazarescu (Ion Fiscoteanu) sofre com dores no estômago e na cabeça. Enquanto espera uma ambulância em seu pequeno apartamento, ele tem o auxílio de um casal de vizinhos. Quando chega o socorro, se inicia uma saga do idoso por vários hospitais da cidade em busca de atendimento. 

O diretor Cristi Puiu é conhecido por dramas que focam em personagens comuns em meio a problemas ordinários. São sempre filmes com longa duração, sequências lentas e diálogos simples, como o ótimo “Sieranevada” em que o contexto era a reunião de uma família. 

Aqui o roteiro de Puiu começa explorando a solidão da terceira idade, para em seguida fazer uma crítica ao sistema de saúde romeno, que por sinal lembra muito o que acontece nos hospitais públicos por aqui. 

Médicos arrogantes, residentes e enfermeiras sem comprometimento, falta de estrutura, hospitais lotados e burocracia, tudo isso embalado numa total falta respeito com o paciente, que é tratado como um objeto levado de um canto para o outro enquanto seu estado de saúde piora. 

A solidariedade existe na paramédica vivida por Luminita Gheorghiu que o acompanha durante a saga e em alguns poucos personagens que auxiliam em momentos específicos. 

É um filme que se mostra ainda mais triste para quem vive em países com uma saúde publica tão deteriorada quanto a mostrada aqui.

terça-feira, 25 de junho de 2024

Warrior: A Batalha de Todos os Dias

 


Warrior: A Batalha de Todos os Dias (Kriger, Dinamarca, 2018) – Nota 6,5
Direção – Christoffer Boe
Elenco – Dar Salim, Danica Curcic, Lars Ranthe, Jakob Oftebro, Soren Malling, Marco Ilso, Nicolas Bro.

CC (Dar Salim) é um veterano que lutou no Iraque e que se culpa pela morte do amigo Peter (Jakob Oftebro). Ao ser procurado pela viúva do amigo, a policial Louise (Danica Curcic), que pede ajuda em um caso, ele aceita se infiltrar em uma perigosa gangue de motoqueiros traficantes. 

Esta minissérie em oito episódios tem uma produção caprichada, como é comum nas obras dinamarquesas atuais e uma trama bastante previsível. A jornada do protagonista em busca de uma espécie de redenção ou perdão segue a cartilha comum das histórias sobre infiltrados que precisam provar seu valor, sua lealdade e mostrar que são violentos. 

É uma minissérie um pouco mais do que razoável.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Viciados em Amor

 


Viciados em Amor (She Came To Me, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Rebecca Miller
Elenco – Peter Dinklage, Anne Hathaway, Marisa Tomei, Harlow Jane, Evan A. Ellison, Joanna Kulig, Brian D’Arcy James.

Steven (Peter Dinklage) é um compositor de óperas que sofre com um bloqueio criativo. Ele é casado com sua ex-terapeuta Patricia (Anne Hathaway). O acaso o faz encontrar Katrina (Marisa Tomei), com que tem um affair rápido, porém que serve para utilizar com inspiração para sua nova ópera. Mas sua escolha também trará outras consequências. 

É um filme inusitado com personagens problemáticos e situações estranhas. O trio de protagonistas carrega sofrimentos individuais que são jogados na tela de uma forma um pouco desorganizada. A decisão da personagem de Anne Hathaway parece vir à tona após uma simples conversa. 

A trama paralela da amor juvenil entre o filho dos protagonistas e o filha da diarista parece um drama adolescente de best seller, sem aprofundamento algum. É ao mesmo tempo um filme simpático e estranho, que beira o inverossímil.

domingo, 23 de junho de 2024

Abigail

 


Abigail (Abigail, EUA / Irlanda / Canadá, 2024) – Nota 7
Direção – Matt Bettinelli Olpin & Tyler Gillett
Elenco – Melissa Barrera, Dan Stevens, Alisha Weir, Kevin Durand, Kathryn Newton, William Catlett, Angus Cloud, Giancarlo Esposito, Matthew Goode.

Uma quadrilha em que os integrantes não se conhecem e foram contratados por um estranho sequestram uma garotinha (Alisha Weir) filha de um milionário. Eles utilizam uma enorme e antiga casa em local isolado como cativeiro, sem saber que existe algo muito mais perigoso na situação do que o sequestro. 

Este violento longa parece uma mistura anabolizada de “Esqueceram de Mim” com “O Exorcista”. A reviravolta que ocorre após trinta minutos transforma o longa em um gore que segue o estilo de filmes recentes como “Feriado Sangrento” e “Casamento Sangrento”. As sequências de ação são bem produzidas e violentas, o que com certeza agradará aos fãs do gênero.

sábado, 22 de junho de 2024

Portões do Céu

 


Portões do Céu (Gates of Heaven, EUA, 1978) – Nota 7
Direção – Errol Morris
Documentário

Em 1978, o então desconhecido Errol Morris juntou dinheiro com parentes e amigos para produzir seu primeiro documentário. O tema inusitado para a época era sobre um sujeito que tentou construir um cemitério para animais na Los Angeles dos anos setenta, porém enfrentou diversos obstáculos, inclusive uma empresa que utilizava animais mortos para produção sabe-se-lá do que. 

O documentário se tornou cult e abriu as portas para Morris fazer uma sólida carreira. Visto hoje, o documentário é até um pouco frio por mostrar diversas entrevistas de pessoas que perderam pets, porém sem demonstrar grande emoção. A ideia do cemitério de animais e a relação entre donos e pets na época não era tão forte como nos dias atuais, quando os animais se tornaram parte das famílias. 

Um ponto interessante nos docs de Morris é não existir narração. Ele utiliza os depoimentos como autoexplicativos para a história que deseja contar ou o tema que está sendo abordado. Este doc hoje vale mais como curiosidade para quem acompanha os trabalhos do diretor.

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Garra de Ferro

 


Garra de Ferro (The Iron Claw, Inglaterra / EUA, 2023) – Nota 8
Direção – Sean Durkin
Elenco – Zac Efron, Jeremy Allen White, Holt McCallany, Maura Tierney, Lily James, Harris Dickinson, Stanley Simons, Michael J. Harney.

Nos anos sessenta, Fritz Von Erich (Holt McCallany) foi astro da luta livre, mas não chegou a topo da carreira como sonhava. No final dos anos setenta, Fritz se tornou treinador e empresário de seus filhos, em quem colocou a toda a responsabilidade de conseguir o sucesso que ele mesmo não teve. 

Ao olhar o cartaz e ler uma simples sinopse fica a impressão de que veremos um filme sobre os desafios do esporte, porém, quem não conhece a história real será surpreendido. A saga da família Von Erich vai muito além dos ringues. Temas como obsessão, obediência e amizade entre irmãos são misturadas a uma trágica história de traumas e perdas. 

Entre o bom elenco, vale destacar os pais vividos por Holt McCallany e Maura Tierney, além do quase sempre criticado Zac Efron, que nos últimos anos vem mudando o foco na carreira e que aqui entrega sua melhor atuação, inclusive com uma grande mudança física para o papel. 

Muito do filme é explicado na narração inicial em que o personagem de Efron cita que sua família é amaldiçoada. No final, o espectador que gosta de dramas terá uma ótima surpresa.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Homens Maus

 


Homens Maus (Bad Hombres, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – John Stalberg Jr.
Elenco – Diego Tinoco, Hemby Madera, Thomas Jane, Luke Hemsworth, Tyrese Gibson, Anthony Xzavier Estrada, Paul Johansson.

Felix (Diego Tinoco) é um imigrante ilegal do Equador que ao chegar no Novo México consegue um trabalho ao lado de um veterano latino (Hemky Madera) para cavar um buraco no deserto. Não demora para eles perceberem que os contratantes são criminosos e que suas vidas estão em perigo. 

Esta produção com cara filme B acerta no ritmo da narrativa, nas sequências de violência e até no roteiro que mesmo tendo exageros, termina por amarrar bem a história. Destaque também para as locações no deserto do Novo México e as pequenas, porém importantes participações de rostos conhecidos como Thomas Jane, Luke Hemsworth e Nick Cassavetes.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

O Índice do Medo

 


O Índice do Medo (The Fear Index, Inglaterra, 2022) – Nota 6
Direção – David Caffrey
Elenco – Josh Hartnett, Arsher Ali, Leila Farzad, Grégory Montel, Aissa Maiga, Derek Siow.

Alex Hoffman (Josh Hartnett) é um cientista que ficou milionário utilizando sua inteligência para os investimentos. Tudo começa a desmoronar em um só dia, quando ele é atacado em casa por um estranho e ao mesmo tempo desconfia que alguém pode estar tentando destruir sua empresa. 

Esta minissérie em quatro capítulos, que aparentemente seria uma série, começa de forma intrigante. Os acontecimentos estranhos deixam o espectador em dúvida se existe uma conspiração, se o sócio (Arsher Ali) está tramando algo ou se o próprio protagonista é quem está enlouquecendo. 

O problema é que conforme a trama avança, algumas situações são deixadas de lado e o roteiro segue um caminho que beira a ficção, levando até um final que deixa várias portas em aberto. É uma pena, a série ou minissérie, tinha potencial para terminar de forma mais completa.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Entrevista com o Demônio

 


Entrevista com o Demônio (Late Night with the Devil, Austrália / EUA / Emirados Árabes Unidos, 2023) – Nota 7
Direção – Cameron Cairnes & Colin Cairnes
Elenco – David Dastmalchian, Laura Gordon, Ian Bliss, Fayssal Bazzi, Ingrid Torelli, Rhys Auteri, Georgina Haig, Josh Quang Tart.

Nova York, 1977. Jack Delroy (David Dastmalchian) é um apresentador de talk show que retorna ao programa após enfrentar problemas pessoais e uma queda de audiência. O programa é temático em homenagem ao Dia de Halloween, levando como convidados pessoas ligadas aos sobrenatural. Conforme o programa avança, a situações começam a sair do controle. 

Este criativo longa dirigido pelos irmãos australianos Cairnes acerta em cheia na recriação do clima de um talk show ao vivo dos anos setenta, inclusive detalhando os conflitos nos intervalos comerciais. Também fica claro o mundo de mentiras que é a tv, mesmo com o roteiro inserindo situações de terror que se casam perfeitamente com a proposta. 

O apresentador falso, o produtor canalha, o vidente picareta, o hipnotizador arrogante e uma garota possuída por um demônio são os personagens marcantes que ajudam a criar o estranho clima que leva a um final catártico.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Danificado & Armadilhas do Passado

 


Danificado (Damaged, EUA / Inglaterra, 2024) – Nota 5
Direção – Terry McDonough
Elenco – Samuel L. Jackson, Vincent Cassel, Gianni Capaldi, Kate Dickie, John Hannah, Laura Haddock.

Um serial killer começa a agir em Edimburgo na Escócia cometendo assassinatos semelhantes a vários casos ocorridos em Chicago anos atrás. Um policial americano (Samuel L Jackson) viaja para a Escócia com o objetivo de auxiliar a polícia local que tem como líder da investigação o detetive Boyd (Gianni Capaldi). 

Este thriller tem uma premissa com potencial, assassinatos com cara de ritual e um clima de suspense bem construído, porém com um roteiro sofrível. A reviravolta que entrega a identidade do assassino é totalmente clichê. Os quinze minutos finais parecem ter sido filmados com pressa, deixando ainda uma espécie de gancho que deixa tudo ainda pior.

Armadilhas do Passado (Breakwater, EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – James Rowe
Elenco – Dermot Mulroney, Darren Mann, Alyssa Goss, Sonja Sohn. JD Evermore, Mena Suvari, Ezra DuVall.

Após cumprir três anos de prisão de por um crime que não cometeu, Dovey (Darren Mann) ganha a liberdade e promete ao companheiro de cela Ray (Dermot Mulroney) que irá procurar a filha deste para saber se a garota está bem. É o início de uma história muito mais complexa do que uma simples tentativa de reencontro. 

Este longa apresenta algumas contradições curiosas. Ao mesmo tempo que as situações são resolvidas na base dos clichês e com furos claros no roteiro, por outro lado ele entrega duas reviravoltas bastante interessantes no desenrolar da trama. As locações abertas e narrativa com bom ritmo são pontos positivos, mas não chegam a salvar o filme das falhas citadas e das atuações ruins.

domingo, 16 de junho de 2024

LaRoy, Texas

 


LaRoy, Texas (LaRoy, Texas, EUA / França, 2023) – Nota 6,5
Direção – Shane Atkinson
Elenco – John Magaro, Steven Zahn, Dylan Baker, Matthew Del Negro, Megan Stevenson, Galadriel Stinenam, Brad Leland, Brannon Cross.

Um assassino profissional (Dylan Baker), um passivo marido traído (John Magaro), a esposa adúltera (Megan Stevenson), um detetive particular (Steve Zahn) e outros personagens se envolvem em uma chantagem que leva ao desaparecimento de uma mala de dinheiro. 

Este longa escrito e dirigido pelo estreante Shane Atkinson claramente busca inspiração no ótimo “Fargo”. A cidade pequena, os personagens peculiares e uma trama policial recheada de erros e desencontros com violência são detalhadas com pitadas de humor negro. 

É uma pena que todo este potencial tenha resultado no máximo em um filme mediano. Se Dylan Baker e Steve Zahn criam personagens interessantes, por outro lado o marido vivido por John Magaro é irritante de tão panaca, assim como a esposa de Megan Stevenson. 

Vale como curiosidade para quem gosta de filmes neste estilo.

sábado, 15 de junho de 2024

Dr. Morte

 


Dr. Morte (Mr. Death: The Rise and Fall of Fred A. Leuchter, Jr., EUA / Inglaterra, 1999) – Nota 7,5
Direção – Errol Morris
Documentário

Em meados dos anos oitenta, o engenheiro Fred A. Leuchter Jr. desenvolvia versões modernas da cadeira elétrica, da câmara de gás e de uma máquina de injeção letal para serem utilizadas em prisões de Estados Americanos que tinham em vigor a pena de morte para criminosos. 

O seu conhecimento o levou a ser convidado a participar como especialista no julgamento de um líder de grupo que acreditava que o Holocausto não existiu. O trabalho de Leuchter era analisar as câmaras de gás nos campos de concentração na Polônia. A conclusão do estudo transformou sua vida em um inferno. 

Este documentário dirigido pelo especialista Errol Morris vai além do tema absurdo da negação do Holocausto, para focar em um personagem complexo. A impressão sobre Leuchter é de um sujeito solitário e inapto para a convivência social que se baseou em uma pesquisa científica incorreta para ter um reconhecimento de seu trabalho, mas que ao invés disso teve sua vida destruída. 

É interessante também perceber que a terrível “cultura do cancelamento” que hoje ocorre diariamente pelas redes sociais, já existia em outros formatos atingindo pessoas que emitiam opiniões que um determinado grupo considerava ofensiva.

É claro que Leuchter defendeu algo completamente errado, mas também fica uma questão a analisar. Se alguém com péssimas ideias merece ser excluído da sociedade, mesmo não tendo atingindo ou prejudicado pessoa alguma. Finalizando, não existe informações se Leuchter ainda está vivo.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Agente Infiltrado

 


Agente Infiltrado (AKA, França, 2023) – Nota 7
Direção – Morgan S. Dalibert
Elenco – Alban Lenoir, Eric Cantona, Thibault de Montalembert, Sveva Alviti, Saidou Camara, Lucille Guillaume, Kevin Layne.

Adam Franco (Alban Lenoir) é um mercenário que trabalha para o governo francês. Após finalizar um serviço na África e voltar para Paris, ele recebe a missão de se infiltrar na quadrilha de Victor Pastore (Eric Cantona), que está escondendo um terrorista sudanês. 

Este longa segue o estilo dos filmes de ação de Hollywood, com o protagonista vivido por Alban Lenoir eliminando criminosos em uma série de sequências violentas e explosivas. Mesmo com uma surpresa no final que passa um pouco do ponto aceitável, o roteiro no geral é complexo e ao mesmo tempo razoável, inclusive explorando corrupção política. Para quem gosta de ação, este filme é uma boa opção.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Braddock, o Ajuste de Contas & O Homem do Presidente

 


Braddock: O Super Comando (Missing in Action, EUA, 1984) – Nota 6,5
Direção – Joseph Zito
Elenco – Chuck Norris, M. Emmet Walsh, James Hong, David Tress, Lenore Kasdorf.

Dez anos após ter escapado de um campo de prisioneiros no Vietnã, o coronel James Braddock (Chuck Norris) decide voltar ao país em uma missão para resgatar soldados americanos que foram abandonados pelo governo ao final da guerra. 

Esta sinopse explica praticamente tudo. É um filme produzido pela Cannon no rastro do sucesso de “Rambo: Programado para Matar” e com a curiosidade de explorar uma história muito parecida com “Rambo II: A Missão” que seria lançado no ano seguinte. É a clássica premissa dos filmes de ação dos anos oitenta do exército de um homem só enfrentando um batalhão de inimigos.

Braddock 2: O Início da Missão (Missing in Action 2: The Beginning, EUA, 1985) – Nota 6
Direção – Lance Hool
Elenco – Chuck Norris, Soon Tek Oh, Steven Williams, Professor Toru Tanaka.

Esta sequência que foi filmada logo em seguida ao sucesso do filme original é na verdade um prequel produzido em uma época em que sequer existia esse termo. A história volta para a Guerra do Vietnã no início dos anos setenta quando o coronel James Braddock (Chuck Norris) é capturado e levado para um campo de prisioneiros, até liderar uma fuga pela selva. As sequências de ação são no estilo raiz, com figurantes voando em explosões e muita porradaria ao estilo de Chuck Norris.

Braddock 3: O Resgate (Braddock: Missing in Action III, EUA, 1988) – Nota 5
Direção – Aaron Norris
Elenco – Chuck Norris, Aki Aleong, Roland Harrah III, Miki Kin.

Tentando levar uma vida normal, o coronel James Braddock (Chuck Norris) é surpreendido ao receber a informação de que sua esposa vietnamita que ela acreditava ter morrido na guerra, pode estar viva. Ele inicia uma nova missão em direção ao Vietnã para descobrir a verdade. 

Este terceiro longa foi filmado nas Filipinas quando a produtora Cannon já estava em crise financeira após diversos fracassos de bilheteria. Como Norris era contratado e tinha protagonizado os maiores sucessos da Cannon, eles tentaram reativar a franquia, mas fracassaram. O filme ainda tem bastante sequências de ação, porém mais fracas que os filmes anteriores, além de um roteiro reciclado.

O Ajuste de Contas (An Eye for an Eye, EUA, 1981) – Nota 6
Direção – Steve Carver
Elenco – Chuck Norris, Christopher Lee, Richard Roundtree, Mako, Maggie Cooper, Matt Clark, Rosalind Chao, Professor Toru Tanaka, Stuart Pankin, Terry Kiser.

Sean Kane (Chuck Norris) é um ex-policial de San Francisco que busca uma incessante vingança contra a Máfia Chinesa após seu ex-parceiro ser assassinado. Esqueça o roteiro repleto de clichês, um Chuck Norris sem barba e bigode e divirta-se com as diversas sequências de lutas, com destaque para o clímax contra o sinistro Professor Toru Tanaka. Para quem não conhece, este havaiano gigante de descendências japonesa foi um dos vilões marcantes em filmes como “The Running Man – O Sobrevivente” e “3 Ninjas”, sempre usando um estranho sapato plataforma.

O Homem do Presidente (The President's Man, EUA, 2000) – Nota 5
Direção – Eric Norris & Michael Preece
Elenco – Chuck Norris, Dylan Neal, Jennifer Tung, Soon Tek Oh, Ralph Waite, Stuart Whitman, Jonathan Nichols Navarro.

Joshua McCord (Chuck Norris) é um veterano agente do serviço secreto americano que após resgatar a Primeira-Dama que fora sequestrada por terroristas, fica encarregado de treinar um oficial (Dylan Neal) para ser seu sucessor. 

Esta produção para tv desperdiça o tema do sequestro que é resolvido rapidamente, para focar em sequências bobas de treinamento entre tutor durão e aluno rebelde, até voltar para a ação na parte final de uma forma bastante burocrática.

O Homem do Presidente II (The President's Man: A Line in the Sand, EUA, 2002) – Nota 4,5
Direção – Eric Norris
Elenco – Chuck Norris, Judson Mills, Jennifer Tung, Robert Urich, Roxanne Hart, Philip Casnoff

Nesta sequência, o agente do serviço secreto Joshua McCord (Chuck Norris) inicia a caçada a um terrorista que planeja detonar um artefato nuclear. Esta sequência também produzida para a tv é ainda mais fraca que o primeiro filme. 

Mesmo mostrando boa forma para as poucas cenas de ação aos sessenta e dois anos que tinha na época, Chuck Norris não consegue salvar o filme que sofre também por causa do roteiro genérico. Além disso, o seu parceiro que no filme anterior era interpretado por Dyan Neal, aqui é vivido pelo inexpressivo Judson Mills, que ajuda a piorar ainda mais.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Marmalade

 


Marmalade (Marmalade, Inglaterra, 2024) – Nota 6
Direção – Keir O’Donnell
Elenco – Joe Keery, Camila Morrone, Aldis Hodge, Hans Christopher, Ozioma Akagha, Wayne Duvall.

Baron (Joe Keery) é um jovem de uma cidade pequena que termina na prisão. Ele decide contar sua história de vida para o companheiro de cela Otis (Aldis Hodge), com o objetivo de conseguir ajuda para escapar do local e reencontrar sua amada Marmalade (Camila Morrone). 

Metade do filme é até um pouco cansativo ao mostrar em flashbacks como o ingênuo Baron teve sua vida virada de ponta cabeça ao encontrar a garota Marmalade, lembrando as histórias comuns de amor adolescente. 

O filme cresce na parte final quando o roteiro escrito pelo diretor Keir O’Donnell cria uma grande reviravolta. Mesmo com algumas coisas não se encaixando e com uma tentativa falha nas pitadas de humor, esta mudança de rumo leva a uma situação mais interessante do que o romance. É uma pena que faltou um roteiro melhor desenvolvido no geral.

terça-feira, 11 de junho de 2024

O Silêncio da Vingança

 

 
O Silêncio da Vingança (Silent Night, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – John Woo
Elenco – Joel Kinnamann, Catalina Sandino Moreno, Scott Mescudi, Harold Torres.

Na sequência inicial, um sujeito (Joel Kinnamann) persegue uma gangue pelas ruas de Los Angeles, toma dois tiros, sendo um na garganta. Ele consegue sobreviver, mas perde a capacidade de falar. Enquanto vamos entendendo o que aconteceu, ele planeja sua vingança. 

Nos anos oitenta em Hong Kong e nos noventa em Hollywood, o diretor John Woo foi um dos grandes nomes do cinema de ação. Nos últimos vinte anos ele retornou para Hong Kong, fez alguns longas interessantes, mas sem o mesmo sucesso. 

Nesta volta ao cinema americano, ele retoma o estilo com sequências em câmera lenta, melodrama e muita violência. Os pontos positivos são as sequências de ação e a escolha de utilizar pouquíssimos diálogos, já que o protagonista passa quase todo o filme sem falar nada. 

Por outro lado, a narrativa perde pelo menos uns quarenta minutos focando na recuperação e no sofrimento do protagonista. O roteiro também não é dos melhores. Basicamente é um filme para o cinéfilo que gosta de ação, sem se preocupar com falhas e exageros.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Hill: Amor pelo Jogo

 


Hill: Amor pelo Jogo (The Hill, EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Jeff Celentano
Elenco – Dennis Quaid, Colin Ford, Joelle Carter, Bonnie Bedelia, Scott Glenn, Siena Bjornerud, Ryan Dinning, Carin Worm, Randy Houser, Jesse Berry.

Quando criança, Rickey Hill (Colin Ford) enfrentou uma doença nos ossos que o impedia de jogar beisebol, porém sempre teve o sonho de se tornar um jogador profissional. Ele ainda precisava enfrentar o pai (Dennis Quaid), que era pastor e que tinha medo do que poderia acontecer com o filho no caso de uma contusão. 

Baseado em uma história real ocorrida entre os anos sessenta e setenta, este longa consegue superar a falta de carisma do protagonista vivido por Colin Ford, dos coadjuvantes desconhecidos, com exceção de Scott Glenn e Bonnie Bedelia, além é claro de ótimo Dennis Quaid e algumas situações que podem parecer inverossímeis, para entregar uma história repleta de mensagens positivas. 

A importância da família, a fé e a esperança como combustíveis para a ação na busca pelos sonhos e por fim a ideia de não desistir jamais. O filme tem ainda algumas boas sequências de beisebol e uma enorme sensibilidade na narrativa.

domingo, 9 de junho de 2024

Wormwood

 


Wormwood (Wormwood, EUA, 2017) – Nota 8
Direção – Errol Morris
Documentário
Elenco – Peter Sarsgaard, Christian Camargo, Molly Parker, Tim Blake Nelson, Scott Shepherd, Bob Babalan, Jimmi Simpson, Michael Chernus, John Doman.

Em 1953, o cientista Frank Olson morreu ao cair da janela de uma hotel em Nova York. Frank trabalhava em projetos secretos do governo americano envolvendo a CIA e o exército. 

A versão oficial considerava suicídio, porém em 1975, documentos sigilosos da CIA vieram à tona levando a família de Frank, principalmente seu filho mais velho Eric Olson a acreditar que a verdade sobre a morte do pai tinha sido acobertada. 

Esta história real é contada aqui em seis episódios pelo famoso documentarista Errol Morris, que utiliza duas narrativas paralelas repletas de idas e vindas. 

Uma narrativa tem formato de documentário em que uma longa entrevista com Eric Olson detalha aos poucos o caso, a forma como sua família foi manipulada e principalmente como sua própria vida foi dominada pela obsessão em descobrir a verdade sobre a morte do pai. 

Os fatos e a versão contada por Eric são encenadas pelo elenco encabeçado por Peter Sasgaard, que interpreta o atormentado Frank Olson. 

É uma destas histórias reais intrigantes em que a verdade total dificilmente será conhecida pelo público, mesmo com a obra deixando claro que algumas pessoas sabem exatamente o que aconteceu. 

Como informação, o Wormwood do título se refere a uma citação bíblica em que a palavra representa amargura ou sofrimento que uma pessoa carrega por toda a vida.

sábado, 8 de junho de 2024

Sangue e Ouro

 


Sangue e Ouro (Blood & Gold, Alemanha, 2023) – Nota 7
Direção – Peter Thorwarth
Elenco – Robert Maaser, Marie Hacke, Roy McCrerey, Jordis Triebel, Alexander Scheer.

Com a Segunda Guerra Mundial próxima ao final com a iminente derrota alemã, um grupo de soldados nazistas chega a um pequena vila em busca de uma suposta fortuna em ouro que pertencia a uma família. Um soldado desertor (Robert Maaser) é um obstáculo para os criminosos, assim como outros personagens que variam entre lutar pela sobrevivência e a ganância pelo ouro. 

Apesar de se passar durante a Segunda Guerra, o roteiro, a narrativa e a trilha sonora são claramente inspirados nos westerns. O estranho perseguido por criminosos, a pequena vila com personagens que precisam enfrentar a violência e a febre do ouro são elementos clássicos do gênero americano. 

Junte tudo isso a tiroteios e sequências de brigas criativas extremamente sangrentas que beiram uma sátira em alguns momentos, além do cinismo de como várias situações são resolvidas, resultando em uma obra divertida, apesar dos exageros.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

 


Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (Ghostbusters: Frozen Empire, EUA, 2024) – Nota 5,5
Direção – Gil Kenan
Elenco – Paul Rudd, Carrie Coon, Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Kumail Nanjiani, Dan Aykroyd, Bill Murray, Ernie Hudson, Annie Potts, William Atherton, Patton Oswalt, James Acaster, Celeste O’Connor, Logan Kim, Emily Alyn Lind.

Uma sequência de situações leva uma criatura fantasma que tem o poder de congelar tudo ao seu redor a ser libertada de um antigo artefato. A união entre os novos e velhos caçafantasmas é a única chance de salvar o mundo. 

O reboot de 2021 fez sucesso ao entregar uma história bem amarrada que explorava a nostalgia dos anos oitenta ao fazer uma ligação entre os novos e os velhos caçantasmas de uma forma divertida e sensível. 

A inevitável sequência chegou e com ela o desejo dos produtores em tentar agradar a todos. E como acontece normalmente neste tipo de escolha, o filme acabou desagradando a maioria. 

A premissa tinha potencial, porém desenrolar da trama é uma bagunça em que os muitos personagens parecem perdidos. Até a participação do sempre marcante Bill Murray é desperdiçada com algumas falas patéticas. 

Esse caminho de enfiar pautas ideológicas em histórias em que o público quer diversão, é outra bola fora. É uma pena estragar uma franquia que poderia ser diversão pura.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Desespero Profundo

 

Desespero Profundo (No Way Up, Inglaterra, 2024) – Nota 5
Direção – Claudio Fah
Elenco – Sophie Mcintosh, Colm Meaney, Phyllis Logan, Will Attenborough, Jeremias Amoore, Grace Nettle, Manuel Pacific, James Carroll Jordan.

Um avião que sai do Reino Unido em direção aos EUA sofre um acidente e cai no Oceano Pacífico. Alguns sobreviventes ficam presos em um bolsão de ar dentro do avião no fundo do mar à espera de um resgate. 

Este filme catástrofe bebe na fonte dos similares americanos misturando com as tramas de sobrevivência que foram exploradas algumas vezes nos últimos anos. Com exceção da competente sequência do acidente e as atuações do veteranos Colm Meaney e Phyllis Logam, pouca coisa se salva. 

As sequências de tensão com os tubarões não convencem e a sucessão de absurdos na meia-hora final obriga o espectador a desligar o cérebro para tentar se divertir. O restante do elenco também é muito fraco, assim como o final totalmente clichê.