segunda-feira, 30 de setembro de 2024

As 24 Horas de Le Mans

 


As 24 Horas de Le Mans (Le Mans, EUA, 1971) – Nota 5,5
Direção – Lee H. Katzin & John Sturges
Elenco – Steve McQueen, Siegfried Rauch, Elga Andersen, Ronald Leigh Hunt, Fred Haltiner.

A famosa corrida de 24 horas em Le Mans na França é palco para a disputa entre duas equipes. Uma tem como piloto principal o americano Michael Delaney (Steve McQueen), que carrega o trauma de violento acidente, enquanto a outra é liderada pelo alemão Eric Stahler (Siegfried Rauch). 

Este longa foi um dos poucos fracassos na carreira do astro Steve McQueen. O diretor original era o ótimo John Sturges, que havia trabalhado com McQueen nos clássicos “Sete Homens e um Destino” e “Fugindo do Inferno”, porém os dois entraram em conflito durante as filmagens. 

Sturges se afastou e a direção passou para o fraco Lee H. Katzin, que junto com McQueen decidiu seguir um estilo documental misturando sequências reais das corridas em Le Mans, com outras de batidas e acidentes. 

O problema é que fora isso, a história praticamente não existe, até mesmo o trauma que o protagonista carrega é desenvolvido de forma rasa. Hoje é um filme que vale apenas como curiosidade.

domingo, 29 de setembro de 2024

Terminal Sul - Luta Pela Liberdade

 


Terminal Sul – Luta Pela Liberdade (Terminal Sud, França / Argélia, 2021) – Nota 6
Direção – Rabah Ameur Zaimeche
Elenco – Ramzy Bedia, Amel Brahim Djelloul, Slimane Dazi, Salim Ameur Zaimeche.

Em um país não identificado, mas provavelmente a Argélia que foi colônia francesa, um médico (Ramzy Bedia) tenta se manter neutro em meio a violenta disputa entre um grupo paramilitar e a polícia corrupta, situação que resulta em sequestros e execuções de civis. 

Este drama com várias sequências de violência explora as consequências das atitudes de um governo corrupto e ditatorial em meio a grupos brigando pelo poder. A ideia é mostrar que se torna quase impossível não tomar um lado em uma situação como essa. Se tentar ficar neutro, pode se tornar alvo dos dois lados. 

É uma pena que a narrativa seja fragmentada com sequências que ao mesmo tempo que mostram a violência, também parecem aleatórias. Essa escolha deixa o filme irregular, junto com outras mais lentas como a do ritual no funeral. 

É um filme interessante, mas que poderia ter sido melhor desenvolvido.

sábado, 28 de setembro de 2024

Val

 


Val (Val, EUA, 2021) – Nota 7,5
Direção – Ting Poo & Leo Scott
Documentário

Desde a adolescência, ainda antes de se tornar ator, Val Kilmer filmou centenas de momentos de sua vida e posteriormente de sua carreira. Após enfrentar um terrível câncer e praticamente perder a voz, ele decidiu utilizar estas filmagens para contar sua vida neste sensível documentário. 

Visto pela mundo do cinema como um ator talentoso, detalhista e problemático, sua carreira teve altos e baixos com diversos conflitos, principalmente com diretores. 

O caso mais notório que o próprio Kilmer insere neste documentário é o da bizarra produção de “A Ilha do Dr. Moreau’, em que ele e Marlon Brando praticamente enlouqueceram o diretor Richard Stanley, que abandonou as filmagens e posteriormente tiraram do sério até mesmo o experiente John Frankenheimer, diretor de grandes sucessos que aqui não conseguiu colocar a casa em ordem. 

O documentário mostra muito do lado pessoal do ator, principalmente sua relação com os filhos. Ele mora ao lado da filha Mercedes e também é muito próximo de Jack Kilmer, que também é ator e narra o documentário utilizando um texto escrito pelo pai. 

É um documentário que vale ser visto para conhecer um pouco do astro fora das telas e como um destino cruel e inesperado mudou totalmente o rumo de sua vida.

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Haxan – A Feitiçaria Através dos Tempos

 


Haxan – A Feitiçaria Através dos Tempos (Haxan, Suécia / Dinamarca, 1922) – Nota 7,5
Direção – Benjamin Christensen
Documentário

Escrito e dirigido pelo sueco Benjamin Christensen há mais de cem anos, este documentário detalha a evolução das crenças na feitiçaria desde os primórdios da civilização até o tratamento da histeria no final do século XIX e inicio do XX. 

Na primeira parte o diretor utiliza desenhos antigos que simbolizam os demônios e o inferno, que eram associados a males e doenças. Nos capítulos seguintes são encenações mostrando situações que eram consideradas bruxarias em épocas diferentes. 

O conteúdo gráfico explícito para a época levou o documentário a ser proibido nos EUA, tendo sido restaurado anos depois e se transformando em um cult histórico.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Inferno na Ilha

 


Inferno na Ilha (Kongen av Bastoy, Noruega / França / Suécia / Polônia, 2010) – Nota 7,5
Direção – Marius Holst
Elenco – Benjamin Helstad, Trond Nilssen, Stellan Skargard, Kristoffer Joner, Magnus Langlet.

Noruega, 1915. Uma ilha é utilizada como reformatório para jovens considerados problemáticos. Comandados com mão de ferro pelo diretor (Stellan Skargard), a situação começa a sair do controle quando o adolescente rebelde Earling (Benjamin Helstad) passa a questionar os maus tratos sofridos pelos garotos. 

Este longa é baseado em uma história real sobre um local que funcionou como reformatório por quase cinquenta anos. Os duros castigos, as ordens baseadas no terror, funcionários violentos e o clima gelado transformavam o local em um inferno. 

O grande acerto do roteiro é criar uma tensão crescente que se torna insustentável após uma determinada situação. Destaque para as atuações dos garotos, do sempre competente Stellan Skarsgard e do hoje astro norueguês Kristoffer Joner que interpreta um funcionário sádico.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Um Cara Muito Baratinado & O Substituto

 

Um Cara Muito Baratinado (My Favorite Year, EUA, 1982) - Nota 7
Direção – Richard Benjamin
Elenco – Peter O’Toole, Mark Lynn Baker, Jessica Harper, Lou Jacobi, Cameron Mitchell, Joseph Bologna, Lainie Kazan, Anne DeSalvo, George Wyner.

Em 1954, a televisão ainda era uma novidade e os programas eram ao vivo. Neste contexto, o ator decadente e alcoólatra Alan Swann (Peter O’Toole) é apoiado por um jovem roteirista de comédias (Mark Lynn Baker) para tentar se manter sóbrio em alguns momentos para não estragar o programa para qual foi contratado. 

Este esquecido longa tem uma história que vai além da comédia e que rendeu uma das oito indicações ao Oscar do astro irlandês Peter O’Toole, que jamais venceu por sinal, recebendo somente um prêmio pela carreira em 2003. 

O filme intercala sequências patéticas com o protagonista bêbado, com outras dramáticas como a que ele não consegue encarar a filha com quem não conversa há anos. 

Além de O’Toole, vale destacar a atuação de Mark Lynn Baker em de seus poucos papéis no cinema antes de ficar conhecido pela sitcom “Perfect Strangers”, batizada por aqui como “Primo Cruzado”.

O Substituto (The Stunt Man, EUA, 1980) – Nota 7
Direção – Richard Rush
Elenco – Peter O’Toole, Steve Railsback, Barbara Carrera, Allen Garfield, Alex Rocco, Sharon Farrell.

Cameron (Steve Railsback) é um veterano do Vietnã procurado pela polícia que termina causando a morte de um dublê. O diretor do filme que estava sendo rodado (Peter O’Toole) sabe do ocorrido, mas aceita não contar para os policiais e ainda contrata Cameron para substituir a vítima. O que Cameron não esperava é que o diretor criaria sequências cada vez mais perigosas para ele atuar como dublê. 

O diretor Richard Rush lutou por quase uma década para conseguir filmar a história e depois ainda esperou dois anos para o longa ser lançado nos cinemas. Histórias sobre veteranos do Vietnã nos anos setenta ainda eram vistas com receio pelos estúdios, algo que foi mudando aos poucos até a explosão com dezenas de filmes sobre o tema nos anos oitenta.

O destaque deste longa fica para a complexa relação de poder entre o diretor autoritário e o criminoso dublê que precisa aceitar as situações para não ser preso. A ótima atuação de Peter O’Toole rendeu aqui mais uma indicação ao Oscar.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Rebelião em Alto Mar

 


Rebelião em Alto Mar (The Bounty, Inglaterra / EUA / Nova Zelândia, 1984) – Nota 7
Direção – Roger Donaldson
Elenco – Mel Gibson, Anthony Hopkins, Laurence Olivier, Daniel Day Lewis, Edward Fox, Liam Neeson, Bernard Hill, Phil Davies, Dexter Fletcher.

No século XIX, o navio inglês Bounty viaja até o Taiti com o objetivo de buscar plantas e especiarias. Durante a jornada, o tenente William Bligh (Anthony Hopkins) se mostra um oficial cruel, que exige uma disciplina rígida e cria punições cada vez mais severas para os marinheiros. Conforme a tensão aumenta, Fletcher Christian (Mel Gibson), que é o terceiro em comando inicia um motim que poderá resultar na pena de morte ao voltar para a Inglaterra. 

A mesma história foi filmada com o título “O Grande Motim” em 1935 com Clark Gable e Charles Laughton e em 1962 com Marlon Brando e Trevor Howard. Esta versão tem o mesmo nível das anteriores, porém com o plus do sensacional elenco de astros britânicos. Além Hopkins e do australiano Mel Gibson, temos o então veteraníssimo Laurence Olivier e nomes em ascensão na época como Daniel Day Lewis, Liam Neeson e Edward Fox, além de um adolescente Dexter Fletcher, que hoje é diretor.

domingo, 22 de setembro de 2024

Os Provocadores

 


Os Provocadores (The Instigators, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Doug Liman
Elenco – Matt Damon, Casey Affleck, Hong Chau, Michael Stuhlbarg, Alfred Molina, Ron Perlman, Toby Jones, Jack Harlow, André De Shields, Ronnie Cho.

Rory (Matt Damon) é um soldado veterano que precisa de dinheiro para pagar uma dívida com o filho e a ex-esposa. Cobby (Casey Affleck) é um ex-presidiário sem perspectivas na vida. Eles aceitam participar de um assalto que termina mal e os colocam como alvos de outros criminosos. 

Este divertido longa de ação comandado por Doug Liman segue a linha das obras do diretor. São sequências de ação com pitadas de comédia, diálogos cínicos, muitos deles com o personagem de Casey Affleck e um ótimo elenco de coadjuvantes como Hong Chau, Ron Perlman e Alfred Molina. 

É o tipo de diversão descompromissada que agradará quem curte o gênero.

sábado, 21 de setembro de 2024

Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice Bettlejuice

 


Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice (Beetlejuice Beetlejuice, EUA / França, 2014) – Nota 7,5
Direção – Tim Burton
Elenco – Michael Keaton, Winona Ryder, Catherine O’Hara, Jenna Ortega, Justin Theroux, Willem Dafoe, Monica Bellucci, Arthur Conti, Burn Gorman, Danny DeVito, Santiago Cabrera, Sami Slimane.

A sensitiva Lydia Deetz (Winona Ryder) é apresentadora de um programa de terror na tv. Quando ela começa a ver novamente o fantasma Beetlejuice (Michael Keaton) e em paralelo sua filha Astrid (Jenna Ortega) se deixa levar por uma situação. Lydia e sua mãe Delia (Caherine O’Hara) voltam para a antiga casa que viveram anos atrás em busca de respostas. 

Mesmo sendo inferior, esta sequência do clássico de 1988 é divertida, muito pelos personagens carismáticos, a habitual produção caprichada dos filmes de Tim Burton e as sequências de sangue que são mais engraçadas do que violentas. 

Destaque para os novos personagens dos fantasmas de Willem Dafoe e Monica Bellucci e para a pequena participação de Danny DeVito no início do filme. Por outro lado, a personagem de Jenna Ortega como a adolescente irritante é o ponto negativo, ligando sua participação a pitadas de ideologia que nada tem a ver com o trama principal com o objetivo de agradar a um público específico. 

No final, quem vai ser divertir mesmo são os fãs do original

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

As Minas do Rei Salomão & Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido

 


As Minas do Rei Salomão (King Solomon’s Mines, EUA, 1985) – Nota 7
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Richard Chamberlaind, Sharon Stone, Herbert Lom, John Rhys Davies.

A jovem Jesse (Sharon Stone) viaja para África à procura de seu pai que desapareceu em uma expedição que buscava encontrar as lendárias Minas do Rei Salomão. Para ajudá-la na busca, Jesse contrata o aventureiro cínico Allan Quatermain (Richard Chamberlain). 

Durante a jornada a dupla terá de enfrentar tribos selvagens, perigos naturais e o vilão Coronel Blockner (Herbert Lom), que também deseja encontrar as minas e a possível fortuna escondida. 

Esta aventura baseada em história de H. Ridder Haggard produzida pela Cannon de Menahem Golan e Yoram Globus segue o estilo dos longas do gênero dos anos oitenta que tentavam surfar no sucessos dos filmes de “Indiana Jones”. Mesmo com menos dinheiro, o filme é divertido, tem um ritmo agitado e sequências de ação criativas. 

A química entre o então astro Richard Chamberlaind e a novata Sharon Stone também funciona. Os críticos não gostaram, mas o público aprovou e a Cannon filmou uma sequência quase de forma simultânea.

Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido (Allan Quatermain and the Lost City of Gold, EUA, 1986) – Nota 6,5
Direção – Gary Nelson
Elenco – Richard Chamberlain, Sharon Stone, James Earl Jones, Henry Silva, Robert Donner, Cassandra Peterson. 

Após encontrar uma pista do possível paradeiro de seu irmão que desapareceu na África procurando uma cidade de ouro, Allan Quatermain (Richard Chamberlaind) e sua parceira Jesse (Sharon Stone) voltam ao continente e iniciam uma nova aventura. 

Esta sequência do longa produzido no ano anterior também é baseada em história de H. Ridder Haggard com um roteiro muito parecido. Novamente são sequências de ação criativas, tribos selvagens, ameaças naturais e um vilão assustador (Henry Silva) no encalço dos protagonistas. 

O filme tem falhas e algumas sequências exagerada, mas agradará quem busca uma diversão agitada ao estilo dos anos oitenta.

As Minas do Rei Salomão (King Solomon’s Mines, EUA, 1950) – Nota 7,5
Direção – Compton Bennett & Andrew Marton
Elenco – Stewart Granger, Deborah Kerr, Richard Carlson, Hugo Haas, Lowell Gilmore.

Elizabeth (Deborah Kerr) viaja para a África com seu irmão John (Richard Carlson) para tentar encontra seu marido que desapareceu na busca pelas lendários Minas do Rei do Salomão. Eles contratam o aventureiro Allan Quatermain (Stewart Granger) para ser o guia, enquanto em paralelo um mercenário (Hugo Haas) também deseja encontrar as minas. 

Esta divertida aventura baseada em um livro de H. Rider Haggard, segue o estilo dos filmes curtos dos anos quarenta que eram exibidos nos cinemas antes do longa principal. Este estilo de aventura na selva misturando animais, perigos naturais, armadilhas e vilões é copiado até hoje.

As Minas do Rei Salomão (King Solomon’s Mines, EUA, 2004) – Nota 6
Direção – Steve Boyum
Elenco – Patrick Swayze, Alison Doody, Roy Marsden, John Standing, Gavin Hood, Sidede Onyulo, Ian Roberts. 

O aventureiro Allan Quatermain (Patrick Swayze) é contratado pela bela Elizabeth Maitland (Alison Doody) para descobrir o paradeiro do pai desta que sumiu quando estava numa expedição á procura das lendárias Minas do Rei Salomão. Ao mesmo tempo, um ex-parceiro de Allan, Bruce McNabb (Gavin Hood) prepara outra expedição para tentar localizar as minas e se apoderar das riquezas. 

Esta minissérie é mais uma versão da história que já foi contada com mais talento e ação na década de cinquenta com o canastrão Stewart Granger e nos anos oitenta com o galã Richard Chamberlaind. 

A produção peca pelo ritmo lento e os fracos coadjuvantes, melhorando um pouco apenas na parte final. Patrick Swayze dá conta do recado, mas não é o suficiente para tornar o resultado num bom espetáculo. 

Como curiosidade, a bela Alison Doody foi o par de Harrison Ford em “Indiana Jones e a Última Cruzada”, mas depois pouco fez no cinema

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Operação Napoleão

 


Operação Napoleão (Operation Napoleon, Islândia / Alemanha, 2023) – Nota 6
Direção – Oskar Thor Axelsson
Elenco – Vivian Olafsdottir, Jack Fox, Olafur Darri Olafsson, Iain Glen, Wotan Wilke Mohring, Atli Oskar Fjalarsson, Adesuwa Oni.

Nos dias atuais, três jovens encontram um avião nazista enterrado nas montanhas geladas da Islândia. A descoberta é dividida com a irmã de uma dos jovens, que termina jogada em meio a uma trama de conspiração que remete a Segunda Guerra Mundial. 

A premissa deste agitado longa lembra as aventuras dos anos oitenta e noventa, em que o foco são as sequências de ação e suspense, sem grandes preocupações com os furos no roteiro, que por sinal são vários. O filme ganha pontos por estas boas sequências e as locações na Islândia. O roteiro ainda deixa um gancho para quem sabe uma continuação.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

The Sweet East

 

The Sweet East (The Sweet East, EUA, 2023) – Nota 5
Direção – Sean Prince Williams
Elenco – Talia Ryder, Simon Rex, Earl Cave, Jack Irv.

Lilian (Talia Ryder) é uma garota de uma cidade pequena que viaja com os colegas de colégio em uma excursão para a capital Washington. Um determinado fato a leva a se desgarrar do grupo e iniciar uma saga por cidades cruzando o caminho de diversas pessoas, que de uma forma ou outra se encantam por sua beleza e aparente ingenuidade, o que por sinal ela aproveita para conseguir o que quiser. 

Este drama independente é aquele típico longa que tenta ser moderno e sem pudor, porém resulta em uma obra cansativa e vazia. Os personagens que surgem na vida da protagonista são estereótipos, como o grupo de jovens ativistas, o intelectual chato, os cineastas, entre outros. 

A própria protagonista apesar de ser muito bonita, não tem carisma algum. Sua interpretação é de uma adolescente falsa e oportunista, que em momento algum consegue se conectar com o espectador.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

A Batalha Bilionária: O Caso Google Earth

 


Batalha Bilionária: O Caso Google Earth (The Billion Dollar Code, Alemanha, 2021) – Nota 8
Direção – Robert Thalheim
Elenco – Mark Waschke, Misel Maticevic, Leonard Scheicher, Marius Arendt, Lavinia Wilson, Seumas Sargent, Lukas Loughran.

Em 1993, o destino faz o jovem estudante de artes Carsten Schluter (Leonard Scheicher) e o hacker Juri Muller (Maris Arendt) cruzarem seus caminhos e terem a ideia de desenvolver um programa para as pessoas poderem ver o mundo através do computador. 

A ideia se transforma em um projeto chamado “Terra Vision”, que a dupla apresenta em vários países e que chama a atenção de um famoso programador do Vale do Silício na Califórnia. Dez anos depois, o Google lança o “Google Earth”, com funcionamento idêntico ao programa dos alemães, que descobrem terem sido enganados. 

Esta minissérie alemã em quatro episódios detalha uma história real através de personagens fictícios e situações dramatizadas. O projeto da minissérie surgiu de uma conversa informal entre o diretor Robert Thalheim e seu então vizinho Joachim Sauter, um conhecido artista alemão que contou sua história da criação do “Terra Vision” com três parceiros e a forma como o projeto foi copiado levando a um processo judicial praticamente desconhecido pelo público.

Para evitar problemas legais, os quatro sócios foram transformados em dois personagens fictícios, assim como o vilão da história também teve seu nome trocado. Vale citar que a transcrição do julgamento real foi utilizada para as sequências na corte do episódio final. 

A série é muito interessante, tanto como drama jurídico, quanto para quem gosta de tecnologia e deseja entender um pouco como esta área funcionava e era vista pelas pessoas comuns nos anos noventa, nos primórdios da internet.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Assassinos de Aluguel

 


Assassinos de Aluguel (The Liability, Inglaterra, 2012) – Nota 6,5
Direção – Craig Viveiros
Elenco – Tim Roth, Jack O’Connell, Peter Mullan, Talulah Riley, Kierston Wareing.

Adam (Jack O’Connell) é um jovem irresponsável que recebe uma missão de seu padrasto criminoso (Peter Mullan). Ele terá de dirigir um carro levando um assassino de aluguel (Tim Roth) que precisa realizar um “serviço”. Algumas surpresas não muito agradáveis esperam por Adam. 

Este interessante longa policial explora a clássica premissa da relação entre um assassino e um jovem aprendiz, porém com pitadas de humor negro e um roteiro previsível. O destaque fica para o trio principal, com Tim Roth interpretando um sujeito de poucas palavras, Jack O’Connell o jovem que fala e age sem pensar e o sempre marcante Peter Mullan vivendo um sujeito tão violento quanto o assassino. 

É um filme que prende a atenção, mesmo com as falhas e alguns exageros.

domingo, 15 de setembro de 2024

A Justiça da Máfia & No Cumprimento do Dever

 


A Justiça da Máfia (Dead and Alive: The Race for Gus Farace ou In The Line of Dutty: Moby Justice, EUA, 1991) – Nota 6
Direção – Peter Markle
Elenco – Tony Danza, Ted Levine, Dan Lauria, Frank Vincent, Joe Lisi, James Rebhorn, Nicholas Turturro, Caroline Aaron, Leonardo Cimino, Sam Coppola, Wendy Malkena, Samuel L. Jackson, Kevin Corrigan, Steven Marcus.

Gus (Tony Danza) é um pequeno mafioso que durante um negócio de drogas termina assassinando um policial disfarçado. Ele busca ajuda com companheiros do crime para se esconder da polícia, que por seu lado pressiona mafiosos da quadrilha de Zanni (Frank Vincent). 

Este longa produzido para a tv faz parte de uma série de filmes policiais denominados “In The Line of Duty”. São filmes baseados ou inspirados em histórias reais sobre crimes, normalmente com confrontos entre policiais e bandidos. 

Este tem uma história clássica de caça a um assassino de policial focando em uma investigação complexa, tendo ainda como destaque o elenco recheado de atores conhecidos dos anos noventa, inclusive com um quase desconhecido na época Samuel L. Jackson.

No Cumprimento do Dever (In the Line of Duty: A Cop for the Killing, EUA, 1990) – Nota 6
Direção – Dick Lowry
Elenco – James Farentino, Steven Weber, Susan Walters, Harold Sylvester, Dan Lauria, Jane Daly, Clyde Kusatsu, Tony Plana, Charls Haid, Paul Sanchez, JoAnn Willette.

Um esquadrão de policiais que trabalham disfarçados são surpreendidos durante uma ação e um dos detetives termina morto. O fato causa uma crise entre os integrantes, que ao mesmo tempo desejam chegar aos mandantes do crime. 

Este longa tem trinta minutos iniciais muito bons, até a citada sequência de ação. O filme perde a força conforme a trama se volta para o drama focando nos traumas, principalmente da dupla de protagonistas James Farentino e Steven Weber. 

O resultado é um filme mediano, indicado apenas para quem gosta de longas policiais, independente do orçamento.

sábado, 14 de setembro de 2024

Jogo da Morte

 


Jogo da Morte (Game of Death, Hong Kong, EUA, 1978) – Nota 6
Direção – Robert Clouse
Elenco – Bruce Lee, Gig Young, Hugh O’Brian, Colleen Camp, Dean Jagger, Chuck Norris, Kareem Abdul Jabbar, Sammo Hung.

A trama sobre o ator que é lutador de artes marciais (Bruce Lee) e de sua namorada que é cantora (Collen Camp) que são pressionados por um sindicato do crime ficou em segundo plano em relação a vida real. 

Este longa estava sendo filmado em 1973 quando o astro Bruce Lee faleceu. O filme foi finalizado somente em 1978 quando os produtores e o diretor Robert Clouse utilizaram cenas de arquivo e também dublês em novas sequências, além da inserir a filmagem do funeral verdadeiro do astro. 

Tudo isso resultou em filme bastante irregular, onde os destaques ficam para as lutas, principalmente em duas sequências. A de Lee enfrentando um ainda jovem Chuck Norris e outra contra o então astro da NBA Kareem Abdul Jabbar. O filme ainda tem uma pequena participação do futuro astro Sammo Hung.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Uma Lição Para Não Esquecer

 


Uma Lição Para Não Esquecer (Sometimes a Great Notion, EUA, 1971) – Nota 6,5
Direção – Paul Newman
Elenco – Paul Newman, Henry Fonda, Lee Remick, Michael Sarrazin, Richard Jaeckel, Linda Lawson.

Uma família que vive no Oregon e trabalha com a venda de madeira se vê pressionada por moradores da pequena cidade por conta de uma greve comandada por um sindicato que eles não aceitam aderir. Além de enfrentar a complicada situação, eles precisam encarar seus próprios problemas familiares.

Este curioso drama dirigido e protagonizado pelo astro Paul Newman lembra uma peça de teatro nas discussões dramáticas, intercalando com sequências da vida dura dos madeireiros. O problema é que a narrativa é irregular, algo comum em muitos filmes da época que se passavam no interior americano. 

Mesmo assim, o longa tem personagens interessantes como o patriarca centralizador de Henry Fonda e o irmão mais jovem rebelde vivido por Michael Sarrazin, além da esposa do personagem de Paul Newman interpretada por Lee Remick, que aos poucos entende que sua vida pode ser diferente.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Carlos Ghosn: O Último Voo

 


Carlos Ghosn: O Último Voo (Carlos Ghosn: The Last Flight, Líbano / França / Arábia Saudita / Inglaterra, 2021) – Nota 7
Direção – Nick Green
Documentário

Em dezembro de 2019, o executivo Carlos Ghosn era ao mesmo tempo presidente da Renault francesa e CEO da Nissan japonesa. Ao chegar no aeroporto de Tóquio, algo que já havia feito um número enorme de vezes durante muitos anos, Ghosn é detido pela polícia japonesa e levado para a prisão por conta de uma acusação de crime financeiro. 

Este documentário detalha o caso judicial que até hoje se mostra extremamente nebuloso e também a fuga cinematográfica do executivo, que conseguiu sair do país antes de ser julgado. 

Como o promotor responsável pelo caso não aceitou dar entrevista para explicar os detalhes da acusação, o documentário pende para o lado de Ghosn, que por mais que demonstre defeitos, em momento algum fica clara a sua culpa. 

Basicamente a acusação foca na sonegação de impostos com a falta de declaração de rendimentos, que por outro lado o executivo alega que jamais recebeu os valores que o governo japonês diz ter sido sonegado. Ghosn diz que estes valores seriam pagos somente na sua aposentadoria, algo que sequer chegou a acontecer. 

Uma tese sobre o porquê da acusação aponta para uma determinada atitude do governo francês que causou uma retaliação da Nissan. 

Vale citar que Ghosn é brasileiro de nascimento, porém foi criado no Líbano, local onde vive hoje para não ser extraditado para o Japão.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Annapolis

 


Annapolis (Annapolis, EUA, 2006) – Nota 6
Direção – Justin Lin
Elenco – James Franco, Tyrese Gibson, Jordana Brewster, Donni Wahlberg, Jim Parrack, Brian Goodman, Bicellous Shannon, Roger Fan, Chi McBride, Charles Napier.

Jake (James Franco) trabalha em um estaleiro, mas sonha em entrar na Academia Naval. Ao ser aceito ele terá de provar que tem a disciplina necessária para se formar, além de se arriscar em um torneio de boxe. 

Este longa é uma versão leve e quase adolescente do clássico “A Força do Destino”.O trio Richard Gere, Debra Winger e Louis Gossett Jr. aqui é substituído sem o mesmo talento por James Franco, Jordana Brewster e Tyrese Gibson. 

As sequências de lutas de boxe são bem filmadas, assim como as do treinamento e dos castigos, porém a trama é totalmente previsível e repleta de clichês. 

Como curiosidade, o diretor Justin Li, o ator Tyrese Gibsons e a atriz Jordana Brewster voltaram a trabalhar juntos na franquia “Velozes e Furiosos”.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Holy Motors

 


Holy Motors (Holy Motors, França / Alemanha / Bélgica, 2012) – Nota 5,5
Direção – Leos Carax
Elenco – Denis Lavant, Edith Scob, Eva Mendes, Kylie Minogue, Michel Piccoli, Elise Lhomeau.

Um executivo chamado Oscar (Denis Lavant) sai de sua enorme casa nos arredores de Paris em uma limusine e com seguranças fazendo a escolta em outro automóvel. 

Durante um dia inteiro a limusine estaciona em vários locais da cidade para Oscar se transformar com roupas, perucas e trejeitos em diversos personagens como um artista performático, um assassino e uma senhora que pede esmola na rua. 

Este é com certeza um dos filmes com a história mais estranha que eu já assisti, ou melhor, sem uma trama específica. O roteiro parece uma colagem de esquetes que em momento algum se encaixam. Talvez a ideia do diretor tenha sido mostrar Paris como uma cidade em que se encontram todos os tipos de pessoas. 

Além da bizarrice da história e das sequências aleatórias, o destaque fica para a interpretação de Denis Lavant, que se transforma em diversos personagens com extrema competência.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O Golpe de John Anderson, Até os Deuses Erram & O Homem com a Lente Mortal

 


O Golpe de John Anderson (The Anderson Tapes, EUA, 1971) – Nota 7
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Sean Connery, Dyan Cannon, Martin Balsam, Christopher Walken, Ralph Meeker, Alan King, Dick Anthony Williams, Val Avery.

Duke Anderson (Sean Connery) é libertado da prisão após cumprir uma pena de dez anos. Ao invés de mudar de vida, ele decide voltar ao crime planejando o roubo de um cofre em um apartamento de luxo em Manhattan. 

Mesmo sendo um filme pouco lembrado na carreira do grande Sidney Lumet, esta obra é bastante interessante ao colocar em pauta o tema da vigilância com câmeras de segurança em uma época que isso ainda era incomum. 

A forma como o crime é planejado segue a linha que se tornou clássica no gênero. Além de Sean Connery como a mente por trás da ação, destaque para um jovem Christopher Walken interpretando o especialista em abrir cofres.

Até os Deuses Erram (The Offence, Inglaterra / EUA, 1973) – Nota 7,5
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Sean Connery, Trevor Howard, Vivien Merchant, Ian Bannen.

Johnson (Sean Connery) é um veterano detetive britânico atormentado pelos diversos crimes violentos que investigou durante a carreira. Isso abalou seu casamento e sua relação com colegas e chefia. Tudo piora quando ele precisa interrogar um suspeito de molestar crianças (Ian Bannen). 

Este filme do grande Sidney Lumet é uma obra pesada baseada em uma peça de teatro. O foco principal é o inferno mental enfrentado pelo protagonista, que chega em um ponto em que não consegue lidar com seu ódio. Os tensos diálogos no interrogatório entre Connery e o também ótimo Ian Bannen são o ponto alto.

O Homem com a Lente Mortal (Wrong Is Right, EUA, 1982) – Nota 6
Direção – Richard Brooks
Elenco – Sean Connery, George Grizzard, Katharine Ross, Robert Conrad, G. D. Spradlin, John Saxon, Henry Silva, Leslie Nielsen, Robert Webber, Hardy Kruger, Dean Stockwell, Jennifer Jason Leigh.

Duas armas nucleares portáteis são roubadas e vendidas a um grupo terrorista. O jornalista de tv Patrick Hale (Sean Connery) que decide investigar o caso para fazer uma grande matéria termina cruzando o caminho de personagens perigosos e de uma possível conspiração envolvendo inclusive o governo americano. 

Famoso por clássicos como “Os Profissionais” e “A Sangue Frio”, o diretor Richard Brooks explora neste que foi seu penúltimo trabalho uma trama política em formato de sátira, com pitadas de comédia que fazem o filme perder bastante do interesse do espectador. É uma pena, pois os temas do terrorismo e das armações políticas continuam extremamente atuais.

domingo, 8 de setembro de 2024

Uma Lugar Silencioso: Dia Um

 


Um Lugar Silencioso: Dia Um (A Quiet Place: Day One, EUA / Inglaterra / Canadá, 2024) – Nota 5,5
Direção – Michael Sarnoski
Elenco – Lupita Nyong’o, Joseph Quinn, Alex Wolff, Djimon Hounsou.

Este terceiro longa da franquia é na verdade um prequel que se passa no dia em os monstros alienígenas chegaram na Terra e iniciaram seus ataques. 

A ideia seria interessante se o foco do roteiro fosse se aprofundar em detalhar a invasão, o que é deixado de lado em prol de uma trama dramática piegas com uma protagonista à beira da morte (Lupita Nyong’o) que busca realizar um objetivo ingênuo e um co-protagonista medroso (Joseph Quinn).

Outros personagens que poderiam ser interessantes como o de Djimon Hounsou é esquecido no meio da história. As sequências de ação são apenas corretas e nada mais. É uma pena que o potencial da franquia tenha sido desperdiçado aqui.

sábado, 7 de setembro de 2024

End of the Century

 

End of the Century (End of the Century, EUA, 2003) – Nota 8
Direção – Jim Fields & Michael Gramaglia
Documentário

A banda de punk rock Ramones surgiu em 1974 com quatro jovens outsiders de Forest Hills em Nova York. Os Ramones criaram um estilo cru que muitos dizem ter somente três acordes e que foi copiado por dezenas de bandas, influenciando ainda o Movimento Punk na Inglaterra. 

Este documentário detalha a trajetória da banda que se separou em 1995 após vinte e um anos tocando juntos. Os depoimentos deixam claro as diferenças de ideias, os problemas e o péssimo clima entre os intrigantes, que durante muitos anos ficaram juntos mesmo assim. 

É interessante citar que os Ramones apesar de famosos jamais foram campeões de vendas de discos nos EUA e sempre tocavam em locais pequenos, bem diferente do enorme sucesso em outros países, como na América do Sul. 

Os quatro integrantes originais já faleceram, inclusive quando este documentário foi produzido, o vocalista Joey Ramone tinha sido o primeiro a falecer. Existe o projeto para um filme sobre a banda com Pete Davidson como protagonista que deverá ser filmado em breve.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

À Procura da Verdade & Olá, Mamãe!

 


À Procura da Verdade (In Search of America, EUA, 1971) – Nota 5
Direção – Paul Bogart
Elenco – Carl Betz, Vera Miles, Jeff Bridges, Ruth McDevitt, Kim Hunter, Sal Mineo, Michael Anderson Jr., Tyne Daly, Glynn Thurman.

O jovem de classe média Mike (Jeff Bridges) decide abandonar a universidade convencendo seus pais (Carl Betz e Vera Miles) e sua avó (Ruth McDevitt) a acompanhá-lo em uma viagem pelos EUA. Em um velho ônibus transformado trailer, eles iniciam a jornada até chegarem a uma comunidade hippie. 

Este longa produzido para a tv foca no contraste entre a vida de uma família comum com as escolhas de liberdade do movimento hippie. O grande problema é que narrativa além de ser irregular também envelheceu bastante. Os diálogos sobre diferenças chegam a ser ingênuos, assim como os dramas que não convencem. A curiosidade é a presença de um jovem Jeff Bridges como o protagonista em busca de um sentido na vida.

Olá, Mamãe! (Hi, Mom, EUA, 1970) – Nota 5
Direção – Brian De Palma
Elenco – Robert De Niro, Allen Garfield, Lara Parker, Charles Durning, Gerrit Graham, Paul Bartel.

John (Robert De Niro) é um veterano do Vietnã que tem o hábito de fotografar os vizinhos pela janela do seu apartamento e também filmar pessoas em situações bizarras e sexuais para tentar lucrar, porém termina participando de um grupo teatral de protesto. 

Este longa dirigido e protagonizado pelos então desconhecidos Brian De Palma e Robert De Niro tem os defeitos de muitos filmes produzidos na época. Influenciados pela liberdade sexual e a contracultura, vários diretores apostavam em produções independentes buscando algo diferente do que era produzido em Hollywood. O problema é que a maioria destes filmes eram quase experimentais, com personagens marginais e situações bizarras criadas para chocar. Visto hoje, fica claro que o filme envelheceu muito mal. 

Vale citar que Robert De Niro já mostrava talento para personagens fortes, enquanto o criativo Brian De Palma entrega como melhor sequência a do início do filme que é um a homenagem a “Janela Indiscreta” de Hitchcock.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

A Última Missão

 


A Última Missão (The Last Detail, EUA, 1973) – Nota 7,5
Direção – Hal Ashby
Elenco – Jack Nicholson, Rnady Quaid, Otis Young, Clifton James, Carol Kane, Michael Moriarty, Nancy Allen.

Dois oficiais da marinha (Jack Nicholson e Otis Young) recebem a missão de transportar um jovem marinheiro (Randy Quaid) para uma prisão em outra cidade. Ao perceberem que o rapaz é inexperiente e ingênuo, os oficiais decidem mostrar um pouco da vida real antes dele cumprir os oito anos de pena. 

Apesar de poucos trabalhos como diretor, Hal Ashby sempre focou no questionamento das regras e na liberdade de escolha. Filmes como “Ensina-me a Viver”, “Amargo Regresso” e "Muito Além do Jardim” seguem esta ideia. 

Este “A Última Missão” mostra este questionamento logo nas duas primeiras sequências em que os personagens de Jack Nicholson e Otis Young aceitam a missão por obrigação e deixam claro que não concordam com a prisão do rapaz. 

O desenvolvimento da história explora a descoberta da vida pelo rapaz, que aos poucos percebe tudo que irá perder nos anos em que ficará preso. 

É um filme que faz pensar sobre a vida e sobre como o conhecimento desperta o questionamento.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Daddio

 


Daddio (Daddio, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Christy Hall
Elenco – Dakota Johnson, Sean Penn.

Uma garota (Dakota Johnson) chega de viagem em Nova York e entra em um táxi a caminho de sua casa que fica distante do aeroporto. Durante a corrida, ela e o motorista (Sean Penn) iniciam uma conversa simples que aos poucos se aprofunda sobre seus relacionamentos de uma forma inesperada. 

O longa se passa inteiramente dentro do táxi. São uma hora e meia de conversas interessantes que mostram as diferenças entre o veterano motorista e a jovem, que abrem o coração ao contar pequenos segredos que carregam. 

Esta diferença de idade e de experiência de vida levam os dois a terem visões individuais do mundo, porém se completando em uma química daquelas que acontecem sem explicação. 

O filme pode cansar um pouco pelo excesso de diálogos, mas vai agradar quem gosta de conversas profundas.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

West Virginia Stories

 


West Virginia Stories (West Virginia Stories, EUA, 2016) – Nota 6,5
Direção – Jason Boesch & Preston Peterson
Elenco – John T. Woods, Zachary Ray Sherman, William L. Thomas, Peter Van Norden, Meagan English, Lindsey Hull.

Três histórias aparentemente independentes se cruzam em uma pequena cidade em West Virginia. Uma dupla de caçadores se envolve em uma situação perigosa. Um casal chega na cidade para o marido visitar o pai com que tem um relação distante. E por fim, o prefeito passa o dia com sua neta que está fazendo uma pesquisa escolar. 

A grande sacada deste longa é amarrar no mesmo contexto três histórias diferentes entre si, tendo personagens que são pessoas comuns deste tipo de cidade. Por sinal, são sempre interessantes histórias nestas pequenas cidades onde a vida segue um ritmo lento, mas mesmo assim problemas de todos os tipos vem à tona em algum momento.

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Congelado & Cemitério

 


Congelado (Freezer, EUA, 2014) – Nota 5
Direção – Mikael Salomon
Elenco – Dylan McDermott, Yulia Snigir, Peter Facinelli, Milan Malisic, Andrey Ivchenko, David McNally.

Um sujeito (Dylan McDermott) acorda amarrado dentro de um frigorífico. Ele recebe a visita de dois russos que não falam inglês, mas deixam claro que querem dinheiro. Logo, o homem descobre que os criminosos acreditam que ele roubou uma fortuna. 

Este longa policial de baixo orçamento tem uma premissa bastante interessante que deixa o espectador sem saber quem realmente é o protagonista. A trama prende a atenção com tensão e violência durante boa parte da narrativa, até que as respostas começam a aparecer junto com um festival de furos no roteiro. São decisões sem sentido dos personagens e uma reviravolta que deixa tudo ainda mais confuso. O final engraçadinho também não ajuda.

Cemitério (Boneyard, EUA, 2024) – Nota 4
Direção – Asif Akbar
Elenco – Brian Van Holt, Curtis “50 Cent” Jackson, Mel Gibson, Nora Zehetner, Michael Sirow, Weston Cage Coppola, Vincent E. McDaniel.

Em 2003 na cidade de Mesa no Novo México, são descobertos diversos corpos de mulheres enterrados em um local no deserto. Uma dupla de detetives (Brian Van Holt e Nora Zehetner) investiga o caso com a ajuda de um analista de perfis do FBI (Mel Gibson). 

Não tem muito o que comentar sobre este filme que é baseado em uma terrível história real com grande potencial que foi totalmente desperdiçado. O roteiro é uma verdadeira bagunça com várias situações muito mal amarradas, além de uma montagem que deixa tudo ainda mais confuso. 

Mel Gibson tem um papel menor, porém é a melhor coisa do filme ao interpretar o excêntrico analista do FBI que carrega um trauma. É uma história que merecia um filme melhor ou um documentário mais detalhado.

domingo, 1 de setembro de 2024

Furiosa: Uma Saga Mad Max

 


Furiosa: Uma Saga Mad Max (Furiosa: A Mad Max Saga, Austrália / EUA, 2024) – Nota 6
Direção – George Miller
Elenco – Anya Taylor Joy, Chris Hemwsorth, Tom Burke, Alyla Browne, George Shevtsov, Angus Sampson, Elsa Pataki, Nathan Jones, John Howard.

Este longa é mais um que segue o roteiro habitual de expandir a história de um filme ou franquia de sucesso explorando personagens específicos. E como normalmente acontece, o novo filme tende a abraçar temáticas ideológicas e mudar completamente o foco do original. 

Aqui a ideia é mostrar a saga de vida da personagem Furiosa que dividiu o protagonismo com Mad Max no filme anterior. Se no ótimo filme de 2015 a personagem vivida por Charlize Theron dividia com competência as sensacionais sequências de ação com Tom Hardy, aqui vemos Anya Taylor Joy passando longe de convencer. 

As sequências de ação de 2015 que seguiam o estilo da franquia com perseguições reais em veículos sinistros foram quase todas substituídas pelo CGI e por absurdos que tentam fazer o espectador acreditar na heroína enfrentando os bizarros vilões. 

O resultado é mais um filme de ação vazio.