quarta-feira, 30 de novembro de 2022

O Soldado que Não Existiu

 


O Soldado que Não Existiu (Operation Mincemeat, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 6
Direção – John Madden
Elenco – Colin Firth, Matthew Macfadyen, Kelly Macdonald, Jason Isaacs, Penelope Wilton, Johnny Flynn, Mark Gattis, Simon Russel Beale, Alex Jennings.

Em 1943 durante a Segunda Guerra Mundial, os aliados consideravam a tomada da Sicília na Itália como fundamental para enviar soldados pelo mar e assim fortalecer o combate aos nazistas que dominavam a região. 

Uma dupla de oficiais do serviço secreto (Colin Firth e Matthew Macfadyen) criam um plano mirabolante para fazer os nazistas acreditarem que o alvo dos aliados seria a Grécia e não a Sicília. 

Este longa é baseado em um arriscada manobra que abriu um dos caminhos para a vitória dos aliados, porém infelizmente a ótima história é desperdiçada em um filme sem emoção, onde pouca coisa acontece. 

A produção é caprichada, as atuações são boas, mas em momento algum existe o suspense comum a este tipo de filme. O roteiro também perde tempo no flerte entre a dupla de protagonistas com a personagem de Kelly Macdonald, outra situação que jamais decola. 

É um filme que vale apenas para quem é curioso sobre histórias inusitadas da Segunda Guerra.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Ticker: Contra o Relógio

 


Ticker: Contra o Relógio ou Terror em São Francisco (Ticker, EUA, 2001) – Nota 5,5
Direção – Albert Pyun
Elenco – Tom Sizemore, Steven Seagal, Dennis Hopper, Jaime Pressly, Nas, Peter Greene, Kevin Gage, Joe Spano, Ice T, Romany Malco.

Nessa semana o cinema perdeu o diretor Albert Pyun, nome desconhecido pela geração atual, mas famoso para os cinéfilos de locadoras nos anos oitenta e noventa por filmes de ação e ficção de baixo orçamento, alguns bem conhecidos como “Cyborg: O Dragão do Futuro” com Van Damme e o clássico trash “Dollman: 33 cm de Altura…e Atira!”. 

Este “Ticker” é o trabalho em que Pyun conseguiu reunir vários nomes conhecidos em uma trama genérica de terrorismo. Dennis Hopper é um terrorista que ameaça explodir bombas em San Francisco, em um papel semelhante ao que viveu em “Velocidade Máxima”. 

Tom Sizemore e Steve Seagal são os policiais que tentam localizar o criminoso e as bombas antes dos ataques após conseguirem informações com uma comparsa do vilão vivida pela bela Jaime Pressly, outro rosto conhecido na época. O filme tem ainda o rapper Ice-T da série “Law & Order: SVU” e Peter Greene de “Pulp Fiction”.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Na Mira dos Assassinos

 


Na Mira dos Assassinos (Transit, EUA, 2012) – Nota 6
Direção – Antonio Negret
Elenco – Jim Caviezel, James Frain, Elisabeth Rohm, Diora Baird, Sterling Knight, Harrold Perrineau, Jake Cherry, Ryan Donowho.

Uma quadrilha comete um violento assalto levando quatro milhões de dólares. Fugindo do cerco policial em uma estrada, eles cruzam o caminho de uma família que está viajando (Jim Caviezel, Elisabeth Rohm e dois filhos adolescentes). Uma determinada ação dos bandidos dá errado e a família se torna alvo dos criminosos. 

Este longa de ação B prende a atenção pelo ritmo ágil da narrativa, as violentas sequências de ação e as perseguições na estrada e no pântano da Louisiana. 

É um filme que vai direto ao ponto, mesmo com furos no roteiro e as atuações canastronas que não atrapalham o resultado para quem busca uma diversão passageira e despretensiosa.

domingo, 27 de novembro de 2022

O Piloto. Uma Batalha Pela Sobrevivência & Em Agosto de 1944

 


O Piloto. Uma Batalha Pela Sobrevivência (Letchik, Rússia, 2021) – Nota 6,5
Direção – Renat Davletyarov
Elenco – Pyotr Fyodorov, Anna Peskova, Valeriy Grishko, Maksim Emelyanov, Mariya Poezzhaeva.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o piloto soviético Nikolai (Pyotr Fyodorov) tem seu avião abatido durante uma batalha com os alemães. Ao sobreviver a queda do avião e com a ajuda de um parceiro, Nikolai foge ferido pela floresta gelada enfrentando diversos obstáculos naturais e os nazistas, com o objetivo de chegar até Moscou. 

Este é mais um longa russo que tenta mostrar o lado soviético durante a Segunda Guerra, aqui através de um trama de ficção que faz alusão a uma série de soldados que são considerados heróis naquele país. 

Os dois primeiros terços são ótimos, tanto a parte inicial recheada de sequências aéreas de ação, quanto a luta do protagonista pela sobrevivência. Na parte final o roteiro vira o foco para o drama pessoal, que mesmo sendo uma história de força de vontade, perde pontos pela narrativa irregular e pelos pulos no tempo para chegar até o clímax. Vale destacar a produção caprichada e as ótimas sequências de ação e suspense da primeira hora.

Em Agosto de 1944 (V Avguste 44-go, Rússia / Bieolorrússia 2001) – Nota 6,5
Direção – Mikhail Ptashuk
Elenco – Evgeniy Mironov, Vladislav Galkin, Yuri Kolokolnikov, Aleksey Petrenko, Aleksandr Feklistov.

Bielorrússia, agosto de 1944. A inteligência soviética intercepta uma transmissão de rádio que teria o objetivo de avisar os nazistas sobre a posição das tropas inimigas. Um pequeno grupo de cinco soldados recebe a missão de descobrir o local e os responsáveis pela transmissão, que foi feita de dentro de uma floresta. 

Esta produção russa tem como destaques a investigação minuciosa e o plano desenvolvido pelo protagonista líder dos soldados vivido por Evgeniy Mironov para chegar aos espiões e conseguir provas. 

As locações na região rural e os bastidores políticos, inclusive com o personagem de Stalin aparecendo em uma sequência também são acertos. Por outro lado, as sequências de violência não funcionam e parecem até amadoras. No geral é um bom filme, muito por causa da história e da narrativa.

sábado, 26 de novembro de 2022

Perseguição

 


Perseguição (Last Seen Alive, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Brian Goodman
Elenco – Gerard Butler, Jaimie Alexander, Russell Hornsby, Ethan Embry, Michael Irby, Cindy Hogan, Bruce Altman.

Will (Gerard Butler) e Lisa (Jaimie Alexander) são um casal em crise que está viajando para a casa dos pais dela. Ao parar em um posto de gasolina, Lisa desaparece. Desesperado e mesmo com a ajuda da polícia, Will inicia uma busca individual pelo paradeiro da esposa. 

Este longa de ação é daqueles que vai direto ao ponto, lembrando as obras do gênero dos anos oitenta e noventa. O espectador não precisa se preocupar com algumas atitudes exageradas do protagonista, a proposta é o entretenimento baseado na narrativa ágil e nas competentes sequências de ação recheadas de violência.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Broker

 


Broker (Broker, Coreia do Sul, 2022) – Nota 7
Direção – Hirokazu Koreeda
Elenco – Song Kang Ho, Dong Won Gang, Bae Doona, Ji Eun Lee, Lee JooYoung, Seung Soo Im.

Uma jovem (Ji Eun Lee) abandona um bebê na porta de um orfanato religioso. Dois funcionários (Song Kang Ho e Dong Won Gang) decidem levar o bebê com o objetivo de vender para alguma família rica, porém eles não imaginam que a garota voltaria para buscar a criança. Para deixar tudo mais complicado, duas policiais estão vigiando a situação para tentar conseguir um flagrante. 

Este curioso longa sul-coreano dirigido pelo japonês Hirokazu Koreeda tem semelhanças com seu sucesso “Assunto de Família”, que é superior e tem uma trama em que um dos pontos principais é a montagem de uma inusitada família sem laços de sangue. 

Este “Broker” não tem a mesma sensibilidade do filme citado, sendo em parte um road movie com uma história mais previsível e uma parte final que poderia ser melhor trabalhada. Não é filme ruim, mas está abaixo na comparação com outros trabalhos do diretor.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Contrato Perigoso

 


Contrato Perigoso (The Contractor, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Tarik Saleh
Elenco – Chris Pine, Ben Foster, Kiefer Sutherland, Eddie Marsan, Gillian Jacobs, Nina Hoss, Fares Fares, JD Pardo, Florian Munteanu.

O uso de medicamentos proibidos para tentar curar um sério problema no joelho leva o sargento James (Chris Pine) a ser desligado das forças armadas. Precisando de dinheiro, ele aceita o convite de um antigo companheiro de farda (Ben Foster) para trabalhar em uma empresa privada de ex-soldados, ou seja, como mercenário, o que colocará sua vida em perigo. 

Este longa de ação explora uma trama genérica repleta de clichês, porém que prende a atenção através das competentes sequências de ação, da narrativa ágil e das locações na trama que seriam em Berlim, mas que foram filmadas em Bucareste na Romênia. 

Não espere surpresas ou boas atuações, o foco é a diversão passageira.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Southbound & Estrada Para o Inferno

 


Southbound (Southbound, EUA, 2015) – Nota 6
Direção – Roxanne Benjamin, Matt Bettinelli Olpin & David Bruckner
Elenco – Chad Villella, Matt Bettinelli Olpin, Kristina Pesic, Fabianne Therese, Nathalie Love, Hannah Marks.

Em uma isolada estrada no deserto, vários personagens se cruzam em cinco pequenas histórias em que explode a violência. 

Considerado cult, este filme independente tem uma premissa bastante interessante e um início intrigante com dois sujeitos sujos de sangue fugindo de carro com algo assustador os perseguindo. 

As três histórias seguintes por mais que sejam bastante violentas, deixam a desejar no conteúdo. O filme voltar a crescer na história final que amarra o roteiro de uma forma criativa e novamente violenta. 

É um filme interessante para quem gosta do gênero, mesmo deixando claro que poderia ter sido melhor. 

Vale citar que Matt Bettinelli Olpin que dirige os dois melhores episódios faria em seguida o competente “Casamento Sangrento” e recentemente a decepcionante nova sequência da franquia “Pânico”.

Estrada Para o Inferno (Highway to Hell, EUA, 1991) – Nota 6,5
Direção – Ate de Jong
Elenco – Patrick Bergin, Chad Lowe, Kristy Swanson, Adam Storke, Pamela Gidley, Richard Farnsworth, Ben Stiller, Jerry Stiller, C.J. Graham.

O jovem Charlie (Chad Lowe) está viajando em uma estrada no deserto com a namorada Rachel (Kristy Swanson) para se casar em Las Vegas. Ao ser parado por um policial (C.J. Graham), eles não imaginam que o sujeito na verdade é um enviado do inferno que veio para Terra buscar uma noiva para o diabo (Patrick Bergin). Para salvar sua namorada, Charlie é obrigado a perseguir o policial que sequestrou sua namorada e atravessar um portal para enfrentar o capeta cara a cara no inferno. 

Este longa foi um dos vários cults B que fizeram sucesso nas locadoras nos anos noventa. A mistura de terror, ação e comédia rende momentos divertidos e criativos, como a mulher capeta tentando seduzir o protagonista e a sequência em que Ben Stiller interpreta um cozinheiro em uma lanchonete no inferno. 

O ritmo ágil ajuda bastante a agradar o público que gosta do estilo.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Infiltrado

 


Infiltrado (San Ren Xing, Hong Kong / China, 2016) – Nota 6
Direção – Johnnie To
Elenco – Wei Zhao, Louis Koo, Wallace Chung, Kathy Wu, Suet Lam, Eddie Cheung.

Um perigoso líder de quadrilha (Wallace Chung) leva um tiro na cabeça durante um interrogatório policial e sobrevive. O detetive responsável (Louis Koo) tenta abafar o caso acompanhando o tratamento do sujeito no hospital. Uma médica (Wei Zhao) tem que lidar com alguns erros, com o bandido ferido e também com seu ego. 

A premissa deste longa é bastante interessante ao colocar três personagens complexos como protagonistas em meio a uma situação crítica no mesmo local, o hospital. 

O grande problema é que o diretor Johnnie To entrega uma narrativa bastante irregular e com furos na trama, levando até um explosivo final em que o estilo exagerado e a câmera lenta tiram a força que a sequência deveria ter. 

É um daqueles filmes que poderiam ser bem melhor.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Os Homens Violentos do Klan

 


Os Homens Violentos do Klan (The Klansman, EUA, 1974) – Nota 6
Direção – Terence Young
Elenco – Lee Marvin, Richard Burton, Cameron Mitchell, O.J. Simpson, Lola Falana, David Huddleston, Luciana Paluzzi, Linda Evans.

Uma pequena cidade do Alabama vive uma tensão racial crescente, com muitos dos moradores pertencendo a temida Ku Klux Klan. A chegada de militantes e um posterior crime transformam o local em um barril de pólvora em que o xerife (Lee Marvin) tenta conter os ânimos. 

Este esquecido longa hoje vale como curiosidade por causa dos bastidores e pela explosiva sequência final em que tudo se resolve na violência. 

O roteiro inicial foi escrito pelo também diretor Samuel Fuller, responsável por filmes marcantes como “Cão Branco” e “Agonia e Glória”, que pulou fora do projeto quando os produtores decidiram alterar sua história. O filme caiu nas mãos do inglês Terence Young, que comandou dois filmes de 007 com Sean Connery e que era uma espécie de operário do cinema. 

Os problemas se acumularam no elenco, com histórias de que os astros Lee Marvin e Richard Burton bebiam de forma exagerada, inclusive com o segundo tendo uma atuação estranha em que parece não estar normal para falar, além de ter sido internado para reabilitação após as filmagens. 

Este filme também marcou o primeiro trabalho no cinema do então astro do futebol americano O.J. Simpson, hoje muito mais conhecido pelo complicado processo em que era (e ainda é) o principal suspeito do assassinato da esposa.

domingo, 20 de novembro de 2022

Trem-Bala

 


Trem-Bala (Bullet Train, EUA / Japão, 2022) – Nota 7,5
Direção – David Leitch
Elenco – Brad Pitt, Aaron Taylor Johnson, Joey King, Brian Tyree Henry, Andrew Koji, Hiroyuki Sanada, Michael Shannon, Sandra Bullock, Bad Bunny, Logan Lerman, Zazie Beetz, Masi Oka.

Alguns assassinos com missões diferentes se cruzam em um trem-bala durante uma viagem por várias cidades do Japão. É praticamente impossível dar mais detalhes sobre a divertida e complicada trama repleta de traições, assassinatos e reviravoltas. 

O diretor David Leitch continua explorando seu estilo de ação exagerada com personagens estranhos que lembram uma mistura de Tarantino, Guy Ritchie e os mangás japoneses. 

Esta bizarra salada resulta em um filme bastante divertido, muito também pelos diálogos absurdos e o carisma de alguns personagens como o assassino azarado de Brad Pitt. 

Deixe de lado o racional e aproveite a ação desenfreada.

sábado, 19 de novembro de 2022

Assassinato Por Encomenda, Fletch Vive & Confess, Fletch

 


Assassinato Por Encomenda (Fletch, EUA, 1985) – Nota 6,5
Direção – Michael Ritchie
Elenco – Chevy Chase, Tim Matheson, Dana Wheeler Nicholson, Joe Don Baker, Richard Libertini, M. Emmet Walsh, George Wendt, Kenneth Mars, Geena Davis, George Wyner.

Fletch (Chevy Chase) é um repórter investigativo especializado em disfarces para conseguir suas matérias. Ao investigar um caso de tráfico de drogas na praia disfarçado como mendigo, ele recebe a proposta de um empresário (Tim Matheson) que oferece dinheiro para matá-lo. Fletch fica intrigado e decide ir a fundo para descobrir quais segredos o sujeito esconde. 

A trama é até razoável levando em conta ser uma comédia, o que faz o filme ganhar pontos é a atuação de Chevy Chase. Seu personagem é cínico e manipulador, com respostas afiadas para todos os assuntos e sacadas rápidas para escapar das encrencas. 

O filme fez um razoável sucesso e rendeu uma sequência em 1989.

Fletch Vive (Fletch Lives, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – Michael Ritchie
Elenco – Chevy Chase, Hal Holbrook, Juliane Phillips, R. Lee Ermey, Cleavon Little, Randall Tex Cobb, Richard Libertini, George Wynner, Patricia Kalember, Geoffrey Lewis, Richard Belzer, Phil Hartman, Dennis Burkley.

Falido e desempregado, o repórter Fletch (Chevy Chase) acredita ter conseguido a sorte grande ao ser informando que uma tia faleceu e deixou uma enorme propriedade na zona rural da Louisiana. Ao chegar no local ele descobre uma fazenda decadente e para piorar, após uma noite de amnésia acorda ao lado de uma advogada morta, sendo preso como principal suspeito. 

Esta sequência do sucesso de 1985 tira a trama da urbana Los Angeles para tentar fazer comédia com a diferença de hábitos entre o protagonista e os moradores do sul dos EUA. O roteiro insere uma conspiração e dois vilões interessantes, sendo o primeiro uma espécie de chefão vivido por Hal Holbrook e o outro um pastor picareta interpretado pelo agitado R. Lee Ermey. 

É um daqueles filmes com a cara dos anos oitenta.

Confess, Fletch (Confess, Fletch, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Gregg Mottola
Elenco – Jon Hamm, Caitlin Zerra Rose, Roy Wood Jr., Ayden Mayeri, Lorenza Izzo, Kyle MacLachlan, John Slattery, Annie Mumolo, John Behlman, Travis Bennett, Robert Picardo.

Ao chegar da Itália após uma viagem de trabalho, o repórter policial Fletch (Jon Hamm) encontra uma mulher morta no apartamento em que ficaria hospedado. Ao mesmo tempo em que se torna o maior suspeito pelo crime, Fletch também investiga o desaparecimento de um quadro que pagaria o resgate do sequestro do pai de sua namorada italiana (Lorenza Izzo). 

Esta sequência tardia ou nova versão dos dois filmes protagonizados por Chevy Chase nos anos oitenta segue o mesmo estilo de diálogos cínicos e situações absurdas. A trama é apenas um detalhe para o personagem de Jon Hamm soltar respostas afiadas a cada diálogo. 

É uma comédia inofensiva e totalmente esquecível.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Nightride

 


Nightride (Nightride, Inglaterra / França / EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Stephen Fingleton
Elenco – Moe Dunford, Joana Ribeiro, Gerard Jordan, Ciaran Flynn, Stephen Rea.

Budge (Moe Dunford) é um pequeno traficante e receptador que deseja fechar o que será seu último negócio ilegal. O problema é que ele precisa lidar com vários personagens e situações para fazer o esquema funcionar e assim salvar sua própria vida. 

Rodado em tempo real com tomada única, esta mistura de drama, policial e suspense prende a atenção através do ótimos diálogos, mesmo com grande parte da história se passando dentro do carro com o protagonista dirigindo e conversando ao celular. 

O roteiro consegue criar suspense explorando este formato que lembra “Locke” com Tom Hardy. Vários personagens participam somente através do telefone, como o violento agiota vivido por Stephen Rea, que assusta utilizando apenas sua voz de uma forma sinistra. 

O final poderia ser melhor trabalhado, ficando a impressão de que faltou um clímax, mas isso não atrapalha a diversão de quem curte o estilo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Moonfall: Ameaça Lunar

 


Moonfall: Ameaça Lunar (Moonfall, EUA / China / Inglaterra / Canadá, 2022) – Nota 5,5
Direção – Roland Emmerich
Elenco – Patrick Wilson, Halle Berry, John Bradley, Charlie Plummer, Wenwen Yu, Michael Peña, Carolina Bartczak, Eme Ikwuakor, Chris Sandiford, Jonathan Maxwell Silver.

Uma missão lunar termina na morte de um astronauta e na destruição da reputação de Brian Harper (Patrick Wilson), que mesmo salvando sua companheira Jo (Halle Berry) e conseguindo trazer a nave de volta para Terra, viu algo sem explicação que ninguém acredita ser verdade. Dez anos depois, a Nasa e também um nerd (John Bradley) descobrem que a lua está fora de órbita, o que causará a destruição da Terra. 

Depois do surpreendente de forma positiva “Midway – Baltalha em Alto Mar” de 2019, o diretor Roland Emmerich retornou para seu gênero preferido, o cinema catástrofe. E ele voltou a repetir os mesmos erros e acertos da maioria dos seus trabalhos. 

Produção caprichada, ótimos efeitos especiais e sequências explosivas são o destaque. Por outro lado, a narrativa totalmente picotada com sequências que parecem aleatórias, situações absurdas que se resolvem de forma bizarra e diálogos infantis detonam completamente o filme para quem procura uma história bem trabalhada. 

É o tipo de filme para ver sabendo que precisará deixar de lado a realidade e tentar se divertir com os absurdos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Colt 45

 


Colt 45 (Colt 45, Bélgica / França, 2014) – Nota 7
Direção – Fabrice du Welz
Elenco – Gerard Lanvin, Ymanol Perset, JoeyStarr, Alice Taglioni, Simon Abkarian, Philippe Nahon.

Vincent (Ymanol Perset) é um jovem policial especialista em armas e campeão de tiro. Trabalhando internamente, Vincent não deseja se tornar policial de campo, porém agentes das forças especiais e outros policiais tem interesse em aproveitar seu talento no tiro, nem que para isso tenham de forçá-lo a tomar uma decisão. 

Este explosivo longa policial francês segue a cartilha hollywoodiana do gênero ao colocar um protagonista honesto em meio a uma trama de corrupção. 

Além da tensão e das boas sequências de ação, vale destacar o desenvolvimento e a transformação do protagonista, que em determinado momento precisa se impor para sobreviver. 

É um filme que agradará os fãs do gênero.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

McBain - O Guerreiro Moderno & Roleta Americana

 


McBain – O Guerreiro Moderno (McBain, EUA, 1991) – Nota 5,5
Direção – James Glickenhaus
Elenco – Christopher Walken, Maria Conchita Alonso, Michael Ironside, Steve James, Chick Venera, Thomas G. Waites, Jay Patterson, Eric Granger, Victor Argo.

No final da Guerra do Vietnã, McBain (Christopher Walken) foi resgatado por um grupo de soldados. Muitos anos depois, um destes soldados se tornou um guerrilheiro revolucionário na Colômbia e acabou sendo assassinado. Procurado pela irmã do amigo (Maria Conchita Alonso), McBain reúne os antigos colegas de farda para ajudar os rebeldes a derrubar o presidente. 

Este longa B de ação é curioso ao colocar ex-soldados americanos lutando ao lado de revolucionários socialistas. A questão política é maniqueísta, sendo uma desculpa para as várias sequências de ação tiros, explosões e dublês voando pelos cenários. 

O diretor, roteirista e produtor James Glickenhaus fez oito filmes neste estilo B de 1975 até 1995 quando abandonou a carreira, deixando como melhor trabalho “A Fúria do Protetor” com Jackie Chan.

Roleta Americana (American Roulette, Inglaterra, 1988) – Nota 5
Direção – Maurice Hatton
Elenco – Andy Garcia, Kitty Aldridge, Alfredo Michelsen, Robert Stephens, Susannah York.

Carlos Quintas (Andy Garcia) é o presidente de um país da América Latina que foi deposto e fugiu para Londres. Enquanto busca apoio para tentar retomar o poder, Carlos se envolve com sua assistente Kate (Kitty Aldridge), além de ainda ser alvo dos revolucionários que o tiraram do poder. 

Este é um daqueles filmes dos anos oitenta que tentavam explorar os regimes instáveis dos governos latino-americanos como tema para tramas políticas, porém pouca coisa se salva. A narrativa é arrastada, praticamente não existe tensão e o roteiro perde tempo com a questão amorosa. 

O filme foi produzido originalmente para a tv, mas chegou a ser lançado nos cinemas sem sucesso.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Marcas do Passado

 


Marcas do Passado (First Snow, Alemanha / EUA, 2006) – Nota 6,5
Direção – Mark Fergus
Elenco – Guy Pearce, Piper Perabo, William Fichtner, J.K. Simmons, Rick Gonzalez, Shea Whigham, Adam Scott, Jackie Burroughs.

Jimmy (Guy Pearce) é um vendedor que ao parar em uma lanchonete de beira de estrada, decide se consultar com um vidente (J.K. Simmons) que tem um trailer ao lado do estabelecimento. O sujeito faz algumas previsões que aos poucos se mostram verdadeiras, assustando Jimmy que passa a acreditar que poderá morrer em breve. 

A interessante premissa perde um pouco da força por causa da narrativa fria e o desenvolvimento lento da história. Por outro lado, a dúvida se a previsão realmente vai se concretizar e o desespero que aos poucos toma conta do protagonista são destaques. 

Vale citar ainda a questão que é colocada em discussão se realmente temos o poder de mudar nosso destino ou se ele já está selado desde o nascimento.

domingo, 13 de novembro de 2022

Vá e Veja

 


Vá e Veja (Idi i Smotri, União Soviética, 1985) – Nota 8
Direção – Elem Klimov
Elenco – Aleksey Kravchenko, Olga Mironova, Liubomiras Laucevicius, Vladas Bagdonas, Juri Lumiste.

Bielorrússia, 1943. Um adolescente (Aleksey Kravchenko) encontra um fuzil abandonado e decide se juntar ao exército que está lutando contra os nazistas. Sem imaginar o inferno que iria enfrentar, o garoto entrará em contato com os horrores da guerra, mudando completamente sua forma de ver a vida. 

Mesmo com falhas e com uma narrativa lenta e até certo ponto estranha, esta produção soviética é com certeza um dos filmes mais contundentes sobre a Segunda Guerra Mundial no leste europeu. Frio, fome, loucura, violência sem limites, tudo isso é jogado no mesmo balaio tendo o jovem protagonista como testemunha e participante deste show de horrores. 

É a visão soviética da luta contra os nazistas.

sábado, 12 de novembro de 2022

O Alfaiate

 

O Alfaiate (The Outfit, Inglaterra / EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Graham Moore
Elenco – Mark Rylance, Zoey Deutch, Dylan O’Brien, Johnny Flynn, Simon Russell Beale, Alan Mehdizadeh.

Chicago, 1956. Leonard (Mark Rylance) é um alfaiate inglês que faz vistas grossas para pequenos mafiosos utilizarem sua loja como ponto de negócios. A aparente calmaria na vida de Leonard muda completamente em uma noite, quando o alfaiate é colocado no meio de um violento acerto de contas. 

Este é um daqueles filmes em que personagem algum é honesto, com todos tentando conseguir seus objetivos a qualquer custo. É uma sucessão de mentiras, acordos e traições. 

Destaque para a produção caprichada, para a montagem, a atuação firme de Mark Rylance e os ótimos diálogos.   

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

O Retorno de Bloodworth & Delia's Gone

 


O Retorno de Bloodworth (Bloodworth ou Provinces of Night, EUA, 2010) – Nota 6
Direção – Shane Dex Taylor
Elenco – Kris Kristofferson, Val Kilmer, Hilary Duff, Reece Thompson, Dwight Yoakam, Frances Conroy, W. Earl Brown, Hilarie Burton, Sheila Kelley, Barry Corbin, Brent Briscoe.

Após quarenta anos, o músico E.F. Bloodworth (Kris Kristofferson) volta para sua cidade natal no sul dos EUA. Seus três filhos (Val Kilmer, Dwight Yoakam e W. Earl Brown) seguiram vidas diferentes, enquanto seu neto Fleming (Reece Thompson) é o único que parece se importar com a volta do avó. 

Este drama familiar tem uma boa premissa, porém peca pelo desenvolvimento entrecortado com pulos no tempo que deixam o filme parecendo uma coletânea de cenas emendadas sem muita explicação. 

O filme ganha pontos pelo bom elenco, as frustrações que cada personagem carrega e o clima de tragédia. É uma história que na mão de um diretor mais talentoso com certeza renderia um filme muito melhor.

Delia´s Gone (Delia’s Gone, EUA / Canadá, 2022) – Nota 5,5
Direção – Robert Budreau
Elenco – Stephan James, Marisa Tomei, Paul Walter Hauser, Travis Fimmel, Genelle Williams, Hamza Haq, Billy MacLellan, Kate Moyer.

Em uma pequena cidade do meio-oeste americano, Louis (Stephan James) é um jovem com pequeno atraso neurológico que após ingerir bebida alcoólica e desmaiar encontra sua irmã Delia (Genelle Williams) morta em casa. Sem lembrar se fez algo, ele termina preso. 

Sete anos depois ao ser libertado, Louis é procurado por um sujeito que parece saber algo mais sobre o crime, despertando no rapaz a vontade de descobrir a verdade. 

Este drama policial tem uma premissa interessante sobre segredos e mentiras e até rende algumas boas sequências de violência durante a busca do protagonista pelas respostas. 

O problema é que o desenvolvimento da trama é previsível e com falhas, os personagens são mal aproveitados e o final deixa bastante a desejar. 

É uma pena o desperdício do bom elenco, principalmente Marisa Tomei com uma péssima atuação como a policial que esconde um segredo.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Dia Sem Fim

 


Dia Sem Fim (Ha-Roo, Coreia do Sul, 2017) – Nota 7
Direção – Sun Ho Cho
Elenco – Myung Min Kim, Yo Han Byun, Hye Sun Shin, Eun Hyung Jo.

Jun (Myung Min Kim) é um famoso médico que volta para a Coreia do Sul após passar algum tempo trabalhando fora do país. Ansioso em reencontrar a filha adolescente, Jun se desespera ao descobrir que a garota sofreu um acidente. Para deixar tudo ainda mais bizarro, assim que encontra a filha morta ele “acorda” novamente dentro do avião, repetindo seguidamente o fatídico dia. 

O roteiro deste agitado longa sul-coreano é quase uma mistura da comédia “Feitiço do Tempo” com o criativo longa alemão “Corra, Lola Corra”, porém voltado totalmente para o suspense e a violência. 

Esta mistura é apenas a primeira sacada do roteiro, que cria pelos menos duas surpresas que transformam a história em algo ainda mais complexo. 

Não chega a ser tão bom quanto os dois filmes citados, mas mesmo assim é uma boa opção para quem gosta do estilo.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Black Bird

 


Black Bird (Black Bird, EUA, 2022) – Nota 7,5
Direção – Michael R. Roskam, Jim McKay & Joe Chappelle
Elenco – Taron Egerton, Paul Walter Hauser, Sepideh Moafi, Greg Kinnear, Ray Liotta, Joe Williamson, Robert Wisdom, Robyn Malcolm, Tony Amendola, Melanie Nicholls King, Jake McLaughlin.

Em meados dos anos noventa, o traficante James “Jimmy” Keene (Taron Egerton) é preso e condenado a dez anos de cadeia. Algum tempo depois, ela recebe uma proposta do FBI. Ser transferido para uma penitenciária extremamente perigosa, se aproximar do serial killer Larry Hall (Paul Walter Hauser) e tentar descobrir onde o sujeito enterrou os corpos de suas vítimas. Em troca, sua condenação seria cancelada e ele libertado. 

Esta minissérie em seis episódios é baseada em uma inusitada história real. Por mais que tenham algumas sequências de violência, o foco principal do roteiro é a tensão psicológica e a estranha relação de “amizade” entre os dois protagonistas. 

Essa tensão é potencializada pela assustadora atuação de Paul Walter Hauser. Seu personagem de fala mansa e aparente submissão esconde uma personalidade distorcida que é detalhada através de flashbacks de sua infância e nos diálogos sinistros sobre suas ações. 

A atuação de Taron Egerton passa um pouco do ponto da arrogância nos primeiros episódios, até que surge o lado mais humano nos dois episódios finais. 

Não chega a ser sensacional como a série “Mindhunter”, mas mesmo assim é uma boa opção para quem gosta de histórias sobre serial killers.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

The Cursed

 


The Cursed (The Cursed ou Eight for Silver, Inglaterra / França / EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Sean Ellis
Elenco – Boyd Holbrook, Kelly Reilly, Alistair Petrie, Roxane Duran, Nigel Betts, Stuart Bowman, Amelia Crouch, Max Mackintosh, Tommy Rodger.

França, século 19. Um conflito entre donos de terras e ciganos termina em uma trágédia na região rural. Pouco tempo depois, uma estranha criatura começa a atacar os moradores, como se estivesse buscando vingança. 

O diretor e roteirista inglês Sean Ellis é especialista em filmes que fogem do lugar comum, como o estranho “Cashback” e o doloroso “Metrópole Manila”, tendo como obra mais comercial o competente “Operação Anthropoid”. 

Neste “The Cursed”, Ellis explora um tema paralelo a história real da “Besta de Gévaudan”, sobre um animal desconhecido que matou dezenas de pessoas no interior da França no século 18. Existe um erro histórico em relação as datas, mas acredito que proposital, com a ideia principal ter sido utilizar somente a mesma premissa. 

O filme tem um clima de tragédia e violência que permeia toda a história e várias sequências sangrentas. Infelizmente o longa perde pontos por causa personagens inexpressivos e uma certa irregularidade na narrativa. 

Para quem tem curiosidade sobre a história da “Besta de Gévaudan”, procure o ótimo longa francês de 2001 “O Pacto dos Lobos”.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Borsalino, Tira ou Ladrão & Boomerang

 


Borsalino (Borsalino, França / Itália, 1970) – Nota 7
Direção – Jacques Deray
Elenco – Jean Paul Belmondo, Alain Delon, Catherine Rouvel, Françoise Christophe.

Marselha, França, década de trinta. Dois criminosos (Jean Paul Belmondo e Alain Delon) que trabalham para a máfia local e que disputam o amor da mesma garota (Catherine Rouvel), decidem unir forças para enfrentar os chefes e assim seguir o caminho do crime por conta própria. 

Este longa policial foi um dos grandes sucessos internacionais do cinema francês, tanta pela narrativa agradável e o ótimo final, quando pelo química entre os dois maiores astros da França na época. Os diálogos entre Belmondo e Delon são bastante divertidos. O filme rendeu uma sequência inferior em 1974 somente com Alain Delon.

Tira ou Ladrão (Flic ou Voyou, França, 1979) – Nota 6,5
Direção – Georges Lautner
Elenco – Jean Paul Belmondo, Marie Laforet, Juliette Mills, Michel Galabru, Jean Pierre Balmer.

Quando um inspetor de polícia é encontrado morto na casa de uma prostituta, o comissário Borowitz (Jean Paul Belmondo) decide investigar o caso sozinho, se infiltrando no mundo do crime utilizando a identidade falsa do irmão da garota de programa. 

Esta mistura de policial e comédia foi um grande sucesso do cinema francês, muito pelo carisma do então astro Jean Paul Belmondo e pelas sequências de ação com acidentes de automóveis e explosões.

Boomerang (Comme un Boomerang, França / Itália, 1976) – Nota 5,5
Direção – José Giovanni
Elenco – Alain Delon, Carla Gravina, Louis Julien, Dora Doll, Jacques Rispall.

Um jovem drogado (Louis Julien) mata um policial. Seu pai Jacques (Alain Delon) tenta ajudar o filho de todas as formas para evitar a pena de morte. Tudo desaba quando a imprensa descobre que no passado Jacques foi um criminoso que cumpriu pena na cadeia. 

Este longa mistura o drama do pai desesperado com uma história policial em que a única saída pode ser fora da lei. A narrativa lenta, a falta de sequências mais fortes e a trilha sonora datada atrapalham bastante o desenvolvimento da história. É um filme abaixo do razoável.

domingo, 6 de novembro de 2022

Arisaka

 


Arisaka (Arisaka, Filipinas, 2021) – Nota 6
Direção – Mikhail Red
Elenco – Maja Salvador, Shella Mae Romualdo, Mon Confiado, Arthur Acuña, Michael Roy Jornales, Kiel Rodriguez.

Durante o transporte de um político que iria testemunhar em um caso de corrupção, alguns policiais corruptos se rebelam e matam o sujeito. A jovem policial Mariano (Maja Salvador) consegue sobreviver e mesmo ferida foge para a floresta, sendo perseguida por seus algozes. 

Esta produção filipina tem algumas ideias bastante interessantes, como a de fazer um paralelo da saga da policial com a terrível Marcha da Morte de Bataan que ocorreu durante a Segunda Guerra, quando os japoneses obrigaram soldados filipinos e americanos que se renderam a atravessar cem quilômetros a pé, deixando um rastro de milhares de mortos. 

O filme entrega algumas sequências bastante violentas, tem uma belíssima fotografia nas ótimas locações ao ar livre e uma narrativa um tanto filosofal em alguns momentos, o que infelizmente deixa a obra arrastada. 

Destaque também para a atuação da protagonista Maja Salvador e a língua filipina que utiliza diversas palavras de origem espanhola.

A arisaka do título é o nome da arma que parecia uma espingarda e que foi utilizada pelos japoneses na guerra. 

sábado, 5 de novembro de 2022

Domino

 


Domino (Domino, Dinamarca / França / Bélgica / Itália / Holanda / EUA / Inglaterra, 2019) – Nota 5,5
Direção – Brian De Palma
Elenco – Nikolaj Coster Waldau, Carice van Houten, Guy Pearce, Soren Malling, Eriq Ebouaney, Paprika Steen, Thomas W. Gabrielsson.

Uma dupla de investigadores (Nikolaj Coster Waldau e Soren Malling) atende um chamado aparentemente simples que resulta em tragédia, dando início a uma complexa trama de espionagem e terrorismo. 

A carreira de Brian de Palma é extremamente curiosa, variando entre filmes sensacionais como “Os Intocáveis”, “Vestida Para Matar” e “O Pagamento Final” com obras fracas como este “Domino”. Analisando friamente, desde “Olhos de Serpente” de 1998 que De Palma não entrega um filme acima da média. 

A ideia deste “Domino” é até interessante e também atual ao focar no tema do terrorismo. De Palma entrega três sequências bastante criativas, fato habitual em sua carreira. A perseguição inicial no telhado que é claramente inspirada em “Um Corpo que Cai” de Hitchcock, diretor que sempre foi uma inspiração para ele. 

As duas outras sequências de destaque são as dos atentados, uma com o celular acoplado na arma da psicopata e outro com um drone durante um evento. 

O grande problema é que a montagem é uma verdadeira bagunça, com a trama passando por três cidades em países europeus diferentes de uma forma corrida, como se fosse para encaixar a curta duração de menos de uma hora e meia. 

Problemas com orçamento e entre De Palma e os produtores levaram o filme a ser montado sem a participação do diretor, o que explica os vários erros.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O Monstro do Himalaia

 


O Monstro do Himalaia (The Abominable Snowman, Inglaterra, 1957) – Nota 6,5
Direção – Val Guest
Elenco – Peter Cushing, Forrest Tucker, Maureen Connell, Richard Wattis, Robert Brown, Michael Brill.

O dr. Rollason (Peter Cushing) trabalha com estudo de botânica em uma remota vila no Himalaia junto com a esposa (Maureen Connell) e um assistente. O objetivo oculto de Rollason vem à tona quando um grupo de exploradores chega ao local com a missão de encontrar a lendária figura do Yeti, o monstro da neve. 

Esta mistura de suspense, aventura e terror é uma curiosa produção da inglesa Hammer, que se tornaria ícone nos anos cinquenta e sessenta ao produzir diversos longas de terror. 

É curioso notar que apesar de ser praticamente todo filmado em estúdio, as sequências das avalanches são reais, tendo sido inseridas claramente para diminuir o custo. 

A história é bem legal, explora os temas habituais deste tipo de aventura como obsessão e ganância, além entregar boas sequências de suspense. 

É um longa indicado para quem gosta de filmes B antigos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Rogue Agent & Um Jantar Entre Espiões

 


Rogue Agent (Rogue Agente, Inglaterra / Alemanha / EUA) – Nota 6,5=
Direção – Declan Lawn & Adam Patterson
Elenco – James Norton, Gemma Arterton, Marisa Abela, Shazad Latif, Sarah Goldberg, Julian Barratt, Jimmy Akingbola, Rob Malone, Freya Mavor.

Em 1993, um homem chamado Robert Freegard (James Norton) convenceu duas garotas e um rapaz de que ele era um agente do MI5 e que precisava de ajuda em uma investigação secreta sobre o IRA, o exército republicano irlandês. 

Nove anos depois, o mesmo Robert está trabalhando como vendedor de carros de luxo quando se aproxima da advogada Alice (Gemma Arterton), com quem inicia um romance que resultará em consequências inesperadas. 

Este longa é baseado em um artigo sobre um golpista que enganou diversas pessoas no Reino Unido. Boa parte do filme segue a cartilha do romance, mesmo deixando claro que o sujeito tem outros objetivos. 

O personagem é charmoso, inteligente e manipulador, o que infelizmente acaba sendo o oposto das atitudes do sujeito na parte final, quando ele parece perder o controle de forma fácil. Neste momento o roteiro deixa a desejar.

É uma história absurda que poderia ter rendido um filme um pouco melhor.

Um Jantar Entre Espiões (All the Old Knives, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Janus Metz
Elenco – Chris Pine, Thandie Newton, Laurence Fishburne, Jonathan Pryce, Jonjo O’Neill, David Dawson, Orli Shuka.

Viena, 2012. Um avião é sequestrado por terroristas e os agentes da CIA na cidade procuram pistas para tentar ajudar na solução do caso. Oito anos depois, o agente Henry Pelham (Chris Pine) recebe a missão de investigar o caso. A CIA acredita que existia um espião entre seus agentes. É o início de um complexa trama repleta de mentiras. 

Este suspense sobre espionagem em momento algum decola. As poucas sequências mais tensas são até leves para este tipo de filme, que mesmo intercalando duas narrativas, tem como ponto principal o jantar entre o protagonista e a ex-agente vivida por Thandie Newton. 

É uma pena, pois a produção é ótima e a premissa mesmo sendo clichê tinha tudo para resultar em um filme mais interessante.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Memorial Day - Lembranças de uma Guerra

 


Memorial Day – Lembranças de uma Guerra (Memorial Day, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – Samuel Fisher
Elenco – Jonathan Bennett, James Cromwell, John Cromwell, Jackson Bond.

Três narrativas em tempos diferentes detalham as vidas de avô e neto que defenderam o exército em guerras. 

Em 2012, Kyle Vogel (Jonathan Bennett) luta no Afeganistão enfrentando ainda uma terrível enxaqueca. Uma segunda narrativa volta para 1993 quando Kyle (Jackson Bond) era adolescente e conseguiu extrair do seu avô Bud (James Cromwell) histórias da Segunda Guerra. A terceira narrativa retorna aos anos quarenta mostrando fatos que marcaram a vida de Bud (John Cromwell) durante as batalhas contra os nazista na Europa. 

O roteiro não apresenta surpresas, a proposta é fazer um paralelo entre a vida dos dois personagens e mostrar que as raízes familiares influenciam demais nas decisões dos mais jovens. A questão dos traumas de guerra afetando os relacionamentos é outro tópico interessante. As sequências de ação nas guerras são apenas corretas. 

E talvez o ponto mais negativo seja o elenco inexpressivo, com exceção da boa atuação do veterano James Cromwell. A curiosidade é ver o então ator estreante John Cromwell interpretando o papel de seu pai na vida real nas sequências da juventude do personagem, muito mais pela semelhança física do que pelo talento dramático.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Yaksha: Operação Implacável

 


Yaksha: Operação Implacável (Yaksha: Ruthless Operations, Coreia do Sul, 2022) – Nota 6,5
Direção – Hyeon Na
Elenco – Sol Kyung Gu, Park Hae Soo, Hiroyuki Ikeuchi, Dong Kun Yung, Lee El, Son Jae Rim, Jinyoung Park.

Após perder um caso importante, o promotor Han (Park Hae Soo) é transferido para um serviço burocrático. A chance de recuperar o cargo surge ao receber uma proposta para investigar a ação de agentes sul-coreanos na China. Ao chegar no país e encontrar Ji (Sol Kyung Gu) com sua equipe, Han se envolve numa complexa trama internacional. 

Esta curiosa produção sul-coreana de ação e espionagem peca pelo roteiro confuso que no final entrega uma motivação simplista para tanta agitação. 

A tentativa de embaralhar a trama leva o roteiro a colocar no mesmo balaio espiões sul-coreanos, norte-coreanos, chineses e japoneses, numa espécie de Torre de Babel oriental. 

Por outro lado, as sequências de ação são competentes e a produção extremamente caprichada, inclusive nos pequenos detalhes. 

O final clichê deixa uma enorme gancho para uma provável sequência.