segunda-feira, 31 de março de 2025

Alguém lá em Cima Gosta de Mim & O Céu Continua Esperando

 

Alguém lá em Cima Gosta de Mim (Oh, God!, EUA, 1977) - Nota 7,5
Direção – Carl Reiner
Elenco – George Burns, John Denver, Ralph Bellamy, Donald Pleasence, Teri Garr, William Daniels, Barnard Hughes, Paul Sorvino, Barry Sullivan, David Ogden Stiers.

Jerry (John Denver) trabalha em um supermercado e leva uma vida comum com a esposa Bobbie (Teri Garr). Tudo mundo quando em um certo dia ele recebe um bilhete para encontrar com Deus. Mesmo acreditando ser uma piada, ele decide acreditar na brincadeira e termina de cara com o verdadeiro Deus (George Burns) que deseja que Jerry espalhe sua mensagem para as pessoas mudarem de vida antes que seja tarde. 

Esta divertida comédia fez grande sucesso por mostrar de uma forma leve como as pessoas tinham se afastado do caminho correto, algo que por sinal hoje está muito pior. O protagonista vivido pelo falecido cantor John Denver, que na época estava no auge da carreira musical, sofre para tentar provar que falou com Deus, sendo tratado de forma bizarra pelos conhecidos, por médicos e até religiosos. 

Outro destaque é atuação do comediante George Burns, que tinha oito e um anos e que soltava frases extremamente divertidas para provar sua existência. O sucesso rendeu uma sequência inferior em 1984.

O Céu Continua Esperando (Oh, God! You Devil, EUA, 1984) – Nota 5,5
Direção – Paul Bogart
Elenco – George Burns, Ted Wass, Ron Silver, Roxanne Hart

Nesta sequência, Deus (George Burns) luta contra o Diabo (George Burns em papel duplo) para tentar salvar a alma de um ídolo do rock (Ted Wass), que deseja fazer sucesso a qualquer preço, mesmo que tenha que vender sua alma. 

O longa brinca com a história de “Fausto” misturada a lenda de que as estrelas do rock faziam pacto com o diabo para crescer na carreira. O filme tem alguns diálogos divertidos, principalmente a batalha de palavras entre Deus e o Diabo, mas a história não decola. Faltou a originalidade do primeiro filme e um roteiro melhor.

domingo, 30 de março de 2025

Priscilla

 

Priscilla (Priscilla, Itália / EUA / Inglaterra, 2023) – Nota 6
Direção – Sofia Coppola
Elenco – Cailee Spaeny, Jacob Elordi, Ari Cohen, Dagmara Dominczyk, Tim Post, Lyne Griffin.

Em 1959, a adolescente Priscilla (Cailee Spaeny) vive na Alemanha com os pais, assim como Elvis Presley (Jacob Elordi) que está prestando serviço militar. Eles se conhecem em uma festa e iniciam uma relação repleta de altos e baixos que se estenderá até 1972. 

Este longa dirigido por Sofia Coppola é baseado no livro escrito por Priscilla Presley que detalha como foi sua relação com Elvis. A produção é caprichada e a protagonista Cailee Spaeny, que tinha vinte e cinco anos quando o filme foi rodado, convence como a adolescente que descobre o amor e que demora para amadurecer. 

Priscilla é mostrada como uma garota que a princípio é moldada por Elvis que tinha dez anos a mais de idade e que com o passar do tempo percebe que é impossível ter o marido somente para ela. Por outro lado, a atuação de Jacob Elordi é over, tanto no início quando se mostra melodramático, como nos momentos de fúria e no final quando se tornou um sujeito ainda mais complicado por causa do vício em medicamentos. 

Um dos problemas do filme é a narrativa fria que cria um distanciamento entre os personagens e o público. Não existem momentos mais pesados. Os coadjuvantes também são mal explorados, parecendo figurantes. A impressão ao final de sessão é que vimos na tela as páginas de um livro frio e previsível.

sábado, 29 de março de 2025

Neste Mundo e no Outro

 

Neste Mundo e no Outro (A Matter of Life and Death, Inglaterra, 1946) – Nota 7,5
Direção – Michael Powell & Emeric Pressburger
Elenco – David Niven, Kim Hunter, Robert Coote, Roger Livesey, Raymond Massey, Richard Attenborough, Mairus Goring.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o piloto Peter Carter (David Niven) está sozinho em um bombardeiro prestes a cair. Pensando em se despedir da mãe e das irmãs, ele envia uma mensagem pelo rádio que é recebida pela oficial June (Kim Hunter), que se apaixona pelas palavras de Peter. Ao pular para a morte com um paraquedas, Peter acorda em uma praia sem saber como sobreviveu, até ser procurado por alguém que vive em um outro mundo. 

A dupla de diretores ingleses Michael Powell e Emeric Pressburger fizeram vários filmes juntos, com destaque para “Narciso Negro” e este “Neste Mundo e no Outro”. O grande acerto aqui é a criatividade, tanto nos cenários bem diferentes dos filmes da época, quanto os vários temas que o roteiro aborda. 

O filme começa como uma história de amor em meio a uma quase tragédia, pula para a questão da vida após a morte, segue para uma discussão sobre psiquiatria e neurologia, até o debate final que coloca no mesmo pote discussões sobre fé, religião e política com um embate entre Estados Unidos e Inglaterra. 

Vale citar o casal apaixonado vivido por David Niven, famoso por ótimos papéis nos anos cinquenta e sessenta e pela bela Kim Hunter, que ficaria marcada pela personagem da cientista Zira no clássico “O Planeta dos Macacos”.

sexta-feira, 28 de março de 2025

Terrorismo em Nova York

 

Terrorismo em Nova York (New York'ta Bes Minare, Turquia / EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – Mahsun Kirmizigul
Elenco – Haluk Bilginer, Mahsun Kirmizigul, Mustafa Sandal, Danny Glover, Gina Gershon, Robert Patrick, Scott William Winters.

Dois policiais turcos (Mahsun Kirmizigul e Mustafa Sandal) viajam aos Estados Unidos para escoltar de volta ao seu país um sujeito (Haluk Bilginer) acusado de ser o financiador de um grupo terrorista. O homem vive na América há décadas, tem família e alega que jamais se envolveu com terrorismo. Aos poucos, os policiais percebem que existe algo de errado com a situação. 

Esta co-produção entre Turquia e Estados Unidos dirigida, escrita e protagonizado por Mahsun Kirmizigul é melhor do que parece à primeira vista. A narrativa tem falhas, assim como uma sequência de ação mais forte deixa a desejar, porém a história é bastante interessante. O roteiro toca na questão do radicalismo sem ser panfletário, na importância da família e também no ódio, com direito a uma criativa reviravolta na parte final.

quinta-feira, 27 de março de 2025

O Passageiro: Profissão Repórter

 

O Passageiro: Profissão Repórter (Professione: Reporter, Itália / França / Espanha, 1975) – Nota 7,5
Direção – Michelangelo Antonioni
Elenco – Jack Nicholson, Maria Schneider, Jenny Runacre, Ian Hendry, Steven Berkoff.

Locke (Jack Nicholson) é um repórter de guerra que está na região do Deserto do Saara para fazer uma matéria sobre a guerrilha local. Chegando a uma simples pousada onde encontraria um sujeito que passaria informações sobre a situação, Locke encontra o homem morto no quarto. Ao invés de avisar a polícia, ele decide se apropriar da identidade do falecido, que é muito parecido com ele e assim buscar uma nova vida. O problema é que o homem era um traficante de armas. 

A premissa lembra a de um filme de ação sobre identidades trocadas, porém o desenvolvimento segue um linha completamente diferente. Por mais que o protagonista se envolva em algo perigoso e faça de tudo para não ser encontrado, a narrativa é lenta ao estilo diretor italiano Michelangelo Antonioni. As locações abertas e as posições da câmera são tão importantes quanto o restante para o diretor, que cria uma sequência final em que as imagens dizem tudo.

quarta-feira, 26 de março de 2025

O Diário de um Maquinista

 

O Diário de um Maquinista (Dnevnik Masinovodje, Sérvia / Croácia, 2016) – Nota 7
Direção – Milos Radovic
Elenco – Lazar Ristovski, Petar Korac, Mirjana Karanovic, Jasna Djuricic, Mladen Nelevic, Nina Jankovic.

Ilija (Lazar Ristovski) é um veterano maquinista que já matou diversas pessoas em acidentes nos trilhos. Não que ele seja um assassino, são casos de pessoas que escolhem cometer suicídio ou que tentam atravessar os trilhos com carros que ficam presos. 

Um certo dia, Ilija cruza o caminho do garoto Sima (Petar Korac), um órfão que ele adota. Anos mais tarde, Sima deseja ser maquinista, enquanto Ilija prefere que o garoto encontre outra profissão. 

Este curioso longa que mistura drama com humor narra de forma inusitada um relação que no fundo é comum entre pai e filho. São conflitos por causa de pensamentos e objetivos diferentes. 

A narrativa é criativa na forma de mostrar o porquê das atitudes de Ilija, que carrega uma enorme frustração. As locações na decadente linha ferroviária mostram como o interior dos antigos países socialistas ainda está atrasado. 

É um filme diferente que vale ser conhecido.

terça-feira, 25 de março de 2025

Fúria Primitiva

 

Fúria Primitiva (Monkey Man, EUA / Canadá / Singapura / Índia, 2024) – Nota 7,5
Direção – Dev Patel
Elenco – Dev Patel, Sharlto Copley, Pitobash, Sikandar Kher, Sobhita Dhulipala, Makrand Deshpande, Ashwini Kalsekar, Adithi Kalkunte.

Kid (Dev Patel) tenta sobreviver ganhando trocados em lutas clandestinas onde “interpreta” o personagem de um macaco. Aos poucos, a narrativa mostra que o objetivo de Kid vai além de ganhar dinheiro para ter uma vida melhor. Na verdade ele procura vingança por algo que aconteceu em sua infância. 

O ator Dev Patel estreou na direção de um longa com essa mistura insana de “John Wick” com “Clube da Luta”. São basicamente três atos. A primeira hora foca na elaboração e execução do plano de vingança, até chegar a um resultado que não era o esperado. Os trinta minutos seguintes detalha uma jornada espiritual, para na meia-hora final explodir a violência. 

Essa parte espiritual quebra o ritmo da narrativa, mesmo tendo uma explicação na trama, que por sinal é bem amarrada detalhando ainda questões políticas e corrupção. O ator Dev Patel mostra talento nas sequências de ação, como já fez outras vezes e também atrás das câmeras.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Golpe de Gênio

 

Golpe de Gênio (Ingenious, EUA, 2009) – Nota 6
Direção – Jeff Balsmeyer
Elenco – Dallas Roberts, Jeremy Renner, Ayelet Zurer, Marguerite Moreau, Richard Kind, Amanda Anka, Eddie Jameson, Judith Scott.

Matt (Dallas Roberts) e Sam (Jeremy Renner) são donos de uma empresa que tentam emplacar no mercado algum produto inovador, mas sempre tomam o caminho errado. O fracasso afeta o casamento de Matt com Gina (Ayelet Zurer), mas mesmo assim ele continua na busca para criação de um produto que mude sua vida. 

Este longa inspirado em uma história real tem um roteiro previsível e várias situações que são resolvidas de forma apressada. Por outro lado, os personagens são simpáticos, as ideias dos produtos são curiosas, além de mostrar que o sucesso de algo muitas vezes ocorre por ser diferente dos concorrentes e não tanto pela qualidade. 

Este também foi um dos primeiros trabalhos no cinema do hoje astro Jeremy Rennner. Esqueça o título nacional, não existe golpe na trama.

domingo, 23 de março de 2025

Entre Montanhas

 

Entre Montanhas (The Gorge, Inglaterra / EUA, 2025) – Nota 7
Direção – Scott Derrickson
Elenco – Miles Teller, Anya Taylor Joy, Sigourney Weaver, Sope Dirisu, William Houston, Ruta Gedmintas, James Marlowe.

Levi (Miles Teller) é um fuzileiro naval aposentado que trabalha como assassino profissional para o governo americano e para grupos paramilitares. Drasa (Anya Taylor Joy) também é um assassina que presta serviços para o governo russo. 

Os dois recebem a mesma missão de proteger um antigo desfiladeiro, com cada um tendo de ficar durante um ano em torres de observação que ficam em lados opostos. Não demora para descobrirem que existe algo sinistro no local. 

Por mais que o roteiro seja previsível, essa mistura de ação, ficção e romance funciona pela química entre o casal principal, pelas ótimas sequências de ação e pela criativa “locação” do desfiladeiro em meio as duas montanhas. 

É o tipo de filme em que o espectador precisa apenas se divertir com a narrativa ágil e a ação.

sábado, 22 de março de 2025

O Macaco

 

O Macaco (The Monkey, EUA / Inglaterra / Canadá, 2025) – Nota 6,5
Direção – Osgood Perkins
Elenco – Theo James, Tatiana Maslany, Christian Convery, Colin O’Brien, Elijah Wood, Sarah Levy, Osgood Perkins, Adam Scott.

Quando crianças, os gêmeos Hal e Bill (Christian Convery em papel duplo) encontram um estranho macaco de brinquedo no meio das coisas que o pai deixou quando abandonou a mãe (Tatiana Maslany). Ao ligarem o brinquedo, uma tragédia acontece. Na vida adulta, um dos irmãos (Theo James) tenta se isolar dos familiares para evitar novas tragédias, porém o sinistro brinquedo reaparece. 

Essa mistura de suspense e terror dirigido por Osgood Perkins, do recente e estranho “Longlegs”, é baseado em um conto de Stephen King. A história tem uma ótima premissa que busca uma certa inspiração no cult “Brinquedo Assassino”, inclusive com um interessante prólogo mostrando o pai dos garotos tentando resolver a situação. 

O problema é que o roteiro se perde um pouco na parte final, quando o foco se volta para a complicada relação dos irmãos na vida adulta. O estilo da narrativa lembra os filmes de terror B dos anos oitenta e o brinquedo é assustador, porém faltou um roteiro melhor.

sexta-feira, 21 de março de 2025

Instinto Materno

Instinto Materno (Mother’s Instinct, EUA, 2024) – Nota 6
Direção – Benoit Delhomme
Elenco – Jessica Chastain, Anne Hathaway, Anders Danielsen Lie, Josh Charles, Eamon Patrick O’Connell, Caroline Lagerfelt.

Nova Jersey, início dos anos sessenta. Alice (Jessica Chastain) e Céline (Anne Hathaway) são amigas e vizinhas que moram em um belo bairro de subúrbio. Casadas e com um filho da mesma idade, tudo muda quando uma das crianças sofre um terrível acidente. A amizade se transforma em paranoia, rancor e desconfiança. 

Este drama com pitadas de suspense lembra os filmes de sociopatas dos anos noventa em que uma personagem aparentemente normal aos poucos mostra o seu lado obscuro. Durante a primeira hora o roteiro explora o típico drama sobre perda que resulta em frustração e rancor, para na segunda metade virar a chave para um suspense genérico sobre vingança e maldade. 

É um filme que chama mais a atenção pela maldade humana, do que pela história.

quinta-feira, 20 de março de 2025

A Ilha dos Malucos & Clube Paraíso

 

A Ilha dos Malucos (Water, Inglaterra, 1985) – Nota 6
Direção – Dick Clement
Elenco – Michael Caine, Brenda Vaccaro, Valerie Perrine, Jimmie Walker, Bill Connolly, Dennis Dugan, Dick Shawn, Fred Gwynne, Leonard Rossiter.

A fictícia Cascara é um ilha no Caribe colonizada pelos britânicos, porém é ignorada por sua irrelevância. Tudo muda quando uma empresa americana de perfuração descobre uma gigantesca mina de água. O fato chama a atenção do governador local (Michael Caine), do governo britânico, dos americanos e de um grupo revolucionário. 

Esta sátira à exploração de um colônia brinca com as variadas vertentes políticas dos anos oitenta e seus interesses sempre acima do que a população precisa. Michael Caine está engraçado como o sujeito que tenta defender a ilha, assim como Bill Connolly interpretando um revolucionário. É uma comédia absurda no desenvolvimento, mas interessante na questão política e com alguns momentos divertidos.

Clube Paraíso (Club Paradise, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Harold Ramis
Elenco – Robin Williams, Peter O'Toole, Jimmy Cliff, Twiggy, Rick Moranis, Eugene Levy, Joanna Cassidy, Andrea Martin, Adolph Caesar, Joe Flaherty, Mary Gross.

Jack (Robin Williams) é um bombeiro aposentado que decide mudar completamente de vida ao visitar a fictícia ilha de Saint Nicholas no Caribe. Ao conhecer o cantor de reagge Ernest (Jimmy Cliff), que é dono de um decadente resort, Jack decide se tornar sócio para alavancar o turismo no local. 

Esta comédia parece mais uma viagem de férias do elenco e do diretor Harold Ramis do que exatamente um filme. O roteiro tem um drama raso sobre uma corporação interessada em comprar o resort, porém o protagonista e os turistas excêntricos ajudam a salvar o local. São as típicas sequências exageradas das comédias dos anos oitenta.

quarta-feira, 19 de março de 2025

A Cabana

 

A Cabana (The Shack, EUA / Canadá / Hong Kong, 2017) – Nota 6
Direção – Stuart Hazeldine
Elenco – Sam Worthinghton, Octavia Spencer, Tim McGaw, Radha Mitchell, Megan Charpentier, Gage Munroe, Amélie Eve, Avraham Aviv Alush, Sumire, Alice Braga, Graham Greene.

Uma tragédia faz a vida da família de Mack (Sam Worthington) desabar. Ele perde a conexão com a esposa e o casal de filhos adolescentes, até que um bilhete inusitado o faz visitar o passado para tentar entender o que aconteceu com sua vida. 

Este longa baseado em um best seller fez um grande sucesso com o público que gosta de autoajuda espiritual. O filme pode ser dividido em duas partes. A primeira prende a atenção ao mostrar a vida em família, um pouco da infância sofrida do protagonista até chegar ao momento do desespero com a tragédia. 

A hora final se volta para um espécie de redenção espiritual em que mesmo sendo interessante analisando a mensagem que está sendo passada, a narrativa se torna cansativa, com uma série de lições de vida ao estilo de autoajuda. Destaque para a belíssima produção.

terça-feira, 18 de março de 2025

Terror nos Bastidores

 

Terror nos Bastidores (The Final Girls, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Todd Strauss Schulson
Elenco – Taissa Farmiga, Malin Akerman, Adam Devine, Thomas Middleditch, Alexander Ludwig, Nina Dobrev, Alia Shawkat, Angela Trimbur.

Max (Taissa Farmiga) e um grupo de amigos decidem assistir um filme de terror que foi protagonizado pela mãe da garota (Malin Akerman) nos anos oitenta. A então estrela de cinema faleceu em um acidente em que a filha sobreviveu. 

Durante a sessão ocorre um novo acidente que faz com Max e seus amigos atravessem a tela para fugir e sem explicação terminam dentro do filme de terror que fez a fama de sua mãe. Eles terão de lutar contra o assassino mascarado do filme. 

Esta mistura de terror e comédia bebe na fonte da franquia “Pânico” ao brincar com os clichês do gênero em meio a piadas e sangue. São várias referências aos filmes de terror adolescente dos anos oitenta, desde os personagens principais até o assassino mascarado que é um mistura de Jason com Michael Myers. 

Quem curte o gênero vai ser divertir, mesmo com as falhas e os excessos.

segunda-feira, 17 de março de 2025

Ensina-me a Querer, A Casa de Kate é um Caso & Não lhe Diga Quem Eu Sou

 

Ensina-me a Querer (Surrender, EUA, 1987) – Nota 5,5
Direção – Jerry Belson
Elenco – Sally Field, Michael Caine, Steve Guttenberg, Peter Boyle, Jackie Cooper, Julie Kavner, Louise Lasser.

Sean Stein (Michael Caine) é um escritor rico e famoso que cansado de ser enganado por mulheres interesseiras, se faz passar por um sujeito falido com o objetivo de encontrar um amor de verdade, que surge na figura de Diasy (Sally Field). A relação avança, até o momento em que Sean precisará contar a verdade.

Esta comédia escrita e dirigida por Jerry Belson foi um do vários fracassos da produtora Cannon de Menahem Golan e Yoram Globus que ajudaram a levar a empresa à falência. Os ótimos Michael Caine e Sally Field até tentam salvar o filme, porém o roteiro previsível repleto de clichês não ajuda.

A Casa de Kate é um Caso (Far Noth, EUA, 1988) – Nota 5
Direção – Sam Shepard
Elenco – Jessica Lange, Charles Durning, Tess Harper, Donald Moffat, Ann Wedgeworth, Patricia Arquette.

Uma família problemática se reúne quando o patriarca (Charles Durning) sofre um acidente com um cavalo. A três filhas (Jessica Lange, Tess Harper e Patricia Arquette) não conseguem se acertar, assim como tem dificuldades em se relacionar com a mãe (Ann Wedgerworth). 

Este longa escrito e dirigido pelo ator Sam Shepard, que faleceu em 2017, peca em não se decidir entre um drama familiar e uma comédia. São sequências que variam entre o drama raso e a comédia patética. Nem o mesmo o bom elenco consegue salvar o material. Vale citar que a atriz Jessica Lance viveu com Shepard de 1982 até 2009.

Não lhe Diga Quem Eu Sou (Don't Tell Her It's Me, EUA, 1990) – Nota 5
Direção – Malcolm Mowbray
Elenco – Steve Guttenberg, Jami Gertz, Shelley Long, Kyle MacLachlan, Madchen Amick, Beth Grant.

Após se recuperar de uma séria doença, o solitário cartunista Gus (Steve Guttenberg) decide criar um espécie de personagem com a ajuda de sua irmã (Shelley Long) e assim mudar sua vida, inclusive buscando um amor. 

Esta foi mais umas várias comédias dos anos oitenta e noventa que tentava fazer rir com mentiras e desencontros em meio a um roteiro com pitadas de drama. A farsa do personagem não convence, resultando em poucas risadas e um drama raso.

domingo, 16 de março de 2025

O Exorcismo

 

O Exorcismo (The Exorcism, EUA, 2025) – Nota 5
Direção – Joshua John Miller
Elenco – Russell Crowe, Ryan Simpkins, Sam Worthintgon, Chloe Bailey, Adam Goldberg, Adrian Pasdar, David Hyde Pierce, Tracey Bonner.

Após a trágica morte do ator que interpretaria um padre em um filme sobre exorcismo, o veterano e decadente Tony Miller (Russell Crowe) consegue o papel. Afastado das telas há anos por causa da morte da esposa e do vício em bebidas, Tony tem a chance de retomar a carreira, porém aos poucos começa a demonstrar atitudes estranhas, como se estivesse sendo influenciado pelo papel ou por algo sobrenatural. 

Este terror genérico explora o tema do exorcismo de uma forma rasa através de uma trama repleta de clichês e um péssimo roteiro. A narrativa arrastada e o clima estranho também não ajudam. Até a sequência do exorcismo que deveria ser o clímax da história não convence.

sábado, 15 de março de 2025

Cena do Crime: O Assassino da Times Square

 

Cena do Crime: O Assassino da Times Square (Crime Scene: The Times Square Killer, EUA, 2012) – Nota 6,5
Direção – Joe Berlinger
Documentário

Em 1979, os corpos de duas mulheres sem as cabeças e sem as mãos foram encontrados em um hotel na região do Times Square em Nova York durante um incêndio. A polícia inicia a investigação, mas não consegue chegar a lugar algum, até que um crime em outro local abre o caminho para a possível solução do caso. 

Esta série documental em três episódios parece ter mais interesse em mostrar como a Times Square nos anos setenta era um local decadente repleto de cinemas pornôs, inferninhos e marginais do que em detalhar o caso. O segundo episódio foca quase todo em depoimentos de pessoas que conheceram o local na época ou que escreveram sobre o tema. 

Um ponto interessante é a questão da dificuldade das investigações na época, em que praticamente não existiam câmeras de vigilância e as delegacias não trocavam informações sobre os crimes, restando a busca por testemunhas ou pistas físicas deixadas nos locais dos crimes.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Antes do Sol Nascer

 

Antes do Sol Nascer (Before the Sun Explodes, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Debra Eisenstadt
Elenco – Bill Dawes, Sarah Butler, Christine Woods, Michael Rivkin, Amir Arison.

Ken (Bill Dawes) não consegue se firmar na carreira de stand up e passa por uma crise no casamento. Após mais uma apresentação fracassada, a também comediante Holly (Sarah Butler) se aproxima de Ken e inicia uma conversa que se estenderá durante uma complicada noite. 

Este drama de baixo orçamento com pitadas de comédia tem como destaque duas pequenas surpresas que o roteiro entrega na segunda metade da trama. Longe de ser algo marcante, mas são situações que mostram como as pessoas muitas vezes escondem suas verdadeiras intenções. 

O roteiro ainda foca nos problemas de um casamento, principalmente quando existe uma grande diferença nas carreiras profissionais. É um filme interessante, que tem como maior pecado deixar um final em aberto.

quinta-feira, 13 de março de 2025

Sede Por Justiça & Na Linha de Fogo: Rastros de Violência

 

Sede Por Justiça (In the Line of Duty: Hunt for Justice, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Dick Lowry
Elenco – Adam Arkin, Nicholas Turturro, Dan Lauria, Melissa Leo, Dean Norris, Stephen Root, Miguel Ferrer, Dell Yount, Michael Reynor, John Carroll Lynch.

Uma patrulheiro é assassinado em uma estrada ao abordar dois criminosos que pertencem a uma quadrilha que assalta bancos e prega uma revolução contra o governo. O ex-parceiro da vítima (Nicholas Turturro) e um agente do FBI (Adam Arkin) deixam as diferenças de lado e unem forças na busca pelos criminosos. 

Este é um dos melhores longas da série “In the Line of Duty” que explorava histórias de crimes reais. O roteiro detalha a forma como a quadrilha agia através de identidades falsas, mudanças constantes e crimes extremamente bem planejados. 

E do outro lado o trabalho da polícia e do FBI em busca de pistas de todas as formas possíveis, lembrando que era uma época em que a internet estava começando e as informações tinham que ser levantadas em pesquisas manuais e locais. 

É um bom filme, mesmo com as limitações das produções para a tv da época.

Na Linha de Fogo: Rastros de Violência (In the Line of Duty: The Price of Vengeance, EUA, 1995) – Nota 6,5
Direção – Dick Lowry
Elenco – Dean Stockwell, Michael Gross, Brent Jennings, Bruce A. Young, Brian Markinson, Tina Lifford, Mary Kay Place, Kathleen Robertson, Courtney Gains, Shaun Baker, Enrique Castillo, Susanna Thompson, Sharon Lawrence.

Uma quadrilha liderada por Johnny Moore (Brent Jennings) comete assaltos violentos e chama a atenção da polícia, que termina por prendê-lo através de uma ação do detetive Tom Williams (Michael Gross). Para tentar escapar da condenação, Johnny ameaça as testemunhas e planeja assassinar o detetive. 

Este outro longa da série “In the Line of Duty” detalha uma trágica história real que envolve assassinato e julgamento. A trama e o formato da narrativa lembram bastante os episódios da famosa série “Law and Order”, com os crimes seguidos da investigação e do julgamento. 

É um filme indicado para quem gosta da série.

quarta-feira, 12 de março de 2025

Como Vender a Lua

 

Como Vender a Lua (Fly Me to the Moon, EUA / Inglaterra, 2024) – Nota 6,5
Direção – Greg Berlanti
Elenco – Scarlett Johansson, Channing Tatum, Woody Harrelson, Ray Romano, Jim Rash, Anna Garcia, Donald Elise Watkins, Noah Robbins, Christian Clemenson, Colin Woodell.

No final dos anos sessenta, o governo americano de Richard Nixon tinha medo de ser superado pelos soviéticos na conquista do espaço. Após muito dinheiro gasto e pouco resultado, o objetivo de chegar à lua estava distante. 

Para conseguir patrocinadores, apoio de congressistas e aumentar o interesse da população no assunto, o governo contrata a marqueteira Kelly Jones (Scarlett Johansson), uma picareta especializada em criar campanhas mentirosas. O fato desagrada o chefe da programa espacial (Channing Tatum), que é obrigado a aceitar a situação. 

Esta comédia utiliza a premissa real da corrida para chegada à lua para criar uma trama de ficção que brinca principalmente com a teoria de que a viagem à lua jamais aconteceu. É basicamente uma sessão da tarde despretensiosa, daquelas que prendem a atenção, mas que logo é esquecida.

terça-feira, 11 de março de 2025

A Trapaça

A Trapaça (Il Bidone, Itália / França, 1955) – Nota 7,5
Direção – Federico Fellini
Elenco – Broderick Crawford, Richard Basehart, Giuletta Masina, Franco Fabrizi, Sue Ellen Blake, Alberto De Amicis. 

Augusto (Broderick Crawford), Carlo (Richard Basehart) e Roberto (Franco Fabrizi) são golpistas especializados em enganar pessoas humildes nos arredores de Roma. Conforme o tempo passa e os golpes afetam suas vidas pessoais, eles tomam decisões individuais, com consequências diferentes para cada um deles. 

Este interessante longa tem um estilo muito semelhante ao ótimo “Os Boas Vidas” que Federico Fellini dirigiu dois anos antes. São muitas sequências pelas ruas de Roma, sendo várias delas noturnas, a divertida sequência da festa e personagens que chegam em um momento que precisam decidir qual caminho seguir na vida. 

O personagem principal é o veterano golpista Augusto interpretado de forma perfeita pelo americano Broderick Crawford, que mostra seu lado escondido no reencontro com a filha, mas ao mesmo tempo parece resignado ao aceitar sua vida criminosa. O final cruel em todos os sentidos deixa a mensagem popular de que um dia a conta pelas maldades chega.

segunda-feira, 10 de março de 2025

The Sicilian Connection, Lepke & Marche ou Morra

 

The Sicilian Connection (Afyon Oppio, Itália / França, 1972) – Nota 6,5
Direção – Ferdinando Baldo
Elenco – Ben Gazzara, Silvia Monti, Fausto Tozzi, Steffen Zacharias, Luciano Catenacci.

Joe Coppola (Ben Gazzara) é um americano de origem italiana que viaja para a Turquia e posteriormente para a Sicília na Itália com o objetivo de negociar com traficantes locais a compra de um carregamento de heroína que ele pretende vender em Nova York. 

Nos anos sessenta e setenta, o cinema italiano produziu dezenas de filmes copiando o estilo americano, principalmente westerns e policiais. A receita era contratar pelo menos um astro americano para ser o protagonista em meio a um elenco de italianos e dublar o o filme em inglês para o lançamento internacional. 

Mesmo sendo cópias, alguns destes filmes são bem interessantes, como esse “The Sicilian Connection”. A produção passa por Istambul, Roma, Palermo e termina em Nova York com direito a um sequência de perseguição de automóveis e uma reviravolta no final. 

Lógico que a narrativa envelheceu e falta mais ação, porém a história sobre o fluxo do tráfico de drogas é bem amarrada e o protagonista vivido pelo americano Ben Gazzara dá conta do recado.

Lepke (Lepke, Israel / EUA, 1975) – Nota 6
Direção – Menahem Golan
Elenco – Tony Curtis, Anjanette Comer, Michael Callan, Warren Berlinger, Gianni Russo, Vic Tayback, Milton Berle.

Louis “Lepke” Buchalter (Tony Curtis) entrou para o crime ainda adolescente, passou alguns anos na prisão e ao ganhar a liberdade se envolveu com uma quadrilha, crescendo na hierarquia até se tornar o chefão e ao lado de mafiosos famosos como Lucky Luciano, criou o Sindicato do Crime. 

Durante os anos setenta, os produtores Menahem Golan e Yoram Globus, que eram primos e faziam filmes em Israel desde os anos sessenta, começaram a se arriscar em produções americanas. Em parceria com a produtora Cannon, que eles se tornariam donos em 1980, a dupla tentou aproveitar o sucesso de filmes sobre a Máfia com esse longa que detalhava a vida real do gângster Lepke. 

A narrativa irregular, a trama bastante previsível e o elenco de canastrões não ajudaram, mesmo com algumas boas sequências de violência. O astro Tony Curtis que já estava com o carreira na descendente, ainda entrega uma boa atuação como o protagonista. 

É um filme que vale apenas como curiosidade.

Marche ou Morra (March or Die, Inglaterra, 1977) – Nota 5,5
Direção – Dick Richards
Elenco – Gene Hackman, Terence Hill, Catherine Deneuve, Max von Sydow, Ian Holm, Jack O’Halloran, Rufus, Paul Sherman.

Na década de 1920, um batalhão da Legião Estrangeira liderado pelo Major Foster (Gene Hackman) recebe a missão de proteger uma escavação arqueológica no deserto do Marrocos. Uma tribo árabe ameaça atacar por considerar o local da escavação um cemitério sagrado. 

A premissa desse longa é bastante interessante ao colocar visões diferentes em conflito. O grande problema é que o filme é arrastado. Durante uma hora e meia a narrativa foca em diálogos sobre pequenos conflitos, no flerte entre os personagens de Terence Hill e Catherine Deneuve, além das algumas pitadas engraçadas. Apenas nos quinze minutos finais explode uma violenta sequência de ação, ou seja, é pouco para um filme que tinha potencial para ser muito melhor desenvolvido.

domingo, 9 de março de 2025

O Diabo no Tribunal

 

O Diabo no Tribunal (The Devil on Trial, Inglaterra, 2023) – Nota 6,5
Direção – Chris Holt
Documentário

Brookfield, Connecticut, 1980. Uma família entra em desespero quando o filho mais novo de onze anos de idade começa a ter atitudes estranhas, alegando que está sendo perseguido por algo sobrenatural. Depois de alguns eventos incomuns, eles entram em contato com o casal Ed e Lorraine Warren, famosos por investigarem casos sobre entidades e fantasmas, dando início a uma situação que levará a uma tragédia. 

Este documentário detalha a história real que foi utilizada como base no filme “Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” e que levou a um julgamento em houve uma tentativa de absolver um assassino alegando que o sujeito estava possuído por um demônio. 

É interessante notar que grande parte da família e das pessoas envolvidas no caso realmente demonstram acreditar na possessão, enquanto um pessoa deixa claro que não acredita, destacando argumentos pesados e chegando a colocar em dúvida a idoneidade do casal Warren. 

Não chega a ser um grande documentário, mas vale a pena tentar entender o que realmente aconteceu naquela família.

sábado, 8 de março de 2025

Sorria 2

Sorria 2 (Smile 2, EUA / Canadá, 2024) – Nota 6
Direção – Parker Finn
Elenco – Naomi Scott, Rosemarie DeWitt, Lukas Gage.Miles Gutierrez Riley, Peter Jacobson, Raul Castillo, Dylan Gelula, Ray Nicholson, Kyle Gallner.

Skye Rileey (Naomi Scott) é uma cantora pop adolescente que após se recuperar de um terrível acidente, tenta retomar a carreira. O problema é que algo sobrenatural está atormentado sua mente, que aos poucos a leva a ter alucinações que transformam sua vida em um inferno. 

Esta sequência é inferior ao longa de 2022, em parte por perder a originalidade e também pela história ser mais confusa com um estilo voltado para o público jovem que curte o gore. A descida da protagonista ao inferno é assustadora, mesmo com as falhas, assim como filme é repleto de cinismo. 

Vejo como a melhor parte a sequência inicial em que o personagem de Kyle Gallner, que foi um sobrevivente do filme anterior, tenta se livrar do “mal” que ele carrega.

sexta-feira, 7 de março de 2025

O Assassinato de um Presidente

 

O Assassinato de um Presidente (Executive Action, EUA, 1973) – Nota 7
Direção – David Miller
Elenco – Burt Lancaster, Robert Ryan, Will Geer, John Anderson, Ed Lauter.

Este esquecido longa produzido dez anos após o assassinato de Kennedy explora a mesma ideia de “JFK: A Pergunta que Não Quer Calar” que Oliver Stone comandou em 1991. O longa aposta na teoria de que Kennedy foi vítima de uma conspiração comandada por poderosos, que utilizaram mercenários para cometerem o crime. 

A narrativa detalha de forma minuciosa como o plano foi colocado em prática e como foram criadas pistas falsas para incriminar Lee Harvey Oswald. Por mais que muitos considerem uma teoria da conspiração, o que é mostrado aqui é bastante plausível. Vale citar que várias sequências são de filmagens reais. É um filme bastante interessante para quem gosta de se aprofundar em histórias nebulosas.

quinta-feira, 6 de março de 2025

O Resgate de uma Vida

 

O Resgate de uma Vida (The Grissom Gang, EUA, 1971) – Nota 6,5
Direção – Robert Aldrich
Elenco – Kim Darby, Scott Wilson, Tony Musante, Robert Lansing, Connie Stevens, Irene Dalley, Wesley Addy, Ralph Waite.

Kansas City, anos trinta. Uma reação inesperada de um sujeito transforma um assalto em latrocínio seguido do sequestro da jovem filha de um milionário (Kim Darby). Uma nova surpresa leva a garota a cair nas mãos da quadrilha da família Grisson, um bando de desajustados liderados por uma mãe dominadora (Irene Dalley) e um filho psicopata (Scott Wilson) que se apaixona pela jovem. 

Este drama policial com personagens bizarros é repleto de violência física e psicológica em uma narrativa ao estilo da época, influenciado por sucessos como “Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas” e “Sob o Domínio do Medo”. 

As locações rústicas e as sequências de violência são destaques, assim como a própria história que é incomum, mas bem amarrada. Por sinal, a história é baseada em um livro de James Hadley Chase, que tem um final mais pesado do que o escolhido para o filme.

quarta-feira, 5 de março de 2025

Blur Circle

 

Blur Circle (Blur Circle, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Christopher J. Hansen
Elenco – Cora Vander Broek, Matthew Brumlow, Ryan Artzberger, Jency Allison Weeks.

Dois anos após o desaparecimento de seu filho, Jill (Cora Vander Broek) continua obcecada em encontrar o garoto. Irritada com todos a sua volta, sua imagem começa a mudar ao conhecer Burton (Matthew Brumlow), um sujeito com hábitos incomuns que decide ajudar na busca e na recuperação psicológica de Jill, mesmo a contragosto dela. 

Este drama independente toca no doloroso tema da perda de uma forma sóbria e até inusitada. Além de Burton, surge um terceiro personagem totalmente improvável que tenta abrir os olhos da protagonista através de uma nova perspectiva. 

Os ótimos diálogos ajudam o espectador a criar empatia pelos personagens, mesmo com eles tendo diversos defeitos e carregando erros que cometeram durante a vida. É um filme que vale a pena ser descoberto.

terça-feira, 4 de março de 2025

Meantime & The Navigators

 

Meantime (Meantime, Inglaterra, 1983) – Nota 5,5
Direção – Mike Leigh
Elenco – Marion Bailey, Tim Roth, Phil Daniels, Pam Ferris, Jeff Robert, Alfred Molina, Gary Oldman, Tilly Vorsburgh.

Frank (Jeff Robert) e Colin (Tim Roth) são irmãos desempregados que vivem com os pais em um conjunto habitacional em Londres. Sem perspectivas de melhorar a vida, principalmente Colin que tem dificuldade em compreender as coisas, eles passam o dia discutindo e andando com amigos, entre eles o skinhead Cox (Gary Oldman). 

Este longa escrito e dirigido por Mike Leigh, segue o estilo do diretor especialista em tramas sobre a classe trabalhadora inglesa. A narrativa crua, os personagens quase marginais e uma história que parece não sair do lugar resultam em uma obra estranha. 

O destaque fica para os ótimos atores britânicos em início de carreira na época, que hoje são astros conhecidos. Gary Oldman, Tim Roth e Alfred Molina criam personagens marcantes, mesmo com o filme sendo no máximo diferente.

The Navigators (The Navigators, Inglatera / Alemanha / Espanha, 2001) – Nota 5,5
Direção – Ken Loach
Elenco – Dean Andrews, Thomas Craig, Joe Duttine, Steve Huison, Venn Tracey.

Quando a empresa estatal que administra a ferrovia em uma região da Inglaterra é privatizada, a vida de vários funcionários começa a mudar. O emprego estatal garantido é substituído pelo trabalho na empresa privada, o colaborador precisa pensar no cliente e se adaptar as regras do mercado normal. 

O diretor inglês Ken Loach é especialista em filmes que criticam o capitalismo, algumas vezes acertando como no ótimo “Eu, Daniel Blake” e em outras forçando a barra com tramas panfletárias como neste “The Navigators”. 

Ao mesmo tempo em que a história é realista ao mostrar a dificuldade de trabalhadores de empresas estatais se adaptarem ao mercado privado, por outro lado também fica claro o comodismo de quem se acostumou a a um emprego que a princípio seria até a aposentadoria. É uma visão atrasada de um mundo que não existe mais.

segunda-feira, 3 de março de 2025

A Verdadeira Dor

 

A Verdadeira Dor (The Real Pain, EUA / Polônia, 2025) – Nota 7,5
Direção – Jesse Eisenberg
Elenco – Jesse Eisenberg, Kieran Culkin, Will Sharpe, Jennifer Grey, Kurt Egyiawan, Daniel Oreskes, Liza Sadovy.

Os primos David (Jesse Eisenberg) e Benji (Kieran Culkin) viajam para a Polônia após a morte da avó que foi uma sobrevivente do Holocausto. A avó queira que eles conhecessem o país onde ela nasceu e a casa onde viveu até iniciar a Segunda Guerra. As situações e os locais por onde passam durante a viagem, fazem David e Benji tentarem entender um pouco mais sobre as próprias vidas e as frustrações que carregam. 

Este sensível longa escrito, dirigido e protagonizado pelo ator Jesse Eisenberg tem um toque autobiográfico por ele mesmo ser descendente de judeus. Ele interpreta o papel comum de sua carreira, a do tímido com dificuldade para se abrir, aqui fazendo um contraponto com o agitado personagem de Kieran Culkin. 

Além da história, destaque para a viagem pela Polônia intercalando locais turísticos com a dolorosa visita a um campo de concentração. É um filme bastante interessante sobre como as raízes familiares influenciam a vida das gerações seguintes.

domingo, 2 de março de 2025

Alien: Romulus

 

Alien: Romulus (Alien: Romulus, Inglaterra / EUA / Hungria / Austrália / Nova Zelândia / Canadá, 2024) – Nota 7
Direção – Fede Alvarez
Elenco – Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux, Isabela Merced, Spike Fearn, Aileen Wu.

Um grupo de jovens embarca em uma exploração espacial em busca de uma estação que aparentemente fora abandonada. No local, eles descobrem que existe algo terrível que matou todos os tripulantes e que ainda está a espreita de novas vítimas. 

Este é com certeza o longa mais aleatório da franquia Aliens, com um roteiro totalmente reciclado e uma história que se passa entre os dois primeiros filmes, os clássicos de Ridley Scott e James Cameron O elenco de jovens escalados para agradar a nova geração também é inexpressivo. 

A grande contradição é que o filme funciona por causa da ótima produção, da tensão constante e das caprichadas sequências de ação e violência, mesmo sendo copiadas dos filmes anteriores. É basicamente um longa explosivo e violento que vai funcionar para quem deseja diversão sem compromisso.

sábado, 1 de março de 2025

Gladiador I e II

 

Gladiador (Gladiator, EUA / Inglaterra / Malta / Marrocos, 2000) – Nota 8,5
Direção – Ridley Scott
Elenco – Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Connie Nielsen, Oliver Reed, Derek Jacobi, Richard Harris, Djimon Hounsou, Ralf Moeller, David Hemings, Tomas Arana, John Shrapnel, Giorgio Cantarini, Spencer Treat Clark, Tommy Flanagan, Sven Ole Thorsen.

O imperador Marcus Aurelius (Richard Harris) não esconde sua preferência pelo general Maximus (Russell Crowe), deixando em segundo plano seu filho Commodus (Joaquin Phoenix), que decide se vingar do concorrente. Maximus tem sua esposa e filha assassinadas. Ferido, ele é vendido como escravo para um treinador de gladiadores. Obcecado em se vingar, ele fará de tudo para retomar o que tem direito. 

Este premiado longa se tornou um clássico do gênero que explora drama, vingança, ação e violência em meio a um ótimo roteiro e um elenco sensacional. O diretor Ridley Scott utiliza de todos os elementos habituais do gênero potencializando em uma produção caprichada repleta de grandes sequências

Por muitos ano se falou em uma possível sequência, algo que ocorreu somente em 2024.

Gladiador II (Gladiator II, EUA / Inglaterra / Marrocos / Canadá / Malta, 2024) – Nota 6,5
Direção – Ridley Scott
Elenco – Paul Mescal, Denzel Washington, Pedro Pascal, Connie Nielsen, Joseph Quinn, Fred Hechinger, Lioz Raz, Derek Jacobi, Peter Mensah, Matt Lucas, Tim McInnerny, Richard McCabe, Yval Gonen.

Com Roma liderada por dois irmãos tiranos e seu exército invadindo cidades para expandir o império, Lucius (Paul Mescal) é capturado em um desses ataques que dizimou centenas de pessoas em sua região. Vendido como escravo, Lucius é treinado para ser gladiador, enquanto em paralelo uma revolta é armada pelo general Acacius (Pedro Pascal) que deseja derrubar os tiranos do poder. 

Esta sequência do ótimo longa dirigido pelo mesmo Ridley Scott em 2000 explora um roteiro requentado que parece amarrar clichês de vários filmes do gênero. A trama é totalmente previsível, tendo com maior destaque a atuação do sempre marcante Denzel Washintgon.

As sequências no coliseu parecem mais uma ficção com animais pré-históricos criados com CGI. O protagonista Paul Mescal é inexpressivo, assim a como a dupla de tiranos vividos por Joseph Quinn e Fred Hechinger são caricatos. 

É um filme que prende a atenção, mas que será esquecido rapidamente.