Em Busca de uma Filha

 

Em Busca de uma Filha (Into the Fire: The Lost Daughter, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Ryan White
Documentário

Em 2010, Cathy Terkanian recebeu uma carta da agência de adoção onde ela entregou sua filha bebê em 1974. Acreditando ser a filha querendo conhecê-la, Cathy fica surpresa ao descobrir que a garota desapareceu em 1989 aos 14 anos de idade. 

A carta era um pedido da polícia para realização de um exame de DNA para verificar se o corpo de uma garota que foi encontrado seria de sua filha. O fato dá início a um incessante busca de Cathy para descobrir o que aconteceu com sua filha. 

Essa minissérie documental em dois episódios detalha mais uma complexa história real repleta de situações que parecem que jamais levarão a uma resposta. A história se desenrola por vários anos e com diversos personagens se envolvendo de alguma forma. 

O primeiro episódio é bastante ágil focando na vida de Cathy e na busca pelas respostas. No episódio final entram em cena novos personagens, aumentando as sequências dramáticas e ao meu ver até exagerando neste quesito, deixando um a narrativa um pouco cansativa. 

No geral, é uma minissérie com uma história dolorosa e ao mesmo tempo sinistra.

Os Reis do Mundo

 

Os Reis do Mundo (Los Reyes del Mundo, Colômbia / Luxemburgo / França / México / Noruega, 2022) – Nota 7
Direção – Laura Mora Ortega
Elenco – Carlos Andrés Castañeda, Davison Florez, Brahian Acevedo, Cristian Campaña, Cristian David Duque.

Cinco adolescentes que vivem nas ruas de Medelín na Colômbia, decidem atravessar o país com destino a uma região remota em que a avó de um deles deixou um terreno que teria sido tomado pelo governo. É o início de uma saga de aventura e violência. 

Este longa colombiano que utiliza um elenco de atores amadores começa como um drama urbano semelhante ao que vemos nas periferias do Brasil, para em seguida se transformar em uma dolorosa jornada pelo esquecido interior daquele país. 

Os garotos que não tem limites para suas ações fora da lei, aos poucos descobrem que existem pessoas muito mais perigosas, que além da não respeitarem a lei, ignoram também a vida de terceiros. 

O filme tem um bela fotografia pelas estradas e florestas colombianas, sequências de violência, algumas de suspense e retrata o pior lado dos países latino-americanos.

O Caso dos Irmãos Menendez

 

O Caso dos Irmãos Menendez (The Menendez Brothers, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Alejandro Hartmann
Documentário

Em 20 de agosto de 1989, o casal Jose e Kit Menendez é brutalmente assassinado em sua mansão em Beverly Hills. Após dois meses sem que a polícia conseguisse chegar aos culpados, um psiquiatra ligado à família apontou como autores do crime os filhos das vítimas. 

Lyle de 21 anos e Erik de 17 foram presos e confessaram os crimes, porém durante o julgamento vieram à tona alegações de que os dois foram abusados de várias formas pelo pai, com a mãe fechando os olhos para a situação. 

Este documentário detalha todo o caso com o adendo de conseguir depoimentos por telefone do irmãos que estão presos há mais de trinta anos. É uma história ao mesmo tempo terrível, cruel e dolorosa. Por mais que os assassinatos tenham sido brutais, por outro lado, as alegações de abuso tendem a ser reais, o que causou um enorme distúrbio na mente dos irmãos. 

A história foi retratada com mais detalhes na minissérie com atores “Law & Order True Crime: The Menendez Murders”. É uma tragédia que faz pensar sobre como muitas famílias aparentemente perfeitas escondem terríveis segredos quando as portas da casa se fecham.

Scarface

 

Scarface (Scarface, EUA, 1983) – Nota 10
Direção – Brian De Palma
Elenco – Al Pacino, Steven Bauer, Michelle Pfeiffer, Mary Elizabeth Mastrantonio, Robert Loggia, F. Murray Abraham, Paul Shenar, Miriam Colon, Harris Yulin, Pepe Serna, Mark Margolis.

Em 1980, o governo cubano liberou a saída de mais de cem mil pessoas do Porto de Mariel em direção a Miami. Muitos dizem que foi para expatriar inimigos políticos e presidiários que lotavam as cadeias do país. Neste contexto, o diretor Brian de Palma em parceria com o roteiro de Oliver Stone criou uma nova versão para o clássico “Scarface – A Vergonha de uma Nação” dirigido por Howard Hawks em 1932. 

O personagem principal é o cubano Tony Montana (Al Pacino), que ao chegar em Miami se une ao amigo Manny (Steven Bauer) para iniciar uma carreira de crimes, primeiro atuando como assassino para um mafioso (Robert Loggia) e aos poucos crescendo na organização com o objetivo de ser tornar o chefão, custe o que custar. 

As quase três horas de duração são repletas de sequências violentas, discussões e drogas, em uma jornada em direção ao topo seguida da queda. As atuações viscerais de Al Pacino, Steve Bauer e da belíssima Michelle Pfeiffer são destaque, assim como os contrates da Miami do anos oitenta, entre o glamour da noite e a violência do submundo. 

É com certeza um dos grandes clássicos da história do cinema.

Encontros Perigosos & Tensão em Alto Mar

 

Encontros Perigosos ou Estranhas em um Trem (Once You Meet a Stranger, EUA, 1996) – Nota 5,5
Direção – Tommy Lee Wallace
Elenco – Jacqueline Bisset, Theresa Russell, Nick Mancuso, Robert Desiderio.

Durante uma viagem de trem, a ex-estrela infantil Sheila (Jacqueline Bisset) cruza o caminho de Margo (Theresa Russell). Sheila conta que seu não marido não está aceitando o pedido de divórcio, enquanto Margo cita que odeia sua mãe e faz uma proposta aparentemente de brincadeira para que uma mate o “inimigo” da outra. O que Sheila não imagina é que Margo pretende cumprir o que considera um acordo. 

Este longa produzido para a tv é uma versão do clássico “Pacto Sinistro” dirigido por Alfred Hitchcock em 1951. O roteiro troca os protagonistas masculinos por mulheres e tenta sem sucesso criar suspense em poucas sequências. Resumindo, é melhor ver o original ou mesmo a comédia de Danny DeVito “Jogue a Mamãe do Trem” que explora a mesma trama de forma engraçada.

Tensão em Alto Mar (Dead in the Water, EUA, 2002) – Nota 4,5
Direção – Gustavo Lipsztein
Elenco – Henry Thomas, Dominque Swain, Scott Bairstow, Sebastian De Vicente, José Wilker, Renata Fronzi, Lavinia Vlasak.

Três amigos, com um deles levando a namorada partem em um passeio de barco no Rio de Janeiro. Uma discussão por causa de ciúme causa a morte de um dos rapazes. Os três jovens voltam para a terra firme, porém decidem esconder o crime e terão de lidar com uma forte tensão entre eles. 

Este filme escrito e dirigido pelo brasileiro Gustavo Lipsztein e rodado no Rio de Janeiro é um suspense com uma narrativa lenta que em momento algum decola. As sequências principais são ruins e o elenco é recheado de canastrões misturados a brasileiros perdidos no meio da trama. 

Henry Thomas ainda segue atuando em filmes medianos, enquanto a bela Dominique Swain faz somente filmes B e Scott Bairstow chegou a ser condenado pouco tempo depois deste longa e acabou abandonando a carreira.

Bagagem de Risco

 

Bagagem de Risco (Carry-On, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Jaume Collet Serra
Elenco – Taron Egerton, Jason Bateman, Sofia Carson, Danielle Deadwyler, Theo Rossi, Logan Marshall Green, Tonatiuh, Dean Norris, Sinqua Walls, Curtiss Cook, Joe Williamson, Benito Martinez.

Ethan (Taron Egerton) trabalha como segurança no aeroporto de Los Angeles. Na véspera de Natal, um terrorista (Jason Bateman) coloca em execução um plano em que obriga Ethan através de ameaças contra sua esposa (Sofia Carson), em auxiliar na passagem de uma mala pelo detector de metais. 

Este longa de ação segue o estilo dos filmes dos anos noventa com sequências criativas, ritmo ágil e um roteiro totalmente previsível. O filme perde alguns pontos por enfiar pitadas ideológicas na trama, que podem ser ignoradas por quem deseja apenas uma diversão passageira repleta de ação. 

É curioso ver Jason Bateman como vilão, algo que ele chegou perto em alguns momentos na famosa série “Ozark”.

O Último Magnata

 

O Último Magnata (The Last Tycoon, EUA, 1976) – Nota 6
Direção – Elia Kazan
Elenco – Robert De Niro, Tony Curtis, Robert Mitchum, Jeanne Moreau, Jack Nicholson, Donald Pleasence, Ray Milland, Dana Andrews, Ingrid Boulting, Peter Strauss, Theresa Russell, John Carradine, Jeff Corey, Seymour Cassel, Anjelica Huston.

Monroe Stahr (Robert De Niro) é um produtor em ascensão na Hollywood dos anos trinta. Lidando com atores, atrizes e diretores problemáticos, Monroe se mostra frio e determinado, porém tudo muda ao conhecer uma jovem (Ingrid Boulting), filha do chefão do estúdio (Robert Mitchum). 

Este longa baseado em uma obra inacabada do escritor F. Scott Fitzgerald, que dizem ser baseada nos comandantes do estúdio MGM, foi o último trabalho do diretor Elia Kazan. A proposta de Kazan e da história de Fitzgerald era mostrar os bastidores de Hollywood, principalmente as complicadas relações pessoais, de poder e de trabalho. 

Várias sequências são de filmagens, outras do romance do protagonista e as questões de disputas pessoais que derrubam carreiras. A narrativa é um pouco cansativa, em momento algum o filme decola. O ponto alto é o ótimo elenco, com destaque para Robert De Niro e para o quase sempre assustador Robert Mitchum, além de Jack Nicholson interpretando um sindicalista picareta.

A Ordem

 

A Ordem (The Order, EUA / Inglaterra / Canadá, 2024) – Nota 7
Direção – Justin Kurzel
Elenco – Jude Law, Nicholas Hoult, Tye Sheridan, Jurnee Smollett, Odessa Young, Alison Oliver, Marc Maron, Victor Slezak, Matias Lucas, Morgam Holmstrom.

Seattle, 1984. Bob (Nicholas Hoult) é o líder de uma quadrilha que aterroriza pequenas cidades da região assaltando bancos, carros-fortes e explodindo bombas. Eles são dissidentes de um grupo extremista. O agente do FBI Terry Husk (Jude Law) toma a frente da investigação em parceria com a polícia local, tendo ajuda do jovem policial Jamie (Tye Sheridan). 

Este competente longa policial é inspirado em fatos reais. A narrativa segue o estilo clássico do gênero, com várias sequências competentes de ação, personagens bem desenvolvidos e um clima de tragédia. Destaque para a atuação do trio principal.

Clube dos Vândalos

 

Clube dos Vândalos (The Bikeriders, EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Jeff Nichols
Elenco – Austin Butler, Jodie Comer, Tom Hardy, Michael Shannon, Mike Faist, Boyd Holbrook, Damon Herriman, Beau Knapp, Karl Glusman, Emory Cohen, Toby Wallace, Norman Reedus, Happy Anderson, Paul Sparks, Will Oldham.

Chicago, 1965. A jovem Kathy (Jodie Comer) cruza o caminho de um clube de motoqueiros em um bar, o chamado “Clube dos Vândalos” e rapidamente se envolve com o calado Benny (Austin Butler). Em uma narrativa paralela em 1973, um jornalista (Mike Faist), que fez parte do grupo anos atrás, entrevista Kathy para saber o que aconteceu com os colegas e com o clube. 

Este longa escrito e dirigido por Jeff Nichols, de trabalhos melhores como “Amor Bandido” e “Separados Pelo Sangue”, explora uma transição entre a época em que um clube de motoqueiros era uma reunião de amigos rebeldes para outra em que a violência e o crime entraram em cena. 

A narrativa detalha o crescimento do clube que fez com que muitos desconhecidos e outros pequenos grupos se unissem, criando conflitos e disputas que levaram para um caminho perigoso. O filme não chega a decolar, em alguns momentos a história se volta mais para o drama e a tristeza de ver algo sendo destruído. 

Destaque para o ótimo elenco recheado de rostos conhecidos, apenas com exceção da atuação inexpressiva do protagonista Austin Butler. Tom Hardy está bem como o líder forte e melancólico, Jodie Comer muito bem como uma espécie de consciência e testemunha do grupo, além do sempre ótimo Michael Shannon, que é parceiro habitual do diretor Jeff Nichols e que mesmo em um papel pequeno entrega uma atuação forte, principalmente na sequência em que conta uma história sobre sua vida. 

É um bom filme sobre um tema que é abordado de uma forma diferente do habitual.

Sugarcane: Sombras de um Colégio Interno

 

Sugarcane: Sombras de um Colégio Interno (Sugarcane, Canadá / EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Emily Kassie & Julian Brave NoiseCat
Documentário

Este documentário detalha a dolorosa história de uma série de abusos ocorridos contra crianças em um colégio católico que funcionou até o início dos anos oitenta em uma reserva indígena no Canadá. 

A dupla de diretores buscou os detalhes da história através de duas investigadoras que se aprofundaram no caso desenterrando documentos e colhendo depoimentos, que por sinal são repletos de sentimentos guardados durante anos. 

A história é semelhante a muitos casos de abusos ocorridos nas últimas décadas, em que os responsáveis eram protegidos por superiores para evitar escândalos e problemas na justiça, enquanto as vítimas sofriam em silêncio ou eram ignoradas. 

O que faz o documento perder alguns pontos é a narrativa lenta e cansativa em alguns momentos, quando rituais e tradições indígenas são inseridos na história, desviando do foco principal. A história é terrível e merecia ser contada, mas o documentário também poderia ser mais direto.

Pelas Ruas de Manhattan

 

Pelas Ruas de Manhattan (Avenues, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Michael Angarano
Elenco – Michael Angarano, Nicholas Braun, Ari Graynor, Adelaide Clemens, Maya Kazan, Greg Vrotsos, Juno Temple.

Um mês após seu irmão ter cometido suicídio, Max (Michael Angarano) faz aniversário e recebe a visita de seu amigo Peter (Nicholas Braun) para comemorar. Enquanto os dois perambulam por Nova York, eles discutem sobre a vida, família e relacionamentos, além de cruzarem o caminho de duas garotas (Ari Graynor e Adelaide Clemens). 

Este longa escrito, dirigido e protagonizado pelo ator Michael Angarano é a típica produção de baixo orçamento que explora os cenários naturais de Nova York para contar um dia na vida de jovens que ainda não encontraram seus caminhos na vida. O roteiro mescla situações engraçadas, discussões sobre a vida e pitadas de sexo. 

É um filme indicado para gosta de obras em que o ponto principal são os diálogos.

Chinese Coffee

 

Chinese Coffee (Chinese Coffee, EUA, 2000) – Nota 7
Direção – Al Pacino
Elenco – Al Pacino, Jerry Orbach, Susan Floyd, Ellen McElduff.

Nova York 1982. Harry Levine (Al Pacino) é um escritor que após publicar dois livros sem sucesso, afundou na carreira. Em uma noite, após ser despedido do emprego de porteiro em um restaurante, Harry vai visitar seu amigo Jake (Jerry Orbach), que também tentou ser escritor, mas que sobrevive trabalhando como fotógrafo. Durante uma noite, os discutem sobre suas vidas, carreiras, dinheiro e relacionamentos, incluindo vários flashbacks que explicam como eles chegaram na situação atual. 

Este longa dirigido por Al Pacino é a adaptação de uma peça de teatro que o próprio ator protagonizou na Broadway em 1992. A enorme quantidade de diálogos e o contexto deixam claro que o longa é basicamente um teatro filmado, onde os ótimos Pacino e o falecido Jerry Orbach entregam grandes atuações. Por sinal, Orbach foi o protagonista da série “Law & Order” por treze temporadas interpretando um detetive cínico, papel muito semelhante ao do escritor/fotógrafo deste longa. 

Este é um filme esquecido, que vale como curiosidade cinematográfica para quem gosta de obras teatrais.

Aqui

 

Aqui (Here, EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Robert Zemeckis
Elenco – Tom Hanks, Robin Wright, Paul Bettany, Kelly Reilly, Michelle Dockery, Gwilym Lee, David Fynn, Ophelia Lovibond, Nicholas Pinnock, Nikki Amuka Bird, Zsa Zsa Zemeckis.

Como é habitual em sua carreira, o diretor e roteirista Robert Zemeckis comanda um longa baseado em uma ideia extremamente criativa. A premissa do filme inteiro se passar na mesma sala em períodos diferentes e com pessoas diferentes foi uma ótima sacada, mas infelizmente algumas coisas não funcionam. 

A principal falha é que ao mesmo tempo em que ele tenta focar em vários períodos e personagens, somente a história da família de Tom Hanks é realmente bem desenvolvida e a única que desperta interesse no espectador. As demais histórias são curtas e mal desenvolvidas, com situações que parecem jogadas na tela apenas para preencher o filme. 

Outra situação que passa do ponto é a trilha sonora de Alan Silvestri que exagera no drama. Desde as primeiras cenas a melodia dramática é inserida passando a impressão de que a ideia era criar emoção do início ao fim. 

Não considero um filme ruim, mas fica claro que se a trama focasse apenas em uma história ou em duas desenvolvidas com mais tempo, com certeza o resultado seria muito melhor.

Maomé - O Mensageiro de Alá & O Leão do Deserto

 

Maomé – O Mensageiro de Alá (The Message, Líbia, 1976) – Nota 7,5
Direção – Moustapha Akkad
Elenco – Anthony Quinn, Michael Ansara, Irene Papas, Johnny Seka, Michael Forest, Damien Thomas, André Morell, Garrick Hagon.

O sírio Moustapha Akkad ficou conhecido no cinema como o produtor do clássico “Halloween” de John Carpenter, inclusive sendo creditado em todas as sequências da franquia. O que muitos não sabem é que Akkad estreou no final dos anos setenta produzindo e dirigindo três filmes sobre a história muçulmana. 

O primeiro fato inusitado é que ele produziu em paralelo duas versões sobre a vida de Maomé. Uma versão para o público muçulmano e outra para o cinema ocidental, que é esta que comento aqui com um elenco repleto de atores ocidentais. Reza a lenda que Akkad tentou financiamento em Hollywood e foi ignorado, o que o levou a conseguir o dinheiro com o ditador líbio Muammar Gaddafi. 

O filme é um épico ao estilo do cinema americano dos anos sessenta, com centenas de figurantes, várias sequências de batalhas e uma produção de primeira qualidade. O que peca um pouco são as longas três horas de duração. Outro ponto interessante é que Maomé não é representado por ator algum, o protagonista é seu tio Hamza vivido por Anthony Quinn, que lidera os seguidores em diversas batalhas.

O Leão do Deserto (Lion of the Desert, EUA / Líbia, 1980) – Nota 7,5
Direção – Moustapha Akkad
Elenco – Anthony Quinn, Oliver Reed, Rod Steiger, Irene Papas, Raf Vallone, John Gielgud, Robert Brown.

Quatro anos depois, já conhecido pelo sucesso de “Halloween”, Moustapha Akkad conseguiu levar às telas outra história real sobre o mundo muçulmano. 

A trama se passa em 1929 e foca na resistência de rebeldes líbios liderados por Omar Mukhtar (Anthony Quinn) que lutaram durante mais de vinte anos contra a invasão das tropas italianas de Benito Mussolini (Rod Steiger). O roteiro detalha o período final da guerra quando Mussolini enviou o general Graziani (Oliver Reed), seu oficial com mais condecorações, para derrotar Mukhtar usando de todas as armas possíveis. 

O longa é outra épico de três horas de duração com estilo bastante semelhante ao filme sobre Maomé e novamente tendo o grande Anthony Quinn no papel principal, além da grega Irene Papas que também trabalhou nos dois filmes. Aqui o elenco ainda tem o reforço de grandes atores como Rod Steiger, Oliver Reed e John Gielgud. 

Nos anos seguintes, Akkad tentou sem sucesso fechar sua trilogia produzindo um filme sobre Saladino, porém não conseguiu investidores. E a nota triste fica para sua morte. Em 2005, aos 75 anos, Akkad e sua filha faleceram em um atentado enquanto estavam hospedados em um hotel na Jordânia.

O Assassino em Série de Long Island

 

O Assassino em Série de Long Island (The Long Island Serial Killer, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Alexis Linkletter & Billy Jensen
Documentário

Em 2010, o desaparecimento de uma garota de programa em Long Island levou a polícia a encontrar dez corpos escondidos no meio do mato na beira de uma rodovia que segue a costa. O fato dá início a uma investigação na busca por um serial killer e também na ação de autoridades corruptas que tentaram abafar o caso. 

A investigação desta terrível sequência de crimes e da sujeira que veio à tona é detalhada neste documentário que originalmente era um podcast comandado pela dupla de diretores Alexis Linkletter e Billy Jensen. 

É interessante ver como a corrupção foi exposta por causa de uma coincidência e ao mesmo tempo ficar indignado em saber que somente em 2023 um suspeito foi preso acusado de alguns desses assassinatos, porém até agora ainda não foi julgado.

Instinto Assassino & Perseguição em Taipei

 

Instinto Assassino (Dangerous, EUA, 2021) – Nota 5,5
Direção – David Hackl
Elenco – Scott Eastwood, Kevin Durand, Famke Janssen, Tyrese Gibson, Mel Gibson, Brenda Bazinet, Brendan Fletcher, Ryan Robbins, Leanne Lapp.

Dylan (Scott Eastwood) é um sujeito com distúrbios psicológicos obcecado em descobrir a verdade sobre a morte do irmão. Ele volta para a ilha onde vive sua família e que ocorreu o fato. Suas atitudes colocam uma agente do FBI (Famke Janssen) em seu encalço, ao mesmo tempo em que uma quadrilha também segue para o local em busca de algo precioso. 

Este longa de ação tem a cara dos anos oitenta e noventa, em que personagens desajustados, marginais e policiais se envolvem em uma trama repleta de violência. Destaque para as sequências de ação bem filmadas e as locações. 

Por outro lado, os personagens são caricatos e a história reciclada. Vale citar ainda a participação de Mel Gibson interpretando o psiquiatra do protagonista que aparece em algumas sequências sempre no mesmo cenário, na sala do seu consultório.

Perseguição em Taipei (Weekend in Taipei, França / Taiwan / EUA, 2024) – Nota 5,5
Direção – George Huang
Elenco – Luke Evans, Luan Mei Gwei, Sung Kang, Wyatt Yang, Pernell Walker.

John Lawlor (Luke Evans) é um agente do DEA que após ser afastado por sua chefe, decide de forma clandestina voltar para Taipei com o objetivo de prender um empresário corrupto (Sung Kang). Ele cruzará o caminho da esposa do sujeito (Luan Mei Gwei), com quem teve relacionamento anos atrás e juntos terão de enfrentar ainda uma quadrilha interessada nos negócios do empresário. 

Este longa de ação produzido por Luc Besson recicla uma trama genérica intercalando piadinhas, sequências que misturam violência com pitadas de comédia e atuações sofríveis. Não tem muito mais o que comentar, é basicamente mais um das dezenas de filmes semelhantes lançados todos anos e esquecidos rapidamente ao final da sessão.

Desaparecidos na Noite

 

Desparecidos na Noite (Svaniti Nella Notte, Itália, 2024) – Nota 5
Direção – Renato de Maria
Elenco – Riccardo Scamarcio, Annabelle Wallis, Massimiliano Gallo, Giandomenico Cupaiuolo.

Pietro (Riccardo Scamarcio) e Elena (Annabelle Wallis) estão em processo de divórcio. Quando o casal de filhos pequenos desaparece da casa do marido que fica em um local isolado e alguém pede um resgate pelas crianças, Pietro terá de embarcar num perigosa jornada pelo submundo. 

Este longa tem um premissa interessante e um desenvolvimento repleto de falhas. São várias situações sem explicação, que parecem jogadas na trama deixando o espectador sem entender como determinados fatos ocorreram. O filme tem até algum suspense na sequência do barco na ilha grega, mas no geral é uma obra genérica totalmente descartável.

O Prisioneiro

 

O Prisioneiro (Imprisoned, EUA, 2018) – Nota 5
Direção – Paul Kampf
Elenco – Laurence Fishburne, Juan Pablo Raba, Juana Acosta, Esai Morales, Edward James Olmos, John Heard, Jon Huertas, Fernanda Urrejola, Ana Isabelle, Vic Polizos.

Daniel Calvin (Laurence Fishburne) é o ex-diretor de um presídio em Porto Rico, local que está prestes a ser demolido. Atormentado por suas ações no passado, ele visita as instalações e começa a ter terríveis lembranças do que viveu. 

Em paralelo, a narrativa volta pelo menos vinte anos, quando em busca de vingança, Daniel armou uma situação para prender novamente seu desafeto Dylan (Juan Pablo Raba), que foi condenado no passado e cumpriu sua pena. 

Este drama tem como ponto principal as locações em Porto Rico e algumas sequências de violência. A história explora os clichês dos longas sobre prisões, exagerando em várias sequências, como nas alucinações do protagonista. 

É um longa que demorou para ser finalizado e terminou lançado somente no streaming, inclusive com o ator John Heard, famoso por ser o pai de Macaulay Culkin em “Esqueceram de Mim”, que tem aqui uma pequena participação, que acabou falecendo antes do filme ser lançado.

Os Delinquentes

 

Os Delinquentes (Los Delincuentes, Argentina, 2023) – Nota 6
Direção – Rodrigo Moreno
Elenco – Daniel Elias, Esteban Bigliardi, Margarita Molfino, German Da Silva, Laura Paredes.

Moran (Daniel Elias) é o funcionário de um banco que decide roubar um valor alto que está guardado no cofre do local. Na mesma noite, ele procura Roman (Esteban Bigliardi), que também trabalha no banco e faz uma inusitada proposta que mudará para sempre a vida da dupla. 

Este longa argentino escrito e dirigido por Rodrigo Moreno tem uma premissa que a princípio leva o cinéfilo a acreditar que verá uma história policial complexa, porém o roteiro muda completamente o rumo após a primeira hora. 

As reviravoltas com a mudança de foco são interessantes, a fotografia bonita e a ideia central também tinham enorme potencial, porém o ritmo extremamente lento e as três horas de duração transformam o filme em um verdadeiro teste de paciência para o cinéfilo. São diversas sequências longas e algumas até contemplativas que farão muitos desistirem no meio do caminho.

Entre Deus e o Pecado

 

Entre Deus e o Pecado (Elmer Gantry, EUA, 1960) – Nota 8,5
Direção – Richard Brooks
Elenco – Burt Lancaster, Jean Simmons, Arthur Kennedy, Dean Jagger, Shirley Jones, Patti Page, Edward Andrews, John McIntire, Hugh Marlowe.

Elmer Gantry (Burt Lancaster) é um vendedor que viaja por cidades pequenas dos EUA contando piadas e mentiras para vender seus produtos. Ao cruzar o caminho de uma trupe religiosa liderada pela Irmã Sharon Falconer (Jean Simmons), Elmer fica interessado nela e também na força de suas palavras nos cultos. Utilizando sua lábia e seu conhecimento da bíblia por vir de uma família religiosa, não demora para ele conseguir um lugar de destaque nos cultos. 

Este ótimo longa dirigido por Richard Brooks, responsável por outros grandes filmes como “Sementes da Violência” e “Os Profissionais”, começa com um letreiro explicando ser um conteúdo pesado para as crianças, algo que hoje parece exagerado. 

O ótimo roteiro escrito por Brooks foca nos vários lados da religião. Temos os negócios nas reuniões entre líderes religiosos, a fé cega das pessoas, a pregadora que realmente acredita nas palavras da bíblia e o jornalista cético vivido por Arthur Kennedy. 

O ponto mais alto é o personagem de Burt Lancaster, que balança entre o poder de fazer as pessoas acreditarem no seu discurso forte e envolvente e o amor que sente pela pregadora. 

É um ótimo filme que faz pensar sobre fé, religião e poder.

Irmãos

 

Irmãos (Brothers, EUA, 2024) – Nota 5,5
Direção – Max Barbakow    
Elenco – Peter Dinklage, Josh Brolin, Glenn Close, Brendan Fraser, Taylour Paige, M. Emmet Walsh, Jen Landon, Joshua Mikel, Marisa Tomei.

Após cinco anos preso, Jady (Peter Dinklage) é libertado e procura seu irmão gêmeo Moke (Josh Brolin), que era seu parceiro de crime. Levando uma vida correta, porém ordinária e sem dinheiro, Moke se deixa enrolar pelo picareta Jady para participar de um roubo que trará diversas consequências. 

Essa mistura de drama, comédia e policial busca uma certa inspiração no sucesso dos anos oitenta “Irmãos Gêmeos” com Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito. O grande problema é que a história é fraca e confusa, com situações beirando o pastelão e outras rasas como drama. 

Vale destacar uma quase irreconhecível Glenn Close interpretado a mãe dos protagonistas, Brendan Fraser como o vilão atrapalhado e a pequena e bizarra participação de Marisa Tomei.

Folhas de Outono

 

Folhas de Outono (Kuolleet Lehdet, Finlândia / Alemanha, 2023) – Nota 7
Direção – Aki Kaurismaki
Elenco – Alma Poysti, Jussi Vatanen.

Holappa (Jussi Vatanen) trabalha em uma construção, mas tem problemas com a bebida. Ansa (Alma Poysti) é estoquista em um supermercado. Mesmo tendo amigos nos empregos, os dois se sentem solitários. O encontro casual em um karaokê dá início a uma relação que parece que jamais será consumada. 

O diretor finlandês Aki Kaurismaki, assim como seu irmão Mika que também é diretor, são especialistas em filmes sobre personagens tristes e solitários que parecem viver em um mundo paralelo. O estilo da narrativa em ritmo lento e as atuações que parecem inexpressivas são propositais, assim como vários diálogos aleatórios que se tornam engraçados por serem quase absurdos. 

Neste filme, Aki consegue criar uma história de amor sem sequências de emoção e nem mesmo um único beijo. O que vemos são personagens que não conseguem se expressar em palavras ou gestos mais fortes. É um tipo de cinema diferente indicado para quem gosta de obras quase experimentais.

When Jack Came Back & Electrician

 

When Jack Came Back (When Jack Came Back, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Thor Moreno
Elenco – Mike Markoff, Lindsay Wagner, Lance Henriksen, Emily Ann Kincaid, Cheyenne Goode.

Jack (Mike Markoff) é um ator de tv que caiu em desgraça após um escândalo. Ao receber a notícia de que seu pai (Lance Henriksen) faleceu, Jack decide voltar para sua cidade natal em Iowa, mesmo sabendo que poderá perder um nova chance de trabalho na tv. Além disso, ele terá de lidar com um difícil relação com sua mãe (Lindsay Wagner). 

Este simpático drama independente toca em temas universais como relações familiares, terceira idade e vida profissional. A narrativa é agradável e sóbria, mesmo em momentos em que seriam dramáticos. 

O que atrapalha são a falta de recursos e as interpretações ruins, inclusive do protagonista canastrão Mike Markoff, que a todo momento parece espremer os olhos pra tentar mostrar algum sentimento. O veterano Lance Henriksen tem uma participação pequena, enquanto Lindsay Wagner tem a melhor atuação do elenco como a complicada mãe.

Electrician (Electrician, Inglaterra, 2020) – Nota 5,5
Direção – Steve Conway
Elenco – Rory Farrelly, Peter Clarke, Ian Taylor, Edward Savastano.

Mark (Rory Farrelly) é um eletricista solitário que dedica quase todo seu tempo ao trabalho, sempre falando o mínimo possível com seus colegas e contratantes. Estas situações são intercaladas com uma enigmática conversa de Mark com um amigo dentro de um carro, onde aos poucos o espectador entenderá a situação da vida do protagonista. 

Este drama independente com uma narrativa lenta e até cansativa foca na luta interna de um homem em tentar consertar o passado. É basicamente isso, pouca coisa de diferente acontece na quase uma hora e meia de duração.

A Quinta Onda

 

A Quinta Onda (The 5th Wave, EUA / Inglaterra, 2016) – Nota 5
Direção – J Blakeson
Elenco – Chloe Grace Moritz, Nick Robinson, Matthew Zuk, Liev Schreiber, Ron Livingston, Maggie Siff, Zackary Arthur, Tony Revolori, Terry Serpico.

Após quatro ondas de ataques alienígenas com “armas” diferentes, a população humana foi quase toda dizimada. A adolescente Cassie (Chloe Grace Moritz) é uma sobrevivente que busca seu irmão menor que foi levado pelo exército, que aparentemente se prepara para um suposta quinta onda que destruirá de uma vez por todas os humanos. 

Esta ficção que começa de forma tensa, aos poucos vai se desmanchando numa sequência de situações sem sentido que desperdiçam totalmente a boa produção. Começa pela inexpressiva Chloe Grace Moritz que em momento algum convence com uma arma na mão, passando pelo resto do elenco adolescente que se transformam em soldados após meia dúzia de treinos, além de Liev Schreiber como o oficial canastrão. 

As tentativas de sequências dramáticas e de romance deixam o filme ainda pior. É um dos vários filmes em que uma “casca” bonita esconde uma lista enorme de defeitos.

Out There: Crimes Sobrenaturais

Out There: Crimes Sobrenaturias (Out There: Crimes of the Paranormal, EUA, 2024) – Nota 6,5

Produção – Mark & Jay Duplass
Série Documental

Os irmãos e atores Mark e Jay Duplass, produziram esta série documental em oito episódios que detalham crimes e mortes que envolvem suspeitas sobrenaturais. O ponto principal das histórias são lendas urbanas e rurais em que testemunhas alegam que determinado fato está ligado a ação de personagens míticos ou bizarros. 

As duas histórias que considero as mais intrigantes são a do desaparecimento de um garoto em uma montanha e a do sujeito excêntrico que construiu até mesmo um foguete e que foi acusado de ser maluco. As demais histórias são até interessantes, mas faltam aquele algo a mais, como melhores depoimentos por exemplo. 

Vale conferir para quem gosta de histórias que não tem uma resposta exata.

Como a Geração Sexo, Drogas E Rock'n'roll Salvou Hollywood

 

Como a Geração do Sexo, Drogas e Rock'n'roll Salvou Hollywood (Easy Riders, Raging Bulls: How the Sex, Drugs and Rock 'N' Roll Generation Saved Hollywood, EUA / Inglaterra / Canadá, 2003) – Nota 8
Direção – Kenneth Browser
Documentário

Este ótimo documentário detalha como nasceu e cresceu a chamada “Nova Hollywood” que para muitos durou entre o lançamento de “Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas” em 1967, até o gigantesco fracasso de “O Portal do Paraíso” de Michael Cimino em 1980.

O roteiro escrito por Peter Biskind foi transformado em um livro ainda mais completo anos depois, relembrando a importância de diversos filmes como “O Poderoso Chefão”, “Táxi Driver” e “Tubarão”, através de depoimentos e antigas entrevistas de pessoas como Dennis Hopper, Arthur Penn, Francis Ford Coppola, John Milius, Cybill Shepperd e Kris Kristofferson, entre outros. 

O documentário mostra como essas pessoas junto de outros grandes nomes como Spíelberg, Scorsese, William Friedkin e George Lucas transformaram o cinema em uma diversão para jovens, intercalando realismo e fantasia de uma forma que mudou para sempre o cinema. 

Para quem gosta dos clássicos dos anos setenta e tem interesse em histórias sobre cinema, este documentário é imperdível.

Running Out of Lucky, Feitiço do Rio & Luar Sobre Parador

 

Running Out of Lucky, EUA, 1985) – Nota 4
Direção – Julien Temple
Elenco – Mick Jagger, Jerry Hall, Dennis Hopper, Rae Dawn Chong, Norma Bengell, Nicholas Ball, Jim Broadbent, Carlos Kroeber, Grande Otelo.

Em 1985, Mick Jagger deixou um pouco de lado a banda Rolling Stones para gravar um disco solo. Junto com o diretor inglês Julien Temple, Jagger decidiu produzir este longa no Brasil para inserir as músicas do disco no meio da trama, como se fossem videoclipes. 

O Brasil estava no centro do rock e da música pop na época por ter sediado o primeiro Rock in Rio, que foi um sucesso gigantesco. A ideia de Jagger e Temple resultou em um dos filmes mais bizarros da história do cinema. 

Na trama, Jagger vem ao Brasil para gravar os videoclipes do disco, porém é assaltado, apanha e acorda em uma região rural, enfrentando diversos desafios para voltar ao Rio de Janeiro. O longa tem sequências absurdas envolvendo clichês ligados ao Brasil, como a do cemitério e a da cadeia, além da participação de vários atores e atrizes brasileiros. 

É um filme pouco conhecido, que vale apenas como curiosidade para o cinéfilo que curte raridades.

Feitiço do Rio (Blame It on Rio, EUA, 1984) – Nota 5,5
Direção – Stanley Donen
Elenco – Michael Caine, Joseph Bologna, Valerie Harper, Michelle Johnson, Demi Moore, José Lewgoy.

Matthew (Michael Caine) e Victor (Joseph Bologna) são amigos que viajam para passar as férias no Rio de Janeiro com suas respectivas filhas (Demi Moore e Michelle Johnson). O inesperado acontece quando a filha de Victor se apaixona por Matthew, dando início a uma série de confusões. 

Esta comédia dirigida por Stanley Donen, do clássico "Cantando na Chuva", foi filmada no Rio de Janeiro e teve péssimas críticas na época do lançamento, porém é um longa semelhante a dezenas de comédias da época. 

Uma sucessão de desencontros e mentiras em meio as sequências na praia, no hotel e outras patéticas no samba e no terreiro. Michael Caine parece ser divertir, enquanto a esquecida Michelle Johnson se mostra bastante desinibida. Vale citar a participação de uma Demi Moore ainda muito jovem.

Luar Sobre Parador (Moon Over Parador, EUA, 1988) – Nota 6
Direção – Paul Mazursky
Elenco – Richard Dreyfuss, Sonia Braga, Raul Julia, Jonathan Winters, Michael Greene, Polly Holliday, Edward Asner, Paul Mazursky, Sammy Davis Jr, Fernando Rey, Marianne Sagebrecht, José Lewgoy, Milton Gonçalves.

Jack Noah (Richard Dreyfuss) é um ator que viaja a trabalho para a fictícia ilha caribenha de Parador. Quando o ditador local morre subitamente, o chefe de gabinete do governo (Raul Julia) convence Jack a tomar o lugar do falecido por causa da enorme semelhança. Jack aceita o desafio, mas terá como maior dificuldade enganar a amante do ditador (Sonia Braga). 

Esta comédia dirigida pelo especialista Paul Mazursky tira um sarro das repúblicas latino-americanas que em algum momento ou em vários tiveram um ditador sanguinário e também patético no poder. O filme tem algumas sequências engraçadas, outras com referências políticas e como maior destaque a dupla Richard Dreyfuss e Raul Julia. A grande curiosidade é que este longa foi filmado no Brasil, exatamente na cidade histórica de Ouro Preto em Minas Gerais.

Relatos da Guerra

 

Relatos da Guerra (Hyena Road, Canadá, 2014) – Nota 7
Direção – Paul Gross
Elenco – Rossif Sutherland, Paul Gross, Christine Horne, Clark Johnson, Allan Haywco, Nikki Duval.

Um grupo de soldados canadenses é emboscado no deserto do Afeganistão, mas terminam conseguindo uma surpreendente ajuda de um desconhecido ancião. Na volta para a base, o fato deixa intrigado um oficial (Paul Gross), que acredita que o ancião seja uma importante figura tribal que estava desaparecida. 

Este longa que se passa durante a Guerra do Afeganistão tenta detalhar a complexidade da situação, tanto em relação aos conflitos entre soldados, quanto as questões de bastidores em que personagens com algum tipo de poder influenciam os rumos da guerra. As sequências de ação são competentes, porém intercaladas com drama em relação a situações pessoais e a forma como cada uma delas enfrenta a loucura de uma guerra.