segunda-feira, 30 de abril de 2018

Deixe Ir

Deixe Ir (Lasciate Andare, Itália, 2017) – Nota 6
Direção – Francisco Amato
Elenco – Toni Servillo, Verónica Echegui, Carla Signoris, Luca Marinelli, Pietro Sermonti.

Elia (Toni Servillo) é um psicanalista egoísta que ao ser pressionado por seu médico a fazer exercícios físicos após alguns exames com resultados alterados, se vê obrigado a mudar seus hábitos. 

Sedentário e extremamente crítico em relação a academias, Elia termina contratando a personal trainer Claudia (Verónica Echegui), uma espanhola que se veste como perua e que fala demais. 

Ao mesmo tempo em que cria uma estranha amizade com Claudia, ele também tenta se reaproximar da ex-esposa (Carla Signoris) que mora no apartamento ao lado do seu e que está saindo com um novo namorado. 

Esta comédia começa até de forma interessante, explorando as diferenças entre o contido psicanalista e a expansiva personal trainer. O filme vai bem até pouco depois da metade, quando muda o foco de uma comédia de costumes para um besteirol que envolve um roubo de joias e dois ladrões idiotas. 

Ao ler a sinopse fiquei com um pé atrás, mas mantive a curiosidade pela presença do ótimo Toni Servillo, ator que ficou famoso fora da Itália por causa da parceria com o diretor Paolo Sorrentino em filmes como “Il Divo” e “A Grande Beleza”. 

Resumindo, esta comédia vale apenas pelas atuações de Servillo e da espanhola Verónica Echegui.

domingo, 29 de abril de 2018

Jones, o Faixa Preta

Jones, o Faixa Preta (Black Belt Jones, EUA, 1974) – Nota 6,5
Direção – Robert Clouse
Elenco – Jim Kelly, Gloria Hendry, Scatman Crothers, Eric Laneuville, Alan Weeks, Malik Carter.

No Harlem, a Máfia tem interesse em adquirir um imóvel onde funciona a escola de karatê para negros de Pop Byrd (Scatman Crothers) e para isso utiliza a gangue de Pinky (Malik Carter) para forçar o sujeito a entregar o local. Eles terminam assassinando Pop. 

A filha de Pop, Sydney (Gloria Hendry), se une a Black Belt Jones (Jim Kelly), ex-aluno da escola e que também auxilia a polícia na investigação contra os mafiosos. Jones e Sydney são especialistas em karatê e buscarão vingança. 

Este longa pertence ao gênero conhecido como “Blackexploitation”, uma espécie de movimento nos anos setenta onde atores e diretores negros produziam longas policiais e de ação estrelados por eles mesmos, gerando obras interessantes como o clássico “Shaft” e o próprio “Jones, o Faixa Preta”. 

A ideia do longa provavelmente nasceu um ano antes, quando o diretor Robert Clouse ficou famoso com o sucesso de “Operação Dragão” estrelado por Bruce Lee e que tinha Jim Kelly como coadjuvante. Como Jim Kelly também era lutador, surgiu a oportunidade de explorar o gênero policial com lutas de karatê e ainda pitadas de comédia para lucrar com o público de “Operação Dragão”, além de inserir a bela Gloria Hendry como interesse romântico e parceira nas cenas de luta. 

O curioso é ver até o veterano ator negro Scatman Crothers tentando dar golpes de karatê numa das primeiras cenas do longa.

sábado, 28 de abril de 2018

Sunshine - Alerta Solar

Sunshine – Alerta Solar (Sunshine, Inglaterra / EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – Danny Boyle
Elenco – Cillian Murphy, Chris Evans, Rose Byrne, Cliff Curtis, Michelle Yeoh, Hiroyuki Sanada, Benedict Wong, Troy Garity, Mark Strong.

Em 2057, o sol está morrendo e a Terra cada vez mais gelada. Uma missão foi enviada anteriormente e a nave desapareceu no espaço.

Uma segunda missão denominada “Icarus II” carrega uma bomba potente a ser despejada no sol, sendo a última chance de salvar o planeta. Com uma tripulação internacional de oito especialistas, a nave se aproxima de seu destino aparentemente de forma perfeita.

Quando uma surpreendente mensagem da Icarus I é recebida, fica a dúvida entre manter a rota ou desviar o caminho para tentar descobrir o que ocorreu com a missão anterior. 

O diretor inglês Danny Boyle consegue manter a atenção do espectador durante dois terços da história, que se não apresentam surpresas, pelo menos criam um certo suspense em relação ao encontro com a nave perdida. No terço final o roteiro desanda ao colocar em cena um novo personagem e transformar o filme numa espécie de terror B. 

O roteiro tenta explorar a questão filosófica do fascínio do ser humano pelo “Deus Sol”, mas erra feio na forma como o tema é abordado na narrativa. 

A escolha de utilizar a imagem desfocada nas sequências perto do final é de um virtuosismo desnecessário. 

Gosto dos filmes de Danny Boyle, mas infelizmente este deixa a desejar.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Matador em Conflito, O Anjo Assassino & Um Matador em Apuros



Matador em Conflito (Grosse Pointe Blank, EUA, 1997) – Nota 7,5
Direção – George Armitage
Elenco – John Cusack, Minnie Driver, Alan Arkin, Dan Aykroyd, Joan Cusack, Hank Azaria, K. Todd Freeman, Jeremy Piven, Mitchell Ryan, Barbara Harris, Michael Cudlitz.

Martin Blank (John Cusack) é um ex-agente da CIA que se tornou matador profissional. Para lidar com o stress do trabalho, Martin tem sessões com um psiquiatra (Alan Arkin) que o atende com medo de ser assassinado. Quando recebe a proposta para assassinar um sujeito em sua cidade natal chamada Grosse Pointe em Detroit, Martin aproveita para reencontrar a ex-namorada (Minnie Driver) numa reunião de ex-alunos que se formaram há dez anos. Além do serviço, ele terá ainda de enfrentar outro matador (Dan Aykroyd) que deseja fundar um sindicato de assassinos, além de uma dupla de agentes do FBI.

Esta divertida comédia acerta em cheio na dose do humor negro. Os absurdos do roteiro (assassino em crise, sindicato de matadores e muita violência) são retratados de forma engraçada, muito por causa dos ótimos diálogos e do carisma de John Cusack no papel principal. O título original também faz piada. É um trocadilho que misturando o nome da cidade e do protagonista se transforma em “Point Blank”, ou seja, em “À Queima Roupa”. 

É quase um clássico cult dos anos noventa.

O Anjo Assassino (Miami Blues, EUA, 1990) – Nota 6,5
Direção – George Armitage
Elenco – Fred Ward, Alec Baldwin, Jennifer Jason Leigh, Nora Dunn, Charles Napier, Obba Babatunde, Paul Gleason.

Fred (Alec Baldwin) é um ladrão e assassino que ao sair da prisão segue para Miami com o objetivo de continuar sua vida de crimes. Ele rouba o distintivo de um detetive (Fred Ward) que o persegue e utiliza o objeto para se passar por policial, enquanto procura sua ex-namorada que era prostituta (Jennifer Jason Leigh). 

Com cenas violentas e recheado de humor negro, este longa de baixo orçamento se tornou uma espécie de cult no início dos anos noventa. As interpretações bizarras de Alec Baldwin como o assassino psicopata e de Fred Ward como o policial se casam perfeitamente com as cenas de violência. O personagem de Alec Baldwin chega a perder um dedo e roubar a dentadura do policial de Fred Ward. 

É um filme indicado para quem curte obras que beiram o exagero.

Um Matador em Apuros (You Kill Me, EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – John Dahl
Elenco – Ben Kingsley, Téa Leoni, Luke Wilson, Dennis Farina, Philip Baker Hall, Bill Pullman, Marcus Thomas.

Frank (Ben Kingsley) é um assassino alcoólatra que trabalha para mafiosos poloneses na cidade de Buffalo. Seu problema com a bebida está atrapalhando sua vida profissional, por isso seu chefe (Philip Baker Hall) o obriga a morar em San Francisco, arrumar um emprego e participar de reuniões do AA. Frank começa a trabalhar em uma funerária e logo se envolve com a bela Laurel (Téa Leoni), que aos poucos se torna a motivação dele mudar de vida. Ao mesmo tempo, seu chefe enfrenta uma guerra contra uma gangue de irlandeses. 

Temos aqui um boa premissa que não foi explorada em todo seu potencial. A história do matador em crise rende algumas boas sequências por causa da interpretação de Ben Kingsley, principalmente sua sinceridade nas reuniões do AA. Por outro lado, personagens como o do padrinho no AA vivido por Luke Wilson e do corretor mafioso de Bill Pullman são pouco explorados. 

É um daqueles filmes que você ri um pouco, mas esquece rapidamente.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

A Melhor Escolha

A Melhor Escolha (Last Flag Flying, EUA, 2017) – Nota 7,5
Direção – Richard Linklater
Elenco – Steve Carell, Bryan Cranston, Laurence Fishburne, Yul Vazquez, J. Quinton Johnson, Deanna Reed Foster, Cicely Tyson.

Estamos em 2003. Trinta anos após lutar na Guerra do Vietnã, Larry “Doc” Shepherd (Steve Carell) procura e encontra dois ex-companheiros de exército. O debochado Sal Nealon (Bryan Cranston) é dono de um bar. Richard Mueller (Laurence Fishburne) se tornou padre. 

Logo, Doc abre o jogo sobre o motivo de procurar os amigos tantos anos depois. Seu filho morreu na Guerra do Iraque e ele deseja que Sal e Mueller o acompanhem ao enterro do jovem. É o início de uma viagem ao passado. 

Richard Linklater tem um talento nato para escrever diálogos sobre os fatos da vida de uma forma simples e realista. Vários de seus filmes são verdadeiras sessões de terapia. Neste trabalho, Linklater consegue colocar em discussão vários temas sem tomar partido por lado algum, ou melhor, apenas a atitude dos governos em relação a guerra é criticada fortemente. 

Os personagens discutem sobre religião, sexo, relacionamentos, patriotismo e envelhecimento de uma forma que o espectador se identifique com muito do que é falado. Tudo isso ganha pontos pelo ótimo trio principal. 

Steve Carell é o contido protagonista, Bryan Cranston dá um show como o exagerado veterano que sonha em reviver a juventude e Laurence Fishburne encarna o sujeito que encontrou a paz na religião. 

Vale citar a emocionante sequência com a veteraníssima Cicely Tyson, ainda na ativa aos noventa e três anos de idade. 

É um filme sobre as emoções da vida indicado para quem gosta de diálogos bem escritos.    

quarta-feira, 25 de abril de 2018

The Field of Blood

The Field of Blood (The Field of Blood, Inglaterra, 2011 & 2013) – Nota 7,5
Direção – David Kane
Elenco – Jayd Johnson, David Morrissey, Jonas Armstrong, Peter Capaldi, Ford Kiernan, Bronagh Gallagher, Matt Costello.

Glasgow, Escócia, 1982. Paddy Meehan (Jayd Johnson) é uma jovem que trabalha na redação de um jornal local, porém é tratada pelos jornalistas como uma espécie de empregada. 

Sonhando em seguir a carreira de jornalista, Paddy entra em uma encruzilhada quando um garoto de dez anos que é filho de seu primo, termina preso acusado de assassinar outra criança. Paddy acredita que o garoto seja inocente e com a ajuda de outro jornalista (Jonas Armstrong), decide investigar o caso. 

Dois anos depois, em 1994, Paddy conseguiu se tornar jornalista, mas precisa enfrentar uma crise familiar com o desemprego de seu pai e o péssimo relacionamento com a mãe. Para piorar, o jornal em que ela trabalha foi vendido e uma nova diretora ameaça os jornalistas com demissões e os pressiona a escreverem matérias sensacionalistas. 

Esta série dividida em quatro episódios é baseado em livros de Denise Mina, roteirista e escritora de tramas policiais. O ponto principal é focar em como na época era extremamente difícil para uma mulher conseguir se impor em um ambiente hostil como o jornalismo, além de mostrar os profissionais da área como idealistas que se tornam cínicos após acompanharem tragédias e corrupção por anos a fio. 

O roteiro tenta detalhar as complexas relações entre jornalistas, policiais e pessoas que se tornavam alvos de reportagens, além de passar por outros temas como greves, desemprego e relações familiares.

 Os dois episódios da primeira temporada são melhores, com uma trama trágica, porém mais simples. A trama da segunda temporada é mais complicada e ainda entrega um final que deixa alguns ganchos, talvez pensando numa possível terceira temporada que não saiu do papel. 

É uma série para quem tem interesse em saber como funcionava os bastidores de um jornal impresso nos anos oitenta.

terça-feira, 24 de abril de 2018

O Mecanismo

O Mecanismo (Brasil, 2018)
Criador – José Padilha
Elenco – Selton Mello, Caroline Abras, Enrique Diaz, Jonathan Haagensen, Otto Jr, Lee Taylor, Antonio Saboia, Leonardo Medeiros, Giulio Lopes, Sura Berditchevsky, Arhur Kohl.

A Operação Lava Jato escancarou a verdadeira face do Brasil. O maior escândalo de corrupção da história deste país é detalhado com maestria nesta série criada por José Padilha. 

Com os nomes dos personagens alterados, mas facilmente identificados com as pessoas reais, o roteiro de Padilha mostra ponto a ponto como a operação desmantelou (e ainda está desmantelando) um esquema de corrupção bilionário que levou o país a uma crise econômica e criou um verdadeiro clima de guerra entre a população. 

Um dos grandes acertos de Padilha foi imprimir uma narrativa típica de filme policial, explorando a chamada “liberdade artística” para colocar como “heróis” dois policiais obcecados vividos pelo ótimo Selton Mello e pela surpreendente Caroline Abras. 

O personagem de Selton Mello é a alma da série. Sua narração em off descreve a desesperança de um policial que deseja combater a corrupção, mas que precisa enfrentar obstáculos até mesmo entre seus superiores. Sua descrição da corrupção no país como sendo um câncer é perfeita. Os braços da corrupção se estendem do mais alto posto do país, chegando até o funcionário da prefeitura que precisa tapar um buraco na rua. 

É uma série que chegou para registrar este momento histórico, que pode ser o início de um país melhor, mesmo que isso ainda demore muitos anos ou talvez algumas gerações. 

Agora é esperar pela segunda temporada.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Trailers ou Resumos de Filmes?

Quando comecei a frequentar cinema em meados dos anos oitenta, os trailers eram praticamente o único caminho para os cinéfilos descobrirem quais filmes chegariam ao país nas próximas semanas ou nos próximos meses. Não existiam revistas de cinema ou programas sobre o tema.

A situação mudou somente em 1987 quando a revista Set foi lançada, bem no meio da explosão do VHS, que por seu lado traziam diversos trailers de filmes novos e também antigos que por vários motivos nunca haviam chegado ao país de forma oficial. A revista e os trailers das fitas se tornaram uma nova fonte de informação para o cinéfilo.

Com o passar dos anos, os trailers foram sendo produzidos de uma forma muito mais elaborada, inclusive criando cenas promocionais que não estão no filme e vários outros tipos de jogadas de marketing para chamar a atenção do público. O problema é que muitos trailers se transformaram em resumos de filmes, o que me irrita profundamente.

Entendo que existe um público enorme que adora trailers. Os fãs das grandes franquias aguardam ansiosamente qualquer nova cena que é divulgada e parecem não se preocupar em saber a história inteira antes de assistir ao filme. Fui ao cinema neste final de semana e durante os trailers vi praticamente inteiro o filme brasileiro “Teu Mundo Não Cabe Nos Meus Olhos” em que Edson Celulari interpreta um deficiente visual. Qual a motivação para ver um filme após conferir um trailer que conta toda a história de forma linear? Na minha opinião é Zero.

Isso é muito semelhante ao que ocorre com as novelas. As pessoas compram revistas de fofoca e procuram em sites todas as informações do próximo capítulo. Eu pergunto, onde fica o fator surpresa? Por mais que eu veja uma quantidade grande de filmes e muitas vezes histórias semelhantes, o prazer está em se surpreender a cada cena ou pelo menos com o final, mesmo que ele não seja satisfatório.

Esta questão dos trailers contando um filme inteiro explica um pouco o desejo do grande público em ver continuações e remakes. Muitos preferem ver o que já conhecem do que experimentar o novo. Isso se aplica a diversas situações também na TV. Por isso que programas de auditório, novelas e debates de futebol continuam tendo audiência, apesar do formato jurássico de cada um deles.

domingo, 22 de abril de 2018

Vírus & Pontypool


Vírus (Carriers, EUA, 2009) – Nota 6
Direção – David & Alex Pastor
Elenco – Lou Taylor Pucci, Chris Pine, Piper Perabo, Emily VanCamp, Christopher Meloni, Kiernan Shipka, Mark Moses.

Um vírus desconhecido transmitido pelo sangue e pela saliva está dizimando a população. Os irmãos Danny (Lou Taylor Pucci) e Brian (Chris Pine) fogem de carro com Bobby (Piper Perabo) e Kate (Emily VanCamp) em direção a uma praia isolada onde eles passavam férias quando crianças. Na estrada, ao cruzar o caminho de um pai (Christopher Meloni) que tenta salvar a filha doente (Kiernan Shipka), a situação fica ainda mais complicada. 

O roteiro escrito pelos irmãos espanhóis David e Alex Pastor explora um fio de história. Tudo se resume a um road movie em que os protagonistas tentam chegar ao destino antes de serem contaminados. Conflitos, decisões erradas e tragédias são os ingredientes. A curta duração atrapalha um melhor desenvolvimento da trama e dos personagens, mesmo entendendo que as cenas de suspense são bem construídas. 

É basicamente um filme independente sobre o apocalipse que não consegue explorar todo o potencial da premissa.

Pontypool (Pontypool, Canadá, 2008) – Nota 5
Direção – Bruce McDonald
Elenco – Stephen McHattie, Lisa Houle, Georgina Reilly, Hrant Alianak.

Pontypool, Canadá. Grant Mazzy (Stephen McHattie) é um radialista cansado da rotina da pequena cidade que procura algo diferente para esquentar o programa. Quando um repórter entra ao vivo informando que algumas pessoas estão agindo de forma violenta, Mazzy vê a chance de mudar o patamar do programa, enquanto sua produtora (Lisa Houle) acredita que seja um caso isolado. Novos focos de violência estouram pela região e aos poucos radialista, produtora e assistente (Georgina Reilly) descobrem que estão sitiados na rádio. 

A premissa de explorar o apocalipse através de uma infecção desconhecida é um dos temas mais batidos dos últimos anos. Mesmo assim, um pouco de criatividade sempre pode render um bom filme. Nesta caso a história começa interessante, principalmente pelo carisma do protagonista vivido pelo estranho Stephen McHattie, porém aos poucos o filme vai perdendo força, mesmo com algumas cenas violentas. A explicação que surge para enfrentar a infecção é uma das mais idiotas da história do cinema. 

O resultado é uma perda de tempo para o espectador.

sábado, 21 de abril de 2018

Mar de Fogo

Mar de Fogo (Hidalgo, EUA / Marrocos, 2004) – Nota 7
Direção – Joe Johnston
Elenco – Viggo Mortensen, Omar Sharif, Zuleikha Robinson, Louise Lombard, Said Taghmaoui, Adam Alexi Malle, Silas Carson, J. K. Simmons, Peter Mensah, Floyd Red Crow Westerman.

Em 1890, Frank Hopkins (Viggo Mortensen) trabalha no famoso circo de Buffalo Bill Cody (J. K. Simmons). Frank é conhecido por ter vencido longas corridas no deserto com seu cavalo Hidalgo. Ele também sofre por não poder ajudar a tribo de índios a qual pertencia sua mãe. 

Sua fama e a de seu cavalo chamam a atenção de um sheik (Omar Sharif), que o convida para participar de uma corrida de cinco mil quilômetros pelo deserto do Saara. Em busca do dinheiro para ajudar a tribo, Frank aceita o desafio que pode inclusive lhe custar a vida. 

Baseado numa história real, este longa produzido pela Touchstone, o braço de filmes adultos da Disney, segue o estilo das aventuras dos anos oitenta, misturando ideias de “O Corcel Negro”, “A Joia do Nilo” e os filmes de Indiana Jones. 

O nível é um pouco inferior aos longas citados, principalmente por se alongar demais na história e pelos efeitos especiais ruins. As cenas da tempestade de areia e do ataque dos gafanhotos deixam a desejar. 

Vale destacar Viggo Mortensen à vontade como o protagonista aventureiro e o veterano Omar Sharif relembrando seus tempos de astro. 

O resultado é uma divertida sessão da tarde.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

O Zoológico de Varsóvia

O Zoológico de Varsóvia (The Zookeeper’s Wife, República Tcheca / Inglaterra / EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Niki Caro
Elenco – Jessica Chastain, Johan Heldenberg, Daniel Bruhl, Timothy Radford, Efrat Dor, Iddo Goldberg, Shira Haas, Michael McElhatton.

Varsóvia, Polônia, 1939. Jan (Johan Heldenberg) e Antonina Zabinska (Jessica Chastain) são os proprietários do zoológico local. Mesmo preocupados com a provável invasão do nazistas, eles decidem ficar na cidade. A invasão ocorre e os nazistas tomam conta do zoológico, utilizando o local como posto do exército. 

O zoólogo alemão Lutz Heck (Daniel Bruhl), que antes da guerra era amigo dos Zabinski, retorna para cidade como oficial nazista e leva a maioria dos animais para a Alemanha. Acuados e vendo seus amigos judeus sendo perseguidos, Jan e Antonina decidem utilizar o zoológico como refúgio para ajudá-los, mesmo colocando as próprias vidas em risco. 

Baseado em mais uma história real sobre resistência ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial, este longa tem como destaques a interpretação do trio principal e a própria inusitada história da utilização do zoológico como esconderijo. 

As sequências no gueto dos judeus de Varsóvia também são bem produzidas. Mesmo com algumas cenas emotivas, inclusive com os animais e outras de suspense, o filme não chega a empolgar como outras obras do gênero. 

É interessante citar a pequena participação de um famoso personagem histórico. Em algumas sequências no gueto o personagem de Jan encontra o Dr. Korczak, que dedicou sua vida a cuidar de órfãos e que morreu no campo de concentração de Treblinka. Para quem tiver interesse em saber mais sobre esta história, procure no Youtube o documentário “As 200 Crianças do Dr. Korczak”.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Supremacia

Supremacia (Supremacy, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Deon Taylor
Elenco – Joe Anderson, Danny Glover, Dawn Olivieri, Derek Luke, Evan Ross, Lela Rochon, Mahershala Ali, Julie Benz, Nick Chinlund, Robin Bobeau, Anson Mount.

Após cumprir uma pena de quinze anos, Garrett Tully (Joe Anderson) é libertado. Ele faz parte de uma irmandade racista que prega a supremacia branca. O líder do grupo enviou a viciada Doreen (Dawn Olivieri) para buscar Tully. 

No trajeto de volta para casa, o carro é parado por um policial negro (Mahershala Ali). Tully mata o policial e os dois fogem. Perseguidos pela polícia, Tully e Doreen invadem uma casa e tomam como refém uma família de negros. O dono da casa, Mr. Walker (Danny Glover), é também um ex-presidiário que tenta acalmar a situação. 

Baseado numa história real, este longa é um daqueles exemplos de como desperdiçar uma premissa forte. O filme não chega a ser ruim, mas peca em alguns aspectos. O elenco é fraco, apenas o veterano Danny Glover consegue entregar uma boa atuação. Algumas situações também parecem exageradas, como por exemplo a forma com que os policiais são avisados. 

O ponto positivo é o clima de desespero dentro da casa e as sequências em flashback que mostram um pouco de como pensam os dois bandidos. 

É um material que renderia um filme explosivo nas mãos de um cineasta mais talentoso e um elenco melhor.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

A Corte

A Corte (L’Hermine, França, 2015) – Nota 6,5
Direção – Christian Vincent
Elenco – Fabrice Luchini, Sidse Babett Knudsen, Eva Lallier, Victor Pontecorvo.

Michel Racine (Fabrice Luchini) é um juiz criminal visto como chato pelos colegas de trabalho. Tratado com respeito pela frente e desprezado pelas costas, Michel enfrenta ainda a separação da esposa e uma terrível gripe que o atinge no dia em que começa o complicado julgamento de um sujeito (Victor Pontecorvo) acusado de assassinar a filha que ainda era bebê. 

Durante a escolha dos jurados, Michel se surpreende ao sortear Ditte (Sidse Babbet Knudsen), uma bela mulher que ele demonstra conhecer de alguma forma. Aos poucos, o espectador descobre qual a relação entre Michel e Ditte, além de tentar entender se realmente o acusado cometeu o crime. 

No início do julgamento fica a impressão de que a história seguiria a linha clássica de filmes do gênero, como o sensacional “Doze Homens e uma Sentença”, porém logo a narrativa se divide entre as sequências no tribunal e a complexa relação entre juiz e jurada. 

Infelizmente o filme perde um pouco o foco quando descobrimos a ligação entre os protagonistas. A partir daí, a história não vai para lugar algum, terminando ainda de forma fria. 

É um filme que pode interessar apenas quem tiver a curiosidade de conhecer como funciona um julgamento criminal na França.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Premonições & Dominação


Premonições (Premonition, EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – Menna Yapo
Elenco – Sandra Bullock, Julian McMahon, Shyann McClure, Courtney Taylor Burness, Nia Long, Kate Nelligan, Amber Valletta, Peter Stormare, Marc Macaulay.

Linda Hanson (Sandra Bullock) leva uma aparente vida perfeita numa casa de subúrbio ao lado do marido Jim (Julian McMahon) e das duas filhas (Shyann McClure e Courtney Taylor Burness). Tudo vira de ponta cabeça quando um policial avisa que Jim faleceu em umacidente de automóvel.

O desespero e a tristeza se transformam em incredulidade quando no dia seguinte Linda acorda e descobre que Jim está vivo e que sua vida está normal. A vida antes e depois da morte do marido se repete nos dias posteriores e ela não sabe se está vivendo a realidade, um sonho ou tendo premonições. 

O roteiro segura bem o filme até a metade da história, deixando o espectador em dúvida sobre o que está realmente acontecendo. Infelizmente na metade final a trama cai no absurdo. As idas e vindas na vida da protagonista escondem alguns furos na história, lembrando o estilo das produções para tv. 

O final faz o espectador se é possível alterar nosso destino ou se ele já está traçado. 

Dominação (Lost Souls, EUA, 2000) – Nota 5
Direção – Janusz Kaminski
Elenco – Winona Ryder, Ben Chaplin, John Hurt, Philip Baker Hall, Elias Koteas, John Diehl, Alfre Woodard, John Beasley, Sarah Wynter, Brad Greenquist.

Quando jovem, Maya (Winona Ryder) foi possuída por um espírito maligno e salva através de um exorcismo. Tempos depois, ela auxilia o padre Laroux (John Hurt) e o diácono John Townsend (Elias Koteas) para exorcizar um sujeito (Brad Greenquist). A terrível sessão afeta o padre que entra em coma profundo.

Maya encontra na casa do homem um manuscrito indicando que o escritor Peter Kelson (Ben Chaplin) seria o escolhido para ser possuído pelo anticristo. Ela procura Kelson e juntos tentam decifrar se os escritos podem ser tornar realidade. 

O famoso fotógrafo polonês Janusz Kaminski estreou na direção deste longa que prometia ser assustador ao explorar uma premissa semelhante ao clássico “O Exorcista”. Infelizmente Kaminski erra a mão na narrativa irregular repleta de tempos mortos e na falta de sustos até mesmo no esperado clímax. 

É um filme para passar longe.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Guerra

Guerra (Krigen, Dinamarca / França, 2015) – Nota 7,5
Direção – Tobias Lindholm
Elenco – Pilou Asbaek, Tuva Novotny, Soren Malling, Dar Salim.

No Afeganistão, um esquadrão de soldados dinamarqueses tem a missão de manter a paz em uma região onde o homens do Talibã ainda assustam os moradores. 

Claus Michael Pedersen (Pilou Asbaek) é o líder que precisa ter jogo de cintura para resolver os problemas e manter a motivação dos soldados. 

Um determinado fato leva o oficial a responder um processo. Ao ser enviado de volta para Dinamarca, ele precisa se defender em corte, sempre com o apoio da esposa (Tuva Novotny). 

São quases dois filmes em um. A primeira hora foca nas missões dos soldados que precisam enfrentar o inimigo e nas consequências destes confrontos, inclusive no abalo psicológico que atinge aqueles que vivenciaram a violência da guerra. 

Na parte final o longa se transforma num drama de tribunal que coloca em discussão a questão da ética na guerra e também a difícil pergunta de como julgar os atos de alguém que foi enviado para lutar num local isolado sendo obrigado a reagir para sobreviver ou salvar seus companheiros. O absurdo da guerra se torna surreal num julgamento deste tipo. 

O diretor Tobias Lindholm acerta a mão nas sequências de ação extremamente realistas e também nas discussões do julgamento, sempre com uma narrativa sóbria. 

Como curiosidade, o diretor Lindholm e os atores Pilou Asbaek, Soren Malling e Dar Salim trabalharam juntos no longa “Sequestro” em 2012.

domingo, 15 de abril de 2018

Numa Fria

Numa Fria (The Convincer ou Thin Ice, EUA, 2011) – Nota 7
Direção – Jill Sprecher
Elenco – Greg Kinnear, Alan Arkin, Billy Crudup, David Harbour, Bob Balaban, Lea Thompson, Peter Thoemke.

Mickey (Greg Kinnear) é um vendedor de seguros desonesto e falido que vive na gelada Kenosha em Wisconsin. Ele contrata um funcionário (David Harbour) para vender apólices na região. O sujeito termina por fazer amizade com um idoso quase senil (Alan Arkin), que a princípio não deseja adquirir seguro algum. 

Por acaso, Mickey descobre que o idoso tem em seu poder um valioso violino. Desesperado para conseguir dinheiro, Mickey acredita que possa enganar o homem. É o início de uma série de confusões que envolvem ainda um vizinho do idoso (Peter Thoemke), um instalador de alarmes (Billy Crudup) e um restaurador de violinos (Bob Balaban). 

O cartaz e a premissa lembram um pouco o sensacional “Fargo”, porém diferente do longa dos irmãos Cohen, aqui a trama não é tão violenta, focando mais na comédia através dos erros cometidos pela ganância do protagonista e pelos impagáveis Alan Arkin como o idoso confuso e Billy Crudup interpretando um sujeito descontrolado. O roteiro ainda reserva uma divertida reviravolta. 

É uma comédia bem amarrada que faz rir pelas situações absurdas.

sábado, 14 de abril de 2018

Ali

Ali (Ali, EUA, 2001) – Nota 7
Direção – Michael Mann
Elenco – Will Smith, Jamie Foxx, Jon Voight, Mario Van Peebles, Ron Silver, Jeffrey Wright, Mykelti Williamson, Jada Pinkett Smith, Nona Gaye, Michael Michele, Joe Morton, Paul Rodriguez, Bruce McGill, Barry Shabaka Henley, Giancarlo Esposito, Laurence Mason, LeVar Burton, Albert Hall, Ted Levine.

O boxeador Muhammad Ali é considerado um dos maiores atletas da história do esporte americano e também um dos mais controversos. O diretor Michael Mann escolheu contar fatos importantes que ocorreram na carreira e na vida pessoal do boxeador durante o período de 1964 a 1974. 

O filme começa com a preparação de Ali para a disputa do título mundial contra Sonny Liston. Ali ainda utilizava seu nome de batismo Cassius Clay. O roteiro detalha a ligação de Ali com Malcolm X (Mario Van Peebles), com a Nação do Islã, seus dois casamentos no período (Jada Pinkett Smith e Nona Gaye), o processo que enfrentou do governo por se negar a se apresentar ao exército, a derrota para Joe Frazier e por fim a famosa luta contra George Foreman no antigo Zaire, luta que ficou conhecida como “Rumble in the Jungle”. 

Por mais que a narrativa seja correta e as cenas de lutas até interessantes, o filme não chega a engrenar e nem se aprofunda em várias situações. Muita coisa fica no ar, como a forma em que a Nação do Islã se aproveita da fama de Ali, inclusive na questão financeira, as infidelidades conjugais do lutador que vem à tona apenas numa discussão na parte final e a escolha de deixar de lado até mesmo nos créditos finais a questão da doença que o acometeu por mais de trinta anos, até sua morte em 2016.  

É um filme que vale como registro do período mais importante na vida profissional do lutador, mas passa longe de ser marcante.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Inverno Rigoroso & Walking Out


Inverno Rigoroso (Edge of Winter, Canadá / EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Rob Connolly
Elenco – Joel Kinnaman, Percy Hynes White, Tom Holland, Rachelle Lefevre, Rossif Sutherland, Shiloh Fernandez, Shaun Benson.

Numa pequena cidade do Canadá, Elliott (Joel Kinnaman) é um sujeito desempregado e divorciado. Em um final de semana, sua ex-esposa deixa os dois filhos adolescentes (Percy Haines White e Tom Holland) aos seus cuidados. Tentando criar um laço, Elliott leva os garotos para uma região gelada e afastada para aprenderem a atirar. Um acidente deixa pai e filhos presos em meio ao frio, precisando encontrar um abrigo. 

Os pontos altos do filme são a premissa que foca na desconfortável relação entre pais e filhos adolescentes que não convivem e nas belas paisagens naturais da floresta gelada. O drama funciona até a metade do longa, mas infelizmente a parte final se transforma num suspense com toques de loucura. A atuação do canastrão Joel Kinnaman entrega rapidamente o que iria acontecer. 

Vale citar a participação do então desconhecido garoto Tom Holland, que em seguida foi escolhido para viver o Homem-Aranha na recente versão do personagem. 

Fica claro que o material tinha potencial para um filme bem melhor. 

Walking Out (Walking Out, EUA, 2007) – Nota 6
Direção – Alex Smith & Andrew J. Smith
Elenco – Matt Bomer, Josh Wiggins, Bill Pullman, Alex Neustaedter.

Depois de um ano vivendo no Texas com a mãe, o adolescente David (Josh Wiggins) vai para o Alasca reencontrar o pai Cal (Matt Bomer). Não demora para as diferenças virem à tona. Cal deseja e consegue levar o filho para caçar em uma montanha gelada e isolada. Mais para agradar ao pai do que por vontade própria, o urbano David aceita enfrentar a aventura. Uma fato inesperado ocorre e o dois precisarão lutar contra a natureza para sobreviver. 

O filme foca na sua primeira parte nas diferenças entre pai e filho e na sua metade final tem como ponto principal o drama pela sobrevivência. Os diretores inserem ainda flashbacks onde o pai conta para o filho sua relação com o avô (Bill Pullman), quando este o ensinou a caçar. 

É uma pena que a narrativa seja arrastada. O dramas dos protagonistas e as belas paisagens naturais são pouco para manter o interesse na história.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Nick & Nora: Uma Noite de Amor e Música

Nick & Nora: Uma Noite de Amor e Música (Nick and Norah’s Infinite Playlist, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Peter Sollett
Elenco – Michael Cera, Kat Dennings, Aaron Yoo, Rafi Gavron, Ari Graynor, Alexis Dziena, Jonathan B. Wright, Zachary Boot, Jay Baruchel.

Nick (Michael Cera) é o guitarrista de uma banda independente que está sofrendo por ter sido dispensado pela namorada (Alexis Dziena). Ele monta coletâneas de músicas em CDs, envia para ex que joga no lixo da escola e que termina recolhido por outra garota, Norah (Kat Dennings), que adora as músicas. 

Numa certa noite, Nora e sua amiga maluca Caroline (Ari Graynor) vão para um bar em Nova York e encontram a banda de Nick tocando. Uma determinada situação faz com que Nick e Norah se aproximem. É o início de uma agitada jornada pela madrugada de Nova York. 

Este simpático longa mistura uma história de amor adolescente com pitadas de aventura noturna que lembra filmes divertidos dos anos oitenta como “Depois de Horas” e “Uma Noite de Aventuras”, tudo isso embalado por uma ótima trilha sonora. 

Não é uma comédia para dar gargalhadas, muitos menos um drama adolescente, na verdade é um filme sobre a descoberta da paixão e também sobre como aproveitar a vida. A química entre Michael Cera e Kat Dennings ajuda bastante. São dois personagens que parecem pessoas reais, com virtudes e defeitos, mas longe dos adolescentes afetados comuns aos filmes do gênero. 

É basicamente uma sessão de tarde de qualidade.  

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Waco

Waco (Waco, EUA, 2018) – Nota 8
Direção – John Erick Dowdle & Drew Dowdle
Elenco – Michael Shannon, Taylor Kitsch, Paul Sparks, Andrea Riseborough, Rory Culkin, Shea Whigham, John Leguizamo, Melissa Benoist, Julie Garner, Camryn Manheim, Glenn Fleshler, Eric Lange.

No início de 1993, a ATF, agência do governo americano responsável pelo controle de tabaco, bebidas e armas está pressionada após um terrível erro no caso conhecido como “Ruby Ridge” no ano anterior, quando um supremacista branco teve sua esposa e filho assassinados durante um confronto. 

Para tentar mostrar eficiência no trabalho e limpar o nome da agência, os chefes da ATF escolhem um novo alvo a ser investigado. Na pequena cidade de Waco no Texas, um grupo denominado Ramo Davidiano vive sob a liderança de David Koresh (Taylor Kistch), um sujeito que acredita ser um enviado de Deus. 

O que chama atenção da ATF é a compra de muitas armas por parte do grupo. Um grupo de agentes tenta entrar no rancho em busca das armas, porém um confronto se inicia, mortes acontecem e o local termina cercado pelo FBI durante cinquenta e um dias. 

Esta minissérie em seis episódios é baseada em dois livros sobre a tragédia de Waco. Um deles foi escrito pelo negociador do FBI Gary Noesner, interpretado por Michael Shannon, que fez todo o possível para tentar evitar a tragédia. O segundo livro é de autoria de David Thibodeau, papel de Rory Culkin, que viveu com o grupo de Koresh e foi um dos sobreviventes. 

A minissérie acerta em cheio ao detalhar os eventos de uma forma sóbria e principalmente humanizar os envolvidos. Koresh era um maluco que tinha várias esposas, mais de dez filhos, proibia os seguidores de fazer sexo e esperava uma espécie de apocalipse. 

Uma das acusações a Koresh era sobre abuso sexual de crianças, o que nunca foi provado. A minissérie deixa claro que ele tinha esposas menores de idade, porém a lei do Texas na época autorizava o casamento a partir do catorze anos. 

Existem várias versões sobre o que realmente ocorreu. A única certeza é que uma sucessão de erros e absurdos levaram à tragédia.   

terça-feira, 10 de abril de 2018

Pura Adrenalina

Pura Adrenalina (Bottle Rocket, EUA, 1996) – Nota 5
Direção – Wes Anderson
Elenco – Owen Wilson, Luke Wilson, Robert Musgrave, Lumi Cavazos, James Caan, Andrew Wilson.

Após passar algum tempo internado em uma casa de repouso, Anthony (Luke Wilson) se une aos amigos Dignan (Owen Wilson) e Bob (Robert Musgrave) para praticarem roubos. 

Depois de assaltarem uma livraria, eles fogem do Texas para o Arizona, mas são abandonados por Bob e terminam sem dinheiro em um motel de beira de estrada. 

Enquanto Anthony se envolve com uma arrumadeira (Lumi Cavazos), Dignan deseja voltar para o Texas pensando em um novo assalto. 

Dois anos antes, os então desconhecidos irmãos Wilson e o diretor Wes Anderson filmaram um curta metragem com o mesmo título. O sucesso local fez com que eles investissem sete mil dólares para transformar a história em um longa e ainda convenceram o astro James Caan para participar. 

O filme acabou abrindo as portas de Hollywood para o trio, mesmo tendo uma trama desconexa. Visto hoje, o filme é bem fraco, além da história, a sequência do grande roubo no final é extremamente amadora. 

O gosto por personagens estranhos comuns aos filmes posteriores de Wes Anderson já aparecia aqui, assim como o estilo de interpretação cínica dos irmãos Wilson. Por mais que goste dos últimos trabalhos do diretor, esta sua estreia passou longe de ser marcante.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Roubo nas Alturas & Roubar é um Arte


Roubo nas Alturas (Tower Heist, EUA, 2011) – Nota 6
Direção – Brett Ratner
Elenco – Ben Stiller, Eddie Murphy, Casey Affleck, Alan Alda, Matthew Broderick, Stephen Henderson, Judd Hirsch, Téa Leoni, Michael Peña, Gabourey Sidibe, Nina Arianda, Juan Carlos Hernandez, Marcia Jean Curtis.

Josh Kovaks (Ben Stiller) é o gerente que administra o edifício com os apartamentos mais caros de Nova York. Liderando uma grande equipe e tendo de lidar com milionários, Josh é o típico sujeito que tenta agradar a todos, evitando conflitos.

Quando o famoso investidor Arthur Shaw (Alan Alda) é preso por corrupção, o mundo de Josh vem abaixo. Ele autorizou o sujeito a investir a pensão de todos os seus funcionários. Após perder o emprego e sem tem como recuperar o dinheiro do investimento, Josh recruta dois funcionários (Casey Affleck e Michael Peña), um executivo falido (Matthew Broderick) e um ladrão profissional (Eddie Murphy) para tentarem roubar o investidor corrupto, que pagou fiança e voltou a morar no apartamento.

Por mais simples que pareça, a premissa é bem legal para uma comédia de ação, assim como o ótimo elenco. Tudo vai razoavelmente bem nos dois primeiros terços do filme. Temos a crise, a revolta dos injustiçados e o montagem do plano mirabolante, mas infelizmente a coisa desanda na meia-hora final. A ânsia de criar pelo menos uma sequência espetacular resulta num absurdo sem tamanho. Para não dar muitos detalhes, é a sequência que ocorre dentro do apartamento quando a “quadrilha” descobre onde a fortuna do picareta está escondida.

É uma pena, faltou criatividade para uma solução menos fantasiosa.

Roubar é uma Arte (The Art of the Steal, Canadá / EUA, 2013) – Nota 5,5
Direção – Jonathan Sobol
Elenco – Kurt Russell, Matt Dillon, Jay Baruchel, Kenneth Welsh, Chris Diamantopoulos, Katheryn Winnick, Jason Jones, Terence Stamp, Devon Bostick.

Após o roubo de uma obra de arte em Varsóvia, na Polônia, um dos integrantes da quadrilha é detido pelo policial local. Para se safar, Nicky Calhoun (Matt Dillon) delata o irmão Crunch (Kurt Russell), que termina preso. Ao sair da cadeia sete anos depois, Crunch é procurado por seu irmão que deseja reunir a antiga quadrilha para roubar um valioso quadro em um museu. Mesmo com raiva de Nick, não demora para Crunch aceitar a proposta pensando no lucro. 

A primeira parte do longa falha ao tentar fazer rir com situações bobas e algumas beirando o pastelão. Os diálogos ruins também não ajudam. Quando o plano do grande roubo é executado, o roteiro tenta surpreender o espectador com uma reviravolta mais ou menos esperada. O problema é que os detalhes do golpe são confusos e mesmo as explicações didáticas através da repetição de cenas deixam furos na história. 

O gênero de filmes sobre roubos oferece opções muito mais interessantes. 

domingo, 8 de abril de 2018

Duplicidade

Duplicidade (Duplicity, EUA / Alemanha, 2009) – Nota 7
Direção – Tony Gilroy
Elenco – Clive Owen, Julia Roberts, Tom Wilkinson, Paul Giamatti, Denis O’Hare, Ulrich Thomsen, Tom McCarthy, Wayne Duvall, Oleg Shtefanko, Carrie Preston, Christopher Denham.

Ray Koval (Clive Owen) é um agente inglês do MI-6, enquanto Claire Stenwick (Julia Roberts) trabalha para CIA. Após uma noite juntos em Dubai, Ray acorda e descobre que documentos secretos que estavam em seu poder foram roubados por Claire. 

Cinco anos depois eles se reencontram. Enquanto Ray deseja uma explicação por ter sido enganado, Claire faz uma proposta. Ela está infiltrada em uma disputa entre duas corporações que investem em produtos de beleza. Uma delas está para lançar um produto revolucionário, enquanto a outra tenta descobrir a fórmula. Claire e Ray se unem para roubar a fórmula e tentar fazer fortuna. 

Este divertido longa não mereceu as críticas negativas que recebeu na época. O roteiro é criativo e muito bem amarrado ao detalhar o mirabolante plano elaborado pelo casal através de uma bem humorada narrativa principal e de flashbacks que mostram situações que ocorreram durante os cincos anos entre o encontro inicial e o golpe. 

A química entre Clive Owen e Julia Roberts é perfeita, sendo que os dois haviam trabalhados juntos no pesado drama “Closer” anos antes. 

Vale destacar ainda os ótimos Tom Wilkinson e Paul Giamatti como os executivos rivais que se odeiam, além da reviravolta final. 

sábado, 7 de abril de 2018

Paula

Paula (Framed, EUA, 1947) – Nota 6,5
Direção – Richard Wallace
Elenco – Glenn Ford, Janis Carter, Barry Sullivan, Edgar Buchanan, Karen Morley.

Mike Lambert (Glenn Ford) chega de caminhão em uma pequena cidade em busca de trabalho em uma mina como engenheiro. Por um problema com o dono do caminhão, Mike é condenado a pagar um valor para não ir preso. 

Sem dinheiro, ele termina salvo pela bela Paula (Janis Carter), que o conheceu em um bar. Mesmo desconfiado, porém atraído, Mike se envolve com Paula, que na verdade tem um amante (Barry Sullivan) que deseja utilizar o pobre engenheiro como isca em um plano de roubo. 

Com uma clássica trama de filme noir, este longa ao mesmo que agrada aos fãs do gênero pelo formato, por outro lado entrega uma trama totalmente previsível. 

As atuações com estilo teatral é outra marca registrada de muitos filmes do gênero produzidos na época. 

Provavelmente por já ter visto muitos filmes semelhantes, este me pareceu apenas razoável e nada mais.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Vício Maldito & Farrapo Humano


Vício Maldito (Days of Wine and Roses, EUA, 1962) – Nota 8
Direção – Blake Edwards
Elenco – Jack Lemmon, Lee Remick, Charles Bickford, Jack Klugman, Alan Hewitt.

Joe Clay (Jack Lemmon) é o novo relações públicas de uma grande empresa em Nova York. Seu primeiro trabalho é “recrutar” garotas para participarem de uma festa no iate de um milionário. Joe termina por confundir a secretária de seu chefe com uma das garotas contratadas. No dia seguinte, Joe procura Kirsten (Lee Remick) para se desculpar, dando início a um relacionamento que se transformará em casamento. A vida profissional agitada leva Joe a beber cada vez mais, muitas vezes junto com a própria esposa. 

Este ótimo longa sobre a tragédia do alcoolismo tem como destaque e também curiosidade as presenças de Jack Lemmon e Blake Edwards, astro e diretor que são lembrados pelos trabalhos em comédia. No ano anterior, Blake Edwards havia feito o hoje clássico “Bonequinha de Luxo”, um misto de drama e comédia palatável para o público em geral. Aqui o foco é bem mais pesado. 

A escalada do vício da bebida nas vidas dos personagens de Jack Lemmon e Lee Remick é cruel e realista, muito parecida com as consequência do uso de drogas mais pesadas nos dias atuais. O filme ganha pontos pelas ótimas atuações da dupla de protagonistas, principalmente Jack Lemmon. 

Ele consegue demonstrar com competência os estágios de um bêbado. A alegria do início, a melancolia da segunda fase, a raiva e por fim as terríveis crises de abstinência. Sua habilidade demonstrada nas comédias físicas aqui são extremamente importantes para recriar as atitudes malucas de um alcoólatra. É sem dúvida um dos grandes clássicos sobre o tema.

Farrapo Humano (The Lost Weekend, EUA, 1945) – Nota 8
Direção – Billy Wilder
Elenco – Ray Milland, Jane Wyman, Phillip Terry, Howard Da Silva, Doris Dowling.

Prestes a viajar para um final de semana na casa da família, o alcoólatra Don Birman (Ray Milland) faz de tudo para escapar do passeio. Seu irmão Wick (Phillip Terry) termina viajando sozinho, enquanto sua namorada Helen (Jane Wyman) passa os dias procurando o parceiro em bares da cidade. 

Esta obra produzida há mais de setenta anos é um dos longas mais realistas sobre as atitudes de um alcoólatra. O grande diretor Billy Wilder divide o filme em duas narrativas. A principal segue o protagonista pela cidade durante o final de semana em sua luta para saciar o vício. Mentiras, desculpas e pequenos roubos são as armas utilizadas pelo protagonista, que muitas vezes termina sendo humilhado. 

A outra narrativa mostra em flashbacks a relação de Don e Helen. A forma como eles se conheceram, as tentativas de esconder o vício e as crises causadas pela bebida. 

O filme não ganha mais pontos pelo final que tenta ser positivo, provavelmente uma imposição do estúdio para amenizar a polêmica. 

Vale destacar a ótima atuação de Ray Milland, no melhor papel de sua carreira.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

El Desconocido

El Desconocido (El Desconocido, Espanha, 2015) – Nota 7,5
Direção – Dani de la Torre
Elenco – Luis Tosar, Javier Gutierrez, Elvira Minguez, Fernando Caio, Goya Toledo, Paul del Rio, Marco Sanz.

Carlos (Luis Tosar) é um gerente de banco que passa por uma crise no casamento com Marta (Goya Toledo). Numa certa manhã ao levar o casal de filhos para escola, ele recebe um telefonema de um estranho que diz ter colocado uma bomba em seu carro. 

O sujeito exige um alto valor em dinheiro que Carlos deve transferir para sua conta sem sair do automóvel. Se ele ou os filhos levantarem dos bancos, a bomba será detonada. É início de uma corrida desesperada do protagonista para conseguir o dinheiro e tentar salvar seus filhos. 

O roteiro recicla ideias utilizadas em famosos filmes como “Velocidade Máxima”, “Tempo Esgotado” e “Por um Fio”. Mesmo com a maioria das cenas sendo dentro do carro com o protagonista sentado ao volante, o diretor Dani de la Torre consegue prender a atenção do espectador através de uma narrativa em ritmo frenético, do desespero do protagonista, das perseguições e de muita gritaria que esconde os furos do roteiro. 

Por outro lado, o roteiro faz uma crítica pertinente a forma como os bancos visam lucro em operações arriscadas apenas para os clientes, que são vistos como números. O fator humano é um mero detalhe neste mundo de ganância. 

Para quem não exige perfeição e curte um filme de ação agitado, este longa espanhol é uma boa opção.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Esta é a Sua Morte

Esta é a Sua Morte (This Is Your Death ou The Show, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Giancarlo Esposito
Elenco – Josh Duhamel, Giancarlo Esposito, Famke Janssen, Caitlin Fitzgerald, Sarah Wayne Callies, Chris Ellis, Lucia Walters, Garry Chalk.

Adam Rogers (Josh Duhamel) é um apresentador canastrão de reality show que fica abalado após uma participante assassinar ao vivo o protagonista de um destes programas. 

Aproveitando a comoção pela tragédia e o desabafo de Adam durante uma entrevista, a diretora de programação do canal (Famke Jansen) apresenta a ideia de um novo reality, em que o participante concorde em cometer suicídio ao vivo em troca de algo, como dinheiro para a família por exemplo. 

Adam aceita o projeto acreditando a princípio que iria ajudar pessoas desesperadas. Em paralelo, a trama segue a dura vida de Mason Washington (Giancarlo Esposito), que tenta sustentar a família com dois empregos ruins e que sofre ao ser pressionado pela esposa (Lucia Walters). 

Dirigido pelo ator Giancarlo Esposito, este longa foca em dois pontos extremamente atuais. A febre dos reality shows que há mais de vinte anos exploram o que de pior existe no ser humano para conseguir audiência e as consequências da crise econômica que atingiu os Estados Unidos em 2008. 

O absurdo reality proposto no longa é um exagero, mas também um exemplo de como muitas pessoas adoram “consumir” uma tragédia. A desgraça alheia sempre rende boa audiência. 

A narrativa do pobre sujeito tentando sobreviver é semelhante ao que ocorre com um número gigantesco de pessoas em nosso país. A partir de uma certa idade as pessoas se tornam descartáveis para a sociedade. 

Infelizmente as boas ideias acabam se perdendo no exagero do programa e na parte final quando as situações se transformam em crises pessoais e a história termina de forma abrupta.

terça-feira, 3 de abril de 2018

A Vida em Espera

A Vida em Espera (Wakefield, EUA, 2016) – Nota 6,5
Direção – Robin Swicord
Elenco – Bryan Cranston, Jennifer Garner, Jason O’Mara, Beverly D’Angelo, Ian Anthony Dale, Victoria Bruno, Ellery Sprayberry, Tracey Walter.

Após uma queda de energia que o obriga a descer do trem longe de sua bela casa no subúrbio de Nova York, o advogado Howard Wakefield (Bryan Cranston) começa a refletir sobre sua vida durante a caminhada. 

Na porta de casa ele vê um guaxinim e decide expulsar o pequeno animal que corre para a garagem que fica ao lado da residência. Howard segue a criatura e ao chegar no sótão vê pela janela sua esposa (Jennifer Garner) irritada por ele não ter atendido o celular e as filhas gêmeas terminando o jantar. A esposa pega o jantar do marido e joga na lata do lixo. Algo faz com que Howard decida sentar numa poltrona e observar as reações de sua família em relação a sua ausência. 

Baseado em um conto de E.L. Doctorow, este longa apresenta uma premissa interessantíssima. Vemos o protagonista de meia-idade, bem sucedido no trabalho e com uma família aparentemente perfeita, mas que sofre internamente pelo desgaste no casamento e pelo desprezo das filhas adolescentes. 

Howard não é um coitado, pelo contrário, na sua narração em off e nos flashbacks conhecemos um sujeito inteligente e até manipulador, mas que se sente vencido pela rotina da vida. Como ele mesmo diz em uma sequência, sua decisão não foi abandonar a família, mas sim “abandonar a si mesmo”. 

Por mais que seja curiosa e fora da comum a história, o filme perde alguns pontos por alongar demais a situação e também pelo final em aberto. Mesmo entendendo que a escolha do escritor tenha sido deixar a resposta a cargo do leitor (aqui espectador), fica uma sensação de algo inacabado.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Operação Anthropoid

Operação Anthropoid (Anthropoid, República Tcheca / Inglaterra / EUA / França, 2016) – Nota 7,5
Direção – Sean Ellis
Elenco – Cillian Murphy, Jamie Dornan, Charlotte Le Bon, Anna Geislerová, Toby Jones, Harry Lloyd, Jiri Simek, Vaclav Neuzil, Bill Milner, Alena Mihulová, Pavel Reznicek.

Segunda Guerra Mundial, final de 1941. O governo da Tchecoslováquia que estava exilado em Londres envia para seu país natal um grupo de paraquedistas com o objetivo de assassinar Reinhard Heydrich, o general nazista conhecido como “O Açougueiro de Praga”. 

Com a cidade de Praga dominada pelos nazistas, os paraquedistas recebem ajuda de um grupo de resistência. Josef Gabcik (Cillan Murphy) e Jan Kubis (Jamie Dornan) são os espiões encarregados de colocar o plano do assassinato em andamento. 

Baseado numa história real, este longa segue a cartilha dos filmes clássicos sobre a Segunda Guerra. Espionagem, suspense, romance e um clímax explosivo são os ingredientes principais. A reconstituição de época é outro destaque. 

Apesar de pouco conhecido, o diretor inglês Sean Ellis tem alguns trabalhos extremamente promissores. O sensível “Cashback” e o o doloroso drama “Metrópole Manila” são filmes que merecem ser vistos.

domingo, 1 de abril de 2018

Susie e os Baker Boys & A Força de um Passado


Susie e os Baker Boys (The Fabulous Baker Boys, EUA, 1989) – Nota 7
Direção – Steve Kloves
Elenco – Jeff Bridges, Michelle Pfeiffer, Beau Bridges, Ellie Raab, Jennifer Tilly, Xander Berkeley, Ken Lerner, Albert Hall.

Jack (Jeff Bridges) e Frank (Beau Bridges) são irmãos que tocam juntos desde a infância. Especialistas em clássicos do jazz, a dupla percebe que o interesse por seu trabalho está diminuindo cada vez mais. Para dar um novo fôlego ao show, eles decidem contratar uma cantora. 

Após inúmeros testes, a escolhida é a bela Susie Diamond (Michelle Pfeiffer). O sucesso inicial da nova formação fica abalado quando Jack se envolve com Susie. O novo casal tenta fazer modificações no show, entrando em conflito com Frank. 

O roteiro escrito pelo diretor Steve Kloves foca na desgastada relação dos irmãos que piora após a chegada de uma terceira pessoa e também em detalhar as diferenças entre eles. Jack é o solteiro mulherengo e irresponsável, enquanto Frank é o pai da família dedicado e também o empresário da dupla, o sujeito que resolve os problemas. 

Os números musicais são outro ponto alto, principalmente para os fãs de jazz, além é claro da performance sensual de Michelle Pfeiffer.

A Força de um Passado (Flesh and Bone, EUA, 1993) – Nota 7
Direção – Steve Kloves
Elenco – Dennis Quaid, Meg Ryan, James Caan, Gwyneth Paltrow, Scott Wilson.

Quando criança, Arliss (Dennis Quaid) era utilizado por seu pai Roy (James Caan) como isca para golpes. Um destes esquemas dá errado e Roy termina por assassinar uma família, deixando vivo apenas uma bebê. 

Trinta anos depois, Arliss trabalha com máquinas de vendas de chocolates e salgadinhos, viajando diariamente por cidades pequenas do oeste americano. Numa destas viagens, ele cruza o caminho de Kay (Meg Ryan), com quem se envolve e também observa a jovem golpista Ginnie (Gwyneth Paltrow). Quando seu pai reaparece, o passado vem à tona. 

O roteiro escrito pelo diretor Steve Kloves explora o clássico tema dos traumas que perseguem personagens na vida adulta e por consequência as complicadas relações familiares e amorosas que estes precisam enfrentar. As locações em cidades decadentes aumentam a sensação de tristeza e desolação dos personagens.

Os pontos negativos são a narrativa um pouco lenta e o clímax previsível, mesmo com um final longe de ser feliz.

Como curiosidade, Dennis Quaid e Meg Ryan eram casados na época.

O resultado é um drama mediano.