quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Três Cristos

 


Três Cristos (Three Christs, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Jon Avnet
Elenco – Richard Gere, Peter Dinklage, Walton Goggins, Bradley Whitford, Julianna Margulies, Charlotte Hope, Kevin Pollak, Stephen Root, James Monroe Iglehart.

Michigan, 1959. O psiquiatra Alan Stone (Richard Gere) inicia um trabalho com pacientes esquizofrênicos internados em um sanatório. Ao descobrir que três pacientes (Peter Dinklage, Walton Goggins e Bradley Whitford) acreditam ser Jesus Cristo, Alan vê a chance de tentar ajudá-los através de sessões em grupo, deixando de lado tratamentos invasivos como o eletrochoque. Seu pensamento avançado desperta medo e inveja dos colegas de profissão. 

Baseado em uma história real, este longa detalha a luta do protagonista em proporcionar uma vida melhor aos pacientes, explorando o lado humano que na época não era prioridade neste tipo de hospital. 

Por mais que a narrativa seja um pouco irregular e a relação do protagonista com sua esposa (Julianna Margulies) não tenha sido muito bem explorada, o filme vale ser visto pelas sessões de terapia e a forma completamente fora do comum com que os três pacientes encaram a vida. Cada um deles carrega traumas e passaram por uma espécie de gatilho que os levaram a insanidade. 

Os destaques do elenco ficam para Peter Dinklage e Walton Goggins, que passam todo o sofrimento de uma situação que eles não podem controlar.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

A Nona Sessão

 


A Nona Sessão (Session 9, EUA, 2001) – Nota 6
Direção – Brad Anderson
Elenco – Peter Mullan, David Caruso, Josh Lucas, Stephen Gevedon, Brendan Sexton III, Paul Guilfoyle.

Gordon (Peter Mullan) é o dono de uma pequena empresa de limpeza de entulhos. Ele consegue o serviço para retirar o entulho de um antigo sanatório abandonado. O local enorme esconde um passado de dor, sofrimento e abusos. Gordon e seus quatro funcionários aos poucos se sentem incomodados com o local, dando início a conflitos entre eles. 

O diretor Brad Anderson tem um carreira bastante agitada intercalando episódios em séries de tv, com filmes para o cinema. Seus dois trabalhos mais interessantes são o pesado “O Operário” com Christian Bale e o sinistro “Refúgio do Medo” que também se passa em um hospital psiquiátrico. 

Este “A Nona Sessão” tem algumas ideias interessantes, como a locação no prédio em formato de “morcego com as asas abertas”, os sinistros aparelhos usados para “tratar” os pacientes e o clima de medo e desconfiança que permeia a história. 

O problema é que a narrativa é bastante irregular, com alguns tempos mortos, além da surpresa no final que deixa o espectador em dúvida se os fatos foram motivados por algo sobrenatural ou psiquiátrico. 

O resultado é apenas razoável, abaixo do potencial da premissa.


segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Tigertail

 


Tigertail (Tigertail, EUA, 2020) – Nota 7,5
Direção – Alan Yang
Elenco – Tzi Ma, Christine Ko, Hong Chi Lee, Yo Hsing Fang, Joan Chen, Fiona Fu, Kuei Mei Yang, James Saito.

Em Nova York, após voltar do enterro da mãe em Taiwan, o divorciado Grover (Tzi Ma) demonstra dificuldades em se relacionar com a filha Angela (Christine Ko). A solidão faz Grover relembrar sua juventude em Taiwan, quando vivia com a mãe (Kuei Mei Yang) e sonhava em mudar para os EUA. 

Esta sinopse simples esconde uma sensível história de vida narrada pelo protagonista. O roteiro escrito pelo diretor Alan Yang explora situações comuns na vida de muitas pessoas, principalmente a questão de como as escolhas nos levam a caminhos que nem sempre terminam da forma que esperamos. 

Estas frustrações com as escolhas acabam moldando a natureza e as atitudes de cada um, mudando até mesmo a forma de ver o mundo e encarar a vida. A narrativa é sóbria e as emoções dos personagens afloram nos momentos certos. 

O longa também é o primeiro papel principal do veterano Tzi Ma, ator sempre relegado a vilões ou coadjuvantes, que aqui tem a chance de entregar uma interpretação mais consistente.

domingo, 27 de setembro de 2020

À Espreita do Mal & Além da Vida

 


À Espreita do Mal (I See You, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Adam Randall
Elenco – Helen Hunt, Jon Tenney, Judah Lewis, Owen Teague, Libe Barer, Gregory Alan Williams.

Em uma cidade típica de subúrbio, o desaparecimento de um garoto assusta os moradores. O investigador responsável pelo caso é Greg (Jon Tenney), que enfrenta problemas no seu casamento com Jackie (Helen Hunt), fato que afeta seu filho Connor (Judah Lewis). Tudo fica ainda pior quando fatos inexplicáveis começam a ocorrer na casa da família. 

O grande acerto deste filme é a surpreendente reviravolta que ocorre no meio da trama. Até então a narrativa seguia a cartilha dos filmes de suspense genéricos. Esta mudança de foco faz a história crescer, porém alguns furos no roteiro que surgem na sequência atrapalham bastante. É claramente uma trama que merecia ter sido desenvolvida por um roteirista melhor. Vale citar a presença de uma envelhecida Helen Hunt.

Além da Vida (The Keeping Hours, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Karen Moncrieff
Elenco – Lee Pace, Carrie Coon, Sander Thomas, Ray Baker, Amy Smart.

Na sequência inicial, Mark (Lee Pace) e Elizabeth (Carrie Cohn) oficializam sua união com muita alegria ao lado de amigos e do filho pequeno Jacob (Sander Thomas). A trama pula seis anos a frente, com o casal separado após a morte do filho. Ao visitar a antiga casa pensando em vendê-la, Mark é surpreendido ao encontrar o fantasma de Jacob, dando início a uma inusitada situação que mudará completamente sua vida e de sua ex-esposa. 

O acerto deste filme é transformar uma história sobrenatural em algo sensível, incluindo uma explicação para a situação que com certeza agradará aos espiritualistas. O roteiro explora ainda a questão da diferença com que as pessoas enfrentam o luto, fato que muitas vezes separa casais que passam por uma tragédia similar. O filme tem alguns exageros, mas que não atrapalham a proposta do roteiro.

sábado, 26 de setembro de 2020

Correndo Contra o Tempo

 


Correndo Contra o Tempo (Don’t Let Go, EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Jacob Aaron Estes
Elenco – David Oyelowo, Storm Reid, Mykelti Williamson, Alfred Molina, Brian Tyree Henry, Shinelle Azoroh, Byron Mann, April Grace.

O detetive Jack (David Oyelowo) fica devastado quando seu irmão (Brian Tyree Henry), sua cunhada (Shinelle Azoroh) e a sobrinha (Storm Reid) são assassinados. A situação fica ainda mais confusa quando dias depois do fato, David recebe uma ligação da sobrinha falecida. Ele tenta entender como pode ser possível o contato com a sobrinha, além de investigar para descobrir a identidade do assassino de seus familiares. 

A premissa de explorar tempo e espaço diferentes para tentar mudar o curso da história já foi levada às telas diversas vezes. Por mais que seja uma tema extremamente intrigante e por si só prenda a atenção do espectador, na maioria das vezes o roteiro apresenta furos por causa da dificuldade em transformar algo incomum em uma trama verossímil. Aqui acontece exatamente isso. 

O filme tem boas sequências de ação e violência, suspense razoável, mas peca pelos vários absurdos utilizados para resolver a situação. Além de não ser muito difícil descobrir o vilão principal, a meia-hora final é uma verdadeira bagunça, em que o espectador pode tentar juntar peças que não se encaixam ou aceitar a falta de uma explicação convincente.


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Juror 8

 


Juror 8 (Bae-Sim-Won, Coreia do Sul, 2019) – Nota 7
Direção – Seung Wan Hong
Elenco – So Ri Moon, Hyung Shik Park, Han Chul Jo, Jo Soo Hyang.

Em 2008, o governo sul-coreano alterou o sistema de justiça introduzindo o júri popular nos julgamentos criminais. O primeiro julgamento neste formato tinha como réu um sujeito acusado de assassinar a mãe. 

Enquanto a juíza (So Ri Moon) precisa lidar com questões políticas além do caso, os membros do júri não sabem exatamente como agir. Tudo fica ainda mais complicado quando o jovem jurado número oito (Hyung Shik Park) fica em dúvida sobre a culpa do réu, dando início a uma sucessão de questionamentos. 

Baseado em uma história real, este longa lembra o clássico “12 Homens e uma Sentença”, porém ao invés do protagonista ser um sujeito sério e contestador, temos aqui um jovem confuso e inseguro que termina por subverter o pensamento dos demais membros do júri de uma forma até patética em alguns momentos. 

Apesar do drama ser o ponto principal, com algumas sequências mais emotivas, o diretor escolheu o caminho de inserir situações engraçadas em meio ao tumultuado julgamento. 

Está longe de ser um grande filme, mas vale como curiosidade para entender como o julgamento abordado foi uma experiência que nem mesmo os profissionais da justiça daquele país sabiam se daria certo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

O Assassino de Valhalla

 


O Assassino de Valhalla (The Valhalla Murders, Islândia, 2019) – Nota 7
Direção – Thordur Palsson
Elenco – Nina Dogg Filippusdottir, Bjorn Thors, Sigurour Skulason, Tinna Hrafnsdottir.

Em Reykjavik, capital da Islândia, dois assassinatos em locais diferentes podem ser obras de um serial killer. A detetive Kata (Nina Dogg Filippusdottir) é obrigada por seus superiores a aceitar a parceria do policial Arnar (Bjorn Thors), que veio da Noruega para auxiliar na investigação. Além dos crimes, os dois detetives precisam lidar também com politicagens dentro do departamento e problemas pessoais. 

Dividida em oito episódios, esta série islandesa segue o estilo da similar e ainda melhor “Trapped”, ao explorar uma complexa trama misturando crimes e dramas pessoais. Por sinal, a protagonista Nina Dogg Filippusdottir também teve um papel de destaque naquela série. 

A trama prende atenção ao esconder a identidade do assassino, pelas ótimas locações na bela e gelada capital da Islândia e também nas poucas, porém competentes cenas de violência. 

Está longe de ser uma série explosiva, mas com certeza agradará a quem curte uma boa investigação.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

O Filho de Jean

 


O Filho de Jean (Le Fils de Jean, França / Canadá, 2016) – Nota 7,5
Direção – Philippe Lioret
Elenco – Pierre Deladonchamps, Gabriel Arcand, Catherine de Lean, Marie Therese Fortin, Pierre Yves Cardinal, Patrick Hivon.

Em Paris, Mathieu (Pierre Deladonchamps) recebe um telefonema de Montreal no Canadá, onde uma pessoa informa que seu pai biológico faleceu e deixou algo para ele. Mathieu sequer sabia o nome de seu pai. 

Ao invés de esperar a encomenda, ele decide viajar para Montreal para saber um pouco sobre o pai, conhecer seus meios-irmãos e participar da cerimônia de despedida. Ele não imagina que enfrentará uma situação totalmente inesperada no Canadá. 

Os pontos principais do roteiro são as dificuldades de relacionamento e as consequências de atitudes e decisões que mudam para sempre a vida de uma pessoa. A viagem do protagonista termina sendo um ponto de mudança em sua vida, com revelações e descobertas sobre si mesmo. 

O filme tem ainda belas locações em um lago afastado onde ocorrem algumas sequências importantes da história. 

É basicamente um drama familiar sensível e sóbrio sobre personagens que poderiam ser reais.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Desaparecimento

 


Desaparecimento (Disappearance, Irã / Catar, 2017) – Nota 7
Direção – Ali Asgari
Elenco – Amirreza Ranjbaran, Sadaf Asgari.

Teerã, capital do Irã. A jovem Sara (Sadaf Asgari) e seu namorado Hamed (Amirreza Ranjbaran) iniciam um saga por hospitais buscando atendimento para a garota após um determinado fato deixá-la machucada. O problema é que para o atendimento necessário, Sara precisa da autorização de seus pais, a quem ela não tem coragem de contar o que aconteceu. 

Escrito e dirigido por Ali Asgari, este longa explora as consequências dos tabus familiares e sociais que são muito fortes por causa da religião no Irã. O roteiro toca ainda de forma rasa na corrupção ocasional, no caso em que alguém vê a chance de lucrar com o desespero de terceiros. 

O ponto final é a própria relação entre os jovens imaturos que não sabem exatamente como lidar com a situação. É interessante também as locações em Teerã durante a noite. Os jovens passam por vários locais claramente com estilo ocidental, mesmo em um país com as tradições islâmicas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Louca Obsessão & Ma

 


Louca Obsessão (Misery, EUA, 1990) – Nota 8
Direção – Rob Reiner
Elenco – James Caan, Kathy Bates, Richard Farnsworth, Frances Sternhagen, Lauren Bacall, J. T. Walsh.

Após sofrer um acidente de carro em uma região isolada, o famoso escritor Paul Sheldon (James Caan) é socorrido pela enfermeira Annie (Kathy Bates), que mora perto do local. Annie leva Paul para sua casa com o objetivo de cuidar do ferimento, ao mesmo tempo em que diz ser fã ardorosa de seus livros. 

O jeito amável de Annie muda completamente quando ela pega o rascunho do novo livro de Paul e descobre que ele matou a personagem principal. É o início do inferno para o escritor. 

Baseado em um livro de Stephen King, esta história muito provavelmente saiu do medo do escritor em enfrentar fãs malucos. Este medo rendeu um ótimo longa, muito pela personagem assustadora interpretada por Kathy Bates. Suas mudanças de comportamento, de humor e a tortura psicológica que impõe ao personagem de James Caan são perfeitas para a proposta do filme. 

É sem dúvida umas melhores adaptações de King para o cinema.

Ma (Ma, EUA / Japão, 2019) – Nota 6,5
Direção – Tate Taylor
Elenco – Octavia Spencer, Diana Silvers, Juliette Lewis, McKaley Miller, Luke Evans, Corey Fogelmanis, Gianni Paolo, Dante Brow, Missi Pyle, Allison Janney.

Ao mudar para uma nova cidade com a mãe (Juliette Lewis), a adolescente Maggie (Diane Silvers) rapidamente faz amizade com outros jovens. Num certo dia, eles pedem para várias pessoas comprar bebida alcoólica em uma loja de conveniência, sendo ignorados, até que Sue Ann (Octavia Spencer) aceita. 

A solitária mulher consegue fazer os jovens passar a visitar sua casa, utilizando o porão para festas e bebedeiras, criando a princípio uma estranha amizade. Aos poucos ela passa a demonstrar sua verdadeira intenção. 

O roteiro se apoia totalmente no talento de Octavia Spencer para criar uma personagem estranha, com intenções dúbias e que carrega um trauma que é o gatilho para suas atitudes. 

O filme funciona bem na primeira parte, enquanto ela cria um laço com os jovens. A partir do momento em que seu ódio vem à tona, o longa se torna um suspense genérico, com sequências violentas e situações absurdas. 

É um filme razoável, apesar de ser bastante irregular.


domingo, 20 de setembro de 2020

Malone: Puxando o Gatilho

 


Malone: Puxando o Gatilho (Give ‘em Hell Malone, EUA, 2009) – Nota 4
Direção – Russel Mulcahy
Elenco – Thomas Jane, Ving Rhames, Elsa Pataky, French Stewart, Leland Orser, Doug Hutchison, Gregory Harrison, Chris Yen.

Malone (Thomas Jane) é um detetive particular que se tornou matador de aluguel após sua família ser assassinada. Ao ser contratado para recuperar uma pasta com algo desconhecido dentro, Malone se torna alvo de um chefão do crime que envia outro matador (Ving Rhames) para terminar o serviço. 

Conhecido principalmente pelo clássico “Highlander: O Guerreiro Imortal”, o diretor australiano Russell Mulcahy entregou aqui um dos piores filmes de sua carreira. A boa sequência inicial com um violento tiroteio é a única coisa se salva. 

A péssima história e a escolha do diretor em inserir humor negro para “homenagear” o estilo noir se perde em meio a diálogos idiotas e situações constrangedoras. Ao invés de misteriosos, os personagens são totalmente caricatos, com total destaque negativo para o incendiário vivido por um maluco Doug Hutchison, conhecido por viver vilões bizarros na série “Arquivo X” e no clássico “À Espera de um Milagre”. 

Este “Malone: Puxando o Gatilho” é um filme para passar longe.

sábado, 19 de setembro de 2020

O Rei de Staten Island

 


O Rei de Staten Island (The King of Staten Island, EUA, 2020) – Nota 7,5
Direção – Judd Apatow
Elenco – Pete Davidson, Marisa Tomei, Bill Burr, Bel Powley, Maude Apatow, Steve Buscemi, Ricky Velez, Moises Arias, Lou Wilson, Kevin Corrigan, Domenick Lombardozzi.

Scott (Pete Davidson) tem vinte e quatro anos, passa o dia fumando maconha com os amigos e ainda mora com a mãe (Marisa Tomei) em Staten Island, subúrbio de Nova York.  Quando sua irmã (Maude Apatow) vai para a universidade e sua mãe pensa em recomeçar a vida, Scott se vê obrigado a procurar um novo caminho, algo que não será fácil. 

O ator Pete Davidson escreveu em parceria com o diretor Judd Apatow o roteiro deste longa baseado em sua própria experiência de vida. Pete perdeu o pai que era bombeiro durante os ataques de 11 de Setembro, fato que influenciou em suas atitudes durante a adolescência, resultando em vários problemas que são detalhados aqui. 

O grande acerto é que o filme é construído com bom humor, mesmo nos momentos mais complicados e nas situações patéticas. Pete Davidson praticamente repete o papel de seu filme anterior “Big Time Adolescense”, ou seja, nos dois trabalhos interpretou ele mesmo. 

No elenco vale destacar ainda o comediante Bill Burr interpretando um bombeiro falador e as sempre simpáticas Marisa Tomei e Bel Powley, esta última como a namorada do protagonista.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A Hora do Lobo

 


A Hora do Lobo (The Wolf Hour, Inglaterra / EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Alistair Banks Griffin
Elenco – Naomi Watts, Jennifer Ehle, Emory Cohen, Kelvin Harrison Jr., Jeremy Bobb, Brennan Brown.

Bronx, Nova York, 1977. Durante o verão em que o psicopata conhecido como “O Filho de Sam” assassinou várias mulheres na cidade, June Leigh (Naomi Watts) vive enclausurada em um velho apartamento. 

Demonstrando um medo fora do comum de ir para rua, June sofre também com a péssima vizinhança e com um desconhecido que toda noite toca seu interfone sem falar absolutamente nada. 

O roteiro escrito pelo diretor Alistair Banks Smiths aproveita a história real do medo que tomou conta de Nova York na época para criar uma trama de ficção fazendo um paralelo com a vida da complicada protagonista. 

As explicações do porquê de suas atitudes surgem aos poucos e de formas diferentes. Seja na visita de uma amiga (Jennifer Ehle), em fitas de vídeo, nos telefonemas e no relacionamento com um entregador (Kelvin Harrison Jr.), tudo isso dentro do apartamento. 

O problema é que mesmo sendo algo forte, a motivação da personagem para seu “exílio” parece exagerada, assim como sua mudança de personalidade em relação a uma sequência sobre seu passado e principalmente o final. 

É basicamente um filme estranho, que explora uma história incomum e que tem como destaque a atuação de uma perturbada Naomi Watts.


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

1945

 


1945 (1945, Hungria, 2017) – Nota 7,5
Direção – Ferenc Torok
Elenco – Peter Rudolf, Bence Tasnadi, Tamas Szabo Kimmel, Dora Sztarenki.

Agosto de 1945. Ao final da Segunda Guerra Mundial, no dia em que o filho do prefeito vai se casar, os moradores de um povoado no interior da Hungria ficam apreensivos quando dois judeus chegam de trem carregando dois baús. A presença dos estranhos desperta medos e sentimentos que as pessoas do local gostariam de deixar no passado. 

Este interessantíssimo longa húngaro filmado em preto e branco explora o terrível tema das consequências da guerra, principalmente como as pessoas que sobreviveram tiveram de enfrentar seus traumas, erros, culpas, remorsos e traições, muitas vezes por terem agido para salvar a própria pele. Muito do que o ser humano tem de pior vem à tona neste dia, motivado apenas pela chegada enigmática dos dois judeus. 

O roteiro dá espaço ainda para as mudanças que estavam prestes a ocorrer na Hungria, com a presença de soldados russos na vila e a propaganda do partido nacionalista na rádio, tudo sendo preparado para o terrível regime comunista que seria implantado e mantido durante décadas no país. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Reflexos da Inocência

 


Reflexos da Inocência (Flashbacks of a Fool, Inglaterra, 2008) – Nota 7,5
Direção – Baillie Walsh
Elenco – Daniel Craig, Harry Eden, Olivia Williams, Jodhi May, Felicity Jones, Max Deacon, Keeley Hawes, Eve, Emilia Fox, Mark Strong, James D’Arcy, Alfie Allen. 

Em Los Angeles, Joe Scott (Daniel Craig) é um ator que passa por um momento conturbado na carreira e na vida pessoal. Ao receber uma ligação da mãe avisando que seu melhor amigo da infância faleceu, Joe fica ainda mais perturbado e começa a relembrar o passado. 

Em seguida, a narrativa volta para os anos oitenta quando Joe (Harry Eden) era um adolescente que vivia em uma comunidade simples no litoral da Inglaterra. 

O início do longa é um pouco estranho ao mostrar a vida confusa do protagonista, passando a impressão de que a trama vai focar apenas na descida ao inferno do personagem. 

Tudo muda quando a narrativa se volta para a adolescência de Joe. O desenrolar dos acontecimentos na época terminam por marcar o personagem pelo resto da vida, elevando bastante o interesse pela trama. 

O ponto principal do roteiro é a dificuldade em lidar com nossos próprios erros, sabendo que o passado não pode ser modificado. 

É um drama que entrega mais do que promete.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Repo Men: O Resgate de Órgãos

 


Repo Men: O Resgate de Órgãos (Repo Men, Canadá / EUA, 2010) – Nota 6
Direção – Miguel Sapochnik
Elenco – Jude Law, Forest Whitaker, Alice Braga, Liev Schreiber, Carice van Houten, Chandler Canterbury, RZA.

No futuro, a venda de órgãos artificiais para transplante ou upgrade da qualidade de vida se tornou um negócio rentável para uma corporação. Os órgãos são financiados como se fossem automóveis ou casas. 

De forma semelhante aos negócios citados, se o comprador atrasar as parcelas, o órgão é removido por funcionários da empresa conhecidos como “repo”. Os parceiros Remy (Jude Law) e Jake (Forest Whitaker) são dois repos que lucram com a remoção forçada. Tudo vai bem para a dupla até que um acidente muda totalmente a situação. 

Apesar de bizarra e sangrenta, a premissa é criativa e ao mesmo tempo uma grande crítica de como funcionam os financiamentos. Em uma análise um pouco mais profunda, o espectador verá que o desenvolvimento da trama é puro clichê, com reviravoltas comuns ao gênero, transformando caçador em caça. 

Algumas situações são deixadas de lado, como a relação do personagem de Jude Law com a esposa, levando até um final que basicamente tira um sarro da cara do espectador. 

O resultado é um longa criativo na premissa, mas genérico e totalmente esquecível ao final.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Piercing & Tokyo em Decadência

 


Piercing (Piercing, EUA, 2018) – Nota 5
Direção – Nicolas Pesce
Elenco – Christopher Abbott, Mia Wasikowska, Laia Costa.

Reed (Christopher Abbott) é um executivo que diz para sua esposa Mona (Laia Costa) que tem uma viagem, porém seu objetivo e também fantasia é dominar e assassinar uma prostituta. Ele contrata a jovem Jackie (Mia Wasikowska), que aos poucos se mostra uma pessoa também extremamente perturbada. 

O roteiro escrito pelo diretor Nicolas Pesce é baseado em um livro do escritor japonês Ryu Murakami, especialista em obras sobre o lado obscuro do ser humano. A parte técnica do longa é até interessante, com cenários cleans em contraste com o sangue que surge em várias sequências e a visão dos edifícios da grande metrópole como se fosse uma animação ou algo do gênero. 

O problema acaba sendo o desenvolvimento da trama, que é bastante irregular e cansativa. O foco principal são os problemas psicológicos dos protagonistas, bizarros por sinal. Mesmo as pequenas reviravoltas no relacionamento doentio não salvam o filme.

Tokyo em Decadência (Topâzu, Japão, 1992) – Nota 6
Direção – Ryu Murakami
Elenco – Miho Nikaido, Sayoko Amano, Tenmei Kano.

Em Tóquio, a jovem Ai (Miho Nikaido) trabalha como prostituta em uma agência de acompanhantes. Ela é especializada em sexo bizarro, sempre aceitando toda e qualquer exigência do cliente. 

O diretor e escritor Ryu Murakami adaptou seu próprio livro para o cinema, resultando em uma obra no mínimo estranha. Praticamente não existe história, são sequências em que personagens dos mais variados (trabalhador normal, executivo e até mafiosos da Yakuza) procuram a jovem para satisfazer seus desejos proibidos. 

A protagonista é um misto de pervertida e ingênua, que em determinado momento se mostra insatisfeita com o trabalho, mas aparentemente não sabe como mudar de vida. 

É uma obra repleta de perversões e quase experimental.

domingo, 13 de setembro de 2020

O Desaparecimento

 


O Desaparecimento (The Disappearance, Canadá, 2017) – Nota 7,5
Direção – Peter Stebbings
Elenco – Peter Coyote, Aden Young, Camille Sullivan, Joanne Kelly, Micheline Lanctot, Neil Napier, Henry Kwok, Michael Riendeau.

Subúrbio de Quebec, Canadá. No dia em que completa dez anos de idade, o garoto Anthony (Michael Riendeau) desaparece durante uma brincadeira de caça ao tesouro criada por seu avó Henry (Peter Coyote), que é um juiz aposentado. 

O desespero pelo desaparecimento do garoto é ainda maior porque o pai Luke (Aiden Young) e a mãe Helen (Camille Sullivan) estão separados, além de Luke ter um péssimo relacionamento com o pai. 

Esta minissérie em seis episódios explora a investigação policial através de pistas que são intercaladas com o difícil relacionamento entre os familiares. O avó é explosivo, o filho ressentido com o pai, enquanto a mãe sofre também por problemas em um novo relacionamento. 

O roteiro insere as reviravoltas comuns ao gênero, pequenas surpresas, segredos familiares e um final bem diferente do habitual. 

As locações na belíssima cidade canadense é outro destaque. 

É uma minissérie que agradará ao fãs do gênero.

sábado, 12 de setembro de 2020

Beasts of No Nation

 


Beasts of No Nation (Beasts of No Nation, EUA, 2015) – Nota 8
Direção – Cary Joji Fukunaga
Elenco – Idris Elba, Abraham Attah, Kobina Amissah Sam, Ama K. Abrebese, Emmanuel Nii Adom Quaye.

Em um país africano não identificado, uma guerra civil entre exército e revolucionários causa um número enorme de mortes. Neste contexto, o garoto Agu (Abraham Attah) sobrevive a um ataque do exército sobre sua vila, mas ao fugir termina “recrutado” por uma milícia de jovens, adolescentes e crianças liderada por um homem conhecido como Comandante (Idris Elba). 

O diretor e roteirista Cary Joji Fukunaga é o responsável pela sensacional primeira temporada de “True Detective” e pelo doloroso longa “Sem Identidade” que focava na jornada de jovens imigrantes tentando chegar aos EUA. 

Aqui Fukunaga virou sua câmera para a terrível situação de países africanos em guerra, que transformam crianças inocentes em soldados assassinos, lutando por algo que nem eles mesmos sabem o que seria. 

A jornada do garoto Agu é triste e violenta, com vários momentos em que o espectador sente a mesma impotência do protagonista frente aos fatos. 

O roteiro ainda explora sem grande profundidade a questão política por trás destes grupos. 

Vale destacar a sensível atuação do garoto Abraham Attah.


sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Um Homem Sério

 

Um Homem Sério (A Serious Man, EUA / Inglaterra / França, 2009) – Nota 5,5
Direção – Joel & Ethan Cohen
Elenco – Michael Stuhlbarg, Richard Kind, Fred Melamed, Sari Lennick, Aaron Wolff, Jessica McManus, Amy Landecker, George Wyner, Katherine Borowtiz, Fyvush Finkel, Adam Arkin, Michael Lerner.

Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) é um professor de colégio que se vê obrigado a enfrentar uma sequência de situações bizarras que viram sua vida de ponta cabeça. 

Sua esposa (Sari Lennick) tem um caso com um amigo (Fred Melamed) e quer a separação, um aluno quer suborná-lo para conseguir uma nota melhor e alguém está enviando cartas anônimas para o colégio tentando destruir sua carreira. 

O cinema dos irmãos Cohen muitas vezes se mostra bastante complicado para o gosto do espectador, mesmo para cinéfilos que curtem obras incomuns. Este longa é um exemplo. Toda a tragédia enfrentada pelo patético protagonista é explicada em um curioso prólogo ligado a uma história da religião judaica, que por sinal é o ponto principal do filme. 

Todas as piadas e situações absurdas se referem as crenças e a forma como vive a comunidade judaica. Várias frases e expressões não tem sentido algum para quem não vive esse mundo. 

No fundo, os irmãos Cohen fazem uma crítica sutil a algo que eles conhecem por serem judeus, mas que acaba deixando o filme chato para o espectador comum.


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Encontro Inesquecível

 

Encontro Inesquecível (The 7.39, Inglaterra, 2014) – Nota 7
Direção – John Alexander
Elenco – David Morrissey, Sheridan Smith, Olivia Colman, Sean Maguire.

Carl (David Morrissey) vive no subúrbio de Londres com a esposa Maggie (Olivia Colman) e um casal de filhos adolescentes. Todos os dias ele viaja de trem para trabalhar no centro de Londres. 

Em um destes dias Carl cruza o caminho de Sally (Sheridan Smith), que também utiliza o mesmo trem para ir ao trabalho em uma academia. Ela está noiva de Ryan (Sean Maguire). Mesmo com vidas bem diferentes, Carl e Sally se aproximam, iniciando uma complicada relação. 

A premissa deste longa produzido para a tv é semelhante ao clássico “Desencanto” dirigido por David Lean em 1945. A trama foi atualizada sem a mesma sensibilidade do filme de Lean, mas mesmo assim resulta em uma obra triste e sóbria. 

O roteiro explora temas universais ligados aos relacionamentos como a rotina de um casamento, as frustrações da meia-idade e a dificuldade em demonstrar todos seus sentimentos para a companheira ou companheiro. 

Mesmo com um final que não é dos melhores, o filme ganha pontos pela química entre David Morrissey e Sheridan Smith, que conseguem passar todo o sentimento de atração mútua e também culpa por viverem um romance proibido.


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Capote & Confidencial

 

Capote (Capote, EUA / Canadá, 2005) – Nota 7,5
Direção – Bennett Miller
Elenco – Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Clifton Collins Jr, Chris Cooper, Bruce Greenwood, Bob Balaban, Amy Ryan, Mark Pellegrino, Marshall Bell, Allie Mickelson.

Nova York, 1959. Ao ler uma notícia no jornal sobre o brutal assassinato de uma família em uma fazenda no Kansas, o escritor Trruman Capote (Philip Seymour Hoffman) vê a chance de escrever uma história verdadeira tão emocionante como uma ficção. Junto com a amiga e também escritora Nelle Harper Lee (Catherine Keener), Capote viaja para o Kansas em busca de informações. 

Homossexual assumido, Capote a princípio é visto com desconfiança pelas pessoas da cidade, até conseguir fazer amizade com o chefe de polícia Alvin Dewey (Chris Cooper) e assim ter acesso a entrevistar os assassinos (Clifton Colins Jr. e Mark Pellegrino). É uma início de uma complexa relação com os criminosos e também do livro que marcou sua carreira. 

Baseado na história real sobre a concepção do livro “À Sangue Frio”, este longa detalha como o processou afetou a vida de Capote. A história faz pensar sobre o que leva pessoas a cometerem crimes bárbaros por motivos fúteis, mas não isenta os assassinos. 

Além da história em si, o destaque fica para a atuação do falecido Philip Seymour Hoffman, que levou merecidamente o Oscar de Melhor Ator.

Confidencial (Infamous, EUA, 2006) – Nota 7,5
Direção – Douglas McGrath
Elenco – Toby Jones, Sandra Bullock, Daniel Craig, Jeff Daniels, Lee Pace, Sigourney Weaver, Isabella Rossellini, Juliet Stevenson, Peter Bogdanovich, Gwyneth Paltrow, Hope Davis, John Benjamin Hickey.

Escrito e dirigido por Douglas McGrath, este longa detalha a mesma história de “Capote” com uma qualidade semelhante, porém por te sido produzido um ano depois, fica a impressão de ser mais do mesmo, apesar da abordagem ser um pouco diferente. 

O Capote vivido por Toby Jones é mostrado como um sujeito mais espalhafatoso do que o de Philip Seymour Hoffman, porém ao mesmo tempo mais sensível ao criar uma ligação extremamente forte com um dos assassinos que é vivido por Daniel Craig. O outro criminoso é interpretado por Lee Pace. 

A narrativa é intercalada por depoimentos de personagens sobre como a história afetou o escritor, que após o lançamento do livro jamais criou algo novo que chegasse perto na qualidade. 

Entre estes personagens estão a escritora Nelle Harper Lee (Sandra Bullock), seu amante Jack Dunphy (John Benjamin Hickey) e suas amigas da alta sociedade de Nova York (Sigourney Weaver, Isabella Rossellini e Hope Davis). 

A ótima atuação de Toby Jones chega muito próxima ao nível da de Philip Seymour Hoffman, 


terça-feira, 8 de setembro de 2020

The Windermere Children

 

The Windermere Children (The Windermere Children. Alemanha / Inglaterra, 2020) – Nota 7,5
Direção – Michael Samuels
Elenco – Thomas Kretschmann, Romola Garai, Iain Glen, Tim McInnerny, Marcel Sabat, Philip Christopher, Anna Schumacher, Konstantin Frank.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra aceitou receber mil crianças judias de origem polonesa e alemã que perderam suas famílias nos campos de concentração. 

Trezentos delas foram enviadas para um local chamado Windermere, onde foram construídos alojamentos. Um grupo de voluntários participou do trabalho para ajudar na readaptação das crianças à uma vida normal. 

Este sensível longa retrata sem grande aprofundamento a dificuldade destas crianças e adolescentes em aceitar que perderam a família e que precisariam se adaptar a um novo mundo. Muitas destas crianças conheciam apenas o mundo em guerra, onde a obediência cega e os maus tratos faziam parte da luta diária pela sobrevivência. 

O filme é curto e aborda de forma superficial os traumas das crianças, focando principalmente em um pequeno grupo de amigos que se formou em meio ao terror da guerra. 

A obra ganha muitos pontos por contar uma história de esperança.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A Vingança de Lefty Brown

 


A Vingança de Lefty Brown (The Ballad of Lefty Brown, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Jared Moshe
Elenco – Bill Pullman, Kathy Baker, Jim Caviezel, Tommy Flanagan, Peter Fonda, Joe Anderson, Diego Josef, Lewis Pullman, Joseph Lee Anderson.

Montana, final do século XIX. Edward Johnson (Peter Fonda) está prestes a tomar posse como senador em Washington quando termina morto após ter dois cavalos roubados. Seu parceiro Lefty Brown (Bill Pullman) sobrevive ao ataque e decide buscar vingança. O problema é que Lefty tem mais de sessenta anos e dificuldade para se locomover. 

Este western tenta subverter o gênero ao colocar como protagonista um sujeito totalmente inapto para a proposta do roteiro. Esta escolha que provavelmente o diretor pensou em ser o diferencial do longa, se torna o ponto fraco. 

Mesmo com a boa atuação de Bill Pullman, em momento algum seu personagem passa o mínimo de segurança, na verdade ele é patético. Seria uma figura que jamais sobreviveria naquele meio. 

A narrativa é até interessante, com algumas boas sequências de tiroteio e violência. O resultado é no máximo razoável.

domingo, 6 de setembro de 2020

Ameaça Profunda

 


Ameaça Profunda (Underwater, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – William Eubank
Elenco – Kristen Stewart, Vincent Cassel, Mamoudou Athie, T.J. Miller, John Gallagher Jr., Jessica Henwick.

Uma estação de exploração de petróleo construída em uma profundidade inimaginável sofre um abalo aparentemente causado por um terremoto. Os terríveis danos na estação deixam poucos sobreviventes, entre eles a jovem Norah (Kristen Stewart) e o capitão Lucien (Vincent Cassel), que tentam encontrar uma saída em meio aos destroços. 

Esta mistura de suspense e ficção explora clichês de vários outros longas do gênero. O cinéfilo que curte ficção encontrará referências a filmes como da franquia “Aliens” e “Do Fundo do Mar”, além do formato clássico criado pelo cinema catástrofe dos anos setenta, tudo isso embalado em uma produção caprichada e efeitos especiais atuais. 

Não espere surpresas, as sequências de suspense são competentes, mas a trama é bastante previsível. É um filme para curtir no momento, pois logo será esquecido.


sábado, 5 de setembro de 2020

A Confession

 


A Confession (A Confession, Inglaterra, 2019) – Nota 7,5
Direção – Paul Andrew Williams
Elenco – Martin Freeman, Imelda Staunton, Siobhan Finneran, Peter Wight, Joe Absolom, Christopher Fulford, Derek Riddell, Kate Ashfield, Owain Arthur, Jake Davies, Charlie Cooper.

Swindon, Inglaterra, 2011. Uma jovem desaparece durante um curto caminho entre uma casa noturna e sua residência. O líder da investigação é o superintendente da polícia local Stephen Fulcher (Martin Freeman), que segue as poucas pistas que surgem. 

Um determinado fato faz com que Stephen seja obrigado a tomar uma decisão rápida que pode ferir uma lei, mas que é a única chance de tentar encontrar a garota ainda viva. 

Esta minissérie em seis episódios baseada em uma história real detalha um complexo caso que foi além do desaparecimento da jovem. As consequências do fato afetaram três famílias, incluindo a de Stephen Fulcher, além de sua própria carreira na polícia. 

O roteiro explora situações comuns neste tipo de caso, como a ação predatória da mídia, a pressão em cima dos policiais que investigam e a politicagem dos burocratas. 

Os destaques do elenco ficam para a atuação sóbria de Martin Freeman e a sempre marcante Imelda Staunton como a mãe de uma jovem drogada. 

Obra indicada para quem gosta das minisséries inglesas.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Morgan: A Evolução & Zoe

 


Morgan: A Evolução (Morgan, EUA, 2016) – Nota 6
Direção – Luke Scott
Elenco – Kate Mara, Anya Taylor Joy, Rose Leslie, Toby Jones, Boyd Holbrook, Michelle Yeoh, Michael Yare, Chris Sullivan, Vinette Robinson, Brian Cox, Jennifer Jason Leigh, Paul Giamatti.

Lee Weathers (Kate Mara) é uma consultora de uma corporação que é enviada para um laboratório em um local isolado onde cientistas desenvolveram um clone humano. 

A garota batizada como Morgan (Anya Taylor Joy) atacou uma das pessoas envolvidas no projeto e por este motivo Lee precisará analisar a situação para decidir se a experiência poderá continuar ou se a garota deverá ser eliminada. 

Apesar das muitas críticas negativa que recebeu, este filme tem algumas ideias interessantes. O clima de apreensão entre os integrantes do laboratório e os sentimentos que eles criaram pela garota mostram o lado humano do conflito entre razão e emoção. 

As cenas de ação e violência são competentes, assim como a pequena e ótima participação de Paul Giamatti em uma sequência crucial da trama. Por outro lado, a história é previsível. O cinéfilo acostumado ao gênero vai descobrir a surpresa revelada no final logo no início da trama. 

Outra coisa que incomoda é a enorme falha de continuidade em uma sequência que começa no final do dia, pula para a noite e logo em seguida volta para o dia totalmente claro. 

É um filme que prende a atenção, mas que será esquecido rapidamente.

Zoe (Zoe, EUA, 2018) – Nota 5,5
Direção – Drake Doremus
Elenco – Ewan McGregor, Léa Seydoux, Theo James, Rashida Jones, Christina Aguilera, Miranda Otto, Anthony Shim.

Em um futuro próximo, Cole (Ewan McGregor) é um cientista que desenvolveu humanos sintéticos programados para serem leais aos companheiros que os escolherem. Neste contexto, Zoe (Léa Seydoux) é o atual modelo perfeito, quase um ser humano completo. 

Ash (Theo James) é a nova geração, que também parece perfeito para relacionamentos. Aos poucos, os sintéticos percebem que existe um limite para eles, ao mesmo tempo em que Cole se sente atraído por Zoe. 

Este é um daqueles filmes em que tudo parece perfeito. Visual clean, ficção moderna que critica os relacionamentos frágeis da atualidade e a busca pelo parceiro perfeito, além de explorar as frustrações pessoais. Infelizmente tudo isso se perde na narrativa arrastada e no excesso de melancolia dos personagens. 

A trilha sonora também exagera na tentativa de criar um clima de emoção, a cada sequência parece que algo forte irá acontecer, mas no final fica o vazio. 

Para quem gosta do tema, procure o superior “Ela” de Spike Jonze com Joaquin Phoenix.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

A Vastidão da Noite

 


A Vastidão da Noite (The Vast of the Night, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Andrew Patterson
Elenco – Sierra McCormick, Jake Horowitz, Gail Cronauer, Bruce Davis.

Cidade de Cayuga, Novo México, final dos anos cinquenta. Na noite em que o time de basquete colegial da cidade estreia na temporada, a jovem telefonista Fay (Sierra McCormick) e o locutor da rádio Everett (Jake Horowitz) escutam um estranho som que interfere em seus trabalhos. Curiosos, eles decidem investigar e se envolvem em algo totalmente fora do normal. 

Este longa independente marca a promissora estreia do desconhecido Andrew Patterson, que dirigiu, escreveu o roteiro, editor e produziu a obra que é uma grande homenagem à série “Além da Imaginação”. 

Desde os créditos iniciais ao estilo dos seriados dos anos sessenta utilizando o preto e branco nas letras, passando pelo fotografia que parece de filme antigo, até o clima de que algo está para acontecer, são elementos clássicos do gênero, além é claro da história se passar em apenas uma noite. 

Os diálogos são o ponto alto, tanto os dois depoimentos reveladores de personagens coadjuvantes, quanto a conversa inicial sobre os avanços tecnológicos previstos para as décadas seguintes. 

Não espere ação, violência ou monstros, a proposta é mostrar como algo fora do comum afeta as pessoas e principalmente como seria a reação das mesmas neste tipo de situação numa época em que a tecnologia ainda engatinhava.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Estaremos Sempre Juntos

 


Estaremos Sempre Juntos (Nous Finirons Ensemble, França / Bélgica, 2019) – Nota 6,5
Direção – Guillaume Canet
Elenco – François Cluzet, Marion Cotillard, Gilles Lellouche, Laurent Lafitte, Benoit Magimel, Pascale Arbillot, Clementine Baert, Valerie Bonneton, José Garcia, Jean Dujardin.

Sete anos após as últimas férias em que passaram juntos na casa de praia de Max (François Cluzet), um grupo de amigos decide fazer uma surpresa para o anfitrião, o visitando para comemorar seu aniversário de sessenta anos. 

O problema é que Max ainda guarda mágoas do último encontro que resultou em conflitos, além de passar por um complicado momento financeiro. 

Sequência do simpático “Até a Eternidade” produzido em 2010, este longa segue o mesmo estilo ao colocar em pauta frustrações, pequenas mentiras, dificuldades de relacionamento e a amizade, intercalando drama e comédia. 

Apesar de algumas boas discussões, dos personagens interessantes e da ótima trilha sonora com músicas dos anos oitenta e noventa, esta continuação é inferior ao original por explorar conflitos mais tolos e principalmente por duas sequências um pouco exageradas, uma no pequeno pier da casa e outra no passeio de barco. 

O resultado é pouco mais do que mediano.


terça-feira, 1 de setembro de 2020

Rastros de um Sequestro

 


Rastros de um Sequestro (Gi-Eok-Ui Bam, Coreia do Sul, 2017) – Nota 7,5
Direção – Hang Jun Zhang
Elenco – Ha Neul Kang, Mu Yeol Kim, Na Ra Lee, Seong Kun Mun, Young Hee Na.

Ao mudar para uma nova casa com os pais e o irmão mais velho (Mu Yeol Kim), o jovem Jin Seok (Ha Neul Kang) sente que conhece o local, mesmo sem nunca ter estado ali. 

Numa certa noite, Jin vê o irmão ser sequestrado e não consegue salvá-lo. Dezenove dias depois, o irmão reaparece agindo de forma estranha, despertando em Jin a curiosidade em descobrir o que realmente aconteceu. 

Estes detalhes são apenas o início de uma intrincada trama que entrega algumas reviravoltas de dar um nó na cabeça do espectador. É um filme que por mais que o espectador preste atenção ao detalhes, as surpresas que surgem são totalmente inesperadas. 

E por serem incomuns, algumas situações podem parecer exageradas ou sem uma explicação perfeita, porém a proposta aqui é apreciar as surpresas e depois tentar relembrar os detalhes para montar o quebra-cabeça. 

É mais um bom filme sul-coreano.