segunda-feira, 31 de maio de 2021

Um Inverno em Nova York

 


Um Inverno em Nova York (The Kindness of Strangers, Dinamarca / Canadá / Suécia / França / Alemanha / Inglaterra / EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Lone Scherfig
Elenco – Zoe Kazan, Tahar Rahim, Andrea Riseborough, Caleb Landry Jones, Bill Nighy, Jay Baruchel, David Dencik, Esben Zmed, Jack Fulton, Finlay Wojtak Hissong.

No inverno em Nova York, o destino faz com que algumas pessoas desconhecidas cruzem o mesmo caminho em pequenas histórias envolvendo problemas pessoais e solidariedade. 

Temos uma esposa (Zoe Kazan) que fugiu do marido abusador levando os dois filhos pequenos, um ex-detento (Tahar Rahim) que ganha a chance de administrar um restaurante que pertence a um russo (Bill Nighy), uma enfermeira (Andrea Riseborough) que faz trabalho social, um jovem sem rumo (Caleb Landry Jones) e um advogado solitário (Jay Baruchel). 

O roteiro escrito pela diretora dinamarquesa Loni Scherfig busca mostrar que em meio as dificuldades da vida real e de pessoas maldosas, ainda podem existir a preocupação com o próximo e a solidariedade. 

Esta abordagem é bastante sóbria, com situações próximas da realidade e deixando uma mensagem de esperança, algo que o mundo precisa bastante nos dias atuais.

domingo, 30 de maio de 2021

Seven Seconds

 



Seven Seconds (Seven Seconds, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Ed Bianchi, Jon Amiel, Daniel Attias, Jonathan Demme, Ernest R. Dickerson, Coky Giedroyc, Tanya Hamilton, Victoria Mahoney & Gavin O’Connor.
Elenco – Clare Hope Ashitey, Michael Mosley, Beau Knapp, David Lyons, Russell Hornsby, Regina King, Raul Castillo, Patrick Murney, Michelle Veintimilla, Nadia Alexander, Jeremy Davidson, Coley Speaks, Adriana DeMeo, Coreu Champagne.

Em Jersey City, o policial Peter Jablonski (Beau Knapp) atropela um adolescente negro em uma bicicleta. Ao invés de acionar o resgate, ele pede ajuda a seus companheiros da força-tarefa liderada por Mike DiAngelo (David Lyons), que decide abandonar a vítima e abafar o caso. 

A investigação fica por conta do detetive Fish Rinaldi (Michael Mosley) e da assistente de promotoria KJ Harper (Clare Hope Ashitey), que aos poucos percebem que o crime pode ser algo maior que um atropelamento. Os pais da vítima (Russell Hornsby e Regina King) se mostram perdidos e revoltados com a morte do filho, situação que abala o relacionamento. 

Esta minissérie em dez episódios escrita pela canadense Veena Sud (criadora da série “The Killing” e diretora do recente longa “Mentira Incondicional”) explora temas polêmicos como corrupção policial, tráfico de drogas, tensão racial, relacionamentos e sexualidade de uma forma em que personagem algum sairá ileso. 

São várias pequenas reviravoltas, muitas delas nas sequências do julgamento que levam o espectador a esperar qual será o veredito. 

Vale destacar o bom desenvolvimento dos personagens, com exceção da advogada vivida por Clare Hope Ashitey, que demonstra uma terrível insegurança em várias crises que não combinam com sua importância na trama.

sábado, 29 de maio de 2021

The Kid Detective

 


The Kid Detective (The Kid Detective, Canadá, 2020) – Nota 7
Direção – Evan Morgan
Elenco – Adam Brody, Sophie Nélisse, Tzi Ma, Wendy Crewson, Jonathan Whittaker, Peter MacNeill, Dallas Edwards, Sharon Crandall.

Quando criança, Abe Applebaum (Adam Brody) ficou famoso como detetive ao desvendar casos inusitados em sua cidade. Vinte anos depois, a carreira de Abe está em decadência, muito pelo caso do desaparecimento da filha do prefeito que jamais fora solucionado. Ao ser procurado por uma garota (Sophie Nélisse) que deseja descobrir quem assassinou seu namorado, Abe tem a chance de mudar novamente sua vida. 

A premissa inusitada e os toques de comédia escondem uma história muito mais profunda. A angústia enfrentada pelo protagonista por ver que sua fama quando criança se transformou em piada na vida adulta é quase uma parábola sobre os astros mirins do cinema que não conseguem fazer a transição para a carreira adulta. Bebidas, drogas e excessos são comuns para tentar superar a frustração. 

O roteiro escrito pelo diretor estreante em longas Evan Morgan explora muito bem este tema misturando com uma sinistra trama policial. É um longa que surpreende positivamente.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Virado Pra Lua & Bigger

 


Virado pra Lua (29th Street, Japão / EUA, 1991) – Nota 7,5
Direção – George Gallo
Elenco – Anthony LaPaglia, Danny Aiello, Lainie Kazan, Frank Pesci, Robert Forster, Ron Karabatsos.

Brooklyn, Natal de 1976. Frank Pesci Jr. (Anthony LaPaglia) é o ganhador da primeira loteria do Estado. O que era para ser alegria, resulta em preocupação e até revolta por saber que seu pai Frank Pesci (Danny Aiello) deve uma fortuna para a Máfia. 

Em flashbacks, descobrimos que Frank Jr. teve sorte durante toda a vida, com vários episódios em que o destino sorriu a seu favor, enquanto seu pai sofreu por decisões erradas e azar. 

Este esquecido e extremamente sensível longa é baseado na vida real do ator Frank Pesci, que aqui interpreta seu irmão mais velho Vito. Pesci disse que com exceção do prêmio da loteria, todos os outros fatos mostrados aqui aconteceram. A escolha de criar esta situação fictícia mudando o final da história foi para entregar uma mensagem de esperança para o espectador. 

Destaque para os diálogos agitados e típicos de descendentes de italianos entre Anthony LaPaglia e Danny Aiello.

Bigger (Bigger, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – George Gallo
Elenco – Tyler Hoechlin, Julianne Hough, Kevin Durand, Aneurin Bernard, Victoria Justice, DJ Qualls, Robert Forster, Steve Guttenberg, Max Martini, Colton Haynes, Tom Arnold, Calum Von Moger.

Canadá, anos trinta. Desde criança, os irmãos Joe (Tyler Hoechlin) e Ben Weider (Aneurin Bernard) demonstram interesse no fisiculturismo e na disciplina para ter o corpo perfeito. Enfrentando desafios, os irmãos perseguem o sonho e criam um império depois de décadas de trabalho. 

Este longa é baseado na história real dos irmãos que fizeram o fisiculturismo crescer, pensaram à frente na criação de academias ligadas a disciplina e a alimentação saudável, além de terem descoberto o então jovem Arnold Schwarzenegger no interior da Áustria. Um dos pontos altos do filme é a participação do australiano Calum Von Moger interpretando o futuro astro. 

O longo período de tempo que o roteiro abrange (dos anos trinta até os noventa) faz com que muitas passagens sejam rápidas, deixando o espectador um pouco confuso em relação as mudanças na vida dos protagonistas. Por sinal, o personagem Joe é interpretado de forma estranha por Tyler Hoechlin, sendo até pouco caricato em alguns momentos. 

O resultado é mediano, valendo a curiosidade pela sensacional história de vida dos irmãos.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Twelve: Vidas Sem Rumo


Twelve: Vidas Sem Rumo (Twelve, EUA / França, 2010) – Nota 7,5
Direção – Joel Schumacher
Elenco – Chace Crawford, Rory Culkin, Philip Ettinger, Esti Ginzburg, Curtis Jackson (50 Cent), Emily Meade, Billy Magnussen, Emma Roberts, Zoe Kravitz, Ellen Barkin, Isaiah Whitlock Jr, Kiefer Sutherland.

Em Nova York, um grupo de jovens e adolescentes de classe média alta curte a vida em meio a escola, festas e drogas. O personagem principal é Mike White (Chace Crawford), que após a morte da mãe abandonou o estudos e se tornou traficante. 

Entre seus clientes temos uma garota insegura (Emily Meade), o garoto rico (Rory Culkin) que é manipulado pela mais bonita do colégio (Esti Ginzburg), o irmão drogado dele (Billy Magnussen), entre outros. 

O roteiro detalha alguns dias na vida destes personagens, até a festa que seria a maior do ano e que termina de uma forma bem diferente do que eles imaginavam. 

A grande sacada do diretor Joel Schumacher foi escalar o astro Kiefer Sutherland para narrar a história, descrevendo para o espectador os pensamentos, desejos, segredos e frustrações de cada personagem, tudo muito próxima da realidade de uma geração totalmente perdida. 

É um filme que merece ser mais conhecido.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

O Segredo de Marrowbone

 


O Segredo de Marrowbone (Marrowbone, Espanha / EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Sergio G. Sanchez
Elenco – George MacKay, Anya Taylor Joy, Charlie Heaton, Mia Groth, Matthew Stagg, Kyle Soler, Nicola Harrison, Tom Fisher.

Estados Unidos, 1969. Um mãe (Nicola Harrison) e seus quatro filhos chegam a uma pequena cidade e compram uma casa em um local isolado na zona rural. Logo, descobrimos que eles vieram da Inglaterra fugindo do pai abusador. 

Enquanto tentam recomeçar a vida, precisam se preparar para a perda da mãe que está muito doente. Ela deixa claro que a responsabilidade pela família ficará a cargo do filho mais velho Jack (George MacKay). O problema é que algo inesperado acontece, mudando completamente a vida dos jovens. 

A grande sacada deste longa de estreia como diretor do espanhol Sergio G. Sanchez é a montagem não-linear que ajuda a esconder a grande reviravolta do roteiro. O clima de tensão, algumas sequências violentas, a decadente casa da família e a paisagem no local isolado são outros destaques. 

Não chega a ser um grande filme, mas vale a sessão para quem gosta de suspense.


terça-feira, 25 de maio de 2021

As Faces do Demônio

 


As Faces do Demônio (Byeonshin, Coreia do Sul, 2019) – Nota 6,5
Direção – Hong Seon Kim
Elenco – Sung Woo Bae, Dong Il Sung, Jang Young Nam, Hye Jun Kim, Yi Hyun Cho, Kang Hoo Kim.

Na sequência inicial, um exorcismo termina em tragédia. O padre responsável (Sung Woo Bae) se afasta de suas funções. Para ficar longe do escândalo, o irmão do padre (Dong Il Sun) leva sua esposa e filhos para morar em uma nova casa. A situação fica ainda pior quando os membros da família começam a agir de forma estranha. 

Este terror sul-coreano explora os clichês do gênero através de referências a clássicos como “O Exorcista” e “A Profecia”. O clima de terror é um ponto alto, assim como a sequência inicial e a sinistra casa do vizinho do família. Por outro lado, o roteiro tem alguns furos e soluções um tanto forçadas. 

É um filme um pouco mais do que mediano.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Albergue Espanhol, Bonecas Russas & O Enigma Chinês

 


Albergue Espanhol (L’Auberge Espagnole, França / Espanha, 2002) – Nota 7,5
Direção – Cédric Klapisch
Elenco – Romain Duris, Judith Godreche, Audrey Tautou, Cécile de France, Kelly Reilly, Cristina Brondo, Federico D’Anna, Barnaby Metschurat, Christian Pagh, Kevin Bishop, Xavier De Guillebon.

Quando criança, o jovem francês Xavier (Romain Duris) sonhava ser escritor, porém com a influência do pai resolveu cursar economia. Para conseguir um emprego burocrático no governo, ele precisa aprender espanhol. Xavier entra num programa de intercâmbio e viaja para Barcelona onde passará um ano estudando, situação que deixa sua namorada Martine (Audrey Tautou) extremamente chateada. 

Em Barcelona, ele consegue vaga num apartamento com mais cinco estudantes de diferentes nacionalidades, além de se envolver com a bela e reprimida Anne Sophie (Judith Godreche), que é casada com um médico egocêntrico que fez amizade com Xavier no avião. Durante um ano Xavier passará por diversas situações, enfrentará as dificuldades da língua e o choque cultural, mudando completamente sua vida. 

Esta diferente mistura de comédia e drama toca em temas como a globalização cultural, a dificuldade em se manter um relacionamento a distância e principalmente nas experiências da juventude. O protagonista vivido por Romain Duris espelha bem esta fase, assim com outros bons personagens como a namorada ciumenta de Audrey Tautou e a impulsiva de Cécile de France. 

É um retrato diferente e interessante sobre a juventude europeia.

Bonecas Russas (Les Poupées Russes, França / Inglaterra, 2005) – Nota 7
Direção – Cédric Klapisch
Elenco – Romain Duris, Audrey Tautou, Kelly Reilly, Cécile de France, Kevin Bishop, Evguena Obraztsova, Irene Montalá, Gary Love.

Cinco após a convivência com os amigos no albergue em Barcelona, Xavier (Romain Durais) se firmou na carreira de escritor, porém sofre por não encontrar o amor. Ele decide escrever sobre seu último ano, quando teve alguns relacionamentos complicados, mas manteve a amizade com a ex-namorada Martine (Audrey Tautou), com Isabelle (Cécile de France) e a paixão pela inglesa Wendy (Kelly Reilly). 

Esta sequência de “Albergue Espanhol” mostra os personagens em outra fase da vida. As aventuras da juventude começam a perder espaço para os problemas da vida adulta e para a carreira profissional. A busca do protagonista pelo amor é bastante interessante e realista nos erros e acertos comuns de todo relacionamento. Este emaranhado de situações leva o grupo de amigos até o casamento de um deles na Rússia na parte final.

O Enigma Chinês (Casse-Tête Chinois, França / Inglaterra / Bélgica, 2013) – Nota 7
Direção – Cédric Klapisch
Elenco – Romain Duris, Audrey Tautou, Kelly Reilly, Cécile de France, Sandrine Holt, Flore Bonaventura, Lin Ju Li, Sharrieff Pugg, Peter Mc Robbie, Peter Hermann, Jason Kravits.
 
O fechamento da trilogia se passa dez anos após o segundo filme. Xavier (Romain Duris) continua com a carreira de escritor em crescente, enquanto sofre em sua vida pessoal pela separação da esposa que levou seu casal de filhos para Nova York. Munido de um espírito aventureiro, Xavier segue para os Estados Unidos para ficar próximo aos filhos. 

Este longa foca nos problemas de quem está próximo a faixa dos quarenta anos de idade, quando os relacionamentos que não deram certo acabam pesando bastante. O protagonista segue na sua luta, agora para reencontrar o amor que se perdeu durante seu casamento. O roteiro de Klapisch explora também o tema da dificuldade em se adaptar ao novo país e as questões legais. 

Apesar do primeiro filme ser o melhor, vale muito a pena ver os três para compreender como a vida tem fases distintas, com situações e prioridades mudando, muitas vezes de uma forma inesperada.

domingo, 23 de maio de 2021

A Bluebird in My Heart

 


A Bluebird in My Heart (Tu ne Tueras Point, França / Bélgica, 2018) – Nota 7
Direção – Jeremie Guez
Elenco – Roland Moller, Veerle Baetens, Lola Le Lann, Lubna Azabal, Jonathan Robert.

Na Bélgica, Danny (Roland Moller) é um dinamarquês que acaba de ser libertado da cadeia. Tentando mudar de vida, ele consegue emprego como lavador de pratos em um restaurante e aluga um quarto em um motel que pertence a Laurence (Veerle Baetens), uma mulher que também espera o marido sair da prisão. 

Laurence tem a filha adolescente rebelde Clara (Lola Le Lann), que sente falta do pai e que termina se aproximando de Danny, que por seu lado terá de tomar uma difícil decisão após testemunhar um fato terrível. 

Este drama de curta duração (menos de uma hora e meia) vai direto ao ponto ao focar na vida de pessoas que enfrentam situações complicadas que beiram a marginalidade. 

É interessante que o roteiro não oferece detalhes sobre o passado do protagonista, mas deixa implícito de acordo com as atitudes dele no presente. 

Destaque para a atuação sóbria de Roland Moller, ator de bons longas europeus como “Terra de Minas “ e “Sequestro”.

sábado, 22 de maio de 2021

Os Pequenos Vestígios

 


Os Pequenos Vestígios (The Little Things, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – John Lee Hancock
Elenco – Denzel Washington, Rami Malek, Jared Leto, Chris Bauer, Michael Hyatt, Terry Kinney, Natalie Morales, Isabel Arraiza, Glenn Morshower.

Deke (Denzel Washington) é um veterano policial que trabalha em um condado nos arredores de Los Angeles. Ao precisar ir para a cidade buscar a prova de um crime, ele reencontra antigos companheiros de quando era detetive e termina por se envolver em uma complexa investigação liderada por Jim Baxter (Rami Malek). 

Este criticado longa policial explora o clichê da dupla veterano e novato indo a fundo em uma minuciosa investigação. É um filme que foca nos detalhes, como diz o título nacional, deixando de lado a ação e resultando muito mais em um drama sobre maldade e punição. 

Se a atuação de Rami Malek é estranha, por outro lado Denzel Washington dá conta do recado como o policial que carrega o fardo de um caso não resolvido. 

Mesmo estando longe na comparação com os grandes filmes policiais, ainda assim é uma obra interessante para quem gosta do gênero.


sexta-feira, 21 de maio de 2021

Desafiando a Arte

 


Desafiando a Arte (The Family Fang, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Jason Bateman
Elenco – Nicole Kidman, Jason Bateman, Christopher Walken, Maryann Plunkett, Harris Yulin, Jason Butler Harner, Kathryn Hann, Marin Ireland, Linda Emond, Josh Pais, Michael Chernus.

Quando crianças, os irmãos Annie (Nicole Kidman) e Baxter (Jason Bateman) participavam de encenações criadas por seus pais (Christopher Walken e Maryann Plunkett). Eram espécies de “pegadinhas” nas ruas que seu pai considerava como uma forma pura de arte. 

Na vida adulta os irmãos se afastaram dos pais, que retomaram o contato após um acidente sofrido por Baxter. O reencontro da família mexe com os irmãos, que terão de enfrentar o passado e um novo problema. 

Este longa tem dois atores que na minha opinião tem menos fama do que mereciam. Jason Bateman e Christopher Walken são talentosos e carismáticos, mas nem sempre vistos como muito seriedade por suas escolhas voltadas para comédia ou filmes que fogem do lugar comum como este que comento aqui. 

Walken tem um merecido Oscar de coadjuvante pelo sensacional papel em “O Franco Atirador”, enquanto Bateman tem surpreendido como ator e também diretor em séries como “The Outsider” e “Ozark”. 

Este “Desafiando a Arte” tem como ponto principal a questão de como as escolhas dos pais podem marcar seus filhos por toda a vida. Em uma sequência o personagem de Walken diz que os pais sempre vão estragar a vida dos filhos, como se fosse um ciclo eterno. 

O filme também deixa para o espectador decidir se as “pegadinhas” criadas pela família são arte ou apenas encenações baratas.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Bullhead

 


Bullhead (Rundskop, Bélgica / Holanda, 2011) – Nota 7,5
Direção – Michael R. Roskam
Elenco – Matthias Schoenaerts, Jeroen Perceval, Jeanne Dandoy, Sam Louwick, Barbara Sarafian.

Jacky (Matthias Schoenaerts) cuida da fazenda da família, que é especializada na criação de bovinos. A família de Jacky utiliza hormônios nos animais. Este tipo de trabalho o leva a se envolver com uma perigosa quadrilha. O assassinato de um policial é o estopim para uma investigação que fará Jacky confrontar fantasmas do seu passado. 

A premissa incomum de explorar corrupção na pecuária é desenvolvida na forma de uma drama pesado sobre traumas e traições. O trauma que o protagonista carrega o transformou em sujeito duro, quase um “cabeça de touro” como diz o título original. As sequências em flashbacks são cruéis. 

É um filme cru, daqueles que mostram como a infância pode definir a vida de uma pessoa. Destaque para a atuação atormentada de Matthias Schoenaerts.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Dramas Antigos - Resenhas Rápidas

 

Licença para Matar (License to Kill, EUA, 1984) – Nota 5,5
Direção – Jud Taylor
Elenco – James Farentino, Penny Fuller, Don Murray, Millie Perkins, Denzel Washington, Ari Meyers, Donald Moffat, Jacqueline Brookes, Kristen Vigard.

O casal John (James Farentino) e Judith (Penny Fuller) perde a filha em um acidente de automóvel causado por um motorista embriagado (Don Murray). Além da difícil aceitação da perda, o casal enfrentará a burocracia da justiça. 

Drama produzido para tv sem grande emoção, que se perde em lamentações e sequências de julgamento que não empolgam. A curiosidade é a participação de Denzel Washington como o promotor, em um de seus primeiros trabalhos.

Temporada Mortal (The Deadliest Season, EUA, 1977) – Nota 6
Direção – Robert Markowitz
Elenco – Michael Moriarty, Kevin Conway, Meryl Streep, Sully Boyar, Jill Eikenberry.

Pressionado pelo treinador e pelo dono da equipe, além de enfrentar problemas no casamento com Sharon (Meryl Streep), o jogador de hóquei Gerry (Michael Moriarty) adota uma forma mais agressiva de atuar, resultando em consequências drásticas. 

Drama mediano que explora as pressões que um atleta de alto rendimento enfrenta e que nem sempre sabe como lidar. Este filme para tv foi o primeiro papel de Meryl Streep.

O Julgamento de Ellie Nesler (Judgment Day: The Ellie Nesler Story, EUA 1999) – Nota 6,5
Direção – Stephen Tolkin
Elenco – Christine Lahti, Mary Kay Place, Andrew Ducote, Barry Corbin.

Ainda abalada pelo divórcio, Ellie Nesler (Christine Lahti) se revolta ao descobrir que seu filho foi molestado. Ela decide se vingar do agressor, sendo em seguida acusada e tendo de enfrentar a justiça. 

Este longa é inspirado em fato real que aparentemente terminou de forma pior do que mostrado aqui. Destaque para a ótima Christine Lahti, que na época tinha papel importante na série “Chicago Hope”.

Acima da Lei (Prophet of Evil: The Ervil LeBaron Story, EUA, 1993) – Nota 5,5
Direção – Jud Taylor
Elenco – Brian Dennehy, William Devane, Tracey Needham, Dee Wallace Stone, Jackie Earle Haley.

Ervil LeBaron (Brian Dennehy) é o líder de uma comunidade Mórmon fundamentalista que comanda seus seguidores com mão-de-ferro. Suspeito de eliminar quem o contraria, LeBaron se torna alvo de um investigador (William Devane), que também é Mórmon. 

Inspirado em uma história real, esta produção para tv desperdiça a ótima premissa, muito pela limitação dos filmes para tv produzidos na época. Destaque para o sempre assustador Brian Dennehy.

Marcas do Passado (Santa Fe, EUA, 1997) – Nota 5,5
Direção – Andrew Shea
Elenco – Gary Cole, Lolita Davidovich, Sheila Kelley, Tina Majorino, Pamela Reed, Jere Burns, Richard Schiff, Tony Plana.

Paul Thomas (Gary Cole) é um ex-policial que sobreviveu a um suicídio em massa de uma seita. Tentando retomar a vida, ele volta para sua cidade natal chamada Santa Fé e reencontra a ex-esposa (Sheila Kelley) envolvida em outro tipo de culto. Ao mesmo tempo, Paul sente-se atraído pela bela guru do grupo (Lolita Davidovich). 

Este longa não se decide entre o drama, o romance ou a crítica aos cultos, ou seja, deixa de explorar com qualidade a boa premissa. Destaque para a beleza de Lolita Davidovich.

Um Assunto Particular (A Private Matter, EUA, 1992) – Nota 6
Direção – Joan Micklin Silver
Elenco – Sissy Spacek, Aidan Quinn, Estelle Parsons, Sheila McCarthy, Xander Berkeley, Richard Venture, Carla Gugino.

Anos sessenta. Após vir à tona o problema que o medicamento talidomida poderia acarretar em crianças de mães que o utilizaram, Sherri Finkbine (Sissy Spacek) decide recorrer a um aborto. Sua decisão acaba na justiça do Arizona. 

Este interessante longa é baseado em uma história real que ajudou a divulgar os terríveis efeitos do medicamento citado. Destaque para Sissy Spacek, especialista em papéis de mulheres sofredoras.

terça-feira, 18 de maio de 2021

O Som do Silêncio

 


O Som do Silêncio (Sound of Metal, EUA, 2019) – Nota 8
Direção – Darius Marder
Elenco – Riz Ahmed, Olivia Cooke, Paul Raci, Lauren Ridloff, Mathieu Amalric.

Ruben (Riz Ahmed) é baterista e sua namorada Lou (Olivia Cooke) é a vocalista de uma dupla que toca heavy metal. Ao descobrir que está perdendo a audição, Ruben vê seu mundo desmoronar, sendo obrigado a tomar decisões indesejadas para tentar superar a situação. 

Este é um daqueles filmes em que as entrelinhas são tão importantes quanto o que vemos na tela. A saga do protagonista em enfrentar o novo mundo vai além do problema de saúde. O roteiro explora a questão da dificuldade das pessoas ao redor expressarem o que pensam, entenderem e aceitarem alguém que tem um problema sério. 

Outro ponto importante surge quando o protagonista toma uma decisão para tentar recuperar o que perdeu e acaba se tornando um estorvo para aqueles que pareciam o estar ajudando. Esta situação é como se fosse um corporativismo vitimista em que a pessoa que tenta mudar sua vida é vista como uma espécie de traidor por quem tem o mesmo problema. 

Destaque total para a atuação de Riz Ahmed, perfeito nas sequências em que explode de ódio e também naquelas em que engole o sofrimento para seguir em frente. 

Fica a mensagem de que a felicidade está em nós mesmos, quando aceitamos nossas condições e aproveitamos o que temos.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Palmer

 


Palmer (Palmer, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Fisher Stevens
Elenco – Justin Timberlake, Ryder Allen, Alisha Wainwright, Juno Temple, June Squibb, Lance E. Nichols, J.D. Evermore, Deam Winters, Jesse C. Boyd, Molly Sue Harrison.

Após cumprir pena de doze anos de prisão, Palmer (Justin Timberlake) é libertado e tenta recomeçar uma vida normal. Ele vai morar com a avó (June Squibb), que cuida quase que diariamente do garotinho Sam (Ryder Allan), filho de uma vizinha (Juno Temple) que é viciada em drogas. Aos poucos, Palmer cria um laço semelhante ao de pai e filho com o sensível Sam. 

A história não tem surpresas, segue a dificuldade de um condenado em se readaptar a sociedade e o relacionamento inusitado que surge entre pessoas tão diferentes como o protagonista e o garotinho. 

Mesmo sendo clichês, isso acaba funcionando pela química entre a dupla de atores e com certeza agradará quem procura um drama simples.

domingo, 16 de maio de 2021

Legado Explosivo

 


Legado Explosivo (Honest Thief, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Mark Williams
Elenco – Liam Neeson, Kate Walsh, Jeffrey Donovan, Jai Courtney, Robert Patrick, Anthony Ramos.

Tom Doolan (Liam Neeson) é um ladrão de bancos especialista em abrir cofres. Após vários roubos de sucesso, Tom conhece Annie (Kate Walsh) e decide abandonar a “carreira”. 

Um ano depois, ele toma uma decisão ainda mais complicada. Se entregar ao FBI pedindo um pena mínima como punição, em troca de devolver o dinheiro roubado. O problema é que a fortuna chama a atenção de um agente corrupto (Jai Courtney). 

Mesmo sem a ação desenfreada de outros trabalhos protagonizados por Liam Neeson e com uma trama previsível, este longa prende a atenção pelo ritmo ágil e por algumas competentes sequências de violência. 

É um filme genérico, que agradará quem curte o gênero, mas que logo será esquecido.

sábado, 15 de maio de 2021

Casamento Sangrento & Segredos de Sangue

 


Casamento Sangrento (Ready or Not, EUA / Canadá, 2019) – Nota 7
Direção – Matt Bettinelli Olpin & Tyler Gillett
Elenco – Samara Weaving, Adam Brody, Mark O’Brien, Henry Czerny, Andie MacDowell, Melanie Scrofano, Kristian Bruun, Elyse Levesque, Nicky Guadagni, John Ralston.

Grace (Samara Weaving) imagina estar realizando o sonho de ter uma família ao se casar com Alex (Mark O’Brien). A alegria se transforma em desespero durante a noite de núpcias na enorme mansão da estranha família da marido. Ela é convidada a participar um jogo e descobre que será o alvo de um caçada, tendo de se esconder para tentar sobreviver até o amanhecer. 

Esta surpreendente comédia de terror explora o humor negro na medida exata. O bizarro jogo da caçada tem uma explicação ainda mais sinistra, que brinca com um específico tema clássico do terror. 

As sequências de violência são sangrentas e as de suspense também funcionam ao explorar com criatividade os cômodos da mansão. 

Destaque para a atuação de Samara Weaving, que vai do desespero ao cinismo, passando pelo ódio e a vingança.

Segredos de Sangue (Stoker, Inglaterra / EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Chan Wook Park
Elenco – Mia Wasikowska, Nicole Kidman, Matthew Goode, Alden Ehrenreich, Jacki Weaver, Dermot Mulroney, Lucas Till, Phyllis Somerville.

Após a trágica morte do pai, a adolescente India (Mia Wasikowska) precisa lidar com a indiferença da mãe Evelyn (Nicole Kidman) e a chegada do desconhecido tio Charles (Matthew Goode), que estava afastado há anos do irmão. Seu retorno desperta a curiosidade e a desconfiança de India, que se assusta com suas estranhas atitudes. 

A estreia do diretor sul-coreano Chan Wook Park no cinema americano tem como destaques a caprichada produção e um sinistro clima de tragédia. O roteiro escrito pelo ator Wentworth Miller, astro da série “Prison Break”, guarda uma surpresa não tão difícil de descobrir, além de levar a um final que mesmo tendo sentido na explicação, se mostra exagerado na ação. 

A narrativa fria e irregular é outro ponto que atrapalha. O resultado é apenas razoável.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Focus

 


Focus (Focus, EUA, 2001) – Nota 7
Direção – Neal Slavin
Elenco – William H. Macy, Laura Dern, David Paymer, Meat Loaf Aday, Kay Hawtrey, Michael Copeman, Kenneth Welsh.

Brooklyn, Nova York, 1943. Lawrence Newman (William H. Macy) tem uma emprego sólido e vive com a mãe em uma casa num bairro típico de classe média. Sua vida burocrática começa a virar de ponta cabeça quando alguns vizinhos criam um grupo para pressionar o comerciante judeu Finkelstein (David Paymer), que eles consideram um inimigo do país. Uma sucessão de eventos levará Newman a se tornar alvo, sendo obrigado a tomar um lado na disputa. 

Baseado em um livro do dramaturgo Arthur Miller, este longa explora a questão do antissemitismo nos EUA na primeira metade do século passado. A busca por um culpado para algo maior muitas vezes leva as pessoas a apontar o dedo para um grupo ou para alguém que represente seu “inimigo”. 

Utilizar a religião como estopim para este de perseguição também infelizmente é algo comum na história do mundo. O filme tenta fazer um paralelo entre a aparente vida perfeita das pessoas que vivem no bairro, com as terríveis atitudes que tomam em nome de um medo infundado. 

Destaque para a atuação atormentada de William H. Macy e para a sempre marcante Laura Dern como a mulher por quem ele se apaixona.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Little Boy Blue

 


Little Boy Blue (Little Boy Blue, Inglaterra, 2017) – Nota 7,5
Direção – Paul Whittington
Elenco – Stephen Graham, Sinéad Keenan, Brian F. O’Byrne, Matthew Roberts, Sara Powell, Elizabeth Berrington, James Nelson Joyce.

Periferia de Liverpool, agosto de 2007. Uma rixa entre gangues de adolescentes resulta na morte de um garoto inocente de onze anos, que estava saindo de um treino de futebol e foi atingido por um tiro. 

Enquanto os culpados pelo crime utilizam um adolescente sem ligação com as gangues para esconder a arma, o detetive Dave Kelly (Stephen Graham) é encarregado de liderar a complicada investigação. 

Baseado em uma história real, esta minissérie em quatro episódios foca no sofrimento dos pais da vítima (Sinéad Keenan e Brian F. O’Byrne), nos detalhes da investigação e na tentativa dos envolvidos e suas famílias em encobrir o rastro do crime. Não espere sequências de ação ou violência, o drama é o ponto principal. 

É uma história que vale a reflexão para quem vive em um país violento como o Brasil. Um caso deste envolvendo uma criança e adolescentes criminosos é tratado como prioridade pelas autoridades em países sérios, enquanto que por aqui este tipo de crime ocorre quase que diariamente, muitas vezes ficando até mesmo sem solução.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Pacto do Passado

 


Pacto do Passado (I Melt With You, EUA, 2011) – Nota 6,5
Direção – Mark Pellington
Elenco – Thomas Jane, Rob Lowe, Jeremy Piven, Christian McKay, Carla Gugino, Tom Bower, Arielle Kebbel, Sasha Grey, Melora Hardin.

Quatro amigos na casa dos quarenta anos se reencontram todos os anos para um final de semana de farra para relembrar os tempos de universidade. A alegria do reencontro e os excessos com bebidas e drogas aos poucos dão lugar as lamentações pelas frustrações do dia a dia. 

A primeira hora deste curioso filme é uma longa e barulhenta festa em que os protagonistas colocam para fora seus “demônios”, como se fosse uma sessão de expurgo de tudo de ruim que aconteceu com eles naquele ano. 

Um determinado fato transforma a hora final em um bizarro ritual sobre amizade. Esta situação totalmente incomum e extrema faz com que a proposta inicial do roteiro em mostrar como a meia-idade é uma época de crise para muitos homens se torne algo exagerado. 

Cada personagem carrega uma frustração e sabe que os sonhos ficaram no passado. O presente se mostra bem diferente dos que eles imaginavam quando eram jovens, algo bastante comum e muitas vezes de difícil aceitação. 

É um filme que vai ao extremo da amizade e da decepção.

terça-feira, 11 de maio de 2021

Midway (1976 & 2019)

 


Midway (Midway, EUA, 1976) – Nota 7
Direção – Jack Smight
Elenco – Charlton Heston, Henry Fonda, Glenn Ford, Toshiro Mifune, Robert Mitchum, Cliff Robertson, James Coburn, Pat Morita, Hal Holbrook, Robert Wagner, James Shigeta.

O filme detalha a mesma história da versão recente de Roland Emmerich, inclusive utilizando muitos dos personagens reais interpretados por astros do cinema. A diferença é que aqui grande parte da narrativa foca nos preparativos para a batalha e em várias sequências são utilizadas filmagens reais da Segunda Guerra. 

O roteiro detalha muito bem a história, porém pela grande quantidade de personagens, alguns deles são mal desenvolvidos, passando rapidamente pela tela. Aqui e no filme de Emmerich também são mostradas as escolhas dos oficiais japoneses, com destaque para o personagem do comandante Yamamoto (Toshiro Mifune). O elenco repleto de astros era algo comum nos anos sessenta e setenta.

Midway (Midway, EUA / Canadá, 2019) – Nota 7,5
Direção – Roland Emmerich
Elenco – Ed Skrein, Patrick Wilson, Woody Harrelson, Luke Evans, Dennis Quaid, Mandy Moore, Luke Kleintank, Aaron Eckhart, Keean Johnson, Nick Jonas, Etsushi Toyokawa, Tadanobu Asano, Darren Criss, Alexander Ludwig, Brennan Brown.
 
O ataque dos japoneses a Pearl Harbor em dezembro de 1941 destruiu parte da frota de navios dos americanos. Enfraquecidos, os americanos sabiam que precisariam reconstruir alguns navios e descobrir rapidamente qual seria o alvo do próximo ataque. O serviço de inteligência liderado por Layton (Patrick Wilson) chega a conclusão que Midway seria o alvo. 

Este interessante e até surpreendente longa dirigido pelo alemão Roland Emmerich detalha os pontos principais que levaram até a batalha marítima que mudou o rumo da Segunda Guerra na Pacífico. Especialista em sequências de ação explosivas, Emmerich entrega mais do que o esperado. 

As sequências de batalhas são muito bem filmadas, porém o que surpreende para este tipo de filme é o bom desenvolvimento da trama e dos personagens, situações que geralmente se mostram falhas nos trabalhos do diretor. 

Os personagens principais são baseados em pessoas reais que lutaram na guerra, que são mostradas em fotos verdadeiras nos créditos finais. 

Gostei bastante do longa, uma bola certeira na carreira de Emmerich.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Refugiado

 


Refugiado (The Flood, Inglaterra, 2019) – Nota 6,5
Direção – Anthony Woodley
Elenco – Lena Headey, Ivanno Jeremiah, Iain Glen, Peter Singh, Mandip Gill, Arsher Ali.

Haile (Ivanno Jeremiah) é um imigrante ilegal da Eritreia que termina preso ao tentar entrar na Inglaterra escondido em um caminhão. Seu caso é levado para análise do departamento de imigração, onde a agente Wendy (Lena Headey) comanda uma entrevista para saber como ele chegou ao país. Conforme Haile conta sua história, a trama detalha os acontecimentos em flashbacks. 

Os créditos iniciais citam que a trama é um compilado de histórias reais sobre imigração. Mesmo com algumas situações mal explicadas e um certo exagero na crise pessoal da protagonista vivida por Lena Headey, o longa é bastante interessante ao mostrar os terríveis obstáculos que os imigrantes ilegais enfrentam saindo da África em direção a Europa. 

É um tema extremamente polêmico. Ao mesmo que tempo que é impossível abrir as fronteiras para todos, também é cruel a forma como pessoas comuns arriscam a vida para fugir da pobreza e de regimes opressores. Destaque para a atuação do desconhecido Ivanno Jeremiah.

domingo, 9 de maio de 2021

Incendiário

 


Incendiário (Incendiary, Inglaterra, 2008) – Nota 6
Direção – Sharon Maguire
Elenco – Michelle Williams, Ewan McGregor, Matthew Macfadyen, Nicholas Gleaves, Sidney Johnston.

Em Londres, uma jovem mãe (Michelle Williams) perde o filho e o marido em um atentado terrorista. Ela sofre e se sente culpada por ter tido um caso com um jornalista (Ewan McGregor). Enquanto tenta reencontrar um caminho na vida, um amigo do marido (Matthew Macfadyen) também demonstra interesse nela. 

A premissa de misturar terrorismo com perda familiar lembra o superior “Em Pedaços”, porém o desenrolar da história segue um caminho bem diferente, focando muito mais na depressão da protagonista do que em qualquer tentativa de busca de justiça ou vingança. 

A subtrama envolvendo os dois homens interessados na protagonista não convence, assim como o final apressado que busca criar algo positivo na vida da personagem. 

É um filme no máximo razoável.

sábado, 8 de maio de 2021

Deranged & Ashfall

 


Deranged (Yeon-Ga-Si, Coreia do Sul, 2012) – Nota 7
Direção – Jeong Woo Park
Elenco – Myung Min Kim, Jung Hee Moon, Dong Wan Kim, Ha Nui Lee.

Jae Hyeok (Myung Min Kim) trabalha como vendedor para um laboratório após ter perdido um emprego em que desenvolvia novos medicamentos. Seu irmão Jae Pill (Dong Wan Kim) é um detetive que fica intrigado ao descobrir corpos de pessoas mortas totalmente secos, como se tivessem sido drenados. Quando vários outros corpos aparecem do mesmo modo, os irmãos iniciam suas investigações paralelas para entender o que está ocorrendo. 

Este longa sul-coreano produzido em 2012 apresenta várias semelhanças com o que está ocorrendo hoje no mundo. Um pandemia que ninguém sabe ao certo como começou, mas que claramente é utilizada por políticos e poderosos para manipulação das massas e para alavancar o lucro com a tragédia. 

O filme explora este tema em meio a uma narrativa ágil, boas sequências de ação e também alguns furos no roteiro, além de um melodrama excessivo em vários momentos. São curiosos e criativos os efeitos nos infectados e a “fissura” que cresce neles. 

Entre erros e acertos, o filme é competente na sua proposta de prender a atenção através da luta desesperada pela sobrevivência.

Ashfall (Baekdusan, Coreia do Sul, 2019) – Nota 6,5
Direção – Byung Seo Kim & Hae Jun Lee
Elenco – Byung Hun Lee, Jung Woo Ha, Hye Jin Jeon, Dong Seok Ma, Bae Suzy, Robert Curtis Brown.

Um terremoto leva um vulcão a entrar em erupção na divisa da Coreia do Norte com a China. A enorme catástrofe parece inevitável, até que um cientista (Dong Seok Ma) e o governo da Coreia do Sul criam um plano mirabolante. 

Um grupo de soldados liderados por Jo (Jung Woo Ha) é enviado para a Coreia do Norte com o objetivo de resgatar da cadeia um agente duplo (Byung Hun Lee), que os ajudará a roubar uma carga de ogivas nucleares a serem utilizadas para implodir o vulcão através de túneis que existem na região. 

Este explosivo blockbuster sul-coreano segue a linha dos similares americanos com todos os clichês possíveis. Esta escolha funciona para quem não exigir muito da história e se divertir com as competentes sequências de ação, como a que ocorre logo no início com a destruição da cidade. O elenco tem o líder que precisa se superar, o vilão que se redime e as comuns sequências emotivas do gênero. 

Não está entre os melhores filmes sul-coreanos, mas com certeza agradará a quem curte o cinema catástrofe.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Caça Mortal

 


Caça Mortal (The Silencing, Canadá / EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Robin Pront
Elenco – Nikolaj Coster Waldau, Annabelle Wallis, Zahn McClarnon, Hero Fiennes Tiffin, Shaun Smyth.

Cinco anos após sua filha adolescente ter desaparecido sem deixar vestígios, Rayburn (Nikolaj Coster Waldau) abandonou a vida de caçador e transformou sua propriedade em uma reserva ambiental. 

Quando outra garota é encontrada morta na região, Rayburn acredita que o crime pode ser obra do mesmo sujeito que teria sequestrado sua filha. Em meio a investigação, a xerife Gustafson (Annabelle Wallis) ainda precisa lidar com seu irmão problemático. 

O roteiro tenta esconder a identidade do criminoso até próximo do final, entregando pistas falsas e situações que apontam para outros personagens. 

Os destaques são a ambientação na floresta na divisa entre Canadá e EUA, local apropriado para este tipo de trama e as sequências de violência, algumas delas em que o assassino utiliza uma arma incomum. 

Como curiosidade, muitos episódios da antiga série “Arquivo X” foram filmados nesta região, o que por si só deixa marcado na mente do cinéfilo um clima de mistério em filmes rodados no local.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Depois da Escola & Lembranças de uma Infância

 


Depois da Escola (Afterschool, EUA, 2008) – Nota 5
Direção – Antonio Campos
Elenco – Ezra Miller, Jeremy Allen White, Emory Cohen, Michael Stuhlbarg, Addison Timlin, David Costabile, Rosemarie DeWitt, Paul Sparks.

Em um colégio interno, o adolescente Robert (Ezra Miller) tem o hábito de ver pornografia na internet. Drogas também são consumidas pelos alunos. Quando Robert filma duas garotas morrendo de overdose no corredor, o responsável pelo colégio (Michael Stuhlbarg) decide tomar medidas paliativas para esconder o problema. 

O roteiro escrito pelo diretor Antonio Campos, que é filho do jornalista brasileiro Lucas Mendes, tenta seguir a linha de filmes sobre adolescentes perdidos como “Elefante” de Gus Van Sant. Por mais que seja uma tema atual, fica difícil aguentar a narrativa arrastada e a câmera muitas vezes em posições estranhas. 

Fica clara a ideia do diretor em criticar os colégios de elite que muitas vezes fecham os olhos para as atitudes dos alunos de famílias ricas e a própria falta de caráter de parte da juventude atual, muito também pela “terceirização da educação”. 

No final tudo isso são apenas detalhes em meio a um filme extremamente chato.

Lembranças de uma Infância (Yosemite, EUA, 2015) – Nota 5
Direção – Gabrielle Demeestere
Elenco – James Franco, Everett Meckler, Alex Mansky, Callum John, Henry Hopper, Troy Tinnirello.

Palo Alto, Califórnia, 1985. Três garotos da mesma escola enfrentam as descobertas da pré-adolescência na relação com os pais e outros adultos. 

Baseado em histórias curtas escritas pelo ator James Franco, provavelmente autobiográficas ou sobre situações que ele foi testemunha em sua infância em Palo Alto, este longa sofre pela falta de empatia com os personagens e principalmente por não levar a lugar algum. 

A própria participação de Franco é pequena. Ele interpreta o pai divorciado de duas crianças na primeira parte do longa que se passa em um parque estadual. Outra situação que incomoda é a estranha relação de amizade criada entre um dos garotos e um rapaz solitário. As sequências entre os dois carregam simbolismos pesados. 

Não é difícil entender o que James Franco quis passar com suas histórias, o problema aparentemente está na adaptação para o cinema.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

The Head: Mistério na Antártida

 


The Head: Mistério na Antártida (The Head, Espanha / Japão, 2020) – Nota 7
Direção – Jorge Dorado
Elenco – John Lynch, Katharine O’Donnelly, Alexandre Willaume, Richard Sammel, Tomohisa Yamashita, Laura Bach, Álvaro Morte, Sandra Andrels, Andreas Rothlin Svensson, Chris Reilly, Tom Lawrence.

Um estação de pesquisas na Antártida fica sem comunicação durante o inverno na região. No primeiro dia do verão, uma equipe liderada por Johan (Alexandre Willaume) chega ao local e descobre que quase todos os integrantes estão mortos. O grupo encontra somente dois sobreviventes e descobre que uma terceira pessoa desapareceu. É o início de uma investigação para saber o que realmente ocorreu. 

Escrita pelos irmãos espanhóis David e Alex Pastor, responsáveis por bons filmes como “A Casa” e “Os Últimos Dias”, esta minissérie em seis episódios bebe na fonte do clássico “O Enigma do Outro Mundo” de John Carpenter, inclusive com sequências no primeiro episódio em que os personagens assistem ao filme. 

A premissa das pessoas isoladas em meio ao inverno polar e a tensão criada pela desconfiança entre eles segue o mesmo formato, porém o desenvolvimento da trama e a motivação para a violência são completamente diferentes. 

O roteiro segue o clichê de tentar esconder a identidade do culpado ou culpados, deixando pistas pelo caminho. Algumas situações o cinéfilo acostumando ao gênero vai descobrir antes do final. 

É uma minissérie competente, com boas sequências de violência e que prende a atenção, mesmo que no final fique a impressão de que já vimos algo parecido em outros filmes.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Destruição Final - O Último Refúgio

 


Destruição Final – O Último Refúgio (Greenland, EUA / Inglaterra, 2020) – Nota 7,5
Direção – Ric Roman Waugh
Elenco – Gerard Butler, Morena Baccarin, Roger Dale Floyd, Scott Glenn, Hope Davis, David Denman, Holt McCallany.

Um cometa se dividiu em centenas de pedaços que viajam em direção a Terra. Quando os primeiros pedaços causam a destruição em algumas cidades, o governo americano avisa determinados cidadãos para se apresentarem em bases militares para serem enviados a um local secreto e aparentemente seguro. 

Neste contexto, o engenheiro John Garrity (Gerard Butler) recebe o aviso, podendo levar sua esposa (Morena Baccarin) e o filho pequeno (Roger Dale Floyd). É o início de uma alucinada corrida em busca da sobrevivência. 

O ex-dublê Ric Roman Waugh se tornou um competente diretor especialista em filmes policiais e de ação. Aqui ele explora o gênero do cinema catástrofe para contar uma história previsível, mas extremamente eficiente, com ritmo ágil e repleto de sequências intercalando violência, suspense e drama, além é claro de muita destruição. 

A saga dos protagonistas os leva a cruzar o caminho de pessoas violentas, outras desesperadas e também encontram solidariedade em meio ao caos. 

É um filme que me surpreendeu de forma positiva e que com certeza agradará quem gosta do gênero.


segunda-feira, 3 de maio de 2021

O Filho do Prêmio Nobel & O Julgamento de Paris

 


O Filho do Prêmio Nobel (Nobel Son, EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – Randall Miller
Elenco – Alan Rickman, Bryan Greenberg, Shawn Hatosy, Mary Steenburgen, Bill Pullman, Eliza Dushku, Danny DeVito, Ted Danson Tracey Walter, Lindy Booth, Ernie Hudson.

O professor Eli Michaelson (Alan Rickman) é escolhido para receber o Prêmio Nobel de Química. Arrogante e com um ego enorme, Eli se sente o maior do mundo, enquanto seu filho Barkley (Bryan Greenberg), que trabalha em um estranha tese sobre canibalismo, convive com o desprezo do pai. A alegria de Eli é freada quando Barkley é sequestrado por um sujeito (Shawn Hatosy) que deseja se vingar do professor. 

O roteiro escrito pelo diretor Randall Miller apresenta uma trama de humor negro com algumas reviravoltas curiosas e também alguns exageros, principalmente na sequência do golpe no shopping center. 

O foco principal são os personagens peculiares, incluindo uma poeta perturbada vivida por Eliza Dushku e o vizinho obsessivo interpretado por Danny DeVito. 

A narrativa é ágil e prende atenção, agradando quem curte o complicado gênero.

O Julgamento de Paris (Bottle Shock, EUA, 2008) – Nota 6
Direção – Randall Miller
Elenco – Alan Rickman, Chris Pine, Bill Pullman, Freddy Rodriguez, Rachael Taylor, Dennis Farina, Louis Giambalvo, Eliza Dushku, Miguel Sandoval, Joe Regalbuto, Bradley Whitford.

Paris, 1976. Steven Spurrier (Alan Rickman) é um inglês dono de uma loja de vinhos com poucos clientes. Seguindo a dica de um amigo (Dennis Farina), Steven decide viajar para os Estados Unidos com o objetivo de conhecer os vinhos produzidos em Napa Valley na Califórnia. 

Entre os produtores americanos está Jim Barrett (Bill Pullman), que sofre com problemas financeiros. O encontro deles mudará tudo, inclusivo a forma como o vinho americano seria visto no mundo. 

O roteiro escrito pelo diretor Randall Miller explora uma história real através de uma narrativa que foca muito mais na comédia do que no drama. Este é o ponto que atrapalha, fazendo com que o espectador não leve a sério a história, acreditando ser apenas uma comédia despretensiosa. 

São várias situações que parecem pipocar na tela de forma aleatória, como o triângulo amoroso entre os personagens de Chris Pine, Freddy Rodriguez e Rachael Taylor, assim como a forma com que um carregamento de vinhos é resgatado por um dos protagonistas. 

Eu considero um filme descartável, interessante apenas para quem os aprecia vinho e histórias sobre o tema

domingo, 2 de maio de 2021

Reencontrando a Felicidade

 

Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – John Cameron Mitchell
Elenco – Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Dianne Wiest, Miles Teller, Tammy Blanchard, Sandra Oh, Giancarlo Esposito, Jon Tenney, Stephen Mailer, Mike Doyle, Patricia Kalember.

Oito meses após perderem o filho atropelado na frente da própria casa, Becca (Nicole Kidman) e Howie (Aaron Eckhart) não conseguem superar o trauma. Enquanto ele participa de um grupo de apoio tentando dividir sua dor com estranhos, ela abandonou a carreira e se refugiou nas pequenas coisas do dia a dia em casa. A cada dia fica mais difícil para o casal reencontrar o mesmo caminho na vida. 

Mesmo seguindo a linha comum das histórias sobre perdas, o filme é competente ao detalhar o sofrimento do casal e também de uma terceira pessoa que surge na trama sem apelar para exageros dramáticos. 

Algumas sequências são dolorosas, outras tem diálogos cortantes e o final deixa claro que é quase impossível superar este tipo de tragédia, que ficará marcada na vida dos envolvidos para sempre.


sábado, 1 de maio de 2021

Assassinato em Middle Beach

 


Assassinato em Middle Beach (Murder on Middle Beach, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Madison Hamburg
Documentário

Middle Beach, Connecticut, Março de 2010. A dona de casa Barbara Hamburg é encontrada morta no quintal de sua residência. A investigação da polícia não avança e pessoa alguma é indiciada. 

Três anos depois, o filho da vítima, o jovem Madison Hamburg, decide fazer um documentário para saber mais sobre a mãe e também tentar descobrir quem cometeu o crime. 

Até o início de 2020, Madison entrevistou em vários momentos seus familiares, descobrindo segredos que envolvem sua mãe, seu pai e sua irmã, além dos erros na investigação. 

O processo é extremamente doloroso para Madison e para alguns familiares, levantando suspeitas sobre pessoas próximas e os prováveis motivos para o crime. São quatro episódios expondo as entranhas de uma família cheia de problemas. 

Vale citar que o processo ainda não terminou, mas tudo levar a crer que uma pessoa muita próxima de Madison esteja envolvida no crime. Vamos esperar, quem sabe em breve toda a verdade seja revelada.