sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Colossal

Colossal (Colossal, Canadá / EUA / Espanha / Coreia do Sul, 2016) – Nota 5,5
Direção – Nacho Vigalondo
Elenco – Anne Hathaway, Jason Sudeikis, Austin Stowell, Tim Blake Nelson, Dan Stevens.

Desempregada e alcoólatra, Gloria (Anne Hathaway) é expulsa do apartamento pelo namorado (Dan Stevens).

Ela volta para sua cidade natal em um subúrbio de Nova York e logo reencontra o amigo de infância Oscar (Jason Sudeikis), que a convida para trabalhar em seu bar. 

Tentando retomar a vida, Gloria perde novamente o controle quando um enorme monstro aparece em Seul na Coreia do Sul. Ela passa a acreditar que suas atitudes estão ligadas com o aparecimento do monstro no outro lado do mundo. 

O diretor espanhol Nacho Vigalondo chamou a atenção com a ótima ficção “Crimes Temporais” em 2007. Seus trabalhos seguintes passaram batido, até chegar neste “Colossal” que desperta a curiosidade pelo estranha premissa. 

A primeira hora chega a ser interessante ao deixar a dúvida do porquê da provável ligação entre a protagonista e o monstro, assim como a relação dela com o personagem de Jason Sudeikis. Quando as explicações começam a surgir, o filme desce a ladeira, principalmente com uma maluca mudança de personalidade de um personagem. 

É um daqueles filmes que parecem um episódio dos “Simpsons”, que começa com uma determinada situação para em seguida mudar completamente a história para algo absurdo.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Catch-22 (Minissérie e Filme)


Catch-22 (Catch-22, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – George Clooney, Grant Heslov & Ellen Kuras
Elenco – Christopher Abbott, Kyle Chandler, Daniel David Stewart, Rafi Gravon, Graham Patrick Martin, Kevin J. O’Connor, Austin Stowell, Jon Rudnistky, Gerran Howell, Teresa Ferrer, Lewis Pullman, Grant Heslov, George Clooney, Jay Paulson, Pico Alexander, Giancarlo Gianini, Hugh Laurie, Julie Ann Emery.

Ilha Pianosa, Itália, Segunda Guerra Mundial. John “Yo-Yo” Yossarian (Christopher Abbott) faz parte de um batalhão da Força Aérea Americana responsável por bombardear alvos nazistas no interior do país. Intercalando momentos de calmaria ao lado dos companheiros, geralmente aproveitando para nadar no mar, com o desespero das missões em que seu avião se torna alvo das baterias antiaéreas nazistas, Yossarian na verdade deseja voltar para casa. 

Sempre que ele está chegando perto de completar o número de missões combinadas, o coronel Cathcart (Kyle Chandler) aumenta o desafio. Desesperado para fugir da guerra, Yossarian toma pequenas atitudes que geram consequências, quase sempre trágicas para seus companheiros. 

Baseado em um famoso romance de Joseph Heller, esta minissérie em seis episódios explora uma mistura de drama e humor negro para criticar a guerra e também mostrar que pessoas comuns estavam arriscando sua vida para salvar o mundo da ameaça nazista. Os vários personagens que passam pela tela demonstram o lado complicado do ser humano. Mesmo tendo um bom coração, o protagonista é um covarde que deseja salvar a própria pele. 

Temos ainda o soldado negociador (Daniel David Stewart) que utiliza a guerra para ganhar dinheiro comprando e vendendo todo tipo de produto, o coronel que sabe apenas gritar (Kyle Chandler), o soldador apaixonado por uma prostituta (Austin Stowell), o major que foge das responsabilidades (Lewis Pullman), o general canalha (George Clooney), entre vários outros. 

É engraçado que o roteiro passa a mensagem de que tudo que o protagonista tentar fazer dará errado e que ele jamais conseguirá escapar da guerra antes do final, como se estivesse em um looping eterno. 

Como curiosidade, o “Catch-22” do título se refere a um artigo do regulamento das forças armadas que cita que para um soldado ser considerado louco ele precisa aceitar as missões suicidas, se ele se negar a participar seria considerado traidor e não maluco, ou seja, o artigo é uma pegadinha para impedir o soldado de ser dispensado.

Esta minissérie é um exemplo de uma nova versão que é muito melhor do que o longa original.

Ardil 22 (Catch-22, EUA, 1970) – Nota 6,5
Direção – Mike Nichols
Elenco – Alan Arkin, Martin Balsam, Jon Voight, Martin Sheen, Jack Gilford, Orson Welles, Paula Prentiss, Anthony Perkins, Buck Henry, Arthur Garfunkel, Bob Newhart, Richard Benjamin, Charles Grodin, Bob Balaban, Norman Fell.

Ilha Pianosa, Itália, Segunda Guerra Mundial. Após ver um companheiro morrer durante uma missão aérea, John Yossarian (Alan Arkin) decide fazer de tudo para ser enviado de volta para casa, inclusive fingir que está maluco. O problema é que enquanto ele tenta escapar do inferno da guerra, seus superiores pensam apenas em lucrar e não estão nem aí com o sofrimento dos soldados. 

Esta versão do livro de Joseph Heller foca mais na crítica ao absurdo da guerra utilizando um estilo comum do cinema dos anos sessenta. O filme não segue uma ordem cronológica, o diretor Mike Nichols preferiu intercalar sequências em flashback através do ponto de vista de Yossarian, inclusive algumas que beiram o surreal. 

Vendo hoje o filme se mostra estranho e irregular, com poucas sequências engraçadas. O destaque fica para o elenco recheado de astros da época.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

The Looming Tower

The Looming Tower (The Looming Tower, EUA, 2018) – Nota 8,5
Direção – Craig Zisk, John Dahl, Ali Selim, Michael Slovis & Alex Gibney
Elenco – Jeff Daniels, Tahar Rahim, Peter Sarsgaard, Wrenn Schmidt, Bill Camp, Michael Stuhlbarg, Alec Baldwin, Louis Cancelmi, Virginia Kull, Ella Rae Peck, Sullivan Jones, Ali Suliman, Annie Parisse, Yul Vazquez, Jennifer Ehle, Tony Curran.

Esta ótima minissérie politica em dez episódios retrata o período de 1998 até 2001, começando com os atentados terroristas contra as embaixadas americanas em Dar es Salaam na Tanzânia e Nairobi no Quênia, finalizando com a queda das Torres Gêmeas em 11 de Setembro de 2001. 

O ponto principal do roteiro é detalhar como a falta de comunicação e principalmente uma disputa política por poder entre a CIA e o FBI deixaram caminho aberto para os terroristas cumprirem suas missões. 

O roteiro claramente coloca a CIA como vilã ao apontar personagens ambiciosos como Martin Schmidt (Peter Sarsgaard) e sua braço-direito Diane Marsh (Wrenn Schmidt) que esconderam informações que seriam cruciais para o FBI, destacados na pele do explosivo diretor John O’Neill (Jeff Daniels) e do agente de origem libanesa Ali Soufan (Tahar Rahim). 

A quantidade de detalhes, pistas e ligações políticas criaram uma complexa rede de informações que não eram compartilhadas, o que transformava a investigação do FBI em algo parecido como procurar um pequeno objeto no escuro. Vale citar como o destino foi irônico com John O’Neill, resultando em um fato que parece mentira. 

Mesmo com algumas sequências de tortura e pressão, não espere ação, a proposta desta minissérie é detalhar os bastidores dos fatos que levaram até a tragédia de 11 de Setembro.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Operação Manila

Operação Manila (Buybust, Filipinas, 2018) – Nota 6,5
Direção – Erik Matti
Elenco – Anne Curtis, Brandon Vera, Victor Neri, Arjo Atayde, Levi Ignacio, Alex Calleja, Lao Rodriguez, Joross Gamboa.

Um grupo de policiais recebe a missão de prender um grande traficante que está escondido com seus capangas em uma favela de Manila, capital das Filipinas. 

Durante a ação, eles descobrem que foram traídos e terminam encurralados em meio aos becos da favela. É o início de uma violenta luta para sobreviver. 

O diretor filipino Erik Matti, responsável pelo bom longa policial “Em Serviço”, entrega aqui uma obra explosiva, com sequências de ação do início ao fim. Mas diferente do longa anterior que citei, este “Operação Manila” tem apenas um fio de história, o ponto principal são as violentas sequências de lutas e tiroteios. 

Conforme a narrativa se desenvolve, a violência aumenta de forma exponencial. A utilização de um número enorme de coadjuvantes atacando os policiais com todo tipo de objeto passa do criativo para o exagero em algumas sequências. Vale citar a curiosa reviravolta na cena final. 

Para quem gosta do estilo, eu indicaria “Operação Invasão I e II’. São longas filmados na Indonésia com cenas de ação de melhor qualidade e uma trama mais bem trabalhada.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O Inimaginável

O Inimaginável (Den Blomstertid Nu Kommer, Suécia, 2018) – Nota 7,5
Direção – Victor Danell
Elenco – Christoffer Nordenrot, Lisa Henni, Jesper Barkselius, Pia Halvorsen, Magnus Sundberg.

Cidade de Vanga, Suécia, 2005. O jovem Alex (Christoffer Nordenrot) sofre com a desintegração da família, principalmente pelas atitudes de seu pai Bjorn (Jesper Barkselius). A crise faz também com que Alex se afaste de sua namorada Anna (Lisa Henni). 

Treze anos depois, Alex retorna à cidade para o enterro da mãe que morreu em um atentado terrorista. Ao mesmo tempo, seu pai que trabalha em uma central elétrica, acredita que os russos planejam invadir a Suécia. 

Esta produção sueca que mistura drama familiar, romance e conspiração apresenta um criativo roteiro que lembra os filmes B dos anos oitenta. 

O clima de tragédia é pontuado por uma sinistra trilha sonora, pela fotografia cinzenta e por uma quase incessante chuva que tem uma enorme importância na trama. É legal também a escalada da tensão. 

O estilo da narrativa é diferente e até um pouco estranho no começo, mas vale a pena conferir até o final, principalmente para quem gosta de obras que fogem do lugar comum.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Rapaz A

Rapaz A (Boy A, Inglaterra, 2007) – Nota 7,5
Direção – John Crowley
Elenco – Andrew Garfield, Peter Mullan, Kate Lyons, Jeremy Swift, Shaun Evans, Siobhan Finneran.

Após cumprir pena por um crime cometido quando era adolescente, Jack (Andrew Garfield) ganha um novo nome e uma chance de recomeçar a vida. O apoio do assistente social Terry (Peter Mullan) foi crucial para Jack ganhar a liberdade. 

Ao conseguir um emprego, Jack faz amizade com Dave (Jeremy Swift) e inicia um relacionamento com Michelle (Kate Lyons). Ele diz ser ex-presidiário, mas não conta a verdade sobre o crime que cometeu. O medo de ser descoberto e as dificuldades em levar um vida normal o atormentam. 

Este competente drama coloca em discussão a questão das causas da violência juvenil, deixando claro que um dos motivos principais é a falta de estrutura familiar. Depois que o jovem comete um crime, a chance de voltar para o caminho correto diminui bastante. Mesmo aqueles que querem mudar, sofrem por não conseguirem se desvencilhar dos erros do passado. 

Mesmo com uma atuação um pouco exagerada de Andrew Garfield e um final aberto, o longa passa uma mensagem forte sobre um tema que aparentemente não tem solução, ou melhor, mostra que a força da família é o único meio para criar jovens responsáveis.


sábado, 25 de janeiro de 2020

A Morte e Vida de John F. Donovan

A Morte e Vida de John F. Donovan (The Death and Life of John F. Donovan, Inglaterra / Canadá, 2018) – Nota 6,5
Direção – Xavier Dolan
Elenco – Kit Harington, Natalie Portman, Jacob Tremblay, Susan Sarandon, Kathy Bates, Ben Schnetzer, Thandie Newton, Jared Keeso, Chris Zylka, Amara Karan, Emily Hampshire, Michael Gambon, Sarah Gadon.

Nova York, 2006. John F. Donovan (Kit Harington) é o astro de uma série de TV que sofre com tristezas e frustrações em sua vida pessoal. 

Com um casamento falido e escondendo sua homossexualidade, John vê sua carreira desmoronar ao vir à tona as cartas que ele troca com um garotinho de onze anos que vive na Inglaterra.

Rupert Turner (Jacob Tremblay) é o garotinho que sonha em se tornar ator e que esconde de sua mãe (Natalie Portman) as cartas do ídolo. As vidas de Rupert e John jamais serão as mesmas. 

O roteiro escrito pelo jovem diretor e também ator Xavier Dolan toca em vários temas atuais de uma forma genérica, sendo alguns deles clichês. O ator enrustido e deprimido, o vazio da vida das celebridades que são descartadas quando se envolvem em algo fora do politicamente correto, a maldade da mídia, a agente de atores arrogante (Kathy Bates), a jornalista que se considera superior (Thandie Newton), o garoto sensível que sofre bullying (Jacob Tremblay) e as mães frustradas que não sabem lidar com os filhos (Natalie Portman e Susan Sarandon). Praticamente todos os personagens que passam pela tela carregam algum tipo de sofrimento que interfere em suas vidas. 

O grande destaque do elenco fica para o garotinho Jacob Tremblay, novamente entregando uma atuação consistente e mostrando ter um enorme talento nato. É esperar para ver se ele conseguirá superar a difícil transição para a carreira de ator adulto.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Criminal

A Netflix produziu esta interessante série em doze episódios divididos por quatro países, sendo três episódios com elencos de cada país detalhando o funcionamento de um interrogatório em que um suspeito é pressionado por detetives que buscam uma confissão.

Todos os episódios foram filmados no mesmo cenário, em uma sala de interrogatório, o que resulta em uma narrativa um pouco limitada.

Vale citar que os atores e atrizes mais famosos interpretam os suspeitos, como se fossem convidados do episódio.

Criminal: Reino Unido (Criminal: UK, Inglaterra / França / Alemanha / Espanha, 2019)
Direção – Jim Field Smith
Elenco – Katherine Kelly, Lee Ingleby, Mark Stanley, Rochenda Sandall, Nicholas Pinnock, Shubham Saraf, David Tennant, Hayley Atwell, Youssef Kerkour.

No primeiro episódio os detetives interrogam um professor (David Tennant) suspeito de violentar e matar a enteada. O segundo foca em uma jovem (Hayley Atwell) que teria envenenado o cunhado e o terceiro em um motorista de caminhão (Youssef Kerkour) suspeito de ter transportado imigrantes ilegais e os abandonado presos em algum local isolado. O primeiro e o terceiro episódios são os melhores, com mais tensão, principalmente o terceiro. O segundo é um pouco cansativo.

Criminal: Alemanha (Criminal: Germany, Inglaterra / França / Alemanha / Espanha, 2019)
Direção – Oliver Hirschbiegel
Elenco – Eva Meckbach, Sylvester Groth,  Florence Kasumba, Christian Kuchenbuch, Jonathan Berlin, Deniz Arora, Nina Hoss, Peter Kurth, Christian Berkel.

O episódio inicial foca em um empresário da construção (Peter Kurth) suspeito de ter cometido um assassinado trinta anos atrás, na época em que o Muro de Berlim foi derrubado. O segundo apresenta um imigrante turco (Deniz Aroza) acusado de violência doméstica, mas que de forma surpreendente é defendido pelo advogado (Christian Berkel) contratado pelo sogro. O episódio final coloca um investigador (Sylvester Groth) tentando descobrir onde foi enterrado o corpo de uma jovem assassinada por uma serial killer (Nina Hoss). Estes episódios da Alemanha são os melhores da série, recheados de tensão e reviravoltas.

Criminal: France (Criminal: Germany, Inglaterra / França / Alemanha / Espanha, 2019)
Direção – Frederic Mermoud
Elenco – Margot Bancilhon, Laurent Lucas, Stephane Jobert, Anne Azoulay, Mhmaed Arezki, Eleonore Arnaud, Nacima Bektahaoui, Valentin Mertin, Nathalie Baye, Sara Giraudeau, Jeremie Renier.

O primeiro episódio explora a história real do atentado terrorista na boate Bataclan para colocar uma jovem (Sara Giraudeau) suspeita de estar explorando a tragédia sem ter estado no local. A segunda coloca uma empresária da construção (Nathalie Baye) como suspeita de ter participado de um acidente que vitimou um empregado. A história final foca em um vendedor (Jeremie Renier) suspeito de ter espancado um sujeito na saída de uma boate gay. Dos quatro países, estes episódios franceses são os mais fracos. O primeiro episódio é o único com algum destaque.

Criminal: Spain (Criminal: Germany, Inglaterra / França / Alemanha / Espanha, 2019)
Direção – Mariano Barroso
Elenco – Emma Suarez, Jorge Bosch, Alvaro Cervantes, Maria Morales, José Angel Egido, Daniel Chamorro, Javi Coll, Nuria Mencia, Milo Taboada, Imma Cuesta, Carmen Machi, Eduard Fernandez.

O episódio inicial tem uma empresária (Carmen Machi) suspeita de ter ajudado o irmão a assassinar seu amante. O segundo e mais dramático explora o desespero de uma jovem perturbada (Imma Cuesta) suspeita de ter assassinado a irmã autista. O melhor episódio é o terceiro, em que um veterano traficante de drogas (o ótimo Eduard Fernandez) é pressionado para confessar outros crimes.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Bons Meninos

Bons Meninos (Good Boys, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Gene Stupnitsky
Elenco – Jacob Tremblay, Keith L. Williams, Brady Noon, Molly Gordon, Midori Francis, Izaac Wing, Millie Davis, Josh Caras, Will Forte, Lil Rel Howery, Retta.

Max (Jacob Tremblay), Lucas (Keith L. Williams) e Thor (Brady Noon) são amigos que tentam a se adaptar a mudança de idade e a ida para sexta série no colégio. 

Ao receberem um convite para uma “festa do beijo” na casa de uma colega, o trio vê a chance de ser aceito com a nova turma. O problema é que eles causam um acidente com o drone do pai de Max e precisam resolver a situação antes do homem voltar para casa. 

Produzido por Seth Rogen e Evan Goldberg, esta divertida comédia é praticamente uma versão infantil de “Superbad – É Hoje”. Ao invés de adolescentes querendo comprar cerveja, aqui temos crianças de onze anos correndo pela cidade em busca de um drone, fugindo de duas adolescentes (Molly Gordon e Midori Francis) que querem suas drogas de volta e enfrentando situações engraçadas. 

Esta longe de ser um filme bobinho ou politicamente correto, sendo este um dos acertos, com destaque para as divertidas piadas maliciosas que brincam com a ingenuidade dos garotos, que ainda estão na fase de transição entre a infância e a adolescência. 

Mesmo sabendo que nem sempre o astro infantil consegue fazer uma carreira adulta, vale que citar que Jacob Tremblay é um dos atores infantis mais promissores de Hollywood e que tem tudo para se firmar.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

O Relatório

O Relatório (The Report, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Scott Z. Burns
Elenco – Adam Driver, Annette Benning, Jon Hamm, Maura Tierney, Michael C. Hall, Ted Levine, Scott Shepherd, Corey Stoll, Sarah Goldberg, John Rothman, Victor Slezak, Alexander Chaplin, Tom Blake Nelson, Ian Blackman, Joanne Tucker, Joseph Siravo, Carlos Gomez, Ben McKenzie, Daniel London, Jennifer Morisson, Matthew Rhys.

Washington, 2007. Daniel J. Jones (Adam Driver) é um assessor da senadora Dianne Feinstein (Annette Benning). A congressista lidera um grupo que analisa as ações da CIA em relação aos interrogatórios de prisioneiros ligados ao terrorismo. 

Ela consegue que a CIA mostre documentos relacionamentos ao assunto. Daniel é indicado para analisar os documentos e fazer uma relatório. Mesmo praticamente sem ajuda e sendo desencorajado por pessoas ligadas ao governo, durante alguns anos Daniel analisa milhares de documentos para tentar comprovar que a CIA utilizou da tortura para conseguir confissões e também prendeu inocentes. 

Baseado numa história real, este longa detalha como a chamada “Guerra ao Terror” foi utilizada como desculpa por alguns grupos para agir fora da lei e por outros para lucrar, como o caso absurdo da dupla de psicólogos (Ted Levine e Scott Shepherd) que vendeu um projeto com formas de tortura disfarçadas de técnicas de interrogação. 

A narrativa segue o estilo dos filmes sobre bastidores da política, explorando jogos entre poderosos, mentiras e traições. Não é um filme que chega a empolgar, mesmo com algumas sequências fortes de tortura, o ponto principal são as discussões políticas. 

Adam Driver defende bem o papel do obcecado protagonista e a veterana Annette Benning encarna a política que se divide entre a vontade de chegar até a verdade e o medo de perder a eleição seguinte. 

É uma obra indicada para quem gosta de drama político.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Próxima Parada: Apocalipse & Estado de Calamidade


Próxima Parada: Apocalipse (How It Ends, EUA, 2018) – Nota 5,5
Direção – David M. Rosenthal
Elenco – Theo James, Forest Whitaker, Grace Dove, Kat Graham, Kerry Bishpé, Mark O’Brien, Nicole Ari Parker.

Quando Will (Theo James) está conversando pelo celular com sua esposa Sam (Kat Graham) que está grávida e do outro lado do país, algo inexplicável ocorre e as comunicações são cortadas. O desespero leva Will a se juntar com seu sogro Tom (Forest Whitaker), um ex-fuzileiro naval para atravessar o país com o objetivo de encontrar Sam. É o início de uma jornada em meio ao caos.

Explorando a temática do apocalipse, este longa começa de forma intrigante ao não explicar as causas do desastre, deixando ansiosos personagens e espectadores. A escolha de transformar a busca em um road movie também começa bem, com a dupla de protagonistas enfrentando obstáculos dos mais variados, inclusive a violência.

O grande problema surge na meia-hora final, quando toda a história é jogada na lata do lixo. A parte final além de ser totalmente absurda em relação a situação de dois personages, o filme ainda termina deixando um gancho gigantesco, não sei se pensando em uma sequência ou apenas para deixar o espectador sem saber o que ocorreu.

A tradução do título original seria “Como Isto Termina”, mas na realidade teria de ter uma interrogação no final, pois nem o diretor sabia como finalizar a obra.

Estado de Calamidade (The Humanity Bureau, Canadá / EUA / Inglaterra, 2017) – Nota 4,5
Direção – Rob W. King
Elenco – Nicolas Cage, Sarah Lind, Jakob Davies, Hugh Dillon, Vicellous Shannon, Kurt Max Runte.

Em um futuro próximo, a natureza e a economia entraram em colapso. O governo americano cercou o país com muros e criou a “Agência da Humanidade” para analisar os casos de pessoas que pouco produzem para a sociedade e que são realocadas para uma cidade chamada “Nova Eden”. 

Noah Kross (Nicolas Cage) é um agente que analisa cada situação e determina se a pessoa deve ou não ser realocada. Ao atender o caso de um idoso e posteriormente visitar a mãe solteira Rachel (Sarah Lind) e seu filho Lucas (Jakob Davies), Noah percebe que existe algo de errado com o programa e decide mudar sua atitude. 

Esta é mais um produção de baixo orçamento que o maluco Nicolas Cage aceitou protagonizar. Nada funciona neste longa. A história repleta de clichês, os personagens caricatos, as bizarras cenas de luta e por fim o péssimo clímax são os ingredientes para quem quiser encarar esta bomba.  


segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Força Maior

Força Maior (Turist, Suécia / França / Noruega / Dinamarca, 2014) – Nota 6,5
Direção – Ruben Ostlund
Elenco – Johannes Kuhnke, Lisa Loven Kongsli, Clara Wettergren, Vincent Wettergren, Kristofer Hivju, Fanni Metelius, Brady Corbett, Karen Myrenberg.

Tomas (Johannes Kuhnke), sua esposa Ebba (Lisa Loven Kongsli) e o casal de filhos estão de férias nos Alpes Franceses. 

Durante o café da manhã à beira da montanha, uma inesperada avalanche passa a impressão de que vai destruir o local. Tomas foge desesperado, enquanto Ebba tenta proteger os filhos. A possível tragédia termina como apenas um susto, porém a relação entre Tomas e Ebba nunca mais será a mesma. 

Conhecido mundialmente por causa do superestimado “The Square – A Arte da Discórdia”, o diretor e roteirista sueco Ruben Ostlund chamou a atenção da crítica primeiramente por este drama familiar. 

Ostlund tem muito talento na parte técnica, filmando espaços abertos com uma bela fotografia, enquadramentos criativos e capricho visual nos detalhes. Por outro lado, sua forma de desenvolver a narrativa e os personagens é bastante pretensiosa, com um ritmo lento e sequências que as vezes não agregam nada a história. 

O foco principal da trama é a questão da perda de confiança entre o casal e o inevitável desgaste da relação. O marido não assume que teve medo e a esposa passa a desprezá-lo, inclusive na presença de amigos. 

O estilo de narrativa de Ostlund não me agrada, mesmo ressaltando novamente o capricho na produção. 

Agora em 2020 será lançado um remake americano com Will Ferrell e Julia Louis Dreyfus, provavelmente mais voltado para comédia.

domingo, 19 de janeiro de 2020

It: Capítulo Dois

It: Capítulo Dois (It Chapter Two, Canadá / EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Andy Muschietti
Elenco – Jessica Chastain, James McAvoy, Bill Hader, Isaiah Mustafa, Jay Ryan, James Ransone, Andy Bean, Bill Skarsgard, Jaeden Martell, Wyatt Oleff, Jack Dylan Grazer, Finn Wiolfhard, Sophia Lillis, Chosen Jacobs, Jeremy Ray Taylor, Xavier Dolan, Stephen King, Peter Bogdanovich.

Vinte e sete após derrotarem o sinistro palhaço Pennywise (Bill Skarsgard), o grupo de amigos volta a se reunir quando outras crianças começam a desaparecer. Agora adultos, eles precisam relembrar como enfrentaram o medo quando eram crianças para poder derrotar novamente Pennywise. 

O frescor e a vitalidade na jornada das crianças em busca do amigo sequestrado pelo palhaço no primeiro filme era a grande força da história, situação que se perde nesta sequência. A escolha de dividir a história em duas narrativas, focando a primeira na vida das crianças pouco tempo depois dos acontecimentos do filme anterior e a principal na dificuldade dos adultos em lidar com suas lembranças resulta em uma obra extremamente longa e irregular. 

Perde-se muito tempo na sequências em que cada personagem adulto segue um caminho pela cidade e precisa enfrentar seus medos de forma individual. Estas sequências lembram aqueles episódios de seriados produzidos apenas para encher a temporada, em que o foco se fecha em um personagem, deixando de lado a trama principal. As sequências com as crianças são mais interessantes, assim como os próprios personagens infantis são melhores. A exceção entre os adultos fica para a atuação de Bill Hader. 

Vale citar ainda a aleatória sequência inicial que não tem ligação alguma com a trama, utilizada apenas como marcação de terreno ideológico para defender uma causa, fato que está se tornando comum em filmes e seriados atuais. 

Infelizmente esta sequência decepciona.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Injustiça

Injustiça (Injustice, Inglaterra, 2011) – Nota 7,5
Direção – Colm McCarthy
Elenco – James Purefoy, Charlie Creed Miles, Dervla Kiwan, Nathaniel Parker, Sasha Behar, Robert Whitelock, Kirsty Bushell.

William Travers (James Purefoy) é um advogado criminalista que abandonou sua carreira em um grande escritório em Londres após um complexo caso. Ele e sua esposa Jane (Dervla Kiwan) mudaram para a pequena cidade de Ipswich. 

No novo escritório, William é procurado por uma advogada (Sasha Behar) que diz estar representando um antigo amigo do casal (Nathaniel Parker), que está preso acusado de matar sua secretária, que também era sua amante. A antiga amizade faz William aceitar o caso, mesmo sem ter certeza se o amigo é inocente. 

Esta competente minissérie em cinco episódios apresenta uma complexa trama que deixa o espectador em dúvida sobre quem é o verdadeiro autor do crime. O roteiro foca ainda em um segredo do protagonista que é investigado por um violento policial (Charlie Creed Miles) que desconta suas frustrações na esposa (Kristy Bushell). 

A “injustiça” do título é o retrato tanto do sistema judiciário que muitas vezes é manipulado pelos envolvidos, como pela solução das tramas que passam longe da legalidade. 

O canastrão James Purefoy não chega a atrapalhar, ficando o destaque principal do elenco para o pouco conhecido Charlie Creed Miles.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Silvio e os Outros

Silvio e os Outros (Loro, Itália, 2018) – Nota 6
Direção – Paolo Sorrentino
Elenco – Toni Servillo, Elena Sofia Ricci, Ricardo Scamarcio, Kasia Smutniak, Fabrizio Bentivoglio, Euridice Axe, Anna Bonaiuto.

A ideia do diretor Paolo Sorrentino, do ótimo “A Grande Beleza”, foi tentar detalhar os bastidores da polêmica vida do ex-Primeiro-Ministro italiano Silvio Berlusconi (Toni Servillo) no período em que tentava voltar ao poder, mesmo estando no meio de vários escândalos. 

Sorrentino chegou a lançar o filme dividido em duas partes com mais de três de duração no total e posteriormente a versão única com duas horas e meia, sendo esta que eu vi. 

Provavelmente por ter dividido em dois longas a princípio, a história também é contada em duas partes distintas. A primeira hora foca na vida do cafetão Sergio Morra (Ricardo Scamarcio), que vive na pequena cidade de Taranto e que coloca como objetivo se aproximar de Berlusconi, sabendo que o político adorava festas recheadas de mulheres. Morra se alia a cafetina albanesa Kira (Kasia Smutniak), uma das amantes do político. 

A segunda parte volta a câmera para Berlusconi, dividindo entre a carreira política através de conversas e alianças com outros políticos e poderosos, com sua vida pessoal, principalmente a crise no casamento com sua segunda esposa (Elena Sofia Ricci). 

Por mais que este tipo de abordagem sobre a vida de um personagem tão complexo como Berlusconi possa ser interessante, o filme deixa a desejar por causa da narrativa extremamente irregular e de sequências longas e aleatórias que pouco agregam a trama, mesmo sendo na versão mais curta. 

A sequência mais complexa é a discussão entre Berlusconi e sua esposa, em que a verdadeira face do homem vem à tona ao ser confrontado por seus erros, para em seguida ele mesmo fazer uma mea culpa na conversa com um amigo. 

Quanto ao elenco, o destaque maior fica para a atuação de Toni Servillo, perfeito como o protagonista inteligente, egocêntrico e malandro. 

É um filme indicado para quem gosta de obras sobre bastidores políticos e que conheça um pouco da política italiana.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Dublin Murders

Dublin Murders (Dublin Murders, Inglaterra, 2019) – Nota 7
Direção – John Hayes, Saul Dibb & Rebecca Gatward
Elenco – Sarah Greene, Killian Scott, Eugene O’Hare, Tom Vaughan Lawlor, Moe Dunford, Conleth Hill, Peter McDonald, Leah McNamara, Amy Macken.

Dublin, Irlanda, 2007. Uma adolescente é encontrada morta em uma área florestal, local onde um grupo de arqueólogos trabalha em uma escavação. 

A investigação fica por conta dos detetives Rob Reilly (Killian Scott) e Cassie Maddox (Sarah Greene), que acreditam que o caso tenha ligação com o desaparecimento de duas crianças na mesma região em 1984. 

Além da dificuldade em ligar crimes ocorridos em épocas diferentes, Rob e Cassie escondem segredos pessoais que podem interferir na investigação. 

Baseado em dois livros da escritora Tana French, esta minissérie em oito episódios começa extremamente intrigante, porém perde um pouco o foco ao inserir um segundo crime no meio da trama. Fica claro que a ideia foi amarrar os dois livros, o que infelizmente deixou a narrativa desconexa em alguns momentos. 

Por outro lado, vale destacar a complexidade da trama principal da morte da garota e as personalidades perturbadas da dupla de protagonistas. 

O resultado é mediano e indicado apenas para quem gosta de tramas policiais

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Limites

Limites (Boundaries, Canadá / EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Shana Feste
Elenco – Vera Farmiga, Christopher Plummer, Lewis MacDougall, Christopher Lloyd, Bobby Cannavale, Peter Fonda, Kristen Schaal, Yahia Abdul Mateen II.

Quando seu pai Stanley (Christopher Plummer) é expulso da casa de repouso em que vive, Laura (Vera Farmiga) é obrigada a atravessar o país para levá-lo até a casa de sua irmã. Seu filho pré-adolescente Henry (Lewis MacDougall) a acompanha na viagem. 

O roteiro escrito pelo diretora Shana Feste segue o estilo comum dos road movies que exploram dramas familiares com pitadas de comédia. O ponto principal é a conturbada relação entre pai e filha. 

Christopher Plummer interpreta o pai irresponsável, enquanto Vera Farmiga vive a filha que o culpa por suas frustrações e pelos problemas que enfrenta na vida adulta. O garoto Lewis MacDougall é o adolescente solitário que utiliza seu talento nas artes para criar desenhos no mínimo polêmicos. 

É um filme agradável, porém que não apresenta surpresas e que rapidamente será esquecido.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Fora de Alcance & Caçado


Fora de Alcance (Beyond the Reach, EUA, 2014) – Nota 5
Direção – Jean Baptiste Leonetti
Elenco – Michael Douglas, Jeremy Irvine, Hanna Mangan Lawrence, Ronny Cox.

O jovem Ben (Jeremy Irvine) trabalha como guia de caça no deserto de Mojave. No mesmo dia em que sua namorada (Hanna Mangan Lawrence) deixa a cidade para começar a universidade, ele é contratado pelo arrogante milionário Madec (Michael Douglas) para caçar um animal selvagem. O rápido e complicado relacionamento entre Ben e Madec se transforma em uma caçada humana no deserto após um terrível acidente.

Este longa aproveita a premissa criada nos anos sessenta no clássico “Inferno no Pacífico” ao colocar dois personagens antagônicos em conflito no meio da natureza selvagem. Nos dois primeiros terços o filme é até razoável ao criar algumas sequências interessantes de suspense. Tudo vai por água abaixo nos vinte minutos finais. A solução da situação chega a ser ingênua e a sequência final é de um absurdo enorme, totalmente sem sentido. Fica a sensação de que o diretor desejava criar uma reviravolta a todo custo. 

Caçado (The Hunted, EUA, 2003) – Nota 6
Direção – William Friedkin
Elenco – Tommy Lee Jones, Benicio Del Toro, Connie Nielsen, Leslie Stefanson, José Zuñiga, Ron Canada, Rex Linn, Eddie Velez, John Finn.

Aarom Hallam (Benicio Del Toro) é um ex-soldado de elite especialista em matar. Ele utiliza seu treinamento para assassinar caçadores em uma floresta no Oregon. Aarom termina preso pelo instrutor militar L.T. Bonham (Tommy Lee Jones), mas ao ser levado para a cidade consegue escapar. É o início de uma perseguição insana entre Bonham e Hallam. 

O grande diretor William Friedkin não estava nos seus melhores dias quando dirigiu este longa que parece um remake de “Rambo: Programado Para Matar”, porém bastante inferior na comparação e com uma trama previsível. O ponto alto são as sequências de perseguição na floresta, que mesmo com alguns furos se mostram competentes ao explorar os belos e rústicos cenários naturais. O resultado é no máximo razoável.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Meu Nome é Dolemite

Meu Nome é Dolemite (Dolemite Is My Name, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Craig Brewer
Elenco – Eddie Murphy, Keegan Michael Key, Mike Epps, Craig Robinson, Wesley Snipes, Tituss Burgess, Da’Vine Joy Randolph, Kodi Smit McPhee, Snoop Dogg, Ron Cephas Jones, Barry Shabaka Henley, Tip T.I. Harris, Luenell, Chris Rock.

Início dos anos setenta. Rudy Ray More (Eddie Murphy) fracassou na carreira de cantor, mas ainda sonha em ficar famoso. Ele divide seu tempo entre o emprego diurno em uma loja de discos e o trabalho como mestre de cerimônias de uma casa noturna. 

Ao ouvir um velho bêbado contar histórias antigas e fazer rimas repletas de palavrões, Rudy tem a ideia de criar um personagem para um show de stand up. Seu personagem se torna sucesso, porém ele quer mais e decide arriscar tudo ao produzir um filme, mesmo sem ter experiência alguma com cinema. 

Baseado numa história real de perseverança e loucura, este longa detalha como o lendário Rudy Ray More conseguiu chegar a um surpreendente sucesso e se transformar em um personagem cult. O grande acerto deste longa é a forma como o diretor Craig Brewer conduz a narrativa, criando comédia de situações reais e algumas até ingênuas. 

O filme ganha muitos pontos pelos diálogos divertidos e pelo elenco. Eddie Murphy novamente demonstra ser um ótimo ator, que precisa ter em mãos um bom papel. Infelizmente ele passou anos ganhando dinheiro e perdendo tempo com comédias bobas. Vale citar ainda a impagável atuação de Wesley Snipes como o ator e diretor D’Urville Martin. 

Para quem gosta de uma comédia divertida e inteligente, este longa é uma ótima opção.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Era Uma Vez em... Hollywood

Era Uma Vez em… Hollywood (Once Upon a Time…in Hollywood, EUA, 2019) – Nota 8
Direção – Quentin Tarantino
Elenco – Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Emile Hirsch, Al Pacino, Margaret Qualley, Timothy Olyphant, Julie Butters, Austin Butler, Dakota Fanning, Bruce Dern, Luke Perry, Damian Lewis, Nicholas Hammond, Scoot McNairy, Clifton Collins Jr, Marco Rodriguez.

Hollywood, 1969. Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) é um astro de seriados que passa por um momento de transição na carreira e que tem uma grande amizade com seu dublê Cliff Booth (Brad Pitt). 

Rick busca uma nova chance de protagonizar um seriado, sendo obrigado a aceitar papéis de vilão em episódios esporádicos para se manter na ativa. Enquanto isso, Cliff fica atraído por uma jovem hippie (Margaret Qualley) que vive em uma comunidade liderada pelo maluco Charles Manson. 

A mente criativa de Tarantino desta vez se voltou para os bastidores dos seriados de tv dos anos sessenta, misturando com a terrível história do real do assassinato da atriz Sharon Tate (Margot Robbie), porém mudando completamente o final, como se a ficção pudesse alterar um destino trágico. 

Como é comum aos filmes do diretor, a reconstituição de época é perfeita e os diálogos afiados. Além das boas atuações da dupla principal, vale destacar a pequena e marcante participação de Al Pacino como um agente de atores. 

O longa perde alguns pontos na cansativa sequência da filmagem do seriado de western em que o personagem de DiCaprio interpreta o vilão. 

É um filme indicado para o cinéfilo que tem curiosidade pelos bastidores de Hollywood nos anos sessenta.

sábado, 11 de janeiro de 2020

1987: When the Day Comes

1987: When the Day Comes (1987, Coreia do Sul, 2017) – Nota 8
Direção – Joon Hwan Jang
Elenco – Yoon Seok Kim, Jung Woo Ha, Hae Jin Yoo, Tae Ri Kim, Hee Soon Park, Hee Joon Lee, Eui Sung Kim, Don Won Gong.

Seul, 1987. A Coreia do Sul vive uma ditadura. Um jovem estudante é torturado e morto pela polícia secreta durante um interrogatório.

Tentando abafar o caso, um dos envolvidos pressiona um promotor (Jung Woo Ha) a assinar uma autorização para o corpo ser cremado. O promotor não aceita e decide enfrentar a situação, mesmo com seus superiores também querendo resolver o assunto rapidamente.

O crime e a posição do promotor são os gatilhos para o início um gigantesco protesto popular exigindo eleições diretas no país. 

Baseado na história real dos protestos que mudaram o rumo da Coreia do Sul em 1987, este ótimo longa detalha todos os eventos e os envolvidos que levaram até o protesto no final. 

O roteiro foca em outros personagens importantes, como no sinistro chefe da polícia secreta (Eui Sung Kim), em um líder popular foragido (Yoon Seok Kim), um carcereiro, dois jornalistas e dois jovens estudantes. 

Mais do que um ótimo filme que mistura ação, drama e suspense, esta obra é o registro de um dos momentos mais importantes da história da Coreia do Sul.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

O Toque da Medusa

O Toque da Medusa (The Medusa Touch, Inglaterra / França, 1978) – Nota 6,5
Direção – Jack Gold
Elenco – Richard Burton, Lino Ventura, Lee Remick, Harry Andrews, Alan Badel, Marie Christine Barrault, Jeremy Brett, Michael Hordern, Michael Byrne, Derek Jacobi.

Em Londres, o detetive Brunel (Lino Ventura) atende um chamado e encontra o corpo de um homem aparentemente morto. O sujeito é Robert Morlar (Richard Burton), que de forma surpreendente volta a respirar, mesmo com o rosto desfigurado. 

Enquanto o Morlar é internado em um hospital, Brunel investiga o caso e descobre pistas que o levam a acreditar que o homem tem o poder de causar destruição apenas com o pensamento, ou seja, utilizando a chamada telecinese. Em flashbacks, acompanhamos o passado de Morlar até chegar ao momento em que ele foi atacado. 

A premissa é instigante e lembra bem de longe o ótimo e posterior “Scanners – Sua Mente Pode Destruir” de David Cronenberg, que levou o poder da mente a um ponto além, explorando o terror. Aqui temos o estilo dos suspenses dos anos setenta em que grande parte da trama foca em diálogos e investigação sem grande emoção, deixando a ação para os vinte minutos finais. 

O destaque do elenco fica para o atormentado protagonista vivido pelo astro Richard Burton. 

Com tantos remakes nos últimos anos, a trama deste longa merecia uma nova versão melhor desenvolvida.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Strange But True

Strange But True (Strange But True, Canadá, 2019) – Nota 7
Direção – Rowan Athale
Elenco – Nick Robinson, Amy Ryan, Greg Kinnear, Brian Cox, Margaret Qualley, Connor Jessup, Blyther Danner, Janaya Stephens, Mena Massoud.

O jovem Philip (Nick Robinson) voltou para a casa da mãe Charlene (Amy Ryan) após quebrar a perna. A complicada relação entre os dois piora quando a antiga namorada do falecido irmão de Philip reaparece após cinco anos. 

Melissa (Margaret Qualley) está grávida e alega que o pai da criança é o namorado que morreu. Mesmo sendo absurda, a história mexe com Philip e Charlene, que cada um a sua maneira decide investigar porque a garota acredita nesta loucura. 

O ponto principal deste drama com uma premissa incomum é a reviravolta que surge na parte final da história. Não vou dar outros detalhes para não estragar a surpresa. Outra questão importante é a desestruturação da família após a morte do filho, com situações detalhadas em flashbacks e outras nos dias atuais mostrando as consequências na vida de cada pessoa envolvida. 

Mesmo longe de ser um grande filme, eu gostei bastante por entregar mais do que o esperado. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Condor & Três Dias do Condor


Condor (Condor, EUA, 2018)
Direção – Andrew McCarthy, Lawrence Trilling, Kari Skogland & Jason Smilovic
Elenco – Max Irons, William Hurt, Leem Lubany, Bob Balaban, Brendan Fraser, Mira Sorvino, Angel Bonanni, Sam McCarthy, Katherine Cunningham, Christina Moses, Kristen Hager, Kristoffer Polaha.

Joe Turner (Max Irons) é um analista da CIA que desenvolveu um sistema capaz de rastrear possíveis terroristas. Pouco tempo após um suspeito de terrorismo ser localizado pelo sistema e morto por agentes da CIA, toda a equipe que trabalha com Joe é assassinada.

Apenas o jovem consegue escapar e se torna o principal suspeito das mortes dos colegas. Seu tio (William Hurt), que é um veterano agente da CIA, tenta ajudar o sobrinho nos bastidores, percebendo que existe um conspiração que pode ter começado dentro da própria agência.

Esta série em dez episódios tem como ponto principal um complexo roteiro que foca em uma conspiração envolvendo CIA e Oriente Médio, sendo baseado no mesmo livro que rendeu o longa “Três Dias do Condor” de Sydney Pollack.

Apesar do livro ser antigo, a trama foi atualizada, inserindo a tecnologia de rastreamento e vigilância e o medo atual do terrorismo. O roteiro tem alguns furos que não chegam a atrapalhar.

O protagonista vivido por Max Irons, filho do ator Jeremy Irons, deixa um pouco a desejar na atuação, parece faltar um pouco de carisma ao jovem. O destaque do elenco fica para a gélida assassina vivida pela desconhecida Leem Lubany, papel que no original era de Max Von Sydow e para a curiosa participação de Brendan Fraser como um dos conspiradores.

Mesmo com a história que deveria ser fechada, ainda foi deixado um gancho para uma segunda temporada que deverá sair do papel este ano. 

Três Dias do Condor (Three Days of the Condor, EUA, 1975) – Nota 7
Direção – Sidney Pollack
Elenco – Robert Redfod, Faye Dunaway, Cliff Robertson, Max Von Sydow, John Houseman.

Joseph Turner (Robert Redford) é um analista da CIA que faz parte de uma equipe especializada em prever possíveis situações que seus agentes de campo tenham de enfrentar. Num certo dia ao retornar do almoço, Joseph encontra todas as pessoas da sua equipe mortas. Desesperado e sem treinamento de campo, ele sabe que será o próximo alvo. 

Ao fugir, Joseph sequestra e se esconde na casa da fotógrafa Kate (Faye Dunaway). Ele tentará contactar seu chefe (Cliff Robertson), ao mesmo tempo em que um assassino (Max Von Sydow) está à sua procura. 

Mesmo hoje estando um pouco envelhecido no estilo da narrativa, este longa marcou época por explorar uma trama complexa detalhando os bastidores sujos da CIA logo em seguida ao escândalo de Watergate que derrubou o presidente Richard Nixon. 

Além do sempre carismático Robert Redford, o destaque fica para o assassino vivido por Max Von Sydow. Vale citar que a parceria entre o astro Robert Redford e o diretor Sydney Pollack rendeu sete filmes.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Submersão

Submersão (Submergence, Alemanha / França / Espanha / EUA, 2017) – Nota 5,5
Direção – Wim Wenders
Elenco – James McAvoy, Alicia Vikander, Celyn Jones, Reda Kateb, Alexander Siddig, Jean Pierre Lorit.

Danielle (Alicia Vikander) é uma oceanógrafa que está prestes a participar de uma exploração no fundo do mar que será realizada dentro de um veículo que lembra um pequeno submarino. 

James More (James McAvoy) é um espião que termina preso por rebeldes em um país africano. As duas tramas se unem em flashbacks que detalham o encontro por acaso entre os dois personagens no litoral do Chipre. 

O diretor alemão Wim Wenders chegou ao auge da carreira nos anos oitenta após entregar duas obras que se tornaram clássicas. Os inesquecíveis “Paris, Texas” e “Asas do Desejo” focam em tramas dolorosas descritas de forma poética, criando um estilo que o diretor utiliza até hoje, sendo que nos últimos vinte anos sem grande sucesso. 

A tentativa de criar aqui uma história de amor intercalada com sofrimento resulta em um filme vazio, daqueles em que ao chegar no final o espectador fica com a impressão de que tudo que aconteceu na história não serviu para absolutamente nada. 

O estilo poético do diretor acaba se perdendo em meio a uma trama desconexa e pretensiosa. O casal principal entrega boas interpretações, mas é pouco para salvar o longa.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

O Ódio que Você Semeia

O Ódio que Você Semeia (The Hate U Give, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – George Tillman Jr.
Elenco – Amandla Stenberg, Regina Hall, Russell Hornsby, Anthony Mackie, Common, Issa Rae, Algee Smith, Sabrina Carpenter, K.J. Apa, Dominique Fishback, Lamar Johnson, TJ Wright, Megan Lawless.

Starr (Amandla Stenberg) é uma adolescente que vive com sua família em um bairro em que toda a população é negra, porém estuda em um colégio de classe média em que a maioria dos alunos são brancos. 

Após sair de uma festa com o amigo Khalil (Algee Smith) que trabalha para o tráfico, o carro é parado por um policial e a situação termina na morte do garoto. O fato muda a vida de Starr, que se vê pressionada por todos os lados para decidir se deve ou não testemunhar na justiça. 

Este filme é um verdadeiro poço de contradições. Começando pelos acertos, destaco a tentativa de mostrar como é terrível a influência de um grande traficante no meio de uma comunidade pobre, situação focada no personagem de Anthony Mackie. 

O preconceito dos dois lados é mostrado de forma correta até certo ponto, o grande erro está em demonizar a polícia no geral. Todos os personagens policiais são mostrados como racistas, com exceção ao ator negro Common, que é tratado como traidor por parte de sua comunidade. 

O roteiro ao mesmo tempo em que acerta em outro ponto ao destacar que em uma família estruturada os filhos tendem a seguir o caminho certo independente do poder aquisitivo, por outro lado, existe uma certa ingenuidade ao desenvolver o personagem do pai da protagonista vivido por Russell Horsnby como um traficante que mudou de vida e se tornou comerciante, algo que claramente é uma enorme exceção. 

A sequência da discussão em frente ao restaurante é outra situação em o diretor escolheu um caminho que beira a ingenuidade, além é claro do estranho “final feliz”. 

O filme e o tema podem ser resumidos em uma fala do personagem de Common que cita que “é uma situação complicada para todos os lados”. 

domingo, 5 de janeiro de 2020

O Irlandês

O Irlandês (The Irishman, EUA, 2019) – Nota 10
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci, Harvey Keitel, Ray Romano, Bobby Cannavale, Anna Paquin, Stephen Graham, Stephanie Kurtzuba, Jack Huston, Katherine Narducci, Jesse Plemons, Domenick Lombardozzi, Gary Basaraba, Paul Herman, Louis Cancelmi, Bo Dietl, StevenVan Zandt, Paul Ben Victor.

Morando em uma casa de repouso no final da vida, Frank “O Irlandês” Sheehan (Robert De Niro) narra sua trajetória pessoal e profissional dentro da Máfia. 

Nos anos cinquenta, Sheehan trabalhava como motorista de caminhão e desviava cargas. Seu trabalho o leva a cruzar o caminho de Russell Bufalino (Joe Pesci), um mafioso especialista em negócios e também em resolver problemas. 

Não demora para Sheehan se tornar protegido de Russell, iniciando uma amizade que durará décadas e terá grande importância no envolvimento da Máfia com o sindicato dos caminhoneiros comandado pelo lendário Jimmy Hoffa (Al Pacino). 

O ótimo roteiro escrito por Steven Zaillian é baseado em um livro de Charles Brandt que descreve uma versão contada pelo verdadeiro Frank Sheehan sobre o que realmente ocorreu com Jimmy Hoffa e também sobre o envolvimento da Máfia no assassinato de John F. Kennedy. Deixando de lado as dúvidas em relação ao que é detalhado aqui, o filme é uma verdadeiro presente para o cinéfilo, mesmo tendo a longa duração de três horas e meia. São vários pontos positivos. 

O roteiro é sensacional ao detalhar os acontecimentos importantes citados, além das relações entre os protagonistas e vários arcos com coadjuvantes que passam pelo caminho dos mesmos, vários deles com destinos trágicos. A montagem de Thelma Schoonmaker, eterna parceira nos trabalhos de Scorsese, é perfeita. O grande números de personagens e situações ficam totalmente compreensíveis. Diferente da violência explosiva de “Os Bons Companheiros”, aqui Scorsese insere os assassinatos de uma forma simples, com tiros à queima-roupa sem pirotecnia. 

E o ponto principal vai para o sensacional elenco. Scorsese conseguiu reunir Robert De Niro, Al Pacino e a volta do aposentado Joe Pesci. Este provavelmente será o único filme a ter estes quatro monstros do cinema juntos. 

Vale citar ainda as ótimas atuações de Ray Romano como o advogado da Máfia e de Hoffa, Harvey Keitel como o chefão, o inglês Stephen Graham explosivo como o inimigo de Hoffa e uma calada Anna Paquin vivendo a filha de Sheehan, que apenas com o olhar consegue demonstrar sua repulsa as atitudes do pai e de Bufalino. 

É um filme que já nasceu clássico.

sábado, 4 de janeiro de 2020

O Quarto Oculto

O Quarto Oculto (The Lost Room, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Craig R. Baxley
Elenco – Peter Krause, Julianna Margulies, Peter Jacobson, Dennis Christopher, April Grace, Elle Fanning, Kevin Pollak, Jason Douglas, Chris Bauer, Harriet Sansom Harris, Margaret Cho, Ann Cusack, Roger Bart, Ewen Bremner, Tim Guinee.

Uma transação entre criminosos resulta numa estranha disputa por uma enigmática chave que termina nas mãos do policial Joe Miller (Peter Krause). Ele descobre que a chave pode abrir qualquer porta, levando direto ao quarto de um antigo motel. 

Por curiosidade, sua filha pequena Anna (Elle Fanning) utiliza a chave, entra no quarto e desaparece. Joe inicia uma desesperada busca pela filha, se envolvendo pelo caminho com vários personagens que também possuem ou procuram outros objetos com poderes assustadores. 

Esta minissérie em três episódios de uma hora e meia cada apresenta uma premissa intrigante e extremamente criativa. A ideia de utilizar objetos comuns como um pente, uma chave, uma caneta, um baralho e outros itens como gadgets sobrenaturais abre um leque enorme para o desenvolvimento da história. 

A investigação leva o protagonista a cruzar o caminho de coadjuvantes estranhos, entre eles dois grupos antagônicos que buscam os objetos por motivos diferentes. 

A minissérie se sustenta pela criatividade da trama e as surpresas em relação aos objetos. Por outro lado, ela perde pontos pela falta de um roteiro um pouco mais bem trabalhado, principalmente em relação a parte a final, além de algumas soluções que apresentam furos. Os efeitos especiais é outro ponto negativo. 

Colocando tudo na balança, é uma minissérie que merece ser descoberta pelos fãs de ficção.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

The Dead Center & A Casa dos Pássaros Mortos


The Dead Center (The Dead Center, EUA, 2018) – Nota 5,5
Direção – Billy Senese
Elenco – Shane Carruth, Poorna Jagannathan, Jeremy Childs, Bill Feehely, Andy McPhee.

Um sujeito que cometeu suicídio (Jeremy Childs) ressuscita no necrotério e foge. Ele vai parar em um hospital psiquiátrico, alternando momentos de fúria com outros em que se mostra catatônico. A estranha atitude chama a atenção do psiquiatra que o atendeu (Shane Carruth).

Em paralelo, o médico patologista (Bill Feehely) que faria a autópsia fica intrigado com o sumiço do corpo e decide investigar a vida do desconhecido.

Este estranho filme chama a atenção apenas dos cinéfilos curiosos que gostam de obras independentes e que conhecem o trabalho do aqui apenas ator e antigo matemático Shane Carruth, que estreou no cinema como diretor em 2004 com o enigmático “Primer”.

Aqui a direção e o roteiro ficam por conta do desconhecido Billy Senese, que até apresenta uma premissa intrigante, mas que se perde em uma narrativa repetitiva e atuações ruins que parecem saídas de algum filme B dos anos oitenta.

O final também é puro clichê dos filmes de terror. O resultado fica bem abaixo do esperado.

A Casa dos Pássaros Mortos (Dead Birds, EUA, 2004) – Nota 5
Direção – Alex Turner
Elenco – Henry Thomas, Patrick Fugit, Nicki Aycox, Michael Shannon, Muse Watson, Mark Boone Junior, Isaiah Washington.

Durante a Guerra da Secessão, um grupo de soldados confederados assalta um banco e foge com um carregamento de moedas de ouro. O líder do grupo (Henry Thomas) leva os companheiros em direção a uma fazenda abandonada que seria da família de um amigo falecido.

O grupo encontra o local cercado por um enorme matagal e são atacados por um estranha criatura que é abatida. Mesmo assim, eles acreditam que a fazenda seria o esconderijo perfeito, sem imaginar que enfrentarão uma noite de terror. 

A premissa de misturar western com terror é criativa, assim como o clima de suspense pontuado por uma estranha trilha sonora é destaque, porém os pontos positivos acabam por aí. Mesmo com apenas uma hora e meia de duração, a narrativa é bastante arrastada. O diretor parece confundir lentidão com suspense. 

O roteiro explica o porquê do sobrenatural, mas desde o início quando os soldados matam a criatura bizarra e de forma ingênua seguem como se fosse um cão ou lobo, fica difícil acreditar no filme. Para piorar, as atuações são fracas, com exceção de Michael Shannon que tenta dar algo a mais no pequeno vilão que interpreta. 

Resumindo, a premissa e o título marcante são desperdiçadas. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

MI-5

MI-5 (Spooks: The Greater Good, Inglaterra, 2015) – Nota 7
Direção – Bharat Nalluri
Elenco – Peter Firth, Kit Harington, Jennifer Ehle, Tim McInnerny, David Harewood, Elyes Gabel, Tuppence Middleton.

Um terrorista (Elyes Gabel) é resgatado enquanto está sendo transportado pelas ruas de Londres para ser entregue a CIA. A falha do serviço secreto britânico MI-5 leva o chefe da operação Harry Pearce (Peter Firth) a tomar uma decisão radical. 

Pearce usa suas informações para localizar sozinho o terrorista, pois acredita que exista um traidor no MI-5, ao mesmo tempo em que se envolve na investigação o ex-agente Will Hollloway (Kit Harington), um jovem que foi dispensado do serviço e que o vê como inimigo. 

Esta longa de ação que bebe na fonte de obras como a franquia Jason Bourne explora um complexo roteiro recheado de mentiras, traições e agentes duplos em boas sequências de correria e violência. O roteiro explora ainda os bastidores da política em relação a segurança nacional e a questão do terrorismo. 

Para quem gosta de uma diversão agitada sem exigir muito, este filme é uma boa opção.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A Lavanderia

A Lavanderia (The Laundromat, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Steven Soderbergh
Elenco – Meryl Streep, Gary Oldman, Antonio Banderas, Robert Patrick, David Schwimmer, Jeffrey Wright, Sharon Stone, James Cromwell, Will Forte, Chris Parnell, Nonso Anozie, Nikki Amuka Bird, Matthias Schoenaerts, Rosalind Chao.

Em 2016, uma fonte anônima enviou para um jornal documentos sigilosos sobre transações financeiras ilegais envolvendo corporações e pessoas poderosas que tinham ligações com a empresa de investimentos Mossack & Fonseca. O escândalo ficou conhecido como “Panama Papers”. 

O diretor Steven Soderbergh tentou seguir o mesmo estilo do ótimo “A Grande Aposta” que explorou a chamada “Bolha Imobiliária” que levou os Estados Unidos ao caos financeiro em 2008.

Enquanto “A Grande Aposta” focava em três narrativas paralelas ligadas pelo escândalo, aqui Soderbergh se baseou em um livro sobre o tema e preferiu detalhar pequenas histórias individuais sobre corrupção financeira e suas consequências. 

O ponto de partida é o naufrágio de um barco de turismo em que o dona de casa Ellen (Meryl Streep) perde o marido afogado. A burocracia para receber o seguro é o início da descoberta de uma teia de aplicações fraudulentas e empresas de fachada, que passam pelas ilhas do Caribe e seguem até a China. 

Esta escolha de contar pequenas histórias que não chegam a se cruzar passa a impressão de que faltou uma final para cada trama. Por outro lado, a narrativa é bastante agradável e fluída, com destaque para a narração irônica e sarcástica da dupla de investidores corruptos Mossack e Fonseca interpretados respectivamente por Gary Oldman e Antonio Banderas. 

É um filme que poderia ser melhor, mas que vale ser visto para quem gosta de histórias reais que detalham os bastidores de grandes casos de corrupção.