A Espiã (Zwartboek, Holanda / Alemanha / Inglaterra /
Bélgica, 2006) – Nota 8,5
Direção – Paul Verhoeven
Elenco – Carice van Houten, Sebastian Koch, Thom Hoffman,
Halina Reijn, Waldemar Kobus, Derek de Lint, Christian Berkel, Dolf de Vries,
Michiel Huisman, Matthias Schoenaerts, Johnny de Mol.
Israel, 1956. Entre um grupo de turistas que visita um
Kibutz, uma mulher (Halina Rejn) reconhece a professora que está dando aula
para crianças e a chama pelo nome, Ellis de Vries (Carice Van Houten). As duas
conversam rapidamente enquanto a excursão não segue seu caminho, mas fica clara a relação
de amizade que existia no passado.
Depois deste rápido prólogo, Ellis fica
pensativa e a história volta para 1944 na Holanda, em meio a Segunda Guerra
Mundial. A partir daí, conheceremos a história de Ellis, que na verdade se
chama Rachel Stein e pertencia a uma família judia que queria fugir do
país antes de serem capturados pelos nazistas, porém uma série de situações
coloca a então jovem no meio da Resistência Holandesa.
Durante muitos anos, o
diretor Paul Verhoeven e o roteirista Gerard Soeteman coletaram histórias
verdadeiras sobre a luta dos holandeses contra o nazismo. O resultado é este
ótimo longa que mistura drama, espionagem e ação através de um complexo roteiro
repleto de reviravoltas e traições.
Por mais que o diretor Paul Verhoeven tenha
sido elogiado pelo recente “Elle”, este “A Espiã” é um filme mais sólido e que
tem a cara do diretor. As habituais cenas de violência e o toque de sacanagem
com cenas de nudez estão presentes, com um detalhe, nada disso é gratuito, tudo
faz parte do terrível contexto em que se passa a história.
Mesmo levando em
conta o fracasso de “Showgirls”, a carreira de Verhoeven é extremamente sólida,
desde sua primeira fase holandesa nos anos setenta e início dos oitenta,
passando pelos trabalhos em Hollywood (“Robocop”, “Conquista Sangrenta”, “O
Vingador do Futuro”, “Instinto Selvagem”) até a volta ao seu país natal.
Vale
destacar a belíssima produção de época, as cenas de ação eletrizantes e o ótimo
elenco. A belíssima e desinibida Carice van Houten está ótima no papel
principal, assim como o holandês Derek de Lint como o líder da resistência e os
alemães Sebastian Koch e Christian Berkel interpretando oficiais nazistas.
É um
grande filme indicado para quem gosta de cinema de ação com conteúdo.