quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Os Mortos Não Morrem

Os Mortos Não Morrem (The Dead Don’t Die, EUA / Suécia, 2019) – Nota 5,5
Direção – Jim Jarmusch
Elenco – Bill Murray, Adam Driver, Tilda Swinton, Tom Waits, Chloe Sevigny, Steve Buscemi, Eszter Balint, Danny Glover, Caleb Landry Jones, RZA, Larry Fessenden, Rosie Perez, Carol Kane, Sarah Drive, Iggy Pop, Selena Gomez.

Uma pequena mudança na rotação do eixo da Terra faz com que os mortos voltem à vida.

Na pequena cidade de Centerville, os zumbis passam a atacar e matar os moradores. Para deter os mortos-vivos, um trio de policiais (Bill Murray, Adam Driver e Chloe Sevigny) recebe a ajuda de uma estranha agente funerária (Tilda Swinton). 

Por mais que eu goste de vários filmes malucos de Jim Jarmusch, este é sem dúvida um dos mais fracos de sua carreira. A tentativa de fazer uma crítica social é bastante rasa e sem graça, tanto na questão política através do personagem de Steve Buscemi, como na escolha de fazer com que os zumbis procurem coisas que eles gostavam quando vivos, como celulares, café e até doces. 

Os personagens bizarros comuns aos filmes do diretor também não ajudam, com exceção do ermitão vivido pelo impagável Tom Waits. Vários coadjuvantes parecem perdidos na trama, como o grupo de jovens com Selena Gomez e os adolescentes infratores presos. 

Infelizmente o resultado é uma enorme bola fora na carreira do diretor.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

2:22 - Encontro Marcado

2:22 – Encontro Marcado (2:22, Austrália / EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Paul Currie
Elenco – Michiel Huisman, Teresa Palmer, Sam Reid, John Waters, Kerry Armstrong.

Dylan (Michiel Huisman) é um controlador de voo que vê padrões em tudo ao seu redor. O hábito de calcular situações leva Dylan a quase causar um acidente aéreo. 

Pouco tempo depois, ele cruza o caminho da jovem Sarah (Teresa Palmer), que estava no avião que escapou por pouco da tragédia. A coincidência do encontro e as semelhanças com um crime ocorrido há muitos anos deixa Dylan obcecado em provar que existe um padrão nos acontecimentos e que o crime está prestes a se repetir. 

A história começa intrigante e com um bom suspense até a sequência dos aviões. Quando a trama se divide entre o romance e a busca por respostas do protagonista, o longa se torna irregular e repetitivo na tentativa de manter o suspense até a sequência final. 

O filme ganha pontos pela criatividade na forma de como os cálculos do protagonista são mostrados na tela. O resultado é apenas razoável.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

O Aviso

O Aviso (El Aviso, Espanha, 2018) – Nota 7,5
Direção – Daniel Calparsoro
Elenco – Raul Arévalo, Aura Garrido, Hugo Arbues, Belén Cuesta, Antonio Dechent, Aitor Luna, Luis Callejo, Sergio Mur.

Em 2008, enquanto Jon (Raul Arévalo) está abastecendo o carro, seu amigo David (Sergio Mur) é baleado dentro da loja de conveniências do local. 

Dez anos depois, o garoto Nico (Hugo Arbues), que é vítima de bullying de colegas da escola, recebe um bilhete anônimo citando que em 12 de abril, no dia do seu aniversário, ele deverá ficar longe da mesma loja de conveniências. 

Com a trama dividida nestas duas narrativas separadas por dez anos, este longa explora um complexo roteiro que parece totalmente sem sentido no início, mas que aos poucos amarra as pontas de uma forma criativa, mesmo com alguns furos. 

O protagonista vivido por Raul Arévalo é uma espécie de gênio matemático perturbado que procura padrões que expliquem a violência contra seu amigo através da ligação com fatos estranhos ocorridos no mesmo local em outras épocas. Como se a loja de conveniências fosse um local maldito. 

É um suspense que mesmo com as falhas consegue prender a atenção e entregar um resultado bastante satisfatório.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Meu Eterno Talvez

Meu Eterno Talvez (Always Be My Baby, EUA, 2019) – Nota 7
Direção -  Nahnatchka Khan
Elenco – Ali Wong, Randall Park, James Saito, Michelle Buteau, Vivian Bang, Keanu Reeves, Susan Park, Daniel Dae Kim, Karan Soni, Charlyne Yi.

Amigos na infância e na adolescência, Sasha (Ali Wong) e Marcus (Randall Park) se afastam após uma discussão. 

Quinze anos depois, Sasha se tornou uma famosa chef dona de um restaurante de sucesso, enquanto Marcus ainda trabalha com o pai que tem uma pequena empresa de manutenção. Nas horas vagas, Marcus é o vocalista de uma banda. 

Quando Sasha volta a San Francisco para abrir uma filial de seu restaurante, ela reencontra Marcus. As diferenças de pensamento, estilo de vida e as marcas do passado se tornam obstáculos imensos para uma reaproximação. 

Esta simpática comédia romântica tem como grande destaque a química entre os poucos conhecidos Randall Park e Ali Wong, que criam personagens divertidos, confusos e ao mesmo tempo próximos da realidade. 

É curiosa e também bizarra a participação do astro Keanu Reeves interpretando ele mesmo e tirando um sarro dos boatos que o citam como um sujeito zen e um pouco maluco. 

Mesmo sem grandes surpresas, o filme cativa e prende a atenção.

domingo, 27 de outubro de 2019

A Música da Minha Vida

A Música da Minha Vida (Blinded by the Light, Inglaterra / EUA, 2019) – Nota 8
Direção – Gurinder Chadha
Elenco – Viveik Kalra, Kulvinder Ghir, Hayley Atwell, Meera Ganatra, Kit Reeve, Aaron Phagura, Dean Charles Chapman, Nikita Mehta, David Hayman, Lorraine Ashbourne.

Luton, Inglaterra, 1987. Javed (Viveik Kalra) é um adolescente filho de paquistaneses que está no último ano de colégio e sonha ir para universidade para se tornar escritor. 

Ele enfrenta a resistência do pai (Kulvinder Ghir) que deseja ver o filho trabalhando e seguindo os princípios muçulmanos. Tudo começa a mudar quando um colega de escola (Aaron Paghura) apresenta para Javed as músicas de Bruce Springsteen que falam sobre as dificuldades da vida e a realização de sonhos. 

A onda de filmes sobre ícones da música muda um pouco o foco neste ótimo drama. Não é um filme sobre a vida de Bruce Springsteen, o que vemos é uma história real de um jovem que utilizou as músicas do cantor como inspiração para alcançar seu sonho. 

Apesar de não apresentar grandes surpresas, o roteiro é perfeito para contar uma história de vida em que o protagonista sofre não somente com seus problemas, mas também com as dificuldades enfrentadas pela sua família em meio a uma época em que a Inglaterra vivia uma enorme recessão econômica. 

A trilha sonora é outro ponto alto, lógico que pelas músicas de Bruce Springsteen e também por utilizar várias sucessos da época que farão os espectadores mais velhos voltarem no tempo. 

O desconhecido Viveik Kalra entrega uma simpática interpretação, totalmente de acordo com a proposta do filme. 

É uma história que vai além das músicas.

sábado, 26 de outubro de 2019

Jogos Vorazes

Jogos Vorazes (The Hunger Games, EUA, 2012) – Nota 6
Direção – Gary Ross
Elenco – Jennifer Lawrence, Woody Harrelson, Josh Hutcherson, Wes Bentley, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Stanley Tucci, Lenny Kravitz, Toby Jones, Jack Quaid, Willow Shields.

No futuro, o mundo é controlado por um governo totalitário que dividiu as regiões periféricas em doze distritos. 

Como uma revolução fora derrotada, os distritos rebeldes são obrigados a oferecer todos os anos um casal de adolescentes para disputarem um jogo mortal transmitido ao vivo pela tv como uma espécie de punição. 

Os jovens são treinados e levados para uma floresta onde lutam até somente um sobreviver. Neste contexto, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) tenta sobreviver e quem sabe se tornar uma esperança para as oprimidas pessoas dos distritos. 

Baseado numa série de livros famosos de Suzanne Collins, este longa foi o primeiro de uma franquia que rendeu quatro filmes. Ao meu ver fica claro que a escritora usou como inspiração ou até mesmo base a história do ótimo longa japonês “Battle Royale” produzido em 2000, porém criando uma roupagem moderna e até certo ponto clean, além de atenuar bastante a violência. 

Provavelmente por ter visto “Battle Royale” primeiro, este “Jogos Vorazes” me decepcionou. A história explora clichês melodramáticos e tem uma narrativa irregular durante as longas duas horas e meia de duração. Por ter sido produzido pensando em uma franquia, o filme ainda termina com a história pela metade. 

Outra coisa que me desagradou foi o figurino “festivo” das pessoas da elite, provavelmente criado para ser uma crítica social, mas que resulta em algo um tanto bizarro. 

O filme ganha pontos pelas cenas de ação durante a caçada na parte final e pelas atuações de Jennifer Lawrence e Woody Harrelson, sempre competentes e carismáticos. 

Simplifico citando que se trata de uma aventura adolescente no máximo razoável e que não despertou vontade alguma de conferir as sequências.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Perigo Próximo & Delírios do Passado


Perigo Próximo (Better Watch Out, Austrália / EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Chris Peckover
Elenco – Oliva DeJonge, Levi Miller, Ed Oxenbould, Aleks Mikic, Dacre Montgomery, Patrick Warburton, Virginia Madsen.

Na época de Natal, os pais de Luke (Levi Miller) saem para jantar com amigos e deixam o garoto em casa com a jovem babá Ashley (Olivia DeJonge). Luke tem apenas doze anos e está apaixonado pela garota que tem dezoito. Os planos de tentar seduzir Ashley mudam quando um estranho começa a rondar a casa e fazer ligações os ameaçando. É o início de uma noite de terror.

Este suspense de baixo orçamento foi uma boa surpresa. Eu esperava um filme comum do gênero, o que realmente ocorre na primeira meia-hora, até o roteiro entregar uma criativa reviravolta. Não posso dar dicas ou comparar com um filme famoso que chega a ser citado em uma determinada sequência para não estragar a surpresa de quem ainda não conferiu.

É um filme que mostra como uma história criativa pode dar uma nova a cara um gênero desgastado.

Delírios do Passado (Delirium, EUA, 2018) – Nota 5
Direção – Dennis Iliadis
Elenco – Topher Grace, Patricia Clarkson, Genesis Rodriguez, Robin Thomas, Callan Mulvey.

Após vinte anos preso em uma instituição psiquiátrica, Tommy (Topher Grace) recebe alta, porém terá de cumprir trinta dias de prisão domiciliar. Tentando se manter equilibrado a base de medicamentos fortes, Tommy volta para a antiga mansão da família. Sozinho e sendo pressionado por sua agente da condicional (Patricia Clarkson), não demora para ele começar a ter alucinações relacionadas aos traumas vividos no passado. 

A premissa é interessante, assim como a dúvida que surge no início sobre o crime que ele teria cometido e qual a participação de sua família. Infelizmente tudo se perde em um roteiro confuso que tenta enganar o espectador através de sequências que misturam alucinações e realidade, mas que transformam a narrativa em uma salada russa. 

A explicação para a entrada em cena do personagem do irmão (Callan Mulvey) é absurda, assim como as atitudes do mesmo. Também não convence a atuação de Topher Grace, ator muito mais acostumado a comédias e filmes românticos. 

O resultado é um filme totalmente dispensável.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

El Reino

El Reino (El Reino, França / Espanha, 2018) – Nota 8
Direção – Rodrigo Sorogoyen
Elenco – Antonio de la Torre, Monica Lopez, Josep Maria Pou, Bárbara Lennie, Nacho Fresneda, Ana Wagener, Luis Zahera, Francisco Reyes.

Espanha, 2007. Na sequência inicial um grupo de amigos em uma mesa de restaurante conta piadas e debocha das falcatruas que estão acostumados a cometer. Logo, descobrimos que são políticos e agregados ligados a um partido. 

Quando estoura um escândalo que a princípio aponta apenas para um dos integrantes do grupo e em seguida chega em Manuel (Antonio de la Torre), que estava prestes a assumir o comando do partido, a aparente amizade se transforma numa sucessão de mentiras e traições, com cada um pensando em salvar a própria pele. 

Este ótimo drama espanhol foca no tema da corrupção política de uma forma atual e por sinal muito parecida com o que ocorre em nosso país. 

Apesar de ser corrupto, o protagonista vivido pelo sempre competente Antonio de la Torre desperta uma estranha simpatia à partir do momento que seu desespero vem à tona ao perceber que todos seus colegas se afastaram, torcendo para ele “segurar a bronca” sozinho. 

As sujeiras dos bastidores da política são detalhadas de forma real, mostrando um mundo onde a falta de escrúpulos é algo comum. 

É um filme que passa a mensagem de que é quase impossível vencer a corrupção.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Kursk

Kursk (Kursk, Bélgica / Luxemburgo, 2018) – Nota 7,5
Direção – Thomas Vinterberg
Elenco – Matthias Schoenaerts, Colin Firth, Léa Seydoux, Peter Simonischek, August Diehl, Max von Sydow, Bjarne Henriksen, Magnus Milang.

Rússia, agosto de 2000. O submarino nuclear Kursk navega pelo Mar de Barents em uma missão de treinamento.

O velho submarino apresenta uma falha e parte dele explode, causando a morte de vários tripulantes e deixando os sobreviventes presos em um compartimento. 

Enquanto os marinheiros tentam manter o submarino funcionando, parentes se desesperam ao perceber a demora das autoridades russas em tentar o resgate. 

O desastre do Kursk tem semelhanças com a tragédia de Chernobyl, logicamente em uma escala menor. Os ingredientes são os mesmos. Equipamentos sucateados extremamente perigosos, trabalhadores sendo explorados e correndo perigo, além do terrível orgulho russo em não aceitar as próprias falhas ou ajuda externa. 

O filme é dramático nas sequências dentro do submarino, que foram muito bem filmadas por sinal e revoltante nas cenas em que os familiares precisam lidar com as autoridades, principalmente com a figura do oficial vivido pelo veteraníssimo Max von Sydow. 

No elenco, destaque para o belga Matthias Schoenaerts, que se torna o líder dos sobreviventes e que nos últimos anos vem em uma merecida crescente na carreira.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

John Wick 3: Parabellum

John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3 – Parabellum, EUA, 2019) – Nota 7,5
Direção – Chad Stahelski
Elenco – Keanu Reeves, Halle Berry, Ian McShane, Laurence Fishburne, Mark Dacascos, Asia Kate Dillon, Lance Reddick, Tobias Segal, Anjelica Huston, Said Taghmaoui, Jerome Flynn, Randall Duk Kim.

O longa começa exatamente no final do anterior. Após matar um inimigo dentro do hotel dos assassinos violando o código de regras da organização, John Wick foge sabendo que sua cabeça está a prêmio. 

Com vários assassinos em seu encalço, John Wick utiliza suas últimas fichas com seus contatos para tentar revogar sua “sentença de morte”. 

Este terceiro longa mantém a qualidade da franquia através de uma incrível sequência de cenas de ação quase ininterruptas. A proposta do diretor e ex-dublê Chad Stahelski em entregar um filme para apreciadores do cinema de ação funciona extremamente bem, explorando sequências de tiroteios, facadas e brigas ao estilo Kung Fu. 

Mesmo longe de ser um grande ator, Keanu Reeves é um sujeito carismático e competente nas cenas de ação, sendo a escolha perfeita para o papel. Os toques de exagero e os coadjuvantes estranhos são outros pontos positivos. 

O enorme gancho do final e o sucesso da trilogia devem render uma quarto e merecido filme em breve.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Roda Gigante

Roda Gigante (Wonder Wheel, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Woody Allen
Elenco – Kate Winslet, Justin Timberlake, James Belushi, Juno Temple, Jack Gore, Tony Sirico, Steven R. Schirripa, Max Casella, David Krumholtz.

Coney Island, anos cinquenta. Carolina (Juno Temple) volta para a casa do pai Humpty (James Belushi) que está casado com a ex-atriz Ginny (Kate Winslet) com quem tem um filho pequeno (Jack Gore). A jovem está fugindo do marido mafioso após testemunhar contra ele em um processo. 

A situação é ainda mais complicada porque Ginny não quer Carolina em sua casa, além de se sentir frustrada com o casamento e o emprego de garçonete. Ginny vê a chance de mudar de vida quando inicia um affair com o jovem salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). 

Mesmo explorando ingredientes habituais da maioria de seus trabalhos como amores proibidos, traições e um personagem que deseja ser escritor, Woody Allen desta vez segue mais para o caminho do drama do que para a comédia de costumes. 

A protagonista vivida por Kate Winslet é a síntese da mulher frustrada que coloca seus desejos acima de tudo, acreditando ser sua última chance de ser feliz e não se preocupando em machucar as pessoas ao seu redor. 

A “Roda Gigante” do título se refere ao parque de diversões onde trabalha o personagem de James Belushi como operador de um carrossel, que também pode ser visto como simbolismo em relação as vidas que giram, giram e não avançam.

domingo, 20 de outubro de 2019

El Camino: A Breaking Bad Movie

El Camino: A Breaking Bad Movie (El Camino: A Breaking Bad Movie, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Vince Gilligan
Elenco – Aaron Paul, Jesse Plemons, Robert Forster, Jonathan Banks, Matt Jones, Charles Baker, Larry Hankin, Tom Bower, Tess Harper, Michael Bofshever, Brendan Sexton III, Kevin Rankin, Krysten Ritter, Bryan Cranston.

A cultuada série “Breaking Bad” com certeza está entre as melhores de todos os tempos. Ela terminou deixando em aberto o destino do personagem de Jesse Pinkman (Aaron Paul). 

Este longa começa exatamente no final da série, quando Jesse escapa do cativeiro após seu parceiro Walter White (Bryan Cranston) deixar um rastro de mortes. Para não ser preso, Jesse procura antigos amigos e conhecidos que possam ajudá-lo a fugir. 

Em paralelo, o roteiro cria uma segunda narrativa em flashback mostrando a vida de Jesse no cativeiro e sua relação com o maluco Todd (Jesse Plemons). 

Eu considero um filme estranho, que mesmo sendo correto e entregando um final aceitável para o personagem, tem como maior interesse matar a saudade do público. 

A trama aqui acrescenta pouco ao que foi mostrado na série, deixando a impressão de ser apenas um novo episódio estendido.

sábado, 19 de outubro de 2019

City on a Hill

City on a Hill (City on a Hill, EUA, 2019)
Criador – Chuck MacLean
Elenco – Kevin Bacon, Aldis Hodges, Jonathan Tucker, Jill Hennessy, Mark O’Brien, Lauren E. Banks, Amanda Clayton, Jere Shea, Kevin Chapman, Sarah Shahi, Catherine Wolf, Kevin Dunn, Rory Culkin, James Remar, Cathy Moriarty, Michael O’Keefe, Seth Gilliam, Kathryn Erbe, Zoe Margareth Colletti, KeyLin Durrel Jones, Gloria Reuben, Lee Tergesen, Scott William Wintes, Dean Winters, Bruce Altman.

Boston, 1992. Jackie Rohr (Kevin Bacon) é um veterano agente do FBI que cria suas próprias regras. DeCourcy Ward (Aldis Hodges) é um promotor púbico novato e idealista que é mal visto pelos policiais por ter trabalhado em um caso de investigação de corrupção na corporação. Frankie Ryan (Jonathan Tucker) é o líder de uma quadrilha de assaltantes de carro-forte, que após um “trabalho” deixou um rastro de três seguranças mortos. O assalto e os assassinatos são os gatilhos para uma complexa trama envolvendo interesses pessoais, egos inflados e violência. 

Este seriado policial em dez episódios explora com competência os temas habituais do gênero, inserindo ainda na trama os dramas pessoais do trio de protagonistas. Rohr enfrenta uma crise no casamento com a dona de casa Jenny (Jill Hennessy). DeCourcy e sua esposa a advogada Siobhan (Lauren E. Banks) estão sempre em conflito por questões políticas, enquanto o assaltante Frank precisa acalmar a explosiva esposa Cathy (Amanda Clayton) que teme ver o marido na cadeia. 

Esta mistura de drama e policial prende a atenção do início ao fim através de uma narrativa com bom ritmo e um roteiro muito bem amarrado. 

O destaque do elenco fica para Kevin Bacon, perfeito como o agente do FBI canalha e manipulador. 

Uma segunda temporada deverá sair do papel brevemente.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Tickle Head, o Melhor Lugar da Terra & The Etruscan Smile


Tickle Head, o Melhor Lugar da Terra (The Grand Seduction, Canadá, 2013) – Nota 7
Direção – Don McKellar
Elenco – Brendan Gleeson, Taylor Kitsch, Gordon Pinsent, Liane Balaban, Cathy Jones.

Tickle Head é uma pequena e decadente vila de pescadores que estão proibidos de trabalhar por causa de uma lei. A maioria da população vive de cheques enviados pelo governo. A chance de mudar a situação surge quando uma indústria de petróleo indica ter interesse em construir uma fábrica de reciclagem de produtos químicos na região. A exigência principal é que a vila contrate um médico para morar no local.

Um determinado fato faz com que o médico Paul Lewis (Taylor Kitsch) seja obrigado a cumprir horas com a justiça trabalhando na vila por um mês. Liderados por Murray (Brendan Gleeson), os moradores criam uma verdadeira missão de espionagem para descobrir os desejos do médico e seduzi-lo para que ele fique em definitivo no local.

Este longa é uma refilmagem de outra produção canadense de 2005 que tinha o mesmo título original, sendo traduzido aqui como “A Grande Sedução”. Não vi o original para comparar, mas gostei bastante da premissa e da farsa criada pelo protagonista para seduzir o médico.

Algumas situações resolvidas de forma fácil demais não chegam a atrapalhar, principalmente pela simpatia dos personagens. O estilo da narrativa e a farsa lembram o superior “A Fortuna deNed”, que se passava em um povoado na Irlanda.

O resultado é um filme simples e inofensivo.

The Etruscan Smile (The Etruscan Smile, EUA, 2018) – Nota 6,5
Direção – Oded Binnun & Mihal Brezis
Elenco – Brian Cox, JJ Feild, Thora Birch, Rosanna Arquette, Treat Williams, Tim Matheson, Peter Coyote, Josh Stamberg.

Rory MacNeill (Brian Cox) passou toda sua vida em uma pequena vila na costa da Escócia. Viúvo e com indícios de que está doente, Rory decide ir para San Francisco encontrar seu filho Ian (JJ Feild) e fazer exames. 

O homem bruto, simples e inteligente rapidamente percebe que a aparente vida perfeita de Ian com a esposa Emily (Thora Birch) esconde um casal infeliz que não sabe como criar o filho que ainda é bebê. As diferenças de pensamento e valores vem à tona, dificultando a relação. 

Este longa segue o estilo das adaptações de livros sobre relações familiares que são sucesso entre o público ávido por tramas edificantes. O filme não é ruim, porém a história é totalmente previsível ao explorar o clichê do sujeito simples que se mostra mais sábio que o filho, mesmo com este último tendo saído de uma cidade no fim do mundo e conseguido se infiltrar na alta sociedade americana. 

O destaque fica para a atuação marcante de Brian Cox, ótimo ator que não tem tanta fama quanto merece, talvez por ter passado quase toda a carreira como coadjuvante. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Máquinas Mortais

Máquinas Mortais (Mortal Engines, EUA / Nova Zelândia, 2018) – Nota 6,5
Direção – Christian Rivers
Elenco – Hera Hilmar, Robert Sheehan, Hugo Weaving, Jihae, Ronan Raferty, Leila George, Patrick Malahide, Colin Salmon.

Em um futuro pós-apocalíptico, as cidades se tornaram móveis, utilizando rodas e engrenagens para fugirem das chamadas “cidades predadoras” que buscam roubar seus recursos e destruí-las. 

Em meio a este mundo, a jovem Hester Shaw (Hera Hilmar) pretende assassinar Thaddeus Valentine (Hugo Weaving), um dos líderes de uma cidade predadora. 

Seus planos são abortados pela ação do ingênuo historiador Tom (Robert Sheehan), que não sabe a verdade sobre Thaddeus. O fato faz com que Hester e Tom sejam obrigados a se unir para sobreviver. 

Este longa baseado em um livro de ficção fez algum barulho antes de ser lançado por ter Peter Jackson da trilogia “Senhor dos Anéis” como um dos produtores. A participação de Jackson parece ter servido apenas como marketing e na questão dos ótimos efeitos especiais, enquanto o desenvolvimento do roteiro e dos personagens deixam bastante a desejar. 

A história é claramente inspirada na saga “Star Wars”. Várias situações e soluções remetem aos filmes de George Lucas, porém desenvolvidas de uma forma confusa e sem grandes explicações. Os personagens sem carisma e o elenco fraco atrapalham bastante também. 

O filme prende atenção pela questão técnica e pelas cenas de ação, mas infelizmente é uma obra descartável e esquecível.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Coringa

Coringa (Joker, EUA / Canadá, 2019) – Nota 9
Direção – Todd Phillips
Elenco – Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Francis Conroy, Brett Cullen, Shea Whigham, Bill Camp, Glenn Fleshler, Leigh Gill, Josh Pais.

Gotham City, 1981. Na sequência inicial vemos uma cidade imunda por causa da greve dos lixeiros e um palhaço trabalhando em frente a uma loja. Ele tem seu cartaz de propaganda roubado por moleques, persegue os jovens meliantes e termina espancado. 

Em seguida descobrimos que o palhaço é Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um sujeito estranho, com dificuldade para se expressar e que vive com a mãe doente (Francis Conroy). Seu jeito de ser o faz enfrentar humilhações das mais variadas formas, situações que vão transformando aos poucos sua personalidade. 

A atuação insana e sensacional de Joaquin Phoenix já pode ser considerada clássica. Seus olhares, suas reações, a sinistra risada nervosa e as sequências de dança são perfeitas para a proposta do roteiro e da direção do surpreendente Todd Phillips. 

Com uma carreira toda voltada para comédias, a escolha de Todd Phillips para comandar este longa a princípio parecia um grande erro, porém a forma como a história foi desenvolvida misturando drama, comédia e tragédia mudou totalmente a percepção. 

Ele conseguiu criar um longa que critica toda a loucura do mundo atual sem apelar para ideologias ou vitimismo. O sofrimento enfrentado pelo protagonista independe de sistema político, o que vemos é a pior face do ser humano quando este quer defender seus interesses. 

O falso amigo que oferece a arma, a mãe manipuladora, o empregador que diz estar ajudando mas que trata pessimamente o funcionário, o político mentiroso e o apresentador canalha também vivido com maestria pelo grande Robert De Niro são várias faces da mesma moeda. 

O filme também é um exemplo de que existe espaço para que quadrinhos sejam adaptados de uma forma adulta, buscando um público diferente daquele que gosta do clássico embate entre o bem e o mal recheado de efeitos especiais. Quanto mais variadas as opções, maiores as chances de surgirem grandes filmes como este.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Operação Overlord

Operação Overlord (Overlord, EUA / Canadá, 2018) – Nota 7
Direção – Julius Avery
Elenco – Jovan Adepo, Wyatt Russell, Mathilde Ollivier, Pilou Asbaek, John Magaro, Iain De Caestecker, Jacob Anderson, Dominic Applewhite.

Segunda Guerra Mundial, Dia D. Um grupo de paraquedistas americanos tem a missão de destruir uma torre de comunicação utilizada pelos nazistas em uma pequena vila francesa. 

Os poucos soldados que sobrevivem ao salto estão com medo, porém preparados para enfrentar os nazistas. Eles não imaginam que encontrarão algo ainda mais aterrador do que inimigos armados. 

Esta mistura de guerra com ficção e terror resulta em um competente filme repleto de ação e sangue. O roteiro escrito pelo também diretor Billy Ray (“Olhos da Justiça”) explora o fato real do avanço dos aliados no Dia D em meio as bizarras histórias e lendas envolvendo experimentos científicos nazistas. 

Não espere grandes reviravoltas ou personagens complexos, o foco principal são as sequências ação, que por sinal foram muito bem filmadas.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Labirinto de Mentiras

Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens, Alemanha, 2014) – Nota 7,5
Direção – Giulio Ricciarelli
Elenco – Alexander Fehling, André Szymanski, Friederike Becht, Johannes Krisch, Johann von Bullow, Gert Voss.

Frankfurt, Alemanha, 1958. Johann Radmann (Alexander Fehling) é um jovem promotor público relegado a atuar em pequenos casos de infrações. 

Quando o jornalista Thomas Gnielka (André Szymanski) tenta denunciar um ex-oficial nazista que está trabalhando como professor em um colégio de crianças e acaba ignorado por outros promotores, Radmann se mostra curioso com o caso. 

Aos poucos, o jovem percebe que os crimes cometidos por muitos nazistas foram jogados debaixo do tapete. Seu desejo em descobrir a verdade desperta a atenção de seu chefe de origem judaica. O veterano Fritz Bauer (Gert Voss) encarrega Radmann de investigar e se possível levar os criminosos nazistas a julgamento. 

Este longa explora a história real da investigação que levou diversos ex-nazistas a julgamento dentro da Alemanha utilizando dois personagens reais e um fictício. O promotor-chefe Fritz Bauer e o jornalista Thomas Gnielka foram alguns dos responsáveis pela caça ao criminosos, enquanto Johann Radmann foi criado para o filme como uma espécie de homenagem aos vários promotores que participaram do caso. 

O roteiro utiliza este personagem para mostrar como a geração que veio após o final da Segunda Guerra pouco sabia ou se interessava pelo ocorrido, com muitos ignorando o que realmente aconteceu nos campos de concentração. 

É interessante também a questão pouco citada sobre o que aconteceu com os soldados alemães após a guerra. Os que sobreviveram voltaram para suas vidas normais, muitos deles após cometerem crimes terríveis durante a guerra. A tentativa de enterrar o passado não funcionou para todos.

domingo, 13 de outubro de 2019

Spinning Man: Em Busca da Verdade

Spinning Man: Em Busca da Verdade (Spinning Man, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Simon Kaijser
Elenco – Guy Pearce, Pierce Brosnan, Minnie Driver, Alexandra Shipp, Odeya Rush, Jamie Kennedy, Clark Gregg, Sean Blakemore.

Uma adolescente (Odeya Rush) desaparece. A única pista leva ao professor universitário Evan Birch (Guy Pearce), que teria sido visto em seu carro próximo ao local do desaparecimento. 

O aparente pai de família correto se enrola ao tentar atrapalhar o trabalho do minucioso detetive Malloy (Pierce Brosnan), ao mesmo tempo em que começa a levantar suspeitas de sua própria esposa (Minnie Driver). 

O filme segue o estilo clássico dos suspenses policiais em que um protagonista que esconde segredos deixa o espectador em dúvida sobre ter ou não cometido o crime. Não tem muito mais o que falar do filme, a história entrega pequenas pistas para deixar o espectador continuar na dúvida até chegar ao ambíguo final, talvez sendo este o maior erro do roteiro. 

O elenco tem atuações aceitáveis, com a curiosidade de rever a sumida Minnie Driver, atriz que teve alguns lampejos de sucesso nos anos noventa e que nos últimos anos esteve relegada a papéis sem grande destaque na tv.

sábado, 12 de outubro de 2019

Gotti (1996 & 2018)


Gotti – No Comando da Máfia (Gotti, EUA, 1996) – Nota 7,5
Direção – Robert Harmon
Elenco – Armand Assante, William Forsythe, Richard C. Sarafian, Frank Vincent, Anthony Quinn, Dominic Chianese, Scott Cohen, Vincent Pastore, Tony Sirico, Al Waxman, Alberta Watson.

Nova York, 1973. O bandido de rua John Gotti (Armand Assante) é preso e assume sozinho a culpa por um crime, salvando a pele de um mafioso. Ao sair da cadeia ele entra para a família mafiosa Gambino, liderada por Paul Castellano (o diretor Richard C. Sarafian). Com o passar dos anos Gotti ganha poder dentro da família, planejando às escondidas um golpe para se tornar o chefão.

A vida real do mafioso John Gotti parece ter sido escrita para o cinema. É uma história de ascensão e queda repleta de violência, dinheiro e traições. Este longa detalha toda a trajetória de Gotti através de uma narrativa que explora muito bem os coadjuvantes, principalmente Sammy “The Bull” Gravano (William Forsythe) que se tornou o principal culpado pela queda do chefe e de vários outros mafiosos.

Outro destaque são as interpretações do elenco recheado de ítalo-americanos, perfeitos para os papéis de mafiosos. Este filme por sinal pode ser considerado uma prévia do seriado “A Família Soprano”. Frank Vincent, Dominic Chianese, Tony Sirico e Vincent Pastore que trabalham aqui, se tornaram também figuras importantes na série.

Vale citar que este longa é uma da produção da HBO, assim como "A Família Soprano".

Gotti: O Chefe da Máfia (Gotti, EUA, 2018) – Nota 4,5
Direção – Kevin Connolly
Elenco – John Travolta, Spencer Rocco Lofranco, Stacy Keach, Kelly Preston, Pruitt Taylor Vince, William DeMeo, Leo Rossi, Rhys Coiro, Christopher Kerson, Chris Mulkey.

Em 1999, John Gotti (John Travolta) que fora o chefão da família mafiosa Gambino está à beira da morte na prisão. Ele recebe a visita do filho (Spencer Rocco Lofranco) que está sendo processado e que negocia um acordo com os promotores para tentar escapar da cadeia.

A conversa entre pai e filho abre o caminho para flashbacks, que voltam para os anos setenta quando Gotti começou a crescer na família Gambino seguindo até o golpe que ele deu nos anos noventa para tomar o poder, fato que algum tempo depois rendeu uma sentença de prisão perpétua. 

Pouca coisa se salva nesta nova versão da vida de Gotti. O filme até começa interessante ao colocar o protagonista narrando sua história em off e citando que está morto. Seus diálogos com o personagem do veteraníssimo Stacy Keach é outro ponto positivo, porém fica nisso. 

A narrativa é extremamente confusa na linha do tempo e com várias situações sendo atropeladas por outras sem muita explicação. Para quem não conhece a história verdadeira, fica bastante complicado entender os detalhes do que aconteceu e principalmente a importância de alguns coadjuvantes. 

Para deixar tudo ainda pior, uma barulhenta trilha sonora chega a irritar por passar a impressão de estar totalmente fora do contexto do que é mostrado nela. 

O resultado é mais uma bomba na carreira de John Travolta e uma bola fora na de diretor do ator Kevin Connolly, conhecido por seu papel na série “Entourage”.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Marcação Cerrada

Marcação Cerrada (Varsity Blues, EUA, 1999) – Nota 7
Direção – Brian Robbins
Elenco – James Van Der Beek, Jon Voight, Paul Walker, Ron Lester, Scott Caan, Amy Smart, Ali Larter, Richard Lineback, Eliel Swinton, Jesse Plemons.

Uma pequena cidade do Texas tem como seu grande orgulho o time de futebol americano colegial. Várias vezes campeão regional e duas vezes estadual, o treinador Kilmer (Jon Voight) é um espécie de Deus na cidade. 

Prestes a ganhar mais um título, Kilmer é obrigado a dar chance como quarterback ao jovem Mox (James Van Der Beek) após o astro da equipe (Paul Walker) sofrer uma séria lesão no joelho. O problema é que Kilmer não confia em Mox, que por seu lado não vê o esporte como prioridade. 

Este interessante drama esportivo muda o foco dos filmes em que o treinador é um exemplo que muda a vida dos atletas. Aqui logo se percebe que o treinador vivido por Jon Voight é um egocêntrico que deseja vencer de qualquer forma, tratando os jogadores como objetos. O personagem de James Van Der Beek se torna seu oponente ao bater de frente com seus métodos e suas ideias. 

O roteiro acerta também nas situações paralelas. Mesmo não se aprofundando, ele mostra como o esporte pode ser a única saída para uma vida melhor encontrada por jovens que não terão outra chance de ir para universidade e também para garotas que “colam” nestes atletas como se eles fossem a passagem para sair da cidade. 

É curioso que no elenco de rostos conhecidos como Scott Caan, Amy Smart e Ali Larter, na época o mais promissor era James Van Der Beek, que hoje tem uma carreira bastante irregular, enquanto o falecido Paul Walker que era coadjuvante se tornou o mais famoso do grupo.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

City of Lies

City of Lies (City of Lies, EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Brad Furman
Elenco – Johnny Depp, Forest Whitaker, Toby Huss, Dayton Callie, Neil Brown Jr, Shea Whigham, Louis Herthum, Xander Berkeley, Laurence Mason, Michael Paré, Glenn Plummer.

Los Angeles, 2015. O jornalista Jack Jackson (Forest Whitaker) tem a missão de escrever uma matéria sobre os assassinatos dos rappers Tupac Shakur em 1996 e Notorious B.I.G. em 1997. 

Jack procura o detetive aposentado Russell Poole (Johnny Depp), que investigou os casos na época e não conseguiu resolvê-los. Rapidamente, Russell refuta a teoria de que os assassinatos tinham sido reflexo de um briga entre os rappers, lenda que circula até hoje. 

Querendo saber o que realmente ocorreu, Jack convence o detetive a contar sua versão da investigação. O roteiro volta para 1997, quando um briga de trânsito entre dois policiais à paisana termina com a morte de um deles. A briga e o assassinato são o estopim de uma investigação que levou Russell a bater de frente com uma rede de corrupção policial que estaria ligada as mortes dos rappers. 

Baseado numa história real, este competente longa policial detalha uma versão sobre os dois assassinatos envolvendo várias personagens do submundo, pessoas ligadas aos rappers e policiais corruptos. 

A narrativa segue a linha investigativa, entregando pequenas respostas a cada nova ação e tentando desembaralhar uma trama extremamente complexa. 

Como é habitual, vale destacar a atuação de Johnny Depp em dois momentos distintos. Nos dias atuais como o policial cansado, aposentado e frustrado e no passado como o detetive minucioso que acreditava ter chance de chegar até o final do caso. 

Para quem gosta de obras policiais focadas em investigação, este longa é um boa opção.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O Terremoto

O Terremoto (Skjelvet, Noruega, 2018) – Nota 7
Direção – John Andreas Andersen
Elenco – Kristoffer Joner, Ane Dahl Torp, Edith Haagerund Sande, Kathrine Thorborg Johansen, Jonas Hoff Oftebro.

Três anos após sobreviver a uma tragédia natural em sua cidade no interior da Noruega, Kristian (Kristoffer Joner) está vivendo sozinho na mesma região, enquanto sua esposa (Ane Dahl Torp) e o casal de filhos mudaram para Oslo. 

Obcecado em prevenir um novo terremoto, Kristian passa seus dias monitorando a região. Quando um antigo colega morre em um acidente dentro de um túnel e em seguida ele recebe uma correspondência do falecido, Kristian chega a conclusão de que um gigantesco terremoto está prestes a ocorrer em Oslo. Desesperado, ele tenta avisar outros antigos colegas de trabalho e também salvar sua família. 

O filme segue o mesmo estilo de “A Onda” de 2015, com a diferença de levar a tragédia de um montanha para o centro de uma grande cidade. O clima de suspense é muito bem construído, assim como a correria do protagonista em busca da esposa e dos filhos. 

O espectador que não se importar com os exageros da sequência final dentro do edifício vai se divertir com o estilo de cinema-catástrofe.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Íntimo e Pessoal

Íntimo & Pessoal (Up Close & Personal, EUA, 1996) – Nota 6
Direção – Jon Avnet
Elenco – Robert Redford, Michelle Pfeiffer, Stockard Channing, Joe Mantegna, Kate Nelligan, Glenn Plummer, James Rebhorn, Scott Bryce, Raymond Cruz, Dedee Pfeiffer, Miguel Sandoval, Noble Willingham, James Karen, Brian Markinson.

Tally Atwater (Michelle Pfeiffer) é uma jovem do interior que após enviar fitas de vídeo para diversos canais de tv acaba contratada por uma emissora de Miami. 

Totalmente inexperiente, Tally sofre no início do trabalho, mas logo se torna protegida do jornalista Warren Justice (Robert Redford) que comanda os programas do canal. A relação profissional se transforma em romance, ao mesmo tempo em que Tally começa a ver sua carreira decolar. 

O projeto deste filme começou sendo voltado para focar na vida de Jessica Savitch, uma jornalista que foi a primeira mulher a se tornar âncora na tv americana. Como a história real era pesada, bem diferente do glamour da tv, os produtores modificaram completamente o roteiro transformando o longa em um drama romântico água-com-açúcar. 

O roteiro dá algumas pinceladas em temas polêmicos como favorecimento por causa de relacionamento, inveja entre celebridades de tv e a mudança de foco no jornalismo da época, que começava a deixar de lado a seriedade comum dos telejornais ao inserir notícias amenas e misturá-las com entretenimento. Tudo isso é mostrado de forma rasa e se perde em meio ao romance que não convence, além de finalizar a história em uma sequência totalmente piegas. 

O destaque principal do longa é o ótimo elenco.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Creed II

Creed II (Creed II, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Steven Kaple Jr.
Elenco – Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Dolph Lundgreen, Florian Munteanu, Russell Hornsby, Wood Harris, Milo Ventimiglia, Brigitte Nielsen.

Três anos após se tornar campeão mundial, Adonis Creed (Michael B. Jordan) coloca seu título em jogo e consegue mantê-lo mesmo apanhando bastante. 

A insegurança em voltar a lutar é colocada à prova quando o ex-lutador russo Ivan Drago (Dolph Lundgreen) lança seu filho Viktor (Florian Munteanu) como oponente em disputa do título. 

Adonis tenta convencer Rocky (Sylvester Stallone) a aceitar o desafio de treiná-lo, assim como também precisa lidar com a resistência de sua noiva (Tessa Thompson). 

Se o longa original apresentava um roteiro que explorava os clichês da série “Rocky” de forma criativa dando uma nova cara à franquia, por outro lado esta sequência praticamente copia a história de “Rocky IV”, adaptando paras os dias atuais e colocando a nova geração de lutadores como oponentes. 

O filme é correto, as sequências de luta são bem filmadas e o drama fora dos ringues é aceitável, porém tudo extremamente previsível. Ao que parece a franquia chegou ao seu limite em termos de criatividade.

domingo, 6 de outubro de 2019

Caçada Brutal & Perigo na Montanha


Caçada Brutal (First Kill, Inglaterra / EUA / Canadá, 2017) – Nota 5,5
Direção – Steven C. Miller
Elenco – Hayden Christensen, Bruce Willis, Ty Shelton, Megan Leonard, Gethin Anthony, William DeMeo.

O executivo Will (Hayden Christensen) viaja com sua esposa Laura (Megan Leonard) e o filho Danny (Ty Sheldon) para passar o final de semana em sua cidade natal e ensinar o garoto a caçar. Durante a caçada na floresta, Will se torna testemunha de uma negociação entre criminosos e termina matando um deles. Uma nova decisão ruim faz com que ele e seu filho se tornem alvos das pessoas que desejam recuperar uma fortuna que foi roubada de um banco.

O diretor Steven C. Miller é especialista em filmes policiais genéricos recheados de brigas e tiroteios, tendo em comum sempre um roteiro repleto de clichês. Em três destes trabalhos ele teve a ajuda do astro Bruce Willis em papéis de coadjuvante. Aqui Willis é o chefe de polícia que investiga o crime, entregando mais uma atuação pra lá de canastrona.

Vale citar ainda o péssimo Hayden Christensen como protagonista, ator que teve uma enorme chance de se tornar astro com a franquia “Star Wars”, mas a cada novo trabalho comprova sua falta de talento.

O filme acaba ganhando pontos pelo ritmo ágil e algumas boas cenas de ação e violência, além da locação numa daquelas cidadezinhas americanas rodeada por uma floresta. O resultado é um filme agitado e descartável.

Perigo na Montanha (Braven, Canadá, 2018) – Nota 6
Direção – Lin Oeding
Elenco – Jason Momoa, Garret Dillahunt, Stephen Lang, Jill Wagner, Brendan Fletcher, Sasha Rossof.

Joe Braven (Jason Momoa) é o supervisor de uma empresa de exploração de madeiras na floresta do Canadá. Ao decidir levar o pai (Stephen Lang) para passar um dia na cabana da família em um local isolado pensando em resolver um problema familiar, Joe não imagina que seu funcionário Weston (Brendan Fletcher) escondeu um carregamento de drogas no local. Joe e seu pai se tornam alvos de uma quadrilha de traficantes liderada por Kassen (Garret Dillahunt). 

A história não apresenta surpresas, seguindo o estilo dos filmes de ação e suspense B, porém com o atrativo das locações na floresta gelada e as boas sequências de violência e correria. 

É um razoável passatempo para quem deseja um filme rápido e agitado.

sábado, 5 de outubro de 2019

O Novo Mundo

O Novo Mundo (The New World, EUA / Inglaterra, 2005) – Nota 7
Direção – Terrence Malick
Elenco – Colin Farrell, Q’orianka Kilcher, Christopher Plummer, Christian Bale, August Schellenberg, Wes Studi, David Thewlis, Yorick van Wageningen, Raoul Max Trujillo, Michael Greyeyes, Kalani Queypo, Ben Mendelsohn, Noah Taylor, Brian F. O’Byrne, Ben Chaplin, Eddie Marsan, Jake Curran, John Savage.

Em 1607, dois navios ingleses chegaram na costa da Virginia. O comandante (Christopher Plummer) tem como missão criar uma colônia. A princípio vistos com curiosidade pelos indígenas e tratados de forma pacífica, tudo muda quando um incidente dá início a um conflito. 

Enquanto o comandante volta para Inglaterra em busca de suprimentos e pessoas, os colonos ficam sob a liderança do Capitão Smith (Colin Farrell), que termina se envolvendo com a índia Pocahontas (Q’orianka Kilcher). 

Este longa foi o segundo trabalho do diretor Terrence Malick após o hiato de vinte anos sem filmar. Seu trabalho anterior foi sete anos antes com o  belíssimo e também extremamente lento “Além da Linha Vermelha”. 

Este “O Novo Mundo” tem vários semelhanças com o filme citado, principalmente na questão da fotografia explorando as locações naturais, além do conflito que resulta em competentes sequências de violência. 

A narrativa fica um pouco cansativa na parte final quando entra em cena o personagem de Christian Bale e a história segue definitivamente para o drama. 

Na comparação com os trabalhos seguintes do diretor como os tremendamente chatos “Amor Pleno” e “Cavaleiro de Copas”, este longa se mostra muito mais interessante.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Uma Jornada Inesquecível

Uma Jornada Inesquecível (Coming Through the Rye, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – James Steven Sadwith
Elenco – Alex Wolff, Stefania LaVie Owen, Chris Cooper, Jacob Leinbach, Eric Nelsen, Jacon Rhodes, Adrian Pasdar.

Em 1969, o jovem Jamie Schwartz (Alex Wolff) está no último ano do colégio interno enfrentando problemas com os colegas. 

Solitário e angustiado, Jamie tem como objetivo conseguir autorização do recluso escritor J.D. Salinger para encenar uma peça baseada no livro “O Apanhador no Campo de Centeio”. 

Mesmo sem saber exatamente onde vive o escritor e tendo como única pista o nome de uma pequena cidade, Jamie e sua nova amiga Deedee (Stefania LaVie) pegam a estrada para tentar encontrá-lo. 

O roteiro escrito pelo diretor James Steven Sadwith diz ser inspirado em uma história real. Além da busca pelo escritor que era um verdadeiro ícone dos anos sessenta, o roteiro foca também no amadurecimento do casal de protagonistas e nos traumas que o personagem de Alex Wolff carrega. O roteiro ainda tem espaço para romance e algumas cenas divertidas. 

É basicamente um filme independente sobre jovens de uma época bem diferente da atual.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Departamento Q: Journal 64

Departamento Q: Journal 64 (Journal 64, Dinamarca / Alemanha, 2018) – Nota 7,5
Direção – Christoffer Boe
Elenco – Nikolaj Lie Kaas, Fares Fares, Johanne Louise Schmidt, Soren Pilmark, Fanny Leander Bornedal, Clara Rosager, Amanda Radeljak, Nicolas Bro, Elliott Crosset Hove.

A dupla de detetives Carl Morck (Nikolaj Lie Kaas) e Assad (Fares Fares) que trabalha com casos antigos não solucionados está prestes a se desfazer. Assad conseguiu uma promoção, enquanto Carl continua demonstrando mau humor e dificuldade para se relacionar. 

Quando surge um caso em que três corpos são encontrados enterrados em uma parede falsa, a dupla tem a chance de investigar juntos pela última vez. 

Este é o quarto longa da competente série “Departamento Q”, novamente focando em um crime antigo que resulta em consequências nos dias atuais.

Neste caso a história tem como locação principal um hospital psiquiátrico para mulheres que era utilizado também por famílias que enviavam filhas solteiras que engravidavam. Como nos filmes anteriores, vários personagens surgem em meio a uma complexa e sinistra trama. 

Mesmo sendo uma história individual, para quem tiver curiosidade eu indicaria ver os filmes em sequência até chegar nesse. Seriam “O Guardião das Causas Perdidas”, “O Ausente” e “Uma Conspiração de Fé”.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Hebe: A Estrela do Brasil

Hebe: A Estrela do Brasil (Brasil, 2019) – Nota 5
Direção – Maurício Farias
Elenco – Andrea Beltrão, Marco Ricca, Danton Mello, Caio Horowicz, Danilo Grangheia, Ivo Muller, Gabriel Braga Nunes, Daniel Boaventura, Otávio Augusto.

A moda atual de levar às telas biografias de famosos da tv rendeu bons filmes como “Chacrinha”, “Bingo” e “Tim Maia”, que mesmo com falhas resultaram em obras que tentaram detalhar a vida pessoal e profissional dos protagonistas. 

Esta tentativa de mostrar a vida de Hebe muda completamente o foco, deixando de ser uma biografia completa para explorar um pequeno período de tempo, dando ênfase a questões ideológicas e transformando a protagonista numa espécie de heroína dos oprimidos, claramente com o objetivo principal de agradar ao público que curte a agenda progressista. 

Mesmo com parte do roteiro sendo voltado para os problemas em seu casamento com Lélio Ravagnani (Marco Ricca) e a tristeza do filho Marcelo (Caio Horowicz), muita coisa interessante foi deixada de lado, como a relação com o primeiro marido (Gabriel Braga Nunes), as dificuldades que ela cita ter tido na infância e até mesmo a complicada relação com Silvio Santos, que é mostrada de forma rápida e com ela vencendo facilmente o chefe em uma negociação. 

O destaque positivo fica para a vibrante atuação de Andrea Beltrão, que deverá voltar a interpretar a personagem em uma minissérie no próximo ano.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Finding Steve McQueen

Finding Steve McQueen (Finding Steve McQueen, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Mark Steven Johnson
Elenco – Travis Fimmel, Rachael Taylor, William Fichtner, Jack Weary, Forest Whitaker, Lily Rabe, Rhys Coiro, Louis Lombardi, John Finn, Molly McQueen.

Estamos em 1980. Em uma lanchonete, um sujeito (Travis Fimmel) decide contar a verdade sobre sua vida para a namorada (Rachael Taylor) com quem vive faz oito anos. 

A narrativa volta para 1972 em Ohio, quando o jovem Harris James Barber (Travis Fimmel) trabalha para o tio Enzo (William Fichtner), um picareta que tem uma empresa de fachada. 

Enzo e seu sócio Pauly (Louis Lombardi) recebem uma dica de que o então presidente Richard Nixon escondeu uma fortuna em um banco na Califórnia. Os dois se unem a Ray (Rhys Coiro), Harris e seu irmão Tommy (Jack Weary) para roubarem o banco. 

Baseado numa absurda história real, este longa tem algumas semelhanças com o divertido e superior “Em Ritmo de Fuga”, principalmente na narrativa que mistura policial e comédia. 

São legais as varias citações sobre o antigo astro Steve McQueen, de quem o protagonista era fã e gostava de imitar. A reconstituição de época dos anos setenta é outro acerto. 

É um filme curto, divertido e que vai direto ao ponto.