sábado, 30 de abril de 2022

Mass

 


Mass (Mass, EUA, 2021) – Nota 7,5
Direção – Fran Kranz
Elenco – Jason Isaacs, Martha Plimpton, Ann Dowd, Reed Birney, Breeda Wool, Michelle N. Carter, Kagen Albright.

Uma psicanalista (Michelle N. Carter) consegue reunir no salão de uma igreja dois casais que tiveram seus filhos envolvidos em uma tragédia. O objetivo é dar um final ao caso e quem sabe ajudá-los a superar a crise que enfrentam. 

Escrito e dirigido pelo ator Fran Kranz, este longa é uma dolorosa sessão de terapia em grupo. Frustrações, raiva, choro, surpresa e uma série de sentimentos e reações vem à tona em cada um dos personagens, que além da tragédia discutem sobre a criação de filhos e seus próprios relacionamentos. É basicamente um teatro filmado que explora uma história pesada sobre perda. 

O “Mass” do título original significa “Missa”, que aqui também pode ser comparado com a busca pelo perdão. Também é possível fazer um trocadilho em relação ao som com a palavra “Mess”, que em português seria “Bagunça”, o que explicaria a vida confusa que os envolvidos enfrentam após a tragédia.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Os Caça-Fantasmas (Trilogia)

 


Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters, EUA, 1984) – Nota 8,5
Direção – Ivan Reitman
Elenco – Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis, Sigourney Weaver, Rick Moranis, Ernie Hudson, Annie Potts, William Atherton, David Margullies.

Após perder o emprego na universidade de Nova York, os parapsicólogos Peter (Bill Murray), Raymond (Dan Aykoyd) e Egon (Harold Ramis) decidem começar um inusitado negócio de caçar fantasmas. O que seria algo absurdo, se tornará a chance de salvação da cidade quando um fato faz com que um portal de outra dimensão seja aberto para fantasmas invadirem a Terra. 

Clássico absoluto dos anos oitenta, este longa acerta em cheio na mistura entre ficção e comédia, tanto nos ótimos efeitos especiais da época, quanto no desenvolvimento dos personagens. Além de Murray, Aykroyd e Ramis, sem contar o quarto elemento vivido por Ernie Hudson, são impagáveis as participações de Rick Moranis e Annie Potts. 

Vale citar que o ano de 1984 foi um dos mais marcantes da história do cinema-pipoca, com vários clássicos lançados como “O Exterminador do Futuro”, “Karatê Kid”, “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, “Um Tira da Pesada”, “A Hora do Pesadelo”, “Gremlins” e “Loucademia de Polícia”.

Os Caça-Fantasmas II (Ghostbusters II, EUA, 1989) – Nota 7,5
Direção – Ivan Reitman
Elenco – Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis, Sigourney Weaver, Rick Moranis, Ernie Hudson, Annie Potts, Peter MacNicol, Harris Yulin, David Magullies, Kurt Fuller, Janet Margolin.

Esta sequência do clássico de 1984 segue o mesmo estilo e uma história com várias semelhanças. Novamente o mundo sofre com o perigo da volta do espírito de um antigo tirano, enquanto o grupo de cientistas e seus coadjuvantes precisam lutar pela salvação. 

Os bons diálogos, as sequências de ação e os efeitos criativos continuam, inserindo ai um bebê filho da personagem de Sigourney Weaver com grande importância na trama. Lógico que faltam o frescor e a originalidade do primeiro filme, mas isso não atrapalha a diversão.

Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, EUA / Canadá, 2021) – Nota 7
Direção – Jason Reitman
Elenco – Paul Rudd, Carrie Coon, Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Logan Kim, Celeste O’Connor, Bill Murray, Dan Aykoryd, Ernie Hudson, Annie Potts, Sigourney Weaver, Bob Gunton, J.K. Simmons, Bokeem Woodbine.

Com dificuldades financeiras, Callie (Carrie Coon) decide mudar com seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace) para a casa de seu pai que faleceu. A casa fica em uma fazenda. Não demora para a família descobrir que existe algo de sobrenatural no local. 

Esta sequência dos dois filmes dos anos oitenta segue o mesmo estilo leve e divertido que transformou a franquia em sucesso. A história é simples e remete diretamente aos acontecimentos dos filmes anteriores. 

A escolha de utilizar efeitos especiais sem exageros, apenas como um complemento das sequências de ação e suspense dando maior ênfase aos personagens é outro acerto. 

Além do trio principal, destaque para Paul Rudd como o professor de ciências nerd, o garotinho Logan Kim como o narrador de um Podcast e a homenagem ao elenco dos filmes originais, principalmente ao falecido Harold Ramis. 

É um filme que agradará a quem viu os longas anteriores na época e também aqueles da nova geração que procuram diversão que vai além dos efeitos especiais.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Encounter

 


Encounter (Encounter, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 5,5
Direção – Michael Pearce
Elenco – Riz Ahmed, Lucian River Chauhan, Aditya Geddada, Octavia Spencer, Rory Cochrane, Shane McRae, Janina Gavankar, Misha Collins, Keith Szarabajka.

Um sujeito (Riz Ahmed) se prepara para o apocalipse e assim decide salvar seus filhos pré-adolescentes (Lucian River Chauhan e Aditya Geddada) que vivem com a mãe e o padrasto. Enquanto viaja em direção a um local desconhecido para o espectador, aos poucos entendemos melhor as motivações do protagonista. 

Este longa começa de forma intrigante ao mostrar o desespero do pai, para antes da metade entregar uma reviravolta que muda bastante o foco da trama. Esta mudança de direção e a forma como a história avança no relacionamento do pai com os filhos aos poucos vão levando a trama ladeira abaixo. O mal desenvolvimento dos coadjuvantes é outro ponto negativo. 

É um filme que deseja bastante a desejar.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

BAC Nord: Sobre Pressão

 


BAC Nord: Sobre Pressão (Bac Nord, França, 2020) – Nota 7,5
Direção – Cedric Jimenez
Elenco – Gilles Lellouche, Karim Leklou, François Civil, Adele Exarchopoulos, Kenza Fortas, Cyril Lecomte.

Marselha, França, 2012. Três policiais (Gilles Lellouche, Karim Leklou e François Civil) formam um esquadrão que trabalha na periferia da cidade. Enfrentando diariamente problemas com traficantes, drogados e negociando com informantes, o trio algumas vezes ultrapassa a linha da lei para cumprir seu dever. 

Baseado em uma história real, este longa policial mistura de forma competente violência, drama e politicagem. As locações na periferia suja de Marselha em meio a conjuntos habitacionais decadentes e quadrilhas de traficantes mostra como esta cidade europeia sofre nos dias atuais com a violência e o descontrole das drogas, algo muito parecido com o que ocorre nas periferias brasileiras. 

O longa tem sequências de ação bem filmadas, ritmo ágil e um arco dramático bastante interessante, que por sinal muda o foco da trama na meia-hora final. 

Para quem gosta do gênero, este filme é uma boa opção.

terça-feira, 26 de abril de 2022

The Humans

 


The Humans (The Humans, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Stephen Karam
Elenco – Richard Jenkins, Jayne Houdyshell, Amy Schumer, Beanie Feldstein, Steven Yeun, June Squibb.

Uma família se encontra para celebrar o Dia de Ação de Graças em um velho apartamento em Manhattan onde a filha Brigid (Beanie Feldstein) e seu namorado Richard (Steven Yeun) se mudaram faz pouco tempo e ainda esperam a chegada de parte da mobília. 

Junto com o casal está a irmã de Brigid (Amy Schumer), seus pais (Richard Jenkins e Jayne Houdyshell) e a avó doente (June Squibb). Durante uma noite a família relembrará o passado com suas alegrias, tristezas e frustrações junto com as consequências da vida atual. 

Baseado em uma peça escrita pelo próprio diretor Stephen Karam, este drama é um teatro filmado que explora o tema dos problemas familiares que em determinado momento vem à tona, causando pequenos conflitos que por muito tempo foram evitados. 

O ritmo lento da narrativa e os inusitados enquadramentos de câmera que em alguns momentos ficam longe dos personagens dificultando até mesmo escutar os diálogos, além da iluminação escura do apartamento quase vazio passam um ar de melancolia.

O resultado é um drama estranho e um pouco cansativo.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Filmes Policias B - Resenhas Rápidas

 


O Preço da Liberdade (Inside, EUA, 1996) – Nota 6
Direção – Arthur Penn
Elenco – Nigel Hawthorne, Eric Stoltz, Louis Gossett Jr., Ian Roberts, Janine Eser.

Durante o regime do Apartheid na África do Sul, um jovem ativista (Eric Stoltz) é preso e torturado pela equipe de um coronel (Nigel Hawthorne) que deseja extrair informações sobre quem seriam seus companheiros. Dez anos depois, com um novo governo no país, o coronel é acusado de crimes de tortura e precisa se defender ao ser interrogado por um policial (Louis Gossett Jr.). 

Este longa produzido para a tv intercala as duas narrativas para mostrar como era terrível o Apartheid e como a tortura física e psicológica pode destruir uma pessoa. O filme peca pelas interpretações que parecem teatrais, mas ganha pontos pelas sequências que incomodam e revoltam o espectador. Vale citar que este foi o último longa dirigido por Arthur Penn, famoso pelo clássico “Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas”.

A Face do Crime (Face Down, EUA, 1997) – Nota 6
Direção – Thom Eberhardt
Elenco – Joe Mantegna, Peter Riegert, Kelli Maroney, Cameron Thor, Adam Ant, J.K. Simmons.

Um ex-policial que trabalha como investigador particular (Joe Mantegna) é procurado por uma mulher sedutora (Kelli Maroney) que o contrata para uma investigação. Atraído pela bela mulher, ele termina envolvido em um caso de assassinato e se torna suspeito, sendo investigado por ex-companheiros da polícia. 

É mais um filme com uma trama típica dos anos noventa, explorando o estilo noir com um clima de sedução, um pouco de violência e uma trama com reviravoltas, mas sem grandes surpresas.

Texas – A Última Chance (Don't Look Back, EUA, 1996) – Nota 6,5
Direção – Geoff Murphy
Elenco – Eric Stoltz, John Corbett, Josh Hamilton, Billy Bob Thornton, Annabeth Gish, Dwight Yoakam, Amanda Plummer. R.G. Armstrong, M.C. Gainey.

Em Los Angeles, Jesse (Eric Stolz) é um viciado em drogas que ao encontrar um maleta cheia de dinheiro acredita poder iniciar uma nova vida retornando a sua cidade natal no Texas. O problema é que o dinheiro pertence a uma quadrilha liderada por Marshall (Billy Bob Thornton), que deseja reaver a quantia. 

Este longa produzido para tv mistura o drama comum ao filmes sobre reencontro com o passado, com uma trama policial clássica envolvendo drogas. O filme tem boas sequências do protagonista com seus amigos de infância, intercalando com outras de violência. O resultado é uma obra mediana.

O Alvo de uma Suspeita (Seeds of Doub, EUA, 1998) – Nota 5,5
Direção – Peter Foldy
Elenco – Peter Coyote, Joe Lando, Alberta Watson, David Storch.

Uma jornalista (Alberta Watson) faz uma série de reportagens sobre um assassino condenado (Joe Lando) que alega ser inocente. Conforme ela se aprofunda na história, também acaba se envolvendo como o homem, despertando o ódio de um policial (Peter Coyote) que tem certeza da culpa do sujeito. 

É um suspense policial previsível com algumas sequências mais quentes típica dos longas do gênero dos anos noventa. No elenco de canastrões, destaque para Peter Coyote.

Efeito Blackout (Blackout Effect, EUA, 1998) – Nota 5,5
Direção – Jeff Bleckner
Elenco – Eric Stoltz, Charles Martin Smith, Leslie Hope, Lorraine Toussaint, Denis Arndt.

Uma colisão aérea entre dois aviões mata todos os passageiros e tripulantes. A investigação do acidente fica com o agente Johh Dantley (Eric Stoltz), que a principio desconfia de falha humana, fato que é refutado pelo suspeito controlador de tráfego aéreo (Charles Martin Smith). Conforme as pistas aparecem, a história fica ainda mais complexa. 

Esta longa produzido para a tv começa de forma intrigante e vai perdendo a força com o desenrolar da história. Os diálogos ruins e o final exagerado criado para gerar suspense deixam a desejar.

Vida em Risco (Final Jeopardy, EUA, 2001) – Nota 5,5
Direção – Nick Gomez
Elenco – Dana Delany, Billy Burke, Chris Potter, Joelle Carter, Colm Feore, Sherman Augustus.

Um atriz é assassinada na casa de campo de sua amiga que é promotora de justiça (Dana Delany), que se torna a principal suspeita pelo crime. Com a vida e a carreira em jogo, a promotora precisa provar sua inocência. 

Drama policial com pitadas de suspense produzido pela tv com um clímax previsível.

domingo, 24 de abril de 2022

O Texto

 


O Texto (Tekst, Rússia, 2019) – Nota 7,5
Direção – Klim Shipenko
Elenco – Alexander Petrov, Kristina Asmus, Ivan Yankovskiy, Sofya Ozerova.

Ilya (Alexander Petrov) é um estudante universitário que termina preso por um policial corrupto (Ivan Yankovskiy) em uma batida dentro de uma casa noturna. Acusado injustamente de tráfico, Ilya é condenado a sete anos de prisão. 

Ao ser libertado e perceber que sua vida jamais será a mesma, ele decide confrontar seu algoz, dando início a uma complexa trama envolvendo traficantes e os familiares do sujeito. 

Esta produção russa mistura drama e policial para construir uma trama que se desenvolve boa parte através de mensagens de texto enviadas pelo protagonista, que utiliza a ferramenta para manipular várias pessoas. 

O ponto interessante é que a provável vingança desejada pelo protagonista vai tomando rumos diferentes conforme ele passa a entender o contexto daqueles que seriam seus inimigos. 

É uma história de descobertas pessoais em que o verdadeiro caráter do rapaz vem à tona, o levando a tomar decisões inusitadas. 

Gostei da originalidade da narrativa e do desenvolvimento do personagem principal.

sábado, 23 de abril de 2022

Hit & Run

 


Hit & Run (Hit & Run, Israel / EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Mike Barber, Neasa Hardiman & Roten Shamir
Elenco – Lior Raz, Kaele Ohm, Moran Rosenblatt, Lior Ashkenazi, Gregg Henry, Sanaa Lathan, Neta Orbach, Gal Toren, Avraham Aviv Alush, Michael Aronov, Igal Naor, Will Swenson.

Em Tel Aviv, capital de Israel, a dançarina Danielle (Kaele Ohm) morre atropelada e o motorista foge. Seu marido Segev (Lioz Raz) é um guia turístico que no passado trabalhou nas Forças Especiais de Israel. A princípio acreditando ser um crime cometido por um motorista irresponsável, aos poucos Segev descobre segredos de sua esposa que podem estar ligados a uma complexa trama de espionagem. 

Desenvolvido como seriado que teria duas ou três temporadas, esta co-produção entre Israel e Estados Unidos foi cancelada ao final dos nove episódios da primeira temporada ficando com cara de minissérie, mesmo deixando um enorme gancho sem resposta, o que também pode ser visto como um final em aberto. 

A narrativa ágil e as sequências de violência e tensão quase constantes cobrem os furos no roteiro e algumas soluções fáceis. A atuação de Lior Raz como o sujeito disposto a tudo para descobrir a verdade é outro destaque. 

Vale citar que a história intercala sequências em Tel Aviv e em Nova York.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Chegadas e Partidas

 


Chegadas e Partidas (The Shipping News, Canadá / EUA, 2002) – Nota 7
Direção – Lasse Hallstrom
Elenco – Kevin Spacey, Juliane Moore, Judi Dench, Cate Blanchett, Scott Glenn, Pete Postlethwaite, Rhys Ifans, Gordon Pinsent, Jason Behr, Larry Pine, Jeannetta Arnette, Robert Joy, Alyssa Gainer.

Após um casamento conturbado, Quoyle (Kevin Spacey) muda com sua filha pequena Bunny (Alyssa Gainer) e sua tia Agnis (Judi Dench) para uma pequena cidade costeira, local onde viveram seus ancestrais. Será o início de uma nova vida, com descobertas pessoais e profissionais. 

Baseado em um romance, este longa segue o estilo do diretor sueco Lasse Hallstrom, que é especialista em dramas familiares. O roteiro tem algumas surpresas e revelações pessoais, além de explorar a vida e as lendas da pequena comunidade. 

O que pode incomodar um pouco é a insegurança e até ingenuidade inicial do protagonista vivido por Kevin Spacey, que melhora a atitude com o desenrolar da trama. A locação na fria cidade litorânea com casas de madeira passa um ar de desolação. 

É um drama que agradará quem gosta do gênero.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Imperdoável

 


Imperdoável (The Unforgivable, Inglaterra / Alemanha / EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Nora Fingscheidt
Elenco – Sandra Bullock, Vincent D’Onofrio, Jon Bernthal, Viola Davis, Richard Thomas, Linda Emond, Aisling Franciosi, Emma Nelson, Will Pullen, Tom Guiry, Jessica McLeod, Rob Morgan, W, Earl Brown.

Após cumprir uma pena de vinte anos por ter assassinado um policial, Ruth Slater (Sandra Bullock) ganha a liberdade. Ela deseja recomeçar a vida e reencontrar sua irmã que tinha apenas cinco anos quando o crime ocorreu. Na busca pela irmã ela terá de enfrentar seu passado e as pessoas que a desprezam e odeiam. 

Este longa é uma versão de uma minissérie inglesa de 2009 que eu não vi e assim não tenho como comparar. Ao mesmo tempo em que o roteiro segue a cartilha dos filmes em que um personagem busca uma nova vida e quem sabe uma redenção, ele entrega uma pequena surpresa na parte final que dá uma nova visão ao todo da história. 

A sofrida atuação de Sandra Bullock é do tipo que agrada ao fãs do gênero. Por outro lado, alguns personagens são mal aproveitados ou desaparecem no momento mais importante como o advogado vivido por Vincent D’Onofrio. 

É um filme correto e pouco mais do que mediano.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Steel Rain

 


Steel Rain (Gangcheolbi, Coreia do Sul, 2017) – Nota 7,5
Direção – WooSuk Yang
Elenco – Jung Woo Sung, Kwak Do Won, Kim Kap Su, Eui Sung Kim, Lee Kyung Young.

Eom (Jung Woo Sung) é um agente do serviço secreto norte-coreano que é designado para uma complicada missão. Eom termina no meio de um golpe de Estado que tenta derrubar o presidente norte-coreano. Ele consegue escapar com o presidente e foge para a Coreia do Sul, onde terá de se unir aos agentes daquele país para evitar um possível confronto nuclear. 

O grande destaque deste longa é sem dúvida a trama que a princípio parece exagerada, mas que se desenvolve mostrando como seriam as reações das duas Coreias em um caso de incidente mais forte entre elas. As sequências de ação são bem filmadas, como é habitual no cinema sul-coreano e também a duração é longa. 

É um filme para quem gosta de tramas de conspiração e ação com fundo político.

terça-feira, 19 de abril de 2022

A Vida É Agora

 


A Vida É Agora (Here Today, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Billy Crystal
Elenco – Billy Crystal, Tiffany Haddish, Penn Badgley, Audrey Hsieh, Laura Benanti, Louisa Krause, Andrew Durand, Matthew Broussard, Max Gordon Moore, Dierdre Friel, Sharon Stone, Kevin Kline, Barry Levinson.

Charlie Burnz (Billy Crystal) é um veterano roteirista especializado em comédias que descobre estar sofrendo de demência ao começar a ter lapsos de memória. O destino o faz cruzar o caminho da cantora de rua Emma (Tiffany Haddish), que assim como ele tem facilidade para dar respostas rápidas, cínicas e engraçadas. Nasce entre os dois um inusitado laço de amizade. 

Esta comédia dramática dirigida e escrita pelo ator Billy Crystal é baseada em uma pequena história do escritor Alan Zweibel. O roteiro detalha os problemas causadas pela doença, mas também os sucessos e as frustrações do protagonista, o relacionamento com os filhos, com a neta e em flashbacks com a esposa (Louisa Krause). 

O desenvolvimento da história é correto e sem surpresas, com exceção do final que é diferente do habitual deste tipo de filme. O ponto principal são os divertidos diálogos entre Billy Crystal e Tiffany Haddish.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Lansky

 


Lansky (Lansky, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Eytan Rockaway
Elenco – Harvey Keitel, Sam Worthington, John Magaro, Minka Kelly, David James Elliott, Danny A. Abeckaser, David Cade, AnnaSophia Robb, Shane McRae, Jackie Cruz.

Miami, 1981. Doente, o veterano gângster Meyer Lansky (Harvey Keitel) aceita contar sua vida para o jornalista David Stone (Sam Worthington) escrever um livro. O fato faz o FBI tentar uma última cartada para prender Lansky e encontrar uma suposta fortuna de trezentos milhões de dólares que ele teria escondido. 

Baseado em uma história real, este longa detalha a vida de Lansky em duas narrativas paralelas. Uma segue as conversas de Lansky com o jornalista que são espionadas pelo FBI e a uma segunda detalha a vida do gângster na juventude (vivido por John Magaro). 

O roteiro explora os fatos importantes da vida do protagonista. Sua amizade com Bugsy Siegel (David Cade) e Lucky Luciano (Shane McRae), o casamento com Anne (AnnaSophia Robb), o sofrimento com o filho deficiente e sua influência em questões maiores como a Segunda Guerra Mundial e a criação do Estado de Israel, já que Lansky era judeu. 

É um enfoque bastante completo da vida do criminoso e superior a um filme semelhante de 1999 que tinha Richard Dreyfuss no papel principal.

domingo, 17 de abril de 2022

O Idiota

 


O Idiota (Durak, Rússia, 2014) – Nota 8,5
Direção – Yuriy Bykov
Elenco – Artyom Bystrov, Natalya Surkova, Yuriy Tsurilo, Boris Nevzorov, Aleksandr Korshunov, Olga Samoshina, Darya Moroz, Kirill Polukhin.

Dima (Artyom Bystrov) é um estudante de engenharia que trabalha como encanador em uma cidade do interior da Rússia. Ao ser chamado para verificar um vazamento em um velho edifício de moradias populares, Dima descobre uma enorme rachadura na estrutura que pode derrubar a construção a qualquer momento. Ele decide procurar a prefeita (Natalya Surkova) para evacuar o prédio, o que dá início a uma série de situações em que a política e a corrupção irão se sobrepor a tudo. 

Este doloroso longa russo expõe de forma extremamente atual o problema da corrupção estatal, neste caso específico em um país em que oficialmente o comunismo acabou, mas que as raízes nefastas desta ideologia continuam impregnadas na sociedade. 

A burocracia estatal transformada em um emaranhado de situações que são desenroladas com propinas, fiscalizações que não existem, dinheiro desviado e um povo conformado com a miséria são fatos normais. O senso de humanidade, honestidade e justiça do protagonista é tratado como ingenuidade e loucura até por pessoas próximas, que preferem se calar do que tentar enfrentar o sistema. 

O roteiro deixa duas mensagens claras. A primeira é a questão da criação dos filhos. O pai do protagonista também sofre por se honesto, sendo criticado até por sua esposa. A segunda mensagem deixa no ar a pergunta sobre até que ponto vale a pena enfrentar o sistema sabendo que sua vida irá virar de ponta de cabeça. Esta pergunta hoje é mais atual do que era em 2014 quando este longa foi filmado.

sábado, 16 de abril de 2022

Abaixo de Zero

 


Abaixo de Zero (Bajocero, Espanha, 2021) – Nota 6,5
Direção – Lluís Quilez
Elenco – Javier Gutierrez, Karra Elejalde, Luis Callejo, Andrés Gertrudix, Patrick Criado, Isak Ferriz, Edgar Vittorino, Miquel Gelabert, Florin Opritescu.

Martin (Javier Gutierrez) é um agente penitenciário que junto com o colega Montesinos (Isak Ferriz) recebe a missão de transportar seis detentos para outra cadeia. O complicado trabalho se transforma em um inferno quando o ônibus é atacado. Para piorar a situação, a região enfrenta um fortíssimo inverno. 

Este competente filme-pipoca com um fio de história e uma motivação clássica para o confronto prende a atenção do cinéfilo que gosta de cenas de ação e suspense. O roteiro tem furos e os típicos absurdos do gênero, mas mesmo assim é interessante a surpresa em relação ao porquê do ataque ao ônibus. As locações no inverno de uma região rural na Espanha também é destaque. 

É um passatempo divertido.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Um Verão Para Toda Vida

 


Um Verão para Toda Vida (December Boys, Austrália / Alemanha / EUA, 2007) – Nota 7
Direção – Rod Hardy
Elenco – Daniel Radcliffe, Lee Corme, Christian Byers, James Peter Fraser, Teresa Palmer, Jack Thompsonl Sullivan Stapleton, Victoria Hill, Kris McQuade, Ralph Cotterill.

Outback australiano, anos sessenta. Quatro garotos (Daniel Radcliffe, Lee Corme, Christian Byers e James Peter Fraser) que vivem em um orfanato católico e fazem aniversário em dezembro, ganham de presente das freiras e do padre uma viagem de verão para uma pequena vila à beira mar. Durante a estadia de alguns dias, os garotos descobrirão a força da amizade e da família com acontecimentos que mudarão para sempre suas vidas. 

Baseado em um livro, este longa tem algumas semelhanças com o clássico “Conta Comigo” ao colocar como protagonistas quatro garotos que cultivam uma grande amizade, além de terem sonhos de uma vida melhor e conviverem com frustrações pela falta de uma família. 

O roteiro ainda explora pequenas histórias paralelas, como a garota em férias vivida por Teresa Palmer e os dois casais que não tem filhos e por isso criam um forte laço com os rapazes. 

Como curiosidade, este foi o primeiro filme protagonizado por Daniel Radcliffe fora da franquia “Harry Potter”.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Silk Road: Mercado Clandestino

 


Silk Road: Mercado Clandestino (Silk Road, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Tiller Russell
Elenco – Nick Robinson, Jason Clarke, Alexandra Shipp, Katie Aselton, Darrell Britt Gibson, Jimmi Simpson, Paul Walter Hauser, Daniel David Stewart, Lexi Rabe, Will Ropp.

Texas, 2011. Ross Ulbricht (Nick Robinson) é um jovem empreendedor que prega a liberdade total das pessoas em relação ao governo. Este pensamento o leva a criar o site “Silk Road”, em que pequenos traficantes e usuários podiam negociar livremente com pagamentos em bitcoins sem rastreio algum das autoridades. 

O sucesso do site chama a atenção da polícia e do FBI. Neste contexto, o veterano agente Rick Bowden (Jason Clarke), que é mal visto pelos superiores e considerado descartável, começa a investigar o caso utilizando métodos pouco ortodoxos. 

Baseado numa história real que transformou Ulbricht em uma lenda da internet e o fez pagar caro por isso, este longa detalha como cresceu seu império de vendas terceirizadas de drogas pela internet. 

É interessante que a ideia libertária do protagonista aos poucos vai se transformando em algo totalmente sem controle e bem longe do princípio de ajudar as pessoas, algo que ele tinha como objetivo no início. 

A narrativa prende a atenção, a história é bem desenvolvida e a atuação de Jason Clarke é o destaque. Por outro lado, o filme perde pontos pela falta de emoção e de suspense, inclusive nas sequências principais. 

É um filme que vale como curiosidade, até mesmo para entender um pouco como um negócio na internet pode crescer rapidamente, apesar deste exemplo ser totalmente ilegal.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Fogo Cruzado

 


Fogo Cruzado (Copshop, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Joe Carnahan
Elenco – Gerard Butler, Frank Grillo, Alexis Louder, Toby Huss, Chad L. Coleman, Ryan O’Nan, Jose Pablo Cantilo, Kiawi Lyman, Robert Walker Branchaurd, Travey Bonner.

Um sujeito (Frank Grillo) fugindo de um assassino toma uma atitude que o leva para um cadeia em um local isolado no deserto de Nevada. O que ele não esperava é que o matador (Gerard Butler) teria a mesma ideia para tentar assassiná-lo dentro da cadeia. É o início de uma violenta luta pela sobrevivência que envolverá também os policiais do local. 

Este divertido longa de ação dirigido pelo especialista Joe Carnahan tem créditos criativos e trilha sonora ao estilo dos anos setenta com sequências de ação com a cara dos noventa. São tiroteios com chuvas de balas, brigas violentas e diálogos engraçadinhos que funcionam para quem abraçar a proposta de diversão sem compromisso. 

O final totalmente clichê com os tiros salvadores e uma pitada de ironia deixam um pouco a desejar. Não chega a ser tão divertido como o recente “Mate ou Morra” do mesmo diretor, mas ainda assim vale a sessão.

terça-feira, 12 de abril de 2022

Finch

 


Finch (Finch, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 6
Direção – Miguel Sapochnik
Elenco – Tom Hanks, Caleb Landry Jones.

Em um futuro próximo, uma catástrofe ambiental destruiu grande parte do mundo e dizimou praticamente toda a população. Neste contexto, Finch (Tom Hanks) consegue montar um robô (voz de Caleb Landry Jones) que se torna seu companheiro junto com um cachorrinho. O trio luta para sobreviver em meio ao caos. 

Mesmo sendo bem diferente na locação e no desenvolvimento, a primeira lembrança que vem à cabeça do espectador é de “Náufrago”, aqui com Tom Hanks tendo um robô e um cão para conversar ao invés da bola “Wilson”. 

Mesmo com Robert Zemeckis como produtor, o filme resulta em uma história muito mais lenta e chata do que o longo “Náufrago”. Pouca coisa acontece durante a uma hora e meia de duração. O perigo é mostrado de forma rasa, sem ação ou emoção, até mesmo nos momentos que deveriam ser mais dramáticos. 

Sobra o carisma de Hanks, do cachorrinho e os diálogos sobre vida com o robô, que é educado como se fosse uma criança em fase de aprendizado. Não considero um filme ruim, mas com certeza é uma obra que será esquecida rapidamente.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

South of Heaven

 


South of Heaven (South of Heaven, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Aharon Keshales
Elenco – Jason Sudeikis, Evangeline Lilly, Mike Colter, Shea Whigham, Jeremy Bobb, Amaury Nolasco, Michael Paré.

Após vários anos na cadeia, Jimmy Ray (Jason Sudeikis) consegue liberdade condicional por bom comportamento e por piedade dos juízes. Sua noiva Annie (Evangeline Lilly) enfrenta um câncer terminal, tendo no máximo um ano de vida. 

O sonho de ter uma vida normal e recompensar sua amada pelo sofrimento dos anos que ficaram longe se torna um desafio quando entra em cena seu corrupto agente da condicional (Shea Whigham). 

A primeira meia-hora é previsível ao explorar o tema clássico do ex-presidiário sendo empurrado de volta para o mundo do crime. Em um certo momento o roteiro cria uma nova situação inusitada que deixa a vida do sujeito ainda mais complicada. 

Esta reviravolta por mais que tenha alguns momentos interessantes e violentos, perde um pouco a força pela irregularidade na narrativa e por um estranho arco dramático. O resultado é um pouco mais do que mediano.

domingo, 10 de abril de 2022

Zona de Confronto

 


Zona de Confronto (Shorta, Dinamarca, 2020) – Nota 7,5
Direção – Frederik Louis Hviid & Anders Olholm
Elenco – Jacob Lohmann, Simon Sears, Tarek Zayat, Dulfi Al Jabouri, Ozlem Saglanmak, Arian Kashef.

Em Copenhague na Dinamarca, um suspeito de origem árabe termina em coma após um confronto com a polícia. No dia seguinte, com a cidade em máxima tensão, uma dupla de policiais (Jacob Lohmann e Simon Sears) persegue um automóvel até uma região dominada por imigrantes na periferia. O que seria uma abordagem de rotina se torna um pesadelo quando os policiais passam a ser perseguidos e ficam sem apoio algum dos colegas. 

Este competente longa explora temas clássicos do gênero como as diferenças de pensamento entre os policiais e a questão da lealdade, assim como os temas atuais da imigração e da violência na periferia das grandes cidades europeias. 

A narrativa intercala sequências de violência e perseguição com dramas pessoais de coadjuvantes que cruzam o caminho dos policiais desesperados. Um ponto que não gostei foi o final, que destoa deste estilo de realidade crua. Mesmo assim é um filme que está acima da média na comparação com a maioria das obras atuais do gênero. 

Como curiosidade, o “Shorta” do título original é um sinônimo pejorativo para a palavra “polícia” que é utilizada pelos imigrantes para ofender os policiais.

Medo da Chuva

 


Medo da Chuva (Fear of Rain, EUA, 2021) – Nota 6
Direção – Castille Landon
Elenco – Madison Iseman, Katherine Heigl, Harry Connick Jr., Israel Broussard, Eugenie Bondurant, Julia Vasi, Enuka Okuma.

Rain (Madison Iseman) é uma adolescente que sofre de esquizofrenia. Tendo dificuldade em saber o que é real ou produto de sua imaginação, Rain se vê desesperada quando acredita ter visto uma garotinha presa na casa da vizinha. O único que acredita nela é seu colega de escola Caleb (Israel Broussard), a quem a própria Rain tem dúvidas se ele realmente existe. 

Este suspense recicla ideias de filmes famosos do gênero para criar uma trama em que o ponto principal é a luta da protagonista em descobrir o que é imaginação ou realidade. Pelo menos dois terços da narrativa explora a questão da doença e as consequências na vida da garota, até a parte final quando o suspense toma a frente. 

O resultado é um suspense genérico, com um bom ritmo e que prende a atenção, agradando quem não se importar com a previsibilidade da trama.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Código de Honra

 


Código de Honra (Puncture, EUA, 2011) – Nota 6,5
Direção – Adam Kassen & Mark Kassen
Elenco – Chris Evans, Mark Kassen, Vinessa Shaw, Marshall Bell, Brett Cullen, Jesse L. Martin, Michael Biehn, Roxanna Hope Radja, Kate Burton, Erinn Allison.

Houston, Texas, 1998. Mike Weiss (Chris Evans) e Paul Danziger (Mark Kassen) são advogados especialistas em defender pessoas que lutam contra seguradoras. Ao serem procurados por uma enfermeira (Vinessa Shaw) que foi contaminada com o vírus HIV após um acidente com uma agulha durante um atendimento, eles descobrem que existe um tipo de seringa retrátil totalmente segura que é boicotada pelos hospitais. É o início de uma complexa luta para colocar o produto no mercado. 

Baseado em uma história real, este longa explora uma premissa semelhante a “Erin Brockovich” em que pessoas comuns tentam lutar contra um sistema corrupto. Aqui a grande diferença é que filme não chega a detalhar as batalhas nos tribunais, o foco é mostrar os bastidores de como os advogados foram descobrindo a sujeira de um mercado dominado por um grupo, além focar na complicada vida pessoal do personagem Mike Weiss vivido por Chris Evans. 

A história é desenvolvida de forma resumida, sem se aprofundar em algumas situações, o que resulta em uma obra apenas razoável. Apesar da luta dos protagonistas contra o sistema sujo, este título nacional “Código de Honra” não tem sentido algum.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

A Crônica Francesa

 


A Crônica Francesa (The French Dispatch, EUA / Alemanha, 2021) – Nota 6
Direção – Wes Anderson
Elenco – Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio Del Toto, Adrien Brody, Léa Seydoux, Frances McDormand, Timothée Chalamet, Lyna Khoudry, Jeffrey Wright, Matheu Amalric, Steve Park, Owen Wilson, Bob Balaban, Henry Winkler, Tony Revolori, Denis Ménochet, Larry Pine, Christoph Waltz, Cecile de France, Guillaume Gallienne, Rupert Friend, Alex Lawther, Hippolyte Girardot, Liev Schreiber, Willem Dafoe, Edward Norton, Saoirse Ronan, Elisabet Moss, Jason Schwartzman, Fisher Stevens, Griffin Dunne, Damien Bonnard, Anjelica Huston.

Em uma cidade francesca, um grupo de jornalistas tenta publicar a última edição de uma revista após a morte de seu editor (Bill Murray). O roteiro escrito pelo diretor Wes Anderson detalha quatro histórias inusitadas com personagens estranhos que se envolvem em situações incomuns. 

Elogiado pela crítica desde que iniciou a carreira em meados dos anos noventa, Wes Anderson sempre se destacou pela belíssima e criativa parte técnica de seus trabalhos. A utilização de cores, formatos e figurinos marcantes lembram o mundo das fábulas. 

Mesmo com este talento, considero apenas “Moonrise Kindgom” e “O Grande Hotel Budapeste” como grandes filmes do diretor ao mesclar esta criatividade com histórias interessantes e personagens bem desenvolvidos. 

Este “A Crônica Francesa” continua sensacional na parte técnica, porém entrega histórias cansativas e desinteressantes. A tentativa de fazer uma crítica ao mundo da arte e também ao jornalismo com toques de política não funciona É uma pena, pois o ótimo elenco com diversos atores a atrizes que são parceiros habituais de Anderson terminam desperdiçados.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Alerta Vermelho

 


Alerta Vermelho (Red Notice, EUA, 2021) – Nota 5
Direção – Rawson Marshall Thurber
Elenco – Dwayne Johnson, Ryan Reynolds, Gal Gadot, Ritu Arya, Chris Diamantopoulos.

John Hartley (Dwayne Johnson) é um analista do FBI especialista em obras de arte. Nolan Booth (Ryan Reynolds) é o ladrão que deseja um ovo de ouro que pertenceu a Cleópatra. No meio da disputa entre os sujeitos aparece a misteriosa personagem chamada de Bispo (Gal Gadot), que está sempre um passo à frente. 

Esta aventura descerebrada que mistura ideias dos filmes de James Bond e Indiana Jones é o típico blockbuster vazio. Sendo a produção mais cara da história da Netflix, fica claro que o dinheiro foi todo gasto com o salário do trio principal e as sequências de ação absurdas, deixando de lado o roteiro. 

Os diálogos são sofríveis, assim como o desenvolvimento dos personagens e a ridícula reviravolta perto do final, que ainda deixa um gancho para uma sequência. É uma pena, com um orçamento tão alto era possível criar sequências de ação melhores, sem tanto exagero e um roteiro minimamente decente.

terça-feira, 5 de abril de 2022

No Man of God

 


No Man of God (No Man of God, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Amber Sealey
Elenco – Elijah Wood, Luke Kirby, Aleksa Paladino, Robert Patrick, W. Earl Brown, Christian Clemenson.

Em 1985, o FBI havia montado uma equipe de psicólogos para analisar o comportamento de assassinos com o objetivo de conseguir informações que poderiam ser utilizadas em investigações deste tipo de crime. 

Neste contexto, o analista Bill Hagmaier (Elijah Wood) decide tentar entrevistar o serial killer Ted Bundy (Luke Kirby), que normalmente não aceitava falar com policiais ou agentes do FBI. Após uma troca de cartas, Bundy aceita conversar com Hagmaier, dando início a uma estranha relação que seguiu até o criminoso ser executado. 

Baseado em uma história real, este longa detalha como os analistas do FBI utilizaram os próprios assassinos como base para tentar entender o comportamento violento, assim como busca mostrar o lado humano de um psicopata como Bundy. 

As conversas entre os protagonistas são bastante interessantes sobre até que ponto uma fantasia violenta pode ser tornar realidade, ou seja, o que faz um sujeito atravessar esta linha imaginária que não tem volta. 

Se Elijah Wood tem um atuação básica, o destaque fica para o Bundy inteligente e manipulador vivido por Luke Kirby. 

É um filme que se casa bem com a série “Mindhunter”, que apesar de ter sido cancelada, tem duas boas temporadas sobre o mesmo tema.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Missão Resgate

 


Missão Resgate (The Ice Road, EUA / Canadá, 2021) – Nota 6,5
Direção – Jonathan Hensleigh
Elenco – Liam Neeson, Marcus Thomas, Laurence Fishburne, Amber Midthunder, Benjamin Walker, Holt McCallany, Martin Sensmeier, Matt McCoy, Matt Salinger, Chad Bruce, Bradley Sawatzky.

Mike (Liam Neeson) é um caminhoneiro que perde o emprego após defender seu irmão Gurty (Marcus Thomas), que sofre de problemas mentais causados por sua participação na Guerra do Iraque. 

Em paralelo, um acidente em uma mina nas montanhas geladas do Canadá obriga a empresa de perfuração a enviar uma espécie de broca gigante para abrir caminho e quem saber salvar os mineiros. A única forma de transportar a broca é com um caminhão. 

Mike e Gurty se voluntariam para o trabalho junto com outras duas pessoas que utilizarão seus caminhões para atravessarem as estradas sobre o gelo. 

A premissa lembra o clássico francês “Salário do Medo” e sua versão americana “Comboio do Medo”, mudando a localização da quente América Central para a gelada região norte do Canadá. 

Além dos perigos da estada gelada, os protagonistas também precisam enfrentar um vilão para chegar a tempo na mina. 

As cenas de ação e suspense com os caminhões são bem feitas, assim como as bonitas locações, o que ajuda a superar a trama previsível e o final onde tudo se resolve com muita facilidade.

domingo, 3 de abril de 2022

The Dry

 


The Dry (The Dry, EUA / Austrália, 2020) – Nota 7
Direção – Robert Connolly
Elenco – Eric Bana, Genevieve O’Reilly, Keir O’Donnell, John Polson, Julia Blake, Bruce Spence, William Zappa, Matt Nable, James Frecheville.

Após vinte anos, Aaron Falk (Eric Bana) volta para sua cidade natal no interior da Austrália que sofre com uma terrível seca para o funeral de um amigo que aparentemente matou esposa, filha e cometeu suicídio. 

Aaron que é policial em Melbourne, também é mal visto por alguns moradores que acreditam que ele foi o responsável pela morte de uma garota quando era adolescente. Este caldeirão de emoções e as lembranças do passado levam Aaron a buscar respostas para os dois casos. 

Esta competente mistura de drama e policial intercala sequências da investigação atual e do reencontro do protagonista com velhos conhecidos com flashbacks de quando alguns fatos levaram à morte da adolescente. 

O desenvolvimento da trama entregando pequenos detalhes até chegar a solução dos casos prende a atenção. Destaque também para as locações no árida cidade australiana castigada pela falta de chuvas.

sábado, 2 de abril de 2022

Lara

 


Lara (Lara, Alemanha, 2019) – Nota 7
Direção – Jan Ole Gerster
Elenco – Corinna Harfouch, Tom Schilling, Rainer Bock, Mala Emde, Gudrun Ritter, Volkmar Kleinert.

No dia em que completa sessenta anos de idade, Lara Jenkins (Corinna Harfouch) também se prepara para ver a estreia de uma apresentação solo de seu filho (Tom Schilling) que é pianista. 

O que na teoria seria um dia de alegria, na verdade resulta em uma sequência de situações desagradáveis ligadas ao temperamento e ao caráter da protagonista. 

De uma forma bastante simples, este filme poderia ser resumida pela frase “colhemos o que plantamos”. A cada pessoa que a protagonista encontra durante o dia, pequenos pedaços de sua personalidade e de seus erros vem à tona. 

Destaque para a atuação de Corinna Harfouch, que luta contra os seus verdadeiros sentimentos para tentar transformar aquele dia em algo perfeito. 

E um filme que faz pensar sobre como somos vistos pelos outros e principalmente como nossas atitudes impactam em quem está ao redor.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Sem Fôlego

 


Sem Fôlego (Wonderstruck, EUA, 2017) – Nota 6
Direção – Todd Haynes
Elenco – Oakes Fegley, Milicent Simmonds, Julianne Moore, Michelle Williams, Jaden Michael, Tom Noonan, Amy Hargreaves, Cory Michael Smith, James Urbaniak, Damian Young.

A vida de duas crianças em épocas diferentes se desenvolvem de forma muita parecida. Em 1927, a garotinha Rose (Milicent Simmonds), que é surda-muda, decide sair de Hoboken em Nova Jersey para Nova York com o objetivo de encontrar uma famosa atriz (Julianne Moore) com quem tem uma ligação. Em 1977, o garoto Ben (Oakes Fegley) foge de casa e viaja sozinho até Nova York para procurar o pai que ele não conhece. 

A interessante premissa que conta histórias paralelas semelhantes perde um pouco da força na previsibilidade das jornadas e na falta de emoção, até mesmo na sequência que seria o clímax. O destaque fica para a atuação das crianças, inclusive uma terceira personagem vivida por Jaden Michael que entra no meio da trama. 

É basicamente um filme para a família, simpático e esquecível.