quarta-feira, 31 de maio de 2017

Rebecca, a Mulher Inesquecível

Rebecca, A Mulher Inesquecível (Rebecca, EUA, 1940) – Nota 7
Direção – Alfred Hitchcock
Elenco – Laurence Olivier, Joan Fontaine, George Sanders, Judith Anderson, Nigel Bruce, Reginald Denny, C. Aubrey Smith, Gladys Cooper, Florence Bates.

Em Monte Carlo, o viúvo inglês Max de Winter (Laurence Olivier) conhece e rapidamente pede em casamento uma jovem de origem humilde (Joan Fontaine) que trabalha como dama de companhia para uma senhora arrogante.

O casal segue para a mansão de Max na Inglaterra, situada em uma enorme propriedade. A aparente vida de sonhos que a nova Sra Winter imagina se transforma as poucos em uma dura realidade. 

A sinistra governanta da mansão (Judith Anderson) se mostra incomodada com a situação e a todo momento as pessoas lembram de Rebecca, a antiga esposa de Max que faleceu em um acidente de barco. O próprio Max perde o controle cada vez que citam a esposa morta. 

Apesar de ter sido o único trabalho de Hitchcock vencedor do Oscar de Melhor Filme e ter uma legião de fãs, não colocaria este longa entre os melhores do diretor. A trama que inclui romance, drama e suspense é interessante, o problema é que algumas sequências exageram na dramaticidade dos diálogos e nas reações do casal principal. Como exemplo, a governanta vivida por Judith Anderson parece uma personagem de filme de terror. Estas sequências dramáticas e a duração de duas horas e dez minutos deixam o filme um pouco cansativo. 

terça-feira, 30 de maio de 2017

Inverno da Alma

Inverno da Alma (Winter’s Bone, EUA, 2010) – Nota 7,5
Direção – Debra Granik
Elenco – Jennifer Lawrence, John Hawkes, Garret Dillahunt, Dale Dickey, Isaiah Stone, Ashlee Thompson, Kevin Breznahan, Shelley Waggener, Lauren Sweester, Sheryl Lee.

Ree (Jennifer Lawrence) é uma jovem de dezessete anos que vive com a mãe doente e um casal de irmãos menores em um decadente sítio no Missouri. 

Sua vida difícil fica quase desesperadora quando o xerife (Garret Dillahunt) avisa que seu pai colocou a propriedade como garantia para pagamento de fiança e que ele precisa comparecer perante ao juiz em poucos dias, senão a justiça tomará o sítio. 

Sem saber onde está o pai, Ree inicia uma busca pela região, procurando informações com o tio (John Hawkes) e com antigos parceiros de crime. Todos se negam a ajudar a jovem. 

Este doloroso drama tem como ponto principal a sensível interpretação de Jennifer Lawrence, que tinha apenas vinte anos e era praticamente desconhecida na época. A atriz encarna uma personagem persistente, daquelas que decidem enfrentar algo mesmo sabendo que o “inimigo” é muito mais forte. 

Outro ponto interessante é a locação. O interior do Missouri é mostrado como um local esquecido, onde pessoas duras, ignorantes e sem perspectivas tentam ganhar a vida com atividades ilícitas. A força de vontade e a sensibilidade da protagonista contrastam com a dureza dos coadjuvantes. 

É um filme indicado para quem gosta de histórias tristes. 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Contratiempo

Contratiempo (Contratiempo, Espanha, 2016) – Nota 8
Direção – Oriol Paulo
Elenco – Mario Casas, Ana Wagener, José Coronado, Bárbara Lennie, Francesc Orella.

Adrian Doria (Mario Casas) é um famoso empresário do ramo de tecnologia que está sendo acusado de assassinar sua amante Laura (Bárbara Lennie). Seu advogado indica uma outra advogada especialista em criar teorias para salvar seus clientes. 

Virginia Goodman (Ana Wagener) encontra Adrian em seu apartamento e diz que precisa saber toda a verdade sobre o ocorrido o mais rápido possível, pois a promotoria teria encontrado uma nova testemunha e ele seria preso em algumas horas. 

Depois do ótimo “El Cuerpo”, o diretor e roteirista catalão Oriol Paulo entrega outro belíssimo suspense policial. Assim como no filme anterior, Oriol Paulo explora o diálogo entre dois personagens no momento atual para contar a verdadeira história do crime em flashbacks. 

Com extrema competência e muito cuidado com os detalhes, seu roteiro joga na mesa várias teorias para o crime, inserindo ainda um segundo crime e um personagem importantíssimo para trama vivido por José Coronado. 

É um verdadeiro exercício de como qualquer história pode ser manipulada de acordo com o interesse do interlocutor. 

domingo, 28 de maio de 2017

A Família Bartlett

A Família Bartlett (Lymelife, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Derick Martini
Elenco – Rory Culkin, Alec Baldwin, Jill Hennessy, Emma Roberts, Timothy Hutton, Cynthia Nixon, Kieran Culkin.

Final dos anos setenta, subúrbio de Nova York. O adolescente Scott (Rory Culkin) está na fase das descobertas.

Sua aparente família perfeita esconde um casamento falido entre o pai infiel (Alec Baldwin) e a mãe frustrada (Jill Hennessy), enquanto seu irmão mais velho (Kieran Culkin) está prestes a voltar para o exército. 

Scott é apaixonado pela vizinha Adrianna (Emma Roberts), garota madura apesar da pouca idade. Os pais de Adrianna também estão em crise. O pai (Timothy Hutton) perdeu o emprego e sofre com a doença de Lyme, causada pela picada do carrapato, enquanto a mãe (Cynthia Nixon) vê o marido como um fraco. 

O interessante deste drama é a crítica que o roteiro faz sobre os segredos que as famílias escondem. Suas crises, frustrações e conflitos são detalhadas de modo realista e até de forma patética em alguns momentos. 

Os destaques do elenco ficam para o atormentado personagem de Timothy Hutton e para a desenvoltura de Emma Roberts, sobrinha de Julia Roberts e filha do canastrão Eric Roberts. 

Como curiosidade, na vida real os atores Rory e Kieran Culkin são irmãos de Macaulay Culkin, o eterno astro de “Esqueceram de Mim”.

sábado, 27 de maio de 2017

Nos Limites da Lei

Nos Limites da Lei (Sleepless, EUA, 2017) – Nota 6,5
Direção – Baran Bo Odar
Elenco – Jamie Foxx, Michelle Monaghan, Scoot McNairy, Dermot Mulroney, Tip “T. I.” Harris, David Harbour, Gabrielle Union, Octavius J. Johnson.

Em Las Vegas, os policiais Vincent Downs (Jamie Foxx) e Sean Cass (Tip “T. I.” Harris) roubam uma carga de drogas, mas deixam pistas que os identificam. 

As drogas pertenciam ao proprietário de um cassino (Dermot Mulroney) que estava negociando com um violento traficante (Scoot McNairy). Para reaver as drogas, eles sequestram o filho de Vincent (Octavius J. Johnson) e obrigam o policial a devolver a droga no cassino.

A negociação chama a atenção de uma policial dos assuntos internos (Michelle Monaghan), que junto com seu parceiro (David Harbour) segue Vincent até o cassino. 

O diretor sueco Baran Bo Odar ficou conhecido pelo ótimo longa alemão “Invasores – Nenhum Sistema Está a Salvo”. Sua estreia em Hollywood fica marcada pelas ótimas cenas de ação e o ritmo ágil da narrativa, em contrapartida do péssimo roteiro que é um verdadeiro amontoado de clichês. A história tem vários furos e absurdos. É o típico filme para assistir sem se preocupar com a realidade e curtir as cenas de ação.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Triste Cinema Brasileiro

No Festival de Cannes do ano passado, o elenco e o diretor do filme “Aquarius” protagonizaram um protesto a favor de um governo corrupto que levou o país ao caos generalizado que vivemos atualmente. Há poucos dias, um grupo de cineastas e críticos assinaram um manifesto exigindo a retirada do documentário “O Jardim das Aflições” do Festival de Cinema de Pernambuco, por ser baseado em um livro do polêmico Olavo de Carvalho.

Estes dois casos vergonhosos escancaram como grande parte da classe artística brasileira defende uma ideologia e seus próprios interesses. No primeiro caso ocorrido em Cannes, o medo de perder o dinheiro da Lei Rouanet foi o motivo do protesto. No segundo, a questão era a ideologia. Para este grupo que adora falar em democracia, mas que elogia regimes totalitários como Venezuela e Cuba, um filme que não defenda as ideias da esquerda deveria ser banido.

Quando o governo bancou com nosso dinheiro um filme chapa-branca como “Lula, o Filho do Brasil” ou outros longas sobre figuras como Marighella e Lamarca, a maioria aplaudiu. Lógico, eram as ideias socialistas enfiadas goela abaixo da população. Eu não assisti ao filme sobre Lula por questão pessoal, assim como muita gente fez. Não houve protesto ou tentativa de boicote, foi uma escolha pessoal. Numa democracia de verdade, cada cidadão decide o que assistir, o que ler ou que consumir.

A tentativa de boicote ao documentário “O Jardim das Aflições” escancara a hipocrisia da esquerda. Como eles odeiam Olavo de Carvalho, acreditam que tem o poder de vetar a obra. Esquecem como sempre, que a escolha é individual. Se eu não gosto de algo, não darei atenção. O problema é que no pensamento socialista a decisão do cidadão não pode ser individual, para eles o que vale é o grupo. Se você não pensa igual, você é o inimigo. Este maldito pensamento é um dos motivos que estão transformando o Brasil num local de ódio. Um detalhe, o documentário foi produzido por crowdfunding, ou seja, não teve um real da Rouanet.

Esta questão de colocar a ideologia socialista como bandeira nos deixou para trás na qualidade do cinema. Enquanto o cinema argentino e o sul-coreano produzem obras no mesmo nível de qualidade de filmes americanos e europeus, por aqui os cineastas continuam utilizando o cinema para doutrinação. A outra metade do cinema brasileiro foca nas comédias rasteiras produzidas pela Globo Filmes, que conseguiu transportar seu estilo novelesco para o cinema e fazer o público da tv migrar junto. O resultado são sucessos de bilheteria com qualidade sofrível.

No final dos anos noventa e ínício do novo século, o cinema brasileiro parecia ter tomado um rumo com ótimos filmes como “Central do Brasil”, “Cidade de Deus”, os dois “Tropa de Elite”, “O Invasor” e “Os Matadores”, mas isso ficou lá atrás. Hoje, os grandes filmes brasileiros são pouquíssimos. Longas como “O Lobo Atrás da Porta” e “Que Horas Ela Volta?” são ótimas exceções. Sobre “Aquarius”, eu exerci meu direito de não assistir.

Nosso cinema somente será grande quando cineastas, produtores e atores deixarem de utilizar seus filmes como palanque ideológico e pensarem apenas em fazer cinema de verdade.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Onde Mora a Esperança

Onde Mora a Esperança (Where God Left His Shoes. EUA, 2007) – Nota 7,5
Direção – Salvatore Stabile
Elenco – John Leguizamo, Leonor Varela, David Castro, Samantha M. Rose, Jerry Ferrara, Manny Perez.

Frank Diaz (John Leguizamo) é um decadente boxeador que se vê descartado pelo empresário. Sem dinheiro para pagar o aluguel, sua família é despejada do apartamento onde vive. Frank é obrigado a levar a esposa Angela (Leonor Varela), o enteado Justin (David Castro) e a pequena filha Christina (Samantha M. Rose) para viverem em um abrigo público. 

Alguns meses depois, na véspera do Natal, ele é avisado que sua família tem direito a um novo apartamento popular, porém precisaria ter um emprego registrado. É o início da correria de Frank por Nova York em busca de um emprego. 

Um dos grandes acertos desta dolorosa história dirigida pelo desconhecido Salvatore Stabile é não transformar o filme em um melodrama lacrimoso. O roteiro foca na crítica social e na força da família. 

A saga do personagem de John Leguizamo na busca pelo emprego bate de frente com a burocracia, com a arrogância de algumas pessoas e com a falta de sensibilidade em relação ao próximo. 

A questão familiar é extremamente importante também, principalmente através do forte laço que se cria entre padastro e enteado durante a crise. 

O final pode não agradar a todos, mas a meu ver se mostra uma escolha real e sensível em relação a proposta do longa.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Máxima Precisão

Máxima Precisão (Good Kill, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – Andrew Niccol
Elenco – Ethan Hawke, Bruce Greenwood, Zoe Kravitz, January Jones, Jake Abel, Dylan Kenin.

O major Thomas Egan (Ethan Hawke) é um veterano piloto que hoje tem como obrigação comandar drones de forma remota. Em uma base em Las Vegas, Egan monitora terroristas no Afeganistão e envia mísseis sempre que recebe uma ordem do oficial em comando (Bruce Greenwood). 

Esta vida tranquila incomoda Egan, que sente falta dos combates áereos reais. A frustração por estar em solo, mais os ataques à distância que muitas vezes atingem civis, são os fatores que influenciam negativamente seu comportamento e até mesmo o casamento com Molly (January Jones). 

Os créditos iniciais informam que este filme é baseado em eventos reais. O estranho é que o desenrolar da trama deixa claro que o longa é na verdade uma versão pálida de alguns acontecimentos, provavelmente uma coletânea de relatos sobre pilotos em crise. 

A premissa de mostrar como a guerra “gruda” em alguns soldados, que não conseguem ter uma vida normal longe das batalhas é comum ao gênero. O diferencial aqui é mostrar o novo tipo de guerra, em que alguém aperta um botão e acerta um alvo a milhares de quilômetros de distância. 

Este videogame verdadeiro e sangrento é discutido pelo protagonista e por outros pilotos em alguns diálogos sem muita profundidade. Enquanto alguns sofrem com que estão vendo e fazendo, outros preferem manter um sentimento de distância, como se eles não fossem responsáveis pelo que ocorre. 

Por mais que seja uma tema atual, o filme é frio e repetitivo. Os vários ataques não passam emoção, assim como algumas cenas violentas. 

No final, fica a impressão de que a história rodou, rodou e não saiu do lugar.

terça-feira, 23 de maio de 2017

O Lamento

O Lamento (Goksung, Coreia do Sul / EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Hong Jin Na
Elenco – Do Won Kwak, Jung Min Hwang, Jun Kunimura, Woo He Chun, Hwan Hee Kin.

Na vila de Goksung, interior da Coreia do Sul, uma família é assassinada de forma cruel e o único sobrevivente está catatônico e apresenta bolhas pelo corpo. 

Um policial subalterno (Do Won Kwak) e seu parceiro (Jung Min Hwang) se assustam ao testemunharem uma estranha mulher andando nua pela noite. 

Um novo crime faz com que os dois policial desconfiem de um japonês (Jun Kunimura) que vive solitário nas montanhas e que anteriormente foi acusado de tentar violentar um mulher. 

Estes fatos são apenas o início de uma série de acontecimentos bizarros e violentos que transformam a pequena comunidade em um inferno. 

A princípio, este sinistro longa sul-coreano passa a impressão de ser um thriller sobre um serial killer ou algo parecido. O desenrolar da trauma transforma a história em um suspense misturado com terror, inclusive com algumas cenas com bastante sangue. 

O complexo roteiro explora ideias do clássico “O Exorcista”, com a violência dos filmes de zumbis e por fim até uma analogia religiosa referente a luta do bem contra o bem. 

O filme perde pontos em duas situações. A principal falha é a longa duração. São mais de duas horas e meia, resultando num filme irregular, com alguns momentos mortos. Uns trinta minutos a menos deixariam a trama mais concisa e o filme menos cansativo. 

Outro ponto que não me agradou por completo é o final ambíguo. Por mais que dê para entender o que ocorreu, a dúvida que o roteiro deixa na cabeça do espectador até a cena final se revela com furos. Analisando passagens do filme, fica claro que algumas situações não se encaixam com a surpresa final. 

Apesar destes problemas, a história é instigante e o clima de tensão é forte em várias sequências. 

Vale a sessão para quem gosta de fugir da mesmice do gênero e também para quem curte o cinema sul-coreano.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

O Homem dos Olhos de Raio-X, O Incrível Homem que Encolheu & O Mundo em Perigo


O Homem dos Olhos de Raio X (X, EUA, 1963) – Nota 6,5
Direção – Roger Corman
Elenco – Ray Milland, Diana Van Der Vlies, Harold J. Stone, John Hoyt, Don Rickles, Dick Miller.

O Dr. James Xavier (Ray Milland) é um cientista que trabalha em uma fórmula para aumentar a capacidade da visão humana. Ele decide experimentar a fórmula nele mesmo. O teste é um sucesso e Xavier descobre que pode enxergar através de qualquer objeto. A princípio, ele pensa em utilizar a descoberta para melhorar a vida das pessoas, mas aos poucos, percebe as vantagens do poder que conseguiu e passar a explorar a extraordinária visão para seu próprio prazer. 

Esta produção de baixo orçamento dirigida pelo mestre Roger Corman apresenta ideias interessantes, como a questão da mudança de comportamento das pessoas quando elas conseguem algum poder e o próprio egoísmo do ser humano, que sempre coloca seus interesses a frente de tudo. As sequências em que o protagonista interpretado pelo então astro Ray Milland utiliza sua visão são curiosas, inclusive uma em que durante uma festa ele vê todas as pessoas peladas. 

O Incrível Homem que Encolheu (The Incredible Shrinking Man, EUA, 1957) – Nota 7
Direção – Jack Arnold
Elenco – Grant Williams, Randy Stuart, April Kent, Paul Langton.

Scott (Grant Williams) e sua esposa Louise (Randy Stuart) estão passeando em um barco. Enquanto ela está dentro da cabine, ele é atingido por uma estranha nuvem de partículas. Em casa, um acidente faz com que Scott tenha contato com inseticida. A partir daí, Scott percebe que está encolhendo. Dias depois, ele se torna minúsculo e termina por utilizar uma casa de bonecas para se proteger do gato e de pequenos animais enquanto não descobre como voltar ao tamanho normal. 

Baseado em conto de Richard Matheson, criador do seriado “Além da Imaginação”, este longa se tornou cult pela trama inusitada e pelos curiosos efeitos especiais que colocam o protagonista em perigo ao enfrentar animais que são insignificantes para o ser humano. Em 1981, foi produzida uma nova versão em formato de comédia com a atriz Lily Tomlin no papel principal.

O Mundo em Perigo (Them! EUA, 1954) – Nota 7
Direção – Gordon Douglas
Elenco – James Whitmore, Edmund Gwenn, Joan Weldon, James Arness.

No deserto do Novo México, um xerife (James Whitmore) encontra uma criança andando sozinha. Logo, ele descobre que aranhas gigantes destruíram o local onde a criança vivia. O governo é acionado e envia um agente do FBI (James Arness), um cientista (Edmund Gwenn) e sua filha (Joan Weldon) para investigarem a situação. Eles descobrem que testes nucleares feitos há uma década transformaram as formigas em mutantes e que as mesmas estariam a caminho de Los Angeles. 

Explorando o tema da ameaça e das consequências dos testes nucleares, comum ao filmes de ficção dos anos cinquenta e sessenta, este longa apresenta ótimas cenas de ação e efeitos especiais competentes,  levando em conta a época em que foi produzido. Por sinal, o filme foi indicado ao Oscar de Efeitos Especiais e perdeu para o clássico “20 Mil Léguas Submarinas”.

domingo, 21 de maio de 2017

Inferno

Inferno (Inferno, EUA / Hungria, 2016) – Nota 6,5
Direção – Ron Howard
Elenco – Tom Hanks, Felicity Jones, Omar Sy, Irrfan Khan, Sidse Babett Knudsen, Ben Foster, Ana Ularu, Ida Darvish.

Em Paris, o milionário Bertrand Zobrist (Ben Foster) comete suicídio ao ser perseguido por um grupo de homens. Dias depois, o professor Robert Langdon (Tom Hanks) acorda com um ferimento na cabeça em um hospital de Florença, sem lembrar como chegou até aquele local. 

Com ajuda de uma médica (Felicity Jones), Langdon escapa de ser assassinado por um mulher disfarçada de policial. É o início de uma correria por Florença para descobrir porque ele está sendo perseguido. 

Este terceiro longa protagonizado pelo herói criado pelo escritor Dan Brown é razoável como filme de ação e confuso por causa da história mirabolante que lembra as aventuras de James Bond. 

O mistério da trama precisa ser decifrado através das obras de Dante Alighieri, o que faz o protagonista correr por museus atrás de pistas. O problema é que a trama é tão confusa, que em determinado momento um coadjuvante explica didaticamente o que aconteceu, como se apenas a narrativa não fosse suficiente para o espectador e o protagonista entenderem a situação. 

Vale destacar Tom Hanks brincando de herói, Ben Foster novamente interpretando um maluco e a belíssima produção que explora os museus italianos e os cenários naturais do país.

sábado, 20 de maio de 2017

Frank & Lola

Frank & Lola (Frank & Lola, EUA, 2016) – Nota 6,5
Direção – Matthew Ross
Elenco – Michael Shannon, Imogen Poots, Michael Nyqvist, Justin Long, Rosanna Arquette, Emmanuelle Devos.

Em Las Vegas, Frank (Michael Shannon) é um chefe de cozinha e Lola (Imogen Poots) é uma jovem designer de moda em busca de emprego. As diferenças são deixadas de lado e eles decidem morar juntos. Uma traição e um trauma do passado desencadeiam uma terrível crise entre o casal. 

Este curioso drama envolvendo sexo, traição e vingança detalha um relacionamento que beira a obsessão. Frank é um sujeito frio de poucas palavras, que tenta racionalizar os sentimentos, enquanto Lola é um turbilhão de emoções. Por mais que ele se amem, a dificuldade em lidar com estes sentimentos e com o passado se tornam os grandes obstáculos para ficarem juntos. 

A personagem Lola remete ao clássico "Lolita", em que uma adolescente atormenta a vida de um sujeito de meia-idade. Aqui, a personagem de Imogen Poots varia do angelical a mulher fatal, sempre deixando o espectador e o parceiro em dúvida sobre seu caráter. 

Como é habitual em seus trabalhos, Michael Shannon se destaca no papel do sujeito que vê seu mundo virar de cabeça para baixo por causa da paixão.

Destaque para as sequências em Paris na segunda metade do longa, tanto pela belíssima fotografia noturna, quanto pelas cenas na boate. 

Mesmo com a premissa sendo interessante, o filme não engrena, em alguns momentos a história parece rodar no mesmo lugar. 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Da Ambição ao Crime

Da Ambição ao Crime (Crime of Passion, EUA, 1957) – Nota 6,5
Direção – Gerd Oswald
Elenco – Barbara Stanwick, Sterling Hayden, Raymond Burr, Fay Wray, Virginia Gray, Royal Dano, Stuart Whitman.

Kathy Ferguson (Barbara Stanwick) é uma conhecida colunista de jornal em San Francisco. Independente e segura, ela surpreende ao abandonar a profissão para se casar com o detetive Bill Doyle (Sterling Hayden) e se mudar para uma casa de subúrbio em Nova York. 

Não demora para a vida ordinária de dona de casa a deixar entediada. Ela decide então transferir sua ambição profissional para a carreira do marido, criando situações com o objetivo de conseguir uma promoção para Bill dentro do departamento de polícia. 

O título nacional deste drama policial entrega boa parte da história, que por sinal se mostra atual. A ambição por crescimento na carreira é algo habitual nos dias de hoje, inclusive levando as pessoas a deixarem a ética e até a honestidade de lado. O conflito principal aqui surge da honestidade do personagem de Sterling Hayden em contrapartida com a ambição de Barbara Stanwyck. 

O filme em sí é razoável. A narrativa é um pouco lenta e a atuação de Stanwyck exagerada em alguns momentos. Vale destacar ainda o sempre sisudo Raymond Burr como o inspetor de polícia. Burr ficaria famoso pela série de tv “Perry Mason” que foi ao ar de 1957 a 1966. O personagem retornou em vários telefilmes de 1985 até 1993, ano em que o ator faleceu.  

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Ponto de Partida

Ponto de Partida (Powder Blue, EUA, 2009) – Nota 6
Direção – Timothy Linh Bui
Elenco – Jessica Biel, Ray Liotta, Forest Whitaker, Eddie Redmayne, Lisa Kudrow, Patrick Swayze, Kris Kristofferson, Sanaa Lathan, Don Swayze.

Em Los Angeles, quatro personagens tem suas vidas cruzadas pelo destino. 

Rose (Jessica Biel) é um mãe solteira que trabalha como stripper e sofre pelo filho que está em uma cama de hospital. 

O ex-detento Jack (Ray Liotta) tem pouco tempo de vida e deseja resolver uma pendência afetiva antes de falecer. 

Charlie (Forest Whitaker) roda pela cidade em busca de alguém para matá-lo. Ele carrega a culpa pela morte da esposa. 

Querty (Eddie Redmayne) é um solitário agente funerário que precisa lidar com as dívidas deixadas pelo pai. 

Gosto de filmes com vários personagens que se cruzam através de pequenas histórias. A premissa aqui é bem interessante, os quatro protagonistas precisam resolver seus problemas que parecem sem solução. O problema é que a história se mostra previsível, assim como os personagens. É aquele filme que jamais engrena, mesmo mantendo o interesse de quem gosta do gênero. 

O longa será lembrado por ser o último trabalho de Patrick Swayze, que interpreta o agitado dono da boate.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Carvão Negro, Gelo Fino

Carvão Negro, Gelo Fino (Bai Ri Yan Huo, China, 2014) – Nota 5,5
Direção – Yi’nan Diao
Elenco – Fan Liao, Lun Mei Gwei, Xuebing Wang.

China, 1999. Partes do corpo de um homem são encontradas em vários locais distantes uns dos outros.

O detetive Zhang (Fan Liao) descobre que a vítima era casada com a jovem Wu (Lun Mei Gwei), funcionária de uma tinturaria. 

Ao prender um suspeito, algo dá errado e dois policiais terminam assassinados sem que o crime original tenha sido solucionado. 

Cinco anos depois, Zhang se tornou um policial alcoólatra e desleixado, que renova sua vontade de viver quando dois novos corpos são encontrados nas mesmas condições do crime anterior e as vítimas também estão ligadas a Wu. 

A premissa e a forma dos crimes são instigantes, porém o interesse do espectador dura menos de meia-hora. A narrativa é arrastada e a história parece não sair do lugar. Para piorar, algumas situações são mal explicadas. Não espere ação e nem suspense. 

Por mais curioso que pareça, o filme ganhou o Urso de Ouro em Berlim.  

terça-feira, 16 de maio de 2017

Um Homem Chamado Ove

Um Homem Chamado Ove (Em Man Som Heter Ove, Suécia, 2015) – Nota 8
Direção – Hannes Holm
Elenco -  Rolf Lassgard, Bahar Pars, Filip Berg, Ida Engvoll, Borje Lundberg.

Ove (Rolf Lassgard) é um viúvo solitário e ranzinza que decide acabar com a própria vida após ser dispensado do emprego onde trabalhava há mais de quarenta anos. 

Vivendo em um condomínio de casas, sempre que Ove se prepara para cometer o suicídio, algo acontece ao seu redor, fazendo com que desista da tentativa para resolver a situação 

Ove perdeu também o cargo de síndico do condomínio, mas mesmo assim continuou a fazer sua “ronda” diária para manter a ordem no local. A chegada de uma imigrante iraniana grávida (Bahar Pars), casada com um sueco e mãe de duas meninas, também resulta em consequências na vida do viúvo. 

O aparente ódio que o protagonista carrega é explicado aos poucos, através de flashbacks que detalham os desafios que ele enfrentou na vida desde criança até a morte da esposa. 

A forma sensível como o roteiro descreve a vida do protagonista é um exemplo de como a “casca das pessoas” muitas vezes esconde seu melhor lado. Alegrias, sofrimentos e frustrações moldam o caráter e as atitudes de cada um. 

Vale destacar ainda a ótima atuação de Rolf Lassgard. 

É um belíssimo filme sobre a vida.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

O Espião Que Sabia Demais

O Espião Que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, França / Inglaterra / Alemanha, 2011) – Nota 6,5
Direção – Tomas Alfredson
Elenco – Gary Oldman, John Hurt, Colin Firth, Benedict Cumberbatch, Tom Hardy, Mark Strong, Toby Jones, David Dencik, Ciaran Hinds, Simon McBurney, Stephen Graham, Kathy Burke, Stuart Graham, Konstantin Khabensky, Katrina Vasilieva.

Londres, 1973. Um grupo de espiões ingleses conhecido como Circus sofre um revés quando um de seus agentes (Mark Strong) é assassinado durante uma missão na Hungria. O líder do grupo conhecido como Control (John Hurt) é dispensado junto com seu braço direito, o agente George Smiley (Gary Oldman).

Pouco tempo depois, Smiley é convocado pelo governo para investigar o próprio grupo, que teria um espião russo infiltrado. Com ajuda de um jovem agente (Benedict Cumberbatch), Smiley fará de tudo para encontrar o traidor. 

Baseado em um livro de John Le Carré, este longa apresenta os mesmos problemas de algumas adaptações de obras de espionagem do autor para o cinema. A história é extremamente confusa. São diversos personagens suspeitos, situações não muito bem explicadas, além de alguns flashbacks que deixam ainda mais dúvidas no espectador. 

A narrativa fria e lenta e outro ponto negativo. A única emoção é uma rápida cena com tiros no início. O filme ganha alguns pontos pela caprichada reconstituição de época e pela interpretação contida de Gary Oldman como o frio e racional agente. 

O diretor sueco Tomas Alfredson é responsável por um filme bem melhor, o original “Deixa Ela Entrar”.

domingo, 14 de maio de 2017

A Mosca da Cabeça Branca & O Retorno da Mosca


A Mosca da Cabeça Branca (The Fly, EUA, 1958) – Nota 7
Direção – Kurt Neumann
Elenco – David Hedison, Patricia Owens, Vincent Price, Herbert Marshall, Kathleen Freeman.

A história começa com Helene (Patricia Owens) avisando seu cunhado François (Vincent Price) que seu marido Andre (David Hedison) se matou. A partir daí conheceremos a história em flashback, com os irmãos François e Andre trabalhando como cientistas numa máquina de teletransporte sem muito sucesso. 

Num certo momento Andre resolve ser a cobaia, mas quando entra na máquina uma mosca o acompanha. O experimento dá certo em parte, pois o matéria de Andre e da mosca se misturam, com o sujeito ficando com a cabeça e um braço da mosca. A única chance de reverter a situação é Andre encontrar a mosca que ficou com parte do seu corpo e levá-la de volta para máquina junto com ele. 

Este longa de pequeno orçamento e efeitos especiais precários ganhou status de cult com o passar do tempo, principalmente após a sangrenta refilmagem de David Croneneberg em 1986. Além da insólita história, o destaque vai também para o elenco, que tem o grande Vincent Price e o astro do seriado “Viagem ao Fundo Mar” David Hedison, que aqui em início de carreira assinava como Al Hedison.

O Retorno da Mosca (Return of the Fly, EUA, 1959) – Nota 6
Direção – Edward Bernds
Elenco – Vincent Price, Brett Halsey, David Frankham, John Suttom, Danielle De Metz.

Esta continuação do clássico de ficção B “A Mosca da Cabeça Branca” se passa vários anos após o original, quando a viúva do cientista que criou a máquina de teletransporte morre e seu filho Phillippe (Brett Halsey) decide continuar o trabalho do pai, mesmo contra a vontade do tio François (Vincent Price), que também é cientista e viu todo o sofrimento do irmão após se transformar em mosca como consequência uma experiência mal sucedida. 

Após muita discussão, François resolve ajudar o sobrinho que tem como assistente o traiçoeiro Alan Hinds (David Frankham), sujeito que tem como objetivo roubar o projeto e vendê-lo para ficar rico, situação que causará uma nova tragédia. 

Este longa tem um roteiro que complementa bem o filme original, misturando a obsessão do jovem cientista com a ambição do seu assistente desonesto, porém as atuações são fracas, com exceção de Vincent Price. Para muitos, Price era um grande canastrão, mas suas interpretações nestes clássicos de terror e suspense se casam perfeitamente com o gênero.

sábado, 13 de maio de 2017

Kong: A Ilha da Caveira

Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, EUA / China / Austrália / Canadá, 2017) – Nota 7
Direção – Jordan Vogt Roberts
Elenco – Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson, Brie Larson, John C. Reilly, John Goodman, Corey Hawkins, John Ortiz, Tian Jing, Toby Kebbell, Jason Mitchell, Shea Whigham, Thomas Mann, Richard Jenkins.

Em 1973, no dia em que o então presidente Nixon declara que estará retirando as tropas americanas do Vietnã após a fracassada guerra, o explorador Bill Randa (John Goodman) e o geólogo Houston Brooks (Corey Hawkins) conseguem convencer um senador (Richard Jenkins) a liberar verbas para uma expedição a uma ilha do Pacífico. 

Randa alega que seria uma expedição geológica. O senador consegue também que a expedição seja protegida por um grupo de soldados liderados pelo coronel Packard (Samuel L. Jackson). Juntam-se ao grupo o mercenário inglês James Conrad (Tom Hiddleston) e a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson). 

Esta versão de King Kong utiliza elementos dos filmes anteriores para criar uma nova história. O ponto principal aqui são as cenas de ação, que não chegam a ser tão violentas quanto a versão de Peter Jackson e nem tão interessantes quanto o original dos anos trinta, este na minha opinião o melhor de todos. 

Este novo longa peca pelo desenvolvimento raso do personagens. O protagonista Tom Hiddleston está apagado, deixando as melhores cenas para um maluco John C. Reilly. Os muitos cortes e o ritmo acelerado lembram os trabalhos de Michael Bay, o que demonstra a mão fraca do quase desconhecido Jordan Vogt Roberts na direção. 

É um blockbuster que prende a atenção, mas passa longe de ser marcante. 

Após os créditos, ainda surge uma cena que seria um gancho para uma sequência.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Ithaca

Ithaca (Ithaca, EUA, 2015) – Nota 6
Direção – Meg Ryan
Elenco – Alex Neustaedter, Sam Shepard, Hamish Linklater, Meg Ryan, Tom Hanks, Jack Quaid, Gabriel Basso, Molly Gordon, Spencer Howell.

Cidade de Ithaca, Califórnia, 1942. Homer (Alex Neustaedter) consegue um emprego como mensageiro da empresa de telégrafos local. Com sua bicicleta, Homer atravessa a cidade para entregar todo tipo de mensagem, inclusive avisando famílias da morte de filhos que estão lutando na Segunda Guerra. 

O próprio Homer sofre pelo irmão (Jack Quaid) que foi convocado e também pela recente morte do pai (Tom Hanks). Sua mãe (Meg Ryan) tenta enfrentar as tristezas com serenidade. As dificuldades da época terminam por moldar o caráter de Homer, que ainda cria um laço de amizade com um velho funcionário do telégrafo (Sam Shepard). 

A estreia da atriz Meg Ryan na direção desperdiça uma sensível história baseada em livro de William Saroyan. A proposta da história é mostrar o amadurecimento de um adolescente e o sofrimento das pessoas que ficaram na América enquanto seus filhos, irmãos e netos foram defender o país na Segunda Guerra. 

Infelizmente, o filme falha em vários aspectos. O roteiro parece ter sido escrito como um simples resumo do livro, deixando pontas em aberto e com pulos no tempo que deixam o espectador perdido, além da coincidência das “chegadas” na cena final. 

Os personagens são mal desenvolvidos. Meg Ryan se mostra apática nas poucas cenas em que aparece e a minúscula presença de Tom Hanks é entendida apenas por ele ser um dos produtores do filme. 

É uma pena, além da história, a reconstituição de época é muito bem feita e dois personagens se destacam. O protagonista vivido por Alex Neustaedter dá conta do recado como o jovem que começa a entender como o funciona o mundo e o garotinho Spencer Howell de apenas quatro anos de idade que interpreta o irmão mais jovem chamado Ulysses. Com graça e espontaneidade, o menino rouba as cenas em que aparece. 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Vida Que Segue

Vida Que Segue (Moonlight Mile, EUA, 2002) – Nota 6,5
Direção – Brad Silberling
Elenco – Jake Gyllenhaal, Dustin Hoffman, Susan Sarandon, Ellen Pompeo, Dabney Coleman, Richard T. Jones, Roxanne Hart, Gordon Clapp.

Após sua noiva ser assassinada a poucos dias antes do casamento, Joe (Jake Gyllenhaal) se mostra perdido. Eles iriam morar próximo da família dela e Joe trabalharia com o sogro Ben (Dustin Hoffman) que é corretor de imóveis. 

A tragédia faz com que Joe sinta-se culpado e para não frustrar ainda mais Ben e a sogra Jojo (Susan Sarandon), ele aceita seguir os planos traçados. Quando Joe conhece Bertie (Elle Pompeo), uma jovem que trabalha no correio local, seus sentimentos o deixam ainda mais confuso. 

Mesmo tendo um ritmo irregular e algumas situações que beiram a comédia, o ponto positivo deste longa é não cair na armadilha do dramalhão, situação comum em histórias sobre perdas. A narrativa é sóbria e as emoções são contidas. 

Por outro lado, o filme peca também pelo roteiro previsível. O cinéfilo acostumado ao gênero não terá surpresa alguma. 

O resultado é um filme mediano e esquecível.  

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Pelos Caminhos do Inferno

Pelos Caminhos do Inferno (Wake in Fright, Austrália / EUA, 1971) – Nota 6,5
Direção – Ted Kotcheff
Elenco – Gary Bond, Donald Pleasence, Chips Rafferty, Sylvia Kay, Jack Thompson.

John Grant (Gary Bond) é um professor de crianças em uma pequena comunidade no meio do deserto australiano. Quando chega a época de férias, John sonha em chegar rapidamente em Sydney para encontrar a namorada que o está esperando. 

Ele viaja de trem até uma cidade maior chamada Yabba para seguir de avião até o destino final. O plano seria passar apenas uma noite em Yabba, porém John termina por fazer amizade com algumas pessoas do local e descobre um estranho clube de apostas. Tudo parece conspirar para John ficar naquela cidade no meio do nada. 

O cinema australiano dos anos setenta era marcado pelo exagero, com histórias malucas e personagens bizarros. Este longa segue o estilo, mesmo tendo sido dirigido pelo canadense Ted Kotcheff, conhecido por filmes hollywoodianos como “Rambo – Programado para Matar” e “De Volta Para o Inferno”. 

A saga enfrentada pelo personagem principal é bizarra. Ele é um professor culto que se vê preso em meio a australianos brutos e beberrões, que despertam nele uma espécie de instinto selvagem. A sequência da caçada que começa durante o dia, vira a noite e termina na cabana do médico cachaceiro vivido por Donald Pleasence é uma das coisas mais insanas que o cinema já produziu. 

É um filme para quem quiser encarar algo totalmente fora do comum.    

terça-feira, 9 de maio de 2017

A Garota no Trem

A Garota no Trem (The Girl on the Train, EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Tate Taylor
Elenco – Emily Blunt, Rebecca Ferguson, Haley Bennett, Justin Theroux, Luke Evans, Edgar Ramirez, Laura Prepon, Allison Janney, Darren Goldstein, Lisa Kudrow.

Rachel (Emily Blunt) viaja diariamente de trem entre Manhattan e uma pequena cidade nos arredores de Nova York. Durante o trajeto, ela observa duas casas específicas que ficam no caminho. 

A primeira é sua antiga casa, onde seu ex-marido Tom (Justin Theroux) vive com sua nova esposa Anna (Rebecca Ferguson) e a filha bebê. A outra é uma casa vizinha, local em que um casal (Haley Bennett e Luke Evans) parece viver uma tórrido romance. Aos poucos, o espectador descobre o porquê da situação e os fatos que afligem a atormentada Rachel. 

Com uma narrativa não linear, o diretor Tate Taylor explora a angústia das três mulheres, seus relacionamentos e ainda insere um crime em que o cinéfilo mais atento desvenderá lá pela metade do filme. 

O roteiro tenta se mostrar complexo através das idas e vindas da história, da narração em off da protagonista vivida por Emily Blunt e da reviravolta na parte final, porém no fundo é uma simples trama que mistura drama e suspense. 

Não é um filme ruim, ele ganha pontos pelo clima de sofrimento pontuado pela trilha sonora de Danny Elfman e até pela inusitada importância do trem na história. 

segunda-feira, 8 de maio de 2017

X-Men: Apocalipse

X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalipse, EUA, 2016) – Nota 7
Direção – Bryan Singer
Elenco – James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Oscar Isaac, Nicholas Hoult, Rose Byrne, Evan Peters, Josh Helman, Sophie Turner, Tye Sheridan, Lucas Till, Kodi Smit McPhee, Hugh Jackman.

Cairo, Egito, 1983. Dez anos após os mutantes terem se revelado para o mundo, um estranho grupo liberta em uma escavação uma figura que seria o primeiro mutante da história (Oscar Isaac), que estava enterrado há centenas de anos. 

Ao ser despertado, a figura procura quatro mutantes para serem seus seguidores e assim destruir o mundo para reinar sobre os escombros. Professor Xavier (James McAvoy) e seus alunos são a única esperança para salvar o planeta. 

O diretor Bryan Singer acertou em cheio ao voltar ao comando da franquia e explorar a juventude dos personagens nos ótimos “X-Men: Primeira Classe” e “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”. Infelizmente, neste terceiro longa o nível cai bastante, principalmente por causa do roteiro simplório. A explosão de efeitos espaciais tenta mascarar a falta de história. 

A primeira parte foca na chegada dos novos mutantes na escola do professor, explicando rapidamente seus problemas pessoais. A história mais consistente é a passagem com Magneto (Michael Fassbender) que termina em tragédia. Em seguida temos a clássica divisão entre mutantes do bem e do mal, finalizando com o inevitável, explosivo e previsível clímax. 

Duas curiosidades chamam a atenção. A pequena participação de Wolverine (Hugh Jackman) em uma importante sequência de ação e a piada envolvendo os terceiros filmes de franquias. Alguns mutantes assistem ao “Retorno de Jedi” e citam que os terceiros filmes são os mais fracos, uma pequena gozação em cima de “X-Men 3”, longa que fracassou e que não teve Bryan Singer no projeto. Por uma ironia, este longa que comento é o terceiro da segunda fase da franquia e também se mostrou o mais fraco da série. 

domingo, 7 de maio de 2017

Irma La Douce & O Prisioneiro da Segunda Avenida


Irma La Douce (Irma La Douce, EUA, 1963) – Nota 7,5
Direção – Billy Wilder
Elenco – Shirley MacLaine, Jack Lemmon, Lou Jacobi, Herschel Bernardi, Bill Bixby.

Em Paris, a prostituta Irma La Douce (Shirler MacLaine) trabalha em um quarteirão junto com outras colegas e paga uma “taxa” para os policiais deixá-las em paz. Tudo muda quando o policial novato e honesto Nestor Patou (Jack Lemmon) passa a trabalhar na área. Sua honestidade o faz entrar em conflito com os outros policiais e ele acaba perdendo o emprego. Para se sustentar, Nestor se torna o cafetão de Irma, por quem se apaixona mas tem medo de assumir o sentimento.

Esta comédia é uma boas parcerias entre os grandes Billy Wilder e Jack Lemmon, que fizeram filmes como o clássico “Quanto Mais Quente Melhor” e “Se Meu Apartamento Falasse”, este também com Shirley MacLaine fazendo o par com Lemmon.

As comédias de Billy Wilder eram engraçadas sem apelar, mas sempre com um toque de picardia e pitadas de sexo nos diálogos espertos. Wilder deixou ainda outros clássicos como “Crepúsculo dos Deuses” e “Inferno nº 17”. Resumindo, todos os seus filmes merecem uma conferida.

O Prisioneiro da Segunda Avenida (The Prisoner of Second Avenue, EUA, 1975) – Nota 6,5
Direção – Melvin Frank
Elenco – Jack Lemmon, Anne Bancroft, Gene Saks, Elizabeth Wilson, Florence Stanley, M. Emmet Walsh, F. Murray Abraham, Sylvester Stallone.

Mel (Jack Lemmon) é um publicitário que vive em um apartamento em Manhattan com a esposa Edna (Anne Bancroft). Sua vida vira de ponta de cabeça quando ele perde o emprego. Sua esposa decide trabalhar, o apartamento é roubado e outros obstáculos levam Mel a um colapso. 

O escritor Neil Simon era muito famoso nos anos sessenta e setenta por assinar roteiros para comédias românticas e de costumes. O ponto principal aqui era fazer uma crítica bem humorada sobre como a vida profissional poderia atrapalhar a vida pessoal de um casal da classe média americana. 

Jack Lemmon interpreta o sujeito de meia-idade ansioso, que se desespera ao perceber que sua vida está desmoronando. O filme vale pelo talento de Lemmon.

Como curiosidade, Sylvester Stallone tem um pequeno papel pouco tempo antes de ficar famoso com “Rocky – Um Lutador”.

sábado, 6 de maio de 2017

71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso

71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso (71 Fragmente Einer Chronologie des Zufalls, Áustria / Alemanha, 1994) – Nota 7
Direção – Michael Haneke
Elenco – Gabriel Cosmin Urdes, Lukas Miko, Otto Grunmadi, Anne Bennent, Udo Samel.

Em Viena, na Áustria, vários personagens são seguidos pela câmera do diretor em setenta e uma cenas aparentemente isoladas, até um desfecho previsível. 

Os personagens são um garoto romeno que sobrevive de pequenos roubos na rua, um segurança de carro forte que vive uma relação fria com a esposa, um casal que tenta adotar uma menina, um solitário idoso e por fim um estudante universitário praticante de tênis de mesa. 

A vida ordinária destes protagonistas é intercalada com cenas de conflitos e tragédias que ocorriam na época, como a Guerra dos Balcãs na antiga Iugoslávia, a perseguição de Saddam Hussein ao Curdos e até a acusação de pedofilia contra Michael Jackson. 

Visto hoje, a proposta do roteiro do diretor Michael Haneke em chocar através da violência cotidiana parece banal, pois nestes mais de vinte anos assistimos vários filmes com estilo semelhante e tragédias verdadeiras ainda mais cruéis, porém na época em que foi produzido, o longa chamou bastante atenção pelo estilo seco.

Comparando com outras obras do diretor, este longa não chega a ser tão chocante.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Fuga Pela Vida

Fuga Pela Vida (La Proie, França, 2011) – Nota 6,5
Direção – Eric Valette
Elenco – Albert Dupontel, Alice Taglioni, Stéphane Debac, Sergi Lopez, Natacha Regnier, Serge Hazanavicius, Zinedine Soualem, Caterina Murino.

Franck Adrien (Albert Dupontel) foi preso acusado de assaltar um banco. Ele escondeu o dinheiro do crime, inclusive de seus parceiros. Na cadeia, Franck divide a cela com Jean Louis Maurel (Stéphane Debac), que está preso acusado de pedofilia, mas que jura ser inocente. 

Uma determinada situação faz com que a esposa de Franck, Anna (Caterina Murino) e sua filha pequena se tornem alvo de um assassino. Para tentar salvar a família, Franck planeja fugir da cadeia. 

Esta agitada produção francesa segue o estilo dos filmes hollywoodianos de ação. O roteiro ao mesmo tempo em que cria algumas surpresas, apresenta vários furos.

O roteiro também explora bem coadjuvantes com importância na trama, como a policial interpretada por Alice Taglioni e o ex-policial de Sergi Lopez.

As cenas de ação também variam de eletrizantes até absurdas. Em praticamente todas, o protagonista corre pelas ruas, estradas e campos, fugindo da polícia e em busca do assassino. 

Apesar de ter uma extensa carreira, o ator francês Albert Dupontel tem como trabalho mais famoso seu papel no polêmico “Irreversível”. 

É basicamente um filme de ação para o espectador se divertir sem exigir muito. 

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O Cerco de Jadotville

O Cerco de Jadotville (The Siege of Jadotville, Irlanda / África do Sul, 2016) – Nota 7,5
Direção – Richie Smyth
Elenco – Jamie Dornan, Mark Strong, Jason O’Mara, Guillaume Canet, Danny Sapani, Mikael Persbrandt, Michael McElhatton, Ronan Raftery, Emmanuelle Seigner.

Em 1961, a República do Congo sofria com uma guerra civil após o general Tshombe (Danny Sapani) tomar o poder. As minas de urânio eram alvo de americanos, russos e franceses. 

Para tentar acalmar a situação, a ONU envia uma tropa com cento e cinquenta soldados irlandeses para defender um local chamado Jadotville. Os soldados liderados por Pat Quinlan (Jamie Dornan) não tinham experiência alguma em combate e nem imaginavam o que iriam enfrentar. 

Poucos dias depois de chegarem a cidade, eles são cercados pelo exército de Tshombe que tem o apoio de mercenários franceses comandados por Falques (Guillaume Canet). 

Baseado em uma história real, este longa é competente nas duas frentes que a narrativa aborda. As cenas de ação são à moda antiga, com tiroteios, explosões, dublês e muitos figurantes, tudo isso sem utilizar CGI. 

O outro ponto positivo é a própria história, que detalha os bastidores do conflito mostrando que como sempre a politicagem, a sede pelo poder e a ganância foram os estopins da violência. 

Sem entrar em grandes detalhes, vale citar que a história real veio à tona de forma verdadeira apenas muitos anos depois. 

Para quem gosta de ação com pitadas de política, este longa é uma ótima opção.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O Que os Homens Falam

O Que os Homens Falam (Una Pistola en Cada Mano, Espanha, 2012) – Nota 7
Direção – Cesc Gay
Elenco – Javier Camara, Ricardo Darin, Eduard Fernandez, Jordi Molla, Eduardo Noriega, Alberto San Juan, Leonardo Sbaraglia, Luis Tosar, Cayetana Guillen Cuervo, Candela Peña, Clara Segura, Leonor Watling.

Em Madrid, o roteiro explora cinco situações que mostram homens sofrendo com a crise da meia-idade. Não vou detalhar as histórias, que são simples e perderiam um pouca da força para quem ainda não assistiu. 

As crises abrangem traições, culpa, arrependimento, problemas psicológicos e sexuais. Em todas as histórias um ponto em comum é o constrangimento. Os diálogos revelam o lado patético dos homens que sofrem com esta fase intermediária e totalmente maluca entre a vida adulta plena e a terceira idade. 

Além dos bons diálogos, o destaque vai também para o elenco composto por astros espanhóis e pelos argentinos Ricardo Darin e Leonardo Sbaraglia. As personagens femininas se mostram importantes como o motivo do sofrimento dos homens, . 

É um filme competente em sua proposta de mostrar as fragilidades que os homens tentam esconder.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Jogos de Adultos & Corpo em Evidência


Jogos de Adultos (Consenting Adults, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – Alan J. Pakula
Elenco – Kevin Kline, Mary Elziabeth Mastrantonio, Kevin Spacey, Rebecca Miller, Forest Whitaker, E. G. Marshall.

Richard (Kevin Kline) e Priscilla Parker (Mary Elizabeth Mastrantonio) são um casal aparentemente feliz que vive em uma casa de subúrbio. Quando o casal Eddy (Kevin Spacey) e Kay Otis (Rebecca Miller) se muda para a casa ao lado, logo eles criam um laço de amizade. O falante e carismático Eddy, sutilmente propõe a Richard para participar de uma troca de esposas por uma noite. Atraído pela sensual Kay, Richard consegue convencer sua esposa a participar, sem imaginar a terrível consequência que terá de enfrentar a partir do dia seguinte. 

No início dos anos noventa, os suspenses misturando crimes e sensualidade estavam em alta. Alguns longas eram mais ousados como “Instinto Selvagem” e “Corpo em Evidência”, enquanto outros tentavam fazer sucesso explorando o clima e a sugestão, como é o caso deste. 

O apelo sensual do título esconde um suspense comum com algumas reviravoltas e vários furos no roteiro. É um filme que prende a atenção, mas que logo é esquecido.

Corpo em Evidência (Body of Evidence, Alemanha / EUA, 1993) – Nota 5,5
Direção – Uli Edel
Elenco – Madonna, Willem Dafoe, Joe Mantegna, Anne Archer, Jurgen Prochnow, Frank Langella, Julianne Moore, Stan Shaw, Charles Hallahan, Richard Riehle, Mark Rolston.

Um velho milionário é encontrado morto em sua cama. A autópsia diz que o homem usou uma grande quantidade de cocaína. A polícia encontra também uma fita mostrando o sujeito morrendo ao fazer sexo com sua amante Rebecca (Madonna). A mulher se torna suspeita de ter assassinado o milionário e para se defender contrata o advogado Frank Dulaney (Willem Dafoe). Mesmo em dúvida sobre a culpa da cliente, Frank se deixa levar pela atração e inicia um tórrido caso com Rebecca. 

Este longa é um filhote direto do sucesso de “Instinto Selvagem”, que foi produzido no ano anterior. O roteiro reciclou a mesma premissa, mudando o co-protagonista de um policial para um advogado e a arma do crime do famoso picador de gelo pelo corpo sensual da cantora Madonna. 

Nem mesmo as cenas quentes entre Madonna e Willem Dafoe e o bom elenco de coadjuvantes salvou o filme, que merecidamente fracassou nas bilheterias. 

segunda-feira, 1 de maio de 2017

O Mar de Árvores

O Mar de Árvores (The Sea of Trees, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Gus Van Sant
Elenco – Matthew McConaughey, Ken Watanabe, Naomi Watts.

Arthur Brennan (Matthew McConaughey) viaja dos EUA para o Japão com o objetivo de cometer suicídio em uma belíssima floresta aos pés do Monte Fuji, local famoso por este tipo de ato desesperado. 

Ao entrar na floresta, Arthur encontra um sujeito (Ken Watanabe) que está ferido, desorientado e que diz estar tentando encontrar a trilha de saída há dois dias. Arthur tenta ajudar homem que diz se chamar Takumi, porém os dois terminam perdidos em meio a densa vegetação. 

Em uma narrativa em flashbacks, vemos a conturbada relação de Arthur com sua esposa Joan (Naomi Watts) e aos poucos descobrimos porque ele decidiu acabar com a própria vida. 

Apesar da maioria de seus trabalhos serem dramas, fica difícil identificar um estilo em Gus Van Sant. Aqui, a belíssima fotografia nas cenas da floresta e a angústia dos personagens lembram o cinema de Terrence Malick, com bem menos loucura, é claro. 

A crítica detonou o filme, que a meu ver é mediano. Um dos motivos das críticas ruins é o roteiro previsível, que inclui um toque espiritual, que por sinal não me incomodou. Não chega a ser autoajuda, é mais uma história sobre pessoas que tentam reencontrar seu caminho na vida. 

Os destaques do elenco ficam para Matthew McConaughey e Naomi Watts, que “discutem a relação” em várias sequências. Por outro lado, o japonês Ken Watanabe não convence, mesmo com seu personagem tendo importância na trama. 

É um filme para quem gosta de dramas com uma locação que foge do lugar do comum.