terça-feira, 31 de maio de 2022

American Underdog: A História de Kurt Warner & Coração de Campeão

 


American Underdog: A História de Kurt Warner (American Underdog, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Andrew Erwin & John Erwin
Elenco – Zachary Levi, Anna Paquin, Hayden Zaller, Ser’Darius Blain, Dennis Quaid, Chance Kelly, Bruce McGill, Simeon Castille, Adam Baldwin, Cindy Hogan.

Anos noventa, universidade Iowa. Kurt Warner (Zachary Levi) é o quarterback reserva da equipe, mesmo assim acredita que chegará na Liga Profissional. Durante alguns anos ele enfrentará diversos obstáculos, até a chance de realizar seu sonho se tornar realidade. 

Baseado na vida real de Kurt Warner, este longa segue a fórmula das histórias de superação e também daquelas em que o destino em um determinado momento sorri para a pessoa. O grande acerto deste filme é ir além do esporte ao detalhar as dificuldades na vida pessoal do protagonista, incluindo a relação com Brenda (Anna Paquin), que era divorciada e tinha dois filhos, sendo um deles especial. Mas vale citar que as cenas de jogos também são competentes, resultando em uma obra que vale a sessão.

Coração de Campeão (Heart of Champions, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Michael Mailer
Elenco – Michael Shannon, Charles Melton, Alexander Ludwig, Alex MacNicoll, David James Elliott, Ash Santos, Lilly Krug, Michael Tacconi.

Durante o último ano de estudo em um colégio em 1999, os integrantes de uma fracassada equipe de remo tem a chance de mostrar que podem vencer após a chegada de um novo treinador (Michael Shannon), que é um veterano do exército que também foi atleta do colégio vinte anos antes. 

Este longa se diz baseado em uma coletânea de histórias reais sobre o esporte. Nos dois primeiros terços a história é bastante previsível, com personagens sem carisma e dois romances que parecem um pouco fora do contexto. O filme cresce na parte final quando ocorre um fato que muda a perspectiva dos personagens, criando um drama mais forte. No geral é um longa mediano, com destaque para o carrancudo Michael Shannon perfeito como o treinador justo e durão.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Fuga da Meia-Noite

 


Fuga da Meia-Noite (Midnight, Coreia do Sul, 2021) – Nota 6,5
Direção – Oh Seung Kwon
Elenco – Wi Ha Joon, Ki Joo Jin, Hae Yeon Kil, Park Hoon, Kim Hye Yoon.

Um assassino (Wi Ha Joon) escolhe suas vítimas de forma aleatória. O destino o leva a perseguir a irmã de um policial, porém as coisas não ocorrem como o esperado. Uma jovem surda-muda (Ki Joo Jin) atrapalha os planos do sujeito e termina se tornando alvo, assim como sua mãe (Hae Yeon Kil ) que também não fala e nem ouve, dando início a uma luta pela sobrevivência. 

Este violento suspense sul-coreano explora os clichês do gênero em que um psicopata dissimulado utiliza sua lábia e carisma para se aproximar das vítimas e também enganar as pessoas ao redor, inclusive policiais. 

A tensão crescente enfrentada pela protagonista explode na meia-hora final quando ela precisa utilizar das mesmas armas do maluco para derrotá-lo. 

A narrativa ágil supera os exageros, assim como a violência se casa perfeitamente com a atuação sinistra e também caricata do assassino.

domingo, 29 de maio de 2022

Lakers: Hora de Vencer

 


Lakers: Hora de Vencer (Winning Time: The Rise of the Lakers Dynasty, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Payman Benz, Tanya Hamilton, Damian Marcano, Salli Richardson Whitfield, Jonah Hil & Adam McKay
Elenco – John C. Reilly, Quincy Isaiah, Jason Clarke, Adrien Brody, Jason Segel, Solomon Hughes, Gaby Hoffmann, Hadley Robinson, Sally Field, Tracy Letts, Rob Morgan, Julianne Nicholson, Michael Chiklis, Wood Harris, LisaGay Hamilton, Sean Patrick Small, Rory Cochrane, Brett Cullen, DeVaughn Nixon, Spencer Garrett.

Em 1979, o empresário Jerry Buss (John C. Reilly) compra a equipe de basquetebol Los Angeles Lakers com o objetivo de buscar o título da NBA para quebrar a hegemonia do rival Boston Celtics. 

Esta série ou minissérie (ainda não se sabe se terá sequência) em oito episódios detalha os bastidores da temporada da equipe através de uma narrativa bem humorada e personagens que beiram a caricatura. 

Esta escolha de enfatizar virtudes e defeitos dos personagens desagradou figuras verdadeiras como Kareem Abdul Jabbar vivido por Solomon Hughes e Jerry Westhead interpretado por Jason Segel. Mesmo com as reclamações a ideia funcionou e o resultado é bastante interessante, muito mais para quem conhece um pouco da história real. 

O elenco acaba sendo o grande destaque, com ótimas interpretações de John C. Reilly, Adrien Brody como famoso treinador Pat Riley e a veterana Sally Field vivendo a mãe de Jerry Buss.

sábado, 28 de maio de 2022

Pacto de Sangue

 


Pacto de Sangue (Les Lyonnais, França / Bélgica, 2011) – Nota 7
Direção – Olivier Marchal
Elenco – Gerard Lanvin, Tcheky Karyo, Daniel Duval, Francis Reanud, Valeria Cavalli.

Lyon, França. Edmond Vidal, conhecido como Momon (Gerard Lanvin) é o líder de uma quadrilha que fez grandes roubos nos anos setenta e que hoje tenta não se envolver diretamente na ação de seus comandados. 

Curtindo a família e a vida com os velhos parceiros, Momon volta a se tornar alvo da polícia quando seu antigo aliado Serge (Tcheky Karyo) retorna à cidade precisando de ajudar após dar um golpe em outros bandidos. Em paralelo, a trama intercala sequências nos anos setenta quando a quadrilha cometia os roubos, enfrentava a polícia e os inimigos. 

Baseado em uma história real, este é mais um dos vários bons filmes policiais dirigidos pelo também ator Olivier Marchal. As sequências de ação, de violência e a linha dramática com a tensão crescente que explora principalmente a questão da lealdade remetem aos clássicos policiais americanos dos anos setenta. A reconstituição de época dos anos setenta é outro destaque. 

É uma boa opção para quem curte filmes policiais.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Mikey and Nicky & A Última Investigação

 


Mikey and Nicky (Mickey and Nicky, EUA, 1976) – Nota 7,5
Direção – Elaine May
Elenco – John Cassavetes, Peter Falk, Ned Beatty, Sanford Meisner, Joyce Van Patten, William Hickey, M. Emmet Walsh.

Nicky (John Cassavetes) está totalmente paranoico em um quarto de hotel acreditando que será executado a mando de um chefe de quadrilha. Ele liga para seu amigo Mikey (Peter Falk), que tenta acalmá-lo e o convence a sair da cidade da Nova York. Em paralelo, um assassino (Ned Beatty) está à procura de Nicky. 

Este esquecido drama escrito e dirigido pela também atriz Elaine May é uma viagem pela noite da Nova York dos anos setenta. A dupla de amigos passa por bares, clubes noturnos e até mesmo por um cinema enquanto discutem sobre a vida, suas frustrações e o mundo marginal em que vivem. 

É interessante que durante o desenvolvimento da narrativa o sentimento que o espectador tem pelos protagonistas varia de acordo com as atitudes de cada um. Não existe herói ou vilão, os dois demonstram virtudes e também enormes defeitos enquanto cruzam o caminho de outros personagens. 

Destaque para as atuações de John Cassavetes e Peter Falk, este último o eterno detetive do seriado “Columbo”.

A Última Investigação (The Late Show, EUA, 1977) – Nota 6
Direção – Robert Benton
Elenco – Art Carney, Lily Tomlin, Bill Macy, Eugene Roche, Joanna Cassidy, John Considine, Ruth Nelson.

Ira Wells (Art Carney) é um veterano investigador particular que é procurado por um velho amigo que morre nos seus braços após ter tomado um tiro. No dia do enterro, outro amigo de Ira (Bill Macy) aparece com Margo (Lily Tomlin), que diz que seu gato foi roubado por um conhecido e que o homem assassinado estava investigando o caso. Mesmo a contragosto, Ira decide investigar para tentar descobrir quem matou seu amigo. 

Este longa policial escrito e dirigido por Robert Benton, famoso por sucessos como “Kramer vs. Kramer” e “Um Lugar no Coração” tem cara de produção para a tv e hoje com um estilo de narrativa envelhecido. 

A história é complexa, porém ao mesmo tempo com motivações não muito verossímeis. Duas sequências de brigas são fracas e outra de uma perseguição de automóveis é criativa. 

O destaque fica para o carisma de Art Carney como o sujeito durão e cínico.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Maligno

 


Maligno (Malignant, EUA / China, 2021) – Nota 7,5
Direção – James Wan
Elenco – Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young, Michole Briana White, Jean Louisa Kelly, Susanna Thompson, Jake Abel, Jacqueline McKenzie, Christian Clemenson.

Um sinistro prólogo num local que é uma mistura de hospital e laboratório dá indícios do que viria pela frente. A trama pula para quase trinta anos depois quando Madison (Annabelle Wallis) começa a ter visões assustadoras após um desentendimento com o marido, sem saber se está sendo perseguida por um assassino ou por algo sobrenatural. 

O diretor James Wan explora situações e cria sequências que lembram as obras de terror de mestres como John Carpenter e David Cronenberg. Os segredos carregados pela protagonista são revelados aos poucos, até a horripilante surpresa no terço final que faz explodir a violência. 

É mais um longa que mostra como Wan é um dos melhores diretores do gênero atualmente.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

A Filha Perdida

 


A Filha Perdida (The Lost Daughter, Grécia / Inglaterra / Israel / EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Maggie Gyllenhaal
Elenco – Olivia Colman, Jessie Buckley, Dakota Johnson, Ed Harris, Peter Sarsgaard, Paul Mescal, Dagmara Dominczyk, Jack Farthing, Oliver Jackson Cohen, Panos Koronis, Alexandro Mylonas, Alba Rorwacher.

Durante suas férias em uma ilha grega, a professora universitária Leda (Olivia Colman) relembra sua difícil relação com as filhas pequenas quando era jovem. Estas lembranças são cada vez mais fortes conforme Leda observa a vida de uma família grega que está em férias, principalmente as atitudes de uma jovem mãe (Dakota Johnson) com sua filha. 

Baseado em um livro, este longa dirigido pela atriz Maggie Gyllenhaal tem como objetivo desmistificar a questão da felicidade irrestrita de ser mãe. Os flashbacks que detalham a vida da protagonista na juventude em paralelo com seu sofrimento atual criam uma enorme angústia no espectador, com certeza extremamente forte nas mulheres. 

Ao mesmo tempo em que mostra a alegria das crianças, vemos também como a energia da mãe é sugada para suprir as necessidades das filhas. 

A atuação atormentada de Olivia Colman é o destaque. Ela está longe de ser uma personagem simpática, em determinado momento ela mesma cita que é egoísta, mas tudo isso faz parte do contexto da história. 

Não chega a ser um grande filme, com o ponto principal sendo o tema polêmico.

terça-feira, 24 de maio de 2022

The North Water

 


The North Water (The North Water, Inglaterra / Canadá, 2021) – Nota 7
Direção – Andrew Haigh
Elenco – Jack O’Connell, Colin Farrell, Stephen Graham, Sam Spruell, Roland Moller, Tom Courtenay, Peter Mullan, Gary Lamont, Philip Hill Pearson, Kieran Urquhart.

Inglaterra, final do século XIX. O médico Patrick Sumner (Jack O’Connell) consegue emprego em um navio baleeiro que seguirá pelo mar gelado em direção ao Ártico. Carregando um trauma por ter lutado na colonização da Índia, Patrick não imagina que enfrentará algo tão perigoso quanto. 

O capitão Brownlee (Stephen Graham) que lidera o navio tem um objetivo diferente de pescar, além de precisar lidar com uma tripulação de homens brutos como o manipulador e violento Henry Drax (Colin Farrell), que transformará a viagem em um inferno no gelo. 

Esta minissérie em cinco episódios detalha de forma crua uma violenta história de ambição, redenção e luta pela sobrevivência. O ritmo lento com a narração do protagonista através de um diário que descreve seu passado em flashbacks cansa um pouco, mas ao mesmo tempo é necessária para entender suas atitudes. 

Os demais personagens também são bem desenvolvidos, com o violento Drax vivido por Colin Farrell sendo um dos personagens mais detestáveis dos últimos anos. Destaque também para o capitão de Stephen Graham que tem atitudes contraditórias através de um código moral que vai até certo ponto e para o religioso personagem de Roland Moller, uma espécie de profeta do apocalipse.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Old Henry & O Último Filho

 


Old Henry (Old Henry, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Potsy Ponciroli
Elenco – Tim Blake Nelson, Stephen Dorff, Scott Haze, Gavin Lewis, Trace Adkins, Max Arcinega, Brad Carter, Kent Shelton, Richard Speight Jr.

Henry (Tim Blake Nelson) é um fazendeiro que vive em local isolado com seu filho adolescente Wyatt (Gavin Lewis). Ao encontrar um desconhecido à beira da morte e uma sacola de dinheiro, Henry decide ajudar o homem, sem imaginar que um xerife (Stephen Dorff) e seus assistentes estão no encalço do sujeito. 

Este curioso western escrito e dirigido pelo desconhecido Potsy Ponciroli explora a clássica trama do gênero em que um homem aparentemente comum esconde um passado pesado, tentando seguir uma vida normal. 

As boas sequências de tiroteio, as locações e a duas surpresas, com destaque para a maior que ocorre durante o clímax são os destaques. 

Para quem curte western dramático e violento e está sempre à espera de algo novo no gênero, este longa é uma boa opção.

O Último Filho (The Last Son, EUA, 2021) – Nota 5,5
Direção – Tim Sutton
Elenco – Sam Worthington, Colson Baker, Thomas Jane, Emily Marie Palmer, Heather Graham, Kim DeLonghi.

No velho oeste, Isaac LeMay (Sam Worthington) acredita sofrer de uma maldição familiar que o levaria a ser assassinado por um de seus filhos. Para evitar a morte, Isaac segue por várias cidades em busca dos filhos que fez e abandonou, com o objetivo de matar a todos. 

Este estranhíssimo western explora uma premissa que lembra um filme de terror. O que poderia ser interessante se transforma em um filme totalmente descartável. A narrativa lenta, os personagens estranhos e até a previsível surpresa na sequência final deixam bastante a desejar. O único destaque fica para o clima de tragédia que permeia toda a história.

domingo, 22 de maio de 2022

Três Andares

 


Três Andares (Tre Piani, Itália / França, 2021) – Nota 7
Direção – Nanni Moretti
Elenco – Riccardo Scamarcio, Margherita Buy, Alba Rorwacher, Adriano Giannini, Elena Lietti, Nanni Moretti, Denise Tantucci, Alessandro Sperdutti, Anna Bonaiuto, Paolo Graziosi, Tommaso Ragno, Stefano Dionisi.

Algumas famílias que vivem em um prédio de três andares em Roma enfrentam problemas que resultarão em consequências que afetarão suas vidas por dez anos. 

O roteiro escrito pelo diretor Nanni Moretti é baseado em livro que explora uma série de situações dramáticas que variam entre erros de julgamento, decisões baseadas no orgulho, na emoção, além do próprio destino traçado pelo universo que não pode ser controlado. 

Como é habitual nos filmes de Moretti, os personagens sofrem por causa de situações que poderiam ser reais, sempre com a questão familiar tendo grande importância no contexto. 

O roteiro é dividido em três partes com acontecimentos a cada cinco anos, sendo que a fase inicial é a mais longa e complexa, com as duas seguintes sendo um complemento para os dramas com um nível um pouco inferior na comparação. 

É um bom filme, indicado para quem gosta de dramas familiares e também das obras do diretor Nanni Moretti.

sábado, 21 de maio de 2022

Dopesick

 


Dopesick (Dopesick, EUA, 2021) – Nota 8
Direção – Michael Cuesta, Barry Levinson, Patricia Riggen & Danny Strong
Elenco – Michael Keaton, Peter Sarsgaard, Michael Stuhlbarg, Will Poulter, John Hoogenakker, Kaitlyn Dever, Rosario Dawson, Will Chase, Mare Winnigham, Ray McKinnon, Jake McDorman, Phillipa Soo, Raul Esparza.

Em 1996, Richard Sackler (Michael Stuhlbarg) é um dos gestores da indústria farmacêutica Purdue que pertence a sua família. Mesmo a contragosto de outros familiares, ele investe milhões para transformar um medicamento fortíssimo a base de opioides em uma droga a ser vendida com uma simples prescrição médica para qualquer tipo de dor. 

Batizado de oxycontin, não demora para o medicamento criar uma grande quantidade de viciados, fato que chama a atenção das famílias afetadas e de algumas poucas autoridades, como a agente do DEA Bridget Meyer (Rosario Dawson) e os procuradores de justiça Rick Mountcastle (Peter Sarsgaard) e Randy Ransemeyer (John Hoogenakker). 

Esta minissérie em oito episódios é baseada em um livro que descreve os bastidores de corrupção e poder que fez com que uma droga extremamente perigosa fosse lançada no mercado enganando pacientes e médicos, resultando numa crise de saúde que tem consequências até hoje. 

Muito do que se vê aqui ocorre de forma semelhante com a pandemia atual, em que uma indústria poderosa lança um medicamento visando apenas o lucro, utilizando a mídia, autoridades, especialistas, vendedores e médicos para fazer propaganda de um produto em troca de favores e benesses. 

O roteiro deixa claro como funciona este mercado e como as consequências nas vidas dos pacientes podem ser terríveis. 

A narrativa intercala vários momentos entre 1996 e 2006, desde o lançamento do produto até uma espécie de finalização do caso na justiça, algo que voltaria à tona nos últimos anos. 

Além dos personagens citados, destaque para Michael Keaton como o médico que tem sua vida virada de ponta cabeça ao descobrir que foi enganado da pior forma possível.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Pânico

 


Pânico (Scream 5, EUA, 2022) – Nota 5
Direção – Matt Bettinelli Olpin & Tyler Gillet
Elenco – Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Melissa Barrera, Jack Quaid, Mikey Madison, Jenna Ortega, Dylan Minnette, Jasmin Savoy Brown, Mason Gooding, Sonia Ammar, Marley Shelton, Skeet Ulrich, Kyle Gallner, Chester Tam, Heather Matarazzo.

Após dez anos, um novo assassino Ghostface volta a atacar em Woodsboro. Um grupo de jovens amigos tenta descobrir quem é o assassino com a ajuda do agora aposentado xerife Dewey Riley (David Arquette). 

O que a princípio parecia ser uma homenagem à franquia criada pelo saudoso Wes Craven, na verdade se revela um longa repleto de falhas, de militância ideológica e uma motivação para os assassinatos que é um verdadeiro insulto aos fãs dos filmes anteriores e também para aqueles que não curtem as mudanças radicais que estão sendo feitas nas novas versões de filmes famosos. 

As sequências de ataques em que o espectador se surpreende ao descobrir que a vítima sobreviveu mesmo tendo levado um enorme número de facadas é outra escolha absurda. 

Diferente do recente “Ghostbusters” que entregou um divertido filme e uma ótima homenagem aos dois longas anteriores, esta nova versão de “Pânico” decepciona totalmente.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Morte Sobre o Nilo & Morte no Nilo

 


Morte Sobre o Nilo (Death on th Nile, Inglaterra, 1978) – Nota 7,5
Direção – John Guillermin
Elenco – Peter Ustinov, David Niven, Jane Birkin, Bette Davis, Mia Farrow, Jon Finch, Jack Warden, Olivia Hussey, George Kennedy, Lois Chiles, Angela Lansbury, Maggie Smith, Simon MacCorkindale, Sam Wanamaker, Harry Andrews.

Década de trinta. Durante um cruzeiro pelo Rio Nilo, uma herdeira é assassinada. Diversas pessoas que viajam no navio se tornam suspeitas aos olhos do inspetor belga Hercule Poirot (Peter Ustinov), que abandona suas férias para tentar solucionar o crime. 

Ao lado de “Assassinato no Expresso do Oriente” dirigido por Sidney Lumet em 1974, esta é a melhor adaptação de Agatha Christie para o cinema. Desde o elenco recheado de astros dos anos setenta, passando pelos ótimos diálogos e a dúvida sobre quem é o assassino, este longa se mostra um passatempo de ótima qualidade. Destaque para a atuação de Peter Ustinov e para as discussões divertidas entre a veterana Angela Lansbury e sua empregada vivida pela ótima Maggie Smith.

Morte no Nilo (Death on the Nile, EUA / Inglaterra, 2022) – Nota 6
Direção – Kenneth Branagh
Elenco – Kenneth Branagh, Gal Gadot, Armie Hammer, Annette Benning, Sophie Okonedo, Tom Bateman, Russell Brand, Rose Leslie, Susannah Fielding, Ali Fazal, Rosie Dwier. Jennifer Saunders, Dawn French.

Egito, anos trinta. O inspetor belga Hercule Poirot (Kenneth Branagh) está de férias em um cruzeiro pelo rio Nilo quando um dos viajantes é assassinado. Poirot é obrigado a abandonar o descanso para desvendar o crime, em que diversos passageiros são suspeitos. 

Gosto de filmes sobre investigação, mas não sou grande apreciador das obras de Agatha Christie. Geralmente são tramas rocambolescas que passam um pouco longe da realidade. Como comentei acima, apesar disso o longa original com a mesma história é melhor, tanto pelo elenco, quanto pela forma como a trama é desenvolvida. 

Esta nova versão peca por ser clean ao extremo, apresentar personagens acima do tom e sem qualquer carisma. Mesmo o Poirot de Kenneth Branagh se mostra emotivo demais, quando o personagem sempre foi frio. A tentativa de inserir a temática progressista é outra bola fora. É mais um remake desnecessário.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

A Médium

 


A Médium (The Medium, Tailândia / Coreia do Sul, 2021) – Nota 7,5
Direção – Banjong Pisanthanakun
Elenco – Narilya Gulmongkolpech, Sawanee Utoomma, Sirani Yankittikan, Yasaka Chaisorn, Boonsong Nakphoo, Arunee Wattana.

Uma equipe que está finalizando um documentário sobre xamãs na Tailândia decide se aprofundar no tema ao conhecer a xamã Nim (Sawanee Utoomma), que ao visitar a família para um funeral começa a desconfiar que sua sobrinha Mink (Narilya Gulmongkolpech) pode estar começando a ser possuída por um espírito. 

Este terror tailandês começa em ritmo lento ao detalhar questões pessoais da família da xamã e colocar em discussão o tema da crença em espíritos e tradições antigas. As situações estranhas vão surgindo aos poucos até a explosão de loucura nos quarenta minutos finais. 

Todo o filme segue o estilo de câmera na mão, o que não chega a cansar, colocando os cinegrafistas primeiro como testemunhas e no final como participantes da tragédia. 

Destaque para o clima sinistro, as locações no interior da Tailândia e a bizarra atuação da jovem Narilya Gulmongkolpech.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Resistência

 


Resistência (Resistance, Inglaterra / França / Alemanha / EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Jonathan Jakubowicz
Elenco – Jesse Eisenberg, Clémency Poésy, Matthias Schweighofer, Félix Moati, Vica Kerekes, Géza Rohrig, Ed Harris, Bella Ramsey.

Quando a França é invadida pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo decide tentar salvar a vida de dezenas de órfãos judeus. Uma destas pessoas é Marcel (Jesse Eisenberg), um jovem ator especialista em mímica que utiliza seu talento para entreter as crianças, fazendo com que elas esqueçam um pouco da tragédia que estão vivenciando. 

Baseado na história real da vida do famoso mímico Marcel Marceau, este longa tem uma produção caprichada e alguns bons momentos, mas peca por ser bem previsível e inserir situações que não convencem, como a sequência das crianças dentro do trem e a perseguição na neve no final. 

A ideia também de que Marcel Marceau salvou milhares de crianças tem suas dúvidas, já que mesmo o filme mostra um grupo bem menor de crianças, o que não diminui a coragem dos envolvidos na história real. 

Os momentos mais pesados surgem quando aparece na tela o nazista Klaus Barbie interpretado por Matthias Schweighofer. Klaus Barbie ficou conhecido como “O Carniceiro de Lyon” e foi localizado somente em 1983 na Bolivia, quando foi extraditado para França onde ficou preso até morrer em 1991.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

A Ganhadora de Defiance, Ohio

 


A Ganhadora de Defiance, Ohio (The Prize Winner of Defiance, Ohio, EUA, 2005) – Nota 6,5
Direção – Jane Anderson
Elenco – Julianne Moore, Woody Harrelson, Laura Dern, Trevor Morgan, Ellary Porterfield.

Defiance, Ohio, 1956. Evelyn (Julianne Moore) é uma dona de casa mãe de dez filhos que envia dezenas de cartas com frases com rimas para concursos de tv que pagam prêmios variados. Seu objetivo é ajudar o marido Kelly (Woody Harrelson) que trabalha em uma fábrica e ganha um salário que não dá para sustentar a enorme família. 

Esta longa tem ao mesmo tempo uma narrativa agradável que intercala drama com pitadas de comédia, mas também exagera um pouco ao transformar o personagem de Woody Harrelson em um pequeno vilão e a protagonista de Julianne Moore em uma espécie de Poliana adulta. 

O filme é baseado em uma história real contada em livro por uma das filhas do casal que claramente guarda grande mágoa do pai. É uma história em que existe a necessidade de se entender o contexto da época e as frustrações do casal, inclusive do pai que carrega uma enorme perda. 

No geral é um longa que agradará quem gosta de histórias familiares de superação, mesmo que muita coisa aqui tenha saído da visão romantizada da escritora.

domingo, 15 de maio de 2022

Uma Noite Alucinante (A Trilogia)

 


Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (Evil Dead, EUA, 1981) – Nota 7,5
Direção – Sam Raimi
Elenco – Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Hal Delrich, Betsy Baker, Sarah York.

Cinco amigos vão passar o final de semana em uma cabana isolada na floresta. No local, eles encontram um livro antigo intitulado “Livro dos Mortos” e uma antiga gravação. A curiosidade faz com que os jovens decidam ouvir a gravação, que se mostra uma tradução do livro que parece escrito em latim. O que eles imaginavam ser uma brincadeira, na verdade era uma forma de libertar os espíritos que vivem na floresta e que em seguida passam a possuir um a um os jovens, dando início ao terror. 

Produzido com pouquíssimo dinheiro pelos amigos Sam Raimi, Bruce Campbell e Robert Tapert, este longa se transformou em cult no circuito independente e chegou a ser proibido em vários países por causa do tema e da violência. No Brasil o filme chegou apenas em 1987 quando do lançamento da sequência “Uma Noite Alucinante”, que fez grande sucesso e na minha opinião é o melhor da série. 

O clima assustador, a câmera causando claustrofobia ao explorar a cabana e as cenas de violência, algumas insanas que beiram o humor negro são os grandes trunfos do longa. Mesmo sem grandes recursos, fica claro o talento criativo de Raimi, que seria comprovado em trabalhos posteriores. 

O longa segue a linha de terror B ao estilo de obras como “O Massacre da Serra da Elétrica” e os trabalhos de Wes Craven, porém praticamente criou um novo gênero, o de terror em cabanas isoladas.

Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead II, EUA, 1987) – Nota 8,5
Direção – Sam Raimi
Elenco – Bruce Campbell, Sarah Berry, Dan Hicks, Ted Raimi, Kassie Wesley DePaiva, Denise Bixler.

Ash (Bruce Campbell) e sua namorada Linda (Denise Bixler) vão passar um final de semana em uma cabana no meio da floresta. Ao encontrar o Livro dos Mortos e ler algumas passagens, eles despertam espíritos sedentos por sangue e violência. 

Esta continuação do sucesso cult 1981 pode ser considerada muito mais um remake do que uma sequência. Bruce Campbell que foi também o protagonista do original volta como se nada tivesse ocorrido, ou seja, é praticamente a mesma história. 

Vários detalhes levam este longa a ser o melhor da trilogia e uns melhores do gênero da década de oitenta. A produção caprichada com muito mais dinheiro que o original, os enquadramentos inusitados, a câmera que corre pela cabana de uma forma em que o local parece ser enorme e a escolha de abraçar a comédia em meio ao terror são os acertos. A atuação insana de Bruce Campbell e as sequências com a mão decepada são clássicas. É um filme que elevou a outro patamar o gênero que alguns chamavam de “terrir”.

Uma Noite Alucinante 3 (Army of Darkness, EUA, 1992) – Nota 7
Direção – Sam Raimi
Elenco – Bruce Campbell, Embeth Davidtz, Marcus Gilbert, Bridget Fonda, Ian Abercrombie, Ted Raimi, Patricia Tallman.

Após os eventos do filme anterior, o protagonista Ash (Bruce Campbell) é enviado de forma acidental para o século XIV, sendo tratado pelas pessoas da época como o “escolhido” para recuperar o Livro dos Mortos e assim salvar o mundo das forças das trevas. O problema é que tudo dá errado e um exército de mortos é libertado. 

O fechamento da trilogia utiliza apenas o Livro dos Mortos e o protagonista para contar uma história completamente diferente e totalmente maluca saindo da mente do diretor Sam Raimi. A comédia inserida na filme anterior aqui se torna ainda mais presente, com sequências realmente alucinantes e absurdas recheadas de sangue e violência. É uma mistura de Idade Média, violência e comédia, com bastante ação. 

O filme não fez tanto sucesso quanto os anteriores, mas mesmo assim vale a sessão para quem gosta do estilo.

sábado, 14 de maio de 2022

Você Pertence a Mim

 


Você Pertence a Mim (Every Breath You Take ou You Belong to Me, EUA, 2021) – Nota 5
Direção – Vaughn Stein
Elenco – Casey Affleck, Michelle Monaghan, Sam Claflin, Veronica Ferres, India Eisley, Emily Alyn Lind, Hiro Kanagawa, Vincent Gale.

Philip (Casey Affleck) é psicanalista e professor universitário. Seu casamento com Grace (Michelle Monaghan) passa por uma crise após um acidente que vitimou o filho do casal. Philip tem dificuldade em se relacionar com sua filha do primeiro casamento (India Eisley) e vê sua vida ficar ainda mais complicada quando uma paciente (Emily Alyn Lind) comete suicídio e o irmão desta (Sam Claflin) quer saber o porquê da tragédia. 

Este suspense além de ser totalmente previsível ainda apresenta outros pontos negativos. Como vem acontecendo muito em filmes recentes, a questão da infidelidade é relativizada em prol da um perdão que não convence. As atuações são péssimas, com um apático Casey Aflleck e um vilão extremamente caricato. Tudo isso leva ao clímax que é um festival de clichês.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Deserto de Ouro

 


Gold (Gold, Austrália, 2022) – Nota 5
Direção – Anthony Hayes
Elenco – Zac Efron, Anthony Hayes, Susie Porter.

Um sujeito (Zac Efron) chega em um posto isolado em meio ao outback australiano. Ele encontra outro homem (Anthony Hayes) que o irá levar até um local de trabalho no deserto. No meio da viagem, o destino faz com que a dupla de desconhecidos encontre uma enorme pepita de ouro encravada no solo. É a chance deles mudarem de vida, mas antes terão de desenterrar a possível fortuna. 

Escrito e dirigido por Anthony Hayes, que protagoniza a história ao lado do astro Zac Efron, este longa mistura premissas clássicas do cinema indo da ganância até o desespero da solidão em um local isolado. 

A narrativa é lenta desde o início, porém fica muito mais cansativa a partir do momento em que o ouro é encontrado. Na sequência o roteiro vira o foco para o embate homem versus natureza, tema que o diretor precisa ter extrema criatividade para prender a atenção do espectador com poucos recursos em mãos. 

Tirando as locações no deserto australiano, sobra pouca coisa de interessante no filme.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Sempre em Frente

 


Sempre em Frente (C’mon C’mon, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Mike Mills
Elenco – Joaquin Phoenix, Gaby Hoffmann, Woody Norman, Scoot McNairy, Molly Webster, Jaboukie Young White.

Johnny (Joaquin Phoenix) é um jornalista que percorre os EUA ouvido relatos de crianças e adolescentes sobre suas vidas e expectativas. Quando sua irmã Viv (Gaby Hoffmann) precisa ajudar o ex-marido (Scoot McNairy) que sofre de problemas psicológicos, Johnny aceita cuidar por alguns dias de seu sobrinho Jesse (Woody Norman), levando o garoto em suas viagens. 

O ponto principal deste longa filmado em preto e branco são as atuações de Joaquin Phoenix e do garotinho Woody Norman, que criam uma forte relação, quase de pai e filho. A ideia de mostrar como a ausência da mãe e do pai afetam a criança, mesmo ela sendo tratada com carinho pelo tio é outro ponto positivo. 

Por outro lado, o filme tem diversos diálogos em que o garoto parece um adulto em miniatura, soltando perguntas e frases que uma criança de sua idade dificilmente formularia. 

O diretor também peca ao estender demais a história. Com vinte minutos a menos o espectador entenderia a proposta. 

Eu considero um bom filme, mas longe de algumas críticas que estão endeusando a obra.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Os Olhos de Tammy Faye

 


Os Olhos de Tammy Fay (The Eyes of Tammy Faye, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Michael Showalter
Elenco – Jessica Chastain, Andrew Garfield, Cherry Jones, Vincent D’Onofrio, Sam Jaeger, Mark Wystrach, Louis Cancelmi, Gabriel Olds, Fredric Lehne.

Nos anos sessenta, a jovem Tammy Faye (Jessica Chastain) conhece e logo se casa com Jim Bakker (Andrew Garfield). Religiosos e ambiciosos, eles iniciam também uma parceria profissional que durante mais de vinte anos os transformarão em astros de programas evangélicos na tv americana, até que um escândalo colocará tudo a perder. 

Este longa é baseado em um documentário que detalha a história real da ascensão e queda do casal, focando principalmente na vida de Tammy Faye Bakker desde a sua infância. 

Ao mesmo tempo em que o roteiro é rico em detalhes e os pastores de tv sejam personagens até inusitados as vezes, por outro lado as interpretações do casal de protagonistas beiram a caricatura, o que atrapalha os momentos em que situações mais sérias são mostradas. 

Eu considero a história bastante interessante, incluindo os bastidores da empresa que o casal criou e suas relações com outros religiosos, porém a realização do filme é no máximo razoável.

terça-feira, 10 de maio de 2022

Ida Red & O Herdeiro das Drogas

 


Ida Red (Ida Red, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – John Swab
Elenco – Josh Hartnett, Frank Grillo, Melissa Leo, Sofia Hublitz, William Forsythe, Deborah Ann Woll, George Carroll, Mark Boone Junior, Beau Knapp, Nicholas Cirillo, Ben Hall, Bruce Davis.

Ida “Red” Walker (Melissa Leo) é uma criminosa cumprindo pena que sofre de uma doença em fase terminal. Seu desejo é passar os últimos dias em liberdade. Para chegar em seu objetivo ela utiliza seu filho Wyatt (Josh Hartnett) e seu cunhado Dallas (Frank Grillo) que são assaltantes para pressionar autoridades, porém a situação escapa do controle. 

Este drama policial com sequências de ação e violência competentes explora a clássica trama da família de criminosos conhecidos em uma cidade do interior, que são sempre alvos dos policiais. 

A história se desenvolve bem até a parte final, quando a necessidade de um clímax cria uma vingança um pouco sem sentido, finalizando com uma sequência mais piegas do que realista. Mesmo assim é um longa policial que agradará quem curte o gênero.

O Herdeiro das Drogas (Inherit the Viper, EUA, 2019) – Nota 5,5
Direção – Anthony Jerjen
Elenco – Josh Hartnett, Owen Teague, Margarita Levieva, Tara Buck, Bruce Dern, Chandler Riggs, Brad William Henke, Dash Mihok, Lobo Sebastian, Garrett Kruithof.

Em uma pequena cidade na região dos Apalaches, três irmãos (Josh Hartnett, Owen Teague e Margarita Levieva) estão envolvidos em uma rede de tráfico de drogas herdada do falecido pai. Quando alguns viciados morrem por culpa de uma droga adulterada, os irmãos precisam decidir entre mudar de vida ou enfrentar os inimigos. 

O tema do tráfico sempre tem potencial para render um bom filme, o problema é quando o diretor não consegue imprimir ritmo na narrativa e o roteiro deixar a desejar com soluções ruins. 

A narrativa lenta poderia até ser relevada pelo clima de tragédia e as locações na nublada cidade, mas infelizmente a história é mal desenvolvida levando até um final que parece uma volta ao início da trama. 

Mesmo gostando deste estilo de filme, fica complicado dar uma boa nota por causa destas falhas.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Começar de Novo

 


Começar de Novo (Reprise, Noruega, 2006) – Nota 6,5
Direção – Joachim Trier
Elenco – Anders Danielsen Lie, Espen Klouman Hoiner, Viktoria Winge, Christian Rubeck, Odd Magnus Williamson.

Phillip (Anders Danielsen Lie) e Erik (Espen Klouman Hoiner) são jovens aspirantes a escritores que enviam seus livros para uma editora. Um deles tem sucesso instantâneo, enquanto o outro é obrigado a procurar uma nova chance. Com o passar do tempo as situações se modificam, novos problemas surgem e as carreiras individuais também sofrem com altos e baixos. 

Este longa é considerado o primeiro de uma trilogia escrita pelo diretor Joachim Trier que seguiu com o ótimo e doloroso “Oslo, 31 de Agosto” e finalizou com “A Pior Pessoa do Mundo” em 2021. Dos três filmes eu considero este o mais fraco, mesmo tendo pontos interessantes. 

A montagem inicial é bastante criativa, assim como a narração e a questão da amizade. No momento em que os dramas tomam a frente da história, o longa se torna um pouco cansativo. Apesar das ótimas críticas, considero uma obra interessante, mas apenas razoável.

sábado, 7 de maio de 2022

Terra das Sombras

 


Terra das Sombras (Shadowlands, Inglaterra, 1993) – Nota 7,5
Direção – Richard Attenborough
Elenco – Anthony Hopkins, Debra Winger, Joseph Mazzello, Edward Hardwicke, John Wood, James Frain.

Oxford, Inglaterra, anos cinquenta. O escritor C.S. Lewis (Anthony Hopkins) é professor na famosa universidade e mora com seu irmão (Edward Hardwicke) que é solteiro igual a ele. 

Ao trocar cartas com a poetisa americana Joy Gresham (Debra Winger) e depois receber sua visita com o filho pré-adolescente Douglas (Joseph Mazzello), Lewis e Joy iniciam um relação a princípio de amizade, mas que se tornará algo mais profundo. 

Baseado numa história real, este sensível longa detalha com competência a relação entre os dois escritores de uma forma sóbria, sensível e realista. As atuações de Anthony Hopkins e Debra Winger valorizam a história, assim como a caprichada reconstituição de época. 

Vale citar que o garoto Joseph Mazzello no mesmo ano de 1993 trabalhou com o diretor Richard Attenborough em “Parque dos Dinossauros” de Spielberg, talvez por isso ele tenha sido escolhido para interpretar o filho da escritora neste drama de época.

Puma vs Adidas

 


Puma vs Adidas (Duell der Brüder - Die Geschichte von Adidas und Puma, Alemanha, 2016) – Nota 7
Direção – Oliver Dommenget
Elenco – Ken Duken, Torben Liebrecht, Picco von Groote, Nadja Becker.

Alemanha, anos vinte. Em uma cidade do interior, os irmãos Adi (Ken Duken) e Rudi Dassler (Torber Liebrecht) iniciam uma pequena fábrica para produção de calçados esportivos. Adi desenvolve os calçados, enquanto Rudi é o administrador e vendedor. 

Conforme as vendas aumentam e a empresa cresce, aumenta também a tensão entre os irmãos. As diferenças na forma de ver o mundo, o temperamento pessoal e a entrada em cena das esposas criam um conflito que levará a separação. 

Este longa é baseado na história real do nascimento das empresas Adidas e Puma. O roteiro segue dos anos vinte até os cinquenta, quando a briga entre os irmãos os levou para caminhos separados e para a criação das novas empresas. Adi Dassler utilizou seu nome para criar a Adidas e Rudi seu apelido para batizar a Puma. 

Como são trinta anos condensados em duas horas, várias situações passam rapidamente, o que deve ter sido melhor explorado em uma minissérie que foi produzida com outro elenco no mesmo ano. Isso não chega a atrapalhar, situações importantes como a relação dos irmãos com os nazistas e posteriormente com os americanos são detalhadas de forma competente, assim como o crescente conflito entre eles mesmos. 

É um filme indicado para quem gosta de histórias reais.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Os Sacerdotes & Lembranças Sombrias

 

  
Os Sacerdotes (Geomeun Sajedeul, Coreia do Sul, 2015) – Nota 6
Direção – Jae Hyun Jang
Elenco – Kim Yoon Seok, Dong Won Gang, Kim Byeong Ok, Kim Eui Sung, Son Jong Hak.

Um jovem diácono (Dong Won Gang) se depara com o caso de uma adolescente que pode estar possuída por um espírito maligno. Ele pede ajuda a um veterano padre especialista em exorcismos (Kim Yoon Seok), que é mal visto pelas autoridades da Igreja. 

Este terror e suspense sul-coreano bebe na fonte do clássico “O Exorcista”, porém misturando catolicismo com tradições orientais. O problema é que a narrativa é irregular e são poucos os momentos de tensão, com destaque para a sequência final. 

É um passatempo razoável para quem curte o gênero.

Lembranças Sombrias (Recalled, Coreia do Sul, 2021) – Nota 6
Direção – You Min Seo
Elenco – Seo Ye Ji, Kang Woo Kim, Yoo Ram Bae, Park Bomm Yeom Hi Ran, Sung Hyuk.

Após sofrer um acidente, Soo Jin (Seo Ye Ji) volta do coma sem lembrar de sua vida. Ao tentar recomeçar a vida com o marido Ji Hoon (Kang Woo Kim), Soo passa a sofrer de alucinações que podem estar ligadas ao seu passado, ao mesmo tempo em que começa a desconfiar que existe algo de errado com seu casamento. 

O roteiro deste longa lembra os suspenses dos anos oitenta e noventa, quando uma protagonista precisa reconstruir sua vida juntando fragmentos do passado. O roteiro guarda algumas reviravoltas, mas nada que surpreenda muito o cinéfilo acostumado ao gênero.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Traficantes de Corpos

 


Traficantes de Corpos (Body Brokers, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – John Swab
Elenco – Jack Kilmer, Michael Kenneth Williams, Melissa Leo, Frank Grillo, Jessica Rothe, Alice Englert, Peter Greene, Thomas Dekker, Owen Campbell.

Os créditos iniciais citam como funciona o mercado de clínicas de reabilitação de viciados nos Estados Unidos, principalmente no sul da Califórnia onde dezenas destes estabelecimentos foram criados com subsídio do governo. 

A trama pula para as ruas de Ohio, onde um casal de adolescentes viciados (Jack Kilmer e Alice Englert) é convidado por um estranho (Michael Kenneth Williams) para começar um tratamento gratuito em Los Angeles. O garoto aceita e descobre um mercado que movimenta uma fortuna em dinheiro, enquanto os pacientes são apenas instrumentos para o lucro destas empresas. 

A premissa é bastante interessante ao focar em um tema atual e suas consequências. Nos dois primeiros terços do filme o roteiro detalha como funciona este esquema que visa o lucro de várias formas e por outro lado tendo um resultado ínfimo na reabilitação dos pacientes. A ideia de mostrar como todo este processo é falho leva a uma parte final que deixa a desejar. 

Vale citar que o longa diz ser baseado em fatos reais, mas fica nas entrelinhas que muita coisa foi modificada para a adaptação.

quarta-feira, 4 de maio de 2022

A Batalha Esquecida

 


A Batalha Esquecida (De Slag om de Schelde, Holanda / Bélgica, 2021) – Nota 7,5
Direção – Matthijs van Heijningen Jr.
Elenco – Gijs Blom, Jamie Flatters, Susan Radder, Jan Bivoet, Tom Felton, Coen Brill, Theo Barklem Biggs, Scott Reid, Marthe Schneider, Justus von Dohnany.

Holanda, setembro de 1944. Um jovem holandês (Gijs Blom) lutando no exército nazista, um piloto inglês (Jamie Flatters) que participa de uma missão para retomar uma região litorânea e outro jovem holandês (Coen Brill) que ajuda a Resistência tem suas vidas cruzadas em meio a Segunda Guerra Mundial. 

Baseado em uma história real, este competente longa de guerra intercala sequências de ação, suspense e drama na medida certa para o gênero. Os dilemas enfrentados pelos personagens e a ótima reconstituição de época são outros pontos de destaque. 

É mais uma das muitas histórias da Segunda Guerra que resulta em um bom filme.

terça-feira, 3 de maio de 2022

Conte Comigo

 


Conte Comigo (You Can Count On Me, EUA, 2000) – Nota 7
Direção – Kenneth Lonergan
Elenco – Laura Linney, Mark Ruffalo, Matthew Broderick, Rory Culkin, Jon Tenney, Adam LeLeFevre, Gaby Hoffmann, Josh Lucas, Kenneth Lonergan, Amy Ryan, Michael Countryman.

Sammy (Laura Linney) é uma mãe solteira que vive com seu filho pré-adolescente Rudy (Rory Culkin) em uma pequena cidade americana. Ela é surpreendida com a volta de seu irmão Terry (Mark Ruffalo), que estava afastado há anos. O reencontro dos irmãos fará traumas do passado virem à tona, além de Terry se tornar uma espécie de figura paterna para o pequeno Rudy. 

Este sensível drama familiar marcou a estreia na direção de Kenneth Lonergan, famoso nos últimos anos pelo ótimo “Manchester à Beira Mar”, que aqui também interpreta o padre amigo da protagonista. O que faz o filme ganhar pontos é a forma realista como os personagens são desenvolvidos, com defeitos e virtudes de pessoas comuns. 

Além do trio principal incluindo o então garoto Rory Culkin, vale destacar ainda Matthew Broderick como o novo gerente do banco em que trabalha a personagem de Laura Linney. 

É um bom drama, que agradará quem gosta do gênero.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

The Slap

 


The Slap (The Slap, EUA, 2015) – Nota 6,5
Direção – Ken Olin, Michael Morris & Lisa Cholodenko
Elenco – Peter Sasgaard, Thandie Newton, Brian Cox, Melissa George, Zachary Quinto, Makenzie Leigh, Marin Ireland, Thomas Sadoski, Lucsa Hedges, Uma Thurman, Dylan Schombing, Victor Garber, Sophie Okonedo, Maria Tucci, Michael Nouri.

Uma festa de aniversário termina com uma enorme crise quando um adulto dá um tapa no rosto de uma criança. O fato desencadeia uma série de situações e pequenos conflitos envolvendo vários personagens de uma família de origem grega e seus amigos. 

Refilmagem em oito episódios de uma minissérie australiana produzida em 2011, esta versão americana começa de forma interessante ao expor nos primeiros episódios as virtudes e os defeitos de cada personagem. 

Por sinal, cada episódio foca em um personagem e nas consequências do tapa na vida individual. Os personagens são bem desenvolvidos, porém infelizmente o roteiro parece perder força a cada episódio, chegando até um final sem um clímax e com uma sequência que deixa bastante a desejar. 

Vale citar que do bom elenco, a atriz Melissa George trabalhou nas duas versões interpretando a mesma personagem. O resultado é um minissérie em que faltou um pouco de ousadia na parte final do roteiro.

domingo, 1 de maio de 2022

Ataque dos Cães

 


Ataque dos Cães (The Power of the Dog, Inglaterra / Canadá / Austrália / Nova Zelândia, 2021) – Nota 5,5
Direção – Jane Campion
Elenco – Benedict Cumberbatch, Jesse Plemons, Kirsten Dunst, Kodi Smit McPhee.

Montana, 1925. Phil (Benedict Cumberbatch) é um sujeito rústico e durão que cuida de uma fazenda, enquanto seu irmão George (Jesse Plemons) é o oposto, sempre educado. A relação entre os dois se complica quando George casa com a viúva Rose (Kirsten Dunst), que tem o filho adolescente Peter (Kodi Smit McPhee), que é um jovem sensível. Com a família junta na mesma casa, se inicia uma série de conflitos. 

Baseado em um livro, este longa é daqueles que a crítica adora, mas que nas verdade é uma obra chata e cansativa. São mais de duas horas de lentidão em que personagens desagradáveis descontam suas frustrações uns nos outros. É diferente das histórias em que os personagens sofrem por situações reais ou obstáculos que surgem em seus caminhos. Aqui eles parecem buscar a tragédia. O que se salva é o bom elenco e as locações no oeste americano.