terça-feira, 31 de outubro de 2023

Toc Toc Toc: Ecos do Além & Boogeyman: Seu Medo é Real

 


Toc Toc Toc: Ecos do Além (Cobweb, EUA, 2023) – Nota 6
Direção – Samuel Bodin
Elenco – Lizzy Caplan, Woody Norman, Antony Starr, Cleopatra Coleman, Luke Busey, Jay Rincon.

Peter (Woody Norman) é um garotinho tímido que dias antes do Halloween começa a ouvir barulhos e uma voz atrás da parede de seu quarto. Seus pais (Lizzi Caplan e Antony Starr) não acreditam, enquanto sua nova professora (Cleopatra Coleman) percebe que existe algo de errado com a família. 

Esta mistura de suspense e terror começa de forma criativa, mesmo deixando claro que os pais do garoto escondem algo. Conforme a trama avança, o suspense aumenta e o terror vem à tona no estilo dos filmes atuais do gênero. Uma pena que a parte final deixa um pouco a desejar, tanto pelo clichês, quanto pela forma abrupta como termina, inclusive com o habitual gancho para quem sabe uma sequência.

Boogeyman: Seu Medo é Real (The Boogeyman, EUA / Canadá, 2023) – Nota 6
Direção – Rob Savage
Elenco – Sophie Thatcher, Chris Messina, Vivien Lyra Blair, Marin Ireland, David Dastmalchian, Madison Hu, Maddie Nichols, LisaGay Hamilton.

Uma adolescente (Sophie Thatcher) e sua irmã menor (Vivien Lyra Blair) sofrem pela recente morte da mãe e a dificuldade do pai (Chris Messina) em falar sobre o assunto. Um novo fato faz com que uma entidade demoníaca se aloje na residência da família transformando a vida de todos em um inferno. 

Este longa que tem como pontos de destaque a boa produção, uma parte técnica caprichada e um suspense correto, por outro lado entrega um roteiro repleto de clichês. Perda familiar, rebeldia adolescente, entidade assustadora, pelos menos dois coadjuvantes insanos, o clímax clássico e a habitual cena final para deixar a porta aberta para uma sequência. É mais um dos vários filmes de terror que prende atenção, mas que logo será esquecido.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Gonjiam: Manicômio Assombrado & Hospital


Gonjiam: Manicômio Assombrado (Gon-ji-am, Coreia do Sul, 2018) – Nota 6,5
Direção – Jung Bum Shik
Elenco – Wi Ha Joon, Yoo Je Yoon, Seung Wook Lee, Ye Won Mun,

Uma equipe de um programa de histórias de terror online planeja uma transmissão ao vivo dentro de um hospital psiquiátrico que foi fechado após mortes em massa e o desaparecimento da diretora. A excitação inicial dos jovens em se divertir e lucrar com o provável sucesso da transmissão se transforma em terror quando fatos sinistros mostram que local é realmente assombrado. 

Filmado no estilo de falso documentário com as câmeras nas mãos e nos corpos dos personagens, este longa é irregular. A parte inicial é típica de filme adolescente, com a tensão crescendo e a narrativa melhorando assim que eles começam a transmissão noturna no hospital. 

Os vinte minutos do clímax poderiam ser melhores. Mesmo com algumas sequências assustadoras, fica repetitiva a gritaria e os personagens perdidos na escuridão. Vale destacar a qualidade técnica e a premissa bastante interessante para o gênero.

Hospital (Xing Lin Yi Yuan, Taiwan, 2020) – Nota 4,5
Direção – Chia Lin Chu
Elenco – Li Chi Hsu, Samuel Ku, Po Hung Lin, Tai Bo, Ana Cecilia Mendes.

Das mulheres contratam um religioso taoista especialista em espíritos que junto com seu filho exploram um hospital abandonado considerado maldito. Uma das mulheres perdeu o marido em uma cirurgia e a outra sofre pelo suicídio da irmã que era enfermeira no local. O grupo enfrentará situações sem explicação na busca por respostas. 

Mesmo utilizando o estilo que lembra os falsos documentários, este curioso longa produzido em Taiwan não apela para o clichê da câmera na mão, escolhendo uma forma tradicional de filmar e criar suspense. 

O primeiro grande problema é o roteiro totalmente confuso, que mistura passado e presente ou realidade com alucinações sem uma explicação lógica. As poucas sequências de violência e suspense não convencem. A questão religiosa de ligação com os espíritos também é confusa. É um filme que deixa a desejar.

domingo, 29 de outubro de 2023

M3gan

 


M3gan (M3Gan, Nova Zelândia / EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Gerard Johnstone
Elenco – Allison Williams, Violet McGraw, Ronny Chieng, Amie Donald, Jenna Davis, Brian Jordan Alvarez, Jen Van Epps.

Após perder os pais em um acidente de automóvel, a garotinha Cady (Violet McGraw) vai morar com sua tia Gemma (Allison Williams), que é uma cientista especialista em criar brinquedos interativos. Para tentar ajudar Cady, Gemma dá de presente o protótipo de um robô que interage igual uma pessoa, a M3gan do título. Não demora para a boneca mostrar que pretende ter uma vida que vai além de agradar aos mestres. 

Esta produção da Blumhouse filmada na Nova Zelândia é um mistura de “Brinquedo Assassino” com “O Exterminador do Futuro” em modo miniatura. A parte técnica é caprichada e as sequências de violência são bem filmadas, o grande problema é o roteiro totalmente previsível, com direito a uma cena final que deixa um pequenino gancho para quem sabe um continuação.

sábado, 28 de outubro de 2023

Som da Liberdade

 


Som da Liberdade (Sound of Freedom, EUA / México, 2023) – Nota 8
Direção – Alejandro Monteverde
Elenco – Jim Caviezel, Bill Camp, Javier Godino, Mira Sorvino, Kurt Fuller, Jose Zuniga, Manny Perez, Gary Basaraba, Yessica Borroto Perryman, Eduardo Verástegui, Gustavo Sanchez Parra, Gerardo Taracena, Scott Haze.

Tim Ballard (Jim Caviezel) é um agente federal que trabalha investigando criminosos sexuais. Cansado de efetuar somente prisões, Tim decide se aprofundar para tentar chegar nas vítimas sequestradas. Sua investigação começa na divisa dos EUA com o México e as pistas o levam a um rede de tráfico de pessoas na Colômbia. 

Baseado em uma história real, este longa consegue ser sensível ao abordar um tema extremamente pesado, não apelar para exageros e criar um arco dramático que mexe com o espectador, assim como um competente suspense em algumas sequências. 

Diferente do que alguns críticos estão tentando fazer ao ligar a obra com questões políticas, o filme passa longe desse tema, nem mesmo foca nos que poderiam ser os financiadores deste tipo de crime. A história real está documentada, inclusive nos créditos finais são mostradas algumas fotos da operação real que resgatou dezenas de crianças e adolescentes. 

Vale citar que o filme foi rodado em 2018 e comprado por um grande estúdio que decidiu engavetar o lançamento. Apenas com a luta dos produtores originais, incluindo o ator Eduardo Verástegui e o astro Mel Gibson, a obra foi recomprada e lançada em 2023, resultando em um enorme e merecido sucesso.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

All Eyes

 


All Eyes (All Eyes, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Todd Greenlee
Elenco – Jasper Hammer, Ben Hall, Danielle Evon Ploeger, Nick Ballard.

Allen (Jasper Hammer) é um apresentador de podcast que perde o emprego após uma tragédia com um entrevistado. Pensando em recuperar a carreira, ele viaja até o interior de Oklahoma para entrevistar um sujeito que diz estar caçando um monstro na floresta da região. Ele encontra o rude fazendeiro Don (Ben Hall) e aos poucos percebe que a história do homem pode ser muito mais perigosa e verdadeira. 

Este filme independente de baixo orçamento surpreende de forma positiva por flutuar do drama para o terror e voltar para o drama até de uma forma sensível. Lógico que pelo menos um terço do longa foca nas sequências de terror e suspense, com o diretor Todd Greenlee utilizando da criatividade para suprir a falta de dinheiro. 

Os diálogos engraçados entre os protagonistas também é outro destaque. O longa tem falhas, os efeitos do clímax são muito ruins, mas a narrativa e os detalhes que citei com certeza agradarão a quem gosta de filmes B de suspense e terror.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

A Negociação & Pipeline - O Grande Roubo


A Negociação (Hyeob-Sang, Coreia do Sul, 2018) – Nota 6,5
Direção – Jong Suk Lee
Elenco – Hyun Bin, Son Ye Jin, Lee Joo Young, Jang Young Nam, Kim San Ho, Mun Shik Lee.

Um jornalista e um capitão da polícia sul-coreana são sequestrados na Tailândia. O criminoso que comanda uma quadrilha (Hyun Bin) entra em contato com as autoridades por vídeo, porém esconde sua real intenção. Uma negociadora (Son Ye Jin) é chamada para intermediar a situação, também sem saber exatamente o que deseja o criminoso. 

A premissa dos sequestros e da falta de informações do porque do crime são intrigantes, assim como a ideia de manter uma enorme distância entre bandidos e autoridades. Os detalhes da motivação do crime são revelados aos poucos, inclusive com uma surpresa reservada para o clímax. 

Infelizmente o filme peca muito pela protagonista que em momento algum convence no papel da negociadora. Ela demonstra uma fraqueza e uma falta de equilíbrio emocional que não combinam em nada com a personagem.

Pipeline – O Grande Roubo (Paipeulain, Coreia do Sul, 2021) – Nota 6
Direção – Ha Yoo
Elenco – Seo In Guk, Lee Soo Hyuk, Kim Ji Yeon, Ji Dae Han.

Um sujeito conhecido como o “Brocador” (Seo In Guk) é especialista em furar oleodutos para roubar petróleo. Ele é contratado por um magnata corrupto para desviar o combustível de uma refinaria. É formada uma equipe com cinco pessoas para cumprir a missão, ou melhor, cometer o crime. 

Este longa de ação sul-coreano explora todos os clichês dos filmes americanos sobre roubos milionários. A equipe heterogênea, os conflitos com o contratante, os obstáculos para chegar ao objetivo, a polícia incompetente e sequências que misturam violência e comédia. 

Diferente de outras produções sul-coreanas, os efeitos de algumas explosões não são dos melhores, assim como várias situações são exageradas. Por outro lado, o filme diverte pela narrativa ágil que com certeza agradará quem busca um passatempo sem grandes exigências.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Sympathy for the Devil

 


Sympathy for the Devil (Sympathy for the Devil, EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Yuval Adler
Elenco – Nicolas Cage, Joel Kinnaman.

Um sujeito (Joel Kinnaman) é sequestrado por um estranho (Nicolas Cage) no estacionamento do hospital em que iria acompanhar o parto da esposa. Sendo obrigado a dirigir sem saber para onde e nem o porque daquilo, o homem terá de enfrentar situações pesadas por conta do temperamento do sinistro criminoso. 

Este interessante longa de baixo orçamento lembra em parte o ótimo “Colateral” de Michael Mann, ao colocar motorista e criminoso em um carro durante uma noite. A fotografia marcante e as luzes noturnas seguem o mesmo estilo, apenas trocando a Los Angeles daquele filme por Las Vegas aqui. 

O desenvolvimento da história é inferior e a reviravolta final não é tão surpreendente. Outra diferença é o cinismo bizarro do personagem de Nicolas Cage, que sempre se destaca neste tipo de papel. 

Vale citar que o diretor israelense Yuval Adler tem como melhor trabalho o drama policial “Belém: Zona de Conflito”, longa que merece ser visto.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Por que tem de ser Assim?

 


Por que tem de ser Assim? (The Heart Is a Lonely Hunter, EUA, 1968) – Nota 8
Direção – Robert Ellis Miller
Elenco – Alan Arkin, Sondra Locke, Chuck McCann, Percy Rodrigues, Cicely Tyson, Stacy Keach, Laurinda Barrett, Biff McGuire.

Singer (Alan Arkin) é um artesão de joias surdo-mudo que para ficar perto de um amigo que foi internado, muda para outra cidade no sul dos EUA. Ele aluga o quarto na casa de uma família que sofre com problemas financeiros que afetam em cheio a jovem filha (Sondra Locke). 

Mesmo com a sua dificuldade, Singer procura ajudar todos ao seu redor, incluindo um médico (Percy Rodrigues) que atende uma comunidade pobre e um veterano do exército (Stacy Keach) que se entregou a bebida. 

Este longa é uma verdadeira pérola esquecida nos anos sessenta. A narrativa tem uma linguagem simples, as vezes até lembrando um produção para tv da época, porém a forma sensível como a história é contada, o ótimo desenvolvimento dos personagens e a marcante sequência final resultam em um belíssimo filme sobre solidariedade, família e solidão. 

A sensacional atuação de Alan Arkin recebeu uma merecida indicação ao Oscar, assim como a então estreante Sondra Locke que foi indicada a Atriz Coadjuvante. 

Este foi com certeza o melhor trabalho do diretor Robert Ellis Miller, que seguiu sua carreira intercalando fracassos no cinema, com alguns filmes para tv.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Collide - Segredos e Mentiras, À Espreita & A Pequena Dixie

 


Collide – Segredos e Mentiras (Collide, EUA, 2022) – Nota 5
Direção – Mukunda Michael Dewill
Elenco – Ryan Phillippe, Jim Gaffigan, Kat Graham, Drea de Matteo, Paul Ben Victor, David Cade, Aisha Dee, Dylan Flashner, David James Elliott.

Vários personagens tem seus destinos cruzados na mesma noite em um restaurante em Los Angeles. Um marido vigiando a esposa adúltera, um casal de funcionários que pretende vender pacotes de drogas e um encontro às escuras em que a mulher esconde um segredo. 

O roteiro escrito pelo diretor sul-africano Mukunda Michael Dewill bebe na fonte do estilo que Quentin Tarantino praticamente criou em “Pulp Fiction”, misturando personagens marginais, desonestos e manipuladores em meio a várias tramas que se completam. 

A ideia é boa, porém o desenvolvimento ruim das histórias, dos personagens e a péssima montagem resultam numa obra totalmente descartável. A ideia ainda de enfiar crítica social em uma das tramas e a fraqueza dos personagens masculinos ajudam a piorar ainda mais o filme.

À Espreita (Ambush, EUA, 2023) – Nota 5
Direção – Mark Burman
Elenco – Connor Paolo, Aaron Eckhart, Jonathan Rhys Meyers, Gregory Sims, Jaime Lopez.

Guerra do Vietnã, 1965. Os vietcongues roubam uma documento secreto que lista os agentes infiltrados no seu exército. Para recuperar o documento, um capitão (Aaron Eckhart) envia um grupo de soldados para perseguir os inimigos em uma rede de túneis no meio da selva. 

Esta produção B filmada na Colômbia tem até um ideia interessante de levar grande parte da ação para dentro dos túneis, porém é pouco para salvar o longa. A ideia do documento secreto parece sem sentido em meio ao contexto da guerra na selva, assim como o desenvolvimento dos personagens que é bem ruim. 

Na verdade, o protagonista é Connor Paolo, conhecido pelo papel no cult de terror “Stake Land”, enquanto Aaron Eckhart e Jonathan Rhys Meyers são apenas coadjuvantes sem grandes cenas. O filme falha também nas sequências de ação, com explosões estranhas e uma delas em que um figurante dá um salto antes da artefato explodir. Este é mais um dos vários filmes atuais que são produzidos direto para o mercado de streaming.

A Pequena Dixie (Little Dixie, EUA, 2023) – Nota 4
Direção – John Swab
Elenco – Frank Grillo, Eric Dane, Beau Knapp, Annabeth Gish, Peter Greene, Thomas Dekker, Mercedes Mason, Maurice Compte, Sofia Bryant.

Quando o irmão do chefão de um cartel de drogas é executado, a trégua entre o grupo criminoso e um governador de um Estado Americano termina. Um assassino (Beau Knapp) é enviado para acertar as contas, enquanto o intermediário da negociação (Frank Grillo) se torna alvo dos dois lados. 

O roteiro escrito pelo diretor John Swab é uma bagunça repleta de clichês com várias pitadas de ideologia inseridas na história sem agregar nada ao contexto. Até mesmo as sequências de ação são ruins, com tiroteios falsos e uma enorme facilidade do protagonista em invadir dois locais repletos de seguranças e capangas. É um filme de ação ruim, daqueles para passar longe.

domingo, 22 de outubro de 2023

Vida de Adulto & Tudo Sob Descontrole

 


Vida de Adulto (The Adults, EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – Dustin Guy Defa
Elenco – Michael Cera, Hannah Gross, Sophia Lillis, Wavyy Jonez, Anoop Desai, Kyra Tantao.

Após três anos longe, Eric (Michael Cera) volta para sua cidade natal para visitar suas irmãs Rachel (Hannah Gross) e Maggie (Sophia Lillis). Demonstrando a princípio uma pressa em ir embora e mais preocupado em participar de jogos de pôquer com novos amigos, aos poucos o destino faz com que ele fique mais tempo na cidade, o que também resulta em algumas crises com as irmãs. 

Este drama sobre relacionamento familiar em momento algum decola. Os diálogos sobre frustrações são frios, assim como a narrativa, o que faz com que dificilmente o espectador crie empatia pelos personagens. O destaque é ver Michael Cera em um papel diferente das comédias que costuma trabalhar.

Tudo Sob Descontrole (En Roue Libre, França, 2022) – Nota 5,5
Direção – Didier Barcelo
Elenco – Marina Fois, Benjamin Voisin, Jean Claude Clichet, Albert Delpy, Jean Pierre Martins.

Em uma manhã ao manobrar seu carro, a enfermeira Louise (Marina Fois) tem um ataque de pânico e não consegue sair do veículo. Mais tarde, um jovem (Benjamin Voisin) rouba o carro e leva Louise para uma viagem até outra cidade, local onde pretende cumprir um objetivo. 

Esta mistura de comédia e drama tem uma premissa absurda que vai se somando a situações bizarras, patéticas e com uma pitada de tristeza. O grande problema é que o filme não é engraçado e nem consegue fazer o espectador ter empatia pelos personagens quando vem à tona os dramas que eles enfrentam. Esta falta de identidade resulta em uma obra totalmente esquecível.

sábado, 21 de outubro de 2023

A Fúria de Becky

 


A Fúria de Becky (The Wrath of Becky, EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – Matt Angel & Suzanne Coote
Elenco – Lulu Wilson, Sean William Scott, Denise Burse, Jill Larsson, Michael Sirow, Aaron Dalla Villa, Matt Angel, Courtney Gains.

Após os acontecimentos do filme anterior, a adolescente Becky (Lulu Wilson) está morando com uma senhora viúva que não se preocupa com o passado da garota. Quando um grupo de extremistas chega na cidade e cruza o caminho de Becky, a garota novamente deixará seu lado selvagem aflorar para se defender e também se vingar. 

O primeiro filme tinha como destaque a originalidade de colocar uma adolescente enfrentando criminosos com muita violência, numa espécie de versão bizarra de “Esqueceram de Mim”. Nesta sequência a originalidade já não existe, a história é reciclada e o roteiro ainda tenta enfiar uma pauta ideológica vazia no contexto. As violentas sequências de ação e o carisma sinistro da personagem de Lulu Wilson são os pontos positivos. O filme ainda deixa um gancho para quem sabe mais uma sequência.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Grilhões do Passado

 


Grilhões do Passado (Mr. Arkadin, França / Espanha / Suíça, 1955) – Nota 7
Direção – Orson Welles
Elenco – Orson Welles, Robert Arden, Patricia Medina, Paola Mori, Katina Paxinou, Peter van Eick, Michael Redgrave, Akim Tamiroff, Grégoire Aslan.

Em um cais na Itália, o golpista Guy Van Stratten (Robert Arden) testemunha a morte de um sujeito que conta algo sobre o milionário misterioso Mr. Arkadin (Orson Welles). Junto com a namorada Milly (Patricia Medina), ele se aproxima do ricaço e de sua jovem filha Raina (Paola Mori) pensando em lucrar, porém Arkadin o contrata para desvendar seu próprio passado. 

Arkadin alega não se lembrar de sua vida antes de 1927. Van Straten aceita o trabalho e inicia uma busca pela verdade através do submundo de várias cidades pelo mundo. 

Este obra quase esquecida escrita, dirigida e protagonizada por Orson Welles apresenta as virtudes comuns de seu trabalho, como a criatividade nos ângulos de câmera, a bela fotografia em preto e branco e os diálogos interessantes. 

Por outro lado, a narrativa tem problemas. São muitos cortes bruscos e pulos de uma cidade para outra de uma forma rápida demais. A própria motivação do protagonista em desvendar seu passado é estranha quando tentamos entender o porquê daquilo. 

Existe a história ou lenda de que Orson Welles abandonou o filme durante a montagem por não ter gostado do resultado.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Villeneuve Pironi

 


Villeneuve Pironi (Villeneuve Pironi, Inglaterra, 2022) – Nota 8
Direção – Torquil Jones
Documentário

Em 1982, o canadense Gilles Villeneuve e o francês Didier Pironi eram os pilotos da equipe Ferrari na disputa do campeonato mundial de Fórmula 1 e favoritos a ganhar o título do ano. Villeneuve estava na equipe desde 1977, enquanto Pironi foi contratado em 1981. 

Os dois pilotos de origem, cultura e temperamentos completamente diferentes criaram uma amizade que foi a posta à prova naquele ano e que o destino levou a terminar em tragédias. 

Este ótimo documentário vai além da questão das corridas de Fórmula 1, ao revelar situações de bastidores entre a dupla de pilotos, suas vidas pessoais e como o inesperado acabou com suas carreiras, como se uma espécie de versão da teoria do caos tivesse emergido após um determinado fato. 

Os depoimentos das esposas e dos filhos dos pilotos, de amigos e de ex-corredores são outros destaques.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Os Fora da Lei, Força Bruta & The Roundup: No Way Out

 


Os Fora da Lei (Beomjoidosi, Coreia do Sul, 2017) – Nota 7,5
Direção – Yunsung Kang
Elenco – Ma Dong Seok, Yoon Kyesang, Jo Jae Yoon, Gwi Hwa Choi, Heo Dong Won, Yoon Byung Hee.

Em 2004 na periferia de Seul, capital da Coreia do Sul, criminosos chineses chegam na região para cobrar uma dívida do chefe de uma gangue. A extrema violência dos chineses dá início a um conflito envolvendo três gangues e um esquadrão de polícia liderado por Ma Seok Do (Ma Dong Seok), que na verdade tem um capitão (Gwi Hwa Choi) na hierarquia acima dele, mas que não decide nada. 

Este ótimo longa policial com algumas pitadas de comédia é inspirado na história real de uma grande operação contra gangues que ocorreu em Seul no ano de 2004. O roteiro acerta em cheia ao colocar a ação dos criminosos chineses como o estopim para uma violenta guerra que mudou o submundo da região. 

As violentas sequências de ação são outro destaque, além do carisma do protagonista vivido por Ma Dong Seok, que consegue fazer rir em alguns momentos e em outros convence como o brutamontes que desce a porrada nos criminosos.

Força Bruta (Beomjoidosi 2, Coreia do Sul, 2022) – Nota 7
Direção – Sang Yong Lee
Elenco – Ma Dong Seok, Sukku Son, Gwi Hwa Choi, Ji Hwan Park, Heo Dong Won, Ha Jun, Yoon Byung Hee.

Quatro anos depois do primeiro filme, o policial Ma Seok Do (Ma Dong Seok) e seu capitão (Gwi Hwa Choi) são enviados ao Vietnã para escoltar um criminoso sul-coreano que se entregou na embaixada do país. Considerando estranha a atitude do sujeito, rapidamente os policiais descobrem que ele participou de um sequestro e que está jurado de morte pelo líder da quadrilha. Mesmo longe de casa e sem jurisdição, os policiais decidem investigar o caso. 

Esta sequência começa explicando que são comuns crimes contra turistas sul-coreanos em países menores de Ásia, para em seguida o roteiro criar uma interessante trama sobre sequestros e violência. O ponto alto aqui não é a história, que é um pouco inferior ao filme anterior, mas sim as violentas sequências de ação que variam de brigas, facadas, mutilações e perseguições, tudo isso com um toque de cinismo. 

É um filme indicado para quem gosta de ação pura, sem enrolação.

The Roundup: No Way Out (Beomjoidosi 3, Coreia do Sul, 2023) – Nota 7
Direção – Sang Yong Lee
Elenco – Ma Dong Seok, Lee Jun Hyuk, Munetaka Aoki, Se Ho Ahn, Noo Ri Bae.

Este terceiro longa da franquia se passa em 2015, com o policial Ma Seok Do (Ma Dong Seok) ainda trabalhando em homicídios, porém com uma nova equipe. Quando uma jovem morre após utilizar uma droga sintética e em paralelo um policial desaparece, Ma Seok Do começa a investigar os dois casos e logo se vê envolvido numa complexa disputa entre um grupo de policiais corruptos e a máfia japonesa Yakuza. 

O longa mantém a qualidade das sequências de ação, com bastante violência e até com o protagonista participando de mais lutas, ou seja, a porradaria é o ponto forte. A história é um pouco menos interessante que os filmes anteriores, assim como o carisma dos coadjuvantes não é o mesmo. A cena no meios dos créditos finais ainda deixa uma porta aberta para quem sabe outra sequência.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Beau Tem Medo

 


Beau Tem Medo (Beau Is Afraid, EUA / Inglaterra / Finlândia / Canadá, 2023) – Nota 6
Direção – Ari Aster
Elenco – Joaquin Phoenix, Patti LuPone, Amy Ryan, Nathan Lane, Kylie Rogers, Denis Menóchet, Parker Posey, Zoe Lister Jones, Armen Nahapetian, Julia Antonelli, Stephen McKinley Henderson, Richard Kind, Julian Hichings, Bill Hader.

Beau (Joaquin Phoenix) é um sujeito de meia-idade paranoico e derrotado pela vida. Quando ele precisa viajar para a casa de sua mãe, Beau inicia uma verdadeira saga ao enfrentar situações surreais e seus próprios medos. 

Não tem como encontrar uma explicação direta para este bizarro longa escrito e dirigido por Ari Aster, responsável por outros filmes diferentes como “Hereditário” e “Midsommar”. O que pode chegar mais de perto de uma explicação seria entender os obstáculos enfrentados pelo protagonista como os medos entravados no subconsciente. 

A sequência inicial do parto em que aparecem apenas imagens embaçadas defendem a ideia de que a personalidade da pessoa começa a ser construída no nascimento, com muitos dos seus medos e inseguranças sendo enraizados desde esse momento. 

Por mais que Joaquin Phoenix seja o cara perfeito para o papel e a parte técnica seja primorosa, o grande desafio para o espectador é abraçar a proposta de encarar uma enorme sequência de situações absurdas, algumas assustadoras e outra patéticas durante três horas de duração, sem respostas claras.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Mahana

 


Mahana (Mahana, Nova Zelândia, 2016) – Nota 7,5
Direção – Lee Tamahori
Elenco – Temuera Morrison, Akuhata Keefe, Nancy Brunning, Jim Moriarty, Regan Taylor, Maria Walker.

Numa comunidade no interior da Nova Zelândia dos anos sessenta, Tamihana Mahana (Temuera Morrison) é um patriarca que comanda uma grande família de origem Maori com mão de ferro. Quando seu neto adolescente Simeon (Akuhata Keefe) começa a contestar a liderança do avô, um conflito irrompe na família. 

O roteiro deste interessantíssimo longa explora conflitos familiares, poder e liberdade de uma forma bastante realista. Temas universais como o desejo individual contra os interesses da família e a modernidade versus as tradições vem à tona no conflito entre avô e neto, que no fundo são faces da mesma moeda que apenas agem de formas diferentes, mas com o mesmo objetivo. 

O roteiro ainda entrega segredos pesados sobre frustações e mentiras. Destaque para a atuação do sempre marcante Temuera Morrison e do desconhecido garoto Akuhata Keefe.

domingo, 15 de outubro de 2023

Roma, Cidade Aberta

 


Roma, Cidade Aberta (Roma Cittá Aperta, Itália, 1945) – Nota 8
Direção – Roberto Rossellini
Elenco – Aldo Fabrizi, Anna Magnani, Marcello Pagliero, Vito Annichiarico, Harry Feist, Giovanna Galletti, Maria Michi, Francesco Grandjacquet.

Na Roma ocupada pelos nazistas em 1944, o engenheiro Manfredi (Marcello Pagliero) que faz parte de um grupo de resistência que tenta se esconder da Gestapo que está em seu encalço. A tentativa de fuga de Manfredi coloca em perigo outros personagens, como o amigo Francesco (Francesco Grandjacquet), sua noiva Pina (Ana Magnani) e o padre Pietro (Aldo Fabrizi). 

Ao lado de “Alemanha Ano Zero” dirigido pelo próprio Roberto Rossellini e “Ladrões de Bicicleta” de Vitorio De Sica, temos o principal trio de filmes do chamado Neorrealismo Italiano, que explorava temas políticos filmados em preto e branco, com a maioria das sequências em locações abertas e elenco quase todo de amadores. 

Estes três longas mesmo com o teor político, não podem ser chamados de ideológicos, na verdade este “Roma, Cidade Aberta” foca na maldade pura dos nazistas que perseguiam seus inimigos, enquanto “Alemanha Ano Zero” e “Ladrões de Bicicleta” se passam no pós-guerra e contam histórias sobre os defeitos e as virtudes dos seres humanos, mostrando que o egoísmo é uma espécie de mola propulsora, principalmente em épocas de dificuldades e crise. São três filmes que merecem ser vistos.

sábado, 14 de outubro de 2023

Invasão a Beverly Hills & Operação Stargrove

 


Invasão a Beverly Hills (The Taking of Beverly Hills, EUA, 1991) – Nota 5
Direção – Sidney J. Furie
Elenco – Ken Wahl, Matt Frewer, Harley Jane Kozak, Robert Davi, Lee Ving, Branscombe Richmond, Lyman Ward, Michael Bowen, William Prince, George Wyner.

Na noite em que um grande evento de arrecadação de fundos ocorre em Beverly Hills, uma quadrilha coloca em prática o plano de roubar diversas mansões, sem imaginar que terá como obstáculo um jogador de futebol americano (Ken Whal). 

A premissa do plano mesmo sendo exagerada é criativa, lembrando um pouco o clássico “Duro de Matar”. O grande problema é o desenvolvimento da história e as absurdas sequências de ação incluindo um tanque no meio de Beverly Hills e o protagonista se defendendo com garrafas de coquetel molotov. 

O roteiro também é repleto de furos, algo comum na biografia de Sidney J. Furie, um diretor com muitos filmes ruins na carreira, incluindo o péssimo “Superman IV: Em Busca da Paz” que enterrou a franquia com Christopher Reeve.

Operação Stragrove (Never Too Young to Die, EUA, 1986) – Nota 4,5
Direção – Gil Bettman
Elenco – John Stamos, Vanity, Gene Simmons, George Lazenby, Peter Kwong, John Anderson, Robert Englund.

Quando um agente secreto (George Lazenby) é assassinado ao investigar um grupo de punks liderados por Ragnar (Gene Simmons) que planeja envenenar a água do reservatório da cidade, seu filho Lance (John Stamos) toma seu lugar para buscar vingança e frear o ataque terrorista. 

Este absurdo filme de ação é um das várias produções do gênero dos anos oitenta que hoje parecem obras amadoras. As bizarras sequências de ação com lutas totalmente falsas, várias explosões mal filmadas e um elenco canastrão que acaba sendo o mais interessante. 

O mocinho John Stamos ficaria famoso na sitcom “Três É Demais (Full House)”, o vilão hermafrodita vivido pelo roqueiro da banda Kiss Gene Simmons, seus comparsas que são punks malucos tendo entre eles o eterno Freddy Krueger Robert Englund, a bela e também péssima atriz Vanity, além de George Lazenby, o pior 007 da história da franquia. 

Vale citar que nos anos oitenta Gene Simmons encarnou o vilão principal em três filmes. Neste que comento, no interessante “Runaway – Fora de Controle” em que enfrentava Tom Selleck e no policial “Exterminador Implacável” em que foi antagonista de Rutger Hauer.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Sonne Und Beton

 


Sonne Und Beton (Sonne Und Beton, Alemanha, 2023) – Nota 7,5
Direção – David Wnendt
Elenco – Levy Rico Arcos, Rafael Luis Klein Hebling, Vincent Wiemer, Aaron Maldonado Morales, Jorg Hartmann

Quatro adolescentes enfrentam a a violência e as drogas na periferia de Berlim. Não existe uma sinopse mais completa para este longa com uma narrativa crua que mostra como a vida pode ser um inferno. 

Desde a sequência inicial em que um segurança proíbe um dos garotos a entrar na escola porque ele estava sem um documento, o filme focará em situações limites e conflitos que terminarão da pior forma possível. 

O roteiro escrito pelo diretor David Wnendt em parceria com Felix Lobrecht, que é o autor do livro autobiográfico que deu origem ao filme, foca em temas como falta de perspectivas, violência nas ruas, drogas, famílias desestruturadas e imigração. 

É um daqueles filmes que deixam uma sensação de desesperança no espectador.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Frio nos Ossos

 


Frio nos Ossos (Little Bone Lodge, Inglaterra, 2023) – Nota 6
Direção – Matthias Hoene
Elenco – Joely Richardson, Neil Linpow, Sadie Soverall, Harry Cadby, Roger Ajogbe, Cameron Jack, Euan Bennet, Clifford Samuel.

Dois irmãos (Neil Linpow e Harry Cadby), um deles ferido por causa de um acidente de automóvel, batem na porta de uma casa isolada no interior da Inglaterra. Mesmo com desconfiança, a família que reside no local oferece abrigo. 

A mãe (Joely Richardson) é uma enfermeira que dá os primeiros socorros, enquanto a filha adolescente (Sadie Soverall) parece uma criança obediente e o pai (Roger Ajogbe) vive em estado vegetativo numa cadeira de rodas. Aos poucos, toda a verdade virá à tona. 

A produção caprichada, o clima de suspense e as sequências de violência competentes tentam esconder uma história que o cinéfilo acostumado ao gênero vai desvendar nos primeiro quinze minutos. A única surpresa é a motivação doentia de um personagem, o restante é puro clichê. 

Não chega ser um filme ruim, mas é um obra que será esquecida em meio a muitas outras semelhantes.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Ecos de um Crime & Amor Bandido

 


Ecos de um Crime (Ecos de um Crimen, Argentina, 2022) – Nota 5
Direção – Cristian Bernard
Elenco – Diego Peretti, Julieta Cardinali, Carla Quevedo, Diego Cremonesi, Carola Reyna, Florencia Gonzalez.

O escritor de livros policiais Julian (Diego Peretti) viaja com a esposa (Julieta Cardinali), a enteada e o filho bebê para uma casa em um local isolado. O objetivo de Diego é escrever um novo livro após estar se recuperando de um colapso nervoso. Quando uma jovem desesperada (Carla Quevedo) bate na porta da casa, os problemas psicológicos voltam a aflorar no escritor. 

Este confuso longa argentino começa dando pistas de que algo está errado com o protagonista, para em seguida passar a impressão de que veremos um suspense de home invasion ou algo do gênero. Tudo fica ainda mais estranho com a reviravolta na metade da história. 

O final por mais que tenha uma explicação até lógica para toda a bagunça do roteiro, não salva o desenvolvimento ruim com cara de produção de suspense B.

Amor Bandido (Amor Bandido, Argentina, 2021) – Nota 5,5
Direção – Daniel Andres Werner
Elenco – Romina Ricci, Renato Quattordio, Rafael Ferro, Monica Gonzaga.

Joan (Renato Quattordio) é um adolescente de dezesseis anos que vive um affair com sua professora Luciana (Romina Ricci). Quando ela pede demissão do emprego, Joan a pressiona para continuar a relação. Os dois decidem passar um feriado na casa de campo da família dela em um local isolado, mas nem tudo sairá como o esperado. 

Os dois destaques deste curioso longa argentino são as ousadas sequências de sexo e a reviravolta criada pelo roteiro no meio da trama. Por outro lado, a narrativa estranha e a trilha sonora lembram os filmes brasileiros dos anos setenta, em que as histórias misturavam drama existencial com sexo. É um filme no máximo razoável.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Noite Passada em Soho

 


Noite Passada em Soho (Last Night in Soho, Inglaterra / China, 2021) – Nota 6,5
Direção – Edgar Wright
Elenco – Thomasin McKenzie, Anya Taylor Joy, Matt Smith, Diana Rigg, Rita Tushingham, Aimee Cassettari, Terence Stamp, Synnove Karlsen.

Eloise (Thomasin McKenzie) é uma jovem ingênua do interior da Inglaterra que é aceita para estudar moda em uma universidade em Londres. Sonhadora, não demora para Eloise perceber que a vida na cidade grande é extremamente complicada. Tudo fica ainda mais estranho quando ela consegue se transportar para a Londres dos anos sessenta e assume a personalidade da aspirante a cantora Sandie (Anya Taylor Joy). 

O diretor Edgard Wright foge um pouco do seu estilo para contar esta história que começa como um drama simples, se transforma quase em fantasia na metade, para virar a chave para o suspense beirando o terror na bizarra parte final. 

Por mais que a produção e a parte técnica sejam caprichadas e a trilha sonora bem legal, a história em si não me cativou. É um filme mais indicado para quem gosta de experiências visuais marcantes.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Muru

 


Muru (Muru, Nova Zelândia, 2022) – Nota 7
Direção – Tearepa Kahi
Elenco – Cliff Curtis, Jay Ryan, Manu Bennet, Simone Kessell, Roimata Fox, Poroaki Merritt-McDonald, Byron Coll, Ria Paki.

No interior da Nova Zelândia, uma equipe das forças especiais monitora um grupo de nativos locais que são considerados suspeitos de um provável ataque contra o primeiro-ministro. Conforme o cerco aumenta, o policial comunitário Taffy (Cliff Curtis) se vê no meio de um enorme dilema entre auxiliar os soldados ou proteger seu povo e sua família. 

Este competente drama de ação é uma ficção que utiliza como base três situações de conflitos pesados que ocorreram na Nova Zelândia entre policiais e nativos em épocas distintas. A clara mensagem do roteiro é mostrar o abuso da autoridade do governo nestes casos específicos, ao mesmo tempo que insere algumas pequenas situações de remorso e redenção. 

Não chega a ser um grande filme, mas entrega uma narrativa com tensão crescente que vale a sessão para quem gosta do tema.

domingo, 8 de outubro de 2023

Verdades Dolorosas

 


Verdades Dolorosas (You Hurt My Feelings, EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Nicole Holofcener
Elenco – Julia Louis Dreyfus, Tobias Menzies, Michaela Watkins, Arian Moayed, Owen Teague, Amber Tamblyn, David Cross, Jeannie Berlin, Josh Pais, Zach Cherry.

Em Nova York, Beth (Julia Louis Dreyfus) é uma conhecida escritora, enquanto seu marido Don (Tobias Menzies) é psiquiatra. A ótima relação entre eles fica abalada quando Beth descobre que Don não gostou de seu novo livro, que também foi rejeitado por sua editora. 

Esta premissa simples e até aparentemente fútil se revela interessante ao abordar questões mais profundas, inclusive envolvendo o filho do casal (Owen Teague), a irmã de Beth (Michaela Watkins) e seu marido (Arian Moayed). 

O roteiro escrito pela diretora Nicole Holofcener, especialista em filmes sobre relacionamentos, coloca em discussão a consequências das pequenas mentiras no dia a dia. Não são traições ou algo do gênero, mas as mentiras que são ditas para não magoar as pessoas ao seu redor. 

Em algumas sequências também ficam claras quando estas mentiras são por falsidade, como aquela em que um personagem que está sozinho solta uma ofensa contra quem ele acabou de elogiar cara a cara. 

É um filme que faz pensar sobre como os relacionamentos são complicados, passando a mensagem de que as vezes é melhor esconder pequenas críticas para evitar grandes conflitos.

sábado, 7 de outubro de 2023

American Night & O Mundo dos Esquecidos

 


American Night (American Night, Itália, 2021) – Nota 5
Direção – Alessio Della Valle
Elenco – Jonathan Rhys Meyers, Emile Hirsch, Paz Vega, Jeremy Piven, Fortunato Celino, Michael Madsen, Alba Ramadani, Annabelle Belmondo, Mara Lane Rhys Meyers, Lee Levi, Marco Leonardi, Maria Grazi Cucinotta.

Um falsificador de obras de artes (Jonathan Rhys Meyers), o herdeiro de uma família mafiosa (Emile Hirsch), uma restauradora de quadros (Paz Vega), um dublê falido (Jeremy Piven), um mensageiro criminoso (Fortunato Celino), entre outros personagens se envolvem numa complexa trama de violência na busca por um famoso quadro. 

O roteiro escrito pelo diretor italiano Alessio Della Valle mistura arte com o estilo noir, porém a narrativa fica parecida com as várias cópias de “Pulp Fiction” que foram produzidas nos anos noventa e início de 2000. 

A interessante ideia de contar a história de forma não linear e a produção caprichada escondem uma série de furos na trama que não se encaixam quando o espectador tenta montar o quebra-cabeça. O filme até que começa bem, mas vai ficando sem sentido e piorando conforme analisamos o desenvolvimento dos personagens, chegando até o bizarro clímax repleto de sangue. 

É uma boa proposta desenvolvida de forma totalmente confusa.

O Mundo dos Esquecidos (Hide and Seek, EUA, 2021) – Nota 4
Direção – Joel David Moore
Elenco – Jonathan Rhys Meyers, Jacinda Barrett, Sue Jean Kim, Joe Pantoliano, Avril Lena Wei, Mustafa Shakir, Quinn McColgan, Eli Golden.

Noah Blackwell (Jonathan Rhys Meyers) é o herdeiro de uma grande empresa que investe em negócios imobiliários. A sua aparente vida perfeita com a esposa (Jacinda Barrett) e um casal de filhos adolescentes começa a desmoronar quando surgem pistas de que seu irmão rebelde estaria vivendo em um edifício da família que está prestes a ser demolido. Noah decide procurar o irmão e termina se envolvendo com pessoas que vivem à margem da sociedade. 

Este péssimo longa é um remake de uma obra sul-coreana de 2013 escrita e dirigida por Jung Huh, que aqui assina o roteiro em parceria com o diretor Joel David Moore. Não vi o original para comparar, mas fica claro que não tem como ser pior do que esta nova versão. O roteiro é uma verdadeira bagunça, com furos, situações absurdas e uma motivação sem sentido para os crimes que ocorrem durante a trama. 

É mais um bomba protagonizada pelo outrora talentoso Jonathan Rhys Meyers.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Assassino Americano

 


Assassino Americano (American Murderer, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Matthew Gentile
Elenco – Tom Pelphrey, Ryan Phillippe, Idina Menzel, Paul Schneider, Shantel VanSanten, Moises Arias, Kevin Corrigan, Jackie Weaver.

No final de 2004, Jason Derek Brown (Tom Pelphrey) se envolve em um crime em busca de dinheiro para pagar uma dívida com agiotas violentos. Em seu encalço está o agente do FBI Leising (Ryan Phillippe), que investiga todas as pessoas que convivem com o fugitivo. 

Este longa escrito e dirigido pelo estreante Matthew Gentile é baseado em uma história real que até hoje tem várias perguntas sem respostas, entre elas o desaparecimento do pai do protagonista (Kevin Corrigan) dez anos antes do crime. 

Gentile acerta na montagem não linear, que utiliza idas e vindas no tempo para criar suspense em relação a sequência do crime. O ritmo é agradável e narrativa prende a atenção. 

Destaque para a interpretação de Tom Pelphrey em seu primeiro papel como protagonista, ator conhecido como coadjuvante na famosa série “Ozark”. Ele consegue passar todas a nuances e contradições de seu personagem.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

O Pacto

 


O Pacto (The Covenant, Inglaterra / Espanha / EUA, 2023) – Nota 7,5
Direção – Guy Ritchie
Elenco – Jake Gyllenhaal, Dar Salim, Johnny Lee Miller, Alexander Ludwig, Emily Beecham, Sean Sagar, Jason Wong, Rhys Yates, Christian Ochoa Lavernia, James Nelson Joyce, Antony Starr.

Em 2018 no Afeganistão, durante uma missão em busca de explosivos, um batalhão liderado pelo sargento John Kinley (Jake Gyllenhaal) cai em uma emboscada. John e o intérprete afegão Ahmed (Dar Salim) fogem sendo perseguidos pelos Talibãs. 

Este bom filme que mistura ação e drama tem um estilo completamente diferente das obras de Guy Ritchie. Esqueça os personagens engraçadinhos, os diálogos espertos e o cinismo, a narrativa aqui é séria do início ao fim. O único ponto habitual do diretor são os apelidos dos soldados que aparecem na tela na sequência inicial. 

Mesmo com o roteiro criticando o governo americano por não ter cumprido a palavra com centenas de tradutores afegãos, a história não tem um teor ideológico. Esta crítica pertinente se soma a temas universais como amizade, lealdade e família, que sempre foram pilares nos grandes filmes. As sequências de ação competentes e as locações no deserto são outros destaques. 

É um filme que agradará em quem gosta de ação com uma boa história.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Alice nas Cidades

 


Alice nas Cidades (Alice in den Stadten, Alemanha Ocidental, 1974) – Nota 8
Direção – Wim Wenders
Elenco – Rudiger Vogler, Yella Rottlander, Lisa Kreuzer, Edda Kochl.

Após viajar por algumas cidades fotografando locais para escrever uma matéria, o jornalista alemão Philip Winter (Rudiger Vogler) chega em Nova York e decide voltar para a Alemanha. Passando por uma pequena crise existencial, Philip cruza o caminho de Lisa (Lisa Kreuzer) e de sua filha de nove anos Alice (Yella Rottlander). Também em crise por causa de uma separação, Lisa toma uma decisão que faz com que Philip seja obrigado a viajar sozinho com Alice até a Europa, iniciando uma inusitada relação. 

Este ótimo longa filmado em 16mm e em preto e branco segue o estilo das obras do diretor alemão Wim Wenders. A maioria das cenas são em locação aberta, atuações espontâneas, personagens melancólicos e uma história que se desenrola em um road movie começando nos EUA e seguindo por cidades da Holanda e da então Alemanha Ocidental. 

É muito interessante ver como eram estas cidades no início dos anos setenta, o estilo dos cafés, dos restaurantes, ruas, meios de transporte e figurinos. A relação criada entre o jornalista solitário e a garotinha que deseja atenção mostra como a presença de uma figura paterna é fundamental para a felicidade de uma criança. 

É um filme que merecia ser mais conhecido.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Caminhos Perigosos & A Última Batalha de um Jogador

 


Caminhos Perigosos (Mean Streets, EUA, 1973) – Nota 7
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Robert De Niro, Harvey Keitel, David Proval, Amy Robinson, Richard Romanus, Cesare Danova, Victor Argo, David Carradine, Robert Carradine.

No bairro de Little Italy em Nova York, Johnny (Robert De Niro) é um jovem rebelde que vive se metendo em confusões e que tem uma enorme dívida por causa de jogo. Charlie (Harvey Keitel) é um criminoso que deseja crescer na Máfia e para isso trabalho fazer pequenos favores e também cobranças para comparsas em um degrau superior na hierarquia do crime. 

Este é um dos primeiros trabalho de Marin Scorsese que utiliza muito de sua própria juventude para detalhar a vida de jovens sem rumo no submundo de Nova York. Além da Máfia e da criminalidade individual, Scorsese insere no roteiro outros temas comuns a sua filmografia como as questões religiosa e familiar, além é claro da locação na região em que voltaria a utilizar por diversas vezes na carreira. 

A narrativa lenta e hoje bastante datada atrapalha um pouco, fazendo com que o longa tenha mais um valor histórico pelas presenças de Scorsese, De Niro e Keitel antes da fama, do que pela qualidade cinematográfica.

A Última Batalha de um Jogador (Bang the Drum Slowly, EUA, 1973) – Nota 6
Direção – John Hancock
Elenco – Michael Moriarty, Robert De Niro, Vincent Gardenia, Phil Foster, Ann Wedgeworth, Heather MacRae, Barbara Babcock.

Henry (Michael Moriarty) e Bruce (Robert De Niro) são jogadores de um time de beisebol, mas estão em estágios diferentes da carreira e sequer demonstram ser amigos. Henry é o astro da equipe, enquanto Bruce jamais atingiu seu potencial. Tudo muda quando Bruce descobre sofrer de uma doença terminal e apenas Henry fica sabendo. O fato faz os dois se aproximarem, naquela que será a última temporada de Bruce. 

Este drama que se passa no mundo do esporte é uma curiosa produção que tem Robert De Niro como coadjuvante antes do sucesso em “O Poderoso Chefão 2”. O protagonista real é Michael Moriarty, ator sem grande carisma que tem como seu papel mais importante o de promotor nas primeiras temporadas da famosa série “Law & Order”. 

O longa tem uma narrativa lenta e um roteiro que explora amizade e redenção, melhorando um pouco na parte final.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Red Rocket

 


Red Rocket (Red Rocket, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Sean Baker
Elenco – Simon Rex, Bree Elrod, Suzanna Son, Brenda Diess, Ethan Darbone.

Depois de muitos anos longe, o falido e decadente ator pornô Mikey (Simon Rex) volta para sua cidade natal no interior do Texas. Ele consegue ficar na casa da ex-namorada Lexi (Bree Elrod), que também era atriz pornô e que afundou a carreira nas drogas. Enquanto tenta sobreviver sonhando em retomar o sucesso, Mikey se envolve com a jovem de dezessete anos Strawberry (Suzanna Son). 

Esta produção independente é ao mesmo tempo patética, engraçada e até canalha em alguns momentos por conta das atitudes do protagonista egoísta. Isso não é ruim, tudo se encaixa no proposta do roteiro escrito pelo diretor Sean Baker, que coloca o sexo com um dos pontos principais através tanto do protagonista, quando da jovem amante que lembra uma Lolita contemporânea. 

O roteiro também é um exemplo de como decisões erradas levam a consequências piores ainda, além de mostrar a vida sem perspectivas nas pequenas cidades decadentes do interior americano. 

Destaque para a atuação cínica de Simon Rex, ator que teve participação em dois filmes da franquia “Todo Mundo em Pânico”, porém que jamais conseguir fazer a carreira decolar. Este “Red Rocket” é com certeza seu melhor trabalho até o momento.

domingo, 1 de outubro de 2023

Esquadrão Secreto & Pequenos Espiões 1 e 2

 


Esquadrão Secreto (Secret Headquarters, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Hnery Joost & Ariel Schulman
Elenco – Owen Wilson, Michael Peña, Walker Scobell, Jesse Williams, Keith L. Williams, Momona Tamada, Abby James Witherspoon, Kezzi Curtis, Charles Melton, Jessie Mueller.

Jack (Owen Wilson) está acampando com esposa e filha pequena quando vê algo caindo do céu e explodindo no chão. Ele descobre um objeto inacreditável. Dez anos depois, Jack vive sozinho, enquanto o filho agora adolescente Charlie (Walker Scobell) é fã do herói conhecido como “O Guardião”, que salva pessoas de desastres, mas ninguém sabe exatamente sua identidade. 

Esta mistura de ficção e aventura adolescente resulta em um filme divertido, muito por causa das boas sequências de ação, da narrativa agradável e dos personagens simpáticos, mesmo sendo clichês. É basicamente uma sessão da tarde ao estilo dos filmes do gênero dos anos oitenta e noventa.

Pequenos Espiões (Spy Kids, EUA, 2001) – Nota 6
Direção – Robert Rodriguez
Elenco – Antonio Banderas, Carla Gugino, Alexa PenaVega, Daryl Sabara, Alan Cumming, Danny Trejo, Tony Shalhoub, Teri Hatcher, Robert Patrick, Cheech Marin, George Clooney.

Um casal de espiões (Antonio Banderas e Carla Gugino) é sequestrado por um vilão (Alan Cumming) e os únicos que podem salvá-los são seus filhos, um casal de crianças (Alexa PenaVega e Daryl Sabará). Munidos de artefatos, armas e gadgets dos pais, as crianças partem para sua primeira aventura como espiões. 

Este é o primeiro e também o melhor filme da franquia escrita e dirigida por Robert Rodriguez, que hoje chegou ao quinto filme. Este longa inicial é uma aventura descerebrada de uma dupla de 007 mirins. Além das sequências de ação repleta de efeitos especiais, destaque para os coadjuvantes bizarros, entre eles Danny Trejo pela primeira vez interpretando o icônico Machete.

Pequenos Espiões 2; A Ilha dos Sonhos Perdidos (Spy Kids 2: Island of Lost Dreams, EUA, 2002) – Nota 5
Direção – Robert Rodriguez
Elenco – Antonio Banderas, Carla Gugino, Alexa PenaVega, Daryl Sabará, Mike Judge, Ricardo Montalban, Holland Taylor, Matt O’Leary, Emily Osment, Taylor Momsen, Danny Trejo, Christopher McDonald, Steve Buscemi, Cheech Marin, Alan Cumming, Tony Shalhoub, Bill Paxton.

Esta sequência produzida praticamente colada com o filme principal coloca a dupla de irmãos (Alexa PenaVega e Daryl Sabará) como protagonistas mais importantes do que os pais, os levando a uma ilha onde terão de enfrentar um cientista maluco vivido por Steve Buscemi e uma dupla de crianças espiãs rivais. 

As sequências de ação são mais exageradas do que a filme original, assim como a trama que tenta se mais complexa, quando na verdade é mais absurda. Novamente os coadjuvantes são bizarros e vários atores conhecidos aparecem em pequenos papéis. É uma sessão da tarde turbinada indicada para adolescentes.