segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Tempo

 


Tempo (Old, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – M. Night Shyamalan
Elenco – Gael Garcia Bernal, Vicky Krieps, Rufus Sewell, Alex Wolff, Thomasin McKenzie, Abbey Lee, Nikki Amuka Bird, Ken Leung, Eliza Scanlen, Aaron Pierre, Embeth Davidtz, Emun Elliott, Gustaf Hammarsten, M, Night Shyamalan.

Algumas pessoas de férias em um resort ganham como brinde um passeio até uma praia isolada. O que a princípio parece ser um passeio fantástico, se transforma em pesadelo quando elas começam a passar mal e não conseguem encontrar uma saída da praia. 

Mesmo sendo baseado em uma graphic novel, o diretor M. Night Shyamalan consegue imprimir sua originalidade habitual na condução da trama e no desespero que toma conta dos personagens. Não é tão difícil descobrir o mistério, algumas pistas surgem durante a narrativa, mas isso não atrapalha o interesse pela história. 

A premissa da importância do tempo em nossas vidas e na crítica sobre como perdemos tempo com coisas bobas e pequenos conflitos é bem explorada pelo roteiro. 

Está longe de ser um grande filme, inclusive com um final um pouco apressado, mas mesmo assim vale a sessão para quem gosta de histórias diferentes e do estilo original do diretor M. Night Shyamalan.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Best Sellers

 


Best Sellers (Best Sellers, Canadá / EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Lina Roessler
Elenco – Michael Caine, Aubrey Plaza, Scott Speedman, Ellen Wong, Cary Elwes, Veronica Ferres.

Lucy Stanbridge (Aubrey Plaza) é a herdeira de uma editora que está à beira da falência. Tentando manter o legado de seu pai, ela busca um novo livro de sucesso, chegando até o veterano escritor Harris Shaw (Michael Caine). 

O sujeito escreveu apenas um livro há quase cinquenta anos e desapareceu, mesmo tendo contrato para entregar uma segunda obra. Ao encontrar Harris, Lucy descobre um sujeito extremamente complicado. 

O roteiro deste drama com toques de comédia não tem surpresas ao seguir uma história semelhante a várias outras obras gênero. O filme tem algumas sequências engraçadas, outras dramáticas e até espaço para o absurdo, como as leituras do livro do protagonista ao público. 

O que aumenta o interesse é a interpretação de Michael Caine do alto dos seus oitenta e oito anos de idade. Seu personagem carrega traumas, frustrações e lembranças que o tornam ranzinza, mas também real. Ainda sobram críticas rasas ao sucesso na internet e a viralização de vídeos idiotas.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Elena

 


Elena (Elena, Rússia, 2011) – Nota 6,5
Direção – Andrey Zvyagintsev
Elenco – Nadezhda Markina, Andrey Smirnov, Aleksey Rozin, Elena Lyadova, Evgeniya Konushkina, Igor Ogurtsov.

Elena (Nadezhda Markina) e Vladimir (Andrey Smirnov) estão casados e tem filhos de relacionamentos anteriores. Ela vem de uma família simples, sempre ajudando o filho desempregado que não consegue sustentar esposa e dois filhos. Ele é rico e tem uma filha descompromissada, que apenas aproveita a vida com o dinheiro do pai. Uma determinada situação leva Elena a tomar uma atitude drástica. 

Diretor de filmes pesados sobre o comportamento humano como “O Retorno”, “Leviatã” e “Sem Amor”, Andrey Zvyagintsev entregou aqui uma obra complexa em que cada espectador deve buscar seu próprio entendimento da proposta. 

A narrativa é mais lenta do que seus outros trabalhos, com várias sequências de silêncio e poucos diálogos. A primeira hora é bastante arrastada, até que ocorre um fato que dá início as revelações da verdadeira face de cada personagem. 

O roteiro toca em temas como ganância, mesquinhez, acomodação e até pitadas de corrupção, lembrando um pouco o recente “Parasita”, porém com menos intensidade e qualidade. 

É uma obra incomum, que vale como exercício cinematográfico para o espectador que tiver paciência com a lentidão da narrativa.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime

 


Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime (Hitman's Wife's Bodyguard, EUA / Inglaterra, 2021) – Nota 6
Direção – Patrick Hughes
Elenco – Ryan Reynolds, Samuel L. Jackson, Salma Hayer, Antonio Banderas, Stewart Alexander, Michael Gor.

Após perder sua licença de guarda-costas, Michael Bryce (Ryan Reynolds) é procurado por Sonia (Salma Hayek), que deseja ajuda para resgatar seu marido Darius Kincaid (Samuel L. Jackson), um assassino profissional que foi sequestrado. Mesmo sendo inimigo de Darius, Bryce é praticamente obrigado a seguir Sonia, se envolvendo numa explosiva conspiração. 

Esta sequência do filme de 2017 segue a mesma fórmula de diálogos engraçadinhos e cenas de ação explosivas e exageradas, além de inserir um vilão caricato (Antonio Banderas) e a temperamental esposa do assassino vivida por um desbocada Salma Hayek. 

A trama é ainda mais maluca do que o original, existindo apenas como desculpa para correria dos protagonistas em meio a ação quase ininterrupta. É um filme para o espectador deixar de lado os absurdos e tentar se divertir com a agitação.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Espíritos Obscuros & Livros de Sangue

 


Espíritos Obscuros (Antlers, EUA / México, 2021) – Nota 6,5
Direção – Scott Cooper
Elenco – Keri Russell, Jesse Plemons, Jeremy T. Thomas, Graham Greene, Scott Haze, Rory Cochrane, Amy Madigan, Sawyer Jones.

Em uma pequena cidade do Oregon, a professora Julia (Keri Russell) está recomeçando a vida morando com o irmão Paul (Jesse Plemons), que é o xerife do local. Ao observar um solitário garoto de sua classe (Jeremy T. Thomas) que é perseguido por alguns colegas, Julia tenta se aproximar sem se saber que o menino esconde um terrível segredo. 

Esta mistura de terror e suspense produzida por Guillermo Del Toro é bem desenvolvida durante os dois primeiros terços da história, com uma narrativa intrigante e um clima assustador. No terço final o roteiro se rende aos clichês do gênero entregando o clássico clímax do bem contra o mal e um final que deixa uma ponta em aberto. 

Vale destacar também as locações na região nublada e as sequência violentas.

Livros de Sangue (Books of Blood, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Brannon Braga
Elenco – Britt Robertson, Rafi Gavron, Anna Friel, Freda Foh Shen, Nicholas Campbell, Yul Vazquez, Andy McQueen, Paige Turco, Glenn Lefchak, Saad Siddiqui, Kenji Fitzgerald, Brett Rickaby.

Três histórias sinistras e a princípio individuais estão na verdade ligadas pelo sobrenatural. Uma jovem traumatizada (Britt Robertson), uma professora cética (Anna Friel) e uma dupla de ladrões (Yul Vazquez e Andy McQueen) tem suas vidas colocadas à prova. 

Baseado em obra do especialista em histórias de terror Clive Barker, este longa amarra de forma competente e também violenta as três sinistras histórias indicadas para os fãs do gênero, com direito até mesmo a uma pequena surpresa na parte final. 

A narrativa tem uma certa irregularidade e nem todos os personagens são interessantes, mas isso não chega a atrapalhar. O filme acaba ficando acima na comparação com a maioria das obras atuais do gênero.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

The Same Sky

 


The Same Sky (The Same Sky, Alemanha, 2017) – Nota 6
Direção – Oliver Hirschbiegel
Elenco – Tom Schilling, Sofia Helin, Friederike Becht, Ben Becker, Jorg Schuttauf, Hannes Wagener, Stephanie Amarell, Godehard Giese, Anja Kling, Daniel Zillman, Steven Brand, Claudia Michelsen.

Em 1974 durante a Copa do Mundo na Alemanha Ocidental, a polícia secreta da Alemanha Oriental denominada Stasi envia o jovem agente Lars (Tom Schilling) para uma missão. Ele deve se aproximar de Lauren Faber (Sofia Helin), uma divorciada de meia-idade que trabalha para o serviço secreto inglês. 

Em paralelo, o roteiro explora outras três histórias. Em Berlim Oriental, a irmã mais nova de Lars é uma atleta da natação que enfrenta a pressão da mãe e do treinador. Na mesma cidade, um grupo está construindo um túnel para tentar fugir para o lado ocidental. Por fim, um oficial americano e sua filha trabalham para o serviço de inteligência do governo investigando ações políticas. 

Esta minissérie em seis episódios explora as consequências da construção do Muro do Berlim e a divisão que foi criada no povo alemão. O roteiro é bastante interessante nos primeiros três episódios, intercalando as tramas através das questões políticas e pessoais. 

Vemos pessoas comuns espionando vizinhos na Alemanha Oriental, a frustração de outros que precisam esconder seu descontentamento com o terrível socialismo, o agente que aos poucos percebe que a vida no ocidente pode ser mais interessante e até mesmo a questão de doping de atletas que veio à tona quando a Alemanha Oriental desmoronou. 

O grande problema é que nos últimos episódios nada se resolve. Não existe um clímax ou um fechamento, as histórias ficam no limbo. Não sei se a ideia era fazer uma segunda temporada ou se foi uma escolha deixar tudo em aberto.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Eu Me Importo

 


Eu Me Importo (I Care a Lot, EUA / Inglaterra, 2020) – Nota 6
Direção – J Blakeson
Elenco – Rosamund Pike, Peter Dinklage, Dianne Wiest, Eiza Gonzalez, Chris Messina, Isiah Whitlock Jr., Macon Blair, Alicia Witt, Damian Young, Nicholas Logan.

Marla Grayson (Rosamund Pike) trabalha como tutora de idosos que não tem familiares. O aparente trabalho social na verdade é uma forma de Marla se apropriar dos bens dos clientes. 

Seu esquema desonesto funciona até ela conseguir a interdição de uma senhora rica (Dianne Wiest) e interná-la em uma casa de repouso, sem imaginar que a ação trará sérias consequências. 

A premissa do inusitado tipo de golpe é criativa, o grande problema que vejo é a escolha do diretor em misturar a trama policial com comédia, o que deixa a narrativa estranha, beirando o humor negro em alguns momentos. 

Outra coisa que atrapalha é que fica impossível ter alguma empatia pela protagonista, mesmo quando sua ações se voltam contra ela. 

Talvez a ideia do diretor e roteirista J Blakeson tenha sido fazer uma crítica contra a ganância e os falsos defensores dos necessitados, mas tudo isso acabou funcionando somente em parte.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata

 


A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, Inglaterra / França / EUA, 2018) – Nota 7,5
Direção – Mike Newell
Elenco – Lily James, Michiel Huisman, Matthew Goode, Glen Powell, Tom Courtenay, Penelope Wilton, Katherine Parkinson, Jessica Brown Findlay.

Londres, 1946. A escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe uma carta de um desconhecido que vive na Ilha de Guernsey pedindo se possível que ela enviasse um livro para seu grupo de leitura da pequena localidade. 

Juliet responde, envia o livro e após algumas trocas de cartas decide conhecer a ilha e o grupo de leitura, sem imaginar o que aquelas pessoas sofreram durante a guerra quando o local foi ocupado pelos nazistas. 

Baseado em um livro, este longa dirigido pelo veterano Mike Newell é uma sensível mistura de drama e romance, tendo como pano de fundo as consequências da Segunda Guerra na vida das pessoas da ilha e como tema principal a descoberta do prazer da leitura. São citadas várias obras famosas nos diálogos, porém de uma forma simples, sem exageros intelectuais. 

Vale destacar as belas locações na ilha e a produção caprichada nas sequências em Londres.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Guiados Pelo Coração & ABC do Amor

 


Guiados Pelo Coração (Le Coher en Braille, França / Bélgica, 2016) – Nota 7
Direção – Michel Boujenah
Elenco – Alix Vaillot, Jean Stan Du Pac, Charles Berling, Pascal Elbé, Antoine Korsand, Aude Ruyter.

Marie (Alix Vaillot) é uma garota que sofre com uma doença ocular que a fará perder a visão em breve. Ela toca violoncelo e estuda para entrar em um famoso curso de música. Victor (Jean Stan Du Pac) é um colega de classe com dificuldades em matemática e filho de um mecânico viúvo. Os dois iniciam uma sensível relação de amizade e amor adolescente. 

Este simpático drama francês é uma sessão da tarde adorável, com interpretações sensíveis e totalmente espontâneas da dupla principal. A relação entre os dois é a chance de enfrentar seus problemas com mais força. É um daqueles filmes para toda a família.

ABC do Amor (Little Manhattan, EUA, 2005) – Nota 7
Direção – Mark Levin
Elenco – Josh Hutcherson, Charlotte Ray Rosenberg, Bradley Whitford, Cyntia Nixon, Willie Garson, Josh Pais, Tonye Patano, John Dossett, Talia Balsam.

Gabe (Josh Hutcherson) é um garoto de dez anos que se apaixona por sua colega de escola e karatê Rosemary (Charlotte Ray Rosenberg) que é um ano mais velha. Aprendendo a lidar com o estranho sentimento e sem entender o que as garotas pensam, Gabe enfrentará um turbilhão de sentimentos. 

Este sensível drama explora os dramas do primeiro amor na cabeça de um pré-adolescente, que precisa lidar ainda com a crise no casamento de seus pais que estão para se separar. A narração dos pensamentos do protagonista é uma boa sacada. 

As várias sequências pelas ruas e parques de Nova York durante o verão é outro acerto, passando um ar de liberdade aos protagonistas, mostrando que o mundo é um local a ser explorado. 

Destaque final para a atuação espontânea de Josh Hutcherson, hoje com uma carreira em ascensão após atuar em diversos longas, principalmente na franquia “Jogos Vorazes”.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

My Son

 


My Son (My Son, Inglaterra / França, 2021) – Nota 7
Direção – Christian Carion
Elenco – James McAvoy, Claire Foy, Tom Cullen, Gary Lewis, Max Wilson.

Em um camping de férias na Escócia, uma criança desaparece. O pai Edmond Murray (James McAvoy) que vive em Londres viaja até o local para tentar descobrir o que ocorreu, enquanto sua ex-esposa Joan (Claire Foy) se sente perdida. 

O diretor e roteirista Christian Carion refilmou aqui a mesma história de seu longa francês de 2017. Não vi o original para comparar, mas fica claro que esta nova versão tem acertos e erros. Os pontos positivos são as atuações de James McAvoy e Claire Foy, o clima de tragédia acentuado pelas locações em uma região fria e nublada, além das sequências de violência. 

Por outro lado, o roteiro deixa algumas pontas soltas, talvez até de forma proposital. A ligação do caso com o trabalho do protagonista é o grande exemplo, mesmo que nas entrelinhas seja possível entender o porque desta escolha. 

Apesar das críticas ruins, eu gostei do filme.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Caminhos da Memória

 


Caminhos da Memória (Reminiscence, EUA, 2021) – Nota 6
Direção – Lisa Joy
Elenco – Hugh Jackman, Rebecca Ferguson, Thandie Newton, Cliff Curtis, Marina de Tavira, Daniel Wu, Brett Cullen, Mojean Aria, Natalie Matinez, Angela Sarafyan.

Em um futuro próximo após uma guerra, a cidade de Miami está tomada pela água como se fosse uma nova Veneza. Neste contexto, Nick Bannister (Hugh Jackman) é um ex-soldado que com sua parceira Watts (Thandie Newton) desenvolveu uma máquina que faz com que as pessoas revivam suas memórias. 

Quando um bela mulher (Rebecca Ferguson) o procura precisando de ajuda para encontrar uma chave através das memórias, Nick rapidamente se apaixona, sem imaginar que o encontro possa ser algo mas complexo do que um simples acaso. 

O roteiro escrito pela diretora Lisa Joy recicla os clichês das histórias policiais noir misturando com uma trama de ficção científica. A mulher fatal, o sujeito durão que se apaixona ingenuamente e os criminosos que surgem durante o desenvolvimento da trama são típicos do noir. 

A premissa da máquina de memórias é interessante, a produção é caprichada, assim como as cenas de ação são bem feitas, apesar de não serem muitas. O problema é que a narrativa é irregular ao gastar tempo demais com o romance e os flashbacks com narração em off. O roteiro também é disperso, no final não convencendo como ficção, policial ou romance.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Cherry: Inocência Perdida

 

Cherry: Inocência Perdida (Cherry, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Anthony & Joe Russo
Elenco – Tom Holland, Ciara Bravo, Jack Reynor, Forest Goodluck, Michael Rispoli, Jeff Wahlberg, Michael Gandolfini.

Na sequência inicial, um jovem (Tom Holland) entra em um banco e anuncia um assalto. Em seguida a trama volta alguns anos, quando o mesmo rapaz está na universidade e conhece Emily (Ciara Bravo), com quem inicia um relacionamento que mudará sua vida. 

Este longa baseado em um romance tem ideias bastante interessantes, como a narração em off do protagonista, a montagem criativa e a divisão da história em praticamente três filmes. O primeiro foca no drama do relacionamento, a segunda parte leva o protagonista para a guerra e o parte final explora o mundo das drogas. 

O grande problema acaba sendo a longa duração que resulta em uma narrativa irregular. Algumas situações poderiam ser mais concisas. A atuação apática de Ciara Bravo e a de Tom Holland na parte final como adulto não convencem. Mas vale citar que nos dois terços iniciais a atuação de Holland é muito boa. 

Eu considero um filme razoável, que tinha potencial para ser bem melhor.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Terror a Bordo & Terror Cego

 


Terror a Bordo (Dead Calm, Austrália, 1989) – Nota 6
Direção – Phillip Noyce
Elenco – Sam Neill, Nicole Kidman, Billy Zane.

Após perder o filho em um acidente de automóvel, o casal John (Sam Neill) e Rae (Nicole Kidman) decide velejar por alguns dias em mar aberto. O que era para ser a busca por uma nova tranquilidade na vida se transforma em terror quando eles avistam um iate e resgatam um estranho (Billy Zane), sem saber que o sujeito é um psicopata. 

Este suspense fez algum sucesso na época muito pela presença de Nicole Kidman que começaria um relacionamento com Tom Cruise no ano seguinte. É basicamente um suspense com violência semelhante a dezenas de longas produzidos nos anos oitenta e noventa, em que pessoas comuns precisam se defender ao cruzar o caminho de um maníaco. 

Tem algumas boas sequências de ação, outra exageradas como o final e um bom ritmo levando em consideração que quase todo longa se passa no barco no meio do oceano.

Terror Cego (See No Evil, EUA, 1971) – Nota 6,5
Direção – Richard Fleischer
Elenco – Mia Farrow, Robin Bailey, Dorothy Alison, Diane Grayson.

Sarah (Mia Farrow) é uma jovem que perdeu a visão em um acidente. Ela é levada para passar um período na casa de campo da família. O que seria o início de uma nova vida rapidamente se transforma em desespero quando um assassino mata sua família. Mesmo sem visão, Sarah precisa se esconder e lutar para sobreviver. 

Este suspense dirigido pelo competente Richard Fleischer explora os cômodos do casarão para criar algumas sequências de suspense angustiantes, como a aquela em que o espectador vê apenas os pés do assassino andando pela casa. Com a tensão aumentando através da sinistra trilha sonora de Elmer Bernstein. 

Não chega a ser um grande filme, mas cumpre a missão de prender a atenção do espectador.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Embattled - Dias de Luta

 


Embattled – Dias de Luta (Embattled, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Nick Sarkisov
Elenco – Stephen Dorff, Darren Mann, Elizabeth Reaser, Drew Scheid, Donald Faison, Said Taghmaoui, Karrueche Tran, Ava Capri, Leopold Manswell.

Cash (Stephen Dorff) é um astro do MMA que não respeita pessoa alguma. Seu jeito explosivo e arrogante é suportado pelo filho mais velho Jett (Darren Mann), que deseja seguir a mesma carreira do pai. Ao mesmo tempo, Cash não aceita seu filho mais novo (Drew Scheid) que tem um problema mental e ainda tem um relacionamento complicado com a ex-esposa (Elizabeth Reaser). 

A violência das lutas de MMA é apenas o pano de fundo e a desculpa para o comportamento abusivo do protagonista, que foi desenvolvido para ser odiado. Suas atitudes são praticamente todas ofensivas, até mesmo quando ele demonstra carinho pelo filho ou pela esposa atual (Karruehe Tran). 

Uma das ideias do filme é mostrar como estas atitudes influenciam o comportamento dos filhos, principalmente o mais velho, que por seu lado chega em um momento que precisa decidir qual caminho seguir. 

Vale citar que as lutas são violentas e realistas. O resultado é um drama familiar bastante pesado.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Escape Room 2: Tensão Máxima

 


Escape Room 2: Tensão Máxima (Escape Room: Tournament of Champions, EUA / África do Sul, 2021) – Nota 6,5
Direção – Adam Robitel
Elenco – Taylor Russell, Logan Miller, Deborah Ann Woll, Thomas Cocquerel, Holland Roden, Indya Moore, Carlito Olivero, James Frain, Isabelle Fuhrman.

Sobreviventes do primeiro “Escape Room”, Zooey (Taylor Russell) e Ben (Logan Miller) seguem pistas para descobrir o responsável pela criação do jogo de enigmas mortais. Eles terminam novamente presos em um local, desta vez com quatro pessoas que sobreviveram a outras edições do “Escape Room”. É o início de uma nova luta pela sobrevivência. 

Mesmo reciclando ideias de vários filmes de suspense e violência, o original era criativo e tinha elenco e roteiro melhores do que esta sequência. A violência, os enigmas complexos e os cenários criativos continuam, mas a nova história inserindo o criador do jogo e sua motivação são fracas, assim como o final ao estilo “Jogos Mortais” deixando um gancho para uma nova sequência com outro vilão. 

É rápido e prende atenção, agradando quem gosta do gênero, mesmo com as falhas citadas.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

A Gripe

 


A Gripe (Gamgi, Coreia do Sul, 2013) – Nota 6,5
Direção – Sung Su Kim
Elenco – Jang Hyuk, Soo Ae, Min Ah Park, Hae Jin Woo.

Imigrantes vietnamitas são transportados de forma ilegal em um container com destino a Coreia do Sul. Chegando no país, apenas um jovem ainda está vivo e contaminado com uma mutação do vírus da gripe aviária. 

O vírus rapidamente se espalha, colocando uma médica (Sooe Ae) e um bombeiro (Jang Hyuk) na linha de frente da luta pela sobrevivência e também no desespero para descobrir como curar os infectados. 

Apesar de ser uma ficção, as ações das autoridades na primeira parte do filme são semelhantes ao que vemos no mundo nos dias atuais com a tentativa de isolar os infectados e as decisões tirando as liberdades individuais. 

Na metade final a narrativa se volta para a violência e os conflitos entre população e militares, em meio a uma corrida desenfreada dos protagonistas. 

O ritmo ágil mantém a atenção do espectador, porém o excesso de cortes rápidos cansa. O sentimentalismo exagerado ao colocar uma garotinha no centro da trama também faz o filme perder alguns pontos. 

É um filme agitado, violento e mediano.

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Secretariat - Uma História Impossível & 12 Órfãos Poderosos

 


Secretariat – Uma História Impossível (Secretariat, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Randall Wallace
Elenco – Diane Lane, John Malkovich, Margo Martindale, Nelsan Ellis, Dylan Walsh, Otto Thorwarth, Dylan Baker, Fred Dalton Thompson, James Cromwell, Scott Glenn, Nestor Serrano, Kevin Connolly, Eric Lange.

No início dos anos setenta, após a morte da mãe, a dona de casa Penny Chennery (Diane Lane) é pressionada para vender o haras da família, também porque seu pai (Scott Glenn) está sofrendo de demência. Mesmo a contragosto do marido e do irmão, Penny continua o negócio, apostando tudo em um cavalo chamado Secretariat. 

Baseado em uma história real, este longa explora uma jornada semelhante ao premiado “Seabiscuit”. É o típico filme sobre superação em que um personagem com ajuda de alguns poucos ao redor consegue chegar a um objetivo aparentemente impossível. 

A narrativa é agradável e a jornada leva ao final que deixa o espectador com um sorriso no rosto. Além de Diane Lane, vale destacar John Malkovich como o excêntrico treinador do cavalo.

12 Órfãos Poderosos (12 Mighty Orphans, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Ty Roberts
Elenco – Luke Wilson, Martin Sheen, Vinessa Shaw, Wayne Knight, Robert Duvall, Jake Austin Walker, Scott Haze, Levi Dylan, Jacob Lofland, King Orba, Treat Williams, Larry Pine, Slade Monroe, Woodrow Luttrell, Lane Garrison.

Texas, anos trinta. O professor de matemática e também treinador de futebol Rusty Russell (Luke Wilson) é contratado para trabalhar em um orfanato de uma região rural. Seu objetivo é mostrar aos garotos que eles podem ter uma vida normal. Para ensinar disciplina e outros valores, Rusty monta um time de futebol colegial que se torna sensação. 

Baseado em uma história real, este longa segue o estilo das obras sobre superação de obstáculos na vida e busca por algo que aparentemente é impossível. O roteiro detalha também a difícil vida no orfanato e cria boas sequências nos jogos de futebol. Por outro lado, ele perde pontos ao inserir dois pequenos vilões caricatos e algumas situações forçadas, como a volta de uma mãe querendo buscar seu filho após dez anos que o abandonou. 

É um filme mediano que agradará quem gosta deste tipo de história.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O Veredito - Culpado

 


O Veredito – Culpado (Terror – Ihr Urteil, Alemanha, 2016) – Nota 7
Direção – Lars Kraume
Elenco – Burghart Klaussner, Martina Gedeck, Florian David Litz, Lars Eidinger, Jordis Triebel, Rainer Bock.

Um avião foi sequestrado por terroristas na Alemanha com o objetivo de atingir um estádio de futebol com setenta mil pessoas. Um piloto de caça (Florian David Litz) descumpriu a ordem de seus superiores e abateu o avião para evitar uma tragédia maior. Esta é a premissa deste longa produzido para tv que foca totalmente no julgamento do piloto. 

O juiz (Burghart Klaussner) ouve os testemunhos do oficial superior (Rainer Bock), da familiar de uma vítima do avião que deu início ao processo (Jordis Triebel), do réu e de outros personagens. Os vários pontos de vistas são contrapostos nos interrogatórios da promotora (Martina Gedeck) e do advogado de defesa (Lars Eidinger). 

O roteiro coloca em discussão a questão da lei versus o bom senso em um momento de decisão totalmente extremo. É interessante que na cena inicial o juiz fala com a câmera pedindo para o público prestar atenção no julgamento e no final votar se o réu é inocente ou culpado. Acredito que quando este filme passou na tv alemã pode ter ocorrido esta votação em tempo real para decidir o final da história.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Anônimo

 


Anônimo (Nobody, EUA / Japão, 2021) – Nota 7,5
Direção – Ilya Naishuller
Elenco – Bob Odenkirk, Connie Nielsen, Alexey Serebyrakov, Christopher Lloyd, Michael Ironside, Colin Salmon, RZA, Araya Mengesha, Paisley Cadorath, Gage Munroe, Billy MacLellan.

Hutch Mansell (Bob Odenkirk) leva uma vida ordinária. O casamento em crise com Becca (Connie Nielsen), um emprego com o sogro e o cunhado que ele odeia e a falta de motivação estão aparentes em seu semblante. Tudo mudo quando uma dupla de assaltantes invade sua casa na madrugada. O fato faz Hutch renascer, trazendo à tona seu lado obscuro. 

Este surpreendente e divertido longa de ação claramente bebe na fonte do sucesso da trilogia “John Wick”, tanto pela violência explícita, quanto pelo protagonista que a princípio deseja apenas a paz. O roteiro tem alguns furos, mas nada que atrapalhe a diversão do público que gosta de um bom filme de ação. 

Destaque para a atuação surpreendente de Bob Odenkirk, principalmente nas cenas de ação. Do alto dos quase sessenta anos de idade ele dá conta do recado.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O Psiquiatra ao Lado

 


O Psiquiatra ao Lado (The Shrink Next Door, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Jesse Perez & Michael Showalter
Elenco – Will Ferrell, Paul Rudd, Kathryn Hahn, Casey Wilson, Cornell Womack, Robin Bartlett.

Nova York, 1982. Marty Markowitz (Will Ferrell) é o dono de uma empresa de tecidos que herdou de seu pai. Solteiro e com uma personalidade insegura, Marty sofre de ataques de pânico que levam sua irmã Phyllis (Kathryn Hahn) a obrigá-lo a procurar um psiquiatra. 

Ele chega até o dr. Ike (Paul Rudd), um sujeito inteligente, perspicaz e manipulador. O que seria um tratamento se torna uma estranha relação de poder que se estenderá por anos. 

Por mais bizarra que seja a história, esta minissérie em oito episódios é baseada em fatos reais descritos em um podcast de um jornalista que conhecia os envolvidos. Ao ver os nomes de Will Ferrell e Paul Rudd e o tema de um tratamento incomum a primeira coisa que vem à cabeça do cinéfilo é estar de frente de um comédia. 

Puro engano, o que vemos aqui é uma angustiante história em que o espectador ficará irritado com os dois protagonistas. Um deles por causa da falta de caráter e o outro pela apatia e ingenuidade. 

As atuações da dupla principal são o grande destaque. Acostumando a personagens atrapalhados, Will Ferrell está perfeito como o empresário que não sabe lidar com conflitos, enquanto Paul Rudd cria um canalha que tenta enrolar todos aos seu redor com muita lábia e um sorriso no rosto. 

É uma minissérie diferente, indicada para o espectador que tem paciência para digerir situações incômodas.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Onde Está Segunda? & Juntos Mas Separados

 


Onde Está Segunda? (What Happened to Monday, Inglaterra / França / EUA / Bélgica, 2017) – Nota 5
Direção – Tommy Wirkola
Elenco – Noomi Rapace, Glenn Close, Willem Dafoe, Marwan Kenzari, Christian Rubeck, Pal Sverre Hagen.

No futuro, as famílias somente podem ter um filho por ordem do governo. Neste contexto, uma mulher morre ao dar a luz a sete filhas. O avó (Willem Dafoe) consegue esconder as crianças como se fossem apenas uma que é batizada como Karen. Quando adultas (Noomi Rapace em sete papéis), uma delas desaparece, fazendo com que as demais decidam procurar a irmã, mesmo correndo o risco de serem descobertas. 

Esta ficção com uma curiosa premissa resulta numa obra lamentável. A questão ideológica é absurda. Temos um mundo totalitário com ideias claramente de esquerda, como controle populacional, racionamento, postos de identificação nas ruas, mas é enfiado goela abaixo uma política que o roteiro diz ser conservadora vivida por Glenn Close. 

As sete caracterizações de Noomi Rapace também não convencem, sendo puro clichê, assim como as sequências de violência na segunda metade. É um filme para passar longe.

Juntos Mas Separados (Together Togheter, EUA, 2021) - Nota 5
Direção – Nikole Beckwith
Elenco – Patti Harrison, Ed Helms, Rosalind Chao, Nora Dunn, Fred Melamed, Tig Notaro.

Matt (Ed Helms) é um solteiro na casa dos quarenta anos que decide contratar a jovem Anna (Patti Harrison) para ser barriga de aluguel de um filho que ele deseja criar sozinho. A relação comercial inicial se torna uma inusitada amizade. 

O roteiro escrito pela diretora Nikole Beckwith tem o objetivo de disseminar a ideologia de esquerda de todas as formas possíveis em meio a uma história de amizade incomum. Além da questão ideológica, em momento algum convence a motivação do protagonista em ser pai solteiro. Os diálogos vazios e algumas sequências patéticas completam o pacote. Uma hora e meia perdida.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Os Invisíveis

 


Os Invisíveis (Die Unsichtbaren, Alemanha, 2017) – Nota 7,5
Direção – Claus Rafle
Elenco – Max Mauff, Alice Dwyer, Ruby O. Fee, Aaron Altaras, Victoria Schulz, Florian Lukas, Andreas Schmidt, Sergej Moya, Lucas Reiber, Rick Okon, Robert Hunger Buhler, Maren Eggert.

Berlim, Segunda Guerra Mundial. Com os nazistas perseguindo os judeus e os levando para os campos de concentração, alguns jovens buscam se esconder misturados em meio aos alemães para sobreviver. 

O roteiro explora a história real de quatro jovens que não se conheciam, mas que conseguiram sobreviver de formas diferentes. A narrativa intercala depoimentos reais de três destes sobreviventes com sequências filmadas com atores mostrando os perigos e as injustiças que eles enfrentaram. 

A versão detalhada na tela é corroborada pelos depoimentos, destacando também outras pessoas que arriscaram a própria vida para ajudá-los. Entre as várias boas sequências, destaque para a simples e emocionante cena da oração próximo ao final. 

Para quem gosta de dramas sobre a Segunda Guerra, este longa é uma ótima opção.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Um Ninho para Dois

 


Um Ninho para Dois (The Starling, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Theodore Melfi
Elenco – Melissa McCarthy, Chris O’Dowd, Kevin Kline, Timothy Olyphant, Daveed Diggs, Skyler Gisondo, Laura Harrier, Rosalind Chao, Kimberly Quinn, Loretta Devine, Ravi Kapoor.

Lilly (Melissa McCarthy) e Jack (Chris O’Dowd) formam um casal feliz que entra em crise após a morte súbita da filha que ainda era bebê. Uma fracassada tentativa de suicídio leva Jack para uma casa de repouso, enquanto Lilly tenta seguir a vida com seu trabalho em um supermercado. Mesmo com a distância e o trauma, os dois buscam reencontrar um novo caminho para a felicidade. 

O diretor Theodore Melfi e a atriz Melissa McCarthy repetem a parceria do interessante “Um Santo Vizinho” para contar uma história dolorosa, mas também de esperança, além de inserir algumas sequências engraçadas como as brigas entre a protagonista e um passarinho, o “starling” do título original. 

O roteiro segue a fórmula das histórias sobre perdas e separação de uma forma até certo ponto leve, sem grandes sequências dramáticas. Destaque para as atuações do trio principal completado por Kevin Kline como um misto de veterinário e psiquiatra. 

É um filme que agradará quem busca um drama sóbrio.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Meu Pai


Meu Pai (The Father, Inglaterra / França, 2020) – Nota 8
Direção – Florian Zeller
Elenco – Anthony Hopkins, Olivia Colman, Olivia Williams, Mark Gatiss, Imogen Poots, Rufus Sewell, Ayesha Dharker.

Em Londres, Anne (Olivia Colman) sofre ao tentar contar para seu pai (Anthony Hopkins) que ela está de mudança para Paris e que por isso vai colocá-lo em uma casa de repouso. O homem que sofre de demência não entende a situação, o que faz aumentar sua confusão mental. 

Este doloroso longa que venceu o Oscar de Roteiro Adaptado e o de Melhor Ator para a grande atuação de Anthony Hopkins explora o terrível tema da demência através de uma montagem criativa e uma narrativa desenvolvida através do ponto de vista do protagonista. 

A perda da memória, as mudanças de humor, a dificuldade em reconhecer as pessoas e o foco excessivo em coisas estranhas como a obsessão pelo relógio são detalhadas de forma realista. Quem conhece ou convive com alguém que sofre demência vai entender o desespero do protagonista e a agonia de quem está ao redor. Anthony Hopkins consegue passar os vários sentimentos de seu personagem de uma forma assustadora, mudando de humor e de atitudes dentro da mesma sequência.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Eterno Amor & Micmacs - Um Plano Complicado

 


Eterno Amor (Un Long Dimanche de Fiançailles, França / EUA, 2004) – Nota 7,5
Direção – Jean Pierre Jeunet
Elenco – Audrey Tautou, Gaspard Uliel, Jodie Foster, Dominique Pinon, Chantal Newirth, André Dussollier, Marion Cotillard, Denis Lavant, Albert Dupontel, Julie Depardieu.

Durante a Primeira Guerra Mundial, cinco soldados franceses são levados para corte marcial e condenados à morte por supostamente terem tentado o suicídio com medo de enfrentar as batalhas nas trincheiras. 

Ao final da guerra, Mathilde (Audrey Tautou) fica obcecada em saber o que aconteceu com seu noivo Manech (Gaspard Uliel), que era um dos condenados. Mesmo com dificuldades em andar por causa da poliomielite, Mathilde indica uma verdadeira saga em busca da verdade. 

O roteiro adaptado pelo diretor Jean Pierre Jeunet divide a narrativa em pequenos pedaços que contam os detalhes da vida de cada um dos condenados e a busca incessante da jovem Mathilde, que monta um improvável quebra-cabeças através de pistas, informações, cartas e telefonemas. 

A produção é sensacional, ponto habitual na carreira de Jeunet, tanto nas sequências pós-guerra, como na reconstituição do front de batalha sujo, cheio de lama e sangue. Destaque para atuação de Audrey Tautou e para curiosa e pequena participação de Jodie Foster.

Micmacs – Um Plano Complicado (Micmacs à Tire-Larigot, França, 2009) – Nota 7
Direção – Jean Pierre Jeunet
Elenco – Dany Boon, André Dussollier, Nicolas Marié, Yolande Moreau, Dominique Pinon, Marie Julie Baup, Omar Sy, Michael Cremades, Julie Ferrier, Jean Pierre Marielle.

Quando criança, Bazil (Dany Boon) perdeu o pai que era soldado morto na explosão de uma mina terrestre. Trinta anos depois, Bazil é atingido por um tiro na cabeça. A bala fica alojada, mas ele sobrevive. Enquanto estava no hospital ele perde emprego e casa, tendo de morar na rua. 

Ao conhecer um criminoso veterano (Jean Pierre Marielle), Bazil é apresentando a um grupo de excluídos que sobrevive reciclando objetos descartados. Uma nova situação faz com que Bazil convença seus novos amigos a colocar em prática um plano de vingança. 

Assim como em todas as obras do diretor Jean Pierre Jeunet, este longa tem como maior destaque o sensacional desenho de produção repleto de cores vivas, cenários e objetos incomuns que lembram uma graphic novel, com o detalhe de que tudo isso foi criado por ele, sem ser baseado em obra alguma. 

O roteiro é extremamente complicado como diz o subtítulo nacional, com situações absurdas e outras inexplicáveis, mas tudo dentro da proposta anárquica do diretor. Mesmo não sendo o melhor filme de Jeunet, ainda assim é uma obra marcante e curiosa.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

O Gângster, o Policial e o Diabo

 


O Gângster, o Policial e o Diabo (Akinjeon, Coreia do Sul / EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Won Tae Lee
Elenco – Dong Seok Ma, Mu Yeol Kim, Kim Sungkiu.

Coreia do Sul, 2005. Um serial killer (Kim Sungkiu) ataca vítimas aleatórias sem deixar pistas. O policial Tae Seok (Mu Yeol Kim) é o primeiro a acreditar que alguns crimes foram praticados pelo mesmo sujeito. Seus superiores consideram um absurdo a teoria de Tae Seok. 

Quando um chefão do crime (Dong Seok Ma) é atacado pelo assassino mas sobrevive, o policial vê a chance de identificar o maníaco. De forma inusitada, policial e gângster se unem na busca do serial killer. 

Os créditos iniciais citam que o filme é baseado em uma história real, o que por si só seria interessante para o cinéfilo que gosta de longas policiais. A narrativa ágil e o estilo sul-coreano de explorar violentas sequências de ação através de brigas individuais e coletivas repletas de sangue funcionam perfeitamente. 

Não chega a ser um grande filme, mas entrega o que promete.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

O Comitê da Vida


The God Committee (The God Committee, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Austin Stark
Elenco – Kelsey Grammer, Julia Stiles, Colman Domingo, Janeane Garofalo, Dan Hedaya, Patricia R. Floyd, Peter Kim, Mottel Gyn Foster, Elizabeth Masucci.

Nova York, 2014. O comitê de transplantes de órgãos de um grande hospital se reúne para o decidir o destino de pacientes na fila de espera e também quem será o receptor de um coração que está sendo transportado para o local. Uma segunda narrativa pula para 2021, quando o médico Andre Boxer (Kelsey Grammer) trabalha na pesquisa avançada para transplante de órgãos de animais para humanos. 

Este drama explora o complexo tema do transplante de órgãos detalhando o processo de seleção criado para administrar estas escolhas. Mesmo sendo uma ficção, o roteiro insere na trama as discussões éticas, profissionais e financeiras que permeiam os encontros do comitê, como os objetivos e crenças de cada participante, além da influência externa e a pressão para pautar as escolhas. 

Como diz o título, as escolhas dos envolvidos os transformam quase em deuses para as pessoas que precisam dos transplantes, com suas vidas sendo decididas por fatores que vão além da questão humana. 

É um filme que desmistifica a medicina e os médicos, que são pessoas que erram e acertam, nem sempre agindo da melhor forma.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

A Imensidão da Vida

 


A Imensidão da Vida (The Enormity of Life, EUA, 2021) – Nota 7,5
Direção – Eric Swinderman
Elenco – Breckin Meyer, Emily Kinney, Giselle Eisenberg, Debra Herzog.

Casey (Breckin Meyer) é um sujeito solitário de meia-idade que após falhar em uma tentativa de suicídio termina cruzando o caminho de sua vizinha Jess (Emily Kinney), uma garçonete que é mãe solteira da excêntrica garota Jules (Giselle Eisenberg), que tem obsessão por detalhes de chacinas adolescentes. Estes três personagens criam um inusitado laço sentimental. 

Esta produção independente explora o estilo de dramas com personagens incomuns que buscam encontrar seus caminhos na vida. Um dos acertos são os diálogos que fogem do lugar comum, descrevendo traumas e dificuldade de expressar emoções. O sofrimento e a apatia do protagonista contrasta com a agitação da criança, mesmo com os dois sofrendo da mesma forma. 

O final diferente e simbólico também é uma aposta arriscada do diretor e roteirista Eric Swinderman, mas que acaba funcionando. É um tipo de filme simples que eu gosto, daqueles que fazem pensar sobre a vida.