quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Crisis

 


Crisis (Crisis, Canadá / Bélgica, 2021) – Nota 6,5
Direção – Nicholas Jarecki
Elenco – Gary Oldman, Armie Hammer, Evangeline Lilly, Greg Kinnear, Michelle Rodriguez, Luke Evans, Lily Rose Depp, Guy Nadon, Veronica Ferres, Scott Mescudi, Indira Varma, Martin Donovan, Mia Kirshner, Nicholas Jarecki, Michael Aronov.

O longa explora três histórias paralelas ligadas ao mundo dos opioides, que são drogas legalizadas utilizadas por pessoas comuns para diminuir alguma dor e que muitas vezes levam ao vício. 

O protagonista é um cientista (Gary Oldman) que se vê pressionado a alterar um estudo que ajudará a liberar um novo medicamento. O segundo protagonista é um policial infiltrado (Armie Hammer) que está prestes a desbaratar duas quadrilhas que traficam opioides. O terceiro elo é uma mãe (Evangeline Lilly) que deseja chegar até o assassino do filho que está ligado a uma destas quadrilhas. 

O roteiro escrito pelo diretor Nicholas Jarecki explora uma premissa extremamente atual, que tinha tudo para render um grande filme. A ligação entre os grandes laboratórios que despejam medicamentos perigosos no mercado e o consequente aumento de pessoas viciadas terminam por criar um espaço amplo para os traficantes, que suprem a demanda para aqueles que não tem como comprar de forma legal. 

Os problemas do longa são a meia-hora final que tenta resolver as três tramas de uma forma rápida, além da história da mãe que por mais que mostre a obsessão em buscar vingança, por outro lado cria algumas situações inverossímeis, mesmo com a boa atuação de Evangeline Lilly. 

Como curiosidade, o diretor Nicholas Jarecki é irmão do também diretor Andrew Jarecki, responsável por sensacionais documentários como “Na Captura dos Friedman” e “The Jinx”.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

O Rei da Califórnia & Tudo Por Você

 


O Rei da Califórnia (King of California, EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – Mike Cahill
Elenco – Michael Douglas, Evan Rachel Wood, Willi Burks II, Laura Kachergus. 

Após ser liberado de um instituto psiquiátrico, Charlie (Michael Douglas) é recebido por sua filha Miranda (Evan Rachel Wood) que espera levar uma vida normal com o pai, que ela acredita estar curado. 

Não demora para perceber que Charlie continua excêntrico. Tudo fica mais estranho quando ele diz ter conseguido o mapa de um tesouro espanhol que fora escondido por colonizadores na região. Charlie convence Miranda a participar de uma maluca busca pela fortuna. 

Esta simpática comédia aborda temas que vão além da relação pai e filha e da excentricidade do primeiro. A busca por um sonho e a liberdade individual são pontos interessantes em meio a absurda trama da caça ao tesouro. 

O personagem de Michael Douglas é o típico sujeito de espírito livre que não se encaixa no mundo em que vivemos. Esta busca pela liberdade, seja de vida ou pela riqueza leva a um final simbólico e bastante incomum. 

É um filme curioso e inofensivo.

Tudo Por Você (My One and Only, EUA, 2009) – Nota 6,5
Direção – Richard Loncraine
Elenco – Renée Zellwegger, Logan Lerman, Mark Rendall, Kevin Bacon, Nick Stahl, Chris Noth, David Koechner, Troy Garity, Eric McCormack, J.C. MacKenzie, Molly C. Quinn, Robin Weigert, Steven Webber.

Nova York, 1953. Após descobrir mais uma traição de seu marido Dan Devereaux (Kevin Bacon), que é um famoso líder de um grupo musical, Anne (Renée Zellwegger) decide abandoná-lo levando os dois filhos adolescentes (Logan Lerman e Mark Rendall). 

Com algum dinheiro e um automóvel, Anne inicia a viagem em busca de um nova vida e principalmente de um novo marido que possa sustentá-la. 

Esta comédia com toques de road movie brinca com a ideia das mulheres casamenteiras que buscam um parceiro por comodidade, não por amor. Renée Zellwegger é perfeita para este papel que se divide entre o interesse, a sensualidade e a ingenuidade em alguns momentos. 

Os vários pretendentes que passam por sua vida são estereótipos. Entre eles temos o milionário falido, o militar possessivo e o mulherengo que gosta jovens. O destaque do elenco fica para a atuação de Logan Lerman como o filho racional que tem as melhores falas do roteiro. 

É uma comédia simpática, estilo sessão da tarde.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Palavras nas Paredes do Banheiro

 


Palavras nas Paredes do Banheiro (Words on Bathroom Walls, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Thor Freudenthal
Elenco – Charlie Plummer, Andy Garcia, Taylor Russell, AnnaSophia Robb, Molly Parker, Walton Goggins, Beth Grant, Devon Bostick, Lobo Sebastian.

Adam (Charlie Plummer) é um adolescente que descobre sofrer de esquizofrenia. Sem medicamentos, Adam tem alucinações com amigos imaginários e vê situações que não existem, causando diversos problemas para ele e as pessoas ao seu redor. 

Baseado em um livro, este longa tem como um dos pontos positivos mostrar este sério problema mental de uma forma sóbria e até engraçada em alguns momentos, lógico que não deixando o drama de lado. 

Outro acerto é a narração do protagonista vivido por Charlie Plummer, que conta sua história direto para a câmera em meio a uma sessão de terapia, explicando as situações difíceis que enfrentou, sua complicada relação com a mãe (Molly Paker) e o padrasto (Walton Goggins) e com sua nova namorada (Taylor Russell). 

Um sacada curiosa e realista é quando ele cita que pessoas com doenças que podem levar a morte são tratadas com paciência e carinho, enquanto aquelas que sofrem com doenças mentais são vistas como problemáticas, com as pessoas se afastando. 

Destaque também para a participação de Andy Garcia como um padre e para os três amigos imaginários do protagonista vividos por AnnaSophia Robb, Devon Bostick e Lobo Sebastian, cada um deles sendo um espécie de parte do subconsciente do jovem. 

É um filme que me surpreendeu de forma positiva.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A Incrível História da Ilha das Rosas

 


A Incrível História da Ilha das Rosas (L'incredibile storia dell'Isola delle Rose, Itália, 2020) – Nota 6,5
Direção – Sydney Sibilia
Elenco – Elio Germano, Leonardo Lidi, Matilda de Angelis, Tom Wlaschiha, Luca Zingaretti, Fabrizio Bentivoglio, François Cluzet, Violetta Zironi.

Itália, 1968, Após se formar em engenharia, Giorgio (Elio Germano) se mostra insatisfeito com a possível carreira e o mundo em geral. 

Em parceria com o amigo Maurizio (Leonardo Lidi), Giorgio decide criar uma nova nação, montando uma plataforma em águas internacionais na costa de Rimini, cidade próximo a Roma. 

Com ajuda de outras três pessoas, a princípio eles criam um clube para festas, até que Giorgio arrisca tentar legalizar seu sonho, transformando o local em um país independente de forma oficial.

Baseado em uma inusitada história real, este longa é ao mesmo tempo uma comédia bobinha em algumas sequências e em outras se vira para o drama quando coloca o Estado no encalço do protagonista. 

A questão da liberdade individual é tratada de forma leve e até certo ponto rasa, em um filme com o objetivo de ser mais divertido do que crítico.

domingo, 26 de setembro de 2021

Cry Macho: O Caminho para Redenção

 


Cry Macho: O Caminho para Redenção (Cry Macho, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Dwight Yoakam, Eduardo Minett, Natalia Trevan, Fernanda Urrejola, Horacio Garcia Rojas, Marco Rodriguez.

Texas, 1980. Um ano após perder o emprego de treinador de cavalos, o ex-vaqueiro de rodeios Mike Milo (Clint Eastwood) recebe uma proposta de seu antigo patrão (Dwight Yoakam). A missão é ir até o México para buscar o filho do homem, que vive com a mãe naquele país. Mike aceita, sem imaginar os problemas que terá de enfrentar. 

Aos noventa e um anos de idade, Clint Eastwood entrega mais um filme em que é diretor e protagonista, o que por si só é um enorme feito. A história do protagonista veterano que vê a chance de uma redenção no final da vida é puro clichê, mas isso não chega a atrapalhar, principalmente pela química que se cria entre ele e o garoto vivido por Eduardo Minett. As locações na fronteira do México com os EUA e a trilha sonora também são pontos positivos. 

Por outro lado, a reviravolta na segunda metade que transforma o longa em um misto de drama e romance deixa a narrativa irregular, assim como não funcionam as sequências em que Clint tenta demonstrar que ainda é durão. 

No geral, não interessa que este não seja um grande filme, temos que esperar e torcer que Clint ainda tenha forças para seguir a carreira. Ele é um ícone vivo do cinema e seus trabalhos sempre serão um prazer para os cinéfilos.

sábado, 25 de setembro de 2021

Clemência, Os Últimos Passos de um Homem & A Última Chance

 


Clemência (Clemency, EUA, 2019) – Nota 6
Direção – Chinonye Chukwu
Elenco – Alfre Woodard, Aldis Hodge, Richard Schiff, Wendell Pierce, Michael O’Neill, Danielle Brooks, Richard Gunn.

Bernardine Williams (Alfre Woodard) é a diretora de um presídio em que vários detentos estão no corredor da morte. Ela demonstra força, mas esconde seu sofrimento que resvala em seu casamento.

Quando é marcada a execução do detento Anthony Woods (Aldis Hodges), um sujeito que alega ser inocente, Bernardine fica ainda mais abalada por não ter como provar a alegação do sujeito ou mudar a situação. 

O roteiro escrito pela diretora Chinonye Chukwu defende a ideia de que a execução é algo cruel demais, mesmo para um criminoso que tenha cometido algo tão cruel quanto. Esta escolha leva a protagonista a sofrer por ser obrigada a cumprir seu dever, mesmo tendo dúvidas se acredita neste tipo de pena. 

Por mais polêmico que seja, o filme é no máximo mediano, muito pela narrativa lenta que cansa o espectador sem se aprofundar no debate, apenas criando uma série de sequências de lamentações, muitas com o atormentado personagem de Aldis Hodge.

Os Últimos Passos de um Homem (Dead Man Walking, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Tim Robbins
Elenco – Susan Sarandon, Sean Penn, Robert Prosky, Raymond J. Barry, Celia Weston, Lois Smith, Scott Wilson, Margo Martindale, R. Lee Ermey.

A freira Helen Prejean (Susan Sarandon) recebe uma carta do detento Matthew Poncelet (Sean Penn), que está no corredor da morte por conta de um crime terrível. A freira decide visitar o assassino e aos poucos cria uma relação de empatia, ao mesmo tempo em que o fato desagrada os familiares da vítima. Quanto mais próximo chega a data da execução, maior é a angústia de Helen e Matthew. 

Dirigido pelo ator Tim Robbins, que na época vivia com a atriz Susan Sarandon na vida real, este longa pode ser visto de duas formas. Analisando como cinema, o filme entrega uma narrativa dolorosa sobre remorso e medo da morte, levando até o angustiante clímax da execução. 

Por outro lado, a história que é baseada em um livro da verdadeira freira Helen Prejean, defende o perdão mesmo para crimes hediondos, o que no mundo atual é uma enorme ingenuidade. 

É um tema polêmico e um bom filme.

A Última Chance (Last Dance, EUA, 1996) – Nota 5,5
Direção – Bruce Beresford
Elenco – Sharon Stone, Rob Morrow, Randy Quaid, Peter Gallagher, Jack Thompson, Jayne Brook, Skeet Ulrich, Don Harvey.

Rick Hayes (Rob Morrow) é um advogado novato que consegue um emprego no comitê de clemência com ajuda de seu irmão (Peter Gallagher). O primeiro trabalho de Ricky é analisar o caso de Cindy (Sharon Stone), que está no corredor da morte por causa de um duplo assassinato. Mesmo parecendo um caso sem solução, aos poucos o jovem advogado passa a acreditar que pode conseguir o perdão para Cindy. 

Produzido quando Sharon Stone estava no auge da carreira, este é o típico filme com o objetivo de fazer uma estrela ser respeitada como atriz dramática. A tentativa falhou, tanto pela interpretação fraca da atriz e de Rob Morrow, como pela história previsível que jamais decola. 

O filme também foi ofuscado pelo similar e superior “Os Último Passos de um Homem” que foi produzido um ano antes. Por sinal, nos anos noventa era algo comum produções com temas semelhantes sendo lançadas em paralelo.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Perigo Iminente

 


Perigo Iminente (Danger Close: The Battle of Long Tan, Austrália, 2019) – Nota 7,5
Direção – Kriv Stenders
Elenco – Travis Fimmel, Luke Bracey, Richard Roxburgh, Daniel Webber, Nicholas Hamilton.

Vietnã, agosto de 1966. Um batalhão de soldados australianos e neozelandeses liderados pelo Major Harry Smith (Travis Fimmel) sofre uma emboscada dos vietcongues. Cercados pelos inimigos, enquanto esperam apoio aéreo os soldados precisam lutar para sobreviver em meio a floresta. 

Baseado na história real que ficou conhecida como “A Batalha de Long Tan”, esta produção australiana tem a mesma qualidade dos bons filmes hollywoodianos do gênero. As sequências de ação são criativas e violentas, mesclando com momentos de tensão e emoção. 

O desenvolvimento dos personagens também é interessante, principalmente o protagonista durão vivido por Travis Fimmel e o jovem soldado interpretado por Daniel Webber. 

Para quem gosta de longas de guerra, este é uma ótima opção.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

O Mauritano

 

 
O Mauritano (The Mauritanian, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Kevin Macdonald
Elenco – Tahar Rahim, Jodie Foster, Shailene Woodley, Benedict Cumberbatch, Zachary Levi, Corey Johnson, Denis Ménochet, Pope Jerrod.

Dois meses após os ataques de 11 de Setembro, a polícia da Mauritânia prende Mohamedou Ould Slahi (Tahar Rahim) e o entrega para o governo americano que o leva para a prisão de Guantánamo. 

Seis anos depois, o caso de Slahi é apresentado para a advogada Nancy Hollander (Jodie Foster), que aceita o desafio de o defender. Após os primeiros contatos com Slahi , além de descobrir que não existe acusação formal, Nancy percebe que o governo deseja manter sob sigilo tudo o que ocorre naquela prisão. 

Baseado em um livro escrito pelo verdadeiro Mohamedou Ould Slahi, este longa tem como ponto principal mostrar os abusos cometidos pelo governo americano contra os detentos da prisão de Guantánamo, mesmo muitos deles sendo terroristas. 

As sequências de tortura das mais formas variadas são terríveis, assim como manter os sujeitos presos sem acusação formal alguma, em uma espécie de limbo jurídico. Por outro lado, a inocência total do protagonista deixa dúvidas, principalmente por sua ligação com a Al-Qaeda, que o filme e o livro citam ter ocorrido apenas nos anos noventa. 

O filme segue a cartilha das obras sobre injustiça e luta contra um adversário mais forte, no caso o governo americano. 

Destaque para a atuação de Tahar Rahim, cada vez mais se firmando como astro internacional e também ótimo ator.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Quanto Vale?

 


Quanto Vale? (What Is Life Worth, EUA / Inglaterra / Canadá, 2020) – Nota 7
Direção – Sara Colangelo
Elenco – Michael Keaton, Stanley Tucci, Amy Ryan, Tate Donovan, Shunori Ramanathan, Talia Balsam, Laura Benanti, Chris Tardio, Ato Blankson Wood, Victor Slezak, Marc Maron.

Após os ataques de 11 de Setembro, o governo americano procurou escritórios de advocacia para negociar as indenizações com os parentes das vítimas. 

O advogado Ken Feinberg (Michael Keaton) aceitou o trabalho sem cobrar valor algum, pensando em ajudar na situação. O que ele não imaginava seriam os vários problemas burocráticos que teria de enfrentar, as situações individuais específicas e o sofrimento do envolvidos. 

Baseado em uma história real, este longa não tem surpresas, ele segue o estilo das obras que detalham os pormenores de questões judiciais. O roteiro também escolhe contar algumas histórias individuais de familiares das vítimas como exemplos das consequências do atentado. Eu gosto deste estilo de filme, mesmo sendo previsível.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Possessor

 


Possessor (Possessor, Canadá / Inglaterra, 2020) – Nota 6
Direção – Brandon Cronenberg
Elenco – Andrea Riseborough, Christopher Abbott, Tuppence Middleton, Jennifer Jason Leigh, Rossi Sutherland.

Tasya Vos (Andrea Riseborough) é uma agente de um experimento clandestino em que uma corporação utiliza uma tecnologia para transportar a “mente” de uma pessoa para outra. O objetivo sempre é utilizar o hospedeiro para assassinar alguma pessoa a mando de um terceiro. 

Quando a “mente” de Tasya se funde a um novo hospedeiro (Christopher Abbott), algo dá erro, criando uma situação imprevisível que colocará ela e sua família em risco. 

Escrito e dirigido por Brandon Cronenberg, este longa segue o mesmo estilo do seu pai, o cultuado diretor David Cronenberg (“A Mosca” e “Gêmeos – Mórbida Semelhança”). Temos uma história inusitada, mortes violentas e um clima sinistro. 

É uma pena que a narrativa seja lenta e até um pouco confusa, resultando em uma obra quase experimental.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

A Million Little Pieces & Gutterbug

 


A Million Little Pieces (A Million Little Pieces, EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Sam Taylor Johnson
Elenco – Aaron Taylor Johnson, Billy Bob Thornton, Odessa Young, Charlie Hunnam, Giovanni Ribisi, Juliette Lewis, Dash Mihok, Charles Parnell, Ryan Hurst, David Dastmalchian, Tom Amandes, Eugene Byrd.

Ao chegar no fundo do poço por causa do vício em drogas e bebidas, James (Aaron Taylor Johnson) é internado pelo irmão (Charlie Hunnam) em uma clínica. Não acreditando que a terapia o ajude, mas ao mesmo tempo sabendo que não tem outra saída, James luta para enfrentar a situação em meio a outros pacientes com vidas tão complicadas quanto a dele. 

Dirigido pela esposa do ator Aaron Taylor Johnson, este longa explora o tema da difícil e muitas vezes impossível jornada de dependentes químicas em busca da reabilitação. O filme não chega a ser totalmente depressivo ou radical nas situações como outras obras sobre tema. Vemos sequências de abstinência e recaídas, porém as locações são clean e a mensagem final é de esperança. 

Destaque para o elenco recheado de rostos conhecidos, como Billy Bob Thornton no papel do sujeito que se torna mentor do protagonista.

Gutterbug (Gutterbug, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Andrew Gibson
Elenco – Andrew Yackel, Justin Pietropaolo, Hannah Mosqueda, Paul Kandarian, Mary Hronicek, Geoff van Wyck, Leigh Lanocha.

Bug (Andrew Yackel) é um jovem morador de rua viciado em drogas que sobrevive revirando lixeiras, reciclando objetos e cometendo pequenos furtos. Sem perspectivas ou objetivos, Bug segue sua vida perdida, até que escolhas ainda mais erradas e também o destino o levam por um caminho onde a mudança será inevitável. 

Este drama sobre o vício não é tão pesado quanto parece, muito pela narrativa que busca humanizar os personagens, inclusive explorando uma sincera narração em off do protagonista. 

A meia-hora final é uma contradição, começando com uma série de loucuras e chegando a um desfecho que beira o melodrama. Mesmo com esta escorregada do roteiro, o longa é uma interessante história sobre como é fácil se perder na vida.

domingo, 19 de setembro de 2021

More Than Miyagi: The Pat Morita Story

 


More Than Miyagi: The Pat Morita Story (More Than Miyagi: The Pat Morita Story, EUA, 2021) – Nota 7,5
Direção – Kevin Derek
Documentário

Noriyuki “Pat” Morita será sempre lembrado pelo icônico papel do Mr. Miyagi na série de filmes “Karatê Kid”, com destaque principal para o primeiro longa que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Ator Coadjuvante. 

Este documentário revela detalhes de sua vida desde a infância quando sofreu com um sério problema na coluna e ainda foi levado com seus pais que eram japoneses para um campo de prisioneiros em Ohio durante a Segunda Guerra Mundial. 

A narrativa segue para a carreira como comediante de stand up, sua participação com sucesso na famosa série “Happy Days”, até o auge da fama com o primeiro “Karatê Kid”. 

Descobrimos também seus problemas pessoais e acompanhamos os últimos anos de carreira em que aceitava pequenos papéis em seriados e filmes de baixo orçamento. 

Vale citar os depoimentos de vários atores que trabalharam com ele como Ralph Macchio, William Zabka, Martin Kove, James Hong e Henry Winkler, entre outros. 

É mais uma história de ator e comediante talentoso que sofreu ao enfrentar seus próprios problemas.

sábado, 18 de setembro de 2021

Ronda Noturna


Ronda Noturna (Police, França / Bélgica / China, 2020) – Nota 6
Direção – Anne Fontaine
Elenco – Virginie Efira, Omar Sy, Grégory Gadebois, Payman Maadi.

Em Paris, os policiais Aristide (Omar Sy), Virginie (Virginie Efira) e Erik (Grégory Gadebois) enfrentam problemas pessoais. Numa certa noite eles são escalados para escoltar um imigrante ilegal (Payman Maadi) até o aeroporto para ser deportado, dando início a situações desconfortáveis entre o trio, que terá de tomar decisões complicadas. 

O ponto principal deste longa é a montagem entrecortada, que mostra algumas sequências por ângulos diferentes de acordo com a visão de cada personagem. Este acerto se perde na segunda parte durante a escolta, com a narrativa explorando uma situação com o objetivo de criar empatia pelo refugiado através de decisões ingênuas dos policiais. 

A premissa termina sendo melhor do que a realização.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Safe

 


Safe (Safe, Inglaterra, 2018) – Nota 7
Direção – Julia Ford, Daniel O’Hara & Daniel Nettheim
Elenco – Michael C. Hall, Amanda Abbington, Marc Warren, Amy James Kelly, Hannah Arterton, Nigel Lindsay, Audrey Fleurot, Freddie Thorp, Joplin Sibtain, Isabelle Allen, Louis Greatorex.

Uma festa de adolescentes em um condomínio de luxo nos arredores no Londres termina com a morte de um jovem e o desaparecimento de uma garota (Amy James Kelly). 

O pai da garota é o cirurgião Tom (Michael C. Hall), que com a ajuda de sua amigo Pete (Marc Warren), que também é médico, inicia uma investigação paralela à polícia descobrindo segredos sobre sua falecida esposa e outros moradores do local. 

Esta minissérie em oito episódios é baseada em um livro de Harlen Coben que detalha uma complexa trama de segredos e mentiras. São várias subtramas envolvendo coadjuvantes que algumas vezes parecem não ter muito sentido em relação ao geral, como a história entre o personagem de Pete e da policial Emma (Hannah Arterton). 

A série prende a atenção através da narrativa ágil e das dúvidas, porém um olhar mais apurado verá algumas brechas no roteiro também. No geral a minissérie cumpre o que promete, mesmo sendo esquecível.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

E Não Sobrou Nenhum & Rillington Place

 


E Não Sobrou Nenhum (And Then There Were None, Inglaterra, 2015) – Nota 7
Direção – Craig Viveiros
Elenco – Charles Dance, Maeve Dermody, Toby Stephens, Burn Gorman, Aidan Turner, Sam Neill, Miranda Richardson, Noah Taylor, Douglas Booth, Charlie Russell.

Oito desconhecidos são convidados para passar alguns dias em uma enorme casa em uma ilha. Um casal que cuida do local recepciona os convidados, pedindo para aguardar a chegada dos donos. O encontro se transforma em desespero quando ocorre uma morte e todos passam a ser suspeitos. 

Baseado em um livro de Agatha Christie, esta minissérie em três episódios consegue mesclar drama, suspense e violência de uma forma competente. Como é comum nas obras da autora, a dúvida em relação ao assassino é o ponto principal, enquanto o desenvolvimento da trama com as mortes é bastante previsível. Outro ponto interessante são os flashbacks que mostram os pecados de cada um dos personagens, dando pequenos pistas de quem seria o assassino.

Rillington Place (Rillington Place, Inlgaterra, 2016) – Nota 7
Direção – Craig Viveiros
Elenco – Tim Roth, Samantha Morton, Nico Mirallegro, Jodie Comer, Gilly Gilchrist.

Londres. Entre os anos quarenta e cinquenta, Reg Christie (Tim Roth) assassinou jovens mulheres em sua casa em Nothing Hill com a cumplicidade calada de sua esposa Ethel (Samantha Morton). Entre as vítimas está o casal Beryl (Jodie Comer) e Timothy (Nico Mirallegro), que ao tentar iniciar uma vida cheia de sonhos, se tornam alvos do psicopata. 

Este minissérie em três episódios é baseada numa sinistra história real que já foi levada às telas em 1971. Os pontos altos são a reconstituição de época que recria uma Londres suja e decadente, assim como apartamento em que vive os protagonista e a a atuação de Tim Roth. Seu personagem demostra uma calma assustadora e um jeito manso de falar que escondem um maluco capaz de atrocidades, um lado que por muitos anos somente sua esposa conhecia. 

É uma minissérie indicada para quem tem curiosidade em conhecer detalhes de crimes famosos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

A Garota da Cafeteria

 


A Garota da Cafeteria (The Girl in the Café, Inglaterra / EUA, 2005) – Nota 7
Direção – David Yates
Elenco – Bill Nighy, Kelly Macdonald, Ken Stott, Anton Lesser, Meneka Das, Paul Ritter.

Lawrence (Bill Nighy) é um sujeito solitário, tímido e inseguro que trabalha como assessor do ministro das relações exteriores da Inglaterra. O destino o faz conhecer a também solitária Gina (Kelly Macdonald) em uma cafeteria. Mesmo com muita dificuldade em expressar seus sentimentos, Lawrence convida Gina para viajar até a Islândia, onde ele participará da reunião do G8. 

Este sensível drama sobre solidão e relacionamentos vai bem até a parte final, com o espectador sem saber do passado da garota e com o personagem de Bill Nighy demonstrando uma insegurança assustadora. Os diálogos incômodos entre os dois criam uma química interessante e ao mesmo tempo triste. 

A surpresa na parte final é extremamente ingênua, buscando um tipo de esperança no mínimo improvável, o que faz o longa perder alguns pontos.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

The Virtuoso

 


The Virtuoso (The Virtuoso, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Nick Stagliano
Elenco – Anson Mount, Abbie Cornish, Anthony Hopkins, David Morse, Eddie Marsan, Richard Brake, Diora Baird, Chris Perfetti.

Um assassino profissional (Anson Mount) recebe a missão de eliminar um alvo. Seu chefe (Anthony Hopkins) passa apenas um código denominado “White Rivers” e uma localidade. O sujeito precisa utilizar sua experiência para descobrir quem é seu alvo em meio a alguns suspeitos em um decadente café de beira de estrada. 

Este longa pode ser resumido com a frase “um bom filme ruim”. O protagonista Anson Mount é um canastrão que funciona bem no papel do assassino que fala pouco e narra seus pensamentos para o espectador. A dúvida sobre quem é o alvo, a sinistra trilha sonora e os coadjuvantes estranhos ajudam a manter a atenção até o final. 

O grande Anthony Hopkins parece se divertir no papel do enigmático “empresário” do assassino, com a curiosidade de aparecer somente em dois cenários, mesmo sendo várias cenas. Ele divide seu trabalho entre as sequências no escritório de sua casa e no cemitério, sempre com diálogos cínicos. 

É um filme melhor do que o esperado.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Little Boy - Além do Impossível

 


Little Boy – Além do Impossível (Little Boy, México / EUA, 2015) – Nota 7,5
Direção – Alejandro Monteverde
Elenco – Jakob Salvati, Emily Watson, David Henrie, Michael Rapaport, Cary Hiroyuki Tagawa, Tom Wilkinson, Ben Chaplin, Ted Levine, Kevin James, Ali Landry, Abraham Benrubi.

Anos quarenta. Em uma pequena cidade da Califórnia, o garoto de oito anos chamado Pepper (Jakob Salvati) é apelidado de Little Boy por ser pequeno para sua idade. 

Ele não se conforma com a ida do pai (Michael Rapaport) para lutar na Segunda Guerra Mundial, ficando apenas com a mãe (Emily Watson) e o irmão mais velho (David Henrie). 

O desejo de que seu pai volte o leva a buscar respostas na religião e também na crença de que seu pensamento tem poderes que podem mudar as coisas. 

O roteiro escrito pelo diretor mexicano Alejandro Monteverde explora uma história de esperança inserindo pitadas de fantasia que deixam o longa com cara de fábula em alguns momentos. 

A história toca também em temas fortes como preconceito e ódio por causa da guerra, tudo levando o garoto a amadurecer. 

A reviravolta no final também vale ser destacada, assim a atuação espontânea do garotinho Jakob Salvati.

domingo, 12 de setembro de 2021

Loucos de Paixão & Febre da Selva

 


Loucos de Paixão (White Palace, EUA, 1991) – Nota 6,5
Direção – Louis Mandoki
Elenco – Susan Sarandon, James Spader, Jason Alexander, Kathy Bates, Eileen Brennan, Rachel Levin, Corey Parker.

Max (James Spader) é um advogado que perdeu a esposa recentemente. O destino o faz cruzar o caminho da garçonete Nora (Susan Sarandon), que também passou por uma tragédia e que tem vinte anos a mais do que a idade de Max. Uma forte atração faz com que eles comecem um tórrido relacionamento, até que as diferenças vem à tona. 

Além das cenas picantes, os pontos altos deste longa são a química entre James Spader e Susan Sarandon e a questão da complexidade das relações entre pessoas de idade, classe social e nível intelectual diferentes.

Febre da Selva (Jungle Fever, EUA, 1991) – Nota 6
Direção – Spike Lee
Elenco – Wesley Snipes, Annabella Sciorra, Spike Lee, John Turturro, Lonette McKee, Samuel L. Jackson, Ossie Davis, Ruby Dee, Anthony Quinn, Halle Berry, Tim Robbins, Brad Dourif, Nicholas Turturro, Frank Vincent, Michael Imperioli.

Flipper (Wesley Snipes) é um arquiteto casado que se envolve com sua secretária de origem italiana (Annabella Sciorra). O fato desencadeia conflitos entre as famílias dos dois, tanto por ser um caso extraconjugal, como pela questão racial. 

Como é habitual em sua filmografia, Spike Lee explora um roteiro que cria um caldeirão de discussões raciais. O destaque fica para a atuação de Samuel L. Jackson como o irmão drogado do protagonista. 


sábado, 11 de setembro de 2021

O Espião Inglês

 


O Espião Inglês (The Courier, Inglaterra / EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Dominic Cooke
Elenco – Benedict Cumberbatch, Merab Ninidze, Rachel Brosnahan, Jessie Buckley, Angus Wright, Zeljko Ivanejk, Anton Lesser, Keir Hills.

Início dos anos sessenta. Oleg Pendovsky (Merab Ninidze) é um coronel soviético que arrisca a vida para enviar informações secretas para os EUA. Pendovsky acredita que o governo soviético planeja iniciar uma guerra nuclear. 

Para conseguir contato direto com o sujeito, a CIA e o MI6 inglês decidem utilizar como espião o empresário de vendas Greville Wynne (Benedict Cumberbatch), que mesmo com medo aceita a missão.

Baseado em uma história real, este competente longa de suspense detalha as formas como espiões trocavam mensagens naquela época e também como este “serviço” transformava o homem em descartável. 

O ponto alto da trama é a descoberta de que os soviéticos estavam utilizando Cuba como base para misseis apontados para os EUA, o que resultou no que hoje é conhecido como “A Crise dos Misseis de Cuba”, que por pouco não levou o mundo a uma catástrofe nuclear. 

É um filme em que a história se mostra mais importante do que as interpretações e também do que a ótima reconstituição de época.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

O Rebelde no Campo de Centeio

 


O Rebelde no Campo de Centeio: A Vida de J.D. Salinger (Rebel in the Rye, EUA, 2017) – Nota 7
Direção – Danny Strong
Elenco – Nicholas Hoult, Kevin Spacey, Victor Garber, Hope Davis, Sarah Paulson, Zooey Deutch, Lucy Boynton, Brian D’Arcy James, Eric Bogosian, Jefferson Mays, Bernard White, James Urbaniak.

Nova York, 1939. Jerome David Salinger (Nicholas Hoult) é um jovem de classe alta que deseja se tornar escritor. Ao frequentar o curso do editor Whit Burnett (Kevin Spacey), Salinger é obrigado a enfrentar rejeições, fato comum com escritores iniciantes. 

Após ser convocado e lutar na Segunda Guerra Mundial, sua visão do mundo se modifica, rendendo o clássico livro “O Apanhador no Campo de Centeio” e também a vontade de se afastar da sociedade. 

O roteiro escrito pelo diretor Danny Strong é baseado em livro que detalha a vida de Salinger até o início dos anos cinquenta, quando ele e sua esposa foram viver reclusos até sua morte em 2010. 

A proposta do longa é detalhar os motivos que levaram Salinger ao isolamento após se tornar famoso. É interessante que a paixão por escrever se manteve, o que Salinger perdeu foi o desejo de dividir seus livros e sua vida com o público. 

É um biografia sóbria a agradável, que cumpre o que promete.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Passageiro Acidental

 


Passageiro Acidental (Stowaway, Alemanha / EUA, 2021) – Nota 5,5
Direção – Joe Penna
Elenco – Anna Kendrick, Daniel Dae Kim, Shamier Anderson, Toni Collette.

Uma missão especial enviada para Marte com três astronautas (Anna Kendrick, Daniel Dae Kim e Toni Collette) sofre um abalo pouco tempo depois da partida quando eles encontram um sujeito ferido (Shamier Anderson) preso em um compartimento. 

A princípio mesmo com uma pequena avaria, a situação parece ser controlável, até que um novo fato colocará em risco a vida do então quarteto. 

Este segundo longa dirigido pelo brasileiro Joe Penna tem as mesmas virtudes e defeitos de seu trabalho anterior chamado “Arctic”. Os pontos positivos são a ótima produção e a bela fotografia, que no anterior era ainda melhor por ser em local aberto. 

Estes acertos se perdem em meio a um narrativa lenta e extremamente cansativa. São diálogos, situações e sequências que em tese teriam de ser tensas, mas que não passam emoção alguma. A trama também é bastante simples e recheada de clichês que não funcionam pela apatia da narrativa. 

É um filme que poderia ser muito melhor.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Mais Perto da Lua

 


Mais Perto da Lua (Closer to the Moon, Romênia / EUA / Itália / Polônia / França, 2014) – Nota 6,5
Direção – Nae Caranfil
Elenco – Vera Farmiga, Mark Strong, Harry Lloyd, Anton Lesser, Joe Armstrong, Christian McKay, Tim Plester, Allan Corduner.

Bucareste, Romênia, 1959. Ao ver uma filmagem na rua, o jovem garçom Virgil (Harry Lloyd) decide procurar emprego em um estúdio e se torna assistente de um diretor beberrão (Allan Corduner). 

Um ano depois, eles recebem a missão de fazer um longa educativo para o governo romeno. Virgil se surpreende ao descobrir que os atores (quatro homens e uma mulher) são presos políticos obrigados a trabalhar no filme para cumprir parte da pena, antes de serem executados. 

Em flashbacks o espectador descobre o motivo que levou um oficial romeno (Mark Strong), sua amante (Vera Farmiga) e mais três amigos para a prisão. 

Por mais maluca que pareça a trama, ele é baseada em uma história real comprovada nos créditos finais com cenas do filme original. O roteiro detalha em vários momentos os absurdos do comunismo na Romênia. Julgamento de cartas marcadas, disputa entre oficiais, vizinhos delatores e propaganda mostrando um paraíso que não existe. 

A narrativa é um pouco irregular e as pitadas de comédia deixam o longa mais leve do que a gravidade da história real demonstraria. O resulto é curioso e mediano.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Glorious 39 & Summerland

 


Glorious 39 (Glorious 39, Inglaterra, 2009) – Nota 6
Direção – Stephen Poliakoff
Elenco – Romola Garai, Bill Nighy, Eddie Redmayne, Juno Temple, Charlie Cox. David Tennant, Christopher Lee, Corin Redgrave, Jeremy Northam, Jenny Agutter, Julie Christie, Hugh Bonneville, Toby Regbo.

Um jovem (Toby Regbo) visita dois parentes bem mais velhos (Christopher Lee e Corin Redgrave) que são os últimos ainda vivos que conheceram a bela Anne (Romola Garay), que seria sua tia. Ele busca informações sobre Anne.

A trama volta para 1939 nos arredores de Londres, onde Anne era filha adotiva do político Alexander (Bill Nighy) e tinha uma boa vida ao lado dos irmãos Ralph (Eddie Redmayne) e Celia (Juno Temple), além de namorar Lawrence (Charlie Cox). 

Tudo muda quando um amigo da família que também era político comete suicídio e algumas pistas levam a Anne a acreditar que na verdade ele foi assassinado. 

Escrito e dirigido por Stephen Poliakoff, este drama começa de forma promissora deixando claro que a morte do político estava ligada aos bastidores de uma disputa entre favoráveis a um acordo com Hitler e o grupo que tinha certeza que a guerra seria inevitável. 

Os grandes problemas deste longa são o ritmo lento que deixa a narrativa bastante cansativa, além do roteiro que cria uma trama complexa, porém que no fundo esconde uma motivação até trivial para a perseguição que a protagonista enfrenta. 

Vale destacar a ótima reconstituição de época e o elenco repleto de grandes nomes do cinema inglês.

Summerland (Summerland, Inglaterra, 2020) – Nota 6
Direção – Jessica Sawle
Elenco – Gemma Arterton, Gugu Mbatha Raw, Penelope Wilton, Tom Courtenay, Lucas Bond, Dixie Egerickx.

Kent, interior da Inglaterra, década de quarenta. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitas famílias com pais lutando ou trabalhando para ajudar as forças armadas enviavam seus filhos para interior do país como forma de proteção por causa ataques aéreos contra Londres. 

Neste contexto, o garoto Frank (Lucas Bond) é enviado para Kent, ficando na guarda da estudiosa Alice (Gemma Arterton), que a princípio não queria cuidar de criança alguma. Aos poucos a ranzinza Alice se apega ao garoto e relembra um amor que ficou no passado. 

Por mais que seja uma história sensível, daquelas feitas com momentos específicos para emocionar, falta algo a mais neste drama. Tudo é muito certinho, até mesmo a reviravolta final feita para agradar um determinado público. No meu conceito é uma obra bonita na fotografia, mas apenas razoável no resultado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Uma Semana

 


Uma Semana (One Week, Canadá, 2008) – Nota 7,5
Direção – Michael McGowan
Elenco – Joshua Jackson, Liane Balaban, Chuck Samata, Fiona Reed, Caroline Cave, Campbell Scott.

Prestes a se casar, Ben (Joshua Jackson) descobre que está com um câncer extremamente agressivo e provavelmente com pouco tempo de vida. O susto faz Ben tomar uma atitude incomum, decidindo fazer uma viagem de moto durante alguns dias, mesmo a contragosto de sua noiva (Liane Balaban). Enquanto viaja pelo interior do Canadá, ele repensa sua vida. 

Este sensível drama é um pouco diferente dos longas que exploram doenças. O roteiro não foca no dramalhão à beira da morte, a proposta é mostrar como tomamos decisões durante a vida por motivos variados, muitas vezes não sendo exatamente o que queremos. 

O protagonista passa por isso ao perceber que sua vida é bem diferente do que ele sonhava, que o medo ou insegurança de tomar decisões arriscadas ou incomuns o levaram ao caminho da infelicidade. 

Destaque para a narração em off do ator Canmpbel Scott, que se revela uma surpresa na sequência final. 

É um longa simples, que explora as paisagens canadenses em estradas, pontos turísticos e pequenas cidades para mostrar como a liberdade é fundamental na vida.

domingo, 5 de setembro de 2021

Fugitive Pieces

 


Fugitive Pieces (Fugitive Pieces, Grécia / Canadá, 2007) – Nota 7,5
Direção – Jeremy Podeswa
Elenco – Stephen Dillane, Rade Sherbedgia, Rosamund Pike, Ayelet Zurer, Devon Bostick, Robbie Kay, Nina Dobrev, Diego Matamoros, Sarah Orenstein, Ed Stoppard, Rachelle Lefevre.

Polônia, Segunda Guerra Mundial. O garotinho Jakob (Robbie Kay) consegue fugir após presenciar sua família ser assassinada pelos nazistas. Ele é resgatado pelo arqueólogo grego Athos Roussos (Rade Sherbedgia), com quem consegue atravessar a fronteira. 

Quando adulto, Jakob (Stephen Dillane) se tornou escritor, mas ainda sofre pelo que aconteceu na infância e também por não ter certeza se sua irmã sobreviveu. 

Baseado em um livro, esta sensível história mesmo sendo fictícia explora o sofrimento e os traumas que os sobreviventes da Segunda Guerra carregaram por toda a vida. 

O desenvolvimento do protagonista que utiliza a escrita para enfrentar seus fantasmas é bastante realista, valorizada pela interpretação do ótimo ator inglês Stephen Dillane. 

Destaque também para a reconstituição de época e a atuação de Rade Sheberdgia, ator acostumado a papéis de vilão, que aqui vive um intelectual bondoso.

sábado, 4 de setembro de 2021

Sparring

 


Sparring (Sparring, França. 2017) – Nota 6,5
Direção – Samuel Jouy
Elenco – Mathieu Kassovitz, Olivia Merilahti, Souleymane M’Baye, Billie Blain, Tomy Leconte.

Steve Landry (Mathieu Kassovitz) é um veterano boxeador que passa por problemas financeiros. Mesmo a contragosto de sua esposa (Olivia Merilahti), Steve aceita o emprego de sparring de um boxeador famoso que está se preparando para disputar o título europeu. 

Para quem não sabe, sparring é um boxeador contratado para treinar com um profissional, muitas vezes sofrendo mais golpes do que em uma luta oficial. 

Este longa é um drama sobre os personagens do lado B do esporte. A fama chega para poucos no esporte profissional. A maioria dos atletas sofre com a falta de dinheiro e precisa enfrentar ainda o lado psicológico da derrota quase constante. 

O protagonista sabe que sua carreira foi um fracasso, ser sparring se torna um forma de ganhar um pouco de dinheiro antes abandonar de vez o esporte. 

Destaque para a melancólica atuação de Mathieu Kassovitz e para lutas, com algumas chegando a ser patéticas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Collateral & The Accident

 


Collateral (Collateral, Inglaterra, 2018) – Nota 5,5
Direção – S.J. Clarkson
Elenco – Carey Mulligan, John Simm, Nicola Walker, Jeany Spark, Nathaniel Martello White, Hayley Squires, Kae Alexander, Ahd, Billie Piper, Richard McCabe, Ben Miles.

Um entregador de pizzas é assassinado a sangue frio na frente de um apartamento durante o trabalho. O crime dá início a uma complexa investigação liderada pela novata Kip Glaspie (Carey Mulligan), que está grávida. 

Este minissérie em quatro episódios começa de forma intrigante, despertando a curiosidade do espectador em descobrir quem seria o assassino e qual sua motivação. Tudo começa a se perder ainda no primeiro episódio quando a identidade do assassino é revelada e outras subtramas emergem na história. Nos três episódios seguintes estas subtramas pouco se desenvolvem, criando situações sem interesse ou emoção. A própria trama principal não convence. 

Gosto muito das séries inglesas, porém esta apesar da boa produção habitual, deixa bastante a desejar no geral.

The Accident (The Accidente, Inglaterra, 2019) – Nota 5,5
Direção – Sandra Goldbacher
Elenco – Sarah Lancashire, Sidse Babbet Knudsen, Joanna Scanlan, Genevier Barr, Jade Croot, Mark Lewis Jones, Nabhaan Rizwan, Adrian Scarborough.

Em uma pequena cidade no País de Gales, um grupo de adolescentes invade a construção de uma fábrica resultando em tragédia. Enquanto os familiares lutam por justiça, a empresa responsável pela obra se defende, fatos que levam a uma disputa judicial. 

Esta minissérie em quatro episódios tem uma premissa bastante interessante que cria um questionamento polêmico na busca pelos culpados. Tanto os adolescentes invasores como a empresa tem sua parcela de culpa, porém o roteiro claramente toma um lado comum nos dias atuais, a de minimizar atitudes irresponsáveis de jovens. 

Além disso, a série deixa a desejar na longa passagem do tempo, que resulta em uma narrativa irregular. Infelizmente é uma série que desperdiça ótima premissa.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Doomed: The Untold Story of Roger Corman's the Fantastic Four

 


Doomed: The Untold Story of Roger Corman's the Fantastic Four (Doomed: The Untold Story of Roger Corman's the Fantastic Four, EUA, 2015) – Nota 7
Direção – Marty Langford
Documentário

No final de 1992, o veterano diretor e produtor Roger Corman foi procurado por um produtor alemão que tinha os direitos de adaptação para o cinema dos quadrinhos de o “Quarteto Fantástico”. 

O problema principal é que o sujeito precisaria começar rapidamente as filmagens para escapar de uma multa contratual com a Marvel, que havia cedido os direitos. O acordo foi feito e o filme rodado, porém o resultado jamais chegou aos cinemas. 

Este documentário detalha os bastidores que levaram esta produção ao limbo, tendo sido resgatada por um anônimo que fez um cópia sem ser exatamente da versão final e colocou no mercado paralelo em formato VHS. 

O filme é tosco, com efeitos especiais horríveis e cenários mambembes, ao estilo das produções de Roger Corman, mas acabou se tornando cult por causa da situação. 

Vale citar que na época os filmes de heróis e quadrinhos estavam longe do sucesso dos dias atuais, a grande obra do gênero era “Batman” de Tim Burton que foi produzido em 1989. 

Hoje esta versão perdida de “Quarteto Fantástico” vale como curiosidade para os fãs do gênero, assim como este documentário.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

O Que Ficou Perdido

 


O Que Ficou Perdido (Peel, EUA, 2019) – Nota 7
Direção – Rafael Monserrate
Elenco – Emile Hirsch, Jack Kesy, Shiloh Fernandez, Jacob Vargas, Garrett Clayton, Amy Brenneman, Yaya DaCosta, Angelina Joo, Victor Verhaeghe.

Vinte e cinco anos atrás, um casal se separa. O marido leva os dois filhos adolescentes e deixa o pequeno Peel com a esposa (Amy Brenneman). Agora adulto, Peel (Emile Hirsch) ainda vive sobre os braços da mãe protetora, que ao falecer o obriga a amadurecer. A morte da mãe também faz crescer em Peel a vontade de reencontra o pai e os irmãos. 

Com um protagonista extremamente ingênuo, que em alguns momentos age como uma criança, este longa no primeiro terço passa a impressão de ser uma comédia boba. Conforme Peel faz amigos e sai em busca dos familiares, a história se transforma em um inusitado drama. 

É um filme diferente, com um protagonista incomum e que deixa uma mensagem de esperança no final.