quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Lágrimas do Sol
Ficha Técnica:
Lágrimas do Sol (Tears of the Sun, EUA, 2003)
Direção: Antoine Fuqua
Elenco: Bruce Willis, Cole Hauser, Monica Bellucci, Eamonn Walker, Johnny Messner, Nick Chinlund, Tom Skerritt, Charles Ingram, Chad Smith, Akousa Busia.
O continente africano sofre com guerras desde que os europeus chegaram por lá no século XV e resolveram montar suas colônias e levar os nativos como escravos, primeiro para Europa e depois para América, sem levar em conta os fenícios, gregos e romanos que colonizaram onde hoje são os países de língua árabe, países separados da Europa apenas pelo Mar Mediterrâneo. Esta que sofre há tanto tempo é a chamada "África Negra", são os países que estão da Linha do Equador para baixo no mapa.
De uns tempo para cá Hollywood começou a investir em alguns filmes em que a história se passa nesses países em guerra cívil, como os ótimos "Diamante de Sangue" e "Falcão Negro em Perigo", sendo que o primeiro se passa em Serra Leoa e fala do contrabando de diamantes e o segundo na Somália e mostra uma desastrada ação do exército americano durante a guerra civil naquele país.
Já este "Lágrimas do Sol" mostra um grupo de operações especiais do exército americano liderado por Bruce Willis que recebe a missão de resgatar um médica naturalizada americana que atende pessoas em uma vila no interior da Nigéria, país que passa por um golpe de estado no momento. As ordens são dadas pelo Capitão Bill Rhodes (Tom Skerritt) para que apenas a médica seja resgatada, porém chegando ao vilarejo a médica não aceita abandonar as pessoas que ela trata e com o impasse o personagem de Bruce Willis resolve levar todas as pessoas do local na fuga até a divisa com Camarões.
Durante a viagem haverá muita ação, mas também se desenrola uma história interessante onde apesar da violência, temos um confronto de idéias entre o soldado bruto e leal ao exército, mas que irá se render ao humanismo e a médica obstinada em salvar pessoas.
Quanto ao elenco, Bruce Willis não é um grande ator, mas parece feito para filmes de ação, nesse caso específico sua cara fechada durante todo o tempo é suficiente para compor o personagem e a sempre bela Monica Bellucci faz um papel digno como a médica.
O diretor Antoine Fuqua é especialista em bons filmes de ação, são dele "Assassinos Substitutos", "A Isca" com Jamie Foxx antes de ganhar o Oscar, "Dia de Treinamento" com Oscar de melhor ator para Denzel Washington e "Rei Arthur", todos filmes que eu recomendo.
Não é um filme que se tornará um clássico, mas com certeza é uma boa sessão para quem gosta de filmes de ação e guerra com uma boa história.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Fargo
Ficha Técnica:
Fargo (Fargo, EUA, 1996)
Direção: Joel & Ethan Cohen
Elenco: Frances McDormand, William H. Macy, Steve Buscemi, Peter Stormare, John Carroll Lynch.
Em homenagem aos prêmios de Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado no Oscar deste ano pelo filme "Onde os Fracos Não Tem Vez" e também por não ter assistido ainda a este filme, vou fazer uma análise do meu preferido dos Irmãos Cohen, "Fargo".
O filme se passa na gélida cidade Fargo na estado americano de Dakota do Norte e tem como ponto de partida um plano armado pelo personagem do ótimo William H. Macy, que tendo muitas dívidas, resolve contratar dois bandidos (Steve Buscemi e Peter Stormare) para sequestrar sua mulher e pedir o resgaste para o sogro rico, que inclusive é o dono da concessionário onde ele trabalha. Porém alguns imprevistos e a falta de inteligência de um dos bandidos, o personagem de Peter Stormare, levam há alguns assassinatos que colocam na investigação a policial Marge Gunderson (Frances McDormand ganhou o Oscar de melhor atriz por esse papel), grávida de oito meses e extremamente perspicaz.
Com certeza um dos personagens da história é a cidade de Fargo, como o filme foi rodado durante o inverno, a cidade está coberta de neve e gelo, o que acaba interferindo na trama, que se desenrola lentamente, como a vida nesta cidade, onde o plano armado por Macy fica a cada momento mais confuso e difícil de se resolver, principalmente com a policial obstinada desvendando ponto a ponto do que está acontecendo.
A marca registrada dos Irmãos Cohen está lá, personagens estranhos, um tanto excêntricos e até malucos, além da violência que eles conseguem inserir na trama como se fosse um elemento normal. Este tipo de abordagem, com a violência inserida na trama foi utilizada na estréia deles no cinema em "Gosto de Sangue" (Blood Simple, 1984), um filme com uma história até parecida com Fargo, sobre um homem que contrata um detetive para seguir a mulher (vivida também por McDormand) que ele acha estar tendo um caso e que acabará em tragédia.
Não deixem de prestar atenção nas interpretações de Buscemi e Stormare como a dupla de marginais confusos e violentos, que chegam a nos fazer rir nos diálogos absurdos e até nas cenas de violência, onde por sinal não falta sangue.
Os Irmãos Cohen ganharam o Oscar de Roteiro Original por Fargo.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Boa Noite e Boa Sorte
Ficha Técnica:
Boa Noite e Boa Sorte (Good Night, And Good Luck, EUA, 2005)
Direção - George Clooney
Elenco - David Strathairn, George Clooney, Jeff Daniels, Frank Langella, Robert Downey Jr, Patricia Clarkson, Ray Wise, Tate Donovan, Reed Diamond, Matt Ross, Robert John Burke, Robert Knepper, Grant Heslov.
Elenco - David Strathairn, George Clooney, Jeff Daniels, Frank Langella, Robert Downey Jr, Patricia Clarkson, Ray Wise, Tate Donovan, Reed Diamond, Matt Ross, Robert John Burke, Robert Knepper, Grant Heslov.
Neste filme sobre a época do Macarthismo, George Clooney confima que além de um bom ator é também um ótimo diretor. Ele estreou na direção com "Confissões de uma Mente Perigosa" baseado na biografia do apresentador de TV Chuck Barris, que afirmava ser um agente da CIA. Está história estranha rendeu um ótimo filme, com um belíssima atuação de Sam Rockwell no papel do apresentador.
Nesta segunda empreitada de Clooney como diretor, ele novamente acertou o alvo, desta vez contando a história de outro apresentador de TV, Edward R. Murrow que na década de 50 enfrentou o Senador Joseph McCarthy que liderava a caça aos comunistas nos EUA, com a política que ficou conhecida como Macarthismo.
Muitas vidas foram destruídas por McCarthy e seu braço direito o advogado Roy Cohn (Existe outro filme sobre assunto chamado "Cidadão Cohn" com James Woods no papel título) e poucas tinham coragem de os enfrentar, aqueles que o faziam eram acusados de comunista e traidor, mas Murrow com o apoio do produtor Fred Friendly (George Clooney) e de sua equipe de jornalistas comprou a briga e teve de enfrentar as conseqüências, inclusive dentro de seu canal de TV, na figura do dono vivído por Frank Langella.
O filme foi rodado em preto e branco e as aparições do Senador são feitas através de imagens originais da época, dando um tom de documentário e deixando o filme ainda mais realista.
Um ponto importante mostrado no filme é sobre a liberdade de imprensa e já naquela época a relação de jornalistas, jornais e canais de TV com anunciantes e políticos estavam amarradas, fazendo com que veículos e mesmo jornalistas tivessem de fechar os olhos para a verdade em prol de manter o emprego e não causar prejuízo para quem trabalha, que poderia ser boicotado por veicular alguma notícia ou enfrentar algum poderoso, ou seja, desde aquele época nada mudou neste sentido, hoje fica ainda mais claro ver estas relações e analisar como as notícias são manipuladas, fazendo com que o filme mesmo se passando na década de 50, mostra um assunto tão atual.
A atuação de David Strathairn como Murrow é contida e passa toda a firmeza de caráter e objetividade de um homem que não se curvou diante dos poderosos. Já Clooney que ganhou no mesmo ano Oscar de coadjuvante por "Syriana – A Indústria do Petróleo" e concorreu por "Boa Noite e Boa Sorte" para melhor diretor e melhor roteiro original em parceria com o ator Grant Heslov me pareceu comum, uma atuação sem brilho, com certeza o seu trabalho como diretor foi muito melhor, com o clima criado e o modo como a história foi contada.
Nesta segunda empreitada de Clooney como diretor, ele novamente acertou o alvo, desta vez contando a história de outro apresentador de TV, Edward R. Murrow que na década de 50 enfrentou o Senador Joseph McCarthy que liderava a caça aos comunistas nos EUA, com a política que ficou conhecida como Macarthismo.
Muitas vidas foram destruídas por McCarthy e seu braço direito o advogado Roy Cohn (Existe outro filme sobre assunto chamado "Cidadão Cohn" com James Woods no papel título) e poucas tinham coragem de os enfrentar, aqueles que o faziam eram acusados de comunista e traidor, mas Murrow com o apoio do produtor Fred Friendly (George Clooney) e de sua equipe de jornalistas comprou a briga e teve de enfrentar as conseqüências, inclusive dentro de seu canal de TV, na figura do dono vivído por Frank Langella.
O filme foi rodado em preto e branco e as aparições do Senador são feitas através de imagens originais da época, dando um tom de documentário e deixando o filme ainda mais realista.
Um ponto importante mostrado no filme é sobre a liberdade de imprensa e já naquela época a relação de jornalistas, jornais e canais de TV com anunciantes e políticos estavam amarradas, fazendo com que veículos e mesmo jornalistas tivessem de fechar os olhos para a verdade em prol de manter o emprego e não causar prejuízo para quem trabalha, que poderia ser boicotado por veicular alguma notícia ou enfrentar algum poderoso, ou seja, desde aquele época nada mudou neste sentido, hoje fica ainda mais claro ver estas relações e analisar como as notícias são manipuladas, fazendo com que o filme mesmo se passando na década de 50, mostra um assunto tão atual.
A atuação de David Strathairn como Murrow é contida e passa toda a firmeza de caráter e objetividade de um homem que não se curvou diante dos poderosos. Já Clooney que ganhou no mesmo ano Oscar de coadjuvante por "Syriana – A Indústria do Petróleo" e concorreu por "Boa Noite e Boa Sorte" para melhor diretor e melhor roteiro original em parceria com o ator Grant Heslov me pareceu comum, uma atuação sem brilho, com certeza o seu trabalho como diretor foi muito melhor, com o clima criado e o modo como a história foi contada.
Por sinal Clooney é um astro diferenciado, ele consegue dividir sua carreira em grandes filmes de Hollywood como a série "Onze Homens e um Segredo", com filmes independentes como este e engajados como "Syriana – A Indústria do Petróleo" e "Conduta de Risco", este ainda nos cinemas, além do trabalho de produtor ao lado do diretor Steven Sodebergh na empresa Section Eight.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Diamante de Sangue
Ficha Técnica:
Diamante de Sangue (Blood Diamond, EUA, 2006)
Direção - Edward Zwick
Elenco - Leonardo DiCaprio, Jennifer Connelly, Djimon Hounsou, Kagiso Kuypers, Arnold Vosloo, Michael Sheen, Jimi Mistry, Basil Wallace
Quando o cinema consegue unir com qualidade em um filme, denúncia e entretenimento, temos como resultado algo parecido com este "Diamante de Sangue".
A denúncia mostrada no filme é o tráfico de diamantes extraídos no continente africano e contrabandeados por mercenários para os países do primeiro mundo, com um custo alto, não apenas no valor em que os diamantes serão vendidos para a elite, mas principalmente nas vidas perdidas e nas famílias destruídas para viabilizar este comércio.
O filme se passa nos anos 90 quando Serra Leoa estava em plena guerra civil, de um lado um governo corrupto e do outro bandos de mercenários que atacam vilas, matando as pessoas e levando como escravos os mais fortes para trabalharem nos campos de mineração a procura de diamantes.
Logo de início somos apresentados a Solomon Vandy (Djimon Hounsou) que vive com sua família em uma vila que é atacada e ele acaba sendo preso e levado como escravo. Sua esposa e a filha fogem, mas seu filho é capturado pelos mercenários para ser treinado como guerrilheiro. Já como escravo em um campo de mineração, ele acha um raríssimo diamante cor-de-rosa e tenta escondê-lo, sendo que se for pego será assassinado na hora.
Daí prá frente um série acontecimentos o leva a conhecer e ter de seguir o mesmo caminho de Danny Archer (Leonardo DiCaprio), um contrabandista, que vê no diamente de Solomon uma chance de sair rico da África. Já Solomon vê no diamante a chance de encontrar sua família e dar um futuro a eles. Mas antes disso ele terá de tentar resgatar o filho sequestrado.
No caminho eles ainda encontrarão a reporter Maddy Bowen (Jennifer Connelly) que será um divisor de águas na vida de Archer e importantíssima para ajudar a dupla. Algumas reviravoltas, muita ação e a visão do sofrimento de um povo através da devastação de seu país e do descaso com a vida humana em prol do lucro, são os ingredientes desse bom filme que mistura ação e drama na medida certa.
O trio de protagonistas está ótimo, tanto DiCaprio como o mercenário frio e calculista e Hounsou como o pai obstinado, provam que tem muita qualidade e talento, dando o tom correto para os personagens.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Law & Order: SVU - Special Victims Unit
Ficha Técnica:
Law & Order: SVU - Special Victims Unit (EUA, 1999 até hoje)
Criador: Dick Wolf
Elenco: Christopher Meloni, Mariska Hargitay, Richard Belzer, Ice T, Dann Florek, B. D. Wong, Adam Beach, Diane Neal, Tamara Tunie.
O seriado original "Law & Order" está no ar nos EUA desde 1990, com várias mudanças de elenco mas mesmo assim ainda fazendo sucesso. Este sucesso gerou filhotes, este "Law & Order: SVU", "Law & Order: Criminal Intent" e o único que não vingou, durando apenas um temporada "Law & Order: Trial By Jury".
Cada um destes três seriados apesar da mesma origem, tem características distintas. O criador Dick Wolf, muito inteligente por sinal, procurou dar enfase a aspectos diferentes em cada um deles. Seria muito fácil criar uma franquia e utilizar a mesma fórmula do original, mas ele pensou além, deixando igual nos seriados apenas locações na cidade de Nova Iorque.
A série original segue a risca o título "Law & Order" (Lei e Ordem), a primeira parte mostra a investigação de algum crime e a segunda a parte judicial, focando sempre temas sérios e contemporâneos como aborto, crimes na internet, cartel de drogas, entre outros. Na minha opinião em alguns episódios em que a questão judicial é a mais importante, o episódio acaba se tornando um pouco cansativo principalmente nas discussões em tribunal, mas os textos são de primeira.
Já "Criminal Intent" é voltada para o esquadrão de crimes especiais, com casos complicadissímos e bem diferente do original a série se apóia no personagem principal, o detetive Robert Goren (Vincent D'Onofrio), uma pessoa estranha sem amigos, que confia apenas na parceira (Kathryn Erbe). Ele conhece de tudo, sendo extremamente perspicaz para conseguir uma confissão, com isso deixando a questão judicial em segundo plano. É uma série com histórias complexas e que deixa o show nas mãos de seu protagonista.
Chegando em "SVU", temos uma grande diferença em relação as outras séries, ela tem vários personagens, todos com sua importância até mesmo alguns coadjuvantes que nem constam dos créditos, mas que aparecem em diversos episódios. Esta é a minha série preferida entre as três, tendo como outro ponto positivo ter mantido todo o elenco principal desde que a série começou e apenas reforçando com novos componentes. A dupla principal interpretada por Christopher Meloni (Oz - A Vida é Uma Prisão) e Mariska Hargitay tem carisma e uma química intensa e ainda estão na série desde o início juntos com Dann Florek e Richard Belzer, já Ice T entrou na segunda temporada.
Os roteiros são mais voltados para a investigação, dando em cada episódio uma maior importância para um ou outro personagem, mesmo os menores, como a legista (Tamara Tunie), o novo detetive que entrou nesta última temporada (Adam Beach) e até houve um episódio focado no especialista em informática da polícia na série (Joel De La Fuente) que sequer é personagem fixo.
Em vários episódios os problemas pessoais dos personagens interferem nas investigações, o que deixa os acontecimentos e as interpretações bem próximas da realidade, humanizando os personagens Dick Wolf acaba criando uma maior simpatia dos personagens com os espectadores.
Com o sucesso da série muitos rostos conhecidos começaram a aparecer nos episódios, gente como Dean Cain (da série "Lois & Clark"), Lea Thompson ("De Volta Para o Futuro"), Peter Riegert, Connie Nielsen ("Gladiador") entre outros diversos atores e atrizes, conhecidos principalmente de outras séries de TV.
A série continua sendo produzida e passa no Brasil no canal fechado Universal, diariamente com reprises e a espera da nova temporada. Uma ótima pedida para quem gosta do estilo drama/policial.
Law & Order: SVU - Special Victims Unit (EUA, 1999 até hoje)
Criador: Dick Wolf
Elenco: Christopher Meloni, Mariska Hargitay, Richard Belzer, Ice T, Dann Florek, B. D. Wong, Adam Beach, Diane Neal, Tamara Tunie.
O seriado original "Law & Order" está no ar nos EUA desde 1990, com várias mudanças de elenco mas mesmo assim ainda fazendo sucesso. Este sucesso gerou filhotes, este "Law & Order: SVU", "Law & Order: Criminal Intent" e o único que não vingou, durando apenas um temporada "Law & Order: Trial By Jury".
Cada um destes três seriados apesar da mesma origem, tem características distintas. O criador Dick Wolf, muito inteligente por sinal, procurou dar enfase a aspectos diferentes em cada um deles. Seria muito fácil criar uma franquia e utilizar a mesma fórmula do original, mas ele pensou além, deixando igual nos seriados apenas locações na cidade de Nova Iorque.
A série original segue a risca o título "Law & Order" (Lei e Ordem), a primeira parte mostra a investigação de algum crime e a segunda a parte judicial, focando sempre temas sérios e contemporâneos como aborto, crimes na internet, cartel de drogas, entre outros. Na minha opinião em alguns episódios em que a questão judicial é a mais importante, o episódio acaba se tornando um pouco cansativo principalmente nas discussões em tribunal, mas os textos são de primeira.
Já "Criminal Intent" é voltada para o esquadrão de crimes especiais, com casos complicadissímos e bem diferente do original a série se apóia no personagem principal, o detetive Robert Goren (Vincent D'Onofrio), uma pessoa estranha sem amigos, que confia apenas na parceira (Kathryn Erbe). Ele conhece de tudo, sendo extremamente perspicaz para conseguir uma confissão, com isso deixando a questão judicial em segundo plano. É uma série com histórias complexas e que deixa o show nas mãos de seu protagonista.
Chegando em "SVU", temos uma grande diferença em relação as outras séries, ela tem vários personagens, todos com sua importância até mesmo alguns coadjuvantes que nem constam dos créditos, mas que aparecem em diversos episódios. Esta é a minha série preferida entre as três, tendo como outro ponto positivo ter mantido todo o elenco principal desde que a série começou e apenas reforçando com novos componentes. A dupla principal interpretada por Christopher Meloni (Oz - A Vida é Uma Prisão) e Mariska Hargitay tem carisma e uma química intensa e ainda estão na série desde o início juntos com Dann Florek e Richard Belzer, já Ice T entrou na segunda temporada.
Os roteiros são mais voltados para a investigação, dando em cada episódio uma maior importância para um ou outro personagem, mesmo os menores, como a legista (Tamara Tunie), o novo detetive que entrou nesta última temporada (Adam Beach) e até houve um episódio focado no especialista em informática da polícia na série (Joel De La Fuente) que sequer é personagem fixo.
Em vários episódios os problemas pessoais dos personagens interferem nas investigações, o que deixa os acontecimentos e as interpretações bem próximas da realidade, humanizando os personagens Dick Wolf acaba criando uma maior simpatia dos personagens com os espectadores.
Com o sucesso da série muitos rostos conhecidos começaram a aparecer nos episódios, gente como Dean Cain (da série "Lois & Clark"), Lea Thompson ("De Volta Para o Futuro"), Peter Riegert, Connie Nielsen ("Gladiador") entre outros diversos atores e atrizes, conhecidos principalmente de outras séries de TV.
A série continua sendo produzida e passa no Brasil no canal fechado Universal, diariamente com reprises e a espera da nova temporada. Uma ótima pedida para quem gosta do estilo drama/policial.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Clube da Luta
Ficha Técnica:
Clube da Luta (Fight Club, EUA, 1999)
Direção - David Fincher
Elenco - Edward Norton, Brad Pitt, Helena Bonham Carter, Meat Loaf, Jared Leto, Zach Grenier, Richmond Arquette, David Andrews.
Desde os anos 80 muitos diretores de clipes e comerciais começaram a ser aventurar no cinema, gente como os irmãos Ridley e Tony Scott, o inglês Alan Parker e mais recentemente Michael Bay, Dominic Sena, McG e David Fincher, entre tantos outros. Cada um a sua maneira e com seu estilo próprio tentam mostrar o que aprenderam na profissão antiga, dentro de seus filmes.
David Fincher é um caso a parte entre os citados anteriormente, ele segue a tradição dos diretores/autores, aqueles que logo você percebe que o filme é dele, como se fosse uma assinatura. Na atualidade podemos citar os irmãos Cohen, Paul Thomas Anderson e Tim Burton também como autores.
O diretor de "Clube da Luta" tem poucos filmes no currículo, mas todos de uma qualidade indiscutível. Ele estreou no cinema com "Alien 3" que foi maltratado pela crítica, mas é um bom filme, bem diferente dos outros da série, fez em seguida o ótimo suspense "Seven - Os Sete Crimes Capitais" e chegou ao estrelado com esse "Clube da Luta". Após ele fez ainda "O Quarto do Pânico" e "Zodíaco".
O filme "Clube da Luta" é baseado no livro de Chuck Palahniuk, que mostra um investigador de seguros (Edward Norton) totalmente desmotivado com a vida e estressado com crises de insônia. Como terapia ele monta junto com pessoas tão problemáticas como ele, um clube de luta para extravasarem todas os seus problemas. Entre os lutadores temos pessoas doentes entre eles um estranho homem com seios (Meat Loaf) e um jovem perturbado (Jared Leto).
No meio do caminho ele conhece duas pessoas, uma suícida vicíada em heroína (Helena Bonhan Carter) e um maluco que ira virar sua vida de cabeça para baixo chamado Tyler Durden (Brad Pitt). Enquanto o clube cresce, Tyler tem uma plano bem mais ambicioso do que liberar adrenalina batendo em alguém.
Este é um desses filmes que a crítica ama ou odeia, muitas amam em virtude da história inédita e bem bolada, outros odeiam por acharem o filme violento demais e até subversivo, mas a verdade é que um filme corajoso, de um diretor talentoso, que merece ser visto por todos. Nem sempre um roteiro tão bem escrito é apresentado, tendo ainda um final surpresa totalmente de acordo com a história.
Para quem gostar da atuação de Edward Norton, recomendo o filme a "Outra História Americana" em que ele interpreta um neo-nazista arrependido e tem outra interpretação marcante em outro filme polêmico.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Warriors - O Selvagens da Noite
Ficha Técnica:
Warriors - Os Selvagens da Noite (Warriors, EUA, 1979)
Direção - Walter Hill
Elenco - Michael Beck, James Remar, Deborah Van Valkenburg, Dorsey Wright, Thomas Waites, David Patrick Kelly, David Harris.
Quando "Warriors" estreou nos cinemas, muitos críticos afirmaram ser o filme uma apologia as gangues de rua (isso aconteceria também 1988 com "Colors - As Cores da Violência" de Dennis Hopper). Realmente o filme mostra o universo destas gangues no final dos anos 70, mas em minha opinião, apesar de ser um filme violento, em nenhum momento ele glorifica as glórias, talvez em uma mensagem subliminar mostre que um grupo de pessoas com o mesmo objetivo e com um lider carismático possa começar uma revolução e o diretor usou o universo das gangues apenas como exemplo.
A história começa quando Cyrus marca uma reunião com todas as gangues de Nova Iorque para o Central Parque, ele mesmo líder de uma gangue. Durante a reunião ele incita todas as gangues a se unirem para luta, porém um outro líder Luther (David Patrick Kelly) não gosta da situação e resolve matá-lo com um tiro no meio da multidão. Em seguida acusa um dos integrantes dos Warriors de ter efetuado o disparo. Daí começa uma perseguição de todas as gangues atrás dos Warriors, que são de Coney Island e devem atravessar toda cidade para chegar em casa.
Sem dúvida, este é um dos melhores filmes de ação dos anos 70, mostrando com competência um universo até então inexplorado pelo cinema, o das gangues em uma Nova Iorque violenta.
O diretor Walter Hill tem sempre seus filmes voltados para ação, com homens duros como personagens principais, vide os dois "48 Horas", "Inferno Vermelho", "Limite da Traição", "O Último Matador" entre outros.
Do elenco desconhecido na época, apenas três atores seguiram em frente, o protagonista líder dos Warriors foi interpretado por Michael Beck que fez em seguida alguns filmes de baixo orçamento e participações em seriados na TV, o mais importantes em "Houston Knights" com Michael Paré como parceiro. O assassino David Patrick Kelly foi vilão em diversos filmes como "Comando Para Matar" e em outro filme de Walter Hill "O Último Matador" e mais conhecido acabou sendo James Remar, o número dois dos Warriors que não concorda com o líder, trabalhou em diversas produções como "48 Horas" de Walter Hill e em vários seriados de TV como "Sex And The City", "Jericho" e "Dexter".
Força Sinistra
Ficha Técnica:
Força Sinistra (Lifeforce, EUA, 1985)
Direção - Tobe Hooper
Elenco - Steve Railsback, Peter Firth, Frank Finlay, Mathila May, Patrick Stewart, Michael Gothard, Nicholas Ball, Aubrey Morris.
Em meados dos anos 80 era grande a expectativa pela passagem do cometa Halley prevista para 1986, como todos sabiam na época após grande divulgação, este cometa passa pela Terra apenas a cada setenta e seis anos e aquele era o momento para muitos investirem nesse assunto para lucrar. Foram criados diversos brinquedos, produtos e outras quinquilharias relacionadas ao cometa.
O cinema não poderia ficar de fora dessa e o filme sobre o assunto do momento foi bancado pela dupla de produtores israelenses Menahem Golam e Yoram Globus, que eram donos da produtora de filmes B Cannon. Nos anos 80 eles produziram diversos filmes de ação com orçamento baixo e seus grandes astros eram Chuck Norris, o veterano Charles Bronson e novato especialista em artes marcas Michael Dudikoff.
Eles produziam filmes baratos que acabavam lucrando no mercado de vídeo, na época ele crescia no mundo inteiro, mas "Força Sinistra" foi um caso a parte, eles tinham os direitos de filmagem do livro "Vampiros do Espaço" de Colin Wilson e planejavam utilizar o diretor Michael Winner (Desejo de Matar) que era habitual em suas produções, mas este com agenda lotada desistiu do projeto. Então visualizando a passagem do Halley no ano seguinte resolveram aumentar o orçamento do filme achando que teriam um grande sucesso nas mãos.
Primeiro contrataram o diretor Tobe Hooper que ficou conhecido com o original "O Massacre da Serra Elétrica" e depois famoso com "Poltergeist, o Fenômeno", chamaram ainda para os efeitos especiais John Dykstra, que havia feito "Guerra nas Estrelas", para reescrever o roteiro e incluir a passagem do Halley na história (o que não existe no livro de Colin Wilson) Dan O'Bannon que estava em alta por ter escrito o roteiro de "Alien, o Oitavo Passageiro" e a cereja no bolo do filme seria a música de Henry Mancini ("Pantera Cor-de-Rosa") para a trilha sonora.
Para o elenco eles gastaram menos, trouxeram o americano Steve Railsback, figura conhecida em filmes B, os ingleses Peter Firth, Patrick Stewart (O Dr. Xavier de X-Men, na época um desconhecido no cinema) e o veterano Frank Finlay. Total deste investimento, vinte e cinco milhões de dólares, uma fortuna para época, já o resultado nas bilheterias, fracasso. Este investimento ajudou a afundar a produtora Cannon, que continuou na ativa mais alguns anos sem conseguir se recuperar financeiramente até fechar no início dos anos 90.
O filme em fala de uma expedição espacial que entra na cauda no Cometa Halley e encontra três corpos em hibernação, dois homens e uma mulher (a belíssima Mathila May). Os astronautas levam os corpos para nave e em seguida perdem a transmissão com a Terra. Uma outra expedição é enviada para resgate, encontram a nave com os três corpos, mas os tripulantes todos mortos. O corpos são trazidos para Terra para análise do Dr. Fallada (Frank Finlay) mas a mulher em hibernação acorda e acaba sugando a força vital de um dos guardas e foge para Londres. Ao mesmo tempo o capitão da nave (Steve Railsback) que havia encontrado os corpos na cauda do Cometa, conseguir ser ejetado antes de morrer e volta a Terra para contar como os outros tripulantes morreram.
A partir daí começa uma busca para encontrar a mulher e ao mesmo tempo os outros dois homens que hibernavam acordam, sugam a vida de dois soldados e se apoderam do corpo destes, começando assim uma reação em cadeia, onde as pessoas que perdem a força vital" para os alienígenas, após duas hora precisam buscar outra vítima para sobreviver.
Temos assim um misto de ficcção científica com terror, um filme de grande orçamento com toda a cara de filme B, apesar dos efeitos especiais serem de primeira, as interpretações fracas e o clima, principalmente na parte final, deixam a produção com cara dos filmes de terror de George Romero (escrevo isso como um elogio), com certeza essa mistura de gêneros e os altos e baixos o transformaram em um Cult Movie.
A atriz Mathila May que tem um corpo perfeito, passa praticamente todo o filme nua em interpretando a alienígena.
O autor do livro Colin Wilson odiou o filme em virtude de terem modificado completamente sua história, introduzindo vários elementos, entre eles o Cometa Halley.
O diretor Tobe Hooper quando fez este filme, provavelmente por ter recebido muito dinheiro, assinou um contrato para mais dois filmes com a Golan & Globus. Ele dirigiu no ano seguinte "Invasores de Marte", um filme com algumas semelhanças com este e depois a sequência "O Massacre da Serra Elétrica II". Coincidência ou não, após estes filme, Hooper nunca mais trabalhou com grandes orçamentos, fez diversos outros filmes, em geral filmes de terror com pouca grana e também nunca mais recuperou o prestígio que teve após "Poltergeist".
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Nascido Para Matar
Ficha Técnica:
Nascido Para Matar (Full Metal Jacket, EUA, 1987)
Direção - Stanley Kubrick
Elenco - Matthew Modine, Vincent D'Onofrio, Adam Baldwin, R. Lee Ermey, Dorian Harewood, Kevin Major Howard, Arliss Howard, Ed O'Ross, John Terry.
A Guerra do Vietnã deixou muitas feridas no orgulho americano, influenciando inclusive o cinema, que por um tempo mostrou pouco nas telas sobre ela, mas após "Apocalipse Now" de Coppola e o "Franco Atirador" de Michael Cimino terem feito sucesso no final dos anos 70 (hoje em dia são clássicos), apenas em meados dos anos 80 foi que Hollywood resolver investir pesado em produções sobre o assunto com grandes filmes como "Platoon" e "Nascido em Quatro de Julho", os dois de Oliver Stone e "Pecados da Guerra" de Brian DePalma, até filmes menos sérios como "Rambo II - A Missão" de George Pan Cosmatos estrelado por Stallone (O primeiro "Rambo" sim é um grande filme de ação com um boa história, mostrando as sequelas de quem combateu no Vietnã) e produções menores como "Hamburger Hill", "Hanói Hilton" e a série "Braddock" com Chuck Norris no papel título.
Seguindo o filão, o grande diretor Stanley Kubrick, que estava há sete sem filmar desde "O Iluminado" em 1980, resolver mostrar a sua versão sobre a guerra e nos brindou com um grande filme, com uma primeira parte brilhante e um segundo ato mais convencional, porém mesmo assim acima da média.
O filme mostra coma a guerra é algo estúpido e cruel, a primeira metade mostra um grupo de jovens soldados que são treinados por um sargento sádico, interpretado com realismo por R. Lee Ermey (na vida real ele foi militar) que trata os soldados como lixo e persegue cruelmente o recruta Pyle, vívido por Vincent D'Onofrio, situação que vai se tornar insustentável. O personagem principal é o recruta Joker, papel de Matthew Modine, que do entusiasmo do treinamento e a ansiedade para entrar em combate e agir se mostrará surpresa e até mesmo atônito diante da realidade da guerra.
A segunda parte mostra alguns desses jovens soldados jogados no meio da guerra e a partir daí o filme caí um pouco, mas mesmo assim mostra toda a sua força principalmente nas cenas do atirador vietnamita atacando o batalhão.
O título original do filme é "Full Metal Jacket", o "Nascido Para Matar" em português vem do personagem de Matthew Modine que escreve em seu capacete "Born To Kill", mas na realidade ele verá que não será nada fácil cumprir o que escreveu.
Depois desse filme, Stanley Kubrick voltaria atrás das câmeras apenas em 1999 para filmar "De Olhos Bem Fechados", seu último filme antes de falecer no mesmo ano.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Donnie Darko
Ficha Técnica:
Donnie Darko (Donnie Darko, EUA, 2001)
Direção - Richard Kelly
Elenco - Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Holmes Osborne, Mary McDonnell, Maggie Gyllenhaal, Patrick Swayze, Drew Barrymore, Noah Wyle, Beth Grant, James Duval.
Em uma cidade pequena dos Estados Unidos nos anos 80, um adolescente acorda na rua sem saber como chegou lá. Voltando para casa descobre que uma turbina de avião caiu bem em cima de seu quarto. Este é o ponto de partida de um dos filmes mais interessantes dos últimos anos.
A partir deste acontecimento seremos apresentados a diversos personagens de uma cidadezinha conservadora, mas que escondem muitos segredos e a acontecimentos estranhos, mas extremamente instigantes.
Fica difícil classificá-lo em algum gênero, poderíamos simplificar falando que é uma ficção misturada com drama, mas ele é muito mais do que isso.
Donnie Darko vivído pelo hoje astro Jake Gyllenhaal, é o personagem principal, um adolescente diagnosticado como esquizofrênico, que se entope de medicamentos e começa a ter alucinações onde aparece um coelho gigante que prevê o fim do mundo em 28 dias. Após isso ele começa a ter atitudes que mudarão sua vida e de diversas pessoas da cidade. Entre estas pessoas estão um garota nova na escola, seus pais e irmã, uma professora beata, um guru de auto-ajuda, entre outros. Tudo isto misturado com filosofia e uma teoria de viagem no tempo, dão um tempero que pode parecer sem sentido no papel, mas que na telinha prende o espectador, principalmente aquele que gosta de filmes com histórias contadas de modo não convencional, do tipo que você ficará pensando por muito tempo.
No ótimo elenco encabeçado por Jake Gyllenhall podemos destacar a garota Jena Malone como a novata da escola, Beth Grant como a professora beata e o ídolo dos anos 80, Patrick Swayze como o guru charlatão. A irmã de Jake na vida real, Maggie também faz o papel de sua irmã no filme. Destaque também para os pequenos, mas importantes papéis de Drew Barrymore e Noah Wyle(conhecido por seu papel em ER), como professores de Donnie Darko.
Outro ponto interessante é a contagem do tempo que resta para o fim do mundo que acompanha todo filme.
Como o filme se passa nos anos 80, a trilha sonora é toda da época, com destaque para músicas de Tears For Fears e Joy Division, entre outros.
Este é o primeiro filme do diretor Richard Kelly, que voltaria a dirigir apenas em 2006 o ainda inédito no Brasil "The Southland Tales".
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Seinfeld
Ficha Técnica:
Seinfeld (Seinfeld, EUA, 1989-1998)
Criadores - Jerry Seinfeld e Larry David
Elenco - Jerry Seinfeld, Julia Louis Dreyfus, Jason Alexander e Michael Richards.
Quando o episódio piloto de Seinfeld foi ao ar nos Estados Unidos em 1989, com Lee Garlington como uma garçonete, no lugar da personagem Elaine de Julia Louis Dreyfus, ninguém imaginava que esta série chegasse a ser um dia considerada o melhor sitcom de todos os tempos. Após este piloto ser exibido, a série foi aprovada para uma temporada, porém apenas a partir da terceira é que ela começou ao que chamamos no Brasil de "dar ibope". Mesmo não tendo grande sucesso no início, a emissora bancou a série e não se arrependeu.
Para quem não conhece, a história gira em torno da vida de quatro amigos solteiros na casa dos trinta anos e diferente de qualquer outra série com o mesmo ponto de partida, os episódios falam de temas comuns como amizade, namoro e trabalho, mas também de ganância, mentira, falsidade, entre outros defeitos, mas de uma maneira engraçada e politicamente incorreta, sem apelar para baixaria, criando situações muitas vezes constrangedoras mas que na hora lembramos de ter visto aquilo acontecer em algum lugar ou conosco.
É importante destacar os roteiros, sempre bem amarrados e os personagens muito bem interpretados, não só pelos atores principais, mas também pelos coadjuvantes, alguns que aparecem em diversos episódios e outros e que mesmo tendo aparecido apenas uma vez, ficaram marcados.
A série foi criado por Jerry Seinfeld e Larry David , para quem não conhece, Larry David é criador e ator principal da série "Curb Your Entusiasm" exibido pelo canal HBO no Brasil como "Segura a Onde", série esta que mostra o dia a dia dele mesmo, e as situações prá lá de constrangedoras que ele se mete. Já Jerry Seinfeld também interpretava ele mesmo na série, um solteirão que não gosta de compromissos e acaba com seus namoros pelos motivos mais estranhos. Ele mesmo não se considera um ator e sim comediante de palco, onde ele é brilhante também, mas sua canastrice como ator na série é uma das partes mais engraçadas, suas caras e bocas são inimitáveis. Inclusive como ator, Seinfeld participou da série "O Poderoso Benson" (que passou an Globo nos anos 80) em poucos episódios e foi demitido.
Seus companheiros não ficam atrás, Júlia Lous Dreyfus como a atrapalhada ex-namorada Elaine, seu amigo de infância George interpetrado por Jason Alexander (esse personagem é considerado o alter-ego de Larry David) e o vizinho maluco Kramer, vivído por Michael Richard são hilários.
Entre os inúmeros coadjuvantes podemos destacar o carteiro Newman (Wayne Knight) que é inimigo de Seinfeld, um dos namorados de Elaine durante a série, o apalermado David Puddy (Patrick Warburton), o anão enfezado Mick (Danny Woodburn), além os pais de Jerry e George. Neste quesito a série lembra o desenho "Os Simpsons" que tem uma galeria de coadjuvantes enormes e tão ricos como os personagens principais.
Apesar de ser um tipo de humor que não é preferido da maioria do povo brasileiro e de passar apenas na TV fechada , a série faz sucesso por aqui, o Canal Sony continou exibindo a série depois dela terminar em 1998 e reprisa os episódios até hoje.
Mesmo após de dez anos o número de fãs da "série sobre o nada" (como dizem os críticos americanos e o próprio seriado lançou a frase) continuam a crescer.
Quem assiste sabe que você acaba rindo mesmo em episódios que já viu várias vezes, para quem não assiste, experimente, com certeza você vai se divertir.
Para finalizar, os personagens foram tão marcantes para os atores, que após a série Jerry Seinfeld (já milionário, é claro) se aposentou da TV e aparece apenas em clubes para apresentar seus shows como comediante. Os outros três principais tentaram outras séries, Jason Alexander ("Bob Patterson") e Michael Richards ("The Michael Richards Show") mas fracassaram apenas Julia Louis Dreyfus após alguns anos, emplacou a série "The New Adventures of Old Christine", mas havia falhado em "Watching Ellie").
Seinfeld (Seinfeld, EUA, 1989-1998)
Criadores - Jerry Seinfeld e Larry David
Elenco - Jerry Seinfeld, Julia Louis Dreyfus, Jason Alexander e Michael Richards.
Quando o episódio piloto de Seinfeld foi ao ar nos Estados Unidos em 1989, com Lee Garlington como uma garçonete, no lugar da personagem Elaine de Julia Louis Dreyfus, ninguém imaginava que esta série chegasse a ser um dia considerada o melhor sitcom de todos os tempos. Após este piloto ser exibido, a série foi aprovada para uma temporada, porém apenas a partir da terceira é que ela começou ao que chamamos no Brasil de "dar ibope". Mesmo não tendo grande sucesso no início, a emissora bancou a série e não se arrependeu.
Para quem não conhece, a história gira em torno da vida de quatro amigos solteiros na casa dos trinta anos e diferente de qualquer outra série com o mesmo ponto de partida, os episódios falam de temas comuns como amizade, namoro e trabalho, mas também de ganância, mentira, falsidade, entre outros defeitos, mas de uma maneira engraçada e politicamente incorreta, sem apelar para baixaria, criando situações muitas vezes constrangedoras mas que na hora lembramos de ter visto aquilo acontecer em algum lugar ou conosco.
É importante destacar os roteiros, sempre bem amarrados e os personagens muito bem interpretados, não só pelos atores principais, mas também pelos coadjuvantes, alguns que aparecem em diversos episódios e outros e que mesmo tendo aparecido apenas uma vez, ficaram marcados.
A série foi criado por Jerry Seinfeld e Larry David , para quem não conhece, Larry David é criador e ator principal da série "Curb Your Entusiasm" exibido pelo canal HBO no Brasil como "Segura a Onde", série esta que mostra o dia a dia dele mesmo, e as situações prá lá de constrangedoras que ele se mete. Já Jerry Seinfeld também interpretava ele mesmo na série, um solteirão que não gosta de compromissos e acaba com seus namoros pelos motivos mais estranhos. Ele mesmo não se considera um ator e sim comediante de palco, onde ele é brilhante também, mas sua canastrice como ator na série é uma das partes mais engraçadas, suas caras e bocas são inimitáveis. Inclusive como ator, Seinfeld participou da série "O Poderoso Benson" (que passou an Globo nos anos 80) em poucos episódios e foi demitido.
Seus companheiros não ficam atrás, Júlia Lous Dreyfus como a atrapalhada ex-namorada Elaine, seu amigo de infância George interpetrado por Jason Alexander (esse personagem é considerado o alter-ego de Larry David) e o vizinho maluco Kramer, vivído por Michael Richard são hilários.
Entre os inúmeros coadjuvantes podemos destacar o carteiro Newman (Wayne Knight) que é inimigo de Seinfeld, um dos namorados de Elaine durante a série, o apalermado David Puddy (Patrick Warburton), o anão enfezado Mick (Danny Woodburn), além os pais de Jerry e George. Neste quesito a série lembra o desenho "Os Simpsons" que tem uma galeria de coadjuvantes enormes e tão ricos como os personagens principais.
Apesar de ser um tipo de humor que não é preferido da maioria do povo brasileiro e de passar apenas na TV fechada , a série faz sucesso por aqui, o Canal Sony continou exibindo a série depois dela terminar em 1998 e reprisa os episódios até hoje.
Mesmo após de dez anos o número de fãs da "série sobre o nada" (como dizem os críticos americanos e o próprio seriado lançou a frase) continuam a crescer.
Quem assiste sabe que você acaba rindo mesmo em episódios que já viu várias vezes, para quem não assiste, experimente, com certeza você vai se divertir.
Para finalizar, os personagens foram tão marcantes para os atores, que após a série Jerry Seinfeld (já milionário, é claro) se aposentou da TV e aparece apenas em clubes para apresentar seus shows como comediante. Os outros três principais tentaram outras séries, Jason Alexander ("Bob Patterson") e Michael Richards ("The Michael Richards Show") mas fracassaram apenas Julia Louis Dreyfus após alguns anos, emplacou a série "The New Adventures of Old Christine", mas havia falhado em "Watching Ellie").
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Os Intocáveis
Ficha Técnica:
Os Intocáveis (The Untouchables, EUA, 1987)
Direção - Brian De Palma
Elenco - Kevin Costner, Sean Connery, Robert De Niro, Andy Garcia, Charles Martin Smith, Richard Bradford, Billy Drago, Patricia Clarkson.
Vou iniciar minhas postagens com este filme que hoje já é um clássico. Assisti "Os Intocáveis" no cinema em 1987 e achei sensacional, um daqueles filmes que estão sempre fresco em nossa memória, inclusive lembro de um trailer na TV onde falavam que ele era "uma metralhadora de emoções", o que se mostrou verdadeiro.
A história do gangster Al Capone na Chicago dos anos 30 durante a Lei Seca foi contada diversas no cinema e na TV, sendo interpretado por diversos atores, podendo destacar o bom filme "Al Capone" de 1959 com Rod Steiger no papel título, uma outra versão de 1975 com Ben Gazzara, além do seriado que foi ao ar entre 1959 e 1963 com Neville Brand como Al Capone, porém este apareceu em poucos episódios, pois o seriado tinha como ator principal Robert Stack no papel do agente do FBI Elliott Ness.
O filme de 1987 foi dirigido por Brian De Palma, que na época era famoso por filmes de suspense que "copiavam" no melhor sentido da palavra, os filmes de Alfred Hitchcock, entre eles "Carrie, a Estranha", "Vestida Para Matar" e "Dublê de Corpo" entre outros, mas "Os Intocáveis" é sua obra prima, nele estão ótimas sequências, como a cavalgada na fronteira entre Estados Unidos e Canadá, a cena do jantar em que Al Capone mata um traidor de seu bando e principalmente a famosa cena da escadaria, filmada em câmera lenta com vários personagens, entre eles Elliott Ness e um parceiro, um assassino de Al Capone, o contador que iria depor em julgamento, uma mãe com um carrinho de bebê e dois marinheiros, estes que juntos com a escadaria homenageiam uma sequência do clássico filme russo "O Encouraçado Potenkim" do diretor Sergei M. Eisenstein de 1925.
Outro ponto forte do filme são as interpretações, o Al Capone de Robert De Niro é cínico e explosivo, em contrapartida com o Elliott Ness de Kevin Costner, um homem de família, extremamente honesto, mas forte para enfrentá-lo. Na época um ator pouco conhecido (seu papel mais famoso era um coadjuvante no faroeste "Silverado"), este filme o transformou em astro. Os coadjuvantes estão ótimos também, Sean Connery ganhou o Oscar nesta categoria como o policial irlandês Malone, um jovem Andy Garcia e Charles Martin Smith (hoje diretor) completam o time de policiais. Entre os bandidos, estão o veterano Richard Bradford como um policial corrupto e a grande atuação da carreira, de hoje um desconhecido para os jovens, o ator Billy Drago. Na época ele também era desconhecido, mas sua atuação como o assassino Frank Nitti é de arrepiar, ele fez um homem frio e calculista que apenas com olhar amedontra, pena que não conseguiu fazer a carreira decolar, continua a atuar em filmes B, geralmente como vilão.
Para quem ainda não assistiu, apesar de mais de vinte anos, os créditos de abertura continuam sensacionais, pontuados com música marcante do maestro italiano Ennio Morricone são de arrepiar.
O roteiro do dramaturgo e hoje diretor David Mamet é nota dez também.
Depois deste, o diretor Brian De Palma fez bons filmes, mas nenhum chegou a este nível de qualidade.
Os Intocáveis (The Untouchables, EUA, 1987)
Direção - Brian De Palma
Elenco - Kevin Costner, Sean Connery, Robert De Niro, Andy Garcia, Charles Martin Smith, Richard Bradford, Billy Drago, Patricia Clarkson.
Vou iniciar minhas postagens com este filme que hoje já é um clássico. Assisti "Os Intocáveis" no cinema em 1987 e achei sensacional, um daqueles filmes que estão sempre fresco em nossa memória, inclusive lembro de um trailer na TV onde falavam que ele era "uma metralhadora de emoções", o que se mostrou verdadeiro.
A história do gangster Al Capone na Chicago dos anos 30 durante a Lei Seca foi contada diversas no cinema e na TV, sendo interpretado por diversos atores, podendo destacar o bom filme "Al Capone" de 1959 com Rod Steiger no papel título, uma outra versão de 1975 com Ben Gazzara, além do seriado que foi ao ar entre 1959 e 1963 com Neville Brand como Al Capone, porém este apareceu em poucos episódios, pois o seriado tinha como ator principal Robert Stack no papel do agente do FBI Elliott Ness.
O filme de 1987 foi dirigido por Brian De Palma, que na época era famoso por filmes de suspense que "copiavam" no melhor sentido da palavra, os filmes de Alfred Hitchcock, entre eles "Carrie, a Estranha", "Vestida Para Matar" e "Dublê de Corpo" entre outros, mas "Os Intocáveis" é sua obra prima, nele estão ótimas sequências, como a cavalgada na fronteira entre Estados Unidos e Canadá, a cena do jantar em que Al Capone mata um traidor de seu bando e principalmente a famosa cena da escadaria, filmada em câmera lenta com vários personagens, entre eles Elliott Ness e um parceiro, um assassino de Al Capone, o contador que iria depor em julgamento, uma mãe com um carrinho de bebê e dois marinheiros, estes que juntos com a escadaria homenageiam uma sequência do clássico filme russo "O Encouraçado Potenkim" do diretor Sergei M. Eisenstein de 1925.
Outro ponto forte do filme são as interpretações, o Al Capone de Robert De Niro é cínico e explosivo, em contrapartida com o Elliott Ness de Kevin Costner, um homem de família, extremamente honesto, mas forte para enfrentá-lo. Na época um ator pouco conhecido (seu papel mais famoso era um coadjuvante no faroeste "Silverado"), este filme o transformou em astro. Os coadjuvantes estão ótimos também, Sean Connery ganhou o Oscar nesta categoria como o policial irlandês Malone, um jovem Andy Garcia e Charles Martin Smith (hoje diretor) completam o time de policiais. Entre os bandidos, estão o veterano Richard Bradford como um policial corrupto e a grande atuação da carreira, de hoje um desconhecido para os jovens, o ator Billy Drago. Na época ele também era desconhecido, mas sua atuação como o assassino Frank Nitti é de arrepiar, ele fez um homem frio e calculista que apenas com olhar amedontra, pena que não conseguiu fazer a carreira decolar, continua a atuar em filmes B, geralmente como vilão.
Para quem ainda não assistiu, apesar de mais de vinte anos, os créditos de abertura continuam sensacionais, pontuados com música marcante do maestro italiano Ennio Morricone são de arrepiar.
O roteiro do dramaturgo e hoje diretor David Mamet é nota dez também.
Depois deste, o diretor Brian De Palma fez bons filmes, mas nenhum chegou a este nível de qualidade.
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