quinta-feira, 25 de julho de 2024

The Shift – O Deslocamento & The End We Start From

 


The Shift – O Deslocamento (The Shift, EUA, 2023) – Nota 5,5
Direção – Brock Heasley
Elenco – Kristoffer Polaha, Neal McDonough, Elizabeth Tabish, Sean Astin, Rose Reid, John Billinglsey.

Um prólogo mostra Kevin Garner (Kristoffer Polaha) conhecendo sua futura esposa no mesmo dia em que uma enorme crise financeira leva a empresa em que trabalha à falência. Anos depois, uma crise no casamento resulta em um estranho encontro com um sujeito que se autodenomina o Benfeitor (Neal McDonough) que o transporta para uma realidade paralela. É o início de uma luta para sobreviver e tentar retornar ao seu mundo. 

O roteiro escrito pelo diretor Brock Heasley mistura a clássica trama de ficção de viagens no tempo com uma história sobre amor, família e crença. A ideia é até criativa e os primeiros trinta minutos bastante interessantes. Na sequência a trama e a narrativa ficam confusas, com algumas situações sem explicação. Claramente faltou um roteiro melhor e um diretor mais talentoso.

The End We Start From (The End We Start From, Inglaterra, 2023) – Nota 4,5
Direção – Mahalia Belo
Elenco – Jodie Comer, Joel Fry, Mark Strong, Nina Sosanya, Katherine Waterston, Gina McKee, Benedict Cumberbatch.

No mesmo dia em que nasce seu filho, uma mulher (Jodie Comer) e seu marido (Joel Fry) não podem voltar para casa por causa de uma chuva torrencial que alagou toda a cidade de Londres. O desastre faz os moradores tentarem sair da cidade, dando início a um caos que o casal precisará enfrentar. 

A premissa de uma espécie de apocalipse ambiental tinha tudo para render um bom filme de ação e suspense. O problema é que o roteiro muda completamente o foco para um drama sobre a força da maternidade em meio a uma narrativa lenta e situações em que o objetivo claramente é mostrar a fraqueza dos homens. Cada personagem masculino que passa pela tela é inseguro, covarde ou inexpressivo. É mais um filme em que uma agenda ideológica se sobrepõe a todo o resto.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Plano de Fuga

 


Plano de Fuga (Plan de Fuga, Espanha, 2016) – Nota 5,5
Direção – Iñaki Dorronsoro
Elenco – Alain Hernandez, Javier Gutierrez, Luis Tosar, Alba Galocha, Itziar Atienza.

Um desconhecido (Alain Hernandez) especialista em abrir cofres e paredes de ferro é contratado por uma quadrilha de russos e sérvios para um roubo. Enquanto planejam, policiais investigam os criminosos em busca de pistas sobre a ação. 

Este longa tem uma premissa intrigante durante os primeiro trinta minutos, até que uma determinada sequência muda completamente o foco da trama. Por sinal, esta sequência é uma espécie de clímax fora de hora. Depois disso, a narrativa se torna arrastada e o restante da trama é repleta de furos, com situações resolvidas de forma fácil beirando inverossímil. 

É uma pena, se Alain Hernandez é um canastrão, por outro lado o ótimo Javier Gutierrez como um ladrão drogado e o competente Luis Tosar como chefe de investigação tentam, mas não conseguem salvar o filme.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Narciso Negro


Narciso Negro (Black Narcissus, Inglaterra, 1947) – Nota 7,5
Direção – Michael Powell & Emeric Pressburger
Elenco – Deborah Kerr, David Farrar, Flora Robson, Sabu, Jenny Laird, Kathleen Byron, Jean Simmons.

Irmã Clodagh (Deborah Kerr) é uma jovem freira promovida a Madre Superiora, porém enviada para uma remota vila nas montanhas do Himalaia. Levando como auxiliares três outras freiras, aos poucos cada uma delas é influenciada de formas diferentes pelos habitantes do local, entre eles um inglês (David Farrar) e o jovem filho de um general (Sabu). 

Este longa dirigido pela dupla Michael Powell e Emeric Pressburger é uma espécie de estudo sobre isolamento e regras que vão contra a natureza humana. O isolamento neste caso não é algo individual, mas a vida em uma região longe da civilização com costumes estranhos que é potencializado pelos dogmas seguidos pela freiras. Além das ótimas atuações de praticamente todo o elenco, outro destaque é a belíssima fotografia desta produção filmada em estúdio.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

O Irmão que Veio de Outro Planeta & O Desaparecimento do Voo 412

 

O Irmão que Veio de Outro Planeta (The Brother From Another Planet, EUA, 1984) – Nota 5,5
Direção – John Sayles
Elenco – Joe Morton, Daryl Edwards, Steve James, Bill Cobbs, Caroline Aaron, John Sayles, David Strathairn, Fisher Stevens.

Uma nave alienígena faz um pouso forçado na Terra e um extraterrestre (Joe Morton) sobrevive. Mudo, porém com habilidades para ajudar as pessoas, aos poucos ele se infiltra na comunidade do Harlem, enquanto dois caçadores intergaláticos também chegam à Terra a sua procura. 

Esta ficção escrita e dirigida por John Sayles é uma estranha alegoria sobre imigração. Os diálogos são surreais, assim como várias situações, resultando numa obra bastante incomum e irregular.

O Desaparecimento do Voo 412 (The Disappearance of Flight 412, EUA, 1974) – Nota 4
Direção – Jud Taylor
Elenco – Glenn Ford, Bradford Dillman, David Soul, Robert F. Lyons, Guy Stockwell, Simon Scott.

Os tripulantes de um avião da força aérea americana testemunham dois caças desaparecendo nas nuvens sem explicação. Ao reportar a situação para a base, uma unidade de operações especiais é chamada para desviar o voo e interrogar os tripulantes. 

Este longa produzido para a TV explora o tema da conspiração para esconder da população fatos sem explicação ligados a OVNIs. O roteiro é bastante previsível e a narrativa é ao estilo dos filmes para TV da época. São várias cenas reais com aviões para diminuir custos e um excesso de diálogos que não levam a lugar algum. Uma bola fora na carreira do astro Glenn Ford, na época já era um veterano longe dos dias de sucesso.

domingo, 21 de julho de 2024

Guerra Civil

 



Guerra Civil (Civil War, EUA / Inglaterra, 2024) – Nota 5
Direção – Alex Garland
Elenco – Kirsten Dunst, Wagner Moura, Cailee Spaeny, Nick Offerman, Stephen McKinley Henderson, Nelson Lee, Jefferson White, Evan Lai, Jesse Plemons.

Em um futuro próximo, explode uma guerra civil nos EUA. Neste contexto, quatro jornalistas (Kirsten Dunst, Wagner Moura, Cailee Spaeny e Stephen McKinley Henderson) decidem sair de Nova York para atravessar o país em meio a guerra até Washington com o objetivo de entrevistar o presidente (Nick Offerman). 

Este longa em formato de road movie entrega uma história repleta de contradições e situações inverossímeis, em meio a uma produção caprichada, um bom ritmo e ótimas sequências de ação. 

Não existe uma explicação direta ou aprofundamento sobre o porquê da guerra, ficando nas entrelinhas a ideia de que o motivo é a divisão política que existe no mundo inteiro atual, porém jogando a maior parte da culpa em um presidente conservador. Algo que claramente tem como alvo as eleições americanas deste ano. 

Por praticamente todo o filme vemos os jornalistas de guerra em busca de fotos polêmicas. Ao colocar os personagens no meio do fogo cruzado como se fossem soldados, o roteiro dá um verdadeiro tiro no pé na ânsia de torná-los uma espécie de heróis que colocam a vida em perigo pela notícia. 

Esta defesa do jornalismo desaba na sequência final quando fica claro que o “tudo pela notícia” atropela amizades, lealdade e qualquer tipo de ética, algo que vemos diariamente nos noticiários e nas atitudes dos jornalistas. 

É um longa que se perde ao tentar ser político e defender um lado através do falso pacifismo, quando na verdade a premissa tinha tudo para render um ótimo filme sem amarras ideológicas.

sábado, 20 de julho de 2024

O Sexto Sentido

 


O Sexto Sentido (The Sixth Sense, EUA, 1999) – Nota 10
Direção – M. Night Shyamalan
Elenco – Bruce Willis, Haley Joel Osment, Toni Collette, Olivia Williams, Donnie Wahlberg, Trevor Morgan

O respeitado psicólogo infantil Malcolm (Bruce Willis) é procurado por uma mãe (Toni Collette) que busca ajuda para seu filho Cole (Haley Joel Osment), que diz ter visões e conversar com pessoas mortas. Obcecado por um caso semelhante com outro paciente que terminou de forma trágica, Malcolm encara a situação de Cole como uma chance de redenção. 

Não tem muito o que esconder deste longa que se tornou um clássico do suspense. A reviravolta final amarra um dos roteiros mais criativos da história do cinema que catapultou a carreira do diretor M. Night Shyamalan. Mesmo com altos e baixos nos filmes seguintes, Shyamalan se mostra sempre um diretor original, que não tem medo de arriscar.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

O Exterminador 1 e 2

 


O Exterminador (The Exterminator, EUA, 1980) – Nota 5,5
Direção – James Glickenhaus
Elenco – Robert Ginty, Samantha Eggar, Christopher George, Steve James, Tony DiBenedetto

John (Robert Ginty) e Michael (Steve James) sobreviveram ao inferno na Guerra do Vietnã. Anos depois, trabalhando juntos em Nova York, são atacados por ladrões que deixam Michael em uma cadeira de rodas. O então pacato John decide se transformar em um vigilante, primeiro caçando os sujeitos que atacaram seu amigo e depois todos os tipos de bandidos que cruzam seu caminho. 

O diretor e roteirista James Glickenhaus era especialistas em filmes B de ação, tendo dirigido inclusive “A Fúria do Protetor” com Jackie Chan. Seu estilo estava longe de ser sútil. São filmes repletos de ação, violência e efeitos especiais de segunda qualidade. 

Este “O Exterminador” foi produzido com dois milhões de dólares e rendeu trinta cinco, se tornando uma obra cult também no mercado de vídeo dos anos oitenta por misturar a premissa de “Desejo de Matar” com as histórias sobre veteranos do Vietnã traumatizados, com várias sequências extremamente violentas, como as com o lança-chamas e a horrível cena do moedor de carne.

Exterminador 2 (Exterminator 2, EUA, 1984) – Nota 4
Direção – Mark Buntzman
Elenco – Robert Ginty, Mario Van Peebles, Deborah Geffner, Frankie Faison.

Quatro anos depois do primeiro filme, Nova York está sendo aterrorizada pela gangue do traficante X (Mario Van Peebles). A situação faz o veterano do Vietnã John (Robert Ginty) retornar a sua armadura de vigilante e sair caçando os traficantes. 

Esta sequência foi mais uma das várias decisões erradas da produtora Cannon de Menahem Golan e Yoram Globus. Eles compraram os direitos e produziram um filme que não tinha mais a originalidade do primeiro. Nem mesmo as sequências violentas que fizeram o primeiro filme um sucesso funcionam. O filme foi um fracasso e enterrou qualquer chance de outra sequência.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

O Podcast

 


O Podcast (Monolith, Austrália, 2023) – Nota 7
Direção – Matt Vesely
Elenco – Lily Sullivan.

Uma jornalista (Lily Sullivan) que perdeu o emprego por causa de uma matéria polêmica, decide reiniciar a carreira com um podcast sobre mistérios. Ao receber um e-mail anônimo sobre uma mulher que teria recebido um estranho tijolo, ela inicia a busca por outras pessoas que tiveram a mesma experiência e aos poucos se envolve em uma sinistra história. 

Este suspense australiano consegue manter a atenção do espectador que gosta de histórias incomuns utilizando somente a atriz Lily Sullivan em cena em uma bela casa. Ela conversa com várias pessoas ao telefone para gravar seu podcast, criando uma suspense gradual sobre qual é a verdade. 

O grande problema é que o roteiro deixa algumas situações sem respostas e principalmente entrega um final que parece destoar do restante da proposta. É como se o diretor quisesse criar um clímax a todo custo, mesmo sem uma ideia definida. Mesmo assim, é um filme que vale ser visto por quem curte o gênero.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Matador de Aluguel

 


Matador de Aluguel (Road House, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Doug Liman
Elenco – Jake Gyllenhaal, Daniela Melchior, Conor McGregor, Billy Magnussen, Jessica Williams, Joaquim de Almeida, B.K. Cannon, JD Pardo, Beau Knapp, Arturo Castro, Lukas Gage, Dominique Columbus, Hannah Love Lanier, Kevin Carroll, Travis Van Winkle.

Dalton (Jake Gyllenhaal) é um famoso ex-campeão de UFC que vivendo de lutas clandestinas, termina contratado como segurança de um bar em uma cidade litorânea no sul da Califórnia. Rapidamente ele descobre que o bar é tomado por brigas e arruaceiros, além do local ser alvo de um especulador corrupto. 

Neste remake do longa de 1989 protagonizado por Patrick Swayze, o diretor Doug Lyman segue o mesmo estilo de porradaria com pitadas de cinismo, apenas atualizando a trama em alguns detalhes. 

No original o protagonista era um famoso segurança, enquanto aqui a ideia foi transformá-lo em um lutador aposentado. Numa espécie de ironia, foi escalado como antagonista o astro real de UFC Conor McGregor, que claramente se diverte como o vilão psicótico. 

O filme tem uma sucessão de sequências de brigas e outras de ação bem filmadas como a perseguição com as lanchas. O resultado é um boa diversão para quem gosta de ação sem se preocupar com roteiro.

terça-feira, 16 de julho de 2024

O Portal Secreto

 


O Portal Secreto (The Portable Door, Austrália, 2023) – Nota 6
Direção – Jeffrey Walker
Elenco – Patrick Gibson, Christoph Waltz, Sam Neill, Sophie Wild, Miranda Otto, Rachel House, Damon Herriman, Debi Harman, Chris Pang, Arka Das, Jessica De Gouw.

Em Londres, o jovem desempregado Paul Carpenter (Patrick Gibson) é guiado para uma entrevista em uma estranha empresa que o contrata. O carismático CEO (Christoph Waltz), seu braço direito (Sam Neill) e os executivos são figuras peculiares que aos poucos mostram para Paul qual é o verdadeiro negócio da empresa. 

Esta fantasia baseada em uma série de livros mira o público fã de “Harry Potter” para tentar engatar uma franquia. A produção é caprichada com ótimos efeitos especiais, a história apesar de simples é bem amarrada, porém falta carisma para os personagens, incluindo o protagonista. 

O ótimo Christoph Waltz repete mais uma vez o vilão com fala macia e sorriso cínico, enquanto o veterano Sam Neill parece ser divertir em um papel bem diferente do que está acostumado a interpretar. 

É basicamente uma sessão da tarde esquecível.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

O Embaixador, Cuba & Estação Polar Zebra

 


O Embaixador (The Ambassador, EUA, 1984) – Nota 6
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Robert Mitchum, Ellen Burstyn, Rock Hudson, Fabio Testi, Donald Pleasence, Chelli Goldenberg, Michal Bat Adam.

Um embaixador americano (Robert Mitchum) é designado para tentar costurar um acordo de paz entre israelenses e palestinos. A tarefa quase impossível fica ainda mais complicada quando ele passa a ser chantageado por pessoas que tem fotos de sua esposa (Ellen Burstyn) tendo um caso com um empresário palestino (Fabio Testi). 

Esta foi uma das várias produções da Cannon que fracassaram nas bilheterias mesmo com um bom elenco e uma história mediana. A premissa é bastante interessante e inspirada em um livro policial de Elmore Leonard, porém transportada para a questão do conflito no Oriente Médio. 

O diretor entrega algumas boas sequências de ação e um certo suspense, porém é irregular e com soluções fáceis. O filme se tornou cult por ter sido o último trabalho do astro Rock Hudson, que interpreta o braço-direito do embaixador. Hudson já estava doente e faleceria em 1985.

Cuba (Cuba, Inglaterra / EUA, 1979) – Nota 5,5
Direção – Richard Lester
Elenco – Sean Connery, Brooke Adams, Jack Weston, Hector Elizondo, Martin Balsam, Denholm Elliott, Chris Sarandon, Danny De La Paz, Lonette McKee, Alejandro Rey.

No final dos anos cinquenta, Robert Dapes (Sean Connery) é um mercenário contratado pelo presidente cubano Fulgencio Batista para treinar seu exército que está prestes a entrar em confronto com a guerrilha de Fidel Castro. 

Com pouco tempo para o trabalho e percebendo que a tarefa pode ser inútil, Dapes ainda se envolve com uma antiga amante (Brooke Adams), que está casada com o dono de um fábrica de charutos (Chris Sarandon). 

Este longa explora uma trama fictícia utilizando como base a revolução cubana, o que por si só tinha potencial para render um bom filme. O problema é que o diretor Richard Lester se perde entre não decidir se foca na ação política ou no romance que parece destoar da trama. O ótimo elenco encabeçado por Sean Connery pouco pode fazer para salvar o filme, que por sinal teve várias mudanças no roteiro durante as filmagens.

Estação Polar Zebra (Ice Station Zebra, EUA, 1968) – Nota 6,5
Direção – John Sturges
Elenco – Rock Hudson, Ernest Borgnine, Patrick McGoohan, Jim Brown, Tony Bill, Lloyd Nolan.

Um submarino nuclear liderado pelo comandante James (Rock Hudson) recebe a missão de resgatar um satélite que caiu no Polo Norte e que os soviéticos utilizavam para espionar o ocidente. Chegar ao objeto antes dos inimigos é fundamental para evitar um conflito nuclear. 

Esta aventura com toques políticos é baseada em um livro de Alistair McLean, que teve outras obras adaptadas para o cinema com melhor resultado, como “Os Canhões de Navarone” e “Desafio das Águias”. Este “Estação Polar Zebra” explora a premissa da Guerra Fria que rendeu diversos filmes, muitos nos anos sessenta. 

Os destaques ficam para o elenco, a caprichada produção toda filmada em estúdio e algumas sequências de tensão. Por outro lado, as duas horas e meia de duração são cansativas, muito por causa do primeiro ato extremamente longo e lento, repleto de diálogos e nada de ação. Estas virtudes e defeitos são comuns em diversos filmes dos anos sessenta e setenta.

domingo, 14 de julho de 2024

Filhos da Guerra

 


Filhos da Guerra (Europa Europa, Alemanha / França / Polônia, 1990) – Nota 8
Direção – Agnieszka Holland
Elenco – Marco Hofschneider, Julie Delpy, Andre Wilms, Rene Hofschneider, Hanns Zischler.

Quando explode a Segunda Guerra, a família judia de Solomon (Marco Hofschneider) foge da Alemanha e os membros terminam se separando. Para sobreviver, Soloman esconde sua identidade, se passando primeiro por comunista e depois chegando até a entrar para o exército nazista, sempre tomando extremo cuidado e sofrendo para não ser identificado. Tudo fica ainda mais complicado quando ele se envolve com uma jovem (Julie Delpy) que é uma fanática antissemita. 

Este longa é baseado na história real de Solomon Perel, que inclusive assina o roteiro em parceria com a diretora polonesa Agnieszka Holland. A história é uma saga de sobrevivência em meio aos absurdos da guerra. 

O protagonista vivido pelo então jovem ator alemão Marco Hofschneider se transforma em uma espécie de camaleão que se adapta para sobreviver, sendo este com certeza o melhor papel de sua carreira. 

Mesmo sendo um filme de guerra, os focos são o drama pessoal do protagonista e a propaganda nazista que era uma verdadeira lavagem cerebral na população e principalmente nos jovens. O resultado é mais um belo longa entre tantos sobre a Segunda Guerra.

sábado, 13 de julho de 2024

Cães de Guerra & Soldados da Morte

 


Cães de Guerra (The Dogs of War, Inglaterra, 1981) – Nota 7
Direção – John Irvin
Elenco – Christopher Walken, Tom Berenger, Colin Blakely, Paul Freeman, Jean-François Stévenin, Jobeth Williams, Pedro Armendariz Jr., Ed O’Neill.

Jamie Shannon (Walken) é um mercenário contratado por uma corporação para derrubar um ditador em um pequeno país africano, abrindo caminho para um sucessor ligado a empresa. Disfarçado como fotógrafo, Jamie analisa os locais e planeja a ação treinando a sua equipe de assassinos. 

Mesmo com uma certa lentidão inicial e com grande parte do tempo focando nos preparativos para o golpe, este é um interessante longa sobre a influência de corporações e governos em países de Terceiro Mundo. Estes bastidores e o treinamento levam a um explosivo final que ainda entrega uma surpresa cínica. Destaque para a atuação do sempre marcante Christopher Walken.

Soldados da Morte ou Jogo Cego (Who'll Stop the Rain, EUA, 1978) – Nota 6
Direção – Karel Reisz
Elenco – Nick Nolte, Tuesday Weld, Michael Moriarty, Anthony Zerbe, Richard Masur, Ray Sharkey, Gail Strickland, Charles Haid.

Ray (Nick Nolte) é um desiludido veterano da Guerra do Vietnã que aceita contrabandear heroína em uma negociata organizada por seu amigo John (Michael Moriarty). Ao fazer a entrega, Ray descobre que a situação é mais complicada do que parece. Ele termina se tornando alvo de agentes federais corruptos e consegue fugir levando a esposa do amigo (Tuesday Weld). 

Este longa que segue a linha que começava a surgir na época sobre histórias pesadas ligadas ao Vietnã tem um desenvolvimento tenso e personagens marginais, porém uma trama que analisada a fundo beira o inverossímil na motivação do crime. A produção lembra os filmes da contracultura dos anos sessenta, inclusive na irregularidade da narrativa.