domingo, 20 de abril de 2025

Touch

 

Touch (Snerting, Islândia / Inglaterra / Japão, 2024) – Nota 7,5
Direção – Baltasar Kormakur
Elenco – Egill Olafsson, Kôki, Palmi Kormakur, Masahiro Motoki, Yoko Narahashi, Ruth Sheen, Masatoshi Nakamura, Meg Kubota.

Kristófer (Egill Olafsson) é um homem com mais de setenta anos que decide viajar da sua terra natal na Islândia para tentar reencontrar um amor perdido de cinquenta anos atrás. Em paralelo, a narrativa mostra em flashbacks a juventude de Kristófer (Palmi Kormakur) em Londres quando tomou decisões que mudaram completamente sua vida. 

Este sensível longa explora a clássica trama romântica sobre casais que foram separados e que durante décadas sonharam em reatar o relacionamento. A jornada do protagonista em busca de um fechamento é sóbria, com drama na medida certa e ótimas atuações. Destaque ainda para a belíssima fotografia e as locações na Islândia, na Inglaterra e no Japão.

sábado, 19 de abril de 2025

A Conferência

 

A Conferência (Die Wannseekonferenz, Alemanha, 2022) – Nota 7,5
Direção – Matti Geschonneck
Elenco – Philipp Hochmair, Johannes Allmayer, Maximilian Bruckner, Matthias Bundschuh, Fabian Busch, Godehard Giese.

Em 20 de janeiro de 1942, integrantes da alta cúpula nazista se reuniram em uma belíssima casa colonial no arredores de Berlim no que ficou conhecido como a Conferência de Wannsee. O objetivo da reunião liderada por Reinhard Heydrich (Philipp Hochmair) com auxílio de seu braço-direito Adollf Eichmann (Johannes Allmayer) era definir o que eles chamavam de "Solução Final da Questão Judaica". 

O plano de extermínio foi discutido em detalhes, desde a mudança das leis, passando pelo transporte dos presos até a terrível forma de execução. A reunião é desenvolvida como se fosse o conselho de uma grande empresa tomando decisões estratégicas, em que cada personagem defende seus interesses ou suas ideias. 

É interessante citar que mesmo aqueles que em algum momento defendiam amenizar as ações, por outro lado colocavam em pauta soluções absurdas, enquanto outros não tinham pudor algum em demonstrar seu apoio ao extermínio. Todo o elenco está bem, com destaque para Philipp Hochmair que cria um Heydrich cheio de sorrisos, calmo e manipulador.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

O Navio Condenado

 

O Navio Condenado (The Wreck of the Mary Deare, Inglaterra / RUA, 1959) – Nota 6
Direção – Michael Anderson
Elenco – Gary Cooper, Charlton Heston, Michael Redgrave, Emlyn Williams, Cecil Parker, Alexander Knox, Virginia MxKenna, Richard Harris.

Um barco de resgate liderado por Sands (Charlton Heston) encontra um navio cargueiro aparentemente abandonado no Canal do Mancha. Ao entrar no navio, Sands encontra Patch (Gary Cooper), que era o terceiro em comando e o único tripulante que não abandonou no navio. O que a princípio parece ser resultado de um desastre, aos poucos é revelado por Patch que o ocorrido é algo muito mais complicado. 

Os pontos altos do longa são as sequências inicial e final dentro do navio alagado, que foram muito bem filmadas com um bom suspense. Os segredos das trama também são bem amarrados, o problema é a narrativa irregular. Uma parte no meio do filme é cansativa, nos momentos em que a dupla principal retorna para terra firme. O resultado é um filme interessante e mediano.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Chaplin

 

Chaplin (Chaplin, EUA, 1992) – Nota 8
Direção – Richard Attenborough
Elenco – Robert Downey Jr, Geraldine Chaplin, Paul Rhys, Moira Kelly, Anthony Hopkins, Dan Aykroyd, Marisa Tomei, Penelope Ann Miller, Kevin Kline, Milla Jovovich, Kevin Dunn, Diane Lane, Nancy Travis, James Woods, Bill Patterson, David Duchovny, John Thaw.

Esta biografia do lendário Charles Chaplin (Robert Downey Jr.) parte de uma entrevista fictícia realizada no final da vida na Suíça, em que ele descreve fatos importantes de sua trajetória profissional e pessoal para um biógrafo (Anthony Hopkins), que são detalhadas em flashbacks. 

Apesar de longa duração, do muitos personagens e situações, o longa é extremamente interessante para quem tem interesse em saber mais sobre Chaplin. O roteiro foca em seus vários relacionamentos amorosos, nos problemas com o governo americano e na amizade com o astro Douglas Fairbanks (Keivn Kline) que faleceu cedo. 

Além do ótimo elenco, o grande destaque mesmo fica para a esplêndida atuação de Robert Downey Jr., que parece ter incorporado Chaplin nas várias sequências que recriam as filmagens dos longas originais.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Agonia e Êxtase

 

Agonia e Êxtase (The Agony and the Ecstasy, EUA, 1965) – Nota 7,5
Direção – Carol Reed
Elenco – Charlton Heston, Rex Harrison, Diane Cilento, Harry Andrews, Adolfo Celi, Alberto Lupo, Venantino Venantini, Fausto Tozzi.

Roma, 1508. O Papa Júlio II (Rex Harrison) praticamente obriga o escultor Michelangelo (Charlton Heston) a abandonar a construção de uma tumba que ele mesmo pediu, para iniciar um novo projeto. A missão é pintar o teto da Capela Sistina, algo que Michelangelo não gostaria de fazer por não se considerar um grande pintor. Durante quatro anos, artista e Papa travam diversas discussões sobre o andamento do complicado projeto e de suas visões diferentes sobre a vida. 

Este longa baseado em um livro que conta uma história real foca basicamente no conflito entre os dois personagens e nas angústias enfrentadas por Michelangelo, que é mostrado com um sujeito obcecado por seu trabalho e firme em suas convicções. O roteiro ainda toca na questão das guerras em que o Papa Júlio II liderava a Igreja para anexar novos territórios, porém sem se aprofundar. 

É um filme bastante interessante que vai agradar quem gosta de artes e de histórias da Igreja Católica.

terça-feira, 15 de abril de 2025

Gilda

 

Gilda (Gilda, EUA, 1946) – Nota 7,5
Direção – Charles Vidor
Elenco – Rita Hayworth, Glenn Ford, George Macready, Joseph Calleia.

Johnny Farrell (Glenn Ford) é um apostador que viaja para a Argentina com o objetivo de tirar a sorte grande em cassinos. Um conflito o leva a conhecer Ballin Mundson (George Macready) que é o violento dono de um cassino. Ele faz amizade com o sujeito e se torna seu braço-direito, porém tudo fica complicado ao descobrir que a esposa do novo amigo é Gilda (Rita Hayworth), que foi sua amante anos atrás em Nova York. 

Este clássico noir é muito mais famoso pelo clima sensual do que pela trama. A belíssima Rita Hayworth domina a tela em cada cena, com sequências que eram avançadas para a época, além dos diálogos afiados. Sua atuação é tão marcante, que a atriz carregou o rótulo de femme fatale por toda a carreira.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Legado de Violência & King Rikki

 

Legado de Violência (Hammer, Canadá, 2019) – Nota 6,5
Direção – Christian Sparkes
Elenco – Will Patton, Mark O’Brien, Ben Cotton, Vickie Papavs, Connor Price, Dayle McLeod.

Chris (Mark O’Brien) se envolve em uma fracassada negociação de drogas. Para tentar salvar sua vida, ele busca ajuda com seu pai (Will Patton), que mesmo tendo uma relação complicada, aceita auxiliar o jovem. O pai esconde a situação da esposa, além de não ter certeza do tamanho do problema que irá enfrentar. 

Este longa canadense de baixo orçamento entrega uma tensa história que mistura violência e lealdade familiar. É a típica trama em que um personagem que se perdeu na vida termina por envolver a família em seus problemas. Destaque para as locações na região rural e as sequências de violência.

King Rikki (King Rikki, EUA, 2002) – Nota 5,5
Direção – James Gavin Bedford
Elenco – Jon Seda, Mario Lopez, Tonantzin Carmelo, Timothy Paul Perrez, Vincent Castellanos, Sam Sarpong, Alex Miranda, Manny Perez, Liz Torres, Adam Rodriguez

Rikki (Jon Seda) é um jovem integrante de uma gangue de latinos em Los Angeles. A enorme ambição de crescer dentro da gangue faz com que Rikki passe por cima de todos, até mesmo de sua família. 

Este longa de baixo orçamento tem inspiração curiosa em uma mistura dos filmes de Máfia com os dramas de Shakespeare. É uma série de traições e mortes em que o protagonista não demonstra ter sentimento algum, apenas ganância. 

Mesmo com uma atuação convincente de Jon Seda e a premissa interessante, o filme deixa a desejar no desenvolvimento da trama e nas atuações do restante do elenco.

domingo, 13 de abril de 2025

E.T.: O Extraterrestre

 

E.T.: O Extraterrestre (E.T. the Extra-Terrestrial, EUA, 1982) – Nota 9
Direção – Steven Spielberg
Elenco – Henry Thomas, Drew Barrymore, Dee Wallace, Peter Coyote, Robert MacNaughton, C. Thomas Howell, K.C. Martel, Erika Eleniak.

Alienígenas visitam a Terra, porém ao fugir para não serem vistos, um deles fica para trás. Escondido em um bosque, ele é encontrado pelo garotinho Elliott (Henry Thomas), que com sua ingenuidade consegue criar uma conexão e levá-lo para sua casa. Ao lado do irmão (Robert MacNaughton) e da irmãzinha (Drew Barrymore), eles tentam manter segredo, porém será impossível esconder o alienígena para sempre. 

Este divertido longa além de ter sido o maior sucesso comercial da carreira de Steven Spielberg, também se tornou um marco no que é conhecido como “Cinema Pipoca”. O próprio Spielberg começou esse “gênero” por acaso com o clássicos “Tubarão” e “Os Caçadores da Arca Perdida”, que juntos com “Guerra nas Estrelas” arrastaram um massa para as salas de cinema em todo o mundo. 

O filme intercala comédia, drama na relação criada entre o alienígena e o garotinho, além de aventura e suspense para todas as idades.

sábado, 12 de abril de 2025

Dia Zero

 

Dia Zero (Zero Day, EUA, 2025) – Nota 7,5
Direção – Lesli Linka Glatter
Elenco – Robert De Niro, Jesse Plemons, Lizzy Caplan, Connie Britton, Joan Allem, Matthew Modine, Angela Bassett, Bill Camp, Dan Stevens, McKinley Belcher III, Mozhan Navabi, Gaby Hoffmann, Mark Ivanir.

Um ataque cibernético transforma os EUA em um caos durante um curto período. A ameaça de um segundo ataque leva a presidente (Angela Bassett) a criar um comitê de urgência com poderes especiais para investigar o caso e chegar aos culpados. 

A liderança do comitê é oferecida ao ex-presidente Mullen (Robert De Niro), que em apenas um mandato deixou um legado de honestidade com a opinião pública. O que o veterano político aposentado não sabe é que o crime está ligado a algo extremamente complexo. 

Esta interessante minissérie em seis episódios vai além das possíveis consequências de um ataque cibernético real. O roteiro explora os bastidores políticos das alianças pelo poder e a manipulação das massas disseminada por uma mídia corrupta. 

A trama resvala no que é chamado de Deep State, na utilização de armas desconhecidas e leva até um final em que mesmo tendo uma solução, fica claro que as raízes da corrupção são bem mais profundas.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Oficina do Diabo

 

Oficina do Diabo (Brasil, 2025) – Nota 8
Direção – Filipe Valerim
Elenco – Sergio Barreto, Felipe de Barros, Roberto Mallet, Elizângela, Felipe Folgosi, Rafael Senatore, Ari Willians, Jessica Vasconcelos.

Em 1969, Pedro (Sergio Barreto) é um músico que após se perder na vida e na carreira, volta para a casa da mãe (Elizângela) em uma pequena vila no interior do Paraná. Frustrado e sem perspectivas, Pedro é atormentado em sua mente pelo jovem demônio Davi (Felipe de Barros), que tem com tutor o velho diabo Fausto (Robert Mallet). Enquanto Pedro tenta reencontrar seu caminho, os demônios agem para possuir sua alma. 

Este longa produzido pelo Brasil Paralelo tem como ponto principal a luta que todas as pessoas travam diariamente contra seus próprios demônios. O roteiro parte da ideia de que as pessoas tem a livre escolha de como enfrentar a vida, seja ultrapassando obstáculos sem deixar com que eles influenciem em seus relacionamentos ou se entregar a frustração, ao medo e ao ódio, pagando caro por isso. 

Mesmo para quem não acredita em vida após a morte ou espiritualidade, o filme é simbólico ao mostrar que a pessoa pode escolher viver na Terra como se fosse seu paraíso ou transformar sua existência em um inferno. 

A parte técnica é extremamente caprichada, mesmo ficando claro que não é um filme de grande orçamento. Os destaques do elenco ficam para da dupla de demônios interpretados por um cínico Roberto Mallet e um ambicioso Felipe de Barros, além de ter sido o último papel da atriz Elizângela. Conhecida por diversos trabalhos na tv durante mais de quarenta anos, ela faleceu em 2023, antes do filme ter sido montado. 

Vale citar que as locações foram na Vila de Paranapiacaba, famoso local turístico no Estado de São Paulo.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

5 é o Número Perfeito

 

5 é o Número Perfeito (5 è il Numero Perfetto, Itália / Bélgica / França, 2019) – Nota 6,5
Direção – Igor Tuveri
Elenco – Toni Servillo, Valeria Golino, Carlo Buccirosso, Lorenzo Lancellotti.

Nápoles, 1972. Peppino (Toni Servillo) é um assassino da Máfia “aposentado”, que se vê obrigado a voltar à ativa quando seu filho é morto durante um "trabalho". Pepino inicia um ciclo de vingança envolvendo amigos e inimigos ligados a duas famílias mafiosas. 

Este divertido longa é baseado em uma graphic novel, o que fica claro no estilo do diretor e roteirista Igor Tuveri, que divide o longa em cinco capítulos explorando locais sinistros em uma Nápoles noturna. As sequências de ação funcionam, que são basicamente tiroteios em que o protagonista vivido pelo veterano Toni Servillo jamais é atingido. O roteiro ainda entrega uma surpresa na sequência final.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Pavilhão 7

 

Pavilhão 7 (Captain Newman, M.D., EUA, 1963) – Nota 7
Direção – David Miller
Elenco – Gregory Peck, Tony Curtis, Angie Dickinson, Eddie Albert, Bobby Darin, James Gregory, Robert Duvall, Jane Withers, Dick Sargent, Larry Storch.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Capitão Newman (Gregory Peck) é o psiquiatra responsável por uma instituição militar no Arizona especializada em tratar veteranos traumatizados pela guerra. A forma humana como Newman trata os pacientes, junto com seu assistente (Tony Curtis) ajudam vários veteranos a superar a tragédia. 

Este longa pouco lembrado mistura drama e comédia na medida certa. O roteiro mostra a terrível questão dos traumas de guerra de forma particular em três personagens. O jovem piloto vivido pelo cantor Bobby Darin que precisa superar o medo, o capitão interpretado por um jovem Robert Duvall que se sente culpado por ter sobrevivido e a loucura que aos poucos toma conta de um coronel na pele do ator Eddie Albert. 

Esses momentos mais pesados são intercalados por situações engraçadas criadas pelo personagem de Tony Curtis, como a sequência do Natal por exemplo. É um filme agradável com um ótimo elenco.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Twinky

 

Twinky (Lola ou London Affair, Inglaterra / Itália, 1970) – Nota 6
Direção – Richard Donner
Elenco – Charles Bronson, Susan George, Orson Bean, Honor Blackman. Michael Craig, Jack Hawkins, Trevor Howard, Paul Ford, Lionel Jeffries.

Em Londres, Lola (Susan George) é uma adolescente de dezesseis anos que se envolve com o escritor de livros eróticos Scott (Charles Bronson), que é muito mais velho. Quando os pais da garota descobrem, Lola utiliza sua inteligência para fazer com que aceitem o relacionamento. 

Este curioso longa dirigido por Richard Donner, que ficaria famoso anos depois com vários grandes trabalhos como “Superman” e “Máquina Mortífera”, foca nas mudanças de costumes que ocorriam no final dos anos sessenta. O garota interpretada por Susan George era expansiva e queria aproveitar a vida, mesmo quebrando regras. 

Por mais que o filme tenha uma narrativa que envelheceu bastante, a forma como o relacionamento é desenvolvido segue o caminho normal de altos e baixos com um final bastante esperando para o tipo de situação. 

É estranho ver Charles Bronson em um drama romântico. Vale citar que Bronson estava em um fase em que trabalhou em vários filmes na Europa. Como informação, com o passar dos anos esse filme teve três títulos diferentes.