quinta-feira, 31 de março de 2022

Mundo em Caos

 


Mundo em Caos (Chaos Walking, EUA / Canadá / Hong Kong / Luxemburgo, 2021) – Nota 5,5
Direção – Doug Liman
Elenco – Tom Holland, Daisy Ridley, Mads Mikkelsen, Demian Bichir, David Oyelowo, Kurt Sutter, Cynthia Erivo, Bethany Anne Lind, Nick Jonas, Ray McKinnon, Vincent LeClerc.

Numa vila em um planeta que foi colonizado por humanos, as mulheres foram assassinadas e os homens tem o poder de ouvir os pensamentos de todos. 

Neste mundo sinistro, uma nave sofre um acidente e a “astronauta” Viola (Daisy Ridley) sobrevive. Enquanto o jovem Todd (Tom Holland) tenta ajudá-la, os demais homens de sua vila liderada pelo prefeito (Mads Mikkelsen) vê a chance de utilizar a garota para serem resgatados do planeta. 

Esta ficção com produção caprichada e história de filme B tem uma premissa bastante intrigante que infelizmente se perde em meio a vários furos no roteiro, principalmente da metade para o final. 

A explicação do tempo de viagem da Terra até o planeta da ação, personagens de um determinado local que aparecem e logo são deixados de lado sem uma finalização e a caçada que leva até um clímax que não convence são exemplos das falhas. 

É uma pena, pois a história tinha tudo para render um filme muito melhor.

quarta-feira, 30 de março de 2022

A Lenda do Cavaleiro Verde

 


A Lenda do Cavaleiro Verde (The Green Knight, Irlanda / Canadá / EUA / Inglaterra, 2021) – Nota 5,5
Direção – David Lowery
Elenco – Dev Patel, Alicia Vikander, Joel Edgderton, Sarita Choudhury, Sean Harris, Kate Dickie, Ralph Ineson, Barry Keoghan, Anais Rizzo.

Na Idade Média, Gawain (Dev Patel) é o sobrinho do rei (Sean Harris), que ao invés de ser um cavaleiro corajoso prefere levar uma vida boêmia. Tudo muda quanto um enigmático Cavaleiro Verde (Ralph Ineson) adentra uma festa do rei e faz um desafio, que o inseguro Gawain toma à frente para mostrar seu valor. A atitude do jovem o obrigará a enfrentar um desafio ainda maior um ano depois, em uma saga em busca da honra. 

A história baseada nos chamados “Contos e Lendas Arturianos” apresenta um enfoque e uma narrativa completamente diferentes dos filmes do gênero. Ao invés de ter um protagonista guerreiro, vemos um jovem que não sabe como enfrentar os desafios. O desenvolvimento da história em um ritmo lento e sequências que misturam fantasia e simbolismo resultam em uma narrativa cansativa. 

O diretor e roteirista David Lowery fez algo semelhante com o gênero terror em “A Ghost Story”, porém de uma forma mais interessante, mesmo para o público que não está acostumado ao estilo. Aqui somente os fãs inveterados das histórias ligadas ao Rei Artur vão curtir.

terça-feira, 29 de março de 2022

36

 


36 (36 Quai des Orfevres, França, 2004) – Nota 7
Direção – Olivier Marchal
Elenco – Daniel Auteuil, Gerard Depardieu, André Dussollier, Valeria Golino, Roschdy Zen. Daniel Duval, Francis Renaud, Catherine Marchal.

Léo Vrinks (Daniel Auteuil) e Denis Klein (Gerard Depardieu) lideram grupos distintos de policiais e também alimentam uma enorme rivalidade. Léo é o policial a moda antiga, que pressiona criminosos, enquanto Denis é ambicioso e não mede esforços para subir na carreira, mesmo que prejudique companheiros. Neste contexto, a caçada a uma violenta quadrilha que rouba carros-fortes leva os dois policiais a um ponto sem volta na carreira. 

Este competente longa policial tem a marca do ator e diretor Olivier Marchal, que normalmente intercala violência com sequência dramáticas em meio a histórias de marginalidade. 

O roteiro insere ainda a questão dos bastidores políticos entre os comandantes da polícia e justiça, além das relações entre policiais e informantes. As atuações de Daniel Auteuil e Gerard Depardieu aumentam a tensão da história. 

É um longa que com certeza agradará a quem curte o gênero.

segunda-feira, 28 de março de 2022

Além da Vida

 


Além da Vida (After.Life, EUA, 2019) – Nota 5,5
Direção – Agnieszka Wojtowicz Vosloo
Elenco – Liam Neeson, Christina Ricci, Justin Long, Chandler Canterbury, Celia Weston, Josh Charles.

Uma discussão com o noivo (Justin Long) e na sequência um acidente de automóvel levam Anna (Christina Ricci) a acordar na casa funerária dirigida por Eliot (Liam Neesom). Para desespero de Anna, Eliot diz que ela está morta e que não poderá ter contato com ninguém, até seu enterro daqui a dois dias. 

Esta premissa sinistra e intrigante tem o objetivo de deixar o espectador em dúvida se a protagonista realmente morreu ou se está sendo prisioneira de um psicopata. 

O desenrolar da narrativa segue interessante até o metade da história, quando fatos sem muita explicação começam a acontecer, levando até um final dúbio onde não existe uma resposta correta. 

É aquele tipo de filme em que após a sessão tentamos montar o quebra-cabeça relembrando sequências e situações, mas que fica impossível chegar a uma conclusão concreta, não sei se por falha do roteiro ou se esta foi a ideia da diretora, que por sinal teve aqui seu único trabalho até hoje.

domingo, 27 de março de 2022

Time

 


Time (Time, Inglaterra, 2021) – Nota 7,5
Direção – Lewis Arnold
Elenco – Sean Bean, Stephen Graham, Hannah Walters, Siobhan Finneran, Jack McMullen, Brian McCardie, James Nelson Joyce, Paddy Rowan, Terence Maynard.

Mark Cobden (Sean Bean) é um professor alcoólatra que termina na cadeia após matar um homem por atropelamento. Eric McNally (Stephen Graham) é o experiente agente penitenciário que comanda o pavilhão em que Mark está alojado. A vida dos dois personagens se cruza através de caminhos distintos e decisões que impactarão seus futuros. 

Esta minissérie em três episódios faz um interessante paralelo de vida entre os protagonistas. Enquanto um precisa reencontrar seu caminho, o outro pode estar entrando em uma espiral de erros sem volta. 

Mesmo sendo difícil fugir de alguns clichês dos dramas de prisão, o roteiro consegue ir além ao mostrar a tentativa de alguns em recomeçar a vida e também impor uma narrativa sóbria na questão da relação entre guardas e prisioneiros, lógico que deixando claro que a vida na prisão é algo parecido com o inferno. 

Destaque para as boas atuações de Sean Bean e Stephen Graham.

sábado, 26 de março de 2022

A Revolução Silenciosa

 


A Revolução Silenciosa (Das Schweigende Klassenzimmer, Alemanha, 2018) – Nota 8
Direção – Lars Kraume
Elenco – Leonard Scheicher, Tom Gramenz, Lena Klenke, Isaiah Michalski, Jonas Dassler, Ronaldo Zehrfeld, Florian Lukas, Jordis Triebel, Burghart Klaussner, Michael Gwisdek, Carina Wiese.

Berlim Oriental, 1956. No colégio de uma pequena cidade, alunos de uma classe ficam sabendo sobre a tentativa do povo húngaro em expulsar o exército soviético que dominava o país desde o final da Segunda Guerra. 

Como protesto, eles decidem fazer dois minutos de silencio na aula, o que dá início a uma série de situações que mudarão para sempre a vida dos envolvidos e seus familiares. 

Este é mais um ótimo longa que detalha outra história real sobre como os países que foram dominados por socialistas e comunistas criaram um bizarro mundo de opressão e perseguição a quem ousasse fazer qualquer tipo de questionamento contra a ideologia do Estado. 

O roteiro que é baseado em um livro, mostra como a questão da doutrinação de crianças e adolescentes era primordial para um Estado opressor manter as novas gerações caladas através do medo. 

Vale citar que esta história real ocorreu cinco anos antes da construção do muro de Berlim, que separou de vez as duas Alemanhas, fato que fez com que milhares de pessoas ficassem décadas sem ver familiares e amigos.

sexta-feira, 25 de março de 2022

A Mão de Deus

 


A Mão de Deus (È Stata la Mano di Dio, Itália / EUA, 2021) – Nota 8
Direção – Paolo Sorrentino
Elenco – Filippo Scotti, Toni Servillo, Teresa Saponangelo, Marlon Joubert, Luisa Ranieri, Renato Carpentieri, Massimiliano Gallo, Betty Pedrazzi.

Nápoles, meados dos anos oitenta. Fabietto (Filippo Scotti) é o filho mais novo de um casal de classe média (Toni Servillo e Teresa Saponangelo), tendo ainda o irmão mais velho Marchino (Marlon Joubert) que deseja ser ator. 

As descobertas da idade, a vida em família e a expectativa pela contratação de Maradona para jogar na equipe do Napoli sãos os combustíveis da vida de Fabietto, até ocorreram situações mais complicadas que modificam sua perspectiva de futuro. 

O roteiro escrito pelo diretor Paolo Sorrentino explora fragmentos de sua juventude em Nápoles nos anos oitenta. Ele mistura fatos reais com outros fictícios que dividem o filme em duas partes distintas. 

O estilo de Sorrentino em criar cenas que parecem desconexas, mas que no todo dão uma entendimento maior em relação aos personagens pode não agradar ao público em geral, assim como o humor inusitado e o ritmo irregular. Eu gosto do estilo por ser original, criativo e estranho.

quinta-feira, 24 de março de 2022

The Father

 


The Father (Bashtata, Bulgária / Grécia, 2019) – Nota 6,5
Direção – Kristina Grozeva & Petar Valchanov
Elenco – Ivan Barnev, Ivan Savov.

Pavel (Ivan Barnev) volta para o enterro da mãe em sua cidade natal no interior da Bulgária. Seu pai Vasil (Ivan Savov) é um excêntrico pintor acostumado a atitudes incomuns. 

Um determinado fato junto com o luto faz Vasil acreditar que sua esposa deseja se comunicar com ele. Mesmo a contragosto, Pavel aceita acompanhar o pai na busca por respostas, que ele acredita que encontrará com um médium da região. 

Este inusitado longa explora como tema principal a difícil relação entre pai e filho, principalmente quando as diferenças de personalidade e a forma de ver o mundo são muito grandes. 

Ao mesmo tempo em que várias sequência flertam com a comédia pelo absurdo da situação, o roteiro ainda insere pitadas de crítica ao comunismo que predominou na Bulgária por muitos anos, causando sofrimento e consequências até os dias atuais, tendo como exemplo a sequência na delegacia. 

Enquanto nos países ocidentais vemos jovens acreditando cegamente no socialismo e comunismo, o cinema dos países do leste europeu que sofreram com isso entregam todos os anos filmes mostrando os absurdos e as atrocidades deste sistema político.

quarta-feira, 23 de março de 2022

Fear City: New York vs. the Mafia

 


Fear City: New York vs. the Mafia (Fear City: New York vs. the Mafia, EUA, 2020) – Nota 7
Direção – Sam Hobkison
Documentário

No final dos anos setenta, Nova York sofria com um alto índice de criminalidade e com a cidade dividida em regiões em poder de cinco famílias mafiosas que extorquiam comerciantes, serviços e empresas. 

Neste contexto, surge a ideia das autoridades utilizarem uma lei chamada RICO, que fora criada anos antes para combater crimes financeiros, mas nunca utilizada com mafiosos. A ideia dá início a uma gigantesca investigação que levou os chefões da Máfia ao banco dos réus. 

Este documentário dividido em três episódios detalha as táticas utilizadas pela polícia e o FBI na investigação através de depoimentos dos envolvidos, inclusive de dois ex-mafiosos que cumpriram pena. 

Vemos ainda uma pequena biografia dos cinco chefões da Máfia e a forma como eles lidavam com os negócios e com os inimigos, muito disso através de fotos, imagens e gravações de conversas que foram utilizadas como provas no tribunal. 

Vale citar que o sucesso desta investigação abriu caminho para Rudolph Giuliani, então Promotor de Justiça de Nova York, se eleger prefeito da cidade nos anos noventa. 

É um documentário para quem tem curiosidade sobre o assunto.

terça-feira, 22 de março de 2022

Eu, Deus e Bin Laden

 


Eu, Deus e Bin Laden (Army of One, EUA, 2016) – Nota 5,5
Direção – Larry Charles
Elenco – Nicolas Cage, Russell Brand, Wendy McLendon Covey, Amar Chadha Patel, Paul Scheer, Will Sasso, Denis O’Hare, Rainn Wilson.

Após os atentados de 11 de Setembro, Gary Faulkner (Nicolas Cage) que vive em uma pequena cidade do Colorado tem alucinações e passa a acreditar que Deus (Russell Brand) deseja que ele cumpra a missão de encontrar e prender Osama Bin Laden. Faulkner inicia uma saga de absurdos para tentar chegar ao Paquistão em busca do terrorista. 

Baseado numa inacreditável história real com um ótimo potencial, este longa infelizmente resulta em uma comédia boba, que tem com maior destaque a alucinada interpretação de Nicolas Cage, que se mostra mais maluco do que o verdadeiro Gary Faulkner que aparece em cenas nos créditos finais. O filme perde tempo em diálogos bobos e algumas situações que beiram o pastelão, como a sequência do roubo da motocicleta.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Nosso Amor & A Última Canção

 


Nosso Amor (Ordinary Love, Inglaterra, 2019) – Nota 7
Direção – Lisa Barros D’as & Glenn Leyburn
Elenco – Lesley Manville, Liam Neeson, Amit Shah, David Wilmot.

Joan (Lesley Manville) e Tom (Liam Neeson) é um casal de meia-idade que precisa enfrentar a terrível notícia de que a esposa está com tumor na mama. Eles iniciam uma dolorosa saga de consultas, exames e hospitais, relembrando ainda a perda da filha anos atrás. 

Este sensível drama tem como ponto principal defender a força de uma casamento de verdade, daqueles em que a relação vai além do desejo ou conveniência, em que a amizade, a lealdade e a união são mais fortes. 

O roteiro tem os dois pés na realidade, detalhando as alegrias e também as pequenas discussões do dia a dia de um casal e principalmente como uma relação com base forte pode superar qualquer problema. Um dos acertos é levar a história a um final diferente do que este tipo de drama costuma explorar. 

É um longa que mostra a realidade da vida ordinária (comum) de um casal, assim como diz o título original.

A Última Canção (Lullaby, EUA, 2014) – Nota 6,5
Direção – Andrew Levitas
Elenco – Garrett Hedlund, Richard Jenkins, Anne Archer, Jessica Brown Findlay, Amy Adams, Jessica Barden, Terrence Howard, Jennifer Hudson, Daniel Sunjata, Frankie Shaw.

Após muitos anos afastado da família, Jonathan (Garret Hedlund) retorna para Nova York ao saber que o pai Robert (Richard Jenkins) voltou a ser internado por causa um de câncer. O que Jonathan não sabe é que o pai está em fase terminal. O difícil relacionamento com o pai e com a irmã (Jessica Brown Findlay) rapidamente vem á tona, enquanto a mãe (Anne Archer) tenta apaziguar a situação. 

O roteiro escrito pelo diretor Andrew Levitas segue o estilo comum dos dramas familiares sobre doenças em que os personagens precisam enfrentar suas frustrações para fechar um ciclo e tentar seguir em frente. 

Apesar de ser um clichê, o destaque fica para a personagem de Jessica Barden que vive uma adolescente que está doente e que se torna uma espécie de guru informal para o protagonista. A pequena participação de Amy Adams como a ex-namorada do protagonista é outro clichê do gênero. 

É um filme correto e esquecível.

domingo, 20 de março de 2022

Licorice Pizza

 

    

Licorice Pizza (Licorice Pizza, Canadá / EUA, 2021) – Nota 8
Direção – Paul Thomas Anderson
Elenco – Cooper Hoffmann, Alana Haim, Bradley Cooper, Sean Penn, Tom Waits, Skylar Gisondo, Ben Safdie, George DiCaprio, Mary Elizabeth Ellis, Emma Dumont, John C. Reilly, Maya Rudolph, John Michael Higgins, Harriet Samson Harris, Joseph Cross, Christine Ebersole.

Califórnia, San Fernando Valley, 1973. Gary (Cooper Hoffmann) é um adolescente de quinze anos que faz pequenos trabalhos como ator. Ao conhecer Alana (Alan Haim), que tem dez anos a mais, Gary se apaixona. Alana resiste e a princípio mantém uma relação de amizade, que aos poucos vai se tornando um laço mais forte e também mais complicado. 

Este trabalho do diretor Paul Thomas Anderson é mais um longa com toques autobiográficos utilizando a Califórnia dos anos setenta como destaque. O roteiro explora a clássica história de amor adolescente em meio a efervescência da época. 

Os protagonistas cruzam o caminho de personagens excêntricos ligados ao cinema, como o ator veterano (Sean Penn), o diretor maluco (Tom Waits), o astro arrogante (Bradley Cooper), o jovem em ascensão (Skylar Gisondo) e explora até a questão política ao inserir um candidato que guarda um segredo (Ben Safdie).

O desenvolvimento do casal de protagonistas é outro acerto, com o ótimo Cooper Hoffmann, filho do falecido Philip Seymour Hoffmann, perfeito como o jovem inteligente que aproveita as oportunidades e a agitada Alana Haim interpretando a jovem que aparenta ser madura, mas que carrega suas dúvidas e inseguranças. 

A produção caprichada e algumas sequências como a do caminhão nas colinas de Los Angeles são outros destaques.

sábado, 19 de março de 2022

Missa da Meia-Noite

 


Missa da Meia-Noite (Midnight Mass, Canadá / EUA, 2021) – Nota 7,5
Direção – Mike Flanagan
Elenco – Kate Siegel, Zach Gilford, Hamish Linklater, Kristin Lehman, Samantha Sloyan, Henry Thomas, Igby Rigney. Rahul Kohli, Annabeth Gish, Annarah Cymone, Rahul Abburi, Matt Biedel, Michael Trucco, Crystal Balint, Louis Oliver, Robert Longstreet.

Um novo padre (Hamish Linklater) chega em uma pequena ilha para comandar a paróquia local substituindo um velho monsenhor. O carismático sujeito esconde um segredo que mudará o destino dos moradores. 

Esta minissérie em nove episódios com títulos de capítulos da Bíblia explora temas como manipulação de massas, busca pela vida eterna e principalmente a fé cega. 

Os personagens são bem desenvolvidos, com cada um tendo de lidar com seus próprios demônios, carregando frustrações e erros. A busca pela redenção ou para amenizar as dores leva alguns a acreditarem no absurdo. 

A minissérie intercala sequências com diálogos mais profundos, como a conversa sobre a morte entre os personagens de Kate Siegel e Zach Gilford, com outras de violência e sangue. 

No elenco destaque para o personagem do padre e da fanática religiosa vivida por Samantha Sloyan. 

É uma obra bastante interessante e com certeza o melhor trabalho do diretor e roteirista Mike Flanagan.

sexta-feira, 18 de março de 2022

The Card Counter

 


The Card Counter (The Card Counter, Inglaterra / China / EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Paul Schrader
Elenco – Oscar Isaac, Tye Sheridan, Tiffany Haddish, Willem Dafoe, Alexander Babara, Bobby C. King, Ekaterina Baker, Bryan Truong.

William Tell (Oscar Isaac) é um jogador de cartas que viaja pelos cassinos dos EUA ganhando pequenas somas através da tática ilegal de “contar cartas”. Ao cruzar o caminho do jovem Cirk (Tye Sheridan), que o reconhece e faz uma proposta complicada, os fantasmas do passados do protagonista vem à tona. 

Narrado em off pelo personagem de Oscar Isaac, este longa tem as virtudes e os defeitos comuns as obras de Paul Schrader. São sequências filmadas com qualidade e pontuadas hora por um silêncio estranho e em outros momentos por um trilha sonora marcante, além de personagens bem construídos que beiram a marginalidade. 

O grande problema em seus trabalhos é o ritmo lento que resulta em uma narrativa fria, mesmo com o pano de fundo desta história tendo um potencial explosivo. Aos setenta e cinco de anos de idade, já está mais do que provado que Paul Schrader é muito melhor roteirista do que diretor.

quinta-feira, 17 de março de 2022

O Céu da Meia-Noite & Nova Ordem Espacial

 


O Céu da Meia-Noite (The Midnight Sky, EUA, 2020) – Nota 5
Direção – George Clooney
Elemco – George Clooney, Felicity Jones, David Oyelowo, Caoilinn Springall, Kyle Chandler, Demian Bichir, Tifany Boone, Sophie Rundle, Ethan Peck, Tim Russ.

Em um futuro próximo, a Terra vive um apocalipse ambiental que levou os governos a enviarem missões para tentar colonizar um planeta distante. Vários sobreviventes que vivem em um laboratório no Ártico fogem para outro local indefinido. Somente o cientista Augustine (George Clooney) decide ficar no laboratório para continuar tentando contato com as estações espaciais. Apenas uma estação ainda funciona tentando voltar à Terra, o que seria desastroso. 

Esta ficção com temática ambiental se perde no ritmo extremamente lento e na história que tenta ser emotiva, mas que resulta em algo totalmente piegas. Nem mesmo as sequências de ação funcionam, uma no gelo em meio a neve e outra na estação espacial. Não é difícil também descobrir a surpresa que o roteiro esconde até a parte final. 

É uma pena, a produção extremamente caprichada é desperdiçada em uma obra vazia e cansativa.

Nova Ordem Espacial (Seungriho, Coreia do Sul, 2021) – Nota 6,5
Direção – Sung Hee Jo
Elenco – Song Joong Ki, Kim Tae Ri, Jin Seon Kyu, Hae Jin Yoo, Richard Armitage, Ye Rin Park.

Em 2092 a Terra sofre com problemas climáticos, o que fez com que uma corporação crie uma colônia espacial. Neste contexto, uma nave com coletores de lixo espacial resgata por acaso uma criança-robô (Ye Rin Park) que aparentemente carrega uma bomba de grande potência. Ela é procurada pelo governo e também por um grupo terrorista. A princípio os lixeiros pensam em lucrar vendendo a garota, mas aos poucos se afeiçoam pela menina e percebem que a situação é ainda mais complicada do que imaginam. 

Esta ficção sul-coreana é uma mistura de “Star Wars” com “Guardiões da Galáxia” recheada de sequências de ação em CGI que não perdem em nada na comparação com os longas hollywoodianos. O roteiro cria um passado para cada personagem, uma jornada de redenção e um vilão típico do gênero. O grande problema acaba sendo a longa duração, que deixa a narrativa irregular com algumas sequências que poderiam ter sido cortadas ou minimizadas. 

O filme diverte e prende a atenção, mas fica claro que é um tipo de história que já vimos outras vezes.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Free Guy: Assumindo o Controle

 


Free Guy: Assumindo o Controle (Free Guy, EUA / Canadá, 2021) – Nota 7
Direção – Shawn Levy
Elenco – Ryan Reynolds, Jodie Comer, Taika Waititi, Joe Keery, Lil Rel Howery, Utkarsh Ambudkar.

Guy (Ryan Reynolds) é um personagem coadjuvante de um famoso game. Seu destino dentro do jogo é sempre o mesmo, com uma repetição diária. Tudo muda quando ele se apaixona por outra personagem (Jodie Comer). A questão é que a garota existe no mundo real, tendo como objetivo provar que o código do jogo foi sua criação que acabou roubada por um espertalhão (Taika Waititi). 

A trama explora uma colagem de referências de filmes como “Feitiço do Tempo”. “O Show de Truman” e os longas de super-heróis. A parte técnica é sensacional, misturando cenários de game com atores que encarnam personagens típicos deste mundo. O problema a ser resolvido pela protagonista com seu parceiro vivido por Joe Keery tendo a ajuda do personagem virtual de Ryan Reynolds é puro clichê, assim como vários diálogos infantis. 

É um filme para a geração atual que adora games.

terça-feira, 15 de março de 2022

A Guerra do Amanhã

 


A Guerra do Amanhã (The Tomorrow War, EUA, 2021) – Nota 8
Direção – Chris McKay
Elenco – Chris Pratt, Yvonne Strahovski, J.K.Simmons, Betty Gilpin, Sam Richardson, Edwin Hodge, Jasmine Mathews, Ryan Kiera Armstrong, Keith Powers, Mary Lynn Rajskub.

Durante um jogo da copa do mundo de futebol em 2022, soldados vindos de trinta anos no futuro descem no campo e mostram para o mundo inteiro que a Terra foi invadida por alienígenas. Os governos mundiais se unem para enviar pessoas para ajudar na luta em 2051 através de um portal que foi criado por cientistas. Neste contexto, o professor de ciências e ex-militar Dan Forester (Chris Pratt) é convocado pelo governo e se torna peça-chave na luta pela sobrevivência da humanidade. 

Esta ficção é um ótimo filme-pipoca que tem como ponto principal entreter os espectador sem explorar questões políticas ou sociais, preferindo dar a ênfase à família e as amizades, valores muitas vezes esquecidos pelo cinema nos últimos anos. A narrativa extremamente ágil, as competentes sequências de ação e os efeitos especiais de primeira são outros destaques. 

É um filme para quem curte ação e ficção e deseja se divertir sem problematizar.

segunda-feira, 14 de março de 2022

Small Engine Repair

 


Small Engine Repair (Small Engine Repair, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – John Pollono
Elenco – John Pollono. Jon Bernthal, Shea Whigham, Ciara Bravo, Jordana Spiro, Spencer House.

Alguns anos após sair da cadeia, Frank (John Pollono) é dono de uma oficina mecânica e vive com a filha Crystal (Ciara Bravo) que está prestes a ir para a universidade. Ele mantém uma forte amizade desde a infância com Swaino (Jon Bernthal) e Packie (Shea Whigham). Após uma discussão e uma breve separação entre os amigos, eles se reencontram na oficina a pedido de Frank, que parece esconder algo. 

Escrito, dirigido e protagonizado pelo desconhecido ator John Pollono, este longa durante os dois primeiros terços explora o drama familiar e a relação quase infantil entre os amigos, que se ofendem e discutem como adolescentes. No terço final o roteiro cria uma reviravolta mudando completamente o foco da trama e colocando à prova a amizade do trio. 

É um filme independente de baixo orçamento que de forma de curiosa mistura personagens de meia-idade quase ultrapassados pela vida, com uma situação atual bem diferente da realidade dos personagens. 

É basicamente um filme sobre a amizade levada ao extremo.

domingo, 13 de março de 2022

Busca na Tormenta & Prova de Redenção

 


Busca na Tormenta (The Search, França / Geórgia, 2014) – Nota 6
Direção – Michel Hazanavicius
Elenco – Bérénice Bejo, Annette Bening, Maksim Emelyanov, Abdul Khalim Mamutsiev, Zukhra Duishvili.

Durante a invasão russa na Chechênia em 1999, o garoto Hadji (Abdul Khalim Mamutsiev) consegue salvar o irmão bebê o deixando na casa de uma família, mas se perde da irmã mais velha (Zukhra Duishvili) que sobreviveu após testemunhar ao pais serem executados. 

Hadji segue em direção a uma cidade grande, local onde cruza o caminho de Carole (Berenice Bejo), que trabalha com direitos humanos na ONU e que se apega ao garoto, enquanto a irmã o procura em vários locais. 

Uma narrativa em paralelo segue o caminho do jovem russo Kolia (Maksim Emelyanov), que após ser preso por um pequeno delito é obrigado a se alistar no exército para escapar da cadeia. 

Este drama que utiliza o fato real da guerra como ponto de partida peca ao criar algumas soluções fáceis para situações extremamente complexas, inclusive a coincidência no final. 

A mensagem sobre o lado bom que uma criança desperta em um adulto sem filhos é bastante positiva, porém falta algo na interpretação de Bérénice Bejo. Em momento algum ela demonstra emoção real, diferente do garoto que vive o pequeno Hadji de forma espontânea. A narrativa do jovem soldado também parece destoar da proposta inicial. 

É um filme que segue uma fórmula batida, agradando quem deseja emoção fácil sem grande profundidade.

Prova de Redenção (Twice Born, Itália / Espanha, 2012) – Nota 5,5
Direção – Sergio Castellitto
Elenco – Penélope Cruz, Emile Hirsch, Adnan Haskovic, Saadet Aksoy, Pietro Castellitto, Mira Furlan, Jovan Divjak, Jane Birkin. Branko Djuric, Sergio Castellitto.

A italiana Gemma (Penélope Cruz) decide viajar para Saravejo na hoje Sérvia após receber um telefonema de seu antigo amigo Gojko (Adnan Haskovic). Gemma leva seu filho adolescente Pietro (Pietro Castellitto) com o objetivo de mostrar ao garoto o local onde ele nasceu em 1992 durante a Guerra dos Balcãs, mas também deseja reviver as lembranças de seu romance com o fotógrafo americano Diego (Emile Hirsch), que é o pai biológico do garoto. 

Dividido em duas narrativas paralelas, uma que vai de 1984 a 1992 e a segunda em 2008, este longa detalha uma história de amor com paixão, desilusões, dramas e frustrações ao estilo de um novelão. Várias situações e diálogos beiram o dramalhão, até mesmo nas sequências da guerra. O motivo que dá início a crise na relação do casal de protagonistas também é típico das novelas. 

A produção caprichada esconde este conteúdo vazio que pode agradar apenas aos fãs inveterados de romances dramáticos.

sábado, 12 de março de 2022

O Capitão

 


O Capitão (Der Hauptmann, Alemanh / França / Polônia / China / Portugal, 2017) – Nota 7,5
Direção – Robert Schwentke
Elenco – Max Hubacher, Alexander Fehling, Sebastian Rudolph, Max Thommes, Frederick Lau.

Alemanha, 1945, final da Segunda Guerra Mundial. Na sequência inicial, uma patrulha persegue um soldado alemão que desertou. O rapaz (Max Hubacher) consegue escapar e encontra um carro abandonado com o uniforme de um capitão. O jovem decide vestir a farda e assumir a patente para tentar sair vivo da guerra. 

Ele cruza o caminho de outros desertores e monta um pequeno grupo, exercendo o papel de líder. Aos poucos, o rapaz passa a agir como se fosse realmente um carrasco nazista, misturando a vontade de sobreviver com o fascínio pelo poder. 

Baseado em uma inusitada história real, este longa explora a questão de como ter poder afeta a maioria das pessoas. O protagonista não mede esforços, mentiras e até execuções para manter seu disfarce. A fotografia em preto e branco ajuda no clima de decadência que envolve o final do terceiro Reich. Destaque para a ótima atuação de Max Hubacher, perfeito como o jovem soldado manipulador.

sexta-feira, 11 de março de 2022

Vigiados

 


Vigiados (The Rental, EUA, 2020) – Nota 6,5
Direção – Dave Franco
Elenco – Dan Stevens, Alison Brie, Sheila Vand, Jeremy Allen White, Toby Huss, Anthony Molinari.

Os irmãos Charlie (Dan Stevens) e Josh (Jeremy Allen White) com suas respectivas namoradas Michelle (Alison Brie) e Mina (Sheila Vand) alugam pela internet uma belíssima casa à beira mar em um local isolado. O que seria um final de semana de diversão se transforma em pesadelo quando eles descobrem que estão sendo vigiados por câmeras escondidas. 

Escrito e dirigido pelo ator Dave Franco, irmão do astro James Franco, este suspense de curta duração tem uma narrativa tensa e sem surpresas até os dez minutos finais. Após o clímax, o roteiro entrega uma surpresa em relação ao vilão através de uma sequência extremamente criativa explicando o modus operandi do sujeito. 

Quem curte o gênero vai gostar deste filme, mesmo sendo apenas mediano no geral.

quinta-feira, 10 de março de 2022

A Solução Final

 


A Solução Final (Eichmann, Hungria / Inglaterra, 2007) – Nota 6
Direção – Robert Young
Elenco – Thomas Kretschmann, Troy Garity, Franka Potente, Stephen Fry, Delaine Yates, Tereza Srbova.

Israel, 1962. Após ser localizado na Argentina e sequestrado pelo Mossad, o criminoso nazista Adolf Eichmann (Thomas Kretschmann) é levado para ser julgado em Israel. Interrogado durante meses pelo promotor Avner Less (Troy Garity), Eichmann alega que somente cumpria ordens do Reich, tentando se eximir de sua culpa no Holocausto. 

Este telefilme é uma das várias obras que tentam explicar o que levou um burocrata com Eichmann e tantos outros alemães a participarem da terrível perseguição aos judeus na Segunda Guerra Mundial. 

Esta situação absurda de obediência cega ficou conhecida como a “banalidade do mal” descrita em livro pela escritora Hannah Arendt, que viu em Eichmann o exemplo perfeito desta loucura. 

O filme é apenas razoável ao intercalar os interrogatórios com sequências em flashbacks desmascarando as mentiras do protagonista. Destaque para a atuação cínica de Thomas Kretschmann.

quarta-feira, 9 de março de 2022

O Céu é de Verdade & Nove Dias

 


O Céu é de Verdade (Heaven is For Real, EUA, 2014) – Nota 6
Direção – Randall Wallace
Elenco – Greg Kinnear, Kelly Reilly, Thomas Haden Church, Connor Corum, Lane Styles, Margo Martindale, Jacob Vargas, Thanya Romero.

Todd Burpo (Greg Kinnear) é o pastor de uma igreja em uma pequena cidade americana. Quando seu filho de quatro anos Colton (Connor Corum) tem um sério problema de saúde e se recupera após uma cirurgia, Todd tem suas crenças colocadas em cheque. O pequeno Colton diz que saiu do corpo durante a cirurgia e foi para o céu. O fato muda a vida da família, que inclui a mãe (Kelly Reilly) e uma irmã (Lane Styles). 

Baseado em uma história real, este longa coloca em discussão a questão da crença na vida após a morte. A sinceridade com que o garoto conta sua história, além de detalhes que seriam impossíveis ele saber faz com que a família e o espectador pensem muito sobre o tema. 

A narrativa lembra as produções para tv ao estilo Hallmark, principalmente nas sequências dramáticas. Destaque para a interpretação espontânea do garotinho Connor Corum, que por sinal não seguiu carreira.

Nove Dias (Nine Days, EUA, 2021) – Nota 5,5
Direção – Edson Oda
Elenco – Winston Duke, Benedict Wong, Zazie Beets, Bill Skarsgard, Tony Hale, Perry Smith.

Will (Winston Duke) observa através de fitas VHS em velhas tvs a vida de nove pessoas, que na verdade são almas que ele está analisando se podem reencarnar para viver na Terra. É como se a casa de Will fosse uma espécie de limbo. Em complemento aos vídeos, Will entrevista e conversa com cada uma delas, tentando tirar o máximo de informações sobre seus sentimentos, desejos e caráter. 

A premissa do roteiro escrito pelo diretor Edson Oda é muito interessante ao colocar em debate a questão da reencarnação e a crença no espiritismo. O grande problema é que a narrativa é muito lenta e os diálogos são vazios, resultando em uma obra extremamente chata, indicada apenas para quem é fã incondicional do tema.

terça-feira, 8 de março de 2022

Clickbait

 


Clickbait (Clickbait, EUA, 2021) – Nota 7
Direção – Ben Young, Emma Freeman, Cherie Nowlan & Brad Anderson
Elenco – Zoe Kazan, Betty Gabriel, Phoenix Raei, Adrian Grenier, Camaron Engels, Jaylin Fletcher, Ian Meadows, Abraham Lim, Elizabeth Alexander, Becca Lish, Steve Mouzakis.

Um vídeo em que um sujeito ferido (Adrian Grenier) segura um cartaz citando que ao chegar em cinco milhões de visualizações ele será assassinado viraliza e dá início a uma complexa investigação e uma série de eventos envolvendo temas de internet como perfis falsos, aplicativos de encontro e traições. 

A ideia é bastante interessante e atual ao explorar o lado obscuro das ferramentas da internet e como isso impacta diretamente na vida das pessoas. São oito episódios em que cada um deles foca em um personagem, até o episódio final denominado “A Resposta”. 

A cada episódio surgem novas pistas que apontam para algum personagem, em uma série de reviravoltas que leva até a surpreendente revelação da identidade do culpado no episódio final. 

O roteiro tem falhas, principalmente na questão de deixar de lado alguns personagens que em determinado momento pareciam importantes, mas isso não chega a atrapalhar. A narrativa ágil e as várias surpresas compensam os furos. Destaque para Zoe Kazan como a temperamental irmã do sujeito sequestrado.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Nunca Mais Nevará

 


Nunca Mais Nevará (Sniegu Juz Nigdy Nie Bedzie, Polônia / Alemanha / Holanda, 2020) – Nota 5
Direção – Malgorzata Szumowska & Michal Englert
Elenco – Alec Utgoff, Maja Ostaszewska, Agata Kulesza, Weronika Rosati, Katarzyna Figura, Lukasz Simlat, Andrzej Chyra, Krzysztof Czeczot.

Zhenia (Alec Utgoff) é um imigrante ucraniano que ao mudar para a Polônia consegue emprego como massagista de várias pessoas que vivem em um condomínio de subúrbio de classe média alta. 

Estas pessoas aparentemente privilegiadas escondem desejos, tristezas e frustrações que vem à tona nas sessões com Zhenia, que chega a utilizar da hipnose se transformando em uma espécie de guru informal. 

Este estranho longa com uma narrativa lenta e cansativa tenta fazer uma crítica social ao vazio da classe alta pregando que o dinheiro, a família e uma bela casa nem sempre trazem felicidade. 

Este tipo de abordagem funcionou por exemplo no ótimo “Beleza Americana”, mas aqui falta emoção e situações interessantes, resultando em um filme tão vazio quanto o que roteiro tenta defender.

domingo, 6 de março de 2022

Os Muitos Santos de Newark

 


Os Muitos Santos de Newark (The Many Saints of Newark, EUA, 2021) – Nota 6,5
Direção – Alan Taylor
Elenco – Alessandro Nivola, Leslie Odom Jr., Jon Bernthal, Vera Farmiga, Corey Stoll, Ray Liotta, Michela De Rossi, Michael Gandolfini, Billy Magnussen, John Magaro, Michael Imperioli, Samson Moeakiola, Joey Diaz.

Newark, anos sessenta. Dickie Moltisanti (Alessandro Nivola) faz parte da Máfia local ao lado dos irmãos Johnny (John Bernthal) e Junior Soprano (Corey Stoll) que exercem liderança sobre vários bandidos que extorquem comerciantes e cobram dinheiro de apostas ilegais. 

Este prequel sobre a juventude de Tony Soprano (Michael Gandolfini, filho do falecido James Gandolfini) e como seu relacionamento com pai, tio e outros figuras do submundo moldaram seu caráter para se tornar o chefão mafioso de New Jersey décadas depois vale apenas como curiosidade para quem acompanhou a série. 

O longa é repleto de situações ligadas a eventos futuros da série, como as próprias atitudes do adolescente Tony, além das participações dos coadjuvante ainda jovens que na série se tornariam parceiros do protagonista. 

O roteiro tem acertos e erros. Ele acerta ao seguir a fórmula da série de desmistificar a lealdade entre mafiosos. São traições, mentiras e assassinatos que colocam ganância e ódio acima de qualquer amizade ou lealdade. 

As falhas do roteiro surgem ao querer explorar o contexto social dos protestos da comunidade negra na época e inserir o personagem de Harold (Leslie Odom Jr.), que era cobrador da Máfia e que se torna um inimigo ao criar seu próprio grupo de cobrança de jogos ilegais. Esta disputa entre os grupos não se desenvolve, ficando sem um desfecho e tirando um pouco da força da trama principal que seriam os conflitos entre os próprios mafiosos italianos. 

Vale destacar a narração do personagem Christopher Moltisanti (Michael Imperioli), que foi assassinado na série, mas que mesmo assim conta sua própria história de vida e de seus companheiros e parentes. 

Eu acompanhei toda a série, que começou de forma sensacional nas duas temporadas iniciais, continuou com qualidade nas duas seguintes e terminou de forma morna e sem clímax nas duas finais.

sábado, 5 de março de 2022

A Cartada Final & Tudo Por um Segredo

 


A Cartada Final (The Score, EUA, 2001) – Nota 7
Direção – Frank Oz
Elenco – Robert De Niro, Edward Norton, Marlon Brando, Angela Bassett, Gary Farmer.

Nick (Robert De Niro) é um veterano ladrão especializado em grandes roubos que está praticamente “aposentado”. Ao receber uma proposta irrecusável de seu mentor Max (Marlon Brand), que é outro ladrão ainda mais veterano, Nick aceita o trabalho pensando em ser sua despedida do crime. Os problemas surgem quando ele descobre que terá como parceiro o jovem Jack (Edward Norton), que tem atitudes e forma de trabalhar completamente diferente. 

Este longa segue o estilo das tramas sobre roubos através de detalhes do plano, segredos e reviravoltas. Mesmo com a tensão crescente na parte na final, a ação fica em segundo plano, o ponto principal é o contexto da história com os conflitos entre os personagens. 

O grande destaque fica para o elenco que reuniu três astros de gerações diferentes, além de ter sido o último trabalho de Marlon Brando.

Tudo Por um Segredo (Welcome to Collinwood, EUA / Alemanha, 2002) – Nota 6
Direção – Anthony & Joe Russo
Elenco – Sam Rockwell, William H. Macy, Isaiah Washington, Michael Jeter, Patricia Clarkson, Andrew Davoli, Luis Guzman, Jennifer Esposito, Gabrielle Union, George Clooney, John Buck Jr..

Um ladrão de carros (Luiz Guzman) é preso após um roubo malsucedido. Na cadeia, seu companheiro de cela que cumpre prisão perpétua dá a dica para um assalto que renderia uma fortuna. Desesperado para sair da prisão, o sujeito pede para sua namorada (Patricia Clarkson) pagar outro bandido para confessar seu crime. A mulher termina contando sobre o roubo para vários bandidos vagabundos, que decidem eles mesmos levarem o plano adiante. 

Essa comédia tem como destaque os primeiros vinte minutos e a parte final quase com o mesmo tempo. A primeira parte serve de apresentação dos personagens, com suas manias a loucuras, chegando até divertida participação de um paranoico George Clooney. 

A parte final quando eles colocam o plano em ação e desencadeiam uma sequência de absurdos também é engraçada. O problema é o “recheio da história” que perde tempo com situações bobas e dois romances que não convencem. 

Entre os personagens malucos, destaque para o citado George Clooney e para o falecido Michael Jeter.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Togo

 


Togo (Togo, EUA, 2019) – Nota 6,5
Direção – Ericson Core
Elenco – Willem Dafoe, Julianne Nicholson, Christopher Heyerdahl. Richard Dormer, Michael Greyeyes, Nive Nielsen, Adrien Dorval, Michael McElhatton, Catherine McGregor, Nikolai Nikolaeff, Thorbjorn Harr, Madeline Wickins.

Alasca, 1925. Uma cidade isolada está sofrendo com vários casos de difteria, principalmente em crianças. Os medicamentos para tratamento estão em uma cidade a muitos quilômetros de distância. 

Em meio ao forte inverno com muita neve, a chance de salvar os doentes fica com Leonhard Seppala (Willem Dafoe), que utiliza cães que puxam trenós para fazer a difícil viagem. Um destes cães é o Togo do título. 

Este longa produzido pela Disney é baseado em uma história real e segue o estilo de filmes antigos da produtora como “Caninos Brancos”. Adoro cães, gosto de filmes sobre o tema e também histórias na neve, mas este por mais simpático que seja fica abaixo do esperado. 

Tem algumas boas sequências de ação e uma mensagem de esperança, mas ao final me pareceu mais do mesmo, com uma narrativa cansativa e cenas com emoções rasas. O destaque maior são as belíssimas locações em Alberta no Canadá.

quinta-feira, 3 de março de 2022

The Man Standing Next

 


The Man Standing Next (Namsanui Bujangdeul, Coreia do Sul, 2020) – Nota 7,5
Direção – Min Ho Woo
Elenco – Lee Byung Hun, Lee Sung Min, Kwak Do Won, Lee Hee Joon.

Coreia do Sul, 1979. O presidente Park (Lee Sung Min) é um ditador que comanda o país há quase duas décadas, mas vive uma situação complicada com revoltas populares e com a fuga para os EUA de seu antigo chefe da polícia secreta (Kwak Do Won) que resolveu contar os podres para a imprensa americana. 

Neste contexto, o novo chefe da polícia secreta é Kim Pyeong (Lee Byung Hun), que mesmo sendo leal ao presidente não concorda com suas atitudes para enfrentar a crise, vislumbrando que não irá demorar para o líder ser deposto. 

Baseado em uma complexa história real, este longa detalha a sucessão de conflitos entre o alto escalão do governo da Coreia do Sul que levou à queda do ditador, abrindo caminho para uma nova ditadura que se iniciaria em seguida. 

A narrativa prende a atenção, principalmente para quem gosta de tramas políticas repletas de traições e violência. Destaque para a atuação de Lee Byung Hun como o estrategista político que usa sua experiência para enfrentar os inimigos dentro do governo. 

Vale citar as imagens e até uma gravação de áudio que são mostradas nos créditos finais explicando um pouco mais sobre o que realmente ocorreu.

quarta-feira, 2 de março de 2022

Echo Boomers: A Geração Esquecida

 


Echo Boomers: A Geração Esquecida (Echo Boomers, EUA, 2020) – Nota 5,5
Direção – Seth Savoy
Elenco – Michael Shannon, Patrick Schwarzenegger, Alex Pettyfer, Hayley Law, Oliver Cooper, Gilles Geary, Jacob Alexander, Lesley Ann Warren.

Três anos após a se formar em arte, Lance (Patrick Schwarzenegger) está desempregado. Ele recebe uma proposta de seu primo Jack (Gilles Geary) para um novo emprego, sem saber que o jovem faz parte de uma quadrilha especializada em roubar obras de arte, joias e dinheiro de milionários, além da vandalizar as casas das vítimas. 

A premissa deste longa tem uma leve semelhança com o razoável “Bling Ring: A Gangue de Hollywood”, porém tentando inserir um contexto social distorcido na motivação dos jovens ladrões. 

As narrações em off do protagonista e da personagem de Hayley Law enquanto estão na cadeia ajudam a contar a história e a detalhar as personalidades e o passado individual como se fossem desculpas para os roubos. É a visão socialista de ver pessoas ricas ou com mais posses como inimigas que precisam ser confrontadas. 

O roteiro também insere como desculpa a situação econômica americana e a questão da falta de empregos, mesmo para pessoas formadas e qualificadas. 

Deixando de lado estas entrelinhas, o filme tem uma certa qualidade até a metade, incluindo as sequências de roubo e as discussões com o receptador vivido por Michael Shannon. O ritmo cai na meia-hora final quando a trama se volta para os conflitos entre os ladrões. 

O resultado é abaixo do razoável.

terça-feira, 1 de março de 2022

Roxanne & Fluentes no Amor

 

  

Roxanne (Roxanne, EUA, 1987) – Nota 6,5
Direção – Fred Schepisi
Elenco – Steve Martin, Daryl Hannah, Shelley Duvall, Rick Rossovich, Michael J. Pollard, John Kapelos, Fred Willard, Damon Wayans.

C.D. Bales (Steve Martin) é um bombeiro que se apaixona pela jovem Roxanne (Daryl Hannah), que se mudou a pouco tempo para a cidade. Complexado por ter um nariz enorme, Bales não tem coragem de se declarar a garota. A situação fica mais confusa quando seu colega de trabalho Chris (Rick Rossovich) pede ajuda para conquistar Roxanne. Bales começar a escrever cartas para a jovem como se fosse o seu amigo. 

Esta versão moderna de Cyrano de Bergerac se apoia nas piadas de Steve Martin que estava no auge da carreira na época. A narrativa intercala momentos engraçados com outros que resultam em um drama leve sobre frustração amorosa. É basicamente uma história clássica transformada em sessão da tarde.

Fluentes no Amor (Old Boys, Inglaterra / Suécia, 2018) – Nota 5,5
Direção – Toby MacDonald
Elenco – Alex Lawther, Jonah Hauer King, Pauline Etienne, Denis Ménochet, Joshua McGuire, Nicholas Rowe.

Amberson (Alex Lawther) é aluno de um colégio inglês que cultiva tradições como um jogo que parece uma versão medieval do Rugby. Deslocado em relação as estas tradições, Amberson faz amizade com a jovem Agnes (Pauline Ettiene) que é filha do novo professor de francês (Denis Ménochet). Mesmo apaixonado por Agnes, Amberson aceita ajudar seu amigo Winchester (Jonah Hauer King) ao escrever poemas para garota em nome do rapaz. 

Esta versão adolescente do clássico da literatura “Cyrano de Bergerac” passa longe de empolgar. Além da previsibilidade por ser uma história amplamente conhecida, em momento algum a narrativa decola, faltando ainda carisma para o elenco, com exceção da boa atuação de Alex Lawther.