sábado, 29 de novembro de 2014

Justa Causa & Um Beijo Antes de Morrer


Justa Causa (Just Cause, EUA, 1995) – Nota 6
Direção – Arne Glimcher
Elenco – Sean Connery, Laurence Fishburne, Kate Capshaw, Blair Underwood, Ed Harris, Ned Beatty, Ruby Dee, Christopher Murray, Ruby Dee, Scarlett Johansson, Daniel J. Travanti, Liz Torres, Lynne Thigpen, Victor Slezak, Kevin McCarthy.

Depois de vinte e cinco anos longe dos tribunais, o advogado e hoje professor de direito Paul Armstrong (Sean Connery), recebe a proposta para defender um jovem negro (Blair Underwood) que foi condenado à morte na Flórida com a acusação de ter violentado e assassinado uma garota branca de onze anos. 

O jovem era universitário e aparentemente tinha uma vida respeitável, sem contar que sua confissão foi conseguida sob tortura pelo xerife Tanny Brown (Laurence Fishburne), policial também negro e que era amigo da família da vítima. Paul acaba aceitando o desafio por acreditar na inocência do jovem, porém não imagina que a história é bem mais complicada do que parece. 

O início passa a impressão de que o filme seria um drama sobre luta contra a injustiça, porém a reviravolta que ocorre na metade da história o transforma em um suspense repleto de clichês, que piora por conta dos furos no roteiro. 

É uma pena que a boa premissa é o ótimo elenco tenham sido desperdiçados. O elenco tem ainda como destaques Ed Harris como um psicopata e Scarlett Johansson aos dez anos de idade no papel da filha de Sean Connery.

Um Beijo Antes de Morrer (A Kiss Before Dying, EUA / Inglaterra, 1991) – Nota 6,5
Direção – James Dearden
Elenco – Matt Dillon, Sean Young, Max Von Sydow, James Russo, Diane Ladd, Joie Lee, Rory Cochrane.

Em uma universidade de Filadélfia, Jonathan Corliss (Matt Dillon) é um ambicioso e inescrupuloso estudante que namora em segredo a bela Dorothy Carlsson (Sean Young), filha do milionário Thor Carlsson (Max Von Sydow). Quando Dorothy descobre estar grávida e conta para Jonathan, o sujeito que não deseja casar e pensa apenas no dinheiro da família da moça, decide matá-la forjando um suicídio. 

Pouco tempo depois, Jonathan segue para Nova York e se aproxima de Ellen (Sean Young em papel duplo), irmã gêmea de Dorothy. Os dois iniciam um relacionamento, porém Ellen duvida que sua irmã tenha cometido suicídio e decide investigar, descobrindo fatos obscuros do passado de Jonathan e passando também a correr perigo. 

A trama buscou inspiração nos antigos filmes noir, inclusive sendo uma versão de “Amor, Prelúdio de Morte” de 1956, que tinha Robert Wagner e Jeffrey Hunter nos papéis principais. 

A premissa é interessante, o problema surge com o confuso roteiro e as interpretações ruins do casal principal. Matt Dillon está canastrão como o conquistador assassino e a bela Sean Young não segura as pontas em papel duplo. Por sinal, na sequência da carreira, Sean Young jamais voltou a ter algum papel importante de protagonista, mesmo estando na ativa até hoje, ela se tornou uma mera coadjuvante em diversas produções. 

Como informação, o filme é baseado em um livro de Ira Levin, autor de “Os Meninos do Brazil”.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A Longa Viagem de Volta

A Longa Viagem de Volta (The Long Voyage Home, EUA, 1940) – Nota 7
Direção – John Ford
Elenco – John Wayne, Thomas Mitchell, Ian Hunter, Barry Fitzgerald, John Qualen, Ward Bond, Wilfrid Lawson, Mildred Natwick.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um navio cargueiro inglês sai das Índias Ocidentais em direção aos Estados Unidos com o objetivo de recolher uma carga de explosivos para transportá-la até a Inglaterra. Os tripulantes a princípio não querem aceitar o trabalho, porém mudam de ideia quando o capitão oferece vinte e cinco por cento a mais no valor do salário. A partir daí, os brutos trabalhadores passarão por dificuldades com tempestades, bombardeios e até a suspeita de que um deles seja um espião alemão. 

O grande diretor John Ford, famoso por clássicos do western filmados nas planícies de Monument Valley, aqui filmou em estúdio o drama dos pobres marinheiros, tratados como descartáveis, mas que criam entre si um laço de família. 

A trama é baseada em quatro livros de Eugene O’Neill, que foi marinheiro na juventude e se inspirou em pessoas reais para criar os personagens, além de ter passado por situações parecidas durante a Primeira Guerra, sendo que adaptação de John Ford transportou os acontecimentos para a Segunda Guerra que ocorria na época. 

Assim como em “No Tempo das Diligências”, que Ford dirigiu no ano anterior, o destaque do elenco é Thomas Mitchell, aqui interpretando um veterano irlandês, líder do grupo de marinheiros. 

Como curiosidade, John Wayne interpreta um jovem sueco ingênuo, personagem bem diferente do tipo durão que marcou sua carreira. 

O filme não está entre os melhores trabalhos de Ford, mas vale a sessão pelo elenco e o tema diferente do restante de sua filmografia.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Absolutamente Los Angeles & Próxima Parada Wonderland


Absolutamente Los Angeles (L.A. Without a Map, França / Inglaterra / Finlândia, 1998) – Nota 7
Direção – Mika Kaurismaki
Elenco – David Tennant, Vinnessa Shaw, Julie Delpy, Vincent Gallo, Cameron Bancroft, James LeGros, Johnny Depp, Anouk Aimée, Joe Dalessandro, Amanda Plummer, Lisa Edelstein, Saskia Reeves.

Richard (David Tennant) é o herdeiro de uma funerária de uma pequena cidade inglesa, que sonha em se tornar escritor, mas que na realidade escreve obituários para o jornal local. Durante um funeral, Richard conhece e se apaixona pela americana Barbara (Vinessa Shaw), que mora em Los Angeles e diz ser atriz. 

O romance é interrompido com a volta de Barbara para Los Angeles, porém Richard, que adora cinema e tem como ídolo o astro Johnny Depp, acaba sendo aconselhado por algo como o “espírito do ator” e decide seguir para Los Angeles em busca de Barbara. O que ele não sabe é que na verdade a garota é uma aspirante a atriz que trabalha como garçonete, ao mesmo tempo em que Barbara diz para os amigos ter conhecido um escritor em sua viagem a Inglaterra. O reencontro do casal gera várias surpresas e situações curiosas, muito pela diferença cultural e de costumes entre os personagens. 

Esta simpática comédia romântica brinca um pouco com as pessoas que seguem para Hollywood com o sonho de sucesso e que no final precisam enfrentar a vida real, porém de uma forma leve, sem dramas pesados ou algo do gênero. 

As diferenças entre o casal principal gera uma boa química, mas quem rouba a cena é o agitado casal interpretado por Vincent Gallo e Julie Delpy, sem contar a pequena participação de Johnny Depp, interpretando ele mesmo. 

Como informação, o diretor finlandês Mika Kaurismaki vive no Brasil e já comandou alguns documentários sobre o nosso país. Ele é irmão do também diretor Aki Kaurismaki, responsável pelo cult “Os Cowboys de Leningrando Vão Para a América”.

Próxima Parada Wonderland (Next Stop Wonderland, EUA, 1998) – Nota 7
Direção – Brad Anderson
Elenco – Hope Davis, Alan Gelfant, Victor Argo, Robert Klein, Philip Seymour Hoffman, Cara Buono, José Zuniga, Roger Rees, Callie Thorne, Holland Taylor.

Erin (Hope Davis) é uma enfermeira que trabalha no turno da noite em um hospital e que é abandonada pelo namorado (Philip Seymour Hoffman em pequeno papel antes da fama), um ativista que decide sair de Boston para defender uma causa indígena. Alan (Alan Gelfant) trabalha no aquário da cidade como uma espécie de faz-tudo, mas sonha em estudar biologia marinha. Os dois personagens solitários que sofrem com relacionamentos fracassados e problemas pessoais, se cruzam algumas vezes, porém demoram para perceber que sentem algo a mais. 

Com um fiapo de história, o diretor Brad Anderson (do ótimo “O Operário”) consegue prender a atenção do espectador através da interessante montagem, da melancolia dos personagens e a da curiosa trilha sonora que explora a Bossa Nova. Durante a trama, surge um personagem brasileiro (José Zuniga), que se mostra um galanteador barato que tenta conquistar a triste Erin através da música. 

Como curiosidade, o Wonderland do título é o nome de uma estação de trem de Boston.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Senhor dos Anéis - A Trilogia

O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, Nova Zelândia / EUA, 2001) – Nota 10
Direção – Peter Jackson
Elenco – Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Sean Astin, Liv Tyler, Sean Bean, John Rhys Davies, Cate Blanchett, Orlando Bloom, Billy Boyd, Dominic Monaghan, Christopher Lee, Hugo Weaving, Ian Holm.

O Senhor dos Anéis – As Duas Torres (The Lord of the Rings: The Two Towers, Nova Zelândia / EUA, 2002) – Nota 10
Direção – Peter Jackson
Elenco – Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Sean Astin, Liv Tyler, John Rhys Davies, Bernard Hill, Orlando Bloom, Cate Blanchett, Christopher Lee, Dominic Monaghan, Billy Boyd, Hugo Weaving, Miranda Otto, David Wenham, Brad Dourif, Andy Serkis, Karl Urban, Craig Parker.

O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King, Nova Zelândia / EUA, 2003) – Nota 10
Direção – Peter Jackson
Elenco – Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Liv Tyler, Sean Astin, Billy Boyd, Dominic Monaghan, Bernard Hill, Orlando Bloom, Cate Blanchett, Hugo Weaving, John Rhys Davies, Miranda Otto, Karl Urban, David Wenham, Ian Holm, Sean Bean, John Noble, Andy Serkis.

A adaptação da obra de J. R. R. Tolkien para o cinema era considerada quase uma missão impossível. Quando o diretor neozelandês Peter Jackson assumiu o projeto, o CGI já havia evoluído para dar condições de uma adaptação, mesmo que fosse um projeto extremamente arriscado. Jackson e a produtora New Line investiram uma fortuna para filmar os três livros de Tolkien divididos em três filmes de três horas de duração cada, tudo isto de forma simultânea. 

Poucas vezes um produtor correu este risco. Nos anos setenta, a família Salkind (Alexander, Ilya e Michael) produziu “Os Três Mosqueteiros” e “A Vingança de Milady”, que fizeram sucesso e tinham um elenco recheado de astros. A família repetiu a dose no sucesso de “Superman I e II”, também filmados de forma simultânea. 

No final dos anos oitenta, Robert Zemeckis e Steve Spielberg também investiram uma fortuna em “De Volta Para o Futuro II e III”, com a diferença de que estavam aproveitando o estrondoso sucesso do filme original, diferente da obra de Peter Jackson, que saía do zero, apostando tudo nos fãs dos livros e nos efeitos especiais de ponta. 

Como muitos dizem que para conseguir grandes resultado é necessário correr grandes riscos, a aposta de Jackson e da New Line resultou em três filmes fantásticos, que arrecadaram horrores pelo mundo e que alavancaram um novo gênero. A partir deste sucesso, o cinema embarcou em uma avalanche de adaptações de livros infanto-juvenis de aventura.

Comentar a trama desta magnifica trilogia é desnecessário, o que vale é apreciar as nove horas de imagens perfeitas, personagens carismáticos e cenas de ação de tirar o fôlego.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Montana

Montana (Montana, Inglaterra, 2014) – Nota 6,5
Direção – Mo Ali
Elenco – Lars Mikkelsen, McKell David, Brad Moore, Ashley Walters, Adam Deacon, Richard Herdman, Darrell D’Silva, Zlatko Buric, Sinead Michael.

Em 1995, durante a Guerra dos Balcãs, o paramilitar sérvio Dimitrije (Lars Mikkelsen) tem sua esposa e filho assassinados por companheiros. Ele consegue sobreviver, mesmo perdendo parte de uma perna. 

Quase vinte anos depois, Dimitrije vive em Londres, utilizando sua experiência de paramilitar para assassinar bandidos e traficantes, tendo como principal objetivo localizar Ratko, o criminoso de guerra responsável por matar sua família. 

Quando Dimitrije cruza o caminho de Montana (McKell David), um adolescente envolvido no tráfico, e o salva de ser assassinado, os dois sujeitos que vieram de mundos diferentes, criam um laço de amizade e se unem pelo desejo de vingança. 

Esta inusitada produção inglesa é um filme policial violento, repleto de clichês do gênero, que tem como curiosidade reciclar a premissa de “Karatê Kid”, por mais estranho que isso pareça. O personagem do dinamarquês Lars Mikkelsen (irmão mais velho do astro Mads Mikkelsen) se torna amigo, pai, mentor e treinador do jovem interpretado por McKell David, que se transforma em assassino para cumprir sua vingança. 

O roteiro deixa alguns furos, como a participação quase sem sentido do ladrão que usa uma motocicleta e a rapidez com que o garoto aprende a matar. 

O destaque são as boas cenas de ação, que misturam lutas e tiroteios com muito sangue. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Pearl Harbor

Pearl Harbor (Pearl Harbor, EUA, 2001) – Nota 5,5
Direção – Michael Bay
Elenco – Ben Affleck, Josh Hartnett, Kate Beckinsale, Cuba Gooding Jr, Alec Baldwin, Jon Voight, William Lee Scott, Ewen Bremner, Mako, Colm Feore, Cary Hiroyuki Tagawa, Dan Aykoryd, William Fichtner, Jennifer Garner, Catherine Kellner, Jaime Jing, Michael Shannon, Matthew Davis, John Fujioka, Steve Rankin, Brian Haley, Scott Wilson.

Rafe (Ben Affleck) e Danny (Josh Hartnett) são amigos de infância que se alistam para serem pilotos de caça durante a Segunda Guerra Mundial. Rafe segue para a Europa, onde se junta a Força Aérea Inglesa para defender o Reino Unido dos ataques alemães, enquanto Danny fica nos Estados Unidos, mas é destacado para seguir ao Havaí, mesmo local para onde vai a enfermeira Evelyn (Kate Beckinsale), namorada de Rafe. 

Quando o avião de Rafe é abatido na Europa, Danny e Evelyn acreditam que o amigo tenha falecido. Não demora para os dois engatarem um romance, que se transforma em crise quando Rafe reaparece, tendo sobrevivido ao acidente. A crise do triângulo amoroso também dura pouco, pois no dia seguinte Pearl Harbor é atacada pelas forças japonesas. 

Este longa pode ser considerado o auge do exagero visual da carreira de Michael Bay. Ele pegou um fato histórico marcante, que já foi explorado a exaustão pelos americanos que gostam de defender o país e o transformou numa apoteose de explosões, rasantes de aviões, cortes rápidos e cenas emotivas em câmera lenta, em um desagradável espetáculo exagerado. 

Para piorar, ao invés de focar apenas no ataque japonês, o roteiro de Randall Wallace (“Coração Valente") ainda mostra o contra ataque americano, resultando numa patriotada das piores, sem contar no triângulo amoroso água com açúcar. 

Não considero Michael Bay um diretor ruim, ele entregou bons trabalhos como “Os Bad Boys” e “A Rocha”, porém é impossível não criticar o absurdo estético e o roteiro ruim deste “Pearl Harbor”.

domingo, 23 de novembro de 2014

Parker

Parker (Parker, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Taylor Hackford
Elenco – Jason Statham, Jennifer Lopez, Michael Chiklis, Wendell Pierce, Clifton Collins Jr, Bobby Cannavale, Patti LuPone, Carlos Carrasco, Micah A. Hauptman, Emma Booth, Nick Nolte, Daniel Bernhardt.

Parker (Jason Statham) comanda um assalto a uma feira agrícola em Ohio que rende um milhão de dólares. Os problemas começam em seguida, quando seus comparsas desejam utilizar o dinheiro para financiar outro assalto, este bem mais ousado, que teria como alvo um lote de jóias e diamantes. 

Como Parker não aceita o acordo, os “parceiros” liderados por Melander (Michael Chiklis) decidem matá-lo. Após uma violenta luta, Parker é abandonado quase morto à beira de uma estrada, porém o sujeito durão é resgatado por uma família que passava pelo local, sobrevive e segue o rastro dos sujeitos em busca de vingança e de sua parte do dinheiro roubado. 

Os primeiros quarenta minutos deste longa são muito bons. O complexo plano do assalto inicial é muito bem amarrado, até a sequência da briga entre os ladrões dentro do carro. A partir daí, o ritmo da narrativa cai, principalmente quando entra em cena a personagem da corretora de imóveis interpretada por Jennifer Lopez, que se mostra totalmente deslocada na trama, tanto nas cenas engraçadinhas como na sequência final de ação. Jennifer Lopez é belíssima, tem um lindo corpo, mas sua presença aqui apenas como estrela atrapalha o que poderia render um filme policial sério. 

O roteiro falha também no desenvolvimento dos personagens. A namorada de Parker vivida por Emma Booth também fica deslocada na trama e o personagem aparentemente importante de Nick Nolte, desaparece no meio da história, sem contar bons coadjuvantes como Michael Chiklis e Wendell Pierce que pouco aparecem na tela. 

As cenas de ação do início e do final são competentes, o problema é o desenrolar da trama que ocorre entre as duas pontas do filme.

Para quem gosta do estilo de Jason Statham, o ator comprova novamente que nasceu para interpretar o anti-herói violento.  

sábado, 22 de novembro de 2014

Atividade Paranormal 4

Atividade Paranormal 4 (Paranormal Activity 4, EUA, 2012) – Nota 4,5
Direção – Henry Joost & Ariel Schulman
Elenco – Katie Featherston, Kathryn Newton, Matt Shively, Aiden Lovekamp, Brady Allen, Stephen Dunham, Alexondra Lee.

Cinco após os acontecimentos do segundo filme, quando Katie (Katie Featherston) desapareceu com o sobrinho bebê após assassinar sua irmã e o cunhado, ela ressurge no subúrbio de outro local com um garotinho chamado Robbie (Brady Allen). 

A criança passa a visitar a casa dos vizinhos e faz amizade com o pequeno Wyatt (Aiden Lovekamp), ao mesmo tempo em que suas atitudes estranhas despertam a curiosidade da irmã de Wyatt, Alex (Kathryn Newton) e de seu amigo Ben (Matt Shively), que tem o hábito de conversarem por videochat e filmarem tudo o que é possível. Não demora para as câmeras filmarem situações sem explicação.

Os dois primeiros filmes tinham tramas que se completavam sem ferir a inteligência do espectador. A parte três foi um prequel razoável, com boas ideias e algumas cenas interessantes de suspense. Infelizmente este quarto filme mostra que a história se esgotou e a série se transformou num caça-níquel. 

O reaparecimento da personagem Katie não convence, a trama apresenta uma surpresa sem explicação e os diálogos são péssimos, principalmente nas cenas em que contracenam os pais de Alex. Falta até mesmo suspense. O filme não assusta nem os mais medrosos. 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A Excêntrica Família de Antonia

A Excêntrica Família de Antonia (Antonia, Holanda / Bélgica / Inglaterra, 1995) – Nota 7,5
Direção – Marleen Gorris
Elenco – Willeke van Ammelrooy, Els Dottermans, Dora van der Groen, Veerle van Overloop, Jan Decleir, Mil Seghers.

Sem uma data específica, mas provavelmente nos anos cinquenta, a viúva Antonia (Willeke van Ammelrooy) retorna para a pequena vila onde nasceu no interior da Holanda, levando sua jovem filha Danielle (Els Dottermans). 

Mulher de gênio forte e com mentalidade à frente de sua época, Antonia enfrenta o machismo presente no local e acolhe em sua propriedade várias pessoas consideradas descartáveis pelos moradores. 

Um rapaz com atraso mental, uma jovem abusada pelo pai e o irmão, uma prostituta mãe de dois filhos, um ex-padre e um velho senhor intelectual que não sai de casa traumatizado por causa dos horrores que testemunhou durante a Segunda Guerra, se tornam sua família. 

O roteiro seguirá a vida destas pessoas durante algumas décadas, incluindo ainda o crescimento da “família”, tanto pelo nascimento de Therese (Veerle van Overloop na fase adulta), filha de Danielle, uma garota com inteligência acima da média, quanto pelas crianças frutos dos agregados de Antonia. 

Vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro, o roteiro deste interessante drama foca em vários temas universais, ao mesmo tempo em que os situa na vida aparentemente pacata da pequena vila holandesa. Temos os conflitos familiares, a solidariedade, o preconceito, a violência, a religião, o suicídio e as pequenas mudanças de costumes com o passar do tempo. 

Em meio a tudo isto, o ponto principal é a liberdade de escolha da mulher. Antonia é uma personagem que defende seus ideais sem medo, numa época em isso era incomum. Sua filha Danielle dá um passo a mais com “a produção independente” que resulta em Therese e também no relacionamento com outra mulher. Todos estes fatos são mostrados através de uma narrativa peculiar, num estilo diferente do que estamos acostumados, sem pressa, porém na medida certa do drama. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Closer - Perto Demais

Closer – Perto Demais (Closer, EUA / Inglaterra, 2004) – Nota 7,5
Direção – Mike Nichols
Elenco – Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman, Clive Owen.

Ontem o cinema perdeu o diretor Mike Nichols, responsável pelo clássico "A Primeira Noite de um Homem" e por bons filmes como "Ardil 22", "Silkwood - O Retrato de uma Coragem" e "Jogos do Poder".

Nesta postagem comento seu maior sucesso de crítica dos últimos trinta anos, o drama "Closer - Perto Demais".

Em Londres, Dan (Jude Law) é um jornalista fracassado que escreve obituários. Por acaso, ele cruza o caminho da stripper Alice (Natalie Portman), com quem se envolve. Depois de algum tempo, Dan conhece a fotógrafa Ana (Julia Roberts), com quem também passa se relacionar. Depois de mais algum tempo, Ana é quem se envolve com outra pessoa, o médico Larry (Clive Owen). Mesmo assim, Ana continua se encontrando com Dan. Quando Larry descobre a traição, acaba conhecendo também Alice, criando uma ciranda amorosa e sexual entre os quatro personagens. 

O longa é baseado em uma peça de Patrick Marber, que também escreveu o roteiro e que foca nas relações amorosas entre pessoas comuns. Não existe julgamento, o que vemos são situações reais de relacionamentos complicados entre casais. Discussões, traições e mentiras são escancarados em diálogos diretos e cortantes. 

É um filme que se sustenta pela direção firme de Nichols, pelo roteiro e as interpretações que valeram indicações a prêmios importantes, principalmente para Natalie Portman e Clive Owen.

Quem não se importar com o excesso de diálogos e abraçar a premissa, aproveitará um interessante espetáculo sobre as fraquezas de caráter do ser humano.   

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

7 Caixas

7 Caixas (7 Cajas, Paraguai, 2012) – Nota 8
Direção – Juan Carlos Maneglia & Tana Schembori
Elenco – Celso Franco, Lali Gonzalez, Victor Sosa, Nico Garcia, Paletita, Manu Portillo, Mario Toñanez, Roberto Cardozo, Nelly Davalos.

Este longa paraguaio foi uma das grandes surpresas do cinema nos últimos anos, principalmente por ser uma produção de um país que não tem tradição alguma no cinema. 

A trama se passa em 2005 durante um dia e uma noite dentro do enorme Mercado 4, um misto de mercado livre e camelódromo situado no centro de Assunção, capital do Paraguai. 

O personagem principal é Victor (Celso Franco), um jovem que percorre o mercado trabalhando como carregador utilizando um carrinho de mão. Quando sua irmã (Nelly Davalos) mostra um celular com câmera que sua amiga está vendendo, produto que era novidade na época, o garoto fica obcecado em arranjar dinheiro para comprá-lo. 

A oportunidade surge quando o funcionário de um açougue (Roberto Cardozo) o contrata para esconder sete caixas, que segundo ele devem ser protegidas com sua vida. O sujeito oferece cem dólares pelo trabalho. Victor aceita, mas não imagina que será perseguido pela polícia, por um grupo de carregadores rivais e até pelo dono do açougue que deseja reaver as caixas, contando apenas com a ajuda de sua amiga Liz (Lali Gonzalez). 

A dupla de diretores segue o estilo hollywoodiano de filmes policiais, com uma trama bem amarrada, que esconde o conteúdo das caixas até a metade da história e que envolve vários personagens que se cruzam até o explosivo climax. 

É interessante notar que os diretores criaram divertidas e criativas cenas de perseguição utilizando as vielas apertadas do mercado, colocando a câmera no corpo dos personagens e nos carrinhos de mão. 

O filme se tornou o maior sucesso da história do cinema paraguaio e com certeza é uma ótima diversão para quem gosta do gênero policial.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

No Olho do Tornado

No Olho do Tornado (Into the Storm, EUA, 2014) – Nota 7,5
Direção – Steven Quale
Elenco – Richard Armitage, Sarah Wayne Callies, Matt Walsh, Max Deacon, Nathan Kress, Alycia Debnan Carey, Arlen Scarpeta, Jeremy Sumpter, Lee Whittaker, Kyle Davis, John Reep.

Uma equipe de caçadores de tornado, um colégio cheio de estudantes celebrando a formatura e uma dupla de malucos que criam vídeos ao estilo Jackass, precisam enfrentar uma gigantesco tornado que atravessa a pequena cidade de Silverton, no meio-oeste americano. 

Utilizando a premissa de “Twister”, misturada com o estilo câmera na mão de “Cloverfield”, o diretor Steven Quale (do fraco “Premonição 5”) acerta em cheio ao criar uma divertida aventura catástrofe com cara de filme B. 

O grande destaque são as sequências em que surgem os tornados. Vemos carros voando, torres de iluminação caindo, construções sendo destruídas e a incrível cena em que o veículo tanque utilizado pelos caçadores é levado para o vórtice do tornado. 

Sem grandes astros, o rosto mais conhecido é da bela Sarah Wayne Callies de “The Walking Dead”, o longa se sustenta pela narrativa ágil e as ótimas sequências de ação.               

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Kiefer Sutherland

Antes de se consagrar como Jack Bauer, A carreira de Kiefer Sutherland teve altos e baixos. Após alguns pequenos papéis nos anos oitenta, Sutherland chamou atenção por atuações como vilão em "Conta Comigo" e "Os Garotos Perdidos". A carreira deslanchou e teve seu auge em 1990 com o sucesso de "Linha Mortal" e o noivado com Julia Roberts.

Tudo começou a desabar quando Julia Roberts o abandonou dias antes do casamento. Em seguida, filmes como "Hospital de Heróis" e "O Silêncio do Lago" fracassaram, restando ao ator papéis de coadjuvantes em grandes produções ou de protagonista em filmes menores sem grande qualidade.

Quando sua carreira parecia condenada a mediocridade, surgiu a chance na série "24 Horas" e o personagem de Jack Bauer o transformou novamente em astro.

Nesta postagem comento alguns fracassos da carreira de Sutherland.

Procura-se (Woman Wanted, EUA, 2000) – Nota 6
Direção – Kiefer Sutherland (Alan Smithee)
Elenco – Holly Hunter, Kiefer Sutherland, Michael Moriarty, Carrie Preston.

Este drama familiar tem como personagem principal a governanta Emma (Holly Hunter), que aceita um emprego na casa do professor viúvo Richard (Michael Moriarty), que vive com o filho problemático Wendell (Kiefer Sutherland). Após pouco tempo, percebe-se que os três personagens tem problemas, a relação entre pai e filho praticamente não existe e a governanta tem um passado triste com seu ex-marido. Este mar de sofrimentos fará com que eles se aproximem e tentem esquecer o passado. 

Dirigido pela ator Kiefer Sutherland, esta obra é um pouco arrastada e apesar dos dramas da história, o filme não empolga. Os momentos que deveriam ter emoção são frios demais, além disso, provavelmente deve ter ocorrido algum problema entre Sutherland e os produtores, pois ele assina o filme utilizando o famoso pseudônimo Alan Smithee. Para quem não sabe, este pseudônimo foi criado nos anos sessenta, sendo utilizado quando o diretor não aceita a intromissão do produtor na montagem final do filme. Com certeza você já assistiu algum filme dirigido por Alan Smithee.

Quase Sem Destino (Flashback, EUA, 1990) – Nota 6
Direção – Franco Amurri
Elenco – Dennis Hopper, Kiefer Sutherland, Carol Kane, Paul Dooley, Cliff DeYoung, Richard Masur, Michael McKean.

O agente do FBI John Buckner (Kiefer Sutherland) é encarregado de levar para uma prisão federal o fugitivo Huey Walker (Dennis Hopper), um hippie que fora condenado por um atentado nos anos sessenta. Buckner é um sujeito totalmente correto, que segue a risca as regras do FBI. Mesmo assim, o malandro Huey consegue enganá-lo durante a viagem de trem e foge, para desespero de Buckner que precisa recapturá-lo para manter a carreira. 

Mesmo longe de ser um grande filme, a premissa é uma ótima sacada, ao colocar o ícone da rebeldia Dennis Hopper como o hippie fora de época, sujeito que parece não ter saído dos anos sessenta, em contraste com o careta Buckner, que tenta deixar de lado seu passado de filho de um casal de hippies. Este diferença de personalidades gera alguns bons momentos, assim como a trilha sonora recheada de clássicos dos anos sessenta, como a marcante “Born To Be Wild”, consagrada em “Sem Destino”, obra cult de Dennis Hopper.

Renegados Pela Justiça (Renegades, EUA, 1989) – Nota 5
Direção – Jack Sholder
Elenco – Kiefer Sutherland, Lou Diamond Phillips, Jami Gertz, Robert Knepper, Bill Smitrovich, Clark Johnson, Floyd Red Crow Westerman.

Buster McHenry (Kiefer Sutherland) é um policial que consegue se infiltrar em uma quadrilha de assaltantes. Quando o bando assalta um banco e mata duas pessoas, Buster fica a um passo de se tornar criminoso. Para piorar, eles roubam uma lança indígena considerada sagrada. Um jovem índio (Lou Diamond Phillips) toma para si a missão de recuperar a lança. 

Com uma trama absurda e uma fraca direção de Jack Sholder (do péssimo “A Hora do Pesadelo II” e do cult “The Hidden – O Escondido”), o filme tem como único destaque as cenas de ação. É o típico filme descartável dos anos oitenta.

A Sombra do Desejo (The Last Days of Frank the Fly, EUA, 1996) – Nota 5,5
Direção – Peter Markle
Elenco – Dennis Hopper, Kiefer Sutherland, Daryl Hannah, Michael Madsen, Tia Carrere, Dayton Callie.

Frank (Dennis Hopper) é um subalterno da Máfia sempre desrespeitado pelo chefão Sal (Michael Madsen) e seu comparsa Vic (Dayton Callie). Quando Frank é enviado ao set de um filme pornô dirigido por Joey (Kiefer Sutherland), sujeito que foi obrigado a aceitar o trabalho por dever dinheiro para Sal, ele conhece a bela atriz Margareth (Daryl Hannah), por quem se apaixona. Margareth tentou ser atriz séria, mas se afundou nas drogas e prostituição, se tornando propriedade do violento Sal. Para salvar a garota, Frank cria um plano para eliminar Sal com a ajuda de Joey e Margareth, porém as coisas não acontecem como o planejado. 

A trama repleta de traições e mentiras, que poderia lembrar um filme noir, na verdade resulta numa história confusa com personagens caricatos. Além do roteiro ruim escrito pelo ator Dayton Callie, a direção de Peter Markle, com carreira apenas em séries e telefilmes, também não ajuda.

Visões Perigosas (After Alice, Inglaterra / Canadá / Alemanha, 2000) – Nota 5,5
Direção – Paul Marcus
Elenco – Kiefer Sutherland, Henry Czerny, Polly Walker, Gary Hudson.

O detetive Mickey (Kiefer Sutherland) está no limite. Bebe e fuma demais, atormentado por visões dos crimes que investiga. Mickey fica ainda mais confuso quando um serial killer apelidado de Jabberwocky voltar a atacar após um hiato de dez anos. Em meio a investigação, Mickey conhece uma doutora (Polly Walker) especialista em paranormalidade, que o ajuda a entender o porque de suas visões. 

Mesmo tendo um razoável clima de suspense, o longa perde força com uma trama confusa que parece um episódio esticado de seriado de tv. O espectador que gosta do gênero não terá dificuldades em descobrir a identidade do assassino. 

A Hora da Morte (The Killing Time, EUA, 1987) – Nota 5,5
Direção – Rick King
Elenco – Beau Bridges, Kiefer Sutherland, Wayne Rodgers, Joe Don Baker, Camelia Kath, Michael Madsen.

Um psicopata (Kiefer Sutherland) assassina um sujeito que seguia para uma cidade costeira da Califórnia, onde tomaria posse como assistente do xerife. O maluco decide tomar o lugar da vítima e se apresenta no local. Ele toma posse do cargo, mas não imagina que o xerife (Beau Bridges) tem uma amante (Camelia Kath) e que o casal tem um plano para assassinar o marido da adúltera (Wayne Rodgers) e incriminá-lo. 

A trama cheia de mentiras e traições tinha potencial para render um bom filme, assim como o elenco competente, porém o ritmo arrastado e a falta de talento do diretor Rick King comprometem muito o resultado. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Apagar Histórico

Apagar Histórico (Clear History, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Greg Mottola
Elenco – Larry David, Jon Hamm, Kate Hudson, Danny McBride, Michael Keaton, Bill Hader, Eva Mendes, Amy Ryan, J. B. Smoove, Philip Baker Hall, Liev Schreiber.

Califórnia, 2003, Nathan Flomm (Larry David) é o responsável pelo marketing de uma montadora que está prestes a lançar um carro elétrico revolucionário. Quando o dono da empresa, Will Haney (Jon Hamm), apresenta o novo carro e informa que o nome veículo será Howard, Nathan considera um absurdo a decisão. Ele entra em conflito com Will e decide vender sua parte das ações da empresa. Ao perceber a besteira que fez, Nathan tenta desfazer o negócio, mas acaba ignorado por Will. Não demora para o carro se tornar sucesso e Nathan motivo de piada, por ter perdido uma fortuna de dinheiro. Sem emprego e abandonado pela esposa, Nathan abandona a cidade. 

Dez anos depois, Nathan está vivendo em Martha’s Vineyard, utilizando o nome de Rolly e com muitos amigos que não sabem do seu passado. A tranquilidade de Rolly desmorona quando Will compra um velhão casarão na região e decide transformar uma mansão para viver com sua bela esposa (Kate Hudson). Para tentar esconder seu segredo, Rolly se junta a dois malucos (Michael Keaton e Bill Hader) para destruir a mansão, sendo que um deles está revoltado por ter perdido a propriedade que pertencia a sua família, local onde hoje está a mansão de Will.

O estilo do comediante Larry David é fazer o espectador rir de situações constrangedoras, geralmente por conta de mal entendidos resultantes de mentiras ou verdades que não deveriam ser contadas. Para quem não sabe, Larry David foi o parceiro de Jerry Seinfeld na aclamada sitcom “Seinfeld” e criou o personagem George (interpretado por Jason Alexander) como seu alter ego. 

Ao final da série, David decidiu enfrentar a frente das câmeras com a série “Curb Your Entusiasm”, onde durante oito temporadas interpretou a si mesmo, sempre se metendo em conflitos e discussões por conta de seu temperamento complicado e sua mania de dizer sempre o que vem a cabeça. 

Este estilo foi aproveitado por Woody Allen no mediano “Tudo Pode Dar Certo” e agora neste “Apagar Histórico”, que também é mediano, mas pelo menos apresenta coadjuvantes engraçados. A dupla de malucos interpretados por Michael Keaton e Bill Hader, o agitado J. B. Smoove, o traficante de armas checheno de Liev Schreiber e a bela Eva Mendes como a ex-gordinha são os destaques, além da pequena participação da clássica banda pop Chicago. 

sábado, 15 de novembro de 2014

42: A História de uma Lenda

42: A História de uma Lenda (42, EUA, 2013) – Nota 7,5
Direção – Brian Helgeland
Elenco – Chadwick Boseman, Harrison Ford, Nicole Beharie, Christopher Meloni, Ryan Merriman, Lucas Black, André Holland, Alan Tudyk, Hamish Linklater, John C. McGinley, Max Gail, Brad Beyer, James Pickens Jr.

Em 1945, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, Branch Rickey (Harrison Ford), o dono da equipe de beisebol Brooklyn Dodgers, decide contratar um atleta negro para disputar a liga principal. Apenas brancos jogavam nesta liga, os negros participavam de um liga paralela. 

Sabendo que sua equipe e principalmente o atleta teriam de enfrentar o racismo de várias formas, Rickey escolhe Jackie Robinson (Chadwick Boseman), ótimo atleta, porém ao mesmo tempo um sujeito com coragem de enfrentar o preconceito. A ousada contratação e o sucesso de Robinson abriram caminho para os negros serem escolhidos para jogar a liga principal. 

Filmes sobre beisebol são difíceis de emplacar no Brasil, o esporte que é uma verdadeira paixão americana, é quase inexistente por aqui. Mesmo assim, alguns longas como “O Campo dos Sonhos”, conseguem ir além, atingindo o público em virtude da história no seu todo. Este também é o caso deste interessante longa, que tem como ponto principal a coragem de dois sujeitos em lutar contra o preconceito, de uma forma em que encorajaram outros a mostrar a sua opinião e a enfrentar os racistas. 

O filme é correto, as cenas de jogo são bem filmadas, o roteiro do próprio diretor Brian Helgeland detalha passagens importantes da chegada de Robinson nos Dodgers e os conflitos com torcedores, adversários e até mesmo companheiros de equipe. 

O elenco também é competente, com o quase desconhecido Chadwick Boseman acertando na interpretação de Robinson, que não podia reagir com violência contras as ofensas que recebia, mas tinha como grande trunfo mostrar seu talento no esporte e assim calar a boca dos racistas. Esta boa interpretação fez com que o ator fosse o escolhido para viver James Brown no filme que foi lançado este ano. 

É legal também ver o astro Harrison Ford debaixo de maquiagem interpretando o velho Branch Rickey, um sujeito peculiar que utilizava até mesma a religião para defender sua ideias. 

Para quem gosta de filmes sobre superação, este é uma boa pedida.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O Primeiro Milhão

O Primeiro Milhão (Boiler Room, EUA, 2000) – Nota 7
Direção – Ben Younger
Elenco – Giovanni Ribisi, Vin Diesel, Nia Long, Nicky Katt, Scott Caan, Ron Rifkin, Jamie Kennedy, Bill Sage, Taylor Nichols, Tom Everett Scott, Ben Affleck.

O ambicioso Seth (Giovanni Ribisi) abandona a universidade desiludido com a possibilidade de ter uma carreira comum. Com habilidade para finanças, Seth monta um cassino clandestino em sua casa, onde começa a ganhar dinheiro fácil de outros jovens gananciosos. O cassino de Seth chama a atenção de seu amigo de infância Greg (Nicky Katt), que o convida para trabalhar em uma corretora de valores. Greg tem um carrão e muito dinheiro bolso, o que aguça a ambição de Seth, que aceita o emprego. 

Logo no primeiro dia de trabalho, Seth participa de uma espécie de palestra de boas vindas, onde um corretor sênior (Ben Affleck) discursa sobre como conseguiu seu primeiro milhão e que todos naquela sala tinham a mesma oportunidade, a questão seria a força de vontade e principalmente a ambição de cada um deles. Lógico que os jovens gananciosos abraçam a ideia e começam a corrida pelo milhão. 

Mesmo ganhando dinheiro rapidamente, aproveitando as regalias da situação e se envolvendo com a bela secretária Abbie (Nia Long), não demora para Seth perceber que existe algo de errado na empresa, desconfiando da legalidade das transações. 

Na época, este longa foi rotulado como uma versão quase adolescente do superior “Wall Street” de Oliver Stone. Realmente as semelhanças são grandes, a diferença aqui está na forma como se mostram as técnicas para doutrinar os jovens corretores, algo que parece um culto pelo dinheiro, principalmente na sequência da palestra do personagem de Ben Affleck, que tem apenas uma pequena participação. 

Além disso, aqui vemos com detalhes como funciona a picaretagem da venda de “papéis podres” para as pessoas comuns, tendo como o exemplo o pobre personagem de Taylor Nichols, que perde as economias de sua família ao cair na conversa de um corretor e que se desespera. 

No elenco recheado de jovens conhecidos, temos ainda Vin Diesel antes de ficar famoso com “Velozes e Furiosos” e Scott Caan da série “Hawai Five-O”. 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Frontera

Frontera (Frontera, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – Michael Berry
Elenco – Ed Harris, Michael Peña, Eva Longoria, Amy Madigan, Aden Young, Michael Ray Escamilla, Daniel Zacapa, Tenaya Torres.

Para tentar uma vida melhor, Miguel (Michael Peña), que vive no México em um povoado, deixa sua esposa grávida (Eva Longoria) e decide atravessar a fronteira com os Estados Unidos pelo deserto. Seu sogro (Daniel Zacapa), pede que ele leve o jovem Jose (Michael Ray Escamilla). 

Os dois conseguem entrar em território americano, até cruzar o caminho de Olivia (Amy Madigan), que é proprietária das terras e casada com Roy (Ed Harris). A simpática Olivia ajuda os forasteiros, que agradecem e seguem viagem, porém três adolescentes irresponsáveis que estão escondidos em uma colina, decidem brincar com uma espingarda para assustar os mexicanos e acabam causando uma tragédia que resultará em duras consequências para várias pessoas. 

A complicada questão dos imigrantes ilegais é o ponto principal deste interessante drama. O roteiro do diretor Michael Berry e de Louis Moulinet apresenta situações comuns em relação aos imigrantes ilegais, como o preconceito de muitos americanos, a violência que os chamados “coiotes” utilizam para arrancar dinheiro das pessoas que desejam atravessar o deserto e a corrupção policial conivente com estes abusos. 

O enfoque vai além ao criar uma trama em que estes problemas com os imigrantes terminam por afetar vários personagens de uma forma ou de outra, no final, pessoa alguma sai ilesa dos acontecimentos. 

Sem apelar para perseguições ou cenas de ação, o filme cumpre seu papel ao criticar uma situação que parece não ter solução. 

Como curiosidade, Ed Harris e Amy Madigan são casados desde 1983 e trabalharam juntos em oitos filmes.  

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Politicamente Incorreto

Politicamente Incorreto (Brasil, 2014)
Direção - Fabricio Bittar
Elenco - Danilo Gentili, Paula Possani, José Dumont, Chris Couto, Sérgio Menezes, Rominho Braga, Letícia Fagnani, Claudia Campolina.

Produzida praticamente toda em estúdio e provavelmente com pouco dinheiro, esta série com oito episódios esculacha com a vergonhosa política brasileira.

O personagem principal é o deputado Atílio Pereira (Danilo Gentili), um sujeito tapado, preconceituoso, racista e corrupto que por causa de um incidente com uma câmera escondida, a mídia o rotula como o político mais honesto do Brasil.

Pensando em capitalizar votos com a inesperada fama de Atílio, o líder de seu partido (José Dumont) contrata uma consultora de imagem (Paula Possani) para moldar o complicado deputado e assim lançá-lo como candidato a presidência da república.

Esta premissa é o início de uma série de situações escrachadas, que atacam a imprensa, as redes de tv e principalmente as campanhas políticas. A proposta da série é fazer rir com os exageros cometidos pelos personagens, que sempre podem ser comparados com situações reais, muitas delas semelhantes a verdadeira e terrível campanha presidencial que acompanhamos mês passado.

Mesmo sem grandes atuações, os personagens se mostram engraçados. Na equipe de Atílio temos o assessor puxa-saco (Sérgio Menezes), o nerd técnico em informática (Rominho Braga), a secretaria ingênua (Letícia Fagnani) e o funcionário concursado (Kiko Vianello) sempre desrespeitado pelo deputado. Vale destacar ainda a perua namorada de Atílio (Claudia Campolina) e a candidata a presidência (Chris Couto) que utiliza na campanha um mantra picareta de autoajuda.

Em comparação com as comédias nacionais atuais, esta série ganha de goleada por fazer rir através de críticas diretas, sem ter pudores ou medo de atacar os políticos.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Em Busca Pela Verdade

Em Busca Pela Verdade (A Dark Truth, Canadá, 2012) – Nota 5,5
Direção – Damian Lee
Elenco – Andy Garcia, Forest Whitaker, Eva Longoria, Kim Coates, Deborar Kara Unger, Kevin Durand, Lara Daans, Steven Bauer, Al Sapienza, Julio Oscar Mechoso, Devon Bostick.

Quando uma epidemia de tifo atinge uma pequena cidade do interior do Equador, o exército é acionado para matar todos os habitantes e por consequência esconder a tragédia causada pela corporação ClearBec, responsável pelo abastecimento e contaminação da água na região. 

Alguns moradores do local conseguem se esconder na floresta, liderados por Francisco Francis (Forest Whitaker), o sujeito que descobriu a culpa da corporação. O único que consegue fugir do país é o jovem Renaldo (Devon Bostick), que ao chegar ao Canadá, entrega uma gravação para Morgan Swinton (Deborah Kara Unger), herdeira da ClearBec, segundos antes de cometer suicídio. 

Morgan tenta descobrir a verdade sobre o ocorrido no Equador confrontando seu irmão (Kim Coates), CEO da ClearBec, que não revela o que sabe e que deseja encobrir o fato para não prejudicar o contrato milionário que está prestes a assinar com o governo da África do Sul. A saída encontrada por Morgan é contratar Jack Begosian (Andy Garcia), um ex-agente da CIA que hoje tem um polêmico programa de rádio e enviá-lo ao Equador para investigar a situação e resgatar Francisco Francis. 

Esta trama rocambolesca esconde um péssimo roteiro escrito pelo próprio diretor Damian Lee. A temática da exploração da água por corporações em países de terceiro mundo é atual, mas infelizmente a obra fica no meio caminho entre um filme denúncia e um longa de ação vagabundo. 

Bons atores como Andy Garcia e Forest Whitaker pouco podem fazer com personagens rasos e diálogos cheios de clichês, sem contar no exagerado tiroteio na floresta, onde até a pequena Eva Longoria se mostra desenvolta com uma metralhadora. 

É uma pena, no final vemos mais um filme que desperdiça um interessante argumento.  

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Terra em Transe

Terra em Transe (Brasil, 1967) – Nota 7,5
Direção – Glauber Rocha
Elenco – Jardel Filho, Paulo Autran, José Lewgoy, Glauce Rocha, Paulo Gracindo, Hugo Carvana, Danuza Leão, Jofre Soares, Modesto de Souza, Mário Lago, Flávio Migliaccio, Telma Reston, Francisco Milani, Paulo César Peréio.

No fictício país de Eldorado, Paulo Martins (Jardel Filho) é um jornalista que apoiou o Senador Diaz (Paulo Autran), um político de esquerda que ao ser eleito abandonou seus ideais em troca do poder. Desiludido, Paulo decide se mudar para a província de Alecrim, onde novamente se envolve com a política auxiliando Felipe Vieira (José Lewgoy), um político populista que consegue ser eleito e que almeja vencer Diaz em uma eleição. 

No meio desta disputa, surge o empresário Don Julio Fuentes (Paulo Gracindo), dono das empresas de comunicação do país, que decide ajudar Diaz, impedindo qualquer chance de vitória para Vieira. Desta vez revoltado com a situação, Paulo deseja pegar em armas para iniciar uma revolução. 

É o segundo filme que assisto de Glauber Rocha, o primeiro foi “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e fiquei com a mesma impressão em relação aos dois trabalhos, Glauber tinha ótimas ideias, porém não o vejo como um grande cineasta, diferente do que muitos críticos o consideram. 

No texto sobre o filme anterior citei que vi Glauber melhor como roteirista do que cineasta, mas fui bem corrigido pela amiga Amanda do site CinePipocaCult, que comentou que Glauber foi na verdade um “pensador de cinema”. 

Ela tem toda a razão, neste “Terra em Transe” fica claro seu pensamento crítico a respeito dos políticos em geral, do gosto pelo poder e principalmente do desprezo ao povo, que é visto por eles apenas como massa de manobra e quando estes exigem seus direitos são rapidamente oprimidos, até mesmo com violência. 

É interessante notar também que o filme não pode ser rotulado de direita ou esquerda, o roteiro mostra que isso não tem importância, os dois lados tem o mesmo objetivo que é chegar ao poder, o que muda é apenas o discurso.

Assim como “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, não gostei do estilo teatral das interpretações, que fica ainda mais afetado pelo filme ter sido dublado. 

A narrativa não linear, comum em muitos filmes atuais, aqui é ao mesmo tempo um ponto positivo por ser quase uma novidade na época e negativo por se mostrar confusa nas idas e vindas da trama. 

Vale destacar também a coragem de Glauber em criticar fortemente os políticos numa época em que o país vivia uma ditadura e por este motivo o filme chegou a ser proibido. 

domingo, 9 de novembro de 2014

Chef

Chef (Chef, EUA, 2014) – Nota 7,5
Direção – Jon Favreau
Elenco – Jon Favreau, John Leguizamo, Sofia Vergara, Emjay Anthony, Scarlett Johansson, Oliver Platt, Dustin Hoffman, Bobby Cannavale, Robert Downey Jr, Amy Sedaris.

Carl Casper (Jon Favreau) é o chef de cozinha de um badalado restaurante em Los Angeles, que perde o emprego após entrar em conflito com um crítico de gastronomia (Oliver Platt) e por consequência com o proprietário do restaurante (Dustin Hoffman). Sem saber o que fazer da vida, Carl aceita a ideia de sua ex-mulher (Sofia Vergara) e assim decide recomeçar a carreira comandando um food truck e levando a tiracolo o filho pré-adolescente (Emjay Anthony). 

O diretor, ator e roteirista Jon Favreau, que vinha de sucessos como diretor em “Homem de Ferro 1 e 2” e do fracasso de “Cowboys & Aliens”, teve como inspiração sua própria carreira de altos e baixos para investir neste projeto pessoal, inclusive desistindo de comandar a terceira aventura do super herói. 

O resultado é extremamente simpático, mas ao mesmo tempo é um filme onde tudo parece certinho demais, a crise pessoal na parte inicial é até curiosa, o problema é que a partir deste momento não existe mais conflito algum, tudo se resolve com facilidade. 

A minha boa nota se baseia na simpatia dos personagens, nas deliciosas comidas que são apresentadas e na ótima trilha sonora que utiliza músicas de gêneros relacionados com as cidades (Miami, Nova Orleans e Austin) por onde passa o food truck. 

Outra boa sacada é utilizar o garoto Emjay Anthony como uma espécie de professor que ensina o pai sobre as redes sociais e sua força, tanto do lado positivo, quanto do negativo. 

Vale destacar ainda a rápida e divertida participação de Robert Downey Jr, como o sarcástico empresário que auxiliar o personagem de Jon Favreau na compra do veículo gastronômico.

Mesmo estando longe de ser um grande filme, vale a sessão para quem gosta de diversão leve. 

sábado, 8 de novembro de 2014

Planeta dos Macacos: O Confronto

Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, EUA, 2014) – Nota 8
Direção – Matt Reeves
Elenco – Andy Serkis, Jason Clarke, Gary Oldman, Keri Russell, Toby Kebbell, Kodi Smit McPhee, Kirk Acevedo, Judy Greer, Jon Eyez, Enrique Murciano.

Dez anos após os macacos liderados por Cesar (Andy Serkis) se rebelarem e fugirem para a floresta nos arredores de San Francisco, a sociedade humana entrou em colapso. A gripe que surgiu em consequência das experiências em laboratório com os macacos dizimou grande parte da população, com os sobreviventes vivendo em condições precárias. Quando o combustível está prestes a acabar, os sobreviventes precisam chegar até uma represa para ligar uma pequena hidrelétrica para gerar energia, porém a construção fica exatamente onde os macacos criaram sua sociedade. Uma série de desentendimentos e alguns atos de violência levarão os dois grupos a um brutal confronto. 

O original “Planeta dos Macacos” é um dos maiores clássicos da história do cinema, que gerou quatro sequências e uma série de tv. Em 2001, a nova versão assinada por Tim Burton modificou grande parte da história e com seu final polêmico dividiu crítica e pública, fato que abortou uma possível franquia. 

Em 2011, o prequel “Planeta dos Macacos – A Origem” surpreendeu com um ótimo roteiro, narrativa ágil e uma ótima caracterização dos macacos, principalmente de Andy Serkis como Cesar. O merecido sucesso abriu as a portas para esta continuação que resulta em um filme da mesma qualidade, dando seguimento a história novamente com um belo roteiro. 

É basicamente um filme de guerra, com vários elementos que caracterizam este tipo de conflito, sendo muito parecido com as guerras entre nações que conhecemos. Dos dois lados temos líderes divididos entre a paz e a guerra, atos de lealdade e traição, preconceito e defesa da família, tudo em nome da sobrevivência e para alguns também a busca pelo poder. 

O grande destaque do elenco é o trabalho de Andy Serkis como Cesar. Ele consegue dar vida ao líder dos macacos demonstrando todo o tipo de sentimento por trás da maquiagem pesada. 

O gancho final e a qualidade do filme criam a obrigação de uma nova sequência. O espectador espera e agradece.  

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

12 de Junho de 1993 - O Dia da Paixão Palmeirense

12 de Junho de 1993 – O Dia da Paixão Palmeirense (Brasil, 2014) 
Direção – Mauro Beting & Jaime Queiroz
Documentário

A paixão que o futebol desperta é algo inexplicável. Não existe outra coisa no mundo que por nossa escolha nos faça sofrer tanto e que mesmo assim continuamos seguindo até o final da vida. Este sentimento maluco é o ponto principal deste documentário que conta como o torcedor palmeirense sofreu por quase dezessete anos, até o fantástico título do campeonato paulista de 1993 em cima de nosso maior rival.

Para nós torcedores, é quase impossível explicar com palavras como foram aqueles anos de jejum e a explosão de alegria do esperado título, ao mesmo tempo, quem não gosta ou não tem a mesma paixão por este esporte, jamais entenderá este sentimento. 

O doc apresenta depoimentos de personagens que jogaram nos anos de jejum e que sofreram por não vencer, de torcedores que demonstram toda sua paixão pelo clube e principalmente dos atletas que participaram da conquista de 1993, além da comissão técnica. É uma verdadeira saga de sofrimento, luta e esperança, até a redenção. 

Sem dúvida, o personagem símbolo daquela conquista foi o centroavante Evair, que se tornou ídolo imortal da torcida e que demonstra seu caráter e respeito pela camisa a cada depoimento. Vários outros depoimentos são sensacionais, com destaque para o do médico do clube que saiu do estádio durante o jogo final com medo de passar mal. 

Por mais que o doc seja um registro fantástico para a torcida palmeirense, alguns pontos incomodaram, como o choro novelesco do atual presidente Paulo Nobre, que é no mínimo estranho e os depoimentos de jornalistas inimigos do clube como Flávio Prado e Juca Kfouri. que são uma verdadeira afronta ao torcedor palmeirense. 

Finalizando, somos o único clube grande do mundo que saiu da fila com um goleada sobre o maior rival e que em seguida venceu cinco títulos. Por mais que os dias atuais estejam complicados, a história do Palmeiras é gigante.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Agente C - Dupla Identidade

Agente C – Dupla Identidade (Shadow Dancer, Inglaterra / Irlanda, 2012) – Nota 6,5
Direção – James Marsh
Elenco – Clive Owen, Andrea Riseborough, Aidan Gillen, Domhnall Gleeson, Gillian Anderson, David Wilmot, Brid Brennan.

Belfast, capital da Irlanda, 1973, a família da menina Collette sofre quando o filho mais novo morre vítima de uma bala perdida fruto da guerra entre a polícia inglesa e o IRA (Exército Republicano Irlandês). 

Vinte anos depois, Collette (Andrea Riseborough) é presa em Londres quando se preparava para deixar uma bomba em uma estação de trem. Levada para um local secreto, Collette recebe uma proposta do agente Mac (Clive Owen). Em troca da liberdade, ela teria de espionar seus irmãos (Aidan Gillen e Domhnall Gleeson), que também pertencem ao IRA e reportar todos os planos do grupo. Mesmo sabendo que qualquer deslize poderá causar sua morte, Collette aceita a proposta, principalmente porque deseja ficar com seu filho. 

Para o cinéfilo que gosta de política internacional, a trama tem uma premissa extremamente interessante, com o prólogo se passando numa época em que o grupo terrorista irlandês IRA abusava da violência para pressionar os ingleses exigindo a independência do país e a trama correndo nos anos noventa, quando alguns líderes do IRA negociavam um acordo de paz com o governo inglês, mesmo a contragosto da ala radical. 

Infelizmente esta premissa não é aproveitada como deveria, faltou um roteiro mais bem amarrado e principalmente ritmo, a narrativa é fria e com vários momentos mortos. O roteiro falha na confusa passagem do tempo nos anos noventa, o espectador fica sem saber se passaram semanas, meses ou mesmo um ano entre a prisão de Collette e o final da trama. 

Vale destacar como ponto positivo a surpresa final, que deixa claro o sentimento de ódio dos irlandeses separatistas em relação aos ingleses opressores.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Campo 14: Zona de Controle Total

Campo 14: Zona de Controle Total (Camp 14: Total Control Zone, Alemanha / Coréia do Sul, 2012) – Nota 8
Direção – Marc Wiese
Documentário

Shin Dong Huyk é até hoje a única pessoa conhecida que escapou do Campo 14, a maior e mais vigiada prisão da Coréia do Norte, local onde não existe saída, quem é enviado para lá ficará até o final da vida. A dolorosa saga do jovem Shin é contada neste documentário que mostra um pouco do funcionamento do regime de terror imposto na Coréia do Norte. 

Shin nasceu na prisão, fruto de um relacionamento entre dois presos e viveu no local até os 23 anos quando conseguiu fugir e se deparou com um mundo totalmente novo. O depoimento de Shin é como uma terapia de choque, sua dificuldade em contar os momentos terríveis que presenciou e que sentiu na pele deixam o espectador atônito. A descrição das torturas, a morte da mãe e do irmão e o tempo na solitária são de uma crueldade sem tamanho. 

O diretor alemão Marc Wiese conseguiu ainda depoimentos estarrecedores de dois ex-oficiais do exército norte-coreano que hoje vivem na Coréia do Sul. Os sujeitos confirmam que nos campos de trabalho forçado do país, os presos não são considerados pessoas, tendo seu destino decidido pelo guardas, que podem estuprar as mulheres, humilhar e até matar os prisioneiros, sem julgamento ou reprimenda dos comandantes. 

O ritmo do doc é lento, com certeza uma escolha do diretor para pontuar os depoimentos que também são lentos. Os três sujeitos falam pausadamente, misturando o sóbrio estilo oriental com a angústia do passado, tanto a vítima, como os dois que foram algozes de um sem número de pessoas. 

Hoje Shin trabalha em uma ONG que luta pela liberdade na Coréia do Norte e viaja o mundo contando sua história. 

Vale destacar que a vida de Shin no Campo 14 é reproduzida através de animações, além de dois vídeos clandestinos que mostram o local de verdade, sendo um deles uma terrível sessão de tortura contra uma jovem. 

Alguns detalhes sobre a fuga me incomodaram. A forma como Shin fugiu do campo é estranha, pois ele cita que um amigo morreu eletrocutado na cerca que separava o campo e que ele passou por cima do corpo do homem para escapar, porém fica a pergunta: porque o sujeito tentaria escalar uma cerca elétrica sabendo que morreria na hora? Além disso, o doc não entra em detalhes sobre como Shin conseguiu chegar a cidade mais próxima e depois até a China. São dúvidas que ficam no ar, mas que não diminuem o sofrimento que ele passou e o horror da vida no Campo 14. 

Para quem quiser saber um pouco mais sobre a vida na Coréia do Norte, indico outro documentário "DPRK: The Land of Whispers".

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mercadores da Morte & A Ladrona


Por incrível que pareça, após ficar conhecida por um papel dramático no sucesso de "A Cor Púrpura" de 1985, algum produtor ou agente teve a ideia de transformar a atriz em estrela de filmes de ação, fato que quase acabou com sua carreira, que voltaria aos trilhos com o inesperado sucesso de "Ghost - Do Outro da Lado Vida" em 1990.

No total, foram quatro filmes voltados para a ação que fracassaram. Neste postagem comento dois, os outros foram "Salve-me Quem Puder" e "O Telefone". 

Mercadores da Morte (Fatal Beauty, EUA, 1987) – Nota 6,5
Direção – Tom Holland
Elenco – Whoopi Goldberg, Sam Elliott, Ruben Blades, Harry Yulin, Brad Dourif, John P. Ryan, Jennifer Warren, Mike Joly, Charles Hallahan, James Le Gros, Mark Pelegrino.

Rita Rizzoli (Whoopi Goldberg) é uma detetive da narcóticos especialista em disfarces, que fica encarregada de investigar mortes por overdose que começaram a ocorrer na cidade. Traficantes roubaram um carregamento de cocaína pura apelidada de “Beleza Fatal”, que por ser extremamente forte, leva à morte todos que a utilizam. Durante a investigação, Rita se envolve com o misterioso Mike (Sam Elliott), sem saber que o sujeito que é um dos seguranças do chefão do tráfico. 

Este violento longa policial foi claramente inspirado no sucesso de “Um Tira da Pesada”, inclusive com a personagem de Whoopi Goldberg soltando piadinhas ao estilo Eddie Murphy. 

A trama não tem surpresas e o envolvimento entre os personagens de Whoopi e Sam Elliott não convence, mas pelo menos o ritmo é ágil e as cenas de ação competentes, com direito a muita correria e tiros para todos os lados. 

Como informação, o diretor Tom Holland teve alguma fama nos anos oitenta por conta de sucessos como “A Hora do Espanto” e “Brinquedo Assassino”, este último que tinha como voz e espírito do boneco maligno o sinistro ator Brad Dourif, que aqui interpreta um dos traficantes.

A Ladrona (Burglar, EUA, 1987) – Nota 5
Direção – Hugh Wilson
Elenco – Whoopi Goldberg, Bobcat Goldthwait, G. W. Bailey, Lesley Ann Warren, James Handy, Anne De Salvo, John Goodman.

Bernie (Wehoopi Goldberg) é uma ex-presidiária que durante o dia trabalha como vendedora de livros, mas que a noite continua a cometer roubos. Numa destas investidas, Bernie entra em uma casa onde encontra um sujeito morto e por ser a única pessoa no local do crime, se torna suspeita de assassinato. Para se livrar da cadeia, Bernie terá de investigar o assassinato por conta própria, tendo ajuda apenas do atrapalhado Carl (Bobcat Goldthwait). 

A premissa de misturar comédia com investigação policial resulta num filme que não convence. Falta graça na maioria das piadas e a trama é puro clichê. 

O filme também foi uma tentativa dos produtores em lucrar com o público que transformou a série de filmes “Loucademia de Polícia” em sucesso. Na época, a série estava no quarto filme, sendo que o diretor Hugh Wilson tinha sido o diretor do original e os atores Bobcat Goldthwait e G. W. Bailey faziam o parte do elenco. Provavelmente os produtores acreditavam que juntando o trio com a comediante Whoopi Goldberg que estava em ascensão, seria sucesso na certa, mas acabaram quebrando a cara. 

Finalizando, o título nacional “A Ladrona” também é ridículo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Setembro Negro

Setembro Negro (September Dawn, EUA / Canadá, 2007) – Nota 5,5
Direção – Christopher Cain
Elenco – Jon Voight, Trent Ford, Tamara Hope, Terence Stamp, Jon Gries, Lolita Davidovich, Shaun Johnston, Taylor Handley, Dean Cain.

Em 1857, um comboio com vaqueiros e suas famílias atravessa o Estado de Utah em direção a Califórnia. Quando chegam em uma região dominada pelos mórmons, pedem permissão ao líder do local, Jacob  (Jon Voight), para ficarem alguns dias, pois precisam descansar antes de seguir a longa viagem. 

Jacob permite que eles fiquem naquelas terras, porém pede para seus filhos (Trent Ford e Taylor Handley), vigiarem o grupo. Enquanto um dos jovens se apaixona por uma garota do comboio, Jacob vai a uma reunião com líderes dos mórmons no Estado e recebe a ordem do governador (Terence Stamp) para tratar como inimigos e matar todos que não façam parte de sua crença religiosa. 

Baseada num cruel fato real, este longa entra na lista daqueles em que a riqueza da história se perde num roteiro ruim e numa direção frouxa. A história tinha elementos com potencial para resultar em um grande filme, envolvendo temas como fanatismo religioso, preconceito, amor proibido e violência, mas infelizmente foram mal aproveitados. O elenco jovem é fraco e os veteranos Jon Voight e Terence Stamp, mesmo com atuações corretas, não conseguem o salvar o longa. 

Como informação, o decadente diretor Christopher Cain chegou a ser considerado promissor nos anos oitenta após filmes interessantes como “A Força da Inocência” e “Os Jovens Pistoleiros”.