sábado, 30 de abril de 2011

Tróia


Tróia (Troy, EUA / Malta / Inglaterra, 2004) – Nota 7,5
Direção – Wolfgang Petersen
Elenco – Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom, Diane Kruger, Brian Cox, Sean Bean, Brendan Gleeson, Peter O’Toole, Saffron Burrows, Garrett Hedlund, Julie Christie, Rose Byrne, Tyler Mane, Julian Glover, Nathan Jones, Nigel Terry.

Na Grécia Antiga, o jovem príncipe Páris (Orlando Bloom) se apaixona por Helena (a bela Diane Kruger), casada com Menelau (Brendan Gleeson), o rei de Esparta. Páris foge com a rainha para Tróia, cidade cercada por uma muralha comandada por seu pai, o justo Rei Príamo (Peter O’Toole). Menelau vê a fuga de sua esposa como uma desonra e exige de seu irmão, o Rei de Micenas Agamenon (Brian Cox) que traga a jovem de volta ou declare guerra à Tróia. Como Agamenon também tem o interesse em dominar Tróia, ele utiliza a recusa de Páris em devolver a rainha para declarar a guerra. Do lado de Tróia, o Rei Príamo acredita na força do guerreiro Heitor (Eric Bana) para defender a cidade, mas os dois lados desejam a ajuda do lendário Achilles (Brad Pitt), que não tem lealdade a ninguém e luta para apenas para sua própria glória. 

Esta adaptação do poema de Homero sobre a Guerra de Tróia é uma superprodução competente, recheada de cenas de batalhas bem filmadas e realçadas em computador, tendo como outro ponto forte os ótimos coadjuvantes britânicos. Brian Cox, Brendan Glesson e Peter O’Toole estão perfeitos como os governantes, cada um defende seus interesses. Vale destacar ainda a beleza de Diane Kruger e a boa interpretação de Brad Pitt. No geral é um outro bom trabalho do competente diretor alemão Wolfgang Petersen (“O Barco – Inferno no Mar”, “Mar em Fúria” e “História Sem Fim”).

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Veneno


Veneno (Poison, EUA, 1991) – Nota 4
Direção – Todd Haynes
Elenco – Edith Meeks, Millie White, Buck Smith, Larry Maxwell, Susan Norman, Scott Renderer, James Lyons.

Os filmes de Todd Haynes não são para indicados para todo público e este “Veneno” é um grande exemplo. Este foi seu primeiro filme que chamou a atenção da crítica e está dividido em três histórias: A primeira é sobre dois presidiários, sendo que um está apaixonado e deseja fazer sexo com o outro de qualquer maneira. A segunda história tem como protagonista um cientista que aplica em si mesmo um experimento e tem seu rosto desfigurado, se transformando numa espécie de monstro. A última é sobre uma garoto que assassina o pai e sai voando pela janela. 

As histórias são contadas de modo não-linear, com cenas fortes e as vezes um humor negro que incomoda o espectador. O visual em preto e branco aumenta a sensação de ser uma obra marginal, utilizando ainda temas clássicos de filmes B, como o cientista e o monstro, os filmes de prisão bagaceiros e as obras de ficção com efeitos especiais pobres. 

É um filme que tem fama de cult, mas  mesmo assim não gostei. As interpretações fracas, algumas cenas exageradas e o ritmo estranho não me agradaram. De Todd Haynes prefiro filmes como “Velvet Goldmine” e “Longe do Paraíso”. 

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Alma no Lodo


Alma no Lodo (Little Caesar, EUA, 1930) – Nota 7,5
Direção – Mervyn LeRoy
Elenco – Edward G. Robinson, Douglas Fairbanks Jr, Glenda Farrell, Thomas E. Jackson, Stanley Fields, William Collier Jr, Sidney Blackmer.

Cesar Enrico Bandello, o “Rico” (Edward G. Robinson) e Joe Massara (Douglas Fairbanks) são amigos e vivem roubando lojas e postos de gasolina. O ambicioso Rico tem em mente se tornar um gângster poderoso e para isso muda para uma cidade grande junto com o amigo, logo entrando para o bando de Sam Vettori (Stanley Fields). Aos poucos ele mostra sua amibiciosa personalidade e acaba tomando a liderança de Sam. 

Enquanto isso, seu amigo Joe se torna um dançarino profissional em um clube e tenta se afastar do mundo do crime, mas descobre que não é fácil largar esta vida. Ao mesmo tempo, um policial (Thomas E. Jackson) lidera um grupo que tem o objetivo de prender Rico. 

Este clássico policial mostra a ascensão e queda de um sujeito violento, frio e ambicioso que passa por cima de todos para conseguir seu objetivo. O destaque fica para o desempenho do grande Edward G. Robinson no papel principal, ator que ficou famoso por interpretar personagens duros e vilões durante toda a carreira.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Maré Vermelha & K-19: The Widowmaker


Nesta postagem escrevo sobre dois filmes de suspense que se passam dentro de um submarino nuclear. As diferenças estão na perspectiva, enquanto "Maré Vermelha" é um drama dentro de um submarino americano, "K-19: The Widowmaker" tem como base um fato real ocorrido em um submarino soviético durante a Guerra Fria.

Maré Vermelha (Crimson Tide, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Tony Scott
Elenco – Denzel Washington, Gene Hackman, George Dzundza, Matt Craven, Viggo Mortensen, James Gandolfini, Rocky Carroll, Jaime Gomez, David Nucci, Lillo Brancato Jr, Michael Milhoan, Jason Robards, Rick Schroder, Steven Zahn.

Quando rebeldes entram em conflito com o governo russo, os americanos ficam preocupados numa possível tomada de poder que poderia acarretar num ataque aos EUA. Para se precaver, o governo americano envia o submarino nuclear Alabama para navegar por águas soviéticas para o caso de alguma emergência. 

O responsável é o Capitão Frank Ramsey (Gene Hackman), sujeito linha dura que dedicou toda sua vida a marinha e exige isso dos comandados, inclusive do Oficial Ron Hunter (Denzel Washington), o primeiro abaixo dele na cadeia de comando e que ao contrário do capitão, pensa no lado humano, sendo totalmente contra qualquer conflito armado. 

Quando chega um mensagem ao submarino informando que houve disparos com os EUA, a situação fica tensa e os conflitos começam a aparecer, explodindo no momento em que uma segunda mensagem é recebida totalmente confusa, sem explicar se deve ser feito ou não o revide, o que leva o capitão a insistir no contra ataque e o oficial a exigir a confirmação da mensagem. 

Apesar de ser um longa de ficção, o roteiro tem bons momentos de suspense, principalmente nos duelos entre Gene Hackman e Denzel Washington que acabam por dividir os tripulantes, que por sinal são interpretados por bons atores, entre eles os hoje famosos Viggo Mortensen e o “Tony Soprano” James Gandolfini. O ponto falho é a falta de um clímax, que após muito barulho e discussões, a história termina de forma morna. 


K-19: The Widowmaker (K-19: The Widowmaker, Inglaterra / Alemanha / EUA / Canadá, 2002) – Nota 7
Direção – Kathryn Bigelow
Elenco – Harrison Ford, Liam Neeson, Peter Sarsgaard, Sam Spruell, Peter Stebbins, Christian Camargo, Joss Ackland, John Shrapnel, Lex Shrapnel.

Baseado numa história real, o longa se passa em 1961 no auge da Guerra Fria, quando a União Soviética acreditando que poderia ser atacada pelos EUA, que mantinha submarinos nucleares em águas européias, desenvolveu o submarino K-19 que seria carregado com artefatos nucleares e enviado para próximo dos EUA, com o intuito de mostrar força e brecar um possível ataque americano. 

A questão é que diversos problemas aconteceram desde a construção do submarino, que foi montado sobre a pressão do Partido Comunista e com isso nem todos os esquipamentos foram testados corretamente. O responsável pela embarcação seria o Capitão Mikhail Polenin (Liam Neeson), que por discordar da situação e pensar em seus subordinados, acaba perdendo o comando para Alexi Vostrikov (Harrison Ford), oficial de lealdade cega ao partido, que com suas atitudes acaba colocando o submarino em perigo quando o sistema de refrigeração falha e o reator nuclear corre o risco de explodir. 

O roteiro mostra que este quase desastre foi escondido pelos soviéticos durante trinta anos e apenas a após o final do regime comunista que os envolvidos resolveram contar o que houve. O filme é apenas correto, tendo como ponto principal a história, principalmente para quem gosta do tema. O elenco não compromete mas também não brilha, tendo como curiosidade a direção de Kathryn Bigelow que ficaria famosa sete anos depois com o Oscar por “Guerra ao Terror”.



terça-feira, 26 de abril de 2011

O Profeta


O Profeta (Un Prophete, França / Itália, 2009) – Nota 8
Direção – Jacques Audiard
Elenco – Tahar Rahim, Niels Arestrup, Adel Bencherif, Hichem Yacoubi, Reda Kateb, Jean Phillippe Ricci.

O jovem francês de origem árabe Malik El Dejbena (Tahar Rahim) é preso acusado de agredir um policial e terá de cumprir seis anos de cadeia. Malik não tem família, é quase analfabeto e por não pertencer a algum grupo criminoso, se torna alvo do chefe dos corsos na prisão, César Luciani (Niels Arestrup). Os corsos são franceses de origem italiana que dominam a prisão subornando guardas para conseguir vantagens e manter os prisioneiros muçulmanos quietos. 

Quando o muçulmano Reyeb (Hichem Yacoubi) é enviado para o local, César e seus capangas obrigam Malik a assassinar o sujeito, que iria testemunhar contra um outro chefe dos corsos. Malik acaba assassinando o homem e se torna um espécie de empregado do corsos, sendo protegido mas nunca aceito totalmente por ser de origem muçulmana. Mesmo com pouca instrução, Malik usa a inteligência para ganhar a confiança de César, conhecer o funcionamento dos negócios ilícitos dentro da prisão e ao mesmo tempo se aproximar dos muçulmanos, pavimentando o caminho para crescer dentro da cadeia e lucrar. 

O diretor Audiard foge dos clichês do gênero, como mostrar o passado do jovem ou apelar para violência exagerada, utilizando um roteiro que prima pela sutileza e não explica se realmente o jovem é culpado ou inocente por ter sido preso, preferindo focar no desenvolvimento do rapaz, mesmo que voltado para o crime e seu jogo de cintura para sobreviver num local perigoso como a cadeia. 

Um ponto interessante são as visões que Malik tem do homem que ele assassinou, como se fosse uma alma presa ao limbo e que por este motivo e uma cena depois da metade do longa explicam o título de “O Profeta”. 

Para quem gosta do gênero, vale conhecer esta rara produção francesa.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Tropa de Elite 2


Tropa de Elite 2 (Brasil, 2010) – Nota 9
Direção – José Padilha
Elenco – Wagner Moura, Irandhir Santos, Maria Ribeiro, André Ramiro, Milhem Cortaz, Sandro Rocha, André Mattos, Tainá Muller, Pedro Van Held, Seu Jorge, Emilio Orciollo Neto.

A sequência do sucesso do filme de 2007 muda um pouco o foco. No longa original o principal era a batalha entre o BOPE liderado pelo Capitão Nascimento (Wagner Moura) e os traficantes dos morros cariocas, porém aqui o roteiro se aprofunda na relação entre bandidos, policiais e políticos, além de um crítica forte as organizações de direitos humanos. 

O longa começa com um cena importante que será desvendada apenas próximo ao final da história que passa a ser narrada em flashback pelo agora Coronel Nascimento, voltando quatro anos antes desta situação, quando uma rebelião no presídio de Bangu 1 liderada por Beirada (Seu Jorge) termina em diversas mortes e o Coronel Nascimento acaba afastado do BOPE, porém ganha um cargo como Sub-Secretário de Segurança do Rio de Janeiro. 

Ao mesmo tempo o Capitão André Matias (André Ramiro) serve de bode expiatório, sendo expulso do BOPE e obrigado a voltar ser polícial militar sob o comando do corrupto e fraco Capitão Fábio (Milhem Cortaz), que na realidade é um boneco na mão do subalterno Major Rocha (Sandro Rocha), chefe de uma milícia ligada a um deputado (André Matos) e aos próprios Secretário de Segurança e o Governador do Estado. 

No início é citado que o roteiro é uma ficção, mas fica claro que os problemas e as alianças mostradas aqui estão muito próximos da realidade, o que faz com que o personagem do Coronel Nascimento tenha de lutar de uma outra forma, usando mais a inteligência do que a força, fato que fortalece a proposta do filme. 

O roteiro volta a focar os problemas na vida particular do Capitão Nascimento e vai fundo ao mostrar o tamanho da corrupção no país, em especial no Rio de Janeiro e suas conseqüências, deixando uma clara mensagem de que vivemos numa situação muito difícil de ser modificada.

domingo, 24 de abril de 2011

Comer Rezar Amar


Comer Rezar Amar (Eat Pray Love, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Ryan Murphy
Elenco – Julia Roberts, Javier Bardem, Richard Jenkins, Billy Crudup, Viola Davis, James Franco, Mike O’Malley, Tuva Novotny, Luca Argentero, Giuseppe Gandini, Rushita Sing, Christine Hakim, Anakie Lapae.

A escritora de sucesso Liz Gilbet (Julia Roberts) numa viagem a Bali conhece o guru Tutti (Anakia Lapae), que lendo seu futuro diz que Liz irá se casar duas vezes e num período de um ano perderá todo seu dinheiro, mas voltará a ganhá-lo. Ao voltar para os EUA, Liz percebe como está infeliz no casamento com Stephen (Billy Crudup) e resolve pedir o divórcio. Logo em seguida ela se envolve com o jovem ator David (James Franco), mas novamente acabará sofrendo. Numa decisão arriscada, ela abandona tudo e decide viajar por um ano, dividindo o tempo em três partes: A primeira na Itália, a segunda na Índia e finalizando em Bali na Indonésia, com o objetivo de autoconhecimento. 

Esta jornada é baseada num livro de sucesso da própria Liz Gilbert, que conta suas experiências retratadas no filme. A adaptação é certinha demais e com poucas emoções, ficando com cara de livro de auto ajuda, cheio de frases de efeito e tudo acontecendo no momento certo, situação que seria melhor aceita se fosse uma ficção, mas perde a força quando o espectador tem de acreditar que aquilo realmente aconteceu. 

A nota sete vale pelas belezas retratadas nas locações, sou fã de filmes que mostram diferentes locais no mundo e abusam da fotografia de qualidade, além da simpatia e beleza de Julia Roberts, que continua com um belo sorriso e não decepciona no papel principal. 

sábado, 23 de abril de 2011

Bobby


Bobby (Bobby, EUA, 2006) – Nota 7,5
Direção – Emilio Estevez
Elenco – William H. Macy, Christian Slater, Freddy Rodriguez, Sharon Stone, Anthony Hopkins, Harry Belafonte, Demi Moore, Emilio Estevez, Laurence Fishburne, Shia Labeouf, Brian Geraghty, Heather Graham, Martin Sheen, Helen Hunt, David Krumholtz, Ashton Kutcher, Lindsay Lohan, Svetlana Mekina, Jacob Vargas, Elijah Wood, Mary Elizabeth Winstead.

O ator e diretor Emilio Estevez reuniu um grande elenco para contar os acontecimentos que antecederam o assassinato de Robert Kennedy no Hotel Embaixador em Los Angeles no dia 4 de Junho de 1968.  

O longa escrito pelo próprio Estevez mistura fatos reais com ficção e insere cenas reais de Robert Kennedy no decorrer da história, inclusive um famos discurso. A grande sacada é recriar o clima de otimismo e esperança naquele exato dia, pois Bob Kennedy estava vencendo as prévias para ser candidato a presidente pelo Partido Democrata e era considerado a pessoa ideal para tirar as tropas americanas do Vietnã, além de ser considerado a voz das minorias após o assassinato de seu irmão John e do líder negro Martin Luther King. 

Outro destaque é o elenco de famosos em pequenos papéis. Temos Anthony Hopkins como um porteiro aposentado do hotel que ainda vive como se trabalhasse no local, Demi Moore como uma cantora alcoólatra, Emilio Estevez como seu marido, Sharon Stone como uma cabelereira casado com William H. Macy que interpreta o gerente do hotel, além de diversos outros personagens. 

O longa é praticamente um documento histórico. 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Bombas - Comédias Adolescentes dos Anos Oitenta

Na volta da sessão Bombas, destaco dez comédias adolescentes produzidas nos anos oitenta, que tinham piadas sobre sexo e nudez como chamariz para o público adolescente e em alguns casos eram estrelados por jovens que hoje são astros, como Tom Hanks, Johnny Depp, Michael J. Fox,  Tim Robbins, Rob Morrow e Matthew Modine.

O gênero começou com o clássico "Clube dos Cafajestes" que John Landis dirigiu em 1978 e tinha no elenco John Belushi, Tim Matheson, Peter Riegert, Karen Allen, Tom Hulce e Kevin Bacon todos em início de carreira.

Algumas pessoas podem citar filmes anteriores como as comédias de praia estreladas pelo casal Frankie Avalon e Annette Funicello nos anos sessenta e "Loucuras de Verão" ("American Grafitti), também clássico dirigido por George Lucas em 1973 e que lançou futuros astros como Richard Dreyfus, Paul Le Mat, Charles Martin Smith e Harrison Ford, além do futuro diretor Ron Howard aqui trabalhando como ator, porém "Clube dos Cafajestes" é o exato ponto de mudança das comédias até certo ponto ingênuas, para os longas em que piadas sobre sexo se tornaram comuns.

Nesta lista cito filmes produzidos à partir de 1982, após o sucesso de outra comédia, a produção canadense "Porky's", que abriu de vez o caminho para o gênero, com a curiosidade de que o elenco deste longa acabou não se firmando na carreira, mesmo tendo ainda duas continuações de algum sucesso. Apenas a bela Kim Cattrall (a Samantha de "Sex and the City") conseguiu seguir uma carreira de sucesso.


O Último Americano Virgem (The Last American Virgin, EUA, 1982) – Nota 5
Direção – Boaz Davidson
Elenco – Lawrence Monoson, Diane Franklin, Steve Antin, Joe Rubbo.

O jovem Gary (Lawrence Monoson) trabalha como entregador de pizzas e é apaixonado por Karen (Diane Franklin), que é sua amiga. Como Gary ainda é virgem, seus amigos Rick (Steve Antin) e David (Joe Rubbo) tentam arrumar garotas para o rapaz, que tem olhos apenas para Karen. A situação fica complicada quando Gary descobre que Karen está grávida de seu amigo Rick, mudando o foco da comédia para o drama. O filme fez sucesso na época principalmente pelo título chamativo, fato comum nos filmes de adolescentes dos anos oitenta e pela mistura de comédia com piadas de sexo e temas polêmicos como gravidez e aborto, o que fez com o que filme chegasse aos cinemas brasileiros apenas em 1985 em virtude da censura. O péssimo elenco, o fraco roteiro e a direção do palestino Boaz Davidson não ajudam. Davidson ainda dirigiu alguns filmes, todos ruins por sinal, mas preferiu investir na carreira de produtor com maior sucesso, tendo produzido longas recentes como “Vício Frenético”, “Os Mercenários” e “Assassino a Preço Fixo”, entre outros.

Uma Escola Muito Especial, Para Garotas (Private School, EUA, 1983) – Nota 5
Direção – Noel Black
Elenco – Matthew Modine, Phoebe Cates, Betsy Russell, Sylvia Kristel, Kathleen Wilhoite, Ray Walston, Michael Zorek.

Com prédios vizinhos, uma escola de moças e outra apenas para garotos, os diretores tentam separar os jovens, porém isso não impede o namoro às escondidas. A bela Christine (Phoebe Cates) é apaixonada por Jim (Matthew Modine), mas tem de se preocupar com Jordan (Betsy Russell), que também está de olho no rapaz. Jim e seu amigo Bubba (Michael Zorek), para conseguir entrar no colégio de moças, se vestem de mulher e arrumam várias confusões, numa comédia repleta de piadas e situações sobre sexo. Como curiosidade, a professora de educação sexual do colégio de garotas é interpretada pela holandesa Sylvia Kristel, que ficou famosa ao estrelar o erótico-soft “Emmanuelle” nos anos setenta e direcionou sua carreira apenas para papéis do gênero, além de interpretar a própria Emmanuelle em diversas outras produções, inclusive filmes para tv.

A Última Festa de Solteiro (Bachelor Party, EUA, 1985) – Nota 6
Direção – Neal Israel
Elenco – Tom Hanks, Tawny Kitaen, Adrian Zmed, George Grizzard, Michael Dudikoff.

Rick Gassko (Tom Hanks) está noivo de Debbie (Tawny Kitaen) e para comemorar, seus amigos alugam a suíte de um hotel, enchem de bebidas e garotas, além de uma prostituta especial para Rick. Uma sequência ininterrupta de piadas sobre sexo e mulheres com poucas roupas são o ponto principal deste até divertido longa, principalmente pelo carisma de Tom Hanks ainda bem jovem. Da lista de filmes citados, com certeza este é o mais engraçado e menos ruim.

Férias Muito Loucas (Poison Ivy, EUA, 1985) – Nota 4
Direção – Larry Elikann
Elenco – Michael J. Fox, Nancy McKeon, Adam Baldwin, Robert Klein, Caren Kaye.

Esta comédia produzida para tv tem Michael J. Fox com um supervisor de campamento que tem mais interesse em conquistar uma enfermeira (Nancy McKeon) do que cuidar da garotada, o que causa diversas confusões com o dono do local (Robert Klein). O filme foi feito quando Fox era conhecido apenas pelo papel na sitcom “Caras e Caretas” (“Family Ties”) e tem todas a limitações de uma produção do gênero para tv. Fox ficaria realmente famoso no mesmo ano com o sucesso de “De Volta para o Futuro”.


Férias do Barulho (Private Resort, EUA, 1985) – Nota 5,5
Direção – George Bowers
Elenco – Rob Morrow, Johnny Depp, Emily Longstreet, Karyn O’Brian, Hector Elizondo, Leslie Easterbrook.

Este clássico absoluto da antiga Sessão das Dez do SBT, tem Rob Morrow e Johnny Depp quase adolescentes ainda, como dois amigos que vão passar uma temporada em um resort com o objetivo de pegar garotas. A farra se complica quando eles se metem com uma mulher casada com um ladrão de jóias (Hector Elizondo) e passam a ser perseguidos pelo sujeito. Analisando como cinema o filme é fraco, mas os exageros, as mulheres seminuas e a correria acaba garantindo a diversão, com o bom ator Hector Elizondo no papel do sujeito perigoso que acaba sofrendo nas mãos dos jovens espertos. Se fosse apenas por este filme, com certeza Rob Morrow e Johnny Depp não chegariam a lugar algum na carreira.


A Primeira Transa de Jonathan (Mischief, EUA, 1985) – Nota 5,5
Direção – Mel Damski
Elenco – Doug McKeon, Catherine Mary Stewart, Kelly Preston, Chris Nash, Jami Gertz, Terry O’Quinn, D. W. Brown.

Nos anos sessenta, o desajeitado Jonathan (Doug McKeon) é apaixonado por Marilyn (Kelly Preston, atual esposa de John Travolta), mas não sabe como chegar na garota. Ele pede ajuda a seu melhor amigo, Gene (Chris Nash) que namora a bela Bunny (Catherine Mary Stewart), que sofre por não ser aceito pelos pais da jovem por ser pobre. Muitas confusões e várias piadas sobre sexo são os destaques deste longa que fez algum sucesso nos anos oitenta, seguindo um estilo copiado a exaustão na época.

Quando a Turma Sai de Férias (Fraternity Vacation, EUA, 1985) – Nota 4
Direção – James Frawley
Elenco – Stephen Geoffreys, Sheree J. Wilson, Cameron Dye, Tim Robbins, Legh McCloskey, Matt McCoy, Amanda Bearse, John Vernon, Barbara Crampton, Kathleen Kinmont, Max Wright, Franklyn Ajaye.

Wendell (Stephen Geoffreys) é um nerd que nas férias viaja para praia na companhia de dois amigos (Cameron Dye e Tim Robbins), que ao mesmo tempo tiram sarro do garoto tímido e disputam quem conquistará a garota mais bonita. Diversas piadas sobre sexo são o ponto principal deste filme que é outro clássico da Sessão das Dez e tem como curiosidade o elenco. Temos Tim Robbins ainda bem jovem não dando a mínima impressão que se tornaria um astro e o ator principal Stephen Geoffreys que ficaria famoso no ano seguinte como coadjuvante no clássico “A Hora do Espanto” (que tem Amanda Bearse também no elenco) e no início dos anos noventa abandonaria a carreira e se transformaria em astro de filmes pornô gay. Parece brincadeira, mas é verdade.

Apenas um dos Rapazes (Just One of the Guys, EUA, 1985) – Nota 4
Direção – Lisa Gottlieb
Elenco – Joyce Hyser, Clayton Rohner, Billy Jacoby, Sherilyn Fenn, Tony Hudson, Leigh McCloskey, Deborah Goodrich, Arye Gross.

Esta comédia típica dos anos oitenta tem como protagonista a garota Terry (Joyce Hyser), que pretende se inscrever num concurso de jornalismo, porém acreditando que se fosse homem teria mais chances de vence, tenta enganar a todos ao mudar de colégio e por tem um nome que pode ser masculino ou feminino, se faz passar por homem para tentar vencer o concurso. Além dos problemas normais que teria de enfrentar, ela se apaixona por um amigo (Clayton Rohner) que não sabe a verdade e ainda desperta a atenção de outra garota (a linda e hoje sumida Sherilyn Fenn de “Twin Peaks”). Várias piadas sobre a troca de sexo e um final moralista dão o tom desta fraca comédia.


Ninguém Segura Essa Garota (Three for the Road, EUA, 1987) – Nota 5,5
Direção – Bill L. Norton
Elenco – Charlie Sheen, Kerri Green, Alan Ruck, Sally Kellerman, Raymond J. Barry, Bert Remsen, James Avery.

Paul (Charlie Sheen) recebe do seu chefe, o Senador Kitteredge (Raymond J. Barry), a missão de buscar sua filha Robin (Kerri Green) em outra cidade. O que parece ser um serviço simples para agradar o chefe, se torna uma grande dor de cabeça em virtude da rebeldia da jovem, que acaba metendo o sujeito em várias confusões. Os produtores tentaram conseguir novo sucesso utilizando o casal nas telas Charlie Sheen e Kerri Green que havia estrelado o drama romântico “A Inocência do Primeiro Amor” no ano anterior, porém aqui além de um roteiro melhor, faltou o garoto Corey Haim (falecido precocemente em 2010), que era a terceira parte daquele bom filme. Kerri Green que foi revelada em “Os Goonies” teve poucos papéis após este filme e sua carreira praticamente acabou. 

Ele é Minha Garota (He’s My Girl,EUA, 1987) – Nota 3
Direção – Gabrielle Beaumont
Elenco – T. K. Carter, David Hallyday, David Clennon, Jennifer Tilly, Misha Mik, Monica Parker, Bibi Besch.

O jovem Bryan (David Hallyday) vence um concurso musical com o direito de viajar a Los Angeles para uma final nacional, tendo como espécie de empresário seu amigo Reggie (T. K. Carter), porém ele pode levar como acompanhante apenas uma garota. Os dois acabam tendo a brilhante idéia de transformar Reggie em Regina e vestido de mulher ele acompanhará o amigo na viagem, ou melhor, nas confusões causada pelo fato, inclusive com garotas, sendo uma delas a voluptuosa Jennifer Tilly. Outro exemplo de comédia que tenta fazer graça com a mudança de sexo e resulta em poucas risadas.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Não Adormeça


Não Adormeça (Don’t Go to Sleep, EUA, 1982) – Nota 7
Direção – Richard Lang
Elenco – Dennis Weaver, Valerie Harper, Kristin Cumming, Oliver Robins, Robin Ignico, Claudete Nevins, Ruth Gordon, Robert Webber.

Quando Jennifer (Robin Ignico) morre em um acidente de automóvel causado pelo pai (Dennis Weaver), a família resolve se mudar para esquecer a tragédia e recomeçar. Na nova casa, o espírito de Jennifer aparece para sua irmã mais nova, a garotinha Mary (Kristin Cumming) com o desejo de se vingar da família, alegando que após sua morte foi esquecida por todos e apenas Mary ainda se lembra dela. A partir daí os membros da família começam a sofrer acidentes e a mãe (Valerie Harper) desconfia que a pequena Mary é a responsável. 

Este angustiante longa de suspense e terror feito para a tv é competente e segue um pouco a linha do clássico “Poltergeist”, produzido no mês ano e que tinha uma família sendo assombrada por espíritos, além da participação nos dois filmes do garotinho Oliver Robbins. 

Os destaques deste longa são as cenas de mortes bem construídas e as sinistras aparições do espírito da jovem morta no acidente de carro. É uma boa opção para quem gosta de gênero e quer algo diferente dos banhos de sangue dos filmes de terror atuais.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pacto Sinistro


Pacto Sinisto (Strangers on a Train, EUA, 1951) – Nota 8
Direção – Alfred Hitchcock
Elenco – Farley Granger, Robert Walker, Ruth Roman, Leo G. Carroll, Patricia Hitchcock.

Numa viagem de trem, o tenista Guy Haines (Farley Granger) é abordado por Bruno Antony (Robert Walker), sujeito estranho e intrometido, que parece saber muito sobre a vida de Guy. Antes de Guy descer numa pequena cidade onde pretende se divorciar de sua esposa para poder se casar com Anne Morton (Ruth Roman), Bruno faz a seguinte a proposta: Ele mataria a esposa de Guy e o tenista assassinaria seu pai. Como os dois não se conhecem, ficaria muito difícil para a polícia ligar os crimes. Guy acha um absurdo e não leva a sério o assunto, porém ao chegar em Washington é procurado por Bruno, que matou sua esposa e agora exige que o tenista cumpra sua parte no acordo. 

Hitchcock utilizou um roteiro do famoso escritor Raymond Chandler, que por sua vez se baseou num livro de Patricia Highsmith, para filmar este longa recheado de suspense que prende a atenção do início ao fim. 

Um dos pontos altos é a interpretação de Robert Walker como o psicopata que se infiltra na vida do tenista de modo assustador. Este foi o penúltimo filme de Robert Walker, que faleceu ainda em 1951. 

Como curiosidade, o ator principal Farley Granger que é homossexual e ainda está vivo, estrelou também outra obra de Hitchcock, o suspense “Festim Diabólico”.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Hawaii Five-O

Hawaii Five-O (Hawaii Five-O, EUA, 2010)
Elenco - Alex O'Loughlin, Scott Caan, Daniel Dae Kim, Grace Park.

Esta refilmagem da série homônima que foi ao ar de 1968 a 1980 acerta em cheio ao misturar muita ação com algumas pitadas de drama e comédia. A série original tinha Jack Lord no papel principal e fez grande sucesso durante doze temporadas, sendo por mais de vinte anos a série com maior duração da tv americana, sendo ultrapassada apenas em 2003 por "Law & Order", que terminou ano passado na vigésima temporada.

Mesmo a série original tendo passado por aqui em reprises nos anos oitenta, não assisti episódio algum para ter uma referência em relação a esta nova versão, sei apenas que os personagens são os mesmos da série original.

Nesta atualização o papel principal ficou com Alex O'Loughlin, ator conhecido por participações pequenas em séries como "The Shield" onde também interpretava um policial e "Three Rivers", aqui interpretando os ex-fuzileiro naval Steve McGarrett, que após o assassinato do pai que era ex-policial, é convidado pela governadora para liderar uma equipe de elite com o intuito de combater os crimes e criminosos mais violentos.

O parceiro principal de McGarrett é o detetive Danny "Danno" Williams vivido por Scott Caan, filho do grande ator James Caan e conhecido pelo seu papel na série de filmes "Onze Homens e um Segredo". Aqui ele interpreta um sujeito que sai de New Jersey e vai trabalhar no Havaí para ficar próximo de sua filha pequena que mora com a mãe o padastro e faz a veia cômica da série, com engraçadas discussões com seu parceiro.

A equipe tem ainda o ex-policial Chin Ho Kelly, interpretado por Daniel Dae Kim, o Jin de "Lost", que fora acusado de ser corrupto e volta para mostrar sua inocência. Fechando o time temos Grace Park, que trabalho em "Battlestar Galactica" e aqui tem faz o papel de Kono Kalakaua, a policial novata.

A produção aproveita ao máximo as belezas naturais do ensolarado Havaí para criar ótimas sequências de ação e aventura. Os roteiros são simples, seguem o básico ao criar vilões e crimes diversos, além de em determinados episódios mostrar os dramas na vida de cada personagem.

Como por aqui a primeira temporada ainda está no ar, fica a expectativa da participação de Mark Dacascos como um chefão chamado Wo Fat, que apareceu em dois ou três episódios sem praticamente agir, mas que deixa claro que será personagem importante até o final da temporada. Consta que na série original este personagem era o vilão mais perigoso e que acabou não sendo preso, nem mesmo na última temporada.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Van Helsing


Van Helsing (Van Helsing, EUA / República Tcheca, 2004) – Nota 6,5
Direção – Stephen Sommers
Elenco – Hugh Jackman, Kate Beckinsale, Richard Roxburgh, David Wenham, Will Kemp, Kevin J. O’Connor, Elena Anaya, Samuel West, Robbie Coltrane.

No final do século XIX, Gabriel Van Helsing (Hugh Jackman) trabalha como caçador de vampiros para o Vaticano e tem como nova missão eliminar Conde Drácula (Richard Roxburgh) que vive na Transilvânia. Drácula financiou as experiências do Dr. Frankenstein (Samuel West) na tentativa de ressuscitar mortos, o que o médico acaba conseguindo, trazendo a vida um criatura montada com partes de mortos. Van Helsing viaja junto com Anna Valerius (Kate Beckinsale) e seu irmão Velkan (Will Kemp), além de um frade (David Wenham) especialista em criar armas usadas pelo herói. Pelo caminho o grupo terá de enfrentar vários inimigos, entre eles Lobisomen e as viúvas de Drácula. 

O diretor Stephen Sommers revisitou com sucesso o clássico “A Múmia” numa versão aventuresca em 1999 e na sua sequência “O Retorno da Múmia”, tendo sido ainda um dos pais do seriado “24 Horas” e com todo este cacife tentou um passo maior, reunir no mesmo longa de ação os clássicos monstros da Universal com um roupagem moderna, repleta de efeitos especiais e o resultado foi um grande fracasso. 

O filme não chega a ser ruim, as cenas de ação são competentes, assim como a fotografia e ótima produção toda rodada em Praga na República Tcheca, porém o roteiro não ajuda, desperdiçando bons personagens, além de transformar o herói Van Helsing numa espécie de James Bond, usando diversas engenhocas para enfrentar os monstros. 

É o tipo de filme que funciona para uma sessão descontraída, sem preocupações com roteiro ou comparação com os filmes clássicos da Universal.

domingo, 17 de abril de 2011

Choke - No Sufoco


Choke – No Sufoco (Choke, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Clark Gregg
Elenco – Sam Rockwell, Anjelica Huston, Kelly Macdonald, Brad William Henke, Jonah Bobo, Heather Burns, Paz de la Huerta, Clark Gregg, Joel Grey, Viola Harris, Gillian Jacobs, Matt Malloy, Bijou Phillips, Isiah Whitlock Jr.

Victor Mancini (Sam Rockwell) é viciado em sexo e participa de um grupo de apoio, onde ao invés de tentar se curar, transa com uma garota (Paz de La Huerta) a quem deveria ser uma espécie de mentor. Neste mesmo grupo está seu amigo Denny (Brad William Henke), que se masturba diversas vezes ao dia. A dupla trabalha num parque temático sobre a época da colonização americana, onde estão sempre em conflito com o chefe (Clark Gregg). Os problemas de Victor são ainda maiores, pois sua mãe Ida (Anjelica Huston) sofre de Alzheimer e vive internada em um hospital, onde a única pessoa que se interessa pelo caso é a Dra. Paige (Kelly Macdonald). Victor faz sexo ou pelo menos imagina fazer com todas as mulheres que passam a sua frente, porém começa a sentir atraído pela médica, com quem acaba falhando na hora do sexo e ainda sofre com a curiosidade em saber quem é seu verdadeiro pai, fato ocultado pela mãe.

Esta ciranda de personagens incomuns é baseada numa obra de Chuck Palahniuk, autor também de “O Clube da Luta” e foi adaptada por Clark Gregg, que também dirige o longa e que é mais conhecido pelo papel do ex-marido de Julia Louis Dreyfus na sitcom “The New Adventures of Old Christine”. Mesmo não tendo o talento, nem os recursos de David Fincher, sua direção é competente e tem a ajuda do bom elenco, com destaque para Sam Rockwell que cria um personagem amoral que narra sua vida (sua infância é mostrada em flashback e explica muito da sua personalidade) e mesmo na loucura em que vive, acaba ainda mais confuso quando se apaixona e não sabe lidar com a situação. 

O título “Choke” é explicado no golpe que o personsagem de Rockwell aplica em restaurantes, quando simula estar engasgado com comida, para ser salvo e criar um laço sentimental e se possível financeiro com a pessoa. 

sábado, 16 de abril de 2011

Nosferatu - O Vampiro da Noite


Nosferatu – O Vampiro da Noite (Nosferatu: Phantom der Nacht, Alemanha / França, 1979) – Nota 7
Direção – Werner Herzog
Elenco – Klaus Kinski, Isabelle Adjani, Bruno Ganz, Roland Topor, Walter Landegast.

Esta refilmagem do clássico do expressionismo alemão de F. W. Murnau é competente, porém não consegue superar o original. 

A história é a mesma, começando com o corretor imobiliário Jonathan Harker (Bruno Ganz) sendo enviado aos Montes Cárpatos para atender ao Conde Drácula (Klaus Kinski), que pretende comprar um casa e se mudar para a pequena cidade na Alemanha onde vive Harker. Porém o sinistro Conde se apaixona por um foto da esposa de Harker, a bela Lucy (Isabelle Adjani) e ataca o corretor o deixando inconsciente, enquanto foge e viaja de barco para a Alemanha à procura de Lucy, espalhando a peste por onde passa. 

Como citei no início, o original feito ainda na época do cinema mudo, tem um clima assustador e uma sensacional interpretação de Max Schreck como Conde Orlock, fato que ajudou a criar a lenda de que Schreck era mesmo um vampiro. 

Aqui nesta refilmagem a interpretação de Kinski também é assustadora e o ritmo lento em algumas passagens, especialidade de Herzog, acaba dando o tom do longa e funciona bem em algumas cenas, como na procissão de caixões na praça central da cidade e nas centenas de ratos vivos que chegam no mesmo navio de Drácula. 

Os dois filmes merecem ser assistidos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Negócio Arriscado & Namoros Eletrônicos


Negócio Arriscado (Risky Business, EUA, 1983) – Nota 6,5
Direção – Paul Brickman
Elenco – Tom Cruise, Rebecca DeMornay, Joe Pantoliano, Richard Masur, Curtis Armstrong, Bronson Pinchot, Nicholas Pryor, Raphael Sbarge.

O adolescente Joel Goodsen (Tom Cruise) é filho único de um casal que o protege em demasia. Quando os pais viajam, Joel é pressionado por amigos para aproveitar e acaba contratando uma garota de programa (Rebecca De Mornay). Após a noitada, sem ter recebido o dinheiro prometido, a garota some com um objeto de valor e Joel resolve ir atrás, acabando por entrar em conflito com o cafetão da moça (Joe Pantoliano de “A Familia Soprano”). Como única saída para reaver o objeto, Joel abre sua casa para a moça e suas colegas de trabalho atenderem clientes, com ele recebendo um porcentagem dos programas. 

Este longa foi o primeiro sucesso de Tom Cruise como protagonista e por isso é cultuado por muita gente, mas no geral é um filme mediano, com algumas cenas interessantes e principalmente para as mulheres a cena em que ele apenas de cueca, camisa e meias dubla o clássico “Old Tim Rock & Roll”. Em comparação com o similiar “Curtindo a Vida Adoidado” estrelado por Matthew Broderick três anos depois, “Negócio Arriscado” perde e muito, inclusive no talento do protagonista, com Broderick dando um show, provavelmente no melhor papel de sua carreira.


Namoros Eletrônicos (The Rachel Papers, Inglaterra, 1989) – Nota 7
Direção – Damian Harris
Elenco – Dexter Fletcher, Ione Skye, Jonathan Pryce, James Spader, Bill Paterson, Lesley Sharp, Michael Gambon, Jared Harris, Aubrey Morris.

O jovem Charles (Dexter Fletcher) é um brilhante estudante que utiliza um programa de computador para conquistar mulheres. O programa compila dados e indica qual a melhor forma de conquista o certo tipo de garota. Quando Charles conheça Rachel (Ione Skye), uma garota rica, ele logo se apaixona e percebe que seu programa não funciona neste caso, o que o deixa obsessivo em conquistar a jovem. 

Este simpático longa tem como curiosidade o uso do computador pessoal antes dele se tornar algo comum, quase como um personagem e tem na química entre o casal principal outro destaque. O inglês Dexter Fletcher (“Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”) copia no bom sentido o estilo de Matthew Broderick em “Curtindo a Vida Adoidado”, falando direto para câmera e narrando toda a sua jornada em busca da garota escolhida, que também é bem interpretrada pela bela Ione Skye. 

O longa é dirigido pelo filho do grande Richard Harris (“Juramento de Vingança”, “Gladiador”), Damian Harris que depois foi responsável por suspenses como “O Engano” e “Má Companhia”. Este trabalho também marca a estréia no cinema de Jared Harris, irmão de Damian e filho de Richard, hoje conhecido por papéis em séries como “The Richies” e “Mad Men”. 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tombstone & Wyatt Earp


A história de Wyat Earp e Doc Holliday foi levada ao cinema pelo menos quatro vezes, sempre com boa qualidade. Temos a versão clássica dirigida por John Ford em 1946 chamada “Paixão dos Fortes”, com Henry Fonda e Victor Mature nos papéis principais, o clássico “Sem Lei, Sem Alma” de John Sturges com Burt Lancaster e Kirk Douglas de 1957 e os dois filmes que cito nesta postagem, "Tombstone" de 1993 com Kurt Russell e Val Kilmer sob a direção de George Pan Cosmatos e “Wyatt Earp” dirigido por Lawrence Kasdan e estrelado por Kevin Costner em 1994, tendo ainda Dennis Quaid como Doc Holliday.

Tombstone – A Justiça Está Chegando (Tombstone, EUA, 1993) – Nota 8
Direção – George Pan Cosmatos
Elenco – Kurt Russell, Val Kilmer, Michael Biehn, Powers Boothe, Sam Elliott, Bill Paxton, Dana Delany, Stephen Lang, Joanna Pacula, Terry O'Quinn, Michael Rooker, Jon Tenney, Thomas Haden Church, Robert John Burke, Jason Priestley, Dana Wheeler Nicholson, Billy Zane, Frank Stallone, Charlton Heston, Billy Bob Thornton, Tomas Arana, Paul Ben Victor, John Philbin, Billy Zane, John Corbett, Harry Carey Jr.

No século XIX, os irmãos Earp, Wyatt (Kurt Russell), Virgil (Sam Elliott) e Morgan (Bill Paxton) chegam a cidade de Tombstone com suas famílias, quase ao mesmo tempo do pistoleiro e jogador Doc Holliday (Val Kilmer), antigo amigo de Wyatt. Logo a família entra em conflito com um grupo de pistoleiros liderados por Curly Bill Brocius (Powers Boothe), que com a ajuda de Johnny Ringo (Michael Biehn) e dos irmãos Clanton (Stephen Lang e Thomas Haden Church) aterrorizam a cidade. Depois de brigas, disputas e algumas mortes, o duelo final entre os grupos acontece no Curral OK. 

Das quatro versões esta “Tombstone” é a mais voltada para ação, com diversas sequências de tiroteios e um elenco recheado de rostos conhecidos, trazendo todos os elementos clássicos do western. Por sinal, o elenco é um dos pontos fortes, com Kurt Russel competente no papel principal e Val Kilmer mostrando que é bom ator quando escolhe bem o papel, ao recriar um Doc Holliday alcoólatra que sofre de tuberculose. Este é o penúltimo filme dirigido pelo italiano de origem grega George Pan Cosmatos, conhecido por filmes de ação com Stallone como “Rambo II – A Missão” e “Cobra”. Cosmatos faleceu em 2005.


Wyatt Earp (Wyatt Earp, EUA, 1994) – Nota 7
Direção – Lawrence Kasdan
Elenco – Kevin Costner, Dennis Quaid, Gene Hackman, Michael Madsen, Linden Ashby, Jeff Fahey, Tom Sizemore, Bill Pullman, Mare Winnigham, Joanna Going, Jobeth Williams, Mark Harmon, Catherine O'Hara, Adam Baldwin, Annabeth Gish, Isabella Rossellini, Todd Allen, James Gammon, Rex Linn, Betty Buckley, Mackenzie Astin, James Caviezel, Téa Leoni, Martin Kove.

Diferente de “Tombstone”, este longa é praticamente uma biografia completa de Wyatt Earp (Kevin Costner), começando com ele ainda adolescente mentindo a idade para lutar junto com os irmãos na Guerra da Secessão e após o final da luta toda a família com a liderança do pai (Gene Hackman) se muda para o oeste. No início da nova vida, Wyatt se mete em confusão mas acaba  salvo pelo pai e vê sua vida mudar quando faz amizade com os irmãos Ed e Bat Masterson (Bill Pullman e Tom Sizemore), que são xerifes em Dodge City, cidade onde mais tarde o próprio Wyatt se tornará xerife e ficará famoso por limpar o local dos bandidos, seguindo sua jornada até a amizade com Doc Holliday (Dennis Quaid) e o famoso duelo no Curral OK contra os irmãos Clanton. 

Este trabalho de Kasdan na direção e Costner na produção segue o estilo preferido do astro (“Dança com Lobo”, “O Mensageiro” e “Waterworld’), com uma longa duração (mais de três horas) e a grandiosidade que lembra os grandes clássicos do gênero da época de ouro de Hollywood. No geral é um bom filme, que detalha muito bem a vida deste mito do oeste americano, mas peca um pouco pela duração, o que explica não ter feito o mesmo sucesso de “Tombstone”, que focava apenas a parte final mostrada aqui e tinha como ponto principal as cenas de ação.   

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Conspiração Xangai


Conspiração Xangai (Shanghai, EUA / China, 2010) – Nota 7
Direção – Mikael Hafstrom
Elenco – John Cusack, Gong Li, Chow Yun Fat, Ken Watanabe, David Morse, Franka Potente, Jeffrey Dean Morgan, Hugh Bonneville, Benedict Wong, Christopher Buccholz, Ronan Vibert, Nicholas Rowe, Michael Culkin.

Em 1941, a cidade de Xangai é uma verdadeira Babel, onde americanos, ingleses e alemães convivem à espera da entrada dos americanos na guerra e onde japoneses preparam uma invasão e lutam contra a resistência chinesa. 

No meio desta loucura, o espião americano Paul Soames (John Cusack) disfarçado de jornalista, investiga quem assassinou seu amigo Conner (Jeffrey Dean Morgan) e se depara com uma rede de intrigas e segredos. Paul usa seu charme e inteligência para se aproximar de um poderoso do local, Anthony Lan Ting (Chow Yun Fat) e sua esposa Anna (Gong Li), com quem inicia um flerte e descobre que ela está envolvida com a resistência chinesa. Durante a investigação, Paul desconfia do envolvimento de Tanaka (Ken Watanabe), chefe do serviço secreto japonês, no assassinato do amigo, que ao parece descobriu algum segredo do sujeito. 

A história lembra os filmes de espionagem dos anos sessenta, com John Cusack criando um agente ao estilo James Bond, porém sem as engenhocas clássicas. Como destaques, além de Cusack sempre competente, posso citar o bom elenco internacional que dá veracidade aos personagens, além da bem cuidada reconstituição de época. 

O diretor sueco Mikael Hafstrom reedita aqui a parceria com Cuscak depois do bom suspense “1408”, porém estes dois trabalhos estão aquém de seus filmes produzidos na Suécia. São imperdíveis o drama sobre bullyng e maus tratos em um colégio chamado “Ondksan – Raízes do Mal” e o suspense “A Maldição do Lago” também ambientado em um colégio. 

Para os cinéfilos mais curiosos, o inglês que interpreta o dono da casa de ópio é vivido por Nicholas Rowe, hoje quase um desconhecido, mas que em 1985 interpretou um Sherlock Holmes adolescente em “O Enigma da Pirâmide” dirigido por Barry Levinson e produzido por Spielberg.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sangue Negro


Sangue Negro (There Will Be Blood, EUA, 2007) – Nota 8
Direção – Paul Thomas Anderson
Elenco – Daniel Day Lewis, Paul Dano, Ciaran Hinds, Kevin J. O’Connor, Dillon Freasier.

No virada do século XIX para o XX, Daniel Plainview (Daniel Day Lewis) é um minerador em busca de fortuna. Quando ele é procurado por Paul Sunday (Paul Dano) com a proposta para perfurar terras num local chamado Little Boston, onde o pai de Paul e outros pequenos fazendeiros vivem em cima de uma jazida de petróleo, Daniel vê a chance de enriquecer. 

Levando a tiracolo seu filho pequeno H. W. (Dillon Freasier), Daniel consegue arrendar as terras de quase todos os fazendeiros do local dando um grande passo para se tornar milionário, porém com seu jeito bruto e ganancioso, terá de enfrentar diversos obstáculos, entre eles um conflito com o pastor Eli Sunday (também interpretado por Paul Dano), irmão gêmeo de Paul que comanda a pequena Igreja da Terceira Revolução. 

Um dos grandes destaques é a interpretação vencedora do Oscar de Daniel Day Lewis, que sempre cria personagens memoráveis, mas aqui praticamente segura o filme sozinho nas mais de duas horas e meia de duração. Por mais que as atuações de Paul Dano, principalmente como o pastor e a pequena mais importante participação de Kevin J. O’Connor tenham qualidade, Day Lewis está sensacional como o sujeito inteligente, duro, desconfiado, ganancioso e cruel, que tem como único objetivo enriquecer. 

Outro destaque é a bela fotografia, que tem um grande momento quando umas das torres de perfuração explode, jorrando petróleo e pegando fogo ao mesmo tempo. O roteiro ainda toca em temas como religião, família e até sobre a Crise da Bolsa de Valores Americana em 1929, que se casa perfeitamente com a sequência final do longa. 

O cinema de Paul Thomas Anderson é algo complexo, sem respostas fáceis, onde o espectador precisa prestar atenção aos detalhes dos personagens e o mundo em que eles vivem para compreender toda história.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Na Época do Ragtime


Na Época do Ragtime (Ragtime, EUA, 1981) – Nota 8
Direção – Milos Forman
Elenco – James Cagney, Elizabeth McGovern, Howard E. Rollins Jr, Mary Steenburgen, Jeff Daniels, Brad Dourif, Moses Gunn, James Olson, Mandy Patinkin, Pat O’Brien, Kenneth McMillan, Jeffrey DeMunn, Robert Joy, Norman Mailer, Debbie Allen, Donald O’Connor, Fran Drescher, Frankie Faison, Richard Griffiths, Samuel L. Jackson, Michael Jeter.

O diretor Milos Forman se baseou no livro de E. L. Doctorow para contar um pouco da vida e dos costumes no início do século XX nos EUA. O longa trata de várias tramas paralelas que tocam em temas polêmicos como preconceito, racismo e moralismo. 

Apesar dos diversos personagens, os maiores destaques ficam para o ator negro Howard E. Rollins (que estrelou também o drama sobre preconceito “A História de um Soldado” e faleceu cedo em 1996) que interpreta um pianista especialista em “ragtime”, um estilo de música negra, que é vítima de um ato racista e se transforma numa batalhador pelos direitos dos negros, mesmo que isso afete e muito sua vida e para a bela Elizabeth McGovern (“Era Uma Vez na América) que faz o papel de uma jovem casada com um aristocrata (Robert Joy) e que se transforma no pivô de uma briga de seu marido com um escultor (Norman Mailer) que fez uma estátua usando como modelo o corpo nu da jovem. 

Temos ainda uma dona de casa (Mary Steenburgen) dominada pelo marido (James Olson) e o veterano James Cagney como o comissário de polícia. Como curiosidade, Cagney estava afastado do cinema há vinte anos quando aceitou este papel, que acabou sendo sua despedida da tela grande, tendo ainda como companhia em pequenos papéis, Pat O’Brien com quem ele dividiu as telas no clássico “Anjos da Cara Suja” e o dançarino Donald O’Connor, imortalizado por seu papel em “Dançando na Chuva”. 

No geral é um belo filme, com ótima reconstituição de época e magnífica direção de Milos Forman. O longa teve ainda oito indicações ao Oscar (inclusive Elizabeth McGovern e Howard E. Rollins Jr), mas não venceu uma sequer.

domingo, 10 de abril de 2011

Rede de Intrigas - O Adeus a Sidney Lumet


Rede de Intrigas (Network, EUA, 1976) – Nota 8
Direção – Sidney Lumet
Elenco – William Holden, Faye Dunaway, Peter Finch, Robert Duvall, Ned Beatty, Wesley Addy, Beatrice Straight.

Neste final de semana o cinema perdeu o grande diretor Sidney Lumet aos oitenta e seis anos. A carreira de Lumet começou na tv americana nos anos cinquenta dirigindo seriados, tendo ficado conhecido com o grande drama "12 Homens e uma Sentença" de 1957 e famoso nos anos sessenta à partir de trabalhos como "A Longa Jornada Noite Adentro", "O Homem do Prego" e "Limite de Segurança". 

Com as mudanças em Hollywood nos anos setenta, quando o cinema abriu as portas para novos cineastas que filmavam em locação e com história bem próximas da realidade, Lumet emplacou alguns clássicos como "Um Dia de Cão", "Serpico" e este "Rede de Intrigas". Em seguida Lumet não mais parou e lançou filmes em média a cada dois anos, com alguns trabalhos irregulares, mas nada que deixasse alguma mancha em sua carreira. Seu último trabalho foi o bom drama "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto", produzido em 2007.

Neste "Rede de Intrigas", Howard Beale (Peter Finch) é o veterano âncora de um canal de tv que com a chegada de novos executivos (Faye Dunaway e Robert Duvall) será substituído em virtude da baixa audiência. No seu último jornal, Howard fala ao vivo que será demitido e que irá cometer suicídio. O diretor do programa, Max Schumacher (William Holden) que também é seu amigo, após o programa tenta acalmar o sujeito e demovê-lo da idéia. 

A situação muda completamente quando a dupla de executivos percebe que a audiência cresceu com o pronunciamente maluco de Howard e o convida para continuar no programa com carta branca para falar o que quiser. Howard aceita e se torna uma espécie de profeta do caos, que fala verdades escondidas atacando a tudo e a todos, principalmente a própria as mentiras mostradas na tv. Quando Howard começa a atacar pessoas poderosas e se torna um problema para os executivos, estes percebem que precisam deter o sujeito. 

Este é provavelmente o melhor filme feito sobre os bastidores da tv, mostrando que há trinta e cinco a preocupação dos executivos de tv era a mesma que hoje, aumentar a audiência a qualquer custo, não se importando com a qualidade do que é mostrado ao espectador. 

O personagem de Peter Finch é uma mistura dos diversos apresentadores sensacionalistas que vemos hoje em dia, com a diferença de que ele acredita no que fala e com isso acaba atravessando a linha imaginária do aceitável pelos executivos de tv. 

O filme concorreu a dez prêmios Oscar e venceu quatro, com Peter Finch, Faye Dunaway e Beatrice Straight, além do prêmio de roteiro original. O elenco ainda teve William Holden e Ned Beatty indicados, além da direção de Sidney Lumet. Como curiosidade, Peter Finch faleceu em janeiro de 1977 e foi premiado com o Oscar após sua morte. 

É um grande filme, um crítica dura contra a manipulação dos fatos promovida para tv, sempre com o intuito de obter audiência e de favorecer os poderosos. 

sábado, 9 de abril de 2011

Tiros em Columbine


Tiros em Columbine (Bowling for Columbine, EUA / Canadá / Alemanha, 2002) – Nota 9
Direção – Michael Moore
Documentário com Michael Moore, Charlton Heston, Marilyn Manson, Matt Stone, Chris Rock, Dick Clark, John Nichols.

A tragédia ocorrida esta semana no Rio de Janeiro remete rapidamente as mortes no colégio americano de Columbine em 1999 e por conseqüência a este documentário de Michael Moore que tenta entender o porquê desta violência. No caso de Columbine, dois adolescentes de classe média (Dylan Klebold e Eric Harris) invadiram a escola armados e vestidos com os personagens de “Matrix” matando 14 pessoas e ferindo diversas outras, para em seguida se suicidarem. 

Michael Moore tenta entender de quem é a culpa por toda esta violência, através de depoimentos de figuras dispares como o cantor Marilyn Manson que fora acusado por extremistas religiosos de incitar a violência e o hoje falecido ator Charlton Heston que era presidente da Associação Nacional do Rifle e defendia o porte de armas, além de perguntar qual a influência da violência em tv, games, filmes e da própria história americana em acontecimentos como este massacre. Moore coloca ainda em cheque um banco que oferece como brinde uma arma para quem abre uma conta e a multinacional Walmart que até aquela época vendia munição em suas lojas, o que foi abolido no ano seguinte ao documentário. 

Este trabalho venceu o Oscar de Melhor Documentário e transformou Michael Moore em figura mundial, mesmo que seu trabalho de denúncia já tivesse quase uma década, desde os programas de tv “Alien Nation” e “The Awful Truth”. 

Como opinião pessoal, tanto o massacre em Columbine como o do Rio de Janeiro, são conseqüências de diversos fatores, sendo o principal a desestruturação da família e independente da classe social, a educação e atenção dada as crianças e adolescentes são fundamentais para o desenvolvimento de uma pessoa com personalidade e caráter. Este trágicos acontecimentos são extremas exceções cometidas por malucos, mas a violência entre jovens, o chamado bullyng e os abusos com bebidas, drogas e sexo sem proteção, são conseqüências diretas desta total falta de valores que parte de nossa juventude vive nos dias de hoje. 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Insônia (1997 e 2002)



Insônia (Insomnia, Noruega, 1997) – Nota 7,5
Direção – Erik Skjoldberg
Elenco – Stellan Skarsgard, Sverre Anker Ousdal, Thor Michael Aamodt, Gisken Armand, Bjorn Floberg.

Uma jovem adolescente é assassinada no interior da Noruega e dois detetives da capital são encarregados de viajar ao local para investigar. Ao perseguirem um suspeito no meio de um nevoeiro, Jonas Engstrom (Stellan Skarsgard) mata por acidente seu parceiro com um tiro e desesperado resolve tentar encobrir o fato, primeiro alegando que o suspeito é quem atirou e depois conforme a situação vai evoluindo, Jonas inventa novas mentiras até que é interpelado pelo criminoso, que diz ter visto Jonas atirar no parceiro. Envolvido numa teia de mentiras, sendo manipulado pelo criminoso e ainda sofrendo de insônia, Jonas a cada dia se vê mais perdido e sem saída da terrível situação em que se meteu. 

Este interessante drama nórdico tem na interpretação do ótimo Stellan Skarsgard um de seus pontos altos, ele praticamente carrega sozinho o filme, que utiliza a questão geográfica do dia interminável naquela região, para criar a insônia que o personagem sofre, junto com sua consciência pesada e a pressão para resolver dois crimes, sendo um que ele mesmo comentou. A refilmagem de Christopher Nolan é ainda melhor, principalmente em relação ao elenco.

Insônia (Insomnia, EUA, 2002) – Nota 8
Direção – Christopher Nolan
Elenco – Al Pacino, Robin Williams, Hilary Swank, Martin Donovan, Maura Tierney, Nicky Katt, Paul Dooley.

Os policiais Will Dormer (Al Pacino) e Hap Eckhart (Martin Donovan) são enviados para investigar o assassinato de uma adolescente no Alasca. Durante uma perseguição na névoa, Will se confunde e acaba matando o parceiro com um tiro, deixando o suspeito escapar. Mesmo sentindo-se culpado, Will deixa que a policia local acredite que o assassinato tenha sido obra do suspeito, porém a situação se complica quando ele é abordado por um sujeito, Walter Finch (Robin Williams) que diz ter visto Will atirar no parceiro. Além disso, a policial local Ellie Burr (Hilary Swannk) começa a investigar por conta própria e Will não consegue dormir, pois na época a região tem claridade durante as vinte quatro horas do dia, o que acaba atrapalhando ainda mais a cabeça do sujeito. 

Este refilmagem do longa norueguês de 1997 é superior principalmente pelo elenco mais qualificado e pela teia de mentiras que se cria entre os personagens. A interpretação de Pacino também é muito boa, ao criar um sujeito consumido pelo remorso, mas que não tem coragem de assumir a culpa e praticamente vai enlouquecendo a cada dia sem dormir. Apesar de não ser o melhor de Nolan, é um ótimo suspense policial que prende atenção do espectador.


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Selo


Recebi este selo do amigo Diego do blog Cinema Atemporal e indico o presente para outros cinco blogs amigos.

Cine Pipoca Cult da Amanda

Apimentário do Cristiano

Um Filme por Dia do Clênio

Cinema Rodrigo do Rodrigo

Filme Filminho e Filmão do Edson

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Swingers - Curtindo a Vida


Swingers – Curtindo a Vida (Swingers, EUA, 1996) – Nota 8
Direção – Doug Liman
Elenco – Jon Favreau, Vince Vaughn, Ron Livingston, Patrick Van Horn, Alex Desert, Deena Martin, Heather Graham, Katherine Kendall, Brooke Langton.

Mike (Jon Favreau) está deprimido após ser abandonado pela namorada e porque busca há muito tempo um trabalho como ator e nada consegue. Para tentar levantar o ânimo do rapaz, dois amigos, o malandro Trent (Vince Vaughn) e Rob (Ron Livingston) o levam para curtir a noite e pegar garotas, o objetivo principal. Durante a jornada eles encontrarão outros amigos, tentarão conhecer mulheres e beberão muito. 

A história em si parece ser um filme comum sobre jovens imaturos que vivem como adolescentes, porém o frescor da direção de Doug Liman (em seu segundo trabalho), o roteiro recheado de diálogos inteligentes e situações engraçadas que os sujeitos passam ao tentar conquistar mulheres na noite e o afiado trio principal, que como o personagem de Mike, eram atores desconhecidos na época, são os pontos altos deste divertido longa. 

Hoje Jon Favreau é ator, diretor e roteirista, Vince Vaughn fez papéis sérios porém mostrou maior talento para comédia e Ron Livinsgton é figura comum em seriados. Quanto a Doug Liman, se consagrou com “A Identidade Bourne” e tem ainda outros bons filmes no currículo, como “Vamos Nessa” e o recente “Jogo de Poder”. 

Esta simpática comédia com toques de drama é uma pequena pérola pouca lembrada nos dias atuais.