Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash, EUA, 2014) – Nota
8
Direção – Damien Chazelle
Elenco – Miles Teller, J. K. Simmons, Paul Reiser, Melissa
Benoist, Austin Stowell, Nate Lang, Chris Mulkey.
Até que ponto se pode chegar na busca pela perfeição? Ou
qual o limite de pressão que um professor pode exercer sobre seus alunos? Estas
duas questões martelam a cabeça do espectador após assistir “Whiplash” e
consequentemente geram discussões com diversos pontos de vista.
A complexa
relação entre o jovem estudante de música Andrew (Miles Teller) e seu professor Terence Fletcher (J. K. Simmons), resulta num dos mais fortes duelos de
personagens dos últimos anos. Andrew é um jovem inexperiente que estuda na famosa
escola de música Shaffer, tendo como objetivo se tornar o melhor baterista do
mundo. Durante um ensaio, ele é escolhido pelo temido maestro Fletcher, que
comanda a orquestra principal da escola e trata os alunos com uma dureza
poucas vezes vista no cinema.
A pressão psicológica criada pelo maestro assusta
a todos alunos, ao mesmo tempo em que faz com que Andrew veja a situação como um desafio
pessoal ser aceito como um grande músico pelo sujeito. O que a princípio parece
ser uma relação entre algoz e vítima, aos poucos revela que os dois personagens
são parecidos, sendo obcecados pela perfeição, mesmo que isto os transforme em
figuras solitárias.
As tensas sequências de ensaio, os solos de bateria do
personagem principal e as interpretações da dupla professor/aluno são os pontos
altos do longa. O jovem Miles Teller acerta na transformação do personagem
durante o filme. O jovem inseguro do início, se torna um homem que se vê
obrigado a enfrentar seus medos para tentar vencer.
Do outro lado da disputa, o
veterano J. K. Simmons dá um show como o maestro irônico, manipulador e até canalha
em vários momentos. Simmons já tinha mais de quarenta anos e era quase um desconhecido
quando ganhou o papel do detento neonazista Vern Schillinger em “Oz – A Vida É
uma Prisão”. Seu desempenho canalha e cheio de fúria na série, lembra bastante
o maestro que lhe rendeu o Oscar este ano. Para quem acompanhou a série, a
figura de Simmons por si só é assustadora.
No final, espectador algum ficará
indiferente a forte história.
3 comentários:
Bah, esse filme é muito bom. Tenso e surpreendente. J.K. Simons mereceu o Oscar, apesar do personagem dele ser muito estúpido. E Miles Teller tem tudo para ser uma nova aposta do cinema atual.
A execução antenada e cheia de energia é que faz o diferencial desse filme com trama manjada. E, claro, Simmons.
Cumps.
A pressão psicológica é impressionante mesmo. Um filme intenso.
bjs
Postar um comentário