sábado, 21 de março de 2015

Copiando Tarantino - Resenhas Rápidas

O estrondoso sucesso de "Pulp Fiction" praticamente criou um novo gênero com histórias policiais com diversos personagens que se cruzam, misturando violência, cultura pop, diálogos engraçadinhos e humor negro.

Como a grande maioria dos diretores não tem o mesmo talento de Tarantino, este filão rendeu vários longas razoáveis e outros bem fracos.

Neste postagem comento rapidamente cinco exemplares deste gênero.

Fúria Urbana (All the Rage, EUA, 1999) – Nota 6,5
Direção – James D. Stern
Elenco – Joan Allen, Jeff Daniels, Andre Braugher, Robert Forster, Anna Paquin, David Schwimmer, Giovanni Ribisi, Josh Brolin, Bokeem Woodbine, Gary Sinise.

A trama começa com um empresário (Jeff Daniels) matando seu sócio que tinha um caso com sua esposa (Joan Allen). O assassino alega que pensou estar atirando em um desconhecido que estaria invadindo sua casa. Seu advogado (Andre Braugher) aceita o caso mesmo não acreditando na alegação do sujeito. Um detetive (Robert Forster) tenta provar que foi um crime premeditado, enquanto em paralelo, o advogado, que tem um romance com outro homem (David Schwimmer), acaba por se envolver com uma garota rebelde (Anna Paquin). Estes vários personagens terão suas vidas mudadas pela violência, principalmente pela presença de armas para resolver as desavenças. Apesar de irregular, a trama prende a atenção por passar a ideia de que qualquer pessoa com uma arma na mão pode ser tornar um assassino. O bom elenco também é destaque. 

Contrato de Risco (2 Days in the Valley, EUA, 1996) – Nota 6
Direção – John Herzfeld
Elenco – Danny Aiello, Jeff Daniels, James Spader, Eric Stoltz, Glenne Headly, Greg Crutwell, Paul Mazursky, Marsha Mason, Teri Hatcher, Peter Horton, Keith Carradine, Charlize Theron, Louise Fletcher, Austin Pendleton.

Durante dois dias, vários personagens se cruzam em Los Angeles. Tudo começa com uma dupla de assassinos (Danny Aiello e Jeff Daniels) se preparando para um serviço. Durante a fuga, um deles toma como reféns um comerciante de artes (Greg Crutwell) e sua assistente (Glenne Headly).  O crime passa a ser investigado por um detetive corrupto (Keith Carradine). Some a estes personagens um diretor de tv suicida (James Spader) e duas mulheres voluptuosas (Charlize Theron e Teri Hatcher) para completar a rocambolesca trama. As várias situações inusitadas que surgem nestes dois dias, abusam do humor negro e de diálogos engraçadinhos, inclusive com uma patética sequência em que o veterano Danny Aiello mostra que usa peruca. O destaque é o elenco cheio de rostos conhecidos.   

Flypaper (Flypaper, EUA, 1999) – Nota 5
Direção – Klaus Hoch
Elenco – Craig Sheffer, Robert Loggia, Sadie Frost, John C. McGinley, Illeana Douglas, Talisa Soto, Sal Lopez, Shane Brolly, Lucy Alexis Liu, James Wilder, Jeffrey Jones, Julie White.

Na Califórnia, um veterano empresário (Robert Loggia) segue para um motel de beira de estrada para tentar ajudar a filha (Sadie Frost) a largar o vício em drogas e afastá-la do violento namorado (Craig Sheffer), que também tem interesse no dinheiro do sujeito. No mesmo local, outro homem (John C. McGinley) trai a noiva (Illeana Douglas) com uma jovem (Talisa Soto). Outros personagens (Lucy Liu, Shane Brolly) que vagam pelo local também tentam ganhar algum dinheiro com a situação. O destino destes personagens se cruza numa trama de violência, mentiras e traições. Um roteiro cheio de furos, diálogos constrangedores e muita violência dão o tom deste longa com cara de filme B. Vale destacar negativamente o canastrão Craig Sheffer como protagonista.

Efeito Zero (Zero Effect, EUA, 1998) – Nota 5,5
Direção – Jake Kasdan
Elenco – Bill Pullman, Ben Stiller, Ryan O’Neal, Kim Dickens, Angela Featherstone

O famoso detetive particular Dary Zero (Bill Pullman) e seu assistente Steve Arlo (Ben Stiller) são contratados por um milionário (Ryan O’Neal) para descobrir quem o está chantageando. Durante a investigação, o excêntrico Zero se envolve com uma misteriosa mulher (Kim Dickens). Por mais que o personagem do detetive pareça interessante a princípio, tudo se perde no fraco roteiro, na narrativa em que pouca coisa acontece e nos diálogos enfadonhos. A falta de carisma de Bill Pullman também não ajuda.  O filme marcou a estreia na direção de Jake Kasdan, filho de Lawrence Kasdan. Este é um caso de filho que não conseguiu superar o pai em talento. Como informação, este é um dos poucos trabalhos de Ryan O’Neal para o cinema nos últimos vinte anos. O’Neal foi um dos grandes astros de Hollywood nos anos setenta, até sua carreira entrar em declínio nos anos oitenta e hoje ser um ator praticamente esquecido. 

Contragolpe (Thick as Thieves, EUA, 1999) – Nota 5
Direção – Scott Sanders
Elenco – Alec Baldwin, Andre Braugher, Michael Jai White, Rebecca DeMornay, Bruce Greenwood, Robert Miano, Janeane Garofalo, Richard Edson, Khandi Alexander, Ricky Harris.

Um experiente ladrão (Alec Baldwin) é contratado por um mafioso para cometer um roubo. Após fazer o serviço, o chefão decide enviar seus capangas para matar o ladrão, ao mesmo tempo em que o crime é investigado por uma obstinada policial (Rebecca DeMornay). Reviravoltas, violência e diálogos vazios são os pontos principais do roteiro que tenta transformar o filme em cult, mas que terminam por entregar uma obra fraca. É mais um exemplo de bom elenco desperdiçado.

2 comentários:

Pedrita disse...

eu gosto muito do tarantino. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - Tb gosto dos filmes de Tarantino, mas estas cópias são em sua maioria fracas.

Bjos