sexta-feira, 27 de março de 2015

Amazônia em Chamas & O Curandeiro da Selva


Amazônia em Chamas (The Burning Season, EUA, 1994) – Nota 7,5
Direção – John Frankenheimer
Elenco – Raul Julia, Sonia Braga, Nigel Havers, Kamala Dawson, Carmen Argenziano, Edward James Olmos, Tomas Milian, Esai Morales, Tony Plana, Luiz Guzman, Marco Rodriguez.

Produzido pela HBO, este longa que conta a vida do seringueiro, ambientalista e líder sindical Chico Mendes (Raul Julia), foi produzido para o mercado americano e por este motivo acabou muito criticado no Brasil, injustamente por sinal. Muito críticas ocorreram porque o filme é falado em inglês e o elenco formado por atores americanos de origem latina. A questão é que não houve envolvimento algum do Brasil no projeto, que foi comandado por produtores americanos e filmado no México. 

O roteiro detalha a luta de Chico Mendes contra os fazendeiros e madeireiros que exploravam e ainda exploram os trabalhadores e também as riquezas da região, além das desavenças com o governo. O personagem é mostrado como um pacifista, que terminou assassinado em 1988 e se tornou um mártir da causa ambiental. Como toda biografia, fica difícil saber o que realmente aconteceu, mas isso não tira pontos do longa. 

Além do grande interesse sobre a história, vale destacar também o elenco, com o falecido Raul Julia tendo uma grande atuação no papel do protagonista, sendo seu penúltimo trabalho no cinema. O ator já estava doente na época, o que fica claro na fisionomia abatida e no corpo magro. Raul Julia faleceria no ano seguinte. As atuações de Sonia Braga como a companheira do protagonista e de Edward James Olmos também foram elogiadas e renderam indicações a prêmios. 

Longe de ser um grande filme, este trabalho do falecido John Frankenheimer cumpre o objetivo de mostrar ao mundo um pouco da gananciosa exploração que a Amazônia sofre. 

O Curandeiro da Selva (Medicine Man, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção – John McTiernan
Elenco – Sean Connery, Lorraine Bracco, José Wilker.

O Dr. Robert Campbell (Sean Connery) é um excêntrico cientista que após se separar da esposa, viaja para a Amazônia onde se isola do mundo e por três anos trabalha em uma pesquisa bancada por uma grande corporação. Sem explicar o porquê, Campbell solicita ao representante da empresa (José Wilker), que o visita de tempos em tempos, a contratação de um biólogo para auxiliá-lo. É enviada a Dra. Rae Crane (Lorraine Bracco), que a princípio não é aceita por Campbell por ser mulher. Sua forma dura de tratá-la e seus métodos pouco ortodoxos de pesquisa criam um conflito. 

Na verdade, Campbell acredita ter encontrado uma planta que seria o componente principal para cura do câncer, porém para desenvolver a fórmula precisaria da ajuda de um especialista. Para complicar a situação, ele precisa ainda enfrentar a ganância dos madeireiros que exploram as terras de uma tribo indígena, local onde cresce a importante planta. 

Como a maioria dos filmes americanos que se passam na Amazônia, esta produção recebeu duras críticas no Brasil. O longa também fracassou no resto do mundo, muito pelo ritmo irregular e a falta de jeito do diretor John McTiernan para manter a atenção do público tendo apenas dois personagens na maioria das cenas. A especialidade do diretor sempre foi filmes de ação, vide “Duro de Matar” e “O Predador”. O envolvimento amoroso dos dois personagens também não convence. 

O longa ganha pontos pela interessante premissa que utiliza a ideia, ou mito, de que a Amazônia esconderia plantas que poderiam curar todas as doenças, assim como a crítica às empresas que exploram a floresta. A fotografia também capta bem as belezas naturais da região, assim como um pouco da vida das tribos amazônicas. 

O resultado é apenas razoável, nada mais do que isso.

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