Amazônia em Chamas (The Burning Season, EUA, 1994) – Nota
7,5
Direção –
John Frankenheimer
Elenco –
Raul Julia, Sonia Braga, Nigel Havers, Kamala Dawson, Carmen Argenziano, Edward
James Olmos, Tomas Milian, Esai Morales, Tony Plana, Luiz Guzman, Marco
Rodriguez.
Produzido
pela HBO, este longa que conta a vida do seringueiro, ambientalista e líder
sindical Chico Mendes (Raul Julia), foi produzido para o mercado americano e
por este motivo acabou muito criticado no Brasil, injustamente por sinal. Muito
críticas ocorreram porque o filme é falado em inglês e o elenco formado por
atores americanos de origem latina. A questão é que não houve envolvimento
algum do Brasil no projeto, que foi comandado por produtores americanos e
filmado no México.
O roteiro detalha a luta de Chico Mendes contra os
fazendeiros e madeireiros que exploravam e ainda exploram os trabalhadores e
também as riquezas da região, além das desavenças com o governo. O personagem é
mostrado como um pacifista, que terminou assassinado em 1988 e se tornou um
mártir da causa ambiental. Como toda biografia, fica difícil saber o que
realmente aconteceu, mas isso não tira pontos do longa.
Além do grande interesse
sobre a história, vale destacar também o elenco, com o falecido Raul Julia
tendo uma grande atuação no papel do protagonista, sendo seu penúltimo trabalho
no cinema. O ator já estava doente na época, o que fica claro na fisionomia
abatida e no corpo magro. Raul Julia faleceria no ano seguinte. As atuações de
Sonia Braga como a companheira do protagonista e de Edward James Olmos também
foram elogiadas e renderam indicações a prêmios.
Longe de ser um grande filme,
este trabalho do falecido John Frankenheimer cumpre o objetivo de mostrar ao
mundo um pouco da gananciosa exploração que a Amazônia sofre.
O Curandeiro da Selva (Medicine Man, EUA, 1992) – Nota 6,5
Direção –
John McTiernan
Elenco –
Sean Connery, Lorraine Bracco, José Wilker.
O Dr. Robert Campbell (Sean Connery) é um excêntrico
cientista que após se separar da esposa, viaja para a Amazônia onde se isola do
mundo e por três anos trabalha em uma pesquisa bancada por uma grande
corporação. Sem explicar o porquê, Campbell solicita ao representante da
empresa (José Wilker), que o visita de tempos em tempos, a contratação de um
biólogo para auxiliá-lo. É enviada a Dra. Rae Crane (Lorraine Bracco), que a
princípio não é aceita por Campbell por ser mulher. Sua forma dura de tratá-la e
seus métodos pouco ortodoxos de pesquisa criam um conflito.
Na verdade,
Campbell acredita ter encontrado uma planta que seria o componente principal
para cura do câncer, porém para desenvolver a fórmula precisaria da ajuda de um
especialista. Para complicar a situação, ele precisa ainda enfrentar a ganância
dos madeireiros que exploram as terras de uma tribo indígena, local onde cresce
a importante planta.
Como a maioria dos filmes americanos que se passam na
Amazônia, esta produção recebeu duras críticas no Brasil. O longa também fracassou no
resto do mundo, muito pelo ritmo irregular e a falta de jeito do diretor John
McTiernan para manter a atenção do público tendo apenas dois personagens na maioria das
cenas. A especialidade do diretor sempre foi filmes de ação, vide “Duro de
Matar” e “O Predador”. O envolvimento amoroso dos dois personagens também não
convence.
O longa ganha pontos pela interessante premissa que utiliza a ideia,
ou mito, de que a Amazônia esconderia plantas que poderiam curar todas as
doenças, assim como a crítica às empresas que exploram a floresta. A fotografia
também capta bem as belezas naturais da região, assim como um pouco da vida das
tribos amazônicas.
O resultado é apenas razoável, nada mais do que isso.
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