segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Halloween Ends

 


Halloween Ends (Halloween Ends, EUA / Inglaterra, 2022) – Nota 5,5
Direção – David Gordon Green
Elenco – Jamie Lee Curtis, Andi Matichak, Rohan Campbell, James Jude Courtney, Will Patton, Jesse C. Boyd.

Quatro anos após os novos ataques de Michael Myers que desapareceu em seguida, Laurie (Jamie Lee Curtis) e sua neta Allyson (Andy Matichak) tentam levar uma vida normal em Haddonfield, porém com um novo sujeito (Rohan Campbell) sendo apontado como assassino por causa de uma morte acidental. 

Neste fechamento da recente trilogia o diretor David Gordon Green tenta levar a história para um caminho diferente e acaba errando feio. Por sinal, toda vez que a franquia foi retomada o novo primeiro filme é interessante e as sequências se perdem em meio a escolhas ruins. 

Michael Myers aqui é um mero coadjuvante perdido em uma trama bizarra que tenta brincar com a discussão se o mal é algo inato ou se a vida é que transforma uma pessoa comum em assassino. 

E desta vez o final não deixa margem para uma sequência ou reboot, que caso aconteça terá de recomeçar totalmente do zero ou criar uma trama ainda mais maluca. 

É um pena que a série de filmes que começou com o sensacional clássico de John Carpenter acabe com um caça-níquel deste tipo.

domingo, 30 de outubro de 2022

O Primeiro da Classe & Will - Em Busca do Sonho

 


O Primeiro da Classe (Front of the Class, EUA, 2008) – Nota 7,5
Direção – Peter Werner
Elenco – James Wolk, Treat Williams, Patricia Heaton, Sarah Drew, Dominic Scott Kay, Kathleen York, Joe Chrest.

Desde criança, Brad Cohen (James Wolk) enfrenta os obstáculos de conviver com a Síndrome de Tourette. Fazendo sons estranhos e com tiques nervosos, Brad tem um relacionamento difícil com o pai (Treat Williams), mas por outro lado foi sempre incentivado pela mãe (Patricia Heaton) a lutar por seus sonhos. Na vida adulta, o grande desafio de Brad é conseguir trabalhar como professor, algo que ele almeja desde criança. 

Este drama de superação produzido pelo canal de tv Hallmark, que é especializado em filmes sobre famílias, é baseado numa sensível história real. Apesar de explorar os clichês do gênero, não dá para deixar de se emocionar com o otimista e a força de vontade do protagonista vivido de forma extremamente simpática e espontânea pelo então estreante James Wolk. 

Will – Em Busca do Sonho (Will, Inglaterra, 2011) – Nota 6,5
Direção – Ellen Perry
Elenco – Damian Lewis, Perry Eggleton, Bob Hoskins, Kristian Kiehling, Alice Krige, Rebekah Staton, Neil Maskell.

Liverpool, 2005. O garoto Will (Perry Eggleton) vive em um orfanato de freiras desde a morte da mãe dois anos antes, porque o pai (Damian Lewis) precisava trabalhar em uma plataforma de petróleo. Quando o pai decide retomar a vida normal com Will e promete levá-lo a Istambul na Turquia para ver a final da Champions League entre Liverpool e Milan, a vida parece sorrir para o garoto. Tudo mudo novamente após outra reviravolta que leva Will a fugir e tentar viajar sozinho até a Turquia. 

Esta trama típica de uma sessão da tarde é desenvolvida de forma leve e agradável, com alguns absurdos comuns ao gênero e um final que transforma a história quase em uma fábula. É um aventura dramática despretensiosa, daquelas que passam a mensagem de que nunca se deve desistir dos sonhos.

sábado, 29 de outubro de 2022

Miracle Mile

 


Miracle Mile (Miracle Mile, EUA, 1988) – Nota 7
Direção – Steve De Jarnatt
Elenco – Anthony Edwards, Mare Winningham, Mykelti Williamson, Denise Crosby, John Agar, Lou Hancock, Kurt Fuller, Kelly Jo Minter, Alan Rosenberg, Claude Earl Jones.

Um fato inesperado faz com que Harry (Anthony Edwards) se atrase para encontrar sua nova namorada Julie (Mare Winningham). Ao utilizar um telefone público, o acaso novamente entra em ação quando Harry atende a ligação de um desconhecido que pensa estar falando com o pai. 

O sujeito diz que trabalha em um silo nuclear e que ogivas serão detonadas dentro de uma hora. Harry fica desesperado e começa a avisar as pessoas aos seu redor, dando inicio um corrida maluca pela sobrevivência. 

Esta esquecida ficção B explora uma premissa com enorme potencial, lembrando ainda que na época o medo de uma guerra atômica era muito maior do que nos dias atuais. 

Os primeiros trinta minutos lembram uma comédia de erros, um pouco também pelas roupas e penteados dos anos oitenta, para na sequência se transformar em uma trama pré-apocalíptica com direito a sequências violentas, como a do fogo no posto de gasolina. 

Vale citar que este foi o segundo e último longa do diretor Steve de Jarnatt, que no ano anterior havia feito a ficção cult “Cherry 2000” e que na sequência trabalhou apenas em seriados. 

Este é um filme que me surpreendeu de forma positiva e que merece ser descoberto pelos fãs de ficção e ação dos anos oitenta.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Furioza

 


Furioza (Furioza, Polônia, 2021) – Nota 7,5
Direção – Cyprian T. Olencki
Elenco – Mateusz Banasiuk, Weronika Ksiazkiewicz, Mateusz Damiecki, Lukasz Simiat, Wojciech Zielinski, Szymon Bobrowski, Janusz Chabior, Sebastian Stankiewicz, Paulina Galazka, Cezary Lukaszewicz.

Dawid (Mateusz Banasiuk) é um médico que no passado era integrante de uma torcida organizada de futebol (a Furioza do título) que participava brigas de rua com outras torcidas. 

Ao ser procurado por sua antiga namorada (Weronika Ksiazkiewicz), que também pertencia ao grupo e que hoje é policial, ele recebe a oferta de se infiltrar na torcida para buscar informações sobre crimes e assim tentar salvar seu irmão (Wojciech Zielinski) da cadeia. 

Este drama explora o mundo dos hooligans com suas regras para brigas, o orgulho de bater nos inimigos e o envolvimento em crimes maiores. O roteiro foca também na questão da lealdade entre irmãos e amigos, além dos jovens que buscam um sentido na vida muitas vezes pelo caminho errado. 

As sequências de violência são competentes, a produção é caprichada e a história bem amarrada. É um ótima opção para quem gosta do gênero.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O Bombardeio

 


O Bombardeio (Skyggen i Mit Oje, Dinamarca, 2021) – Nota 7,5
Direção – Ole Bornedal
Elenco – Alex Hogh Andersen, Fanny Bornedal, Danica Curcic, Caspar Phillipson.

Dinamarca, 1945. Com o final da Segunda Guerra se aproximando, a cidade ainda tomada pelos nazistas está prestes a ser atacada por caças ingleses que pretendem destruir o quartel-general dos inimigos. O ataque não sai como o esperado, resultando em uma tragédia. 

Este longa detalha um dos episódios mais terríveis da Segunda Guerra e também um dos menos conhecidos na questão histórica. 

O roteiro escrito pelo diretor Ole Bornedal utiliza personagens fictícios para criar pequenas histórias em torno de tragédia, algo semelhante ao estilo dos filmes-catástrofe. O diretor também acerta na realistas sequências de ataque e nas consequências do mesmo. 

Destaque para a atuação espontânea das crianças e para o clima de comoção na parte final.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Assim Nascem os Heróis, Os Bravos Morrem Lutando & A Ponte de Remagem

 

Assim Nascem os Heróis (To Late the Hero, EUA, 1970) – Nota 7
Direção – Robert Aldrich
Elenco – Michael Caine, Cliff Robertson, Denholm Elliott, Ian Bannen, Harry Andrews, Ronald Fraser, Percy Herbert, Henry Fonda, Ken Takakura.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de soldados na sua maioria britânicos é enviado para uma ilha do Pacífíco que está dividida entre aliados e japoneses. O grupo consegue ultrapassar as linhas inimigas, tendo a missão quase suicída de destruir uma torre de transmissão de rádio. 

Este longa do grande Robert Aldrich tem como curiosidade colocar como protagonistas um grupo de soldados covardes que precisam encontrar coragem para concluir a missão e sobreviver. Entre eles temos um relutante americano (Cliff Robertson), um inglês falador (Michael Caine), um maluco (Ian Bannen) e um líder incompetente (Denholm Elliott). 

O filme fica longe na comparação de qualidade com outras obras do gênero, como o clássico “Os Doze dos Condenados” do mesmo Robert Aldrich, mas mesmo assim o resultado pode agradar pelas locações na selva, os personagens inusitados e a ótima sequência de ação no clímax.

Os Bravos Morrem Lutando (None But the Brave, Japão / EUA, 1965) – Nota 6,5
Direção – Frank Sinatra
Elenco – Frank Sinatra, Clint Walker, Tommy Sands, Brad Dexter, Tony Bill, Tatsuya Mihashi, Takeshi Katô.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião com soldados americanos faz um pouso forçado em uma ilha do Pacífico dominada pelos japoneses. O médico Mate (Frank Sinatra) tenta ser o mediador entre os dois grupos tentando evitar o inevitável conflito naquele local isolado. 

Este drama de bélico com um pequeno pé no pacifismo foi o único trabalho de Frank Sinatra como diretor. O filme é muito mais um drama de guerra do que obra de ação ou heroísmo, diferente da maioria das produções do gênero na época. As poucas sequências de ação são apenas razoáveis, ficando como destaque as locações e a narração em off do comandante japonês.

A Ponte de Remagen (The Bridge at Remagen, EUA, 1969) – Nota 6,5
Direção – John Guillermin
Elenco – George Segal, Ben Gazzara, Robert Vaughn, Bradford Dillman, E.G. Marshall, Peter van Eick, Bo Hopkins, Matt Clark.

No final da Segunda Guerra Mundial, uma ponte na cidade de Remagen na Alemanha se torna um ponto estratégico para os aliados atravessarem a caminho de Berlim. As autoridades nazistas decidem bombardear a ponte, mesmo deixando centenas dos seus soldados encurralados no front, do outro lado do rio. 

Este longa é baseado numa história real e segue o estilo das obras do gênero dos anos sessenta. Não chega a ser tão bom como os clássicos “Fugindo do Inferno” e ‘Os Doze Condenados”, mas mantém interesse através das duas narrativas, de um lado um batalhão dos aliados tentando tomar a ponta e do outro os bastidores dos oficiais nazistas. As sequências de ação são competentes e o ritmo um pouco irregular.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Perfil

 


Perfil (Profile, EUA / Inglaterra / Rússia, 2018) – Nota 7
Direção – Timur Bekmambetov
Elenco – Valene Kane, Shazad Latiff, Morgan Watkins, Christine Adams, Amir Rahimzadeh.

Londres, 2014. A jornalista Amy (Valere Kane) tem como pauta escrever uma reportagem sobre mulheres ocidentais recrutadas pelo ISIS, o exército islâmico na Líbia. 

Amy cria um perfil no Facebook, sendo encontrada por um terrorista (Shazad Latiff) que recruta garotas pela internet, demonstrando atitudes e inteligência bem diferentes do que ela imaginava. 

Baseado em uma história real, este longa segue um formato semelhante ao superior “Buscando...” que foi produzido no mesmo ano também pelo diretor russo Timur Bekmambetov e que focava na busca de um pai pela filha desaparecida através da internet. 

Aqui de forma surpreendente, Bekmambetov consegue deixar de lado seu estilo acelerado visto em filmes como “Guardiões da Noite” e “O Procurado” para explorar o suspense através de diálogos, textos e vídeos compartilhados pelas redes sociais entre jornalista e terrorista. Vale destacar ainda a reviravolta na parte final da história.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Hyena

 


Hyena (Hyena, Inglaterra, 2014) – Nota 7
Direção – Gerard Johnson
Elenco – Peter Ferdinando, Stephen Graham, Neil Maskell, Elisa Lasowski, MyAnna Buring, Richard Dormer, Gordon Brown, Tony Pitts.

Michael (Peter Ferdinando) é um detetive que comanda um corrupto esquadrão antidrogas. Perseguido por um agente dos assuntos internos e transferido temporariamente para uma força tarefa que investiga uma quadrilha de turcos e outra de albaneses, bandidos que tem negócios com ele mesmo, Michael se vê no meio de uma situação que pode acabar com sua carreira e até sua vida. 

Esta produção inglesa explora o clássico tema do policial que é corrupto, mas que ao mesmo tempo tenta buscar justiça para as vítimas. E o roteiro desenvolve uma trama em que parece não existir saída para o protagonista. 

As sequências de violência e o clima de tragédia são destaques. O ponto negativo é o final em aberto, que mesmo deixando claro o que iria acontecer, fica a sensação de algo incompleto.

domingo, 23 de outubro de 2022

Chuva Negra

 


Chuva Negra (Black Rain, EUA, 1989) – Nota 7,5
Direção – Ridley Scott
Elenco – Michael Douglas, Andy Garcia, Ken Takakura, Kate Capshaw, John Spencer, Yusaku Matsuda, Luis Guzman, Stephen Root, Richard Riehle.

Em Nova York, após uma violenta ação, uma dupla de detetives (Michael Douglas e Andy Garcia) prende um assassino da Yakuza (Yusaku Matsuda). Uma questão política obriga a dupla a transportar o assassino até Osaka no Japão, para entregá-lo as autoridades. Chegando ao país, o criminoso consegue escapar e os detetives tem que se alinhar a polícia local e aos costumes para tentar recapturar o sujeito. 

Na época do lançamento, este longa recebeu críticas ruins que tem sentido apenas na motivação da conspiração planejada pela Yakuza que vem à tona na parte final. As demais escolhas de Ridley Scott são bastante interessantes. 

A dupla de policiais antagônicos, o choque cultural na investigação, as poucas, porém competentes sequências de violência e a estética marcante, ponto alto habitual nos filmes do diretor. Ele consegue captar o Japão do imaginário popular nos anos oitenta, com letreiros em neon, ruas estreitas e aquele toque de tecnologia futurista que era comum na época.

sábado, 22 de outubro de 2022

Jerry e Marge Tiram a Sorte Grande & O Duque

 


Jerry e Marge Tiram a Sorte Grande (Jerry & Marge Go Large, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – David Frankel
Elenco – Bryan Cranston, Annette Bening, Rainn Wilson, Larry Wilmore, Michael McKean, Ann Harada, Jake McDorman, Anna Camp, Uly Schlesinger, Cheech Manohar.

Depois de mais de quarenta anos trabalhando como gerente de uma fábrica, Jerry (Bryan Cranston) se sente perdido com a aposentadoria. Acima da média em matemática, ele descobre uma falha em uma famosa loteria da região e decide arriscar uma grande aposta, dando início a uma nova e lucrativa ocupação. 

Esta comédia é baseada em uma inusitada história real, porém com alterações para transformar a trama em um longa para a família inteira. O pequeno vilão inserido para confrontar o protagonista e sua esposa foi criado claramente criado para tentar dar uma pitada de drama na trama. 

O filme tem uma narrativa agradável e simpáticas atuações de Bryan Cranston e Annette Bening, resultando em uma inofensiva obra ao estilo sessão da tarde.

O Duque (The Duke, Inglaterra, 2020) – Nota 7
Direção – Roger Michell
Elenco – Jim Broadbent, Helen Mirren, Fionn Whitehead, Matthew Goode, Richard McCabe, John Heffernan, Heather Craney, Charlotte Spencer.

Inglaterra, 1961. Kempton Bunton (Jim Broadbent) é um aposentado que tenta ganhar alguns trocados com pequenos serviços, porém gasta a maior parte do seu tempo protestando contra o governo, principalmente por causa da cobrança de uma taxa para assistir televisão. Numa viagem de protesto a Londres, Kempton rouba um famoso quadro do pintor espanhol Goya, que pertencia a um duque que foi primeiro-ministro inglês. 

Esta comédia é baseada na inusitada história real do roubo do quadro que resultou em um engraçado julgamento. A reconstituição de época é caprichada, algo habitual nas produções inglesas, mas o destaque maior fica para as atuações de Helen Mirren como a esposa ranzinza do protagonista e Jim Broadbent como o cínico Kempton Bunton. 

O resultado é uma divertida sessão da tarde.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Contra o Gelo

 


Contra o Gelo (Against the Ice, Islândia / Dinamarca, 2022) – Nota 6,5
Direção – Peter Flinth
Elenco – Nikolaj Coster Waldau, Joe Cole, Heida Reed, Charles Dance, Porsteinn Bachmann, Gisli Orn Gardarsson.

Em 1909, um navio dinamarquês seguiu para a Groenlândia com o objetivo de mapear a região para impedir que o país fosse colonizado pelos americanos. Após uma expedição em terra que não deu certo, o capitão Ejnar Mikkelsen (Nikolaj Coster Waldau) decide fazer uma nova tentativa de chegar até um local extremo, desbravando a inóspita região. O único homem de sua tripulação que aceita acompanhá-lo é o jovem mecânico Iver Iversen (Joe Cole), mesmo sabendo que estaria arriscando sua vida. 

Baseado em uma história real, este longa prende a atenção durante os dois primeiros terços ao explorar o tema do homem versus natureza. As belas paisagens geladas e as poucas, mas boas sequências de ação cumprem o prometido. A trama perde força no terço final quando se volta para o drama, mesmo sendo uma história verdadeira. 

É uma história com bom potencial que resultou em um filme mediano.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A Acusação

 


A Acusação (Les Choses Humaines, França, 2021) – Nota 7
Direção – Yvan Attal
Elenco – Ben Attal, Suzanne Jouannet, Charlotte Gainsbourg, Mathieu Kassovitz, Pierre Arditi, Audrey Dana, Judith Chemla, Camille Razzat, Laetitia Eido.

Alexandre Farel (Ben Attal) é um jovem que está se formando em engenharia nos EUA e que volta para a França por alguns dias para acompanhar o pai (Pierre Arditi) que receberá um prêmio por seu trabalho como jornalista e apresentador de tv. 

Uma saída noturna com a jovem Mila (Suzanne Jouannet), que é filha do atual companheiro de sua mãe (Mathieu Kassovitz e Charlotte Gainsbourg) termina com a garota o acusando de estupro. 

Este longa é basicamente uma produção em família, já que o ator e diretor israelense Yvan Attal é pai de Ben Attal fruto da sua relação com a atriz Charlotte Gainsbourg, com quem tem mais dois filhos. 

O roteiro é baseado em um livro que se diz inspirado em um caso real ocorrido em uma universidade americana. A narrativa detalha as dolorosas consequências da denúncia na vida dos dois jovens e de suas famílias. 

Por mais que em alguns momentos possa parecer que o roteiro defenda alguma causa, na verdade a impressão que fica é de uma história ao estilo “ela disse, ele disse”, em que não existe uma verdade absoluta.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Eifell

 


Eiffel (Eiffel, França / Bélgica / Alemanha, 2021) – Nota 6
Direção – Martin Bourboulon
Elenco – Romain Duris, Emma Mackey, Pierre Deladonchamps, Armande Boulanger.

Paris, 1886. O famoso engenheiro Gustave Eiffel (Romain Duris) tem interesse em comandar o projeto da construção do metrô, porém as autoridades da cidade desejam que ele desenvolva algo marcante e visível para a Feira Mundial que seria realizada três anos depois. 

Eiffel somente muda de ideia e decide construir uma torre ao reencontrar seu amor do passado Adrienne (Emma Mackey), hoje casada com um antigo amigo (Pierre Deladonchamps). 

Este longa ao mesmo tempo em que acerta na premissa de tentar contar a história da construção da Torre Eiffel, também erra feio ao criar um fictícia história de amor que tira o foco do ponto principal. 

Os problemas burocráticos, políticos, financeiros e a execução da obra em si enfrentados pelo protagonista se tornam coadjuvantes, com situações resolvidas de forma rasa e o romance chegando a interferir nestas situações, mesmo sendo algo que não existiu. 

Os destaques ficam para a caprichada reconstituição de época e as sequências da construção recriadas em computador. 

É um filme até agradável de assistir, mas que peca pela imprecisão histórica e a decisão de transformar uma obra complexa em um romance padrão.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Um Homem Destemido & Malone, o Justiceiro

 


Um Homem Destemido (Stick, EUA, 1985) – Nota 5
Direção – Burt Reynolds
Elenco – Burt Reynolds, Candice Bergen, George Segal, Charles Durning, José Pérez, Richard Lawson, Castulo Guerra, Alex Rocco, Tricia Leigh Fisher.

Após sair da prisão, Stick (Burt Reynolds) aceita ajudar um amigo participando de uma negociação criminosa que termina em morte. Ao se transformar em alvo de uma quadrilha, Stick tenta se esconder trabalhando como motorista de um excêntrico milionário (George Segal). 

Baseado em um livro de Elmore Leonard, escritor que teve diversas de suas obras policiais adaptadas para o cinema, este longa foi uma grande bola fora na carreira de Burt Reynolds, que na época iniciava sua fase de decadência. 

Pouca coisa se salva em meio a sequências de ação bobas, trama confusa e atuações caricatas de George Segal e Charles Durning, este segundo como um vilão.

Malone, o Justiceiro (Malone, EUA, 1987) – Nota 5,5
Direção – Halrey Cokeliss
Elenco – Burt Reynolds, Cliff Robertson, Kenneth McMillan, Cynthia Gibb, Scott Wilson, Lauren Hutton, Philip Anglim, Tracey Walter, Dennis Burkley.

Malone (Burt Reynolds) é um agente da CIA que decidiu abandonar a carreira. Ao viajar pelo interior dos EUA, seu carro quebra em uma pequena cidade montanhosa. Atendido por um veterano mecânico (Scott Wilson) e sua jovem filha (Cynthia Gibb), Malone descobre que os moradores do local estão sendo pressionados por um empresário corrupto (Cliff Robertson) que deseja comprar todas as terras da região. 

Este drama policial explora uma trama totalmente copiada dos filmes de westen em que um estranho chega em uma cidade e se torna a salvação dos moradores. As sequências de tiroteio são razoáveis, as de briga não empolgam e outras claramente vemos um dublê no lugar de Burt Reynolds. 

É um dos vários filmes descartáveis do gênero que foram produzidos nos anos oitenta e noventa.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Sem Saída

 


Sem Saída (No Exit, EUA, 2022) – Nota 6
Direção – Damien Power
Elenco – Havana Rose Liu, Danny Ramirez, David Rysdahl, Mila Harris, Dennis Haysbert, Dale Dickey.

Ao receber a notícia de que sua mãe está em coma, Darby (Havana Rose Liu) foge da clínica de reabilitação onde está internada. Ao viajar de carro, ela se vê no meio de uma nevasca, sendo obrigada a passar a noite em centro comunitário com alguns desconhecidos. 

Para deixar tudo ainda mais complicado, no estacionamento Darby descobre que uma garotinha está presa em um furgão, mas fica sem saber quem seria o sequestrador. 

Este agitado suspense repleto de clichês tem como pontos positivos a tensão crescente e as violentas sequências de ação. Por outro lado, além dos clichês, o roteiro cria sequências em que personagens tomam atitudes sem sentido, dando chance ao inimigo revidar. 

É um filme que prende a atenção, mas ao mesmo tempo é totalmente descartável.

domingo, 16 de outubro de 2022

Samaritano

 


Samaritano (Samaritan, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Julius Avery
Elenco – Sylvester Stallone, Javon “Wanna” Walton, Pilou Asbaek, Dascha Polanco, Sophia Tatum, Moises Arias, Martin Starr, Jared Odrick.

O garoto Sam (Javon “Wanna” Walton) é obcecado com a história do super-herói Samaritano que teria salvo a cidade ao enfrentar seu irmão Nêmesis. Muitos acreditam que o Samaritano ainda vive, inclusive Sam, que após presenciar um determinado fato tem certeza que o herói desaparecido é seu vizinho Joe (Sylvester Stallone). 

Este divertido longa de ficção supera as falhas no roteiro ao entregar sequências de ação explosivas em que o veterano Stallone ainda consegue dar conta do recado. É um filme que claramente remete as obras semelhantes dos anos oitenta e noventa, com uma roupagem atual nos efeitos especiais. 

Passa longe da bomba que muitos estão considerando e com certeza agradará quem curte um filme de ação despretensioso.

sábado, 15 de outubro de 2022

Família Yakuza

 


Família Yakuza (Yakuza and the Family, Japão, 2020) – Nota 8
Direção – Michihito Fujii
Elenco – Go Ayano, Hirosi Tachi, Hayato Ichihara, Hayato Isomura, Machiko Ono.

Após a morte do pai, o jovem delinquente Kenji (Go Ayano) termina por entrar na Yakuza, mesmo a princípio não querendo ser membro. Pouco tempo depois, Kenji se torna o protegido do chefão Shibasaki (Hiroshi Tachi), criando uma relação semelhante a de pai e filho, além de cada vez mais participar dos negócios ilegais do grupo. 

Este ótimo longa japonês segue o estilo da saga de crescimento dentro de uma organização criminosa, com o aparente sucesso e as consequências que chegam de forma pesada. 

Algo surpreendente é a forma como o diretor e roteirista Michihito Fujii detalha as mudanças que ocorrerem no mundo do crime no Japão nas últimas duas décadas, tirando o poder da Yakuza e passando para pequenos grupos desorganizados. 

Ele desmistifica a questão da lealdade e da honra entre os membros da Yakuza e também mostra a difícil e as vezes quase impossível reinserção na sociedade normal de quem deseja sair do grupo. 

As leis pesadas que ao mesmo tempo não proíbem a existência do grupo, também transformam a vida dos membros em um inferno. 

O filme é uma dolorosa saga pessoal e também uma análise sobre o crime no Japão.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Resposta Armada, 3:15 - A Hora do Confronto & Força Oposta

 


Resposta Armada (Armed Response, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Fred Olen Ray
Elenco – David Carradine, Lee Van Cleef, Mako, Lois Hamilton, Ross Hagen, Brent Huff, Laurene Landon, Dick Miller, David Goss, Michael Berryman.

Tanaka (Mako) é o chefe da Yakuza que precisa recuperar uma valiosa estátua que pertence a Máfia Chinesa. Ele utiliza o serviço de um policial corrupto (Ross Hagen), que por seu lado leva consigo seu parceiro (David Goss) que termina assassinado. O problema se torna ainda maior por que o jovem morto tem pai (Lee Van Cleef) e irmãos (David Carradine e Brent Huff) que são veteranos do Vietnã. 

Quem conhece o cinema B dos anos oitenta e noventa com certeza reconhecerá o nome do diretor Fred Olen Ray, que hoje tem mais de cento e sessenta filmes no currículo. Ele segue a linha de Roger Corman, produzindo e dirigindo filmes de baixo orçamento direto para o mercado de vídeo e hoje de streaming. 

Este “Resposta Armada” tem o seu selo de qualidade duvidosa, com um roteiro repleto de clichês, sequências de tiroteio quase amadoras e a participação em piloto automático de atores em baixa na época como David Carradine e Lee Van Cleef.

3:15 – A Hora do Confronto (3:15, EUA, 1986) – Nota 5,5
Direção – Larry Gross
Elenco – Adam Baldwin, Deborah Foreman, Danny de La Paz, Rene Auberjonois, Ed Lauter, Mario Van Peebles, Wings Hauser, Scott McGinnis, Gina Gershon.

Um colégio na periferia de Los Angeles está dominado por uma quadrilha de traficantes. Jeff Hanna (Adam Baldwin) é um ex-integrante do grupo que era temido por todos e que deseja mudar de vida, porém quando seu namorada (Deborah Foreman) é brutalmente atacada, ele decide revidar na mesma moeda. 

A curiosidade principal deste longa sobre violência entre jovens é explorar o clichê da briga com hora marcada que era comum entre a molecada nos anos setenta e oitenta, inserindo um contexto muito mais violento envolvendo droga e resultando em algo próximo ao que ocorre nos dias atuais. 

O sempre durão Adam Baldwin dá conta do recado nas sequências violentas. Vale citar que apesar do mesmo sobrenome, Adam não tem ligação alguma com os famosos irmãos Baldwin.

Força Oposta ou Onze para o Inferno (Opposing Force, EUA, 1986) – Nota 5,5
Direção – Eric Karson
Elenco – Tom Skerritt, Lisa Eichhorn, Anthony Zerbe, Richard Roundtree, George Cheung.

Alguns soldados se inscrevem em um curso de sobrevivência que tem o objetivo de recriar uma zona de combate na floresta. Enviados para fazer o treinamento nas Filipinas, rapidamente os soldados percebem que o oficial instrutor é um sádico psicopata, que contratou um ex-soldado vietcongue para liderar um grupo de inimigos, o que rapidamente se transforma em um conflito fora do controle. 

A premissa é até bastante interessante ao transformar um treinamento em guerra real explorando as locações selvagens. O problema é que a trama não avança, focando somente nas perseguições e nas sequências de tortura. 

É um filme que tentava pegar na carona na onda de obras sobre o Vietnã que estava no auge nos anos oitenta.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A Última Noite

 


A Última Noite (Silent Night, Inglaterra, 2021) – Nota 6
Direção – Camille Griffin
Elenco – Keira Knightley, Matthew Goode, Roman Griffin Davis, Annabelle Wallis, Lily Rose Depp, Sope Dirisu, Kirby Howell Baptiste, Lucy Punch, Rufus Jones, Davida McKenzie, Trudie Styler, Hardy Griffin Jones, Gilby Griffin Jones.

Um casal (Keira Knightley e Matthew Goode) recebe em sua bela casa de campo na Inglaterra um grupo de amigos para festejar o Natal. O que parecia ser uma festa comum, na verdade é uma celebração de final da vida, pois um evento apocalíptico estás prestes a ocorrer no dia seguinte. 

Esta curiosa mistura de humor negro e terror psicológico tem uma premissa bastante criativa, porém um desenvolvimento no máximo razoável. O roteiro praticamente divide os acontecimentos em duas partes. 

A inicial ao mostrar a festa, as pequenas discussões e alfinetadas comuns entre um grupo de pessoas heterogêneas, os problemas de relacionamento e as dificuldades com os filhos. A parte final se volta para o medo, a angústia e o desespero ao perceberam que a vida vai acabar. 

O grande destaque fica para a atuação do garoto Roman Griffin Davis como o inconformado filho do casal anfitrião, que demonstra sabedoria e sagacidade melhor do que os adultos. Ele tem tudo para fazer uma bela carreira. Como curiosidade, seus irmãos gêmeos no filme (Hardy Griffin Jones e Gilby Griffin Jones) são também seus irmãos na vida real.

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A Extraordinária Jornada do Fakir

 


A Extraordinária Jornada do Fakir (The Extraordinary Journey of the Fakir, França / Índia / Bélgica / Singapura / EUA, 2018) – Nota 7
Direção – Ken Scott
Elenco – Dhanush, Bérénice Bejo, Erin Moriarty, Barkhad Abdi, Gerard Jugnot.

Na sequência inicial, Aja (Dhanush) conta sua história de vida para adolescentes infratores em uma prisão em Mumbai na Índia. Em flashbacks descobrimos que ele cresceu em um bairro pobre da cidade e junto com dois amigos ganhava a vida como ilusionista de rua. Um determinado fato o levou a realizar seu sonho de conhecer Paris, porém foi o início de uma complicada saga repleta de aventuras e perigos. 

Esta simpática mistura de aventura e drama é contada de uma forma que lembra uma fábula urbana. O protagonista passa por vários locais, enfrenta situações inusitadas e conhece pessoas que mudarão para sempre sua vida. A produção extremamente caprichada, os diálogos divertidos e a atuação espontânea do astro indiano Dhanush são os destaques. 

É um filme que até toca em temas mais fortes, porém de um forma leve ao estilo sessão da tarde.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Assassino Sem Rastro

 


Assassino Sem Rastro (Memory, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Martin Campbell
Elenco – Liam Neeson, Guy Pearce, Monica Bellucci, Taj Atwal, Harold Torres, Ray Fearon, Ray Stevenson, Mia Sanchez.

Alex Lewis (Liam Neeson) é um matador profissional que sofre de demência. Ainda conseguindo enfrentar os efeitos da doença, Alex é contratado para um trabalho, porém desiste na metade após descobrir que um dos alvos é uma adolescente. Perseguido por quem o contratou por não cumprir o acordo, Alex se vê envolvido em uma complexa trama de exploração de menores. 

Este competente longa de ação é um remake da ótima produção belga de 2003 chamada “O Caso Alzheimer” que tem uma trama ainda mais complexa e um protagonista totalmente atormentado. Para quem viu o original, o remake perde um pouco da força, mesmo com as boas sequências de ação e violência. 

Para encarnar o personagem desgastado pela vida e a doença, o visual de Liam Neeson demonstra o envelhecimento real do ator, que completou setenta anos em 2022.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Monster Hunter & Visões: Você Pode Me Ajudar?

 


Monster Hunter (Monster Hunter, Alemanha / EUA / Japão / China / África do Sul / Canadá, 2020) – Nota 5,5
Direção – Paul W.S. Anderson
Elenco – Milla Jovovich, Tony Jaa, Ron Pearlman, Tip T.I. Harris, Diego Boneta, Meagan Good.

Um grupo de soldados da ONU liderados pela sargento Artemis (Milla Jovovich) se vê no meio de uma enorme tempestade magnética no deserto. Minutos depois, eles percebem que foram jogados para um local diferente e passam a ser atacados por monstros gigantes. Neste estranho mundo paralelo, o grupo terá ajuda de um guerreiro (Tony Jaa). 

Esta agitada ficção tem com certeza um dos piores roteiro da história do cinema, ou melhor, não tem roteiro algum. O filme é baseado em um game e praticamente noventa por cento das sequências são de violentos combates com Milla Jovovich e Tony Jaa enfrentando criaturas, com uma pequena participação de Ron Pearlman usando uma ridícula peruca loira no final, que por sinal ainda deixa um enorme gancho na trama. 

Não é muito diferente na comparação de qualidade com os últimos filmes da franquia “Resident Evil”, também obras do casal Paul W.S. Anderson e Milla Jovovich. É um filme para quem deseja diversão escapista, sem preocupação alguma com história ou atuações.

Visões: Você Pode Me Ajudar? (The Sight, Inglaterra, 2000) – Nota 5,5
Direção – Paul W.S. Anderson
Elenco – Andrew McCarthy, Kevin Tighe, Amanda Redman, Jessica Oyelowo, Honor Blackman.

Michael Lewis (Andrew McCarthy) é um arquiteto que junto com seu sócio (Kevin Tighe) consegue um contrato para restaurar um antigo hotel em Londres. Não demora para ele descobrir que pode falar com mortos, que por seu lado consideram Michael a chance de chegar até um serial killer que ataca crianças. 

Este longa produzido para a tv é o trabalho menos agitado do diretor Paul W.S. Anderson, que deixa de lado o ritmo acelerado e os cortes rápidos comuns em seus trabalhos posteriores. 

A trama é previsível e genérica, as atuações fracas e as sequências de suspense até o clímax são não máximo razoáveis.

domingo, 9 de outubro de 2022

O Segredo de Berlim

 


O Segredo de Berlim (The Good German, EUA, 2006) – Nota 6,5
Direção – Steven Soderbergh
Elenco – George Clooney, Cate Blanchett, Tobey Maguire, Beau Bridges, Tony Curran, Leland Orser, Jack Thompson, Christian Oliver.

O jornalista Jake Geismer (George Clooney) volta para a Alemanha em 1945 para cobrir a chamada Conferência de Potsdam, em que os países aliados discutiriam o futuro político da Europa. Ao encontrar sua ex-amante Lena Brandt (Cate Blanchett), que agora tem um caso com o soldado americano Tully (Tobey Maguire), Jake se envolve em uma complexa trama militar e política. 

Este longa filmado em preto e branco e dirigido por Steven Soderbergh é uma homenagem aos dramas de guerra dos anos quarenta e cinquenta, principalmente explorando algumas ideias semelhantes ao clássico “Casablanca”. 

A premissa é interessante, a produção é extremamente caprichada e as atuações seguem o estilo dos filmes noir, assim como a própria trama tem uma explicação de acordo com as questões politicas da época. 

Os problemas são o ritmo bastante irregular que deixa o filme cansativo e as poucas sequências de violência praticamente sem suspense. O protagonista vivido por George Clooney também não convence. Seu personagem é apático e uma espécie de saco de pancadas dos inimigos. 

É um filme que fica bem abaixo do esperado.

sábado, 8 de outubro de 2022

Uncharted - Fora do Mapa

 


Uncharted – Fora do Mapa (Uncharted, Espanha / EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Ruben Fleischer
Elenco – Tom Holland, Mark Wahlberg, Antonio Banderas, Sophia Ali, Tati Gabrielle, Steven Waddington, Pingi Moli, Pilou Asbaek.

Após passar a adolescência em um orfanato e ver seu irmão fugir prometendo voltar um dia, Nathan (Tom Holland) chegou na vida adulta e se transformou em ladrão. Ao ser procurado por outro picareta, Victor Sullivan (Mark Wahlbeg), que dizer conhecer seu irmão, ele é convencido a participar da busca a uma fortuna em ouro perdido da época da colonização espanhola. 

Esta aventura agitada e com sequências de ação exageradas é baseada em um famoso game e claramente por este motivo segue um estilo que agrada ao público jovem. É como se fosse um aventura turbinada de “Indiana Jones”, porém sem charme algum e com diálogos infantis. 

O desenvolvimento dos personagens com as mudanças de comportamento é outro ponto negativo. Para quem gosta de aventuras mesmo exageradas, ainda poderá curtir algumas boas sequências de ação, a ótima produção e as locações. 

O enorme gancho no final e na sequências nos créditos com o personagem de Pilou Asbaek deixa claro que a ideia é transformar a obra em uma franquia.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Passado Violento

 


Passado Violento (Clean, EUA, 2021) – Nota 6
Elenco – Paul Solet
Direção – Adrien Brody, Glenn Fleshler, Richie Merritt, Chandler DuPont, Mykelty Williamson, Michelle Wilson, John Bianco, RZA.

Clean (Adrien Brody) trabalha no período noturno dirigindo um caminhão de lixo. Durante o dia ele faz pequenas reformas em casas abandonadas tentando melhorar um pouco o bairro violento em que vive e ainda ajuda uma adolescente (Chandler DuPont) que vive com a avó. Um determinada situação leva o atormentado Clean a reviver suas atitudes violentas do passado. 

O roteiro escrito pelo astro Adrien Brody em parceria com o diretor Paul Solet explora a clássica trama do sujeito solitário que busca enterrar seu passado através de atitudes que são uma espécie de redenção diária. 

Esta premissa é interessante, assim como clima de tragédia que permeia a história e as pesadas sequências de violência. É uma pena que mesmo com os flashbacks, algumas perguntas sobre o passado do sujeito ficam sem resposta, assim como a narrativa que é irregular. 

É aquele tipo de filme pequeno que até prende atenção, mas que rapidamente será esquecido.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Os Crimes da Nossa Mãe & Sophie: Assassinato em West Cork

 


Os Crimes da Nossa Mãe (Sins of Our Mother, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Skye Borgman
Documentário

Este documentário em três episódios detalha a história de Lori Vallow, que se casou algumas vezes e que se envolveu numa bizarra situação quando sua filha adolescente e seu filho menor que era autista desapareceram e ela se negou a ajudar na investigação. 

O que deixa tudo ainda mais sinistro são outros crimes que vem à tona e seu envolvimento com o escritor Chad Daybell que acreditava em um apocalipse próximo. 

O grande protagonista do doc acaba sendo o filho mais velho de Lori, Colby Ryan, que é fruto de seu primeiro casamento e que talvez tenha sido a pessoa que sentiu mais profundamente toda a situação. 

É aquele tipo de história que parece ficção, mas que infelizmente é algo que realmente ocorreu. O doc em si é apenas correto, não tem grandes novidades em relação a quem já leu sobre o caso.

Sophie: Assassinato em West Cork (Sophie: A Murder in West Cork, Inglaterra, 2020) – Nota 6,5
Direção – John Dower
Documentário

Dois dias antes do Natal de 1996, a produtora francesa Sophie Toscan Du Plantier foi encontrada morta em frente de sua casa que ficava em um local isolado na área rural da cidade de Cork na Irlanda. 

Sendo o primeiro assassinato na região em quase cem anos, o fato resultou em uma enorme repercussão e também em falhas na investigação de uma polícia que não tinha experiência neste tipo de caso. 

Este documentário dividido em três episódios detalha a vida da vítima, as pistas e os suspeitos que surgiram durante a investigação. A única reviravolta da narrativa surge no final do primeiro episódio, para em seguida focar basicamente na complexa questão judicial repleta de depoimentos duvidosos. 

É uma história que por mais que tudo leve a apontar para um culpado que nega o crime, fica uma pontinha de dúvida em relação ao porquê do assassinato, muito pela escolha sem muita explicação da vítima em passar o Natal sozinha naquele local isolado, deixando marido e filho sozinhos em Paris. 

É uma daquelas histórias que dificilmente terá uma resposta concreta.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A Vida Eletrizante de Louis Wan

 


A Vida Eletrizante de Louis Wan (The Electrical Life of Louis Wain, Inglaterra, 2021) – Nota 6,5
Direção – Will Sharpe
Elenco – Benedict Cumberbatch, Claire Foy, Andrea Riseborough, Toby Jones, Sharon Rooney, Aimee Lou Wood, Hayley Squires, Stacy Martin, Phoebe Nicholes, Adeel Akhtar, Taika Waititi, Richard Ayoade, Nick Cave.

Inglaterra, 1881. Louis Wain (Benedict Cumberbatch) consegue emprego como ilustrador de um jornal de propriedade de Sir William Ingram (Toby Jones). Vindo de uma família burguesa, porém a morte do pai fez com que Louis se tornasse uma espécie de tutor para suas cinco irmãs. Ao se apaixonar pela professora Emily (Clair Foy), alguns fatos levam Louis a começar a desenhar gatos, conseguindo um inesperado sucesso. 

Este longa é baseado na curiosa história real do protagonista que além de desenhista também era um entusiasta de novidades, principalmente em relação a eletricidade. Seu temperamento incomum, os traumas de infância e os obstáculos enfrentados na vida adulta chegam a mexer com sua sanidade. 

Destaque para a atuação de Benedict Cumberbatch, que varia momentos em que parece estar no mundo da lua, com outros em que explode sua energia criativa.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

The Old Man

 


The Old Man (The Old Man, EUA, 2022)
Criadores – Robert Levine & Jonathan E. Steinberg
Elenco – Jeff Bridges, John Lithgow, Alia Shawkat, Amy Brenneman, E.J. Bonilla, Bill Heck, Leem Lubany, Gbenga Akinnagbe, Hiam Abbas, Pej Vahdat, Kenneth Mitchell, Joel Gey

Trinta anos após ter abandonado a CIA e desaparecido, o agente Dan Chase (Jeff Bridges) se torna alvo de assassinos que estão a mando de alguém de dentro da agência. Mesmo envelhecido, Dan utiliza sua experiência para sobreviver, enquanto tenta descobrir o que está acontecendo. 

Seu contato dentro da agência é o diretor Harold Harper (John Lithgow), que sabe que o reaparecimento de Dan pode também causar grandes problemas a sua vida e carreira. 

A primeira temporada desta série com oito episódios começa de forma intrigante e agitada, com direito a competentes sequências de ação e violência protagonizadas pelo veterano Jeff Bridges. 

Conforme os mistérios de seu passado são revelados nos episódios seguintes, a trama perde um pouca da força, muito pelos cansativos flashbacks de quando ele trabalhava para CIA no Afeganistão em 1979. 

Esta quebra de ritmo e enrolação na trama irrita ainda mais ao chegar no último epísódio e deixar a trama totalmente aberta, sem saber se existirá uma segunda temporada. O ideal seria uma história fechada como minissérie em oito ou dez episódios.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Vikings, os Conquistadores

 


Vikings, os Conquistadores (The Vikings, EUA, 1958) – Nota 6
Direção – Richard Fleischer
Elenco – Kirk Douglas, Tony Curtis, Ernest Borgnine, Janet Leigh, James Donald, Alexander Knox, Frank Tring.

O rei da Inglaterra é assassino pelo chefe viking Ragnar (Ernest Borgnine), que também engravida a rainha. Vinte anos depois, Ragnar e seu filho Einar (Kirk Douglas) ainda estão em conflito com a Inglaterra, agora por causa do sequestro da noiva do rei (Janet Leigh), que por seu lado se apaixona pelo escravo dos vikings Eric (Tony Curtis), que na verdade é o filho bastardo de Ragnar com a falecida rainha inglesa. 

Este clássico de capa e espada é baseado em um livro que é basicamente um novelão. As atuações são exageradas, assim como as festas malucas dos vikings. As sequências de ação envelheceram mal, com exceção da conflito final no castelo que é um pouco melhor trabalhado. 

Destaque fica para reconstituição dos navios, o figurino e os créditos finais que parecem um livro antigo descrevendo cenas do longa. 

O filme tem duas curiosidades. Tony Curtis e Janet Leigh eram casados na vida real, enquanto Ernest Borgnine e Kirk Douglas que interpretam pai e filho tinham somente um ano de diferença na idade.

domingo, 2 de outubro de 2022

Sin Señas Particulares

 


Sin Señas Particulares (Sin Señas Particulares, México / Espanha, 2020) – Nota 7
Direção – Fernanda Valadez
Elenco – Mercedes Hernandez, David Illescas, Juan Jesus Varela, Ana Laura Rodriguez.

Dois adolescentes deixam suas famílias no interior do México com o objetivo de atravessar a fronteira com os EUA. Duas semanas depois, as mães dos garotos procuram a polícia e descobrem que um deles foi assassinado. A mãe do outro garoto (Mercedes Hernandez) ainda acreditando que seu filho está vivo, parte em dolorosa jornada pelo país em um busca de uma resposta. 

Esta produção mexicana com elenco praticamente amador toca na questão da imigração para os Estados Unidos, mas tem como foco principal a violência dos cartéis e das milícias que tomaram conta do interior do México. 

A obsessão da mãe em encontrar o filho a leva a cruzar o caminho de pessoas que sofrem com esta violência e também com uma espécie de pacto de silêncio em que a população tem medo de se tornar alvo dos violento sicários. 

A narrativa é lenta e a maioria das locações em espaços abertos, além de algumas sequências com a câmera desfocada para ao mesmo tempo esconder um pouco da violência e mostrar o terror dos cartéis. 

Não chega a ser um grande filme, mas vale a sessão para quem tem interesse no tema.

sábado, 1 de outubro de 2022

Fuga de Mogadíscio

 


Fuga de Mogadíscio (Mogadisyu, Coreia do Sul, 2021) – Nota 7
Direção – Seung Wan Ryu
Elenco – Kim Yoon Seok, Zo In Sung, Joon Ho Huh, Kyo Kwan Koo, Man Sik Jeong, So Jin Kim.

No final de 1990, o governo da Coreia do Sul buscava apoio dos países africanos para ser aceita na ONU, criando embaixadas pelo continente. 

Em Mogadíscio, capital da Somália, o embaixador (Kim Yoon Seok) e seu conselheiro (Zo In Sung) tentavam contato com o presidente, enquanto os norte-coreanos que eram seus inimigos tinham o objetivo de impedir o apoio. 

Tudo muda quando os rebeldes entram em guerra contra o governo da Somália e os estrangeiros se tornam alvos, sendo obrigados a lutar em busca da sobrevivência. 

Este agitado longa de ação lembra as produções de Hollywood como “Falcão Negro em Perigo” e “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, porém colocando civis como protagonistas que mesmo sem armas precisam escapar dos violentos mercenários. 

O roteiro insere ainda a tensão política entre os representantes das duas Coreias e a corrupção no governo da Somália. 

As sequências de ação são muito bem filmadas, com destaque para a perseguição de automóveis no clímax. A produção caprichada recria uma cidade devastada pela guerra e os rebeldes são retratados como assassinos cruéis. 

É mais um longa sul-coreano com qualidade semelhante as obras americanas do gênero.