sábado, 21 de dezembro de 2013

Jobs

Jobs (Jobs, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção – Joshua Michael Stern
Elenco – Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, Josh Gad, Lukas Haas, Matthew Modine, J. K. Simmons, Lesley Ann Warren, John Getz, Ron Eldard, Victor Rasuk, Kevin Dunn, James Woods, Nelson Franklin, Eddie Hassell, Masi Oka.

Provavelmente a pressa em ser o primeiro a lançar a um filme sobre a vida de Steve Jobs, fez com que os produtores e o diretor Joshua Michael Stern tenham optado por um trabalho com baixo orçamento e que não se aprofunda na vida do sujeito, dando ênfase quase que na totalidade a momentos importantes da vida profissional de uma forma picotada, com várias lacunas enormes de tempo entre os fatos. 

O início tem uma cena interessante quando Jobs (Ashton Kutcher em ótima caracterização) apresenta a uma platéia de funcionários da Apple o aparelho que revolucionaria a indústria da música, o iPod, isto em 2001. Nesta sequência já ouvimos da boca da Jobs algumas frases de efeito, numa espécie de auto-ajuda corporativa que é repetida a exaustão durante o filme, deixando a sensação de que o roteiro tentaria comparar o homem a um guru. 

Em seguida a história volta para os anos setenta nos tempos de universidade, quando Jobs abandonou os estudos e fez uma viagem para Índia, até o momento em que trabalhou para a empresa Atari. Tudo isso é mostrado rapidamente ao som de uma música melosa, como um resumo da vida antes do desenvolvimento da ideia da criação do computador pessoal, que por sinal surgiu de uma experiência de seu amigo Steve “Woz” Wozniak (Josh Gad). 

Não demora para a história pular da garagem dos pais de Jobs para a suntuosa sede da Apple e para Jobs mostrar seu lado negro. Mesmo entendendo que muito do que aparece na tela é diferente do que realmente ocorreu, como o verdadeiro Wozniak disse em entrevista, o ponto positivo do filme em mostrar Jobs como um sujeito cheio de defeitos se dá por vias tortas. 

Ao mesmo tempo em que Jobs é mostrado como um visionário e a aura de guru é criada para amenizar o egocentrismo e a falta de caráter, o roteiro ainda dá espaço para apresentar decisões que apenas um canalha tomaria, como abandonar a namorada grávida e passar a rasteira nos amigos que seriam co-fundadores da empresa.

Este fato por sinal é muito mal explicado, pois após Jobs decidir não dividir as ações da empresa, mesmo assim ele acaba aplaudido pelos amigos e o filme mostra ainda que os sujeitos continuaram trabalhando na Apple, com exceção de Daniel (Lukas Haas), que parece ser o único que entendeu ter sido enganado. 

Infelizmente com o passar do tempo o mito tende a superar as falhas de caráter, no caso de Jobs, ele já era considerado por muitos um mito enquanto estava vivo e rapidamente após sua morte foi alçado ao pedestal dos imortais, fazendo com que as várias pessoas que participaram e ajudaram seu trabalho fossem esquecidas. 

Consta que o roteirista Aaron Sorkin (“Questão de Honra” e “The West Wing”) está escrevendo um novo roteiro sobre a vida de Jobs com o auxílio de seu ex-parceiro Wozniak. Quem sabe este projeto resulte num filme mais completo.

5 comentários:

Gustavo disse...

Gostei um poco do filme achei legal, O Jobs mostrou ser um homem oportunista, vingativo, perfeccionista, isso até o momento em que o filme narrou a vida dele.

Marcelo Keiser disse...

Achei o filme muito fraco em certos aspectos. Em compensação as características físicas de Kutcher como personagem estão ótimas. Pena que o roteiro não ajudou...

abraço

Amanda Aouad disse...

Pois é, se o filme mantivesse o nível da cena de abertura seria incrível, uma pena.

bjs

renatocinema disse...

Ashton Kutcher não é um grande ator. Por mais que visualmente ele tenha ficado parecido.....falta qualidade ao mesmo. Eu acho.

Hugo disse...

Gustavo - Deu para perceber que o sujeito tinha pouco caráter.

Marcelo - A história ficou picotada demais.

Amanda - É provável que em breve seja produzido um novo filme sobre a vida de Jobs.

Renato - Também não considero ele um grande ator, mas aqui além de ficar parecido, sua atuação não comprometeu.

Abraço