domingo, 1 de dezembro de 2013

Polytechnique

Polytechnique (Polytechnique, Canadá, 2009) – Nota 7,5
Direção – Denis Villeneuve
Elenco – Maxim Gaudette, Pierre Yves Cardinal, Karine Vanasse, Evelyne Brochu, Sébastien Huberdeau.

Em dezembro de 1989, um jovem (Maxim Gaudette) invadiu a Escola Politécnica de Montreal e assassinou várias garotas, além de deixar outros feridos. 

Esta terrível história real foi o longa que chamou atenção do público e da crítica para o trabalho do diretor canadense Denis Villeneuve, que em seguida comandaria os ótimos “Incêndios” e “Os Suspeitos”. 

Aqui o diretor optou por filmar em preto e branco, utilizando ângulos inusitados de câmera e com poucos diálogos, dando ênfase ao violento ataque do psicopata e as imagens de desespero dos estudantes. 

A narrativa segue a perspectiva de três personagens: o assassino e dois estudantes. O jovem desequilibrado deixa uma carta alegando estar se vingando das feministas, como se as mulheres fossem as culpadas por suas frustrações. Esta carta é narrada em off pelo próprio personagem. 

A bela Val (Karine Vanasse) é uma estudante de engenharia que sonha em trabalhar no desenvolvimento de aviões, área que na época era voltada apenas para homens e por este motivo é tratada com preconceito por um selecionador. Este fato surge na trama para contrapor ainda mais o ideia absurda do assassino. 

O terceiro ponto de vista é do estudante Eric (Pierre Yves Cardinal), que se torna uma testemunha do crime, tenta ajudar os feridos, mas termina por se sentir totalmente impotente diante da situação. 

A trama e o estilo da narrativa lembram um pouco “Elefante” e “Paranoid Park” de Gus Van Saint. 

Para quem assistiu e gostou dos trabalhos posteriores do diretor, este longa se torna obrigatório.     

2 comentários:

Gustavo disse...

Muito triste e seco esse filme. Ele mostra que mesmo os sobreviventes tiveram um pedaço dentro de si assassinado com o evento trágico. Finais completamente felizes tendem a não existir na vida real.

Hugo disse...

Gustavo - O realismo está neste ponto, qualquer pessoa que sobreviva a uma tragédia como esta carregará traumas psicológicos.

Abraço