Jobs (Jobs, EUA, 2013) – Nota 6,5
Direção –
Joshua Michael Stern
Elenco –
Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, Josh Gad, Lukas Haas, Matthew Modine, J. K.
Simmons, Lesley Ann Warren, John Getz, Ron Eldard, Victor Rasuk, Kevin Dunn,
James Woods, Nelson Franklin, Eddie Hassell, Masi Oka.
Provavelmente a pressa em ser o primeiro a lançar a um filme
sobre a vida de Steve Jobs, fez com que os produtores e o diretor Joshua
Michael Stern tenham optado por um trabalho com baixo orçamento e que não se
aprofunda na vida do sujeito, dando ênfase quase que na totalidade a momentos
importantes da vida profissional de uma forma picotada, com várias lacunas
enormes de tempo entre os fatos.
O início tem uma cena interessante quando Jobs
(Ashton Kutcher em ótima caracterização) apresenta a uma platéia de
funcionários da Apple o aparelho que revolucionaria a indústria da música, o
iPod, isto em 2001. Nesta sequência já ouvimos da boca da Jobs algumas frases
de efeito, numa espécie de auto-ajuda corporativa que é repetida a exaustão
durante o filme, deixando a sensação de que o roteiro tentaria comparar o homem
a um guru.
Em seguida a história volta para os anos setenta nos tempos de
universidade, quando Jobs abandonou os estudos e fez uma viagem para Índia, até
o momento em que trabalhou para a empresa Atari. Tudo isso é mostrado
rapidamente ao som de uma música melosa, como um resumo da vida antes do
desenvolvimento da ideia da criação do computador pessoal, que por sinal surgiu
de uma experiência de seu amigo Steve “Woz” Wozniak (Josh Gad).
Não demora para
a história pular da garagem dos pais de Jobs para a suntuosa sede da Apple e
para Jobs mostrar seu lado negro. Mesmo entendendo que muito do que aparece na
tela é diferente do que realmente ocorreu, como o verdadeiro Wozniak disse em
entrevista, o ponto positivo do filme em mostrar Jobs como um sujeito cheio de defeitos se dá por vias tortas.
Ao mesmo tempo em
que Jobs é mostrado como um visionário e a aura de guru é criada para amenizar
o egocentrismo e a falta de caráter, o roteiro ainda dá espaço para apresentar
decisões que apenas um canalha tomaria, como abandonar a namorada grávida e
passar a rasteira nos amigos que seriam co-fundadores da empresa.
Este fato por
sinal é muito mal explicado, pois após Jobs decidir não dividir as ações da
empresa, mesmo assim ele acaba aplaudido pelos amigos e o filme mostra ainda
que os sujeitos continuaram trabalhando na Apple, com exceção de Daniel (Lukas Haas), que parece ser o único que entendeu
ter sido enganado.
Infelizmente com o passar do tempo o mito tende a superar as
falhas de caráter, no caso de Jobs, ele já era considerado por muitos um mito enquanto
estava vivo e rapidamente após sua morte foi alçado ao pedestal dos imortais, fazendo com
que as várias pessoas que participaram e ajudaram seu trabalho fossem esquecidas.
Consta que o roteirista Aaron Sorkin (“Questão de Honra” e “The West Wing”)
está escrevendo um novo roteiro sobre a vida de Jobs com o auxílio de seu
ex-parceiro Wozniak. Quem sabe este projeto resulte num filme mais completo.
5 comentários:
Gostei um poco do filme achei legal, O Jobs mostrou ser um homem oportunista, vingativo, perfeccionista, isso até o momento em que o filme narrou a vida dele.
Achei o filme muito fraco em certos aspectos. Em compensação as características físicas de Kutcher como personagem estão ótimas. Pena que o roteiro não ajudou...
abraço
Pois é, se o filme mantivesse o nível da cena de abertura seria incrível, uma pena.
bjs
Ashton Kutcher não é um grande ator. Por mais que visualmente ele tenha ficado parecido.....falta qualidade ao mesmo. Eu acho.
Gustavo - Deu para perceber que o sujeito tinha pouco caráter.
Marcelo - A história ficou picotada demais.
Amanda - É provável que em breve seja produzido um novo filme sobre a vida de Jobs.
Renato - Também não considero ele um grande ator, mas aqui além de ficar parecido, sua atuação não comprometeu.
Abraço
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