Polytechnique (Polytechnique, Canadá, 2009) – Nota 7,5
Direção – Denis Villeneuve
Elenco – Maxim Gaudette, Pierre Yves Cardinal, Karine
Vanasse, Evelyne Brochu, Sébastien Huberdeau.
Em dezembro de 1989, um jovem (Maxim Gaudette) invadiu a
Escola Politécnica de Montreal e assassinou várias garotas, além de deixar outros feridos.
Esta terrível história real foi o longa que chamou atenção do
público e da crítica para o trabalho do diretor canadense Denis Villeneuve, que
em seguida comandaria os ótimos “Incêndios” e “Os Suspeitos”.
Aqui o diretor
optou por filmar em preto e branco, utilizando ângulos inusitados de câmera e
com poucos diálogos, dando ênfase ao violento ataque do psicopata e as imagens
de desespero dos estudantes.
A narrativa segue a perspectiva de três personagens:
o assassino e dois estudantes. O jovem desequilibrado deixa uma carta alegando
estar se vingando das feministas, como se as mulheres fossem as culpadas por
suas frustrações. Esta carta é narrada em off pelo próprio personagem.
A bela
Val (Karine Vanasse) é uma estudante de engenharia que sonha em trabalhar no
desenvolvimento de aviões, área que na época era voltada apenas para homens e
por este motivo é tratada com preconceito por um selecionador. Este fato surge
na trama para contrapor ainda mais o ideia absurda do assassino.
O terceiro
ponto de vista é do estudante Eric (Pierre Yves Cardinal), que se torna uma
testemunha do crime, tenta ajudar os feridos, mas termina por se sentir
totalmente impotente diante da situação.
A trama e o estilo da narrativa
lembram um pouco “Elefante” e “Paranoid Park” de Gus Van Saint.
Para quem
assistiu e gostou dos trabalhos posteriores do diretor, este longa se torna obrigatório.
2 comentários:
Muito triste e seco esse filme. Ele mostra que mesmo os sobreviventes tiveram um pedaço dentro de si assassinado com o evento trágico. Finais completamente felizes tendem a não existir na vida real.
Gustavo - O realismo está neste ponto, qualquer pessoa que sobreviva a uma tragédia como esta carregará traumas psicológicos.
Abraço
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