Lamarca (Brasil, 1994) – Nota 7
Direção – Sergio Rezende
Elenco – Paulo Betti, Carla Camurati, Eliezer de Almeida,
José de Abreu, Roberto Bomtempo, Deborah Evelyn, Ernani Moraes, Selton Mello, Enrique
Diaz, Carlos Zara, Nelson Dantas.
Em 1971, no auge da repressão da ditadura militar no Brasil,
o Capitão Carlos Lamarca (Paulo Betti) vive escondido após desertar e roubar um
lote de armas do exército. Naquele momento, vários líderes guerrilheiros haviam
sido assassinados, estavam presos ou exilados, porém Lamarca ainda acreditava
que era possível vencer a revolução.
Com o cerco dos militares chegando mais
perto, Lamarca e sua amante Clara (Carla Camurati) seguem para Salvador para
participar de um núcleo de resistência, sendo que enquanto Clara fica na
cidade, Lamarca é levado para o interior da Bahia onde se esconde no sertão com
a ajuda de Zequinha (Eliezer de Almeida), um morador local. Não demora para a
polícia e o exército descobrirem o paradeiro de Lamarca e iniciar uma
implacável caçada.
O personagem de Lamarca se tornou um dos símbolos da história da luta contra a ditadura, sendo aqui representado de uma forma extremamente
humana e até ingênua em alguns momentos por acreditar que poderia mudar o país,
mesmo com o movimento a qual ele pertencia estando totalmente esfacelado.
A escolha do
diretor Sergio Rezende em intercalar a fuga de Lamarca com flashbacks que
explicam porque o militar se transformou em terrorista foi um grande acerto,
ficando claras suas motivações, ou melhor, frustrações com o que ele vivenciou
no exército.
O longa sofre um pouco pela falta de recursos, como na cena do
suicídio e nos cenários simples, mas deve-se levar em conta que na época o
cinema brasileiro estava começando a se reestruturar após a tragédia do governo
Collor.
Como informação, este foi o segundo dos cinco filmes em que o diretor Sergio
Rezende e o ator Paulo Betti trabalharam juntos.
Sargento Getúlio (Brasil, 1983) – Nota 7,5
Direção – Hermano Penna
Elenco – Lima Duarte, Orlando Vieira.
Nos anos quarenta, durante a ditadura de Getúlio Vargas, seu homônimo Getúlio
(Lima Duarte) é o capanga de um político sergipano que o nomeou sargento apenas
para fazer seus serviços sujos como fossem legais. Num determinado dia, Getúlio
recebe a missão de ir até Paulo Afonso na Bahia para prender um inimigo
político de seu patrão e trazê-lo para Aracaju. Para cumprir a missão, Getúlio
viaja com seu amigo e motorista Amaro (Orlando Vieira).
No meio da caminho a
situação muda, com a queda de Vargas, seu chefe envia uma mensagem para
cancelar a prisão, porém o teimoso Getúlio não aceita, alegando que cumprirá
apenas ordens dadas pelo sujeito cara a cara. Desafiando as ordens, Getúlio se
transforma em um perigo para o político, que para evitar um transtorno solta
nova ordem, agora para a polícia eliminar o rebelde.
Baseado num livro de João
Ubaldo Ribeiro, este longa foi filmado entre 1978 e ficou sem lançamento até
1983, quando chegou em alguns cinemas e ganhou inclusive prêmios em Gramado.
É uma hístória forte e crua, que lembra um pouco o clássico “Tragam-me a Cabeça
de Alfredo Garcia” do grande Sam Peckinpah, principalmente pelo obstinado
personagem principal interpretado de forma brilhante por Lima Duarte.
Apesar da
trama se passar a quase setenta anos atrás, ela ainda é atual ao mostrar a
corrupção política e policial, a violência e o coronelismo.
5 comentários:
Ola caro amigo,venho desejar-te também um maravilhoso Natal e Próspero 2014.Meu grande abraço.SU
Lamarca é um filme que me agrada muito.
Quando fui convidado para participar de um livro pedagógico sobre história e cinema em sala de aula foi um dos dois filmes que escolhi.
O trabalho de Lima Duarte, porém, preciso conhecer. Não assisti.
abraços
Suzane - Obrigado, Boas Festas para você também!
Renato - São dois bons filmes sobre períodos e fatos complicados na história do Brasil.
Abraço
Não os vi ainda, mas parecem muito bons! Tenho especial interesse neste sobre Lamarca. Boas dicas!
Marcos - São dois bons filmes, sendo que "Lamarca" é uma história mais conhecida por ser verdadeira.
Abraço
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