Desejo de Matar (Death Wish, EUA, 1974) – Nota 8
Direção –
Michael Winner
Elenco –
Charles Bronson, Vincent Gardenia, Hope Lange, Steven Keats, William Redfield,
Stuart Margolin, Olympia Dukakis, Jeff Goldlum, Denzel Washington.
Após passar férias no Havaí, o arquiteto Paul Kersey
(Charles Bronson) volta para Nova York com a esposa (Hope Lange). Numa noite, a
esposa e a filha voltam para o apartamento e são atacadas por três assaltantes.
Os bandidos matam a esposa e violentam a garota, que entra em trauma profundo.
Num primeiro momento Paul tentar retomar sua vida acreditando que a polícia
possa prender os assassinos, porém com o passar do tempo ele percebe que o
caso foi deixado de lado.
Numa viagem a trabalho para o Arizona, Paul descobre
que no local a taxa de crimes é baixa pois grande parte da população anda
armada. Um cliente (Stuart Margolin) o leva para treinar tiro em um stand, fato
que faz com Paul lembre do tempo em que esteve na Guerra da Coréia. Mesmo sendo
um sujeito pacifista, Paul sabe atirar bem e por isso ganha como presente do
amigo um revólver. De volta a Manhattan, Paul decide sair armado pelas ruas
escuras da cidade, como se fosse um teste. Não demora para um delinquente
tentar assaltá-lo, o que faz Paul reagir e matar o sujeito, dando início a sua
carreira de vigilante e chamando a atenção de um detetive (Vincent Gardenia).
Apesar
de ter trabalhado em muitos filmes, sendo vários clássicos, Charles Bronson
sempre será lembrado por este papel. O filme alavancou a carreira de Bronson
nos Estados Unidos, depois dele passar quase uma década estrelando longas na
Europa que faziam sucesso por lá e passavam despercebidos pela América.
Diferente
das sequências que focam mais nas cenas de ação, este longa em boa parte é um
drama que mostra como ser vítima da violência pode transformar uma pessoa.
Apenas na segunda metade é que o personagem de Bronson passa a agir como
vigilante, mas longe de ser um herói, na maioria das mortes ele atira a sangue
frio, até mesmo pelas costas.
Como curiosidade, o filme marcou a estreia no
cinema de dois futuros astros: Jeff Goldblum é um dos assaltantes que matam a
esposa de Bronson e Denzel Washington tem uma rápida aparição com um dos
bandidos que é morto por Bronson em um beco.
O tema de justiça com as próprias
mãos tinha sido abordado três anos antes no violento “Sob o Domínio do Medo” de Sam
Peckinpah, mas a polêmica foi mais forte com este filme de Bronson, que por
conseqüência fez grande sucesso e abriu caminho para vários outros longas
explorarem o tema.
Desejo de Matar 2 (Death Wish II, EUA, 1982) – Nota 6,5
Direção –
Michael Winner
Elenco –
Charles Bronson, Jill Ireland, Vincent Gardenia, Anthony Franciosa, J. D.
Cannon, Robin Sherwood, Larry Fishburne.
Após assassinar vários bandidos em Nova York, Paul Kersey
(Charles Bronson) deixa a cidade a pedido do detetive Ochoa (Vincent Gardenia)
mudando para Los Angeles. Tentando recomeçar a vida, Paul está namorando Geri
(Jill Ireland, esposa de Bronson na vida real) e sua filha (Robin Sherwood) se
recupera da violência que sofreu em Manhattan.
Durante um passeio com a
namorada, um grupo de punks tenta assaltá-los, porém Paul reage e consegue
afastar os sujeitos que roubam apenas sua carteira. O que ele não imagina que
os punks planejam vingança. Eles invadem a residência de Paul, estupram e matam
a empregada, além de sequestrar a filha. A nova tragédia faz Paul voltar ao
passado de vigilante. Ele aluga um quarto em um hotel vagabundo e ronda a
região disfarçado à procura dos punks assassinos.
Diferente do original que
mostrava aos poucos a mudança do personagem de Bronson, nesta sequência ele
volta rapidamente a ação, desta vez utilizando armas mais pesadas e procurando
especificamente os assassinos da filha através de um plano, não matando
bandidos aleatórios como o original.
Na época as sequências de sucessos estavam
se tornando comuns e pensando neste nicho os produtores israelenses Menahem
Golan e Yoram Globus (donos da produtora Cannon) compraram os direitos do
personagem e conseguiram fazer com que Bronson assinasse contrato não apenas
para este longa, mas se tornasse ao lado de Chuck Norris e Michael Dudikoff um
do astros da produtora, sempre protagonizando filmes de ação vagabundos.
Perto
das absurdas sequências posteriores, este longa ainda segue uma lógica na trama
e cria cenas de ação sem muito exagero.
Desejo de Matar 3 (Death Wish 3, EUA, 1985) – Nota 5
Direção –
Michael Winner
Elenco –
Charles Bronson, Deborah Raffin, Ed Lauter, Martin Balsam, Gavan O’Herlilhy,
Alex Wynter, Tony Spiridakis.
Paul Kersey (Charles Bronson) volta a Nova York para visitar
um amigo e o encontra assassinado por espancamento. O homem morava em um
apartamento numa região dominada por gangues que apavoram os moradores locais,
muitos deles idosos. Quando a polícia chega e encontra Kersey ao lado corpo,
acaba detendo o sujeito como suspeito. O delegado (Ed Lauter) encarregado do caso
conhece Kersey e seu passado como vigilante. Sabendo que ele não é o culpado, o
delegado propõe a Kersey que passe algum tempo na perigosa região para
aniquilar os bandidos e assim não ser processado. Kersey aceita a proposta de
limpar a área sem que a polícia o incomode.
Este terceiro longa transformou o
personagem de Bronson numa máquina de matar e consequentemente a série num
absurdo sem limites. Na época Bronson tinha sessenta e três anos e durante o longa ele
elimina no mínimo uns cinquenta bandidos, utiliza diversas armas e ainda sobra tempo
para namorar a bela Debora Raffin que tinha a metade de sua idade.
A partir
deste longa pouca coisa se salva nas carreiras de Bronson e do diretor inglês
Michael Winner.
Desejo
de Matar 4 – Operação Crackdown (Death Wish 4: The Crackdown, EUA, 1987) – Nota
4
Direção –
J. Lee Thompson
Elenco –
Charles Bronson,
Kay Lenz, John P. Ryan, Perry Lopez, George Dickerson, Soon Tek Oh, Dana
Barron.
Morando
novamente em Los Angeles, trabalhando como arquiteto e namorando uma bela jovem (Kay
Lenz), Paul Kersey parece ter retomado uma vida normal após assassinar dezenas
de bandidos. Quando a enteada morre de overdose e o namorado dela é assassinado
por um traficante, Kersey é procurado por um empresário (John P. Ryan)
que o conhece e que deseja limpar a região eliminando duas gangues rivais.
Kersey aceita a proposta e passa a atuar como uma espécie de espião para criar
uma guerra entre as gangues e assim destruí-los.
Se a terceira parte era um
filme de ação descerebrado, esta nova sequência tenta criar uma trama mais
séria, porém desvirtua completamente o foco do personagem de Bronson. Nos dois
primeiros filmes o personagem agia como um vingador que aos poucos mostrava seu lado de psicopata, na parte três ele se transformou numa absurda
máquina de matar e aqui age como um mercenário.
Como informação, Bronson e o
diretor inglês J. Lee Thompson trabalharam juntos em nove filmes.
Desejo de
Matar V (Death Wish V: The Face of Death, EUA, 1994) – Nota 3
Direção – Allan
A. Goldstein
Elenco –
Charles , Lesley Anne Down, Saul Rubinek, Robert Joy, Michael Parks, Miguel
Sandoval.
De volta para Nova York, Paul Kersey (Charles Bronson) vive
agora no programa de proteção a testemunhas utilizando um nome falso e
trabalhando como professor de arquitetura. Novamente namorando uma mulher com a
metade da idade, a estilista Olivia (Lesley Anne Down), não demora para ele se
meter em confusão quando descobre que ex-marido da namorada (Michael Parks) é
um perigoso bandido que utiliza a empresa da mulher para lavar dinheiro. Assim
que a mulher é atacada brutalmente por um assassino de aluguel, Kersey dá
inicio a um plano de vingança para destruir a quadrilha.
Vinte anos depois do
longa original e com setenta e três anos de idade, Bronson já se mostrava
cansado e desmotivado para interpretar o personagem, deixando a clara impressão
de que o longa se tratava de um caça níquel sem sentido, comandado por um
diretor inexpressivo e com orçamento baixo. Nem mesmo as explosivas e
exageradas cenas de ação das partes três e quatro são vistas aqui, falta tudo
neste filme equivocado, que se torna um triste fim para a série.
2 comentários:
O primeiro é uma obra prima. Já os demais, se perderam no caminho cada vez mais, até abandonarem por completo a identidade.
Kleiton - O final de carreira de Charles Bronson é repleto de filmes ruins. Infelizmente ele não soube aceitar que não tinha mais idade para este tipo de papel.
Abraço
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