segunda-feira, 19 de junho de 2017

O Mago das Mentiras

O Mago das Mentiras (The Wizard of Lies, EUA, 2017) – Nota 8
Direção – Barry Levinson
Elenco – Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Alessandro Nivola, Nathan Darrow, Hank Azaria, Kristen Connolly, Lily Rabe, Michael Kostroff, Steve Coulter.

Dezembro de 2008. O megainvestidor Bernie Maddof (Robert De Niro) vê seu império ruir com a crise financeira consequência da explosão da chamada “Bolha Imobiliária”. Seus investidores começaram a sacar o dinheiro do fundo e a verdade veio à tona. 

Em paralelo com a companhia de seguros que seus filhos (Alessandro Nivola e Nathan Darrow) administravam de forma correta, Bernie comandava uma empresa fantasma de investimentos que utilizava um esquema de pirâmide. Bernie arrecadava dinheiro com novos investidores e pagava os antigos com o mesmo dinheiro. Sua fama de fazer todo investimento lucrar chamava novos investidores e por este motivo o esquema durou quinze anos até desmoronar em 2008. 

Baseado na história real da maior fraude da história do sistema financeiro americano, este longa dirigido por Barry Levinson e produzido para a HBO por seu parceiro Tom Fontana, responsáveis por ótimas séries como “Oz – A Vida É Uma Prisão” e “Homicide: Life on the Street”, vai além dos detalhes sobre o crime. 

O foco principal é mostrar como a revelação do esquema destruiu a família de Maddof. Seus filhos e sua esposa (Michelle Pfeiffer) não imaginavam que o pai era capaz de algo assim e muito menos que a vida deles se transformaria em um inferno, assim como ocorreu com centenas de pessoas que sofreram prejuízos financeiros com o golpe, sendo que muitos perderam todas as suas economias. 

No elenco são três destaques. O principal vai para Robert De Niro, que depois de muito tempo tem a chance de interpretar um papel complexo e não decepciona. Suas explicações para o crime que cometeu e sua frieza em vários momentos criam um protagonista assustador pela falta de empatia e pelo egoísmo. 

A competente Michelle Pfeiffer, ainda belíssima com quase sessenta anos de idade, volta a interpretar a esposa de Robert De Niro assim como fez em “A Família” de 2013, seu último filme antes deste. O terceiro destaque vai para Hank Azaria. Com uma carreira voltada para comédia, inclusive sendo um dos dubladores de “Os Simpsons”, Azaria tem aqui a chance de brilhar ao interpretar o braço-direito de Maddof na empresa fantasma. Falastrão, cínico e canalha, seu personagem rouba as cenas em que aparece. 

Sei que é um tema que não agrada ao público em geral, mas por outro lado, a história é muito parecida com o que está ocorrendo no nosso país nos dias atuais. A empresa fraudulenta dentro da empresa verdadeira é algo idêntico ao que ocorreu com uma grande construtora por aqui, a diferença é que nos EUA Maddof foi condenado a cento e cinquenta e anos de cadeia e todos os seu bens foram confiscados, enquanto por aqui muitos que enriqueceram de forma ilícita ainda estão soltos ou cumpriram míseros dois, três anos de pena. 

2 comentários:

Liliane de Paula disse...

Esse deve ser muito bom.
Já anotei na lista de indicações suas (está enorme)
Lembro desse escândalo.
Michele Pfeiffer além de linda é boa atriz.

Assisti, neste final de semana, documentários de doenças que vc nunca gostaria de assisti.
Mas para mim além de interessante, aprendo.

Sim. Em "O passado", a cena não mostra a mão da paciente antes dele colocar o perfume.
Para mim, ela não sentiu nada.

Hugo disse...

Liliane - Foi um escândalo vergonhoso, do estilo que ocorre em nosso país.