O Mago das Mentiras (The Wizard of Lies, EUA, 2017) – Nota 8
Direção – Barry Levinson
Elenco – Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Alessandro
Nivola, Nathan Darrow, Hank Azaria, Kristen Connolly, Lily Rabe, Michael
Kostroff, Steve Coulter.
Dezembro de 2008. O megainvestidor Bernie Maddof (Robert De
Niro) vê seu império ruir com a crise financeira consequência da explosão da
chamada “Bolha Imobiliária”. Seus investidores começaram a sacar o dinheiro do
fundo e a verdade veio à tona.
Em paralelo com a companhia de seguros que seus
filhos (Alessandro Nivola e Nathan Darrow) administravam de forma correta,
Bernie comandava uma empresa fantasma de investimentos que utilizava um esquema
de pirâmide. Bernie arrecadava dinheiro com novos investidores e pagava os
antigos com o mesmo dinheiro. Sua fama de fazer todo investimento lucrar
chamava novos investidores e por este motivo o esquema durou quinze anos até
desmoronar em 2008.
Baseado na história real da maior fraude da história do
sistema financeiro americano, este longa dirigido por Barry Levinson e
produzido para a HBO por seu parceiro Tom Fontana, responsáveis por ótimas
séries como “Oz – A Vida É Uma Prisão” e “Homicide: Life on the Street”, vai
além dos detalhes sobre o crime.
O foco principal é mostrar como a revelação do
esquema destruiu a família de Maddof. Seus filhos e sua esposa (Michelle
Pfeiffer) não imaginavam que o pai era capaz de algo assim e muito menos que a vida deles se transformaria em um inferno, assim como ocorreu com centenas de pessoas que
sofreram prejuízos financeiros com o golpe, sendo que muitos perderam todas as suas
economias.
No elenco são três destaques. O principal vai para Robert De Niro,
que depois de muito tempo tem a chance de interpretar um papel complexo e não
decepciona. Suas explicações para o crime que cometeu e sua frieza em vários
momentos criam um protagonista assustador pela falta de empatia e pelo egoísmo.
A competente Michelle Pfeiffer, ainda belíssima com quase sessenta anos de
idade, volta a interpretar a esposa de Robert De Niro assim como fez em “A
Família” de 2013, seu último filme antes deste. O terceiro destaque vai para
Hank Azaria. Com uma carreira voltada para comédia, inclusive sendo um dos
dubladores de “Os Simpsons”, Azaria tem aqui a chance de brilhar ao interpretar
o braço-direito de Maddof na empresa fantasma. Falastrão, cínico e canalha, seu personagem rouba as cenas em que aparece.
Sei que é um tema que não agrada ao
público em geral, mas por outro lado, a história é muito parecida com o que
está ocorrendo no nosso país nos dias atuais. A empresa fraudulenta dentro da
empresa verdadeira é algo idêntico ao que ocorreu com uma grande construtora
por aqui, a diferença é que nos EUA Maddof foi condenado a cento e cinquenta e
anos de cadeia e todos os seu bens foram confiscados, enquanto por aqui muitos
que enriqueceram de forma ilícita ainda estão soltos ou cumpriram míseros dois,
três anos de pena.
2 comentários:
Esse deve ser muito bom.
Já anotei na lista de indicações suas (está enorme)
Lembro desse escândalo.
Michele Pfeiffer além de linda é boa atriz.
Assisti, neste final de semana, documentários de doenças que vc nunca gostaria de assisti.
Mas para mim além de interessante, aprendo.
Sim. Em "O passado", a cena não mostra a mão da paciente antes dele colocar o perfume.
Para mim, ela não sentiu nada.
Liliane - Foi um escândalo vergonhoso, do estilo que ocorre em nosso país.
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