segunda-feira, 12 de junho de 2017

Hannah Arendt

Hannah Arendt (Hannah Arendt, Alemanha / Luxemburgo / França / Israel, 2012) – Nota 7,5
Direção – Margarethe von Trotta
Elenco – Barbara Sukowa, Axel Milberg, Janet McTeer, Julia Jentsch.

Em 1961, o Mossad, serviço secreto israelense, sequestrou o criminoso nazista Adolf Eichmann na Argentina e o levou para ser julgado em Israel. 

A famosa escritora judia e alemã Hannah Arendt (Barbara Sukowa), que vivia em Nova York e que fugiu com o marido de um campo de concentração na França durante a guerra, decide ir até Israel como correspondente de um jornal para acompanhar o julgamento. O objetivo de Hannah é entender porque uma pessoa seria capaz de cometer crimes terríveis como os praticados pelos nazistas. 

Durante o julgamento, Hannah se surpreende ao perceber que Eichmann era apenas um burocrata medíocre que seguia ordens do alto comando nazista, bem diferente do monstro que imaginava encontrar. Após escrever sobre o assunto em uma série de artigos, Hannah é bombardeada de críticas pela comunidade judaica. 

Baseado numa história real, este longa toca em um ponto extremamente polêmico. A princípio, as pessoas consideram a intolerância algo terrível, porém a maioria acaba se mostrando intolerante em algum momento da vida para defender suas ideias. 

Hannah Arendt entendeu rapidamente que muitos nazistas na verdade eram pessoas medíocres que apenas seguiam ordens com medo de perderem privilégios ou serem castigados, até mesmo com prisão e morte, fato que ela chamou de “A Banalidade do Mal”. 

Ao constatar este fato em público, a intolerância mudou de lado e os próprios judeus mostraram o preconceito contra alguém que “pensou fora da caixa” e que fugiu da mesmice do pensamento corporativista. 

Até sua morte em 1975, a escritora Hannah Arendt voltou várias vezes ao tema da “banalidade do mal” em seus livros.

5 comentários:

Pedrita disse...

há anos tenho o livro que fala da banalidade do mal na lista a ler e até hj não li. o filme me impactou muito e aumentou a vontade, mas ainda não corrigi esse erro. péssimo esse pôster do filme. eu coloquei outro. eu vi esse filme nos cinemas eu não acho que hannah achou o interrogado somente um burocrata medíocre. foi isso que acharam dela, mas o pensamento dela foi bem mais profundo. a banalidade do mal é o que muitos torturadores fizeram. receberam ordens e executaram independente do que achavam. cumpriam ordens. alguns até por medo. outros pq é assim. bom, acham que é.
http://mataharie007.blogspot.com.br/2013/07/hanna-arendt.html

Liliane de Paula disse...

Eu li muita (ou alguma) coisa escrita por ela.
E acho que ela tem razão.
A banalidade do mal é uma coisa real e palpável.
E há um desrespeito muito grande quando a gente expõe o que pensa.
Ela sofreu horrores com isso.
Acredito sim que muitos torturadores cumpriam ordens.
O filme deve ser muito bom.
Não conheço os atores.

Estou vendo um dos filmes que vc mandou.
Obrigada, sempre.

Cleber Eldridge disse...

Já passei por esse filme algumas vezes, nunca me chamou atenção ... vou adicionar a lista!

http://21thcenturycinema.blogspot.com.br/

Marcelo Keiser disse...

Também já passei por esse filme, mas não me despertou. Curioso!

abraço

Hugo disse...

Pedrita - O cartaz não é dos melhores. A questão é cumprir ordens para salvar a própria pele ou manter seus privilégios, sem se importar com as consequências para o outro.

Liliane - O filme é muito interessante. Tem o grande ponto positivo de fazer o espectador pensar.

Cleber e Marcelo - Assistam, a história vale a sessão.

Abraço