domingo, 3 de janeiro de 2021

Mera Coincidência, Segredos do Poder & Candidato Aloprado

 


Mera Coincidência (Wag the Dog, EUA, 1997) – Nota 7,5
Direção – Barry Levinson
Elenco – Dustin Hoffman, Robert De Niro, Anne Heche, Woody Harrelson, Denis Leary, Willie Nelson, Andrea Martin, Craig T. Nelson, Kirsten Dunst, William H. Macy.

O presidente americano se envolve em um escândalo sexual, fato que tem tudo para destruir sua chance de reeleição. Uma equipe de assessores liderada por Conrad Bean (Robert De Niro) é montada para tentar abafar o caso. No grupo surge uma ideia maluca. Utilizar a imprensa para divulgar uma fictícia guerra na Albânia e contratar um produtor de Hollywood (Dustin Hoffman) para encenar algumas batalhas. 

Por mais que a premissa seja exagerada, a questão da manipulação da opinião pública através da imprensa é fato muito mais do que atual, quase atemporal. Criar um factoide para tirar o foco de algum escândalo ou corrupção é algo usado diariamente por poderosos e pela imprensa com interesses próprios. 

O filme não é uma comédia rasgada, na verdade o espectador que acompanha política e noticiários vai sorrir de forma constrangedora ao comparar com os absurdos reais que tentam nos empurrar todos os dias. 

O elenco é outro ponto alto, com Robert De Niro perfeito como o estrategista picareta e um Dustin Hoffman cheio de maneirismos, que na época citaram que ele se espelhou no falecido e espalhafatoso produtor Robert Evans, famoso nos anos setenta por bancar clássicos como “Chinatown” e “O Poderoso Chefão I e II”.

Segredos do Poder (Primary Colors, Inglaterra / EUA / França / Alemanha / Japão, 1998) – Nota 6,5
Direção – Mike Nichols
Elenco – John Travolta, Emma Thompson, Billy Bob Thornton, Adrian Lester, Kathy Bates, Maura Tierney, Larry Hagman, Dianne Ladd, Paul Guilfoyle, Caroline Aaron, Rob Reiner, Allison Janney, Robert Klein, Mikelti Williamson, Ned Eisenberg, Larry King, Tony Shalhoub, Stacy Edwards, Chelcie Ross.

Jack Stanton (John Travolta) é o governador de um Estado do sul dos EUA que se lança na campanha a presidência do país. Enquanto tenta passar a imagem de novo político e amigo do povo, Jack não consegue deixar de se envolver com mulheres que cruzam seu caminho, causando um enorme embaraço para sua esposa Susan (Emma Thompson) e para os envolvidos em sua campanha. Para esconder este lado do público, a assessora Libby Holden (Kathy Bates) atua como “limpadora de escândalos”, manipulando a imprensa e as pessoas envolvidas nestas situações. 

O roteiro escrito por Elaine May foi claramente inspirada na trajetória do ex-presidente americano Bill Clinton e sua esposa Hillary, que na época haviam terminado de enfrentar o escândalo com Monica Lewinsky. 

O filme não tem surpresas, o ponto principal é a forma como a imagem de um político é criada e divulgado para o povo, quase sempre bem diferente de como o sujeito é na vida real. 

A atuação de John Travolta funciona como o canalha galanteador, mesmo com alguns exageros, inclusive no sotaque. Outro destaque é a sempre marcante Kathy Bates, com uma personagem que passa por cima de tudo e de todos para conseguir o que deseja. 

Candidato Aloprado (Man of the Year, EUA, 2006) – Nota 6,5
Direção – Barry Levinson
Elenco – Robin Williams, Christopher Walken, Laura Linney, Lewis Black, Jeff Goldblum, David Alpay, Tina Fey, Amy Poehler, Rick Roberts. 

Tom Dobbs (Robin Williams) é um apresentador de talk show que após uma brincadeira da plateia, descobre que muitas pessoas apoiaram uma suposta candidatura a presidente dos EUA. Ele aceita o desafio e inicia uma jornada de comícios e entrevistas, descobrindo aos poucos que se envolveu em algo maior do que imaginava. 

O roteiro escrito pelo diretor Barry Levinson mostrava como as redes sociais se tornariam o maior canal de propagandas políticas em eleições, assim como previa a questão das falhas nas terríveis urnas eletrônicas, suscetíveis a fraudes como vemos atualmente na vida real. 

A transformação da política em show é outra tema explorado pelo roteiro, assim como o assassinato de reputação para desacreditar uma pessoa que está denunciando uma fraude. 

O filme é muito mais um drama político de que uma comédia, mesmo tendo como ponto alto os discursos engraçados do personagem de Robin Williams.

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